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ARBOVIROSES

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INFECTOLOGIA
TEP
Cirrose
FACULDADE PRINCESA DO OESTE
FACULDADE DE ENFEMRAGEM 
ARBOVIROSES
Prof.: L. Arruda
ARBOVÍRUS E ARBOVIROSES
Arbovírus (de “arthropod borne virus”) são vírus que podem ser
transmitidos ao homem por vetores artrópodos.
Os arbovírus pertencem a três famílias:
1- Togaviridae: Chikungunya, Encefalites equinas (Leste, Oeste,
Venezuelana)
2- Bunyaviridae: Febre da Sandfly (mosquito pólvora), Febre do
Vale Rift, Febre hemorrágica da Criméia-Congo
3- Flaviviridae: Febre amarela, Dengue, Zika
Homem-Artrópodo- Homem 
Família Flaviviridae, Gênero Flavivirus
� Causa Dengue clássico (DC) e febre hemorrágica do Dengue (FHD)
� É um arbovírus (transmitidos por mosquitos)
� Possui 4 sorotipos distintos (DENV-1, 2, 3, 4)
VÍRUS DA DENGUE
RNA fita simples (+)
prM
Bicamada
Lipídica
E
Nucleocapsíde
o
30-50nm
O AGENTE
- Vírus RNA, com envelope, Flaviviridae.
-Transmitido primariamente por mosquitos
- Possui 4 sorotipos (tipos antigênicos)
- DEN 1
- DEN 2 Prevalência e distribuição
- DEN 3 geográfica diferentes
- DEN 4
- Sem diferenças marcantes de virulência
-Imunidade tipo-específica é longa
-Baixa reatividade sorológica cruzada
� Cada sorotipo confere imunidade sorotipo específica permanente e contra
outros sorotipos, por curto período
� Todos os sorotipos podem causar doença grave e fatal
� Variação genética dentro dos sorotipos (Genótipos)
� Alguns genótipos parecem ser mais virulentos e com maior potencial epidêmico
� Novas infecções com outro sorotipo, entre 3 -15 mêses após a primeira
infecção podem levar a dengue hemorrágico por desencadeamento de processo
de hipersensibilidade.
VÍRUS DA DENGUE
� O vírus Dengue é transmitido por fêmeas do mosquito
infectado
� Principalmente se alimenta durante o dia
� Possui hábitos domésticos
� Coloca os ovos e gera larvas preferencialmente em
recipientes artificiais.
Aedes aegypti
Fatores biológicos 
- Capacidade de reprodução do Aedes
- Transmissão transovariana
- Ritmo de reprodução acelerado
- Período de transmissão longo (vários dias)
- Calor úmido > oviposição acelerada > maior voracidad e
RE-EMERGÊNCIA DA DENGUE
- Picada de mosquitos (arbovírus) (outras formas ?)
- Principal vetor: Aedes aegypti
- Hábitos diurnos
- Predominantemente urbano
- Oviposição em água limpa
- Preferencialmente em recipientes artificiais
- Também o Aedes albopictus (1986)
TRANSMISSÃO
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
O vírus do dengue fazem uma primeira
replicação em células musculares estriadas, lisas e
fibroblastos, bem como em linfonodos locais. 
Os vírus podem circular
livres, no plasma ou no interior de monócitos/
macrófagos. 
Sabe-se que os vírus do dengue têm
tropismo por essas células fagocitárias, as quais 
são
os maiores sítios de replicação viral.
INFECÇÃO VIRAL
(OMS,1997)
Manifestações do Dengue
Assintomática Sintomática
Febre Indiferenciada
Dengue Clássica
(DC)
Febre do Dengue 
Hemorrágico (FDH)
com manifestações 
hemorrágicas
Infecção por Dengue
Sem
Choque
Com choque 
(SCD)
sem manifestações 
hemorrágicas
� Febre
� Prostração
� Cefaléia
� Dor retro-orbital
� Artralgia e mialgia
� Náuseas/vômito
� Anorexia
� Rash
� Manifestações hemorrágicas
Rash
Os sintomas gerais surgem após período de incubação
de dois (2) a sete (7) dias, coincidindo com a viremia.
Esses sintomas relacionam-se a níveis séricos elevados
de citocinas liberadas por macrófagos ao interagirem
com linfócitos T (LT) helper ativados.
DENGUE CLÁSSICA
99% das pessoas apresentam febre durante cerca de sete dias com 
início abrupto.
60% têm dor de cabeça frontal severa, dores nas articulações e 
músculos.
50% têm dor atrás dos olhos (retro-orbital);
50% têm prostação, indisposição, perda de apetite, náusea e vômitos. 
