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síndrome de burnout

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___________________________________________ 
¹ Acadêmico da 10° etapa do curso de Direito da Universidade de Uberaba. Contato: 
juliana.dipaulla@gmail.com 
² Mestre em Direito pela Universidade Estadual de Franca - UNESP (2002); graduada em Direito pela 
Universidade de Uberaba – UNIUBE (1995). Professora da Universidade de Uberaba 
 
A SÍNDROME DE BURNOUT FRENTE O ASSÉDIO MORAL E A 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR 
 
 
Juliana Paula da Silva¹ 
Jussara Melo Pedrosa² 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente artigo objetiva esclarecer no que consiste a Síndrome de Burnout, uma 
vez que esta surge quando, exposto a uma relativa e excessiva extensa carga de trabalho e 
situações de assédio moral, o indivíduo passa a apresentar sinais de exaustão, resultado de 
intenso estresse, desgaste e frustração experimentados em meio à atividade exercida. Realizar-
se-á uma abordagem de sua definição, característica, o reflexo previdenciário e a influência do 
meio ambiente de trabalho no surgimento e agravamento da doença. Apresentará seu 
enquadramento na legislação, bem como os requisitos para comprovação do nexo causal entre 
a Síndrome e o trabalho e conferir fundamentos para a defesa da responsabilidade civil do 
empregador. Por fim, o presente estudo não pretende exaurir o debate a respeito do tema, mas 
fazer avançar a reflexão em torno do assunto, por ser essencial para que se possa efetivar uma 
resposta adequada às demandas judiciais submetidas à apreciação da Justiça do Trabalho. 
 
Palavras-chave: Síndrome de Burnout. Doença do trabalho. Assédio Moral. 
Responsabilidade Civil. 
 
 
 
 
 
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1 INTRODUÇÃO 
 
 
 A relação de trabalho tem sofrido profundas modificações ao longo dos anos. Tais 
alterações tem causado um labor mais intenso, acarretando mudanças que tem repercutido na 
saúde dos indivíduos e na classe dos trabalhadores como um todo. 
 A inserção do indivíduo no ambiente de trabalho pode gerar certo descompasso entre 
suas expectativas e o que é efetivamente cumprido. 
 Toda carga de insatisfações e pressões do meio laboral traz reflexos diretamente nos 
padrões físicos e emocionais dos empregados, convergindo por vezes em um processo de 
estresse, que se não detectado em seus estágios inicias, leva ao estresse crônico, que 
desencadeia a Síndrome de Burnout. 
 O indivíduo acometido de tal síndrome tem uma sensação de esgotamento físico e 
emocional, tendo atitudes negativas em relação ao trabalho. As causas da síndrome tem 
relação direta com o meio ambiente de trabalho, constituindo doença profissional e como tal, 
goza de proteção legal, ensejando benefícios previdenciários. 
 O presente trabalho objetiva fazer uma análise sobre o meio ambiente de trabalho que 
leva ao desenvolvimento da síndrome, no sentido de demonstrar sua incidência nos casos de 
assédio moral, bem como demonstrar a existência do nexo de causalidade, auxiliando a 
identificação do liame entre a doença e o trabalho, e analisar a responsabilidade civil do 
empregador pelos danos causados em razão do assédio moral no trabalho e sua evolução para 
a Síndrome de Burnout. 
 
 
2 DOENÇA DO TRABALHO 
 
 
Embora a saúde do trabalhador seja uma preocupação mundial mais antiga, oriunda 
principalmente de meados do século passado, o meio ambiente do trabalho é um estudo 
recente, inserido na Constituição da República de 1988 no art. 200, inc. VIII, mas que bem 
demonstra duas tendências notoriamente modernas: a preocupação com o meio ambiente vital 
e a busca na qualidade no sentido amplo, compreendendo-se o do trabalho (MINARDI, 2010, 
p. 34). 
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Compreende-se como doenças ocupacionais as moléstias de evolução lenta e 
progressiva, originária de uma causa gradativa e durável, vinculadas às condições de trabalho. 
A legislação vigente subdivide e equipara as doenças ocupacionais em: doença 
profissional e doença do trabalho, nos termos do artigo 20, incisos I e II da Lei nº 8.213/1991. 
As mesopatias, ