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3.3 – Aplicação da Lei de Gauss: Algumas Distribuições Simétricas de Carga Consideremos agora como podemos usar a Lei de Gauss: 𝑄 = ∮𝐷𝑑𝑠 Para determinar Ds se a distribuição de cargas for conhecida. Este é o exemplo de uma equação integral na qual a incógnita aparece sob o sinal de integração. A solução é fácil se formos capazes de escolher uma superfície fechada que satisfaça às condições: 1) Ds é em qualquer lugar normal ou tangencial a uma superfície fechada, de modo que Ds*ds se torne Ds*ds ou zero, respectivamente. 2) Nesta porção da superfície fechada na qual Ds*ds não é zero, Ds é igual a uma constante. Consideremos a carga pontual Q na origem de um sistema de coordenadas esféricas e escolhamos uma superfície fechada conveniente que satisfaça as duas condições acima. A superfície em questão é evidentemente uma superfície esférica, centrada na origem, e com raio qualquer r. Ds é em qualquer lugar normal à superfície, Ds tem o mesmo valor em todos os pontos desta superfície. Tem-se, então, 𝑄 = ∮ 𝐷𝑠 ∗ 𝑑𝑠 = ∮ 𝐷𝑠 ∗ 𝑑𝑠 𝑒𝑠𝑓𝑠 = 𝐷𝑠 ∮ 𝑑𝑠 = 𝐷𝑠 ∫ ∫ 𝑟2 sin 𝜃𝑑𝜑𝑑𝜃 𝜃= 𝜋 𝜃=0 𝜑=2𝜋 𝜑=0𝑒𝑠𝑓 = 4𝜋𝑟2 ∗ 𝐷𝑠 E, portanto, 𝐷𝑠 = 𝑄 4𝜋𝑟2 Como r pode ter qualquer valor e Ds está dirigido radialmente, 𝐷 = 𝑄 4𝜋𝑟2 𝑎𝑟 𝐸 = 𝑄 4𝜋𝜀0𝑟2 𝑎𝑟 Aplicação da Lei de Gauss: Elemento Diferencial de Volume Consideremos um ponto P qualquer, mostrado na figura, localizado por um sistema de coordenadas cartesianas. O valor de D no ponto P pode ser expresso em coordenadas cartesianas, 𝐷0 = 𝐷𝑥0𝑎𝑥 + 𝐷𝑦0𝑎𝑦 + 𝐷𝑧0𝑎𝑧 Escolhemos como nossa superfície uma pequena caixa retangular centrada no ponto P, tendo lados de comprimento ΔX, ΔY e ΔZ e aplicamos a Lei de Gauss: ∮ 𝐷𝑑𝑠 = 𝑄 𝑠 Para calcular-se a integral sobre a superfície fechada, a integral precisa ser dividida em seis, uma sobre cada superfície. Portanto, P (x, y, z) Y X Z Uma superfície gaussiana diferencial em torno de um ponto P é usada para investigar a taxa de variação de D no espaço na vizinhança de P ∮ 𝐷𝑑𝑠 = ∫ +∫ +∫ +∫ +∫ +∫ 𝑏𝑎𝑠𝑒𝑡𝑜𝑝𝑜𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎𝑎𝑡𝑟á𝑠𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 Consideremos a primeira destas seis integrais em detalhe. Como o elemento de superfície é muito pequeno, D é essencialmente constante (sobre essa porção de toda superfície fechada) e ∫ ≈ 𝐷𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 ∗ ∆𝑠𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 ≈ 𝐷𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 ∗ ∆𝑦∆𝑧𝑎𝑥 ≈ 𝐷𝑥,𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 ∗ ∆𝑦∆𝑧 Onde temos somente que aproximar o valor de Dx nesta face frontal. A face frontal está a uma distância ∆𝑥 2 de P e, por isso, 𝐷𝑥,𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 ≈ 𝐷𝑥0 + ∆𝑥 2 𝑥 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐷𝑥 𝑐𝑜𝑚 𝑥 ≈ 𝐷𝑥0 + ∆𝑥 2 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 Onde 𝐷𝑥0 é o valor de Dx no ponto P e onde a derivada parcial deve ser usada para expressar a variação de Dx com x, desde que Dx é em geral também variável com Y e com Z. Temos, agora, ∫ ≈ 