25% têm manchas vermelhas no tórax e braços.
IMPORTANTE: A Dengue se diferencia de resfriados e gripes por não
apresentar sintomas respiratórios.
DENGUE CLÁSSICA
� Hemorragias na pele (ex: petéquias)
� Gengivorragia
� Sangramento nasal
� Sangramento gastrointestinal
� Hematúria
� Fluxo menstrual aumentado
PetéquiasPetéquiasPetéquiasPetéquias
Manifestações Hemorrágicas do 
Dengue Clássico (DC)
O risco de dengue hemorrágica, em
infecção secundária, seria
aproximadamente cem (100) vezes maior
do que em uma primoinfecção.
� Febre ou história recente de febre de até 7 dias
� Trombocitopenia: plaquetas ≤100,000/mm3
� Manifestações hemorrágicas
� Evidências de permeabilidade vascular
� Confirmação laboratorial durante períodos epidêmicos ou
interepidêmicos
O paciente deverá apresentar os seguintes critérios:
A
B
PEI = A/B 
x 100
Efusão pleural
(OMS,1997)
FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE
Os anticorpos preexistentes, obtidos quando da infecção prévia por outro tipo viral,
não neutralizam o segundo vírus infectante de tipo diferente e amplificam a
infecção, facilitando ao novo tipo infectante a penetração em macrófagos.
Maior risco de febre hemorrágica quando 
quando a infecção é causada
pelo virus tipo 2
FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE
Aumento da permeabilidade por má função vascular endotelial, sem destruição
do endotélio, com extravasamento de líquidos para o interstício, causando
queda da pressão arterial e manifestações hemorrágicas, associadas a
trombocitopenia.
Conseqüentes a tais manifestações, surgem hemoconcentração com redução
da volemia, má perfusão tissular, hipóxia e acidose lática
FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE
Os anticorpos, principalmente os que se ligam a epítopos da proteína E,
promovem lise do envelope ou bloqueio de seus receptores com conseqüente
neutralização viral.
A proteína E, localizada No envelope dos vírus, é fundamental para a ligação
viral ao receptor de membrana
RESPOSTA IMUNE
Resposta humoral vigorosa: Os anticorpos IgM
específicos são detectáveis a partir do quarto (4º) dia,
após o início dos sintomas, atingindo os níveis mais
elevados por volta do sétimo (7º) ou oitavo (8º) dia e
declinando lentamente, passando a não ser detectáveis
após alguns meses.
As IgG específicas são observadas, em níveis baixos, a
partir do quarto (4º) dia após
o início dos sintomas, elevam-se gradualmente,
atingindo altos teores em duas (2) semanas e mantêm-
se detectáveis por vários anos, conferindo imunidade
contra o tipo infectante, provavelmente, por toda a vida
RESPOSTA IMUNE
Resposta Imune nas 
Infecções por Dengue
N
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IgM
IgM
IgG
Infecção Primária
(início dos sintomas)
Infecção Secundária
(início dos sintomas)
Vírus
Vírus
reinfecçãoinfecção
Tempo
Dengue
Fases da doença 
Fonte: WHO/TDR, 2009
� Isolamento Viral
� Cultura de células de mosquito A. albopictus clone C6/36
� Inoculação intratoráxica de mosquitos Toxorhynchites
� Detecção de ácido nucléico viral
� RT-PCR, PCR em tempo real
� Sorologia
� Mac-ELISA
� IgG-ELISA
� Captura de antígeno NS1
� Kits comerciais
� Histopatologia e Imunohistoquímica
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
VACINA CONTRA DENGUE
A Dengvaxia® (vacina dengue 1, 2, 3 e 4
(recombinante e atenuada)) é indicada para a
prevenção da dengue causada pelos sorotipos 1,
2, 3 e 4 do vírus da dengue em indivíduos dos 9
aos 45 anos de idade que moram em áreas
endêmicas.
A Dengvaxia® contém vírus atenuados. Após a
administração, o vírus se replica localmente e
induz anticorpos neutralizantes e respostas
imunológicas mediadas por células contra os
quatro sorotipos do vírus da dengue
VACINA CONTRA DENGUE
Indivíduos com deficiência imunológica congênita ou adquirida que comprometa a 
imunidade mediada por célula: leucemia, linfoma ou outra doença neoplásica maligna 
que afete a medula óssea ou sistema linfático e/ou pessoas que recebam terapias 
imunossupressoras, como radioterapia, quimioterapia ou doses elevadas de 
corticosteróides sistêmicos por 2 semanas ou mais. 
Infecção por HIV sintomática, ou com infecção por HIV assintomática quando 
acompanhada de evidências de função imunológica comprometida.
Mulheres grávidas ou mulheres queestão amamentando.
