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Aula 06 - Infecções cirúrgicas e uso de ATB

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Aluna: Cheyline Rezende 
INTERNATO DE CLÍNICA CIRURGICA
INFECÇÕES 
CIRURGICAS E USO 
DE ANTIBIÓTICOS
CONCEITO
Qualquer infecção que acometa pacientes cirúrgicos.
 Infecções de sítio cirúrgico (ISC);
Infecção primária de corrente sanguínea
(bacteremia) associada ao uso de cateter venoso
central (IPCSCVC);
Infecções do trato urinário (ITU)- CVD;
Pneumonias relacionadas à assistência à saúde,
podendo ou não estar associado ao uso de
ventilação mecânica (PAVM).
São pacientes 
vulneráveis a infecções 
relacionadas a 
assistência.
ISC: É a infecção que pode ocorrer em até 
30 dias do ato cirúrgico; 
Dentro de 90 dias quando envolver 
implante de prótese ( ANVISA, 2019).
EPIDEMIOLOGIA
Aumenta os índices de morbidade e mortalidade  2 a 11x mais risco de óbito;
Prolongam o tempo de internação e custos  7 a 10 dias adicionais de hospitalização;
ISC correspondem a 38% do total das infecções hospitalares em pacientes cirúrgicos e 16% do 
total de infecções hospitalares; 
Prevalência em gênero- Dados conflitantes  Sexo masculino- mais propensos a desenvolver 
pneumonia/ Sexo feminino- maior mortalidade na doença;
3ª posição de infecção em serviços de saúde( 14 a 16%);
Evitável em até 70% dos casos. 
FATORES DE RISCO PARA INFECÇÃO
Resultado da própria lesão, deficiência das defesas do hospedeiro ou cuidado específico.
 Ambiente hospitalar - patógenos com potencial de causar infecção  A invasão requer porta
de entrada ( incisão cirúrgica, tecidos lesionados, acesso vascular ou cateter permanente);
As doenças cirúrgicas são imunossupressoras (trauma, queimaduras e tumores malignos) , bem
como imunossupressão terapêutica, utilizada no controle de pacientes submetidos a transplante
de órgãos sólidos.
A anestesia geral: período de intubação endotraqueal associado à ventilação mecânica, além
de um período de consciência reduzida (indução) , o que representa um risco de
broncoaspiração aumentam o risco de pneumonia.
Cada dia de IOT e VM, aumenta o risco de pneumonia 
de 1% a 3%- Controverso se traqueostomia reduz risco. 
FATORES CONTRIBUINTES 
Extremos de idade: Idade avançada (geralmente ≥65 anos)  Pela senescência imune; Neonatos
Imaturidade imune;
Hiperglicemia: Gera disfunção da imunidade celular.
oNo estresse cirúrgico ocorre resistência insulínica e catabolismo → hiperglicemia.
oMesmo a hiperglicemia transitória está relacionada a um risco elevado de ISCs e de outras infecções 
nosocomiais aumento na mortalidade tanto para pacientes diabéticos como para não diabéticos.
oA hiperglicemia moderada (>200 mg/dL) em qualquer momento no primeiro dia do pós-operatório 
aumenta o risco de ISC em 4x;
oMeta <130 mg/dL- (Varia entre literaturas). 
FATORES CONTRIBUINTES 
Hipotermia: exposição, infusão em grande volume não aquecidos ou produtos sanguíneos, ou 
perdas evaporativas durante a cirurgia intracavitária  afeta o desempenho cardiovascular de 
maneira adversa; Meta: 36,5° e 38 °C na 1ª hora PO; 
Hipóxia tecidual: A administração de oxigênio suplementar reduz o risco de ISC após cirurgia eletiva;
Transfusão Sanguínea: 
o Determinante no salvamento pós trauma ou hemorragias, porém aumenta ocorrência de infecções 
 Expressam imunossupressão através da apresentação de antígenos leucocitários alterados, 
levando a uma mudança para o fenótipo T helper do tipo 2. 
o O risco de infecção relacionado à transfusão sanguínea é aumentado em mais de 5x nos pacientes 
traumatizados e mais de 3x para pacientes cirúrgicos;
oÉ prudente ser conservador e criterioso na administração de concentrados de hemácias com o 
objetivo de estabilização de pacientes criticamente enfermos.