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐷𝑥𝑜 + ∆𝑥 2 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 )∆𝑦∆𝑧 Consideremos, agora, a integral sobre a superfície posterior, ∫ ≈ 𝐷𝑎𝑡𝑟á𝑠 ∗ ∆𝑠𝑎𝑡𝑟á𝑠 𝑎𝑡𝑟á𝑠 ≈ 𝐷𝑎𝑡𝑟á𝑠 ∗ (−∆𝑦∆𝑧𝑎𝑥) ≈ − 𝐷𝑥,𝑎𝑡𝑟á𝑠 ∗ ∆𝑦∆𝑧 e 𝐷𝑥,𝑎𝑡𝑟á𝑠 ≈ 𝐷𝑥0 − ∆𝑥 2 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 Obtendo, ∫ ≈ 𝑎𝑡𝑟á𝑠 (−𝐷𝑥𝑜 + ∆𝑥 2 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 )∆𝑦∆𝑧 Se combinarmos estas duas integrais, ∫ + 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 ∫ ≈ 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 ∆𝑥∆𝑦∆𝑧 𝑎𝑡𝑟á𝑠 Usando exatamente o mesmo processo, encontramos que ∫ + 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 ∫ ≈ 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 ∆𝑥∆𝑦∆𝑧 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 ∫ + 𝑡𝑜𝑝𝑜 ∫ ≈ 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 ∆𝑥∆𝑦∆𝑧 𝑏𝑎𝑠𝑒 E estes resultados podem ser reunidos de modo a oferecer ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 ≈ ( 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 )∆𝑥∆𝑦∆𝑧 ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 ≈ ( 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 )∆𝑣 Pode-se, então, aplicando a lei de Gauss a uma superfície fechada, 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 ∆𝑣 ≈ ( 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 ) 𝑥 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 ∆𝑣 3.5 – A Divergência Em cálculo vetorial, o operador divergência é um operador que mede a magnitude de "fonte" ou "poço/sorvedouro" de um campo vetorial em um dado ponto, isto é, ele pode ser entendido como um escalar que mede a dispersão ou divergência dos vetores do campo num determinado ponto. Por exemplo, considere o volume de ar de uma sala sendo aquecido ou resfriado. O campo vetorial, neste caso, é a velocidade do ar se movendo. Se o ar é aquecido em uma determinada região, ele irá se expandir em todas as direções, então a divergência do campo de velocidade nesta região será positivo, pois, se observarmos um pequeno volume nessa região, teremos mais ar saindo do que entrando nesse volume; uma outra maneira de expressar esta condição é dizendo que neste caso temos "fontes" no sistema/ponto. Se o ar resfria e se contrai, a divergência será negativo, pois há, na região, uma convergência de ar: teremos mais ar entrando do que saindo neste pequeno volume. Podemos também expressar este caso dizendo que temos "sumidouros". Outro caso que pode ocorrer é o divergente ser zero. Neste caso dizemos que o sistema está em regime estacionário; ou seja, a energia não varia com o tempo. Não há, portanto, acúmulo nem sumidouro de energia. No contexto da Mecânica dos fluidos, temos a incompressíbilidade de fluídos (neste caso os líquidos especificadamente) uma vez que a densidade de líquidos é praticamente uma constante em regime estacionário. Obteremos agora uma relação exata, permitindo que o volume Δv tenda a zero. Escrevendo as equações anteriores como 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 ≈ ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 ∆𝑣 = 𝑄 ∆𝑣 Ou, como um limite, https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lculo_vetorial https://pt.wikipedia.org/wiki/Operador https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_vetorial https://pt.wikipedia.org/wiki/Mec%C3%A2nica_dos_fluidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Mec%C3%A2nica_dos_fluidos 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 = lim ∆𝑣 →0 ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 ∆𝑣 = lim ∆𝑣 →0 𝑄 ∆𝑣 Onde a aproximação foi substituída por uma igualdade. É evidente que o último termo é a densidade volumétrica de cargas ρ e, portanto, que, 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 = lim ∆𝑣 →0 ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 ∆𝑣 = 𝜌 A equação 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 = lim ∆𝑣 →0 ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 ∆𝑣 Não envolve a densidade de carga, e os métodos analisados anteriormente podem ser usados para qualquer vetor A, para encontrar ∮ 𝐴𝑑𝑠 𝑠 para uma pequena superfície fechada, levando a 𝜕𝐴𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐴𝑧 𝜕𝑧 = lim ∆𝑣 →0 ∮ 𝐴𝑑𝑠 𝑠 ∆𝑣 Onde A pode representar velocidade, gradiente de temperatura, força ou qualquer outro campo vetorial. Esta operação recebeu o nome descritivo de divergência. A divergência de A é definida como: 𝐷𝑖𝑣𝑒𝑟𝑔ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝐴 = 𝑑𝑖𝑣 𝐴 = lim ∆𝑣 →0 ∮ 𝐴𝑑𝑠 𝑠 ∆𝑣 E é usualmente abreviada de div A. A interpretação física da divergência de um vetor é obtida como membro de uma família de vetores de densidade de fluxo para ajudar a interpretação física. Logo, A divergência do vetor densidade de fluxo A é a variação do fluxo através de uma superfície fechada de um pequeno volume que tende a zero. Por exemplo, considerando a divergência da velocidade da água em uma ducha, depois da torneira ser aberta; se fecharmos uma área, nota-se que a diferença entre a água que entra e água que saí da superfície é igual a zero. Por isso, a divergência da velocidade é nula. Se, contudo, considerarmos a velocidade do ar dentro de um tubo logo depois de ter sido perfurado por um prego; verifica-se que o ar está se expandindo enquanto a pressão caí e, consequentemente, há um fluxo líquido deixando qualquer superfície pertencente ao tubo. A divergência desta velocidade será, portanto, maior que zero. A divergência aplicada a um volumediferencial de coordenadas cartesianas é dado por: 𝐷𝑖𝑣 𝐷 = 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 3.6 – Primeira Equação de Maxwell (Eletrostática) O escocês James Clerck Maxwell (1831 – 1879) é considerado um dos maiores físicos de todos os tempos em face dos seus estudos na área do eletromagnetismo. Maxwell baseou-se nas teorias de Gauss, Ampére e Faraday para formular um conjunto de quatro equações que descreve todos os fenômenos eletromagnéticos e para encontrar a equação dessas ondas no vácuo. Apesar de todos os seus estudos, Maxwell morreu sem conseguir produzir ou detectar ondas eletromagnéticas, o que comprovaria suas teorias. Somente oito anos após sua morte