CONTRAINDICAÇÕES
A Dengvaxia® não deve ser misturada 
com nenhuma outra vacina ou produto 
farmacêutico injetável. 
O esquema de vacinação primária consiste 
de 3 injeções de uma dose reconstituída 
(0,5mL) a ser administrada em intervalos 
de 6 meses.
Administração é por via subcutânea (SC)
ORIENTAÇÕES
REAÇÕES ADVERSAS
FEBRE CHIKUNGUNYA 
Os primeiros casos no Brasil => 2010 apresentaram os sintomas depois de uma 
viagem à Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos, esteve na Índia.
Em junho de 2014 => seis casos no Brasil de soldados que retornaram de uma 
missão no Haiti.
Em 15 de outubro de 2014, foram confirmados 337 casos no país, sendo 274 
apenas na cidade de Feira de Santana, na Bahia.
Magnitude do problema: no Brasil, em 2015, até o mês de novembro, foram 
notificados cerca de 17 mil casos autóctones suspeitos 
VÍRUS CHIKUNGUNYA – EPIDEMIOLOGIA 
CHIKUNGUNYA
CHIKUNGUNYA AGUDA 
Febre de início súbito 
(tipicamente maior do que 
38,5°C e que dura 
geralmente de três a dez 
dias) e dor articular intensa 
(particularmente tornozelos, 
punho e articulações da mão; 
as articulações maiores 
como o joelho, ombro e a 
coluna também podem ser 
afetadas). 
• Poliartralgia => pode durar semanas a anos. 
• Dores articulares até 2 anos 
• 95% dos adultos são assintomáticos 
• Porém, a maioria se torna desabilitado por meses ou semanas => 
destreza reduzida, perda de mobilidade, reações atrasadas. 
• Dor articular recorrente ocorre em 30–40% dos infectados. 
• Complicações raras: miocardite, meningoencefalite, hemorragias 
leves, uveite, retinite.
• Morte rara.
CHIKUNGUNYA AGUDA 
CHIKUNGUNYA 
DENGUE X CHIKUNGUNYA
Chikungunya 
evolução da infecção no hospedeiro 
- Isolamento viral 
- RT-PCR
- Sorologia (IgM e IgG) 
- Coletar sangue na primeira semana IgM + ou aumento de títulos IgG
≥4 x entre amostras coletadas nas fases aguda e convalescente 
CHIKUNGUNYA DIAGNÓSTICO 
LABORATORIAL
ZIKA VÍRUS
O primeiro caso bem documentado do vírus Zika foi em 1964, começando com
uma leve dor de cabeça que progrediu para um exantema máculo-papular,
febre e dor nas costas.
Com dois dias, a erupção começou a desaparecer, e com 3 dias, a febre
desapareceu permanecendo apenas a erupção.
ZIKA VÍRUS
Trata-se de um vírus com genoma de 
ácido ribonucléico (RNA) de cadeia 
simples de polaridade positiva. 
O ZIKV foi isolado pela primeira vez em 1947 na floresta de Zika, no Uganda, a 
partir de uma amostra de soro de um macaco Rhesus que servia de sentinela 
para estudo vigilância da febre-amarela 
Provavelmente o vírus surgiu 
nesta localidade em torno de 
1920, 
Primeiros casos de infeção por ZIKV em 
seres humanos no ano de 1952 na 
Uganda
ZIKA VÍRUS
ZIKA VÍRUS
Em 2014 apareceu nas Américas... 2015 no Brasil 
Sinais 
- dor de cabeça leve
- exantema maculopapular,
- febre, 
- mal estar,
- conjuntivite, 
- Artralgia leve
ZIKA VÍRUS
Infecção por vírus Zika 
Pinto Júnior VL, et al. Vírus Zika: revisão para clínicos, Acta Med Port 
2015 Nov-Dec;28(6):760-765 
Pinto Júnior VL, et al. Vírus Zika: revisão para clínicos, Acta Med Port 
2015 Nov-Dec;28(6):760-765 
Ae. africanus, Ae. aegypti e Ae. Hensilli, Ae. albopictus participem na 
sua manutenção enzoótica (em ambiente silvático)
Menos frequentemente, a transmissão do ZIKV já foi descrita por
via sexual, perinatal e por hemotransfusão
Ae. aegypti 
O risco de aquisição do ZIKAV aumenta
pela grande quantidade de doentes
assintomáticos (cerca de 80%)
ZIKA VÍRUS
A gravidade da infecção por esse vírus está mais associada à ocorrência da 
síndrome de Guillain- Barré 
COMPLICAÇÕES
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
E TRATAMENTO
Não há 
tratemento
nem vacina

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