INFECÇÃO DO SÍTIO CIRURGICO
A microbiologia da ISC depende da natureza do procedimento, local da incisão, e se uma
cavidade corporal ou víscera oca é penetrada durante a cirurgia.
A antibioticoprofilaxia deve ser devidamente direcionada contra os patógenos mais prováveis;
Diversos fatores determinam se um paciente tem maior risco de ISC, incluindo aqueles
relacionados ao hospedeiro, ao ambiente e ao tratamento.
FATORES CONTRIBUINTES- ISC 
Fatores do 
Hospedeiro
Extremos de idade; Diabetes; Ascite
(para cirurgia abdominal);
Inflamação crônica; Tabagismo;
Terapia com corticosteroides
(controversa); Obesidade;
Hipoxemia; Doença vascular
periférica (para cirurgia da
extremidade inferior); Anemia pós-
operatória; Irradiação anterior do
local; Cirurgia recente; Infecção
remota; Colonização cutânea ou
nasal de estafilococos; Doença
cutânea na área da infecção (p. ex.,
psoríase); Desnutrição.
Fatores de 
Tratamento
Fatores Ambientais
Medicamentos contaminados;
Desinfecção/esterilização
inadequada; Antissepsia cutânea
inadequada;Ventilação
inadequada.
Drenos; Procedimento de
emergência; Hipotermia;
Profilaxia antibiótica inadequada;
Hospitalização pré-operatória
prolongada; Tempo operatório
prolongado; Transfusão sanguínea
Volume cirúrgico e 
porte do hospital 
podem afetar risco. 
INFECÇÕES DO SÍTIO CIRÚRGICO 
 Tipos de procedimentos cirúrgicos: 
Procedimentos cirúrgicos limpos 
 Procedimentos potencialm. contaminados 
Procedimentos contaminados 
Procedimentos infectados 
INFECÇÃO DO SÍTIO CIRURGICO
ISC é classificada de acordo com os tecidos envolvidos em: 
1) Incisional superficial pele ou tecido subcutâneo no local da incisão; 
É a infecção cirúrgica mais frequente.
2) Incisional profunda  tecidos moles profundos (fáscias e músculos); 
3) Órgãos/ cavidade: qualquer parte da anatomia que não seja a incisão 
que foi aberta ou manipulada durante a operação. 
INFECÇÃO DO SÍTIO CIRURGICO
I. SUPERFICIAL–Abcesso parede
I. PROFUNDA ORGÃO/ CAVIDADE
INFECÇÕES DO SÍTIO CIRURGICO
ISC – Diagnóstico clínico ( Sinais e sintomas surgem entre 4º e 5º dia PO Desde endurecimento local, 
até sinais típicos: eritema, edema, dor, calor, imobilidade relacionada à dor); 
ISCs incisionais profundas: macicez e crepitações, vesículas cutâneas ou bolhas; 
ICSs Intracavitária: sintomas relacionados ao órgão ou sistema envolvido;
ISC necrosantes (raras) provocadas por Streptococcus pyogenes ou ou 
Clostridium perfringens primeiras 24 horas após a cirurgia- frequentemente 
apresentam sepse. Dor desproporcional a PO. 
Exame de imagem: Superficial  USG; Profunda/ cavidade  TC, RNM. 
INFECÇÕES DO SÍTIO CIRURGICO
CULTURA: 
 Não são obrigatórias para ISCs incisionais superficiais quando o cuidado de feridas isolados são suficientes; 
Em infecção mais profunda os espécimes de exsudatos dever ser obtidos por swab diretamente do local 
específico da infecção na ferida aberta. A pele circundante pode ter crescimento polimicrobiano; Infecção 
de partes moles necrosante, necessitam de intervenção cirúrgica imediata.
 TRATAMENTO: 
 1ª Etapa: abertura e o exame da porção suspeita – Decisão sobre o tipo de abordagem ;
 Pele e SC: Exploração e desbridamento; ANT sistêmico se sinais sistêmicos; 
 Profunda: Exame de imagem + cultura+ desbridamento +ANT;
 Orgãos ou cavidades: Requer exame de imagem (extensão)+ cultura + ANT + drenagem. 
ESQUEMA DE ANTIBIÓTICO
Cirurgias limpas ( Só usa se implante de prótese); Cirurgias potencialmente contaminas (profilático); Se 
contaminadas ou infectadas (Tto de infecção presumida). 