que Heirinch Hertz provou experimentalmente as previsões feitas por Maxwell. As contribuições de Maxwell para o eletromagnetismo equiparam-no a físicos como Isaac Newton e Albert Einstein. As equações de Maxwell As equações de Maxwell firmam-se nas teorias de Gauss, Ampére e Faraday para fundamentar o eletromagnetismo, relacionando o campo elétrico e o campo magnético. A primeira dessas quatro equações fundamentais é uma reanálise da equação de Gauss, como se verifica abaixo: 1. Lei de Gauss para a eletricidade: é a primeira das quatro equações de Maxwell e recebe esse nome em homenagem ao seu criador, o físico Carl Friederick Gauss. Ela estabelece a relação entre carga elétrica e campo elétrico, podendo ser enunciada da seguinte forma: “O fluxo do campo elétrico através de uma superfície fechada no vácuo é igual à soma das cargas internas à superfície dividida pela permissividade elétrica do vácuo”. Queremos agora consolidar os conhecimentos adquiridos e dar uma interpretação da operação divergência quando relacionada à densidade de fluxo elétrico. A expressão desenvolvida então pode ser escrita como: 𝑑𝑖𝑣 𝐷 = lim ∆𝑣 →0 ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 ∆𝑣 𝐷𝑖𝑣 𝐷 = 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑥 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑦 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 𝑑𝑖𝑣 𝐷 = 𝜌 A primeira equação é a definição de divergência; a segunda equação é o resultado da aplicação da definição a um volume diferencial em coordenadas cartesianas dando-nos uma equação pela qual a divergência de um vetor expresso em coordenadas cartesianas pode ser calculado e a terceira é a divergência de ρ. A terceira equação é quase um resultado óbvio se estivermos familiarizados com o conceito de divergência, definido pela primeira equação pois, dada a lei de Gauss, ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 = 𝑄 Por unidade de volume, ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 ∆v = 𝑄 ∆v Quando o volume tende a zero, lim ∆𝑣 →0 ∮ 𝐷𝑑𝑠 𝑠 ∆v = lim ∆𝑣 →0 𝑄 ∆v Devemos notar div no lado esquerdo e densidade volumétrica de cargas no lado direito: 𝑑𝑖𝑣 𝐷 = 𝜌 Esta é a primeira das quatro equações de Maxwell e aplica-se à eletrostática e a campos magnéticos estacionários. Estabelece que o fluxo elétrico por unidade de volume deixando um volume infinitesimal é exatamente igual à densidade volumétrica de cargas no ponto. Esta equação é usualmente chamada forma pontual (ou local) da lei de Gauss. Esta lei relaciona o fluxo que deixa qualquer superfície fechada à carga envolvida, e a primeira equação de Maxwell perfaz uma afirmação idêntica em termos de “por unidade de volume” em um volume infinitesimal, ou em um ponto. Lembrando que a divergência pode ser expressa como a soma de três derivadas espaciais, a primeira equação de Maxwell é também descrita como a forma diferencial da Lei de Gauss; por outro lado, tal lei é reconhecida como a forma integral da primeira equação de Maxwell. Na próxima aula, daremos inícios aos exercícios aplicando esses conceitos. Capacitor de Placas Paralelas: Cálculo da Intensidade de Campo Elétrico nas Placas Três superfícies planas, infinitas e carregadas, localizam-se, no vácuo, da seguinte maneira: 2,0 µC/m2 em x = -3; - 5,0 µC/m2 em x = 1 e 4,0 µC/m2 em x = 5. Determine o campo elétrico nos pontos: a) (0; 0; 0) b) (2,5; -1;6; 4,7) c) (8; -2; -5) d) (-3,1; 0; 3,1) 1, 2, 3 → Planos ➔ Placa carregada positivamente; ➔ Placa carregada negativamente. No exercício anterior, vimos que a intensidade de campo elétrico em um plano infinito carregado é dado pela expressão: X = -3 X = 1 X = 5 1 2 3 X P2 P1 P3 P4 E1 E1 E1 E1 E3 E3 E3 E3 E2 E2 E2 E2 �⃗� = 𝜌𝑠 2𝜀0 𝑎𝑍 Logo, podemos substituir os valores, achando as intensidades dos campos elétricos. Então, 𝐸1 = 𝜌𝑠1 2𝜀0 ; 𝐸1 = 2𝑥10−6 2𝜀0 = 1𝑥10−6 𝜀0 𝐸2 = 𝜌𝑠2 2𝜀0 ; 𝐸1 = 5𝑥10−6 2𝜀0 = 2,5𝑥10−6 𝜀0 𝐸3 = 𝜌𝑠3 2𝜀0 ; 𝐸1 = 4𝑥10−6 2𝜀0 = 2𝑥10−6 𝜀0 Agora, para calcularmos as intensidades dos campos elétricos, somamos os valores, de acordo com as posições e sentidos destacados pela senta. É importante observar que o valor da carga, agora, não é mais relevante, no que tange ao seu sinal; devemos observar a diretriz apontada na aula passada para asseverar os reais resultados das intensidades dos campos elétricos nos pontos. Assim, deve-se recordar que: + → Converge para Fora (se afasta da linha originária); - → Converge para Dentro (Se aproxima da linha originária). Logo, os cálculos sobre os respectivos pontos ficam: 𝑃 1 → 𝐸1⃗⃗ ⃗⃗ = (2,5−1−2)∗ 10−6 𝜀0 = −0,5 𝑥 10−6 𝜀0 = −56,52𝑥103𝑎𝑥 𝑣 𝑚⁄ 𝑃 2 → 𝐸2⃗⃗ ⃗⃗ = (1+ 2,5 − 2)∗ 10−6 𝜀0 = 1,5 𝑥 10−6 𝜀0 = 169,91𝑥103𝑎𝑥 𝑣 𝑚⁄ 𝑃 3 → 𝐸3⃗⃗ ⃗⃗ = (1− 2,5 − 2)∗ 10−6 𝜀0 = −3,5 𝑥 10−6 𝜀0 = −395,04𝑥103𝑎𝑥 𝑣 𝑚⁄ 𝑃 4 → 𝐸4⃗⃗ ⃗⃗ = (1+2 − 2,5)∗ 10−6 𝜀0 = 0,5 𝑥 10−6 𝜀0 = 56,52𝑥103𝑎𝑥 𝑣 𝑚⁄ Capacitor de Placas Paralelas: Cálculo da Intensidade de Campo Elétrico as Placas Vamos imaginar o capacitor de placas paralelas no eixo y, conforme apresentado abaixo, sendo a linha vermelha a carga positiva (1) e a linha verde, a carga negativa (2). Em qualquer ponto do espaço, temos: �⃗� = 𝐸1 ⃗⃗⃗⃗ + 𝐸2 ⃗⃗⃗⃗ Contudo, a intensidade do campo elétrico fora do capacitor é zero (as intensidades de campo elétrico se anulam, conforme apresenta o desenho). Logo, �⃗� (𝑓𝑜𝑟𝑎) = 0 �⃗� (𝑑𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜) = 2𝜌𝑆 2𝜀0 𝑎𝑦 = 𝜌𝑆 𝜀0 𝑎𝑦 Obs.: fica 2ρs, porque temos um capacitor de duas placas paralelas. P2 P3 P1 E1 E1 E1 E2 E2 E2 1 2 Capacitor de Placas Paralelas: Cálculo da Intensidade de Campo Elétrico as Placas As superfícies esféricas r = 2, 4 e 6 m possuem densidades superficiais de carga iguais a 100, -30 e 6 µC/m2, respectivamente. Determinar o módulo da densidade de fluxo elétrico para r igual a: a) r = 1,0 m; b) r = 3,0 m; c) r = 5,0 m; d) r = 8,0 m. r = 8,0 m r = 6m, com ρs = 6,0 µC/m2 r = 4 m, com ρs = -30,0 µC/m2 r = 5,0 m r = 3,0 m r = 1,0 m r = 2 m, com ρs = 100,0 µC/m2 Obs.: As superfícies esféricas na cor vermelha representam as áreas de interesse para o cálculo do módulo da densidade de fluxo elétrico. As superfícies em azul representam as superfícies esféricas de carga positiva, enquanto que a superfície esférica em verde representa a superfície