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Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral Autor: Ricardo Torques 19 de Agosto de 2023 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF Índice ..............................................................................................................................................................................................1) Crimes Eleitorais 3 ..............................................................................................................................................................................................2) Questões Comentadas - Crimes Eleitorais - FCC 49 ..............................................................................................................................................................................................3) Questões Comentadas - Crimes Eleitorais - FGV 56 ..............................................................................................................................................................................................4) Questões Comentadas - Crimes Eleitorais - OUTRAS BANCAS 58 ..............................................................................................................................................................................................5) Lista de Questões - Crimes Eleitorais - FCC 65 ..............................................................................................................................................................................................6) Lista de Questões - Crimes Eleitorais - FGV 68 ..............................................................................................................................................................................................7) Lista de Questões - Crimes Eleitorais - OUTRAS BANCAS 69 ..............................................................................................................................................................................................8) Gabarito - Crimes Eleitorais - FCC 72 ..............................................................................................................................................................................................9) Gabarito - Crimes Eleitorais - FGV 73 ..............................................................................................................................................................................................10) Gabarito - Crimes Eleitorais - OUTRAS BANCAS 74 TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 2 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram CRIMES ELEITORAIS TIPOS PREVISTOS NA LEGISLAÇÃO Em relação a esse assunto não temos outra alternativa a não ser sistematizar os tipos penais previstos na legislação eleitoral. Notamos que as questões centram a cobrança no teor dos dispositivos penais, sem maiores aprofundamentos. Desse modo, nosso estudo será dirigido a compreensão dos tipos. Como é uma matéria cansativa e, em razão disso, nossa capacidade de absorção torna-se reduzida, sugere-se a revisão desse assunto ao menos uma vez antes da prova. Há, ainda, algumas questões que exigem posicionamento dos tribunais superiores, especialmente do TSE e do STF. Em função disso, traremos os principais julgados relativos à matéria. Conceitos Introdutórios Antes de iniciarmos o estudo dos tipos penais-eleitorais previstos na legislação, vamos trazer de forma objetiva alguns conceitos gerais de direito penal, tais como tipo objetivo, tipo subjetivo, consumação etc. Esses conceitos são relevantes em razão da estrutura utilizada para análise dos tipos nesta aula. É importante destacar, antes de iniciarmos, que esses conceitos são estudamos de forma pormenorizada em Direito Penal. Não é nossa pretensão aqui analisar esses dispositivos com profundidade, mas apenas trazer alguns conceitos gerais, para auxiliar na memorização das informações relativas à nossa aula. Tipo Objetivo O tipo penal é o modelo genérico e abstrato da conduta criminosa, constitui um conjunto de elementos que descrevem as informações previstas na lei penal. No tipo são descritas as formas possíveis de violação do bem jurídico tutelado. O tipo objetivo consiste no comportamento descrito no preceito da norma incriminadora, sem análise da intenção do agente. O tipo objetivo descreve a conduta, o objeto do crime e o respectivo resultado. Além disso, o tipo objetivo poderá definir as circunstâncias externas do fato, bem como eventuais circunstâncias relativas ao agente. Tipo Subjetivo O tipo subjetivo, por sua vez, refere-se à atitude psíquica interna do agente, segundo cada tipo objetivo. Constituem componentes da figura típica exigidos para a compreensão do significado do tipo praticado, por intermédio de um juízo de valor. Analisar o tipo subjetivo envolve o estudo do dolo. De acordo com a teoria finalista da ação, dolo é o elemento subjetivo do tipo; é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 3 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Teorias sobre o dolo Existem três teorias a respeito do conteúdo do dolo: a) Teoria da vontade, segundo a qual dolo é a vontade de praticar uma ação consciente, um fato que se sabe contrário à lei. Exige, para sua configuração, que quem realiza a ação tenha consciência de sua significação, e tenha vontade de produzir o resultado. b) Teoria da representação, segundo a qual dolo é a vontade de praticar a conduta, em que o agente prevê a possibilidade de o resultado ocorrer, sem, entretanto, desejá-lo. É suficiente que o resultado seja previsto pelo sujeito. c) Teoria do assentimento (ou do consentimento), segundo a qual basta para o dolo basta a previsão ou consciência do resultado, não exigindo que o sujeito queira produzi-lo. É suficiente o assentimento do agente ao resultado. O Brasil adotou: a teoria da vontade para que exista dolo é preciso consciência e vontade de produzir o resultado (dolo direto); a teoria do assentimento - quando o agente aceita o risco de produzir o resultado (dolo eventual). Sujeito Passivo O sujeito passivo é o titular do bem jurídico protegido pela norma penal. Deve-se mencionar que o Estado será sempre sujeito passivo, ao menos, no aspecto formal do bem jurídico, dado o interesse jurídico em punir aquele que cometer delitos. Contudo, a depender do tipo considerado, poderá ser sujeito passivo (material ou eventual) o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente. Sujeito Ativo O sujeito ativo, por sua vez, será a pessoa que pratica a conduta descrita na norma penal incriminadora. Classificação A classificação dos crimes tem por objetivo facilitar a sistematização das várias espécies de crimes praticados. Não vamos nos alongar aqui também. Veremos apenas as classificações mais importantes e citadas para a classificação dos crimes eleitorais. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 4 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram PRÓPRIO São os crimes que exigem sujeito especial ou qualificado para praticá-lo (servidores da Justiça Eleitoral, Juiz, membro do Ministério Público etc.). COMUM São os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa. COMISSIVO São os crimes praticados por intermédio de uma ação. OMISSIVO São os crimes cometidos por intermédio de uma abstenção. MATERIAL São os crimes cujo tipo penal descreve uma conduta e um resultado material (ou naturalístico) e exige que ambos sejam verificados para efeito de consumação. FORMAL São aqueles em que o tipo penal descreveuma conduta e um resultado, necessitando apenas, para consumação, da conduta dirigida a um resultado, ou seja, o resultado pode ocorrer mas não é necessário para a consumação do crime. DE MERA CONDUTA São aqueles cujos tipos penas descrevem a conduta, sem fazer qualquer menção ao resultado naturalístico. Neste caso, não é possível que haja resultado naturalístico. PERMANENTE São crimes que, embora sejam consumados em uma única conduta, a situação antijurídica gerada se prolonga no tempo pelo período em que o agente desejar. Consumação O crime será consumado a partir do momento em que realizar todos os elementos do tipo penal. Será considerando tentado o crime enquanto ainda não houver reunido todos os elementos e que, por circunstâncias alheias ao agente, for interrompido. Tentativa A tentativa constitui a realização incompleta da conduta típica por circunstâncias alheias à vontade do agente. Em razão disso, ela não será punida como crime autônomo. Segundo a doutrina, a tentativa constitui uma ampliação da tipicidade, por intermédio de uma fórmula geral aplicada sobre o crime doloso. Finalizamos, assim, os conceitos gerais a que nos propomos. Agora vamos aprofundar a análise nos crimes previstos na legislação eleitoral. Há tipos penais previstos nas seguintes leis: Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 5 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Como os editais normalmente mencionam expressamente apenas o Código Eleitoral daremos maior atenção aos tipos penais do Código Eleitoral. De todo modo, citaremos os demais dispositivos, os quais vocês devem ler. Código Eleitoral Inscrição Fraudulenta do Eleitor O tipo penal-eleitoral vem previsto no art. 289, do CE. INSCRIÇÃO FRAUDULENTA DO ELEITOR TIPO OBJETIVO Inscrever fraudulentamente eleitor no cadastro eleitoral. BEM JURÍDICO Higidez do cadastro eleitoral TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado SUJEITO ATIVO Pretenso eleitor. Crime de mão própria. Ato personalíssimo. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Quanto ao momento de consumação, existe divergência na jurisprudência: 1ª corrente: basta a protocolização do Requerimento de Alistamento do Eleitor (RAE) 2ª corrente: é necessária a inscrição do eleitor no rol dos alistados, quando há, efetivamente, o alistamento. Prevalece o entendimento de que é necessária a inscrição do eleitor no rol dos alistados, conforme a segunda correte. TENTATIVA É possível, quando há, por exemplo, o protocolo da RAE com tentativa de fraudar, contudo, o juiz, ao analisar o pedido a indefere. PENA Reclusão: 5 anos e Multa: 5 a 15 dias-multa CRIMES PREVISTOS NA LEGISLAÇÃO ELEITORAL Código Eleitoral Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar nº 64/1990) Lei do Transporte Rural no dia das Eleições (Lei nº 6.091/1974) Lei nº 7.021/1982. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 6 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Ainda quanto ao tipo em análise devemos lembrar que a jurisprudência do TSE também considera incurso no art. 289 quem realizar a transferência mediante fraude 1. Induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta O art. 290, do Código Eleitoral, nos traz o tipo penal. INDUZIMENTO À INSCRIÇÃO ELEITORAL FRAUDULENTA TIPO OBJETIVO Induzir para que seja realizada a inscrição do eleitor com alguma fraude que infrinja o dispositivo legal. Crime autônomo. BEM JURÍDICO Veracidade do cadastro eleitoral TIPO SUBJETIVO Dolo genérico, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e a pessoa de boa-fé que acredita que são verdadeiras as informações prestadas. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa pode cometer. Crime comum. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Trata-se de crime formal, para o qual basta o induzimento. TENTATIVA Não admitida em regra. PENA Reclusão: até 2 anos e Multa: 15 a 30 dias-multa Crime de menor potencial ofensivo, pois a pena máxima é de 02 anos. Quanto a esse tipo, algumas informações jurisprudenciais são de suma importância. 1º. Segundo entendimento do TSE, exarado no Ac.-TSE nº 68/2005, induzir alguém abrange as condutas de instigar, de incitar ou de auxiliar terceiro a alistar-se fraudulentamente, aproveitando-se de sua ingenuidade ou de sua ignorância. 2º. O crime de falsidade ideológica eleitoral (art. 350, do CE) não é meio necessário nem fase normal de preparação para a prática do delito de induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta. Os crimes descritos são autônomos e podem ser praticados sem que um dependa do outro, de acordo com a doutrina do TSE no REspe nº 233102. 3º O tipo descrito neste artigo deve ser afastado quando houver o concurso de vontades entre o eleitor e o suposto autor da conduta, conforme decisão do REspe nº 1983. 1 RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 15177, Acórdão nº 15177 de 16/04/1998, Relator(a) Min. MAURÍCIO JOSÉ CORRÊA, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Data 22/05/1998, Página 72 RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 10, Tomo 1, Página 241. 2 Recurso Especial Eleitoral nº 23310, Acórdão de 18/08/2011, Relator(a) Min. CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 06/09/2011, Página 70. 3 Recurso Especial Eleitoral nº 198, Acórdão de 26/02/2013, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS MELLO, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 101, Data 31/5/2013, Página 48. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 7 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Inscrição fraudulenta efetuada pelo juiz Vejamos o tipo penal do art. 291, do CE. INSCRIÇÃO FRAUDULENTA EFETUADA PELO JUIZ TIPO OBJETIVO Realizar, o juiz, a inscrição fraudulenta do eleitor. Exige-se a violação da boa-fé. BEM JURÍDICO Própria justiça eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o alistando, se de boa-fé SUJEITO ATIVO O juiz. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido somente pelo juiz), comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Ocorre com a realização da inscrição. É irrelevante o recebimento do título ou o exercício do voto. TENTATIVA Há controvérsia na doutrina quanto à possibilidade de tentativa. PENA Reclusão: até 5 anos e Multa: 5 a 15 dias-multa Negativa ou retardamento de inscrição eleitoral O tipo vem previsto no art. 292, do Código Eleitoral. NEGATIVA OU RETARDAMENTO DE INSCRIÇÃO ELEITORAL TIPO OBJETIVO Negativa ou retardo por parte da autoridade judiciária, sem justificativa, da inscrição requerida. BEM JURÍDICO Cadastro eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o alistando. SUJEITO ATIVO O juiz. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido somente pelo juiz), comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Ocorre com a mera negativa ou com o retardamento da inscrição. TENTATIVA Há controvérsia na doutrina quanto à possibilidade de tentativa. PENA Multa: 30 a 60 dias-multa Perturbação do alistamento Trata-se do tipo previsto no art. 293, do CE. PERTURBAÇÃO DO ALISTAMENTO TIPO OBJETIVO Ato de perturbar ou de impedir o alistamento eleitoral de qualquer forma. BEM JURÍDICO Alistamento eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 8 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram SUJEITO PASSIVO Estado, aquele que teve seualistamento perturbado ou impedido, e o servidor da justiça eleitoral que foi perturbado ou impedido de realizar a inscrição eleitoral do alistando. SUJEITO ATIVO Em tese pode ser realizado por qualquer pessoa, crime comum. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e formal. CONSUMAÇÃO A mera perturbação já consuma o tipo. TENTATIVA É admitida tanto no caso de perturbação quanto de impedimento. PENA Detenção: 15 dias a 6 meses ou Multa: 30 a 60 dias-multa Retenção indevida de título eleitoral O tipo penal-eleitoral vem disposto no art. 295 e a Lei 9.504 também disciplina a matéria em seu art. 91, parágrafo único. RETENÇÃO INDEVIDA DE TÍTULO ELEITORAL TIPO OBJETIVO Contra a vontade do eleitor, efetuar a retenção do título eleitoral. BEM JURÍDICO Legítimo exercício do voto. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o eleitor que teve seu título retido. SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum que pode ser atribuído a qualquer pessoa. Ressalta-se que há corrente doutrinária que alega que tal conduta delituosa somente pode ser cometida por servidor da Justiça Eleitoral. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Ocorre com a retenção indevida do título. Note que a retenção deve ser indevida. O impedimento do voto não é necessário para a consumação do delito. TENTATIVA Não é admitida pela doutrina, em geral. PENA Detenção: até 02 meses ou Pena alternativa: pagamento de 30 a 60 dias multa Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias. Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. Desordem nos trabalhos eleitorais Trata-se do tipo previsto no art. 296, do CE. DESORDEM NOS TRABALHOS ELEITORAIS TIPO OBJETIVO Promover desordem, de modo a prejudicar os trabalhos eleitorais. BEM JURÍDICO Regularidade dos serviços eleitorais. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 9 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram SUJEITO PASSIVO Estado e as pessoas envolvidas nos serviços eleitorais. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, uma vez que exige que o resultado, qual seja a desordem que prejudique os serviços, de fato ocorra. CONSUMAÇÃO O crime está consumado com a instauração da desordem que prejudique os serviços. TENTATIVA Admissível. PENA Detenção: até 2 meses e Multa: 60 a 90 dias-multa Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias. Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. Impedimento ao exercício do sufrágio Vejamos o tipo previsto no art. 297, do Código Eleitoral. IMPEDIMENTO AO EXERCÍCIO DO SUFRÁGIO TIPO OBJETIVO Atrapalhar ou impedir o exercício do sufrágio. BEM JURÍDICO Liberdade de votar. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o eleitor. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, se a conduta for de impedir, e formal, se a conduta visar embaraçar o exercício do sufrágio. CONSUMAÇÃO Com o efetivo impedimento ou com o mero embaraço. TENTATIVA Não é admissível, tendo em vista que a tentativa de impedir acarretaria no embaraço que já é previsto no tipo. PENA Detenção: até 6 meses e Multa: 60 a 100 dias-multa Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias. Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. Prisão ou detenção indevida de eleitor no período de votação Previsto no art. 298, do Código Eleitoral. Prisão ou detenção indevida de eleitor no período de votação TIPO OBJETIVO Efetuar a prisão ou a detenção de: eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato no período de 5 dias antes e 48 horas após o encerramento das eleições. BEM JURÍDICO Liberdade de votação. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 10 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram SUJEITO PASSIVO Estado e a pessoa presa ou detida. SUJEITO ATIVO Há divergência na doutrina: 1º crime próprio – pois somente pode ser praticado pela polícia ou autoridade judiciária. 2º crime comum – pois não existe indicação de quem poderia efetuar a prisão ou detenção. A 1ª corrente prevalece, pois o art. 236 menciona a autoridade. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e permanente, pois o crime se mantém enquanto durar a prisão ou detenção. CONSUMAÇÃO Ocorre com a prisão ou detenção. TENTATIVA É admitida. PENA Reclusão: até 4 anos Lembre-se que, no caso de reclusão, a pena mínima é de 1 ano. Corrupção Eleitoral Trata-se de um dos tipos mais importante e recorrente em provas de concurso. O tipo penal-eleitoral vem previsto no art. 299, do CE. CORRUPÇÃO ELEITORAL TIPO OBJETIVO Dar, oferecer, solicitar e até mesmo receber dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem para obter ou dar voto ou abstenção. BEM JURÍDICO Livre exercício do voto ou abstenção do eleitor. TIPO SUBJETIVO Dolo específico, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado, o eleitor e os demais candidatos. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Não há necessidade de aceitação da vantagem, a mera incidência em uma das condutas indicadas no tipo já é suficiente. TENTATIVA Não é admitida. PENA Reclusão: até 4 anos e Multa: 5 a 15 dias-multa. Lembre-se que, no caso de reclusão, a pena mínima é de 1 ano. Primeiramente cabe destacar que a esse crime não se aplica o princípio da insignificância, segundo o qual uma ação qualificada penalmente como crime é considerada irrelevante, uma vez que não causa qualquer lesão à sociedade, ao ordenamento jurídico ou à própria vítima. Trata-se do entendimento exarado pelo TSE no julgamento do AgR-AI nº 106724. 4 Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 10672, Acórdão de 28/10/2010, Relator(a) Min. CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 226, Data 25/11/2010, Página 41. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 11 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Precisamos ainda tratar das peculiaridades do artigo na jurisprudência do TSE. “A regra segundo a qual o corréu não pode figurar, no processo em que o é, como testemunha há de ser tomada de forma estrita, não cabendo partir para ficção jurídica, no que, envolvido na prática criminosa – compra de votos, art. 299 do Código Eleitoral –, não veio a ser denunciado." Trata-se da decisão do TSE no HC nº 78048. Veja que o artigo acima trata ao mesmo tempo da corrupção ativa (dar, oferecer e prometer) e passiva (solicitar ou receber), caso o corruptor passivo não tenha sido denunciado pelo MP, que não é obrigado a denunciar todos os envolvidos (P. da Divisibilidade na Ação Penal Pública), poderá ser tomado como testemunha. A configuração da corrupção eleitoral não exige pedido expresso de voto, mas sim a comprovação da finalidade de obter ou de dar voto ou prometer abstenção. Isso é o que foi decidido no ED-REspe nº 58245, do TSE. O art. 41-A, da Lei nº 9.504/1997, não alterou a disciplina da corrupção eleitoral e não implicou abolição do crime de corrupção eleitoral aqui tipificado conforme o julgamento do TSE no Ag nº 6.553. O TSE tem entendido que, para a configuração do crime de corrupção eleitoral é necessário o dolo específico que exige o tipo penal, qual seja, a finalidade de obter ou dar voto ou prometer abstenção. De acordo com o Agnº 8.905 do TSE, o crime de corrupção eleitoral é crime formal que não admite a forma tentada, sendo o resultado mero exaurimento da conduta criminosa. O TSE entende que para a configuração do ilícito penal exige-se que o corruptor eleitoral passivo seja pessoa que possa votar. O TSE decidiu no AgR-AI nº 58648 que, para a configuração do crime de corrupção eleitoral, a promessa de vantagem deve estar vinculada à obtenção do voto de determinados eleitores, não podendo se confundir com a realização de promessas de campanha. E no AgR-AI nº 3748 que a promessa de cargo a correligionário em troca de voto não configura o delito previsto no art. 299 do CE. O TSE5 seguindo o STF decidiu que o foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos acusados de crimes praticados durante o exercício do cargo público e relacionados às funções desempenhadas. Coação Eleitoral É o tipo previsto no art. 300, do CE. COAÇÃO ELEITORAL TIPO OBJETIVO Coagir alguém a votar, ou não, em determinado candidato, valendo-se, o servidor público, de sua autoridade. BEM JURÍDICO Liberdade de voto. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 5 Ac. TSE de 18.2.2020 no AgR-AI 48367: Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 12 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram SUJEITO PASSIVO Estado e o eleitor que sofre a coação. SUJEITO ATIVO O servidor Público, observe-se que pode ou não integrar a Justiça Eleitoral. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois não é necessário que haja o voto. CONSUMAÇÃO Com a coação séria, capaz de provocar o constrangimento ao eleitor TENTATIVA Não é admitida, em regra, por tratar-se de crime formal. Contudo, parte da doutrina entende ser possível a tentativa se utilizado o meio escrito. PENA Detenção: até 6 meses e Multa: 60 a 100 dias-multa. Se o agente é membro da Justiça Eleitoral a pena é agravada de 1/5 a 1/3 (causa especial de aumento de pena). Coação violenta de eleitores Previsto no art. 301, do CE. COAÇÃO VIOLENTA DE ELEITORES TIPO OBJETIVO Coagir alguém a votar em determinado partido ou candidato com uso de violência ou grave ameaça. BEM JURÍDICO Liberdade de voto. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o eleitor que sofre a coação. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, tendo em vista que o próprio tipo informa que não é necessária a consecução do resultado. CONSUMAÇÃO Com o uso da violência ou grave ameaça de modo a coagir o eleitor. TENTATIVA É admissível. PENA Reclusão: até 4 anos e Multa: 5 a 15 dias-multa. Cabe mencionar, ainda, o entendimento do TSE no AgR-REspe nº 51635986, no sentido de que não se exige que o crime acima tenha sido praticado necessariamente durante o período eleitoral. Concentração ilegal de eleitores Vejamos o tipo expresso no art. 302, do Código Eleitoral. CONCENTRAÇÃO ILEGAL DE ELEITORES 6 Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 5163598, Acórdão de 17/02/2011, Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 11/04/2011, Página 37-38. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 13 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram TIPO OBJETIVO Com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto, promover a concentração de eleitores no dia da eleição. BEM JURÍDICO Liberdade do exercício de voto. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado, o eleitor e os candidatos prejudicados. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Com a mera concentração com intuito criminoso. TENTATIVA É admissível. PENA Reclusão: de 4 anos a 6 anos. e Multa: 200 a 300 dias-multa. Observe-se que a Lei nº 6.091/1974, em seu art. 11, III, revogou a parte final desse artigo, a qual previa “inclusive o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo”, por considerar como crime tal prática, dilatando o período de proibição de transporte de eleitores desde o dia anterior até o posterior à eleição. De acordo com o julgamento do TSE no HC nº 70543, o crime de concentração ilegal de eleitores não alcança o transporte de cidadãos no dia da realização de plebiscito. Majoração de preços na eleição O tipo vem previsto no art. 303, do CE. MAJORAÇÃO DE PREÇOS NA ELEIÇÃO TIPO OBJETIVO Majorar o preço de produtos e serviços necessários para que se possa realizar o pleito eleitoral. BEM JURÍDICO Relações de consumo de natureza eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado, o eleitor (consumidor) e os candidatos ou partidos políticos eventualmente prejudicados. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa que forneça os produtos ou serviços de transporte e de alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de material eleitoral. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Ocorre com o aumento propositado dos preços TENTATIVA É admissível, embora de difícil ocorrência fática. PENA Multa: 250 a 300 dias-multa. Ocultação ou recusa de fornecimento de bens e serviços nas eleições Esse tipo pode ser observado da análise do art. 304, do CE. OCULTAÇÃO OU RECUSA DE FORNECIMENTO DE BENS E SERVIÇOS NAS ELEIÇÕES TIPO OBJETIVO O ato de ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar o fornecimento de bens ou serviços no dia das eleições Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 14 75 ==1948c5== Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram BEM JURÍDICO Relações de consumo de natureza eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e os consumidores eventualmente prejudicados. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa que forneça os produtos ou serviços de transporte e de alimentação. Crime próprio. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Com a ocultação, sonegação ou recusa de fornecimento. TENTATIVA É admissível, embora de difícil ocorrência fática. PENA Multa: 250 a 300 dias-multa. Intervenção de autoridade estranha à mesa receptora Trata-se do tipo penal-eleitoral previsto no art. 305. INTERVENÇÃO DE AUTORIDADE ESTRANHA À MESA RECEPTORA TIPO OBJETIVO Intervir no funcionamento da mesa receptora, autoridade estranha, salvo o juiz eleitoral. O tipo exige intervenção, ou seja, deve atrapalhar os trabalhos. BEM JURÍDICO Regularidade do processo de votação. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e aqueles que integram a mesa receptora. SUJEITO ATIVO Qualquer autoridade, exceto o juiz eleitoral. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Com a mera intervenção da autoridade estranha. TENTATIVA É admissível PENA Detenção: até 6 meses e Multa: 60 a 90 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Inobservância da ordem de votação. Esse é o tipo exposto no art. 306, do Código Eleitoral. A ordem a ser observada no dia da votação, tendo em vista certas prioridades, está prevista no art. 143, do CE. Art. 143. § 2º Observada a prioridade assegurada aos candidatos, têm preferência para votar o Juiz Eleitoral da Zona, seus auxiliares de serviço, os eleitores de idade avançada, os enfermos e as mulheres grávidas. Outros casos de prioridades foram criados pelas Resolução nº 22.154/2006 e nº 22.712/2008 para: a) promotores eleitorais; b) policiais militares que estejam em serviço;c) pessoas portadoras de necessidades especiais; Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 15 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram d) lactante. Além disso, o estatuto do idoso prevê prioridade garantida aos maiores de 60 anos. INOBSERVÂNCIA DA ORDEM DE VOTAÇÃO TIPO OBJETIVO Deixar de observar a ordem em que os eleitores devem ser convocados a votar. BEM JURÍDICO Salutar desenvolvimento dos trabalhos eleitorais. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e os eleitores que possuem prioridade de voto e forem preteridos. SUJEITO ATIVO Os mesários e o juiz eleitoral. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Quanto por ordem do mesário ou do juiz o eleitor é colocado em ordem diversa daquela em que deveria votar. TENTATIVA É admissível. PENA Multa: 15 a 30 dias-multa. Fornecimento de cédula já assinada Vejamos o tipo previsto no art. 307. Com o advento da votação eletrônica esse crime se tornou de pouca incidência, pelo fato de que, em caso de falha da urna eletrônica, é possível a utilização da cédula. Nesse caso, então, o crime se torna perfeitamente possível. FORNECIMENTO DE CÉDULA JÁ ASSINADA TIPO OBJETIVO Fornecer ao eleitor cédula assinada ou marcada de alguma forma. BEM JURÍDICO Higidez do processo de votação. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o eleitor que receber a cédula assinada. SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois não é exigida a fraude ao voto. CONSUMAÇÃO Com o recebimento da cédula em condições inadequadas. Sequer é necessário que o eleitor deposite essa cédula na urna. TENTATIVA É admissível. PENA Reclusão: até 5 anos. e Multa: 5 a 15 dias-multa. Fornecimento de cédula em momento inoportuno Pelas mesmas razões expostas no crime anterior, esse delito somente ocorrerá em caso de falha da urna eletrônica e realização da votação por meio de cédulas de papel. Vejamos o tipo do art. 308. FORNECIMENTO DE CÉDULA EM MOMENTO INOPORTUNO TIPO OBJETIVO Rubricar e fornecer a cédula em momento inoportuno Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 16 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram BEM JURÍDICO Higidez do processo de votação. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o eleitor que receba a cédula. SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois não é exigido o resultado do voto. CONSUMAÇÃO Com o recebimento da cédula em condições inadequadas. Sequer é necessário que o eleitor deposite essa cédula na urna. TENTATIVA É admissível. PENA Reclusão: até 5 anos. e Multa: 60 a 90 dias-multa. Exercício irregular do voto Trata-se da disciplina do art. 309. EXERCÍCIO IRREGULAR DO VOTO TIPO OBJETIVO Tentar votar, ou efetivamente votar, mais de uma vez no lugar de outro eleitor. BEM JURÍDICO Higidez do processo de votação e Democracia. TIPO SUBJETIVO Dolo. SUJEITO PASSIVO Estado, candidato ou o eleitor em lugar do qual foi realizado o voto. SUJEITO ATIVO O eleitor ou qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, quando se tratar do voto efetivo, e de mera conduta, quando se tratar da tentativa de voto no lugar de outrem. CONSUMAÇÃO Com a tentativa de realizar o voto já se incide no crime. TENTATIVA Crime de atentado, pois o tipo criminaliza a figura da tentativa da mesma forma que o crime consumado. PENA Reclusão: até 3 anos. Práticas irregulares na votação Previsto no art. 310, do CE. Veremos o que é abordado no art. 311 em seguida, no momento vamos focar no exame do presente dispositivo legal. PRÁTICAS IRREGULARES NA VOTAÇÃO TIPO OBJETIVO Praticar qualquer irregularidade que cause a anulação da votação ou, ao membro da mesa receptora, permitir que seja praticada irregularidade que determine a anulação da votação. BEM JURÍDICO Regularidade do processo eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 17 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram SUJEITO PASSIVO Estado e o eleitor em caso de anulação da votação. SUJEITO ATIVO Membros da mesa receptora. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio (de acordo com o entendimento majoritário), comissivo, na primeira parte (praticar), e omissivo, na segunda parte (permitir que seja praticada), e material, pois exige-se que a votação seja anulada. CONSUMAÇÃO Diz-se que ocorre com a anulação dos votos, embora tal entendimento não seja totalmente pacífico. TENTATIVA É admissível PENA Detenção: até 6 meses ou Multa: 90 a 120 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Voto fora da seção Agora sim vamos realizar o estudo do art. 311, que é excetuado no artigo acima. Esse tipo é de difícil ocorrência em nosso sistema de votação atual, era o voto em separado, tendo em vista os aspectos eletrônicos de votação. De qualquer modo, segue o desmembramento do artigo. VOTO FORA DA SEÇÃO TIPO OBJETIVO Votar em seção eleitoral a qual não está inscrito. Além disso, o tipo objetivo prevê a conduta do Presidente da mesa receptora em permitir o voto. são condutas autônomas. BEM JURÍDICO Regularidade da votação. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO O eleitor ao votar, crime próprio, e o Presidente da mesa ao permitir o voto, crime de mão própria. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo, quanto ao eleitor e comissiva por omissão quanto ao presidente de mesa, e material, pois exige-se o voto. CONSUMAÇÃO Com a efetiva realização do voto. TENTATIVA É admissível PENA Detenção: até 1 mês ou Multa: 5 a 15 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Violação ou tentativa de violação ao sigilo do sufrágio O tipo objetivo previsto no art. 312 é extremamente direto. VIOLAÇÃO OU TENTATIVA DE VIOLAÇÃO AO SIGILO DO SUFRÁGIO TIPO OBJETIVO Violar o sigilo do voto ou tentar violar. BEM JURÍDICO Liberdade eleitoral e exercício do voto. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 18 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, candidatos ou o eleitor cujo sigilo foi violado. Doutrinariamente se fala em violação contra a vontade do eleitor, pois se foi o próprio eleitor que violou o sigilo de seu voto haverá conduta atípica. O crime é comum. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e material ao violar e de mera conduta no caso de tentativa de violação. CONSUMAÇÃO Ocorre com a mera tentativa de violação. TENTATIVA Crime de atentado. A tentativa é uma conduta criminalizada com a mesma intensidade do crime consumado. PENA Detenção: até 02 anos. Infração de menor potencial ofensivo. Omissão de expedição de boletim de apuração de urna Trata-se do previsto no art. 313, do Código Eleitoral. O parágrafo único trata-se de obrigação inclusa pelo art. 68, § 1º, da Lei 9.504. Passemos ao exame da conduta criminalizada. OMISSÃO DE EXPEDIÇÃO DE BOLETIM DE APURAÇÃO DE URNA TIPO OBJETIVO Deixar de expedir o boletim de apuração imediatamente após a apuração de cada urna. BEM JURÍDICO Regularidade no processo de apuração de votos. TIPOSUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO O Estado. SUJEITO ATIVO Os membros das juntas, mesários ou o juiz eleitoral. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Com o início de apuração de outra urna sem a emissão do boletim da urna anteriormente apurada. TENTATIVA Por ser crime omissivo não comporta tentativa. PENA Multa: 90 a 120 dias-multa. Omissão no recolhimento das cédulas apuradas da urna Previsto no art. 314. OMISSÃO NO RECOLHIMENTO DAS CÉDULAS APURADAS DA URNA TIPO OBJETIVO Deixar de recolher as cédulas apuradas na urna, fechá-la e lacrá-la, assim que findar a apuração. BEM JURÍDICO Higidez no processo de apuração e resultado do pleito. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 19 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO Os integrantes das Juntas, Mesas e o juiz eleitoral. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Ocorre com o ato omissivo. TENTATIVA Não é admissível, tendo em vista que é crime omissivo. PENA Detenção: até 02 meses. ou Multa: 90 a 120 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Alteração de mapas ou boletins de apuração ou votação O tipo penal está no art. 315 do CE. Cabe, ainda, citar mais dois dispositivos legais. O art. 15 da Lei nº 6.996 e o art. 72, da Lei nº 9.504/97 que também está relacionado ao dispositivo acima. Como sabemos, a apuração dos votos por meio de cédulas em papel é extremamente incomum no sistema eletrônico e ocorre apenas em caso de falhas. Dessa forma, esse tipo penal também se torna pouco corriqueiro. De todo o modo, vamos julgar o tipo. ALTERAÇÃO DE MAPAS OU BOLETINS DE APURAÇÃO OU VOTAÇÃO TIPO OBJETIVO Alterar a votação obtida por qualquer candidato ou lançar votação que não corresponda às cédulas apuradas nos mapas ou nos boletins de apuração. BEM JURÍDICO Lisura do pleito eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo. SUJEITO PASSIVO Estado, candidato ou o eleitor que não teve seu voto apurado. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, muito embora caiba à Junta Eleitoral totalizar os votos. Crime comum. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e material. Observe-se que parte da doutrina classifica como crime formal. CONSUMAÇÃO Ocorre com a efetiva alteração dos dados incorretos. TENTATIVA É admitida (não é unânime) PENA Reclusão: até 5 anos. e Multa: 5 a 15 dias multa. Recusa à consignação de protestos em ato de eleição ou de apuração Previsão no art. 316 do CE. Veja, ainda, de forma relacionada e sem excluir o tipo previsto, o art. 70, da Lei das Eleições. RECUSA À CONSIGNAÇÃO DE PROTESTOS EM ATO DE ELEIÇÃO OU DE APURAÇÃO Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 20 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram TIPO OBJETIVO Deixar de receber ou de mencionar os protestos ou deixar de remetê-los à instância superior. BEM JURÍDICO Direito de fiscalização. TIPO SUBJETIVO Dolo. SUJEITO PASSIVO Estado e aquele que formulou o protesto. SUJEITO ATIVO Mesários, integrantes da Junta Eleitoral ou Juiz Eleitoral. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Ocorre com o não recebimento ou falta de menção dos protestos ou, ainda, com a falta de envio dos protestos à instância superior. TENTATIVA Não é admitida por ser crime omissivo. PENA Reclusão: até 5 anos. e Multa: 5 a 15 dias multa. Violação ou tentativa de violação do sigilo de urna Trata-se do tipo penal-eleitoral disposto no art. 317, do CE. VIOLAÇÃO DO SIGILO DE URNA TIPO OBJETIVO Violar o sigilo de urna eletrônica ou dos invólucros. Abrange, também, o tipo objetivo e a tentativa de violação do sigilo da urna ou invólucros. BEM JURÍDICO Sigilo do voto e integridade do conteúdo das urnas. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO A consumação ocorre com a tentativa ou com a violação efetiva do sigilo da urna. TENTATIVA É admitida. PENA Reclusão: 3 a 5 anos. Multa: não há Contagem Indevida de Votos Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 318, do CE. Trata-se de um tipo penal pouco utilizado tendo em vista o processamento eletrônico de votos. Contudo, como poderá ser utilizado excepcionalmente – com em casos em que a votação se dê por cédulas – devemos analisá-lo. CONTAGEM INDEVIDA DE VOTOS TIPO OBJETIVO Efetuar, a mesa receptora, a contagem dos votos da urna quando houver qualquer voto sob impugnação. BEM JURÍDICO Tutela a integridade do serviço eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 21 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Se consuma com o início da contagem dos votos quando qualquer eleitor tiver votado sob impugnação. Elide-se a tipificação caso a contagem do voto impugnado seja feita em separado. TENTATIVA É admitida (não é unânime) PENA Detenção: até 1 mês. ou Multa: 30 a 60 dias-multa. Subscrição múltipla de ficha para registro de partido Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 319, do CE. Primeiramente, por “ficha de registro” devemos ler a assinatura nas listas para apoiamento mínimo. O apoiamento mínimo é uma das condições para a criação de partidos políticos. Assim, ao se criar um partido político é necessária a colheita de centenas de milhares de assinaturas com a indicação dos respectivos títulos eleitorais para que seja demonstrado o caráter nacional do partido político. SUBSCRIÇÃO MÚLTIPLA DE LISTAS DE APOIAMENTO MÍNIMO TIPO OBJETIVO Assinar por duas vezes ou mais a lista de apoiamento mínimo. BEM JURÍDICO Representação democrática. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e demais partidos políticos. SUJEITO ATIVO Há uma divergência doutrinária. 1ª corrente: afirma que se trata de crime comum e, em razão disso, poderá ser cometido por qualquer eleitor. 2ª corrente: afirma que se trata de crime próprio uma vez que não poderá ser cometido por qualquer pessoa, mas pelo eleitor. Não há um posicionamento que prevaleça. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum ou próprio (segundo as correntes acima), comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Consuma-se o tipo penal com o ato de inscrever a segunda filiação na Justiça Eleitoral. De acordo com a doutrina, no dia seguinte, caso o eleitor não retire seu apoio ao partido anterior, restaria configurado o delito. Contudo, a jurisprudência entende que somente restará configurado o tipo penal quando houver comunicação pelo partido político da lista de apoiamento à Justiça Eleitoral. TENTATIVA Não é admitida a tentativa. PENA Multa: 10 a 20 dias-multa. Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias. Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 22 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Múltipla filiação partidária Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 320, do CE. Esse tipo possui relação com a previsão do art. 22, § único, da Lei nº 9.096/1995(Lei dos Partidos Político), que estabelece o dever que o eleitor possui de informar à Justiça Eleitoral a nova filiação. Se não o fizer, terá cancelada a filiação mais antiga, não sendo mais realizada a apuração da responsabilidade penal em razão do tipo penal que estamos estudando. MÚLTIPLA FILIAÇÃO PARTIDÁRIA TIPO OBJETIVO Inscrever filiado simultaneamente em dois ou em mais partidos políticos. BEM JURÍDICO Autenticidade das filiações partidárias e organização dos partidos políticos. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e demais partidos políticos. SUJEITO ATIVO Há uma divergência doutrinária. 