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO 
A bacteriúria ou candidúria associadas ao CVD raramente são sintomáticas, exceto se obstrução do 
trato urinário, manipulação urológica recente, lesão ou cirurgia; 
Estreita relação com CVD- 40 A 50% após 10 dias de uso;
Diferente da ITU da comunidade, na por CVD é incomum ter piúria;
Contagens superiores a 10 ³ UFC/mL representam bacteriúria ou candidúria verdadeira nos pacientes
cateterizados; 
Coleta de urina na presença de febre é apropriado; Não recomenda-se cultura para monitorização;
Prevenção: evitar uso do CVD/ fazer uso por curta duração (<48 horas- pacientes cirúrgicos eletivos). 
2ª mais
frequentePNEUMONIA PÓS OPERATÓRIA
Pacientes cirúrgicos são mais susceptíveis a PNM, principalmente se uso de VM; 
PAVM é definida como a pneumonia que ocorre de 48 a 72 horas após a intubação e inicio da VM;
 É a infecção mais comum nas UTIs entre pacientes cirúrgicos e traumáticos;
FATORES DE RISCO PARA PNM PÓS OP: 
 Aumento no número de pacientes críticos; Uso indiscriminado de antibióticos elevam o risco de PAVM por MDR.
 Incidência de PAVM cresce com a aumento do tempo de VM (3%/dia - 5 primeiros dias; 2%/dia- dias 5 a 10, e 1%/dia após)
 DIAGNÓSTICO PAVM: Clínico + Radiográfico + Microbiológico.
Pela baixa especificidade dos critérios 
diagnósticos: Obrigatório cultura TRI para 
PAVM antes do ANT Reduz F-N;
Presença de 2 ou mais : febre, leucocitose ou 
leucopenia, secreção purulenta, hipoxemia +
surgimento de novo infiltrado no RX de tórax.
S: 69%/ E: 75%
3ª Mais 
frequente
PNEUMONIA PÓS OPERATÓRIA
Após o início da terapia por suspeita de PAVM, se as culturas do trato respiratório inferior:
 Não revelar crescimento  ANT deve ser descontinuado;
Crescimento substancial de patógeno suscetível  Terapia desescalonada para ANT de espectro 
mais restrito que o inicial;
Crescimento de um patógeno MDR: Manter ANT de amplo espectro ou a terapia é escalonada 
ampliando a cobertura para o patógeno MDR.
Redução de até 90% de PAVM em UTI Cirúrgica  Se Prevenção de 
anemia; 
PREVENÇÃO
CATETER VENOSO CENTRAL –
INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA ASSOCIADA
Instalação em circunstâncias eletivas (controladas)  Preparação da pele com clorexidina, 
precauções com barreiras máximas (área estéril, uso de EPIs), e protocolo formal de cuidados.
Se técnica de inserção for violada, o risco de infecção aumenta exponencialmente e o cateter 
deve ser removido, recolocados em local distinto (com assepsia e antissepsia) - até 24 horas;
O risco de infecção é mais alto para cateteres venosos femorais e menor em veia subclávia;
Cateteres revestidos com antibióticos e antissépticos (controverso), mas pode ajudar a diminuir o 
risco de infecção nas unidades que têm uma alta taxa de infecção;
Início abrupto de sinais de sepse ou choque  Suspeitar do cateter como uma suspeita de foco; 
CATETER VENOSO CENTRAL –
INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA ASSOCIADA
Hemocultura positivas para Staphylococcus ou Candida spp - Sugerem infecção 
relacionada a cateter vascular  Retirar e fazer cultura do cateter.
O material infundido pode se tornar contaminado (bacteremia ou fungemia) 
choque séptico;
Flebite supurativa: Mais comum em cateter venoso periférico. Mais comum em 
pacientes queimados.
Em pacientes com bacteremia por S. aureus ou fungemia persistentes, o 
ecocardiograma é apropriado para avaliar endocardite e direcionar o esquema 
terapêutico. 
CATETER VENOSO CENTRAL –
INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA ASSOCIADA
TTO : remoção de cateter (cateteres venosos centrais, periféricos ou percutâneos) e ANT parenteral;
Vancomicina ou linezolida tratamento de IPCS-CVC por MRSA.
IPCS-CVC por fungos  Ao menos duas semanas de terapia antifúngica sistêmica
INFECÇÃO INTRA ABDOMINAL 
 Grupo de doenças comum em práticas cirúrgicas;
 TIPOS DE IABs: 
Não complicadas  está dentro de um único órgão, sem haver nenhuma perfuração do TGI – Não geram 
doenças sérias.
- TTO: ANT restrito e reparo do foco infeccioso. 
Complicadas se estendem para além do órgão de origem, e na cavidade peritoneal, através de uma 
víscera perfurada, estimulando síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS). 
o Infecção contida: Formação de um abscesso. 
o Disseminação descontrolada: Peritonite difusa (elevada mortalidade - necessita de laparotomia de urgência) . 
 Associada a comunidade (CA-IABs) e Associada ao hospital (HA-IABs). 
INFECÇÃO INTRA ABDOMINAL 
A peritonite secundária é polimicrobiana  TTO : antibióticos de um espectro adequado e retirar 
foco; 
IAB de origem hospitalar (HA-IAB): Maior risco de patógenos MDR  TTO: ANT de amplo espectro e 
drenagem cirúrgica. 
Se falha de dois procedimentos para controle de focos intra-abdominais ou falha completa das 
defesas intra-abdominais do hospedeiro contra a infecção  peritonite terciária. TTO: técnica de 
abdome aberto para limpeza peritoneal manualmente. 
ANTIBIÓTICOS 
PROFILAXIA ANTIBIÓTICA:
A profilaxia deve ser administrada até 60 min antes da cirurgia. Se vanco ou fluoroquinolona: 120 min. Repetição
da dosagem intra operatória para procedimentos que excedam duas meias-vidas do fármaco (geralmente >4h) ou
se perda excessiva de sangue (> 1.500 mL).
Profilaxia idealmente em dose única. Profilaxia estendida (até 24h) – se prótese, cirurgias cardiológica ou 
neurológica. Se usada por tempo prolongado  Relação com aumento do risco de infecção nasocomial não 
relacionada ao sítio cirúrgico e LRA. 
A maioria das ISC são provocadas por cocos Gram-positivos  Profilaxia contra estafilococos; 
 Preferível - Cefalosporina de 1ª geração; Alérgico a penicilina: Clindamicina ou Vanco;
Se Gram-negativos ou anaeróbicos cefalosporina de 2ª geração ou combinação 1ª geração + metronidazol. 
OBS: Profilaxia com Vancomicina: Se incidência de infecções por MRSA for alta (>20% de todas as ISC).
ESQUEMA DE ANTIBIÓTICO PROFILÁTICO
Cefazolina é a droga 
de escolha para 
muitos 
procedimentos. É a 
droga mais estudada 
e com eficácia 
comprovada.
DOSE: 2 g para 
pacientes <120 KG/ 
3g se > 120 KG. 
PRINCÍPIOS DA TERAPIA 
ANTIMICROBIANA
1. AVALIAÇÃO DE UMA POSSÍVEL INFECÇÃO: 
Na ausência de febre, qualquer quadro de hipotensão, taquicardia, taquipneia, confusão, rigidez, lesões 
cutâneas, manifestações respiratórias, oligúria, acidose láctica, leucocitose, leucopenia, neutrófilos 
imaturos (bastões >10%), ou trombocitopenia pode indicar quadro infeccioso; 
Idosos, hepatopatas, renais crônicos, pacientes em uso de anti-inflamatórias podem apresentar-se 
eutérmicos mesmo em infecção severa;
Febre- comum nas primeiras 24 a 72 horas após a cirurgia e geralmente tem origem não infecciosa. Se 
> 96 horas após a cirurgia, tem maior probabilidade de representar uma infecção.
Febre já nas primeiras horas (estrepto e Clostridium)  remover o curativo e ver incisão;
RX de tórax é opcional na febre no PO, exceto se uso prolongado de VM, taquipnéia, ausculta pulmonar 
alterada ou aumento das secreções pulmonares.
PRINCÍPIOS DA TERAPIA 
ANTIMICROBIANA
2. HEMOCULTURA: 
Devem ser obtidas de pacientes com um novo episódio de febre, quando 
a avaliação clínica não sugere fortemente uma causa não infecciosa;
A coleta de duas a três hemoculturas, com o volume apropriado, de 
locais distintos no início do quadro febril. 
3. ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA: 
Pela alta prevalência de patógenos MDR, a terapia empírica inicial deve 
ser direcionada de forma adequada. Dose suficiente para assegurar a 
morte das bactérias, diminuindo o espectro de cobertura o mais rápido 
possível e manter apenas o tempo necessário.
ESCOLHA DO ANTIBIÓTICO
 Primordial é que o antibiótico escolhido tenha 
atividade contra patógenos identificados ou 
prováveis;
 Escolhidos com base no espectro, seja amplo ou 
direcionado; 
 Se cultura negativa Interrupção do ANT em até 
48h;
 Paciente permanecer com SIRS no momento 
predeterminado para o fim da antibioticoterapia
 interromper a terapia e reavaliar se há uma
infecção persistente ou nova e não estender o ANT.
ESCOLHA DO ANTIBIÓTICO
CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS SOBRE 
DOENÇAS, PATÓGENOS E ANTIBIÓTICOS
DOENÇAS ASSOCIADAS AO CLOSTRIDIUM DIFFICILE
Antibióticos interfere no balanço da flora colônica, permitindo supercrescimento do C. difficile;
A CDAD é inquestionavelmente uma infecção nosocomial. Os esporos persistem em
superfícies inanimadas e podem ser transmitidos de pacientes para pacientes (equipamentos 
contaminados ou por profissionais de saúde); 
 Paciente típico: febre, distensão abdominal com ou sem maciez, diarreia copiosa e leucocitose.
 TTO: - Moderado: Retirada do ANT; - Grave:Uso de metronidazol EV ou VO ou Vancomicina.
INFECÇÃO COMPLICADA DE PELE E PARTES MOLES: 
Incluem: Abscessos, infecções em espaços profundos, infecções no pé diabético, ISCs pós-operatórias 
com sinais sistêmicos de infecção, úlceras de decúbito infectadas, e infecções de partes moles 
necrosantes.
TTO: terapia antibiótica direcionada para os patógenos mais prováveis (MRSA na maioria dos casos).
ESPECTRO DA AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS
Atuam na Síntese de Parede Celular
Antibióticos β-Lactâmicos: penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenemas
oPENICILINAS: 
- Pacientes hospitalizados não devem ser tratados empiricamente com penicilinas resistentes à penicilinase
pelas altas taxas de MRSA. Porém se S. aureus isolado for sensível, as penicilinas são boas opções.
- Pouca ou nenhuma atividade contra a maioria dos bacilos Gram-negativos.
- A combinação com um inibidor β-lactamase (tazobactam, ácido clavulânico) aumenta a eficácia. 
oCEFALOSPORINAS: 
- Agentes de 1ª e 2ª geração são úteis para profilaxia, infecções descomplicadas ou desescalonamento;
- Agentes de 3ª geração: maior atividade contra bacilos Gram - . Ineficaz contra cocos Gram + e 
anaeróbios.
- As cefalosporinas de 4ª geração (cefepima) não apresentam atividade contra os enterococos ou 
anaeróbios entéricos. Têm atividade anti Gram + comparável as de 1ª geração; 
Atuam na Síntese de Parede Celular
oMONOBACTÂMICOS:
-Ação contra os bacilos Gram - ; Sem atividade contra Gram + ou anaeróbios;
- Único agente- aztreonam. 
o CARBAPENEMAS: 
- O imipenem-cilastatina, meropenem e doripenem têm o maior espectro de qualquer antibiótico. Excelente 
atividade contra estreptococos aeróbicos e anaeróbicos, estafilococos sensíveis à meticilina e quase todos os 
bacilos Gram -. 
Atuam na Síntese de Parede Celular 
Antibióticos lipoglicopeptídeos
oVANCOMICINA: 
- S. aureus e S. epidermidis são suscetíveis;
- Indicação: Infecções graves por MRSA ou MRSE, Gram+ em pacientes com alergia severa à
penicilina;
- Efeito adversos: alteração do paladar, náusea, vômito e cefaleia.
Atuam na Síntese de Parede Celular 
Antibióticos Lipopeptídeos cíclicos
o DAPTOMICINA:
-Atividade bactericida rápida e potente ( Gram +, aeróbicas e anaeróbicas e cepas MDR); 
-Efeito bactericida concentração-dependente e tem uma meia-vida longa (oito horas);
-Não deve ser usada para o tratamento de pneumonia, pois penetra mal em tecido pulmonar, e 
também é inativada pelo surfactante pulmonar.