esférica de carga negativa. Voltando ao exercício, a solução, novamente, envolve trabalharmos com a Lei de Gauss (e, pela obviedade da forma geométrica, já sabemos qual superfície gaussiana será adotada) e realizarmos o mesmo missal adotado anteriormente. Assim, devemos calcular a Lei de Gauss: 𝐿𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝐺𝑎𝑢𝑠𝑠 = ∮ �⃗⃗� 𝑑𝑠⃗⃗⃗⃗ 𝑠 = 𝑄𝑖𝑛𝑡 Assim como já realizado em exercícios anteriores, vamos calcular A (a integral) e B (a carga) e, então igualar A com B, obtendo a resposta. Contudo, como é possível verificar, temos três superfícies carregadas com ρs. Então, para o cálculo da carga, uma combinação matemática será necessária para a realização adequada dos cálculos matemáticos. Vamos a solução do problema: Cálculo de A (integral): ∮ �⃗⃗� 𝑑𝑠⃗⃗⃗⃗ 𝑠 �⃗⃗� = 𝐷𝑟𝑎𝑟𝑑𝑠⃗⃗⃗⃗ = 𝑑𝑠𝑎𝑟 Voltando a integral: ∮ �⃗⃗� 𝑑𝑠⃗⃗⃗⃗ 𝑠 = 𝐷𝑟 ∮ 𝑑𝑠 𝑠 = 𝐷𝑟 ∗ 4𝜋𝑟2 Como podem recordar, já resolvido em exercícios anteriores, a área da esfera é denotada por 4𝜋𝑟2. Calculando agora B (a carga): 𝑄𝑖𝑛𝑡 =? Devemos calcular para cada raio solicitado. a) r = 1,0 m 𝑄𝑖𝑛𝑡 = 0 É zero, pois o raio de 1,0 metros encontra-se interno a menor esfera carregada; portanto, não existe carga dentro desse raio, consequentemente, sendo nula a mesma. Fazendo A = B, obtém-se: 𝐷𝑟 ∗ 4𝜋𝑟2 = 0 �⃗⃗� = 0 �⃗� = 0 b) r = 3,0 m. 𝑄𝑖𝑛𝑡 = 100𝑥10−6 ∗ 4𝜋22 𝑄𝑖𝑛𝑡 = 5 𝑥 10−3𝐶 Essa é, portanto, a carga interior ao raio r de 3,0 m. Igualando-se agora, A com B, obtém-se: 𝐷𝑟 ∗ 4𝜋𝑟2 = 5 𝑥 10−3𝐶 𝐷𝑟 ∗ 4𝜋32 = 5 𝑥 10−3𝐶 𝐷𝑟 = 44,44 𝑥10−6 𝑐 𝑚2⁄ Observem, novamente, a mudança do raio. Ele apresenta o valor 3, pois é onde se tem o interesse de saber o módulo da densidade superficial de cargas. c) r = 5,0 m 𝑄𝑖𝑛𝑡 = 100𝑥10−6 ∗ 4𝜋22 − 30𝑥10−6 ∗ 4𝜋42 𝑄𝑖𝑛𝑡 = −1 𝑥 10−3𝐶 Já para o terceiro raio, existe agora uma combinação de duas esferas carregadas, apresentando o valor em epígrafe. Igualando-se agora, A com B, obtém-se: 𝐷𝑟 ∗ 4𝜋𝑟2 = −1 𝑥 10−3𝐶 𝐷𝑟 ∗ 4𝜋52 = −1 𝑥 10−3𝐶 𝐷𝑟 = 3,20 𝑥10−6 𝑐 𝑚2⁄ Note que o resultado de Dr seria negativo, mas o enunciado pediu o módulo, portanto, positivo. d) r = 8,0 m 𝑄𝑖𝑛𝑡 = 100𝑥10−6 ∗ 4𝜋22 − 30𝑥10−6 ∗ 4𝜋42 + 6𝑥10−6 ∗ 4𝜋62 𝑄𝑖𝑛𝑡 = 1,71 𝑥 10−3𝐶 Igualando-se novamente, A com B, obtém-se: 𝐷𝑟 ∗ 4𝜋𝑟2 = 1,71 𝑥 10−3𝐶 𝐷𝑟 ∗ 4𝜋82 = 1,71 𝑥 10−3𝐶 𝐷𝑟 = 2,11 𝑥10−6 𝑐 𝑚2⁄ Lei de Gauss Diferencial A partir da Lei de Gauss integral, 𝐿𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝐺𝑎𝑢𝑠𝑠 = ∮ �⃗⃗� 𝑑𝑠⃗⃗⃗⃗ 𝑠 = 𝑄𝑖𝑛𝑡 = ∫ 𝜌𝑣𝑑𝑣 𝑣 E do teorema da divergência ∮ �⃗⃗� 𝑑𝑠⃗⃗⃗⃗ 𝑠 = ∫ (∇ ⃗⃗ ⃗ ∗ �⃗⃗� )𝑑𝑣 𝑣 1 2 Podemos escrever a Lei de Gauss diferencial igualando os integrandos de 1 e 2: ∇ ⃗⃗ ⃗ ∗ �⃗⃗� = 𝜌𝑣 Em coordenadas cartesianas: ∇ ⃗⃗ ⃗ ∗ �⃗⃗� = 𝜕𝐷𝑥 𝜕𝑋 + 𝜕𝐷𝑦 𝜕𝑌 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑍 Já em coordenadas cilíndricas, teríamos: ∇ ⃗⃗ ⃗ ∗ �⃗⃗� = 1 𝜌 𝜕(𝜌𝐷𝜌) 𝜕𝜌 + 1 𝜌 𝜕𝐷𝜑 𝜕𝜑 + 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑍 Exercício: Calcule a divergência de cada um dos campos vetoriais para os pontos indicados: a) �⃗⃗� = 4𝑋3𝑌3𝑍3𝑎𝑋 + 3𝑋4𝑌2𝑍2𝑎𝑌 + 2𝑋4𝑌2𝑍𝑎𝑍, P (1; 2; 3) b) �⃗⃗� = 𝑍 sin 𝜌 𝑎𝜌 + 𝑍 cos𝜑 𝑎𝜑 + 𝜌 sin𝜑 𝑎𝑧
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