1ª corrente: afirma que se trata de crime comum e, em razão disso, poderá ser cometido por qualquer eleitor. 2ª corrente: afirma que se trata de crime próprio uma vez que não poderá ser cometido por qualquer pessoa, mas pelo eleitor. Não há um posicionamento que prevaleça. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum ou próprio (segundo as correntes acima), comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Haverá a consumação com a assinatura da ficha. Crime instantâneo. TENTATIVA Não é admitida. PENA Detenção: até 1 mês. ou Multa: 10 – 30 dias-multa. Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias. Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. Colheita Indevida de Apoio para Registro de Partido Político Vimos um pouco mais acima que o eleitor que assina duas vezes a lista de apoiamento mínimo incorre no tipo penal do art. 319, do CE. Aqui é o inverso. Veja o que dispõe o art. 321, do CE. COLHEITA INDEVIDA DE APOIO PARA REGISTRO DE PARTIDO POLÍTICO TIPO OBJETIVO Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido. BEM JURÍDICO Organização dos partidos políticos. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e os demais partidos políticos. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, pois se trata de crime comum. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Ocorrerá a consumação com a mera colheita da assinatura do eleitor, ainda que não se venha utilizar a ficha para registro do partido político no TSE. TENTATIVA É admitida (divergente) PENA Detenção: até dois meses. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 23 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram ou Multa: 20 a 40 dias-multa. Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias. Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. Divulgação de Fatos Inverídicos na Propaganda Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 322, do CE. Fique atento a este crime pois ele sofreu recente modificação pela Lei 14.192/2021. Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado: Pena – detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo inverídico acerca de partidos ou candidatos. § 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime: I – é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou de rede social, ou é transmitido em tempo real; II – envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia. DIVULGAÇÃO DE FATOS INVERÍDICOS NA PROPAGANDA TIPO OBJETIVO Divulgar na propaganda eleitoral ou durante o período de campanha fatos que sabe inverídicos em relação a partidos políticos ou a candidatos, que sejam capazes de exercer influência na decisão do eleitor. BEM JURÍDICO Veracidade das informações contidas nas propagandas eleitorais. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado, eleitores, candidatos ofendidos e partidos políticos. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, pois se trata de crime comum. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Ocorrerá com a consumação com a divulgação da propaganda. TENTATIVA É admitida. PENA Detenção: 2 meses a 1 ano. ou Multa: 120 a 150 dias-multa. Ao contrário do padrão dos tipos penais, nesse caso foi fixada a pena mínima. Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 24 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Ademais, a pena será agravada se o crime for cometido pela imprensa, rádio ou televisão ou por meio de internet ou se envolver menosprezo ou discriminação à mulher, à cor, raça ou etnia. O TSE7 não exige que os fatos tenham potencial para definir a eleição basta que seja capaz de exercer influência perante o eleitorado. finalizar, é importante ressaltar que o TSE entende que somente propaganda paga veiculada em confronto com o dispositivo acima é capaz de gerar a tipificação penal 8. Calúnia Eleitoral Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 324, do CE. Vejamos, inicialmente, o conceito apresentado pelos professores Rodrigo Martiniano e Ayres Lins9: A calúnia eleitoral consiste na imputação falsa a alguém de um fato definido como crime, quer seja ele eleitoral ou não, na propaganda ou visando esta. Na mesma pena incorre aquele que divulga a informação sabendo de sua falsidade. A calúnia eleitoral assemelha-se, portanto, à difamação, pois imputa falsamente ao ofendido um fato desonroso com status de crime. Desse modo, podemos concluir que a imputação praticada deve ser falsa, de modo que, se o fato for verdadeiro, não há que se falar em crime. Desse modo, a exceção da verdade é o instrumento que poderá se valer o acusado para evitar a imputação. Ainda assim, é importante memorizarmos as hipóteses em que a exceção da verdade não será admitida nos termos do §2º do dispositivo estudado. Além disso, conforme ensina a doutrina não é necessário que o fato seja dirigido a candidato, desde seja veiculado em propaganda eleitoral ou visar à propaganda. 7 Ac.-TSE, de 25.6.2015, no AgR-RMS nº 10404 8 Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 35977, Acórdão de 15/10/2009, Relator(a) Min. FELIX FISCHER, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 7/12/2009, Página 15 RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 20, Tomo 4, Data 15/10/2009, Página 301 9 LINS, Ayres. e MARTINIANO, Rodrigo. Direito Eleitoral Descomplicado, p. 782. • se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; • se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; • se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. NÃO SE ADMITE A EXCEÇÃO DA VERDADE Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 25 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram CALÚNIA ELEITORAL TIPO OBJETIVO Caluniar alguém na propaganda eleitoral imputando falsamente fato definido como crime. BEM JURÍDICO Honra objetiva do indivíduo. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o ofendido. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Consuma-se com a divulgação da propaganda e com o conhecimento por terceiros. TENTATIVA É admitida, exceto pela forma verbal. PENA Detenção: 6 meses a 2 anos. ou Multa: 10 a 40 dias-multa. Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido contra: 1. Presidente da República; 2. Chefe de Governo Estrangeiro; 3. Funcionário público em razão de suas funções; 4. Na presença de várias pessoas;5. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa. Difamação Eleitoral Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 325, do CE. DIFAMAÇÃO ELEITORAL TIPO OBJETIVO Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando- lhe fato ofensivo a sua reputação. BEM JURÍDICO Honra objetiva do indivíduo. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o ofendido. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com a divulgação da informação difamatória na propaganda visando à propaganda eleitoral, desde que chegue ao conhecimento de terceiros. TENTATIVA É admitida, exceto se realizada de forma verbal. PENA Detenção: de 3 meses a 1 ano. e Multa: 5 a 30 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. TAMBÉM INCORRE EM CALÚNIA ELEITORAL AQUELE QUE, SABENDO SER FALSA A IMPUTAÇÃO, A PROPALAR OU A DIVULGAR. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 26 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido contra: 1. Presidente da República; 2. Chefe de Governo Estrangeiro; 3. Contra funcionário público em razão de suas funções; 4. Na presença de várias pessoas; 5. Utilizando-se de meios que facilite a divulgação da ofensa. Conforme dissemos, a conduta não precisa ser praticada contra candidato, deverá apenas ser veiculada com finalidade de propaganda eleitoral. Nesse sentido, o HC nº 187.635/201010, pelo qual firmou a desnecessidade de que a ofensa seja praticada contra candidato para a tipificação do crime previsto neste artigo. Mesmo entendimento foi firmado no HC nº 114080/2011, segundo o qual a incursão na difamação eleitoral relaciona-se ao contexto eleitoral em que ela é veiculada, não possuindo relação com o sujeito da conduta. Vejamos também o RHC nº 761.681/201111, segundo a qual o deferimento do direito de resposta e a interrupção da divulgação da ofensa não evitam a apuração do tipo ora estudados, caso haja difamação ou divulgação de fatos inverídicos na propaganda eleitoral. Injúria Eleitoral Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 326, do CE. O §1º do art. 326 trata do Perdão judicial, ou seja, o juiz deixará de aplicar a pena se o próprio ofendido provocou a injúria ou quando o ofendido responde de forma imediata a uma ofensa injuriosa. O §2º do art. 326 trata da Injúria Real, que não precisa atingir necessariamente a integridade física do ofendido. INJÚRIA ELEITORAL TIPO OBJETIVO Injuriar alguém em propaganda político-eleitoral ou visando à propaganda eleitoral, com ofensa à dignidade ou ao decoro. BEM JURÍDICO Honra subjetiva do indivíduo. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e o ofendido. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com a divulgação na propaganda ou visando à propaganda eleitoral, chegando ao conhecimento da vítima. TENTATIVA É admitida, exceto se realizada de forma verbal. 10 Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data 16/02/2011, Página 44-45. 11 Recurso em Habeas Corpus nº 761681, Acórdão de 17/05/2011, Relator(a) Min. FÁTIMA NANCY ANDRIGHI, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 01/07/2011, Página 92. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 27 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram PENA Detenção: de até 6 meses OU Multa: 30 a 60 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Se consistir em violência ou vias de fato: Detenção de três meses a um ano E multa de 5 a 20 dias-multa, além das penas correspondentes à violência prevista no Código Penal. Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido contra: 6. Presidente da República; 7. Chefe de Governo Estrangeiro; 8. Funcionário público em razão de suas funções; 9. Na presença de várias pessoas; 10. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa. Ademais, é possível a caracterização da injúria eleitoral de acordo com o art. 326 §2º, do CE. Esse dispositivo se aplica sempre que, além da injúria eleitoral, houver também ofensa física. Para finalizar, é importante destacar que o TSE entende desnecessário que a ofensa seja praticada contra candidato para a tipificação do crime de injúria eleitoral conforme HC nº 187.635/201012. Antes de seguirmos, façamos uma observação. Os últimos três tipos penais (calúnia eleitoral, difamação eleitoral e injúria eleitoral) possuem uma causa de aumento de pena? A fundamentação dessa causa de aumento consta do art. 327, do CE que recebeu mais dois incisos com a Lei 14.192/2021. Vejamos: Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326, aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; II – contra funcionário público, em razão de suas funções; III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa. IV – com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia; V – por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real 12 Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data 16/02/2011, Página 44-45. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 28 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Sigamos! Denunciação caluniosa com finalidade eleitoral Fique atento ao crime previsto no Art. 326-A pois ele foi recentemente acrescido pelo art. 2º da Lei nº 13.834/2019. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA COM FINALIDADE ELEITORAL TIPO OBJETIVO Dar causa a investigação policial, processo judicial, investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa em face de alguém que sabe ser inocente, com finalidade eleitoral, pela prática de crime ou ato infracional. BEM JURÍDICO Administração da justiça e a honra da vítima. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. É necessário que haja o conhecimento da inocência da pessoa. Exige-se, ainda, dolo específico que é a finalidade eleitoral. SUJEITO PASSIVO Estado e o ofendido a quem se atribuiu falsamente o delito. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. Crime comum. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito quando a autoridade inicia a investigação policial, o processo judicial, a investigação administrativa, o inquérito civil ou ação de improbidade administrativa. TENTATIVA É admitida. PENA Reclusão: de 2 até 8 anos E Multa CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3), QUANDO COMETIDO CONTRA Presidente da República; Chefe de Governo Estrangeiro; Funcionário público em razão de suas funções; Na presença de várias pessoas; Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa. calúnia eleitoral, difamação eleitoral e injúria eleitoral Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 29 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram 1. Anonimato - Causa de aumento de pena de 1/6. 2. Denunciação caluniosa privilegiada - imputação de contravenção penal - Diminuição da pena pela metade. O STF no ano de 2021 julgando a ADI 6225 entendeu que não há conflito da pena abstrata previstano §3º deste artigo e os princípios da proporcionalidade, da individualização da pena e da liberdade de manifestação do pensamento. Violência política contra a mulher Fique atento ao crime previsto no Art. 326-A pois ele foi recentemente acrescido pelo art. 2º da Lei nº 14.192/2021. Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra mulher: I – gestante; II – maior de 60 (sessenta) anos; III – com deficiência. Violência política contra a mulher TIPO OBJETIVO Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo. BEM JURÍDICO Lisura das eleições, higidez do processo eleitoral e regularidade do exercício do mandato. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. É necessário um elemento subjetivo especial de impedir ou dificultar sua campanha ou desempenho do mandato SUJEITO PASSIVO Deve ser uma candidata ou detentora de mandato eletivo – crime próprio SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. Crime comum. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e formal. CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com a conduta do ato de assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar. TENTATIVA É admitida. PENA Reclusão: de 1 até 4 anos Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 30 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram E Multa Causa de aumento de pena de 1/3. 1. Gestante 2. Maior de 60 anos 3. Com deficiência. Inutilização, alteração ou perturbação de propaganda lícita Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 331, do CE. INUTILIZAÇÃO, ALTERAÇÃO OU PERTURBAÇÃO DE PROPAGANDA LÍCITA TIPO OBJETIVO Inutilização, alteração ou perturbação de propaganda lícita. BEM JURÍDICO Igualdade e equilíbrio na propaganda. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material. CONSUMAÇÃO Consuma-se com a prática de quaisquer dos verbos previstos no tipo objetivo. TENTATIVA É admitida. PENA Detenção: até 6 meses. ou Multa: 90 a 120 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias. Impedimento ao exercício da propaganda Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 332, do CE. IMPEDIMENTO AO EXERCÍCIO DA PROPAGANDA TIPO OBJETIVO Impedir o exercício de propaganda. BEM JURÍDICO Liberdade de propaganda. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material. CONSUMAÇÃO Consuma-se com a prática de quaisquer dos verbos previstos no tipo objetivo. TENTATIVA É admitida. PENA Detenção: até 6 meses. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 31 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram e Multa: 30 a 60 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Aliciamento comercial de eleitores Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 334, do CE. ALICIAMENTO COMERCIAL DE ELEITORES TIPO OBJETIVO Utilizar organização comercial, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para a propaganda ou aliciamento. BEM JURÍDICO Igualdade na propaganda. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado, candidato, partido ou coligação prejudicados. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material. CONSUMAÇÃO Consuma-se o tipo penal quando houver a utilização de organização comercial para os fins descritos no tipo. TENTATIVA É admitida. PENA Detenção: de 6 meses a 1 ano. e Cassação do registro, se o condenado for candidato. Infração de menor potencial ofensivo. Tem correlação direta com a captação ilícita de sufrágio prevista no art. 41-A da Lei 9.504/97 Realizar propaganda em língua estrangeira Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 335, do CE. REALIZAR PROPAGANDA EM LÍNGUA ESTRANGEIRA TIPO OBJETIVO Fazer propaganda em língua estrangeira. BEM JURÍDICO Soberania nacional. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e, se for o caso, aquele eleitor que não conhece o idioma estrangeiro. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material. CONSUMAÇÃO Consuma-se com a divulgação da propaganda em língua estrangeira. TENTATIVA É admitida, exceto pela forma verbal. PENA Detenção: 3 a 6 meses. e Multa: 30 a 60 dias-multa. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 32 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Infração de menor potencial ofensivo. Participação em atividades partidárias por aqueles que não detêm direitos políticos Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 337, do CE. O TSE decidiu que este artigo não foi recepcionado pela constituição federal de 1988.13 Descumprimento de prioridade postal Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 338, do CE. DESCUMPRIMENTO DE PRIORIDADE POSTAL TIPO OBJETIVO Não garantir o funcionário de empresa postal a prioridade concedida aos partidos políticos para a remessa de propaganda nos 60 dias que antecedem o pleito. BEM JURÍDICO Isonomia da propaganda política eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e os candidatos partidos políticos prejudicados. SUJEITO ATIVO Funcionário de empresa postal. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO A consumação do delito ocorre com o descumprimento do dever legal de assegurar a prioridade nos 60 dias que antecedem o pleito eleitoral. TENTATIVA Não é admitida. PENA Multa: 30 a 60 dias-multa. Destruição, supressão ou ocultação de material eleitoral Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 339, do CE. DESTRUIÇÃO, SUPRESSÃO OU OCULTAÇÃO DE MATERIAL ELEITORAL TIPO OBJETIVO Destruir, suprimir ou ocultar urna ou documento eleitorais. BEM JURÍDICO Direito público subjetivo do voto. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com a efetivação do prejuízo à eleição em razão da prática perpetrada. TENTATIVA É admitida. PENA Reclusão: 2 a 6 anos e 13 RESPE - Recurso Especial Eleitoral nº 36173, Min. Rel. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJE 30/09/2015. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 33 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Multa: 5 a 15 dias-multa. A penalidade será agravada caso seja praticada por membro ou funcionário da Justiça Eleitoral,o qual pratica o ato prevalecendo-se do cargo. Fabricação, aquisição, fornecimento, subtração ou guarda indevida de material de uso exclusivo da Justiça Eleitoral Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 340, do CE. FABRICAÇÃO, AQUISIÇÃO, FORNECIMENTO, SUBTRAÇÃO OU GUARDA INDEVIDA DE MATERIAL DE USO EXCLUSIVO DA JUSTIÇA ELEITORAL TIPO OBJETIVO Fabricar, adquirir, fornecer, subtrair ou guardar materiais da Justiça Eleitoral. BEM JURÍDICO Bens da Justiça Eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. Crime comum. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Trata-se de crime de perigo, para o qual é suficiente a realização de uma, ou mais, das condutas descritas no tipo para fins de consumação. TENTATIVA É admitida. PENA Reclusão: até 3 anos e Multa: 3 a 15 dias-multa. Se o agente for integrante da Justiça Eleitoral, a penalidade será agravada entre 1/5 e 1/3. Retardamento das publicações eleitorais Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 341, do CE. RETARDAMENTO DAS PUBLICAÇÕES ELEITORAIS TIPO OBJETIVO Retardar a publicação ou não publicar as decisões, as citações ou as intimações da Justiça Eleitoral. BEM JURÍDICO Regularidade dos serviços eleitorais. Celeridade do processo eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado e aquele que for prejudicado pelo atraso na publicação. SUJEITO ATIVO Servidor público responsável pela publicação. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e formal. CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com o mero atraso na publicação ou com a não publicação. TENTATIVA Não é admitida. PENA Detenção: até 1 mês ou Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 34 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Multa: 30 a 60 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Lembrem-se que, no caso de detenção, a pena mínima será sempre de 15 dias. Omissão da denúncia a cargo de representante do Ministério Público Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 342, do CE. É preciso tomar cuidado com o entendimento jurisprudencial do TSE que prevê a possibilidade de o Ministério Público deixar de apresentar denúncia contra alguns autores baseando-se no Princípio da Divisibilidade aplicado as Ações Penais Públicas 14. OMISSÃO DA DENÚNCIA A CARGO DE REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO TIPO OBJETIVO Não apresentar denúncia ou deixar de promover a execução de sentença. BEM JURÍDICO Serviços eleitorais. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO O representante do Ministério Público. Crime próprio. Ato personalíssimo. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como omissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Em regra, a consumação ocorre quando o prazo para a apresentação da denúncia expira. TENTATIVA Não é admitida. PENA Detenção: até 2 meses ou Multa: 60 a 90 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias. Omissão da autoridade judiciária em representar contra o membro do Ministério Público Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 343, do CE. Notem que se trata da atitude que a autoridade judiciária deve tomar diante da verificação da incidência no crime disposto no art. 342, do CE. OMISSÃO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA EM REPRESENTAR CONTRA O MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO TIPO OBJETIVO Deixar de representar contra o membro do Ministério Público que não apresentou a denúncia no prazo. 14 HABEAS CORPUS N° 780-48.2011.6.00.0000, Min. Rel. Marco Aurélio, Tribuna Pleno, Publicado em sessão 18/08/2011. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 35 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram BEM JURÍDICO Serviços da Justiça Eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO O Juiz que deixou que deixou de realizar a representação contra o membro do Ministério Público. Crime próprio. Ato personalíssimo. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como omissivo e de mera conduta. CONSUMAÇÃO Consuma-se o crime quando o juiz deixa de cumprir o seu dever legal no tempo indicado. Devemos atentar, ainda, para o §5º, do art. 357, do CE, que dispõe: “§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do Ministério Público se o Juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício”. Ou seja, o juiz tem o prazo de 10 dias para representar contra o Ministério Público. TENTATIVA Não é admitida. PENA Detenção: até 2 meses ou Multa: 60 a 90 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias. Recusa ou abandono do serviço eleitoral Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 344, do CE. Atentem-se para a jurisprudência do TSE, segundo a qual o não comparecimento de mesário no dia da votação não configura o crime ora estudado, pois é prevista punição administrativa no art. 124, do CE, o qual não contém ressalva quanto à possibilidade de cumulação com sanção de natureza penal15. RECUSA OU ABANDONO DO SERVIÇO ELEITORAL TIPO OBJETIVO Sem justa causa, recursar ou abandonar o serviço eleitoral. BEM JURÍDICO Serviços eleitorais durante a votação. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO Aqueles que estejam à serviço da Justiça Eleitoral CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e formal. CONSUMAÇÃO Consuma-se o crime com a recusa ou com o abandono do serviço eleitoral. Não é necessário qualquer prejuízo ao serviço eleitoral para a consumação do crime. TENTATIVA Não é admitida. PENA Detenção: até 2 meses ou 15 HABEAS CORPUS N° 638, Min. Rel. Marcelo Ribeiro, Tribunal Pleno, DJE 21/05/2009. Ricardo Torques Aula 15 - Somente PDF TRE-PR (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Noções de Direito Eleitoral www.estrategiaconcursos.com.br 36 75 Adquirido em: @Xinyuu_bot - Telegram Multa: 90 a 120 dias-multa. Infração de menor potencial ofensivo. Lembrem-se que no caso de detenção a pena mínima será sempre de 15 dias. Descumprimento dos deveres eleitorais Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 345, do CE. DESCUMPRIMENTO DOS DEVERES ELEITORAIS TIPO OBJETIVO Não cumprir, nos prazos legais, os deveres impostos pelo CE, se a infração não estiver sujeita a outra penalidade. BEM JURÍDICO Serviços processuais e cartorários da Justiça eleitoral. TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. SUJEITO PASSIVO Estado. SUJEITO ATIVO Qualquer membro integrante da Justiça Eleitoral, definidos no art. 283: Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça Eleitoral: I – os Magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra função por designação de Tribunal Eleitoral; II – os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral; III – os cidadãos que hajam sido nomeados para as Mesas Receptoras ou Juntas Apuradoras; IV – os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral. § 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos indicados no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal ou em sociedade de economia mista. CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e formal. Devemos