Polimixinas
-5 descritas ( A a E)/ 2 (B e E) são utilizadas clinicamente;
-Haviam caído em desuso ( nefro e neurotoxicidade), mas voltaram devido a MDR;
Inibidores da síntese de proteínas:
Aminoglicosídeos:
-Antes desprezado pela toxicidade  Depois ressurgiu pela resistência antimicrobiana;
- Gentamicina, tobramicina e amicacina ainda são usados com frequência;
- Raro uso como 1ª linha, exceto  infecção séria por Pseudomonas, endocardite enterocócica
ou infecção provocada por um bacilo Gram - MDR;
Tetraciclinas:
- São bacteriostáticas. Excelente atividade antianaeróbica;
- São contraindicadas na gestação e para crianças menores de oito anos (toxicidade dentária).
Inibidores da síntese de proteínas:
Oxazolidinonas:
-Linezolida;
- É equivalente à vancomicina para pneumonia nosocomial e PAVM;
-Não exige ajuste de dose na insuficiência renal.
Macrolídeo- Lincosamida- Estreptogramina:
-Clindamicina boa atividade antianaeróbico e atividade razoavel contra os cocos Gram + 
suscetíveis, não incluindo MRSA;
- É preferida sobre a vancomicina para profilaxia em alérgicos à penicilina
Substâncias que interferem em Ácidos 
Nucleicos
Fluoroquinolonas:
-Ciprofloxacina, levofloxacina e moxifloxacina;
-Amplo espectro de ação, excelente absorção e biodisponibilidade oral, e são geralmente bem 
toleradas;
- São mais ativas contra bactérias Gram-negativas;
-Prolongam o intervalo QT  arritmia ventricular (torsades de pointes).
Substâncias que interferem em Ácidos 
Nucleicos
Metronidazol: 
-AÇÃO  Anaeróbios, protozoários e potente atividade bactericida; 
-Penetra em quase todos os tecidos – Inclui SNC ( Eficaz para infecções profundas); 
SULFAMETOXAZOL-TRIMETOPRIM
-Infecções do trato urinário, exacerbações agudas da bronquite crônica;
-É o tratamento de escolha para as infecções causadas por S. maltophilia
- Não é recomendada se clearance de creatinina < 15 mL/min.
TOXICIDADE DOS ANTIBIÓTICOS
1. Nefrotoxicidade: Os mecanismos de toxicidade clínica relacionam-se à isquemia e à toxicidade para 
as células dos túbulos renais proximais;
 Aminoglicosídeos Correlação com idade avançada, frequência de doses, acidemia, depleção de 
volume – Ameniza risco de uso em dose única diária;
 Vancomicina  Correlação com dosagem mais alta e administração concomitante de outra 
nefrotoxinas; 
PolimixinasAté 40% de pacientes tratado terão aumento de Creat sérica. Neurotoxicidade pode 
manifestar-se com fraqueza e polineuropatia. 
TOXICIDADE DOS ANTIBIÓTICOS
2. Alergia aos β-Lactâmicos: 
 A reação alérgica é a toxicidade mais comum dos antibióticos β-lactâmicos- Pp se parenteral;
Se reação prévia  Aumenta 4 a 6x o risco de nova reação.
3. Síndrome do Homem Vermelho:
Uso de vancomicina parenteral  formigamento, rubor facial, pescoço ou tórax, além de febre, 
calafrios ou flebite local;
4. Ototoxicidade: 
 Aminoglicosídeos Toxicidade coclear ou vestibular ( geralmente irreversível); 
 Vancomicina Mal documentada ( Perda auditiva – Relação com neurotoxicidade);
EVITANDO TOXICIDADE: 
AJUSTE DA DOSE 
1. INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA: 
Fígado- metabolização e eliminação de substâncias. 
Geralmente, a redução de uma dosagem de até 25% da dose normal é 
considerada se o metabolismo hepático for de 40% ou menos, e a função 
renal for normal. 
2. INSUFICIÊNCIA RENAL: 
Eliminação renal da droga depende (filtração glomerular, secreção 
tubular e da reabsorção)- qualquer um desses pode estar alterado em 
pacientes com disfunção renal.
PATÓGENOS IMPORTANTES PARA PACIENTES
CRITICAMENTE ENFERMOS
 Enterococos Resistentes à Vancomicina 
Staphylococcus aureus: 
Pseudomonas aeruginosa: principal causa de morte por infecção nosocomial nas UTI – Até 70%
 Enterobacteriaceae Multidroga-Resistentes, Incluindo Espécies de Klebsiella;
Stenotrophomonas;
 Complexo Acinetobacter baumannii
INFECÇÕES FÚNGICAS
Micoses invasivas- grande causa de morbidade e mortalidade nos pacientes cirúrgicos hospitalizados;
Fungemia é o 4º tipo mais comum de infecção da corrente sanguínea nos Estados Unidos;
Pp Patógenos  Candida albicans, Candida não albicans, Aspergillus. 
PROFILAXIA:
Fluconazol- reduziu significativamente a incidência de infecções fúngicas. Não altera sobrevida. Uso se 
paciente de alto risco.
 Infecção grave por cândida pode ocorrer: febre (>38,5ºC) ou hipotermia (<36ºC); hipotensão 
prolongada (>2h) inexplicada não responsiva à volume; e ausência de resposta clínica para um 
tratamento antimicrobiano em uma infecção bacteriana suspeita.
INFECÇÕES FÚNGICAS
o DM: É um preditor independente para candidíase de mucosa, candidíase invasiva e aspergilose;
oNEUTROPENIA: Correlação direta entre o grau de neutropenia e o risco de infecção fúngica
invasiva;
oTRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E IMUNOSSUPRESSÃO: 2 pp. Patógenos (Candida e Aspergillus spp). 
O risco de infecção fúngica diminui após seis meses do transplante; 
oDOENÇA MALIGNA: Câncer e a quimioterapia produzem neutropenia, déficits na imunidade inata 
mediada por linfócitos e imunodeficiência adaptativa;
oCATETERES VENOSOS CENTRAIS: Muitos episódios de candidemia representam um IPCS-CVC
 FATORES 
DE RISCO: 
CONTROLE DE INFECÇÃO 
Higiene das mãos - meio mais eficaz. Álcool gel é eficaz, exceto se esporos de Clostridium difficile; 
A patologia de base deve ser identificada e tratada o mais rápido possível;
Cateteres venosos centrais inseridos sob precauções de barreiras insuficientes (Sem EPI’s)  nova 
punção, em um novo local, sob condiçõesassépticas o mais breve possível- Não ultrapassar 24h; 
Drenos devem ser utilizados quando necessários e removidos sempre que possível;
Observar se risco de respingo: touca, máscara, avental, luvas e óculos protetores; 
Precaução de contato  usada seletivamente com intuito de prevenir a disseminação de 
determinados patógenos ( Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA), Enterococcus
resistente à vancomicina (VRE), ou bacilos Gram-negativos MDR) – Materiais específicos no quarto.
Não recomenda-se remoção de pelos; se for removido, com cortadores ou um agente depilatório 
deve ser utilizado imediatamente antes da cirurgia. Lâminas não devem ser usadas.
CONTROLE DE INFECÇÃO 
Gluconato de clorexidina Ação bactericida, viricida e fungicida baixa, mas persistente. Usar no 
preparo da pele para inserção. Superior ao povidine.
Marcar o curativo de forma clara com a data e horário de cada troca; 
Cateteres venosos centrais não tunelizados e cateteres de artéria pulmonar representam um
risco mais elevado;
A aspiração contínua das secreções subglóticas através de um tubo endotraqueal, gera redução
de 50% nos casos de PAVM.
oOs tubos endotraqueais impregnados com prata são eficazes na redução da colonização das vias 
respiratórias e podem reduzir as incidências de PAVM e a mortalidade.
Protocolos de desmame da VM  interrupções de sedação diária e utilização de modos 
espontâneos de ventilação, permitindo a extubação mais rápida, diminuindo o risco de PAVM.
PRATICANDO
PRATICANDO
PRATICANDO
PRATICANDO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sabiston tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. Courtney M. 
Townsend ... [et al.] - 20. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019.
Sabiston tratado de cirurgia. Courtney M. Townsend, Jr. ... [et al.] - 19. ed. - Rio de Janeiro : 
Elsevier, 2015.
Da Costa AC, Santa Cruz F, Ferraz AAB. O que há de novo em infecção do sítio cirúrgico e 
antibioticoprofilaxia em cirurgia?. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2020;33(4):e1558. DOI: /10.1590/0102-
672020200004e1558
UP TO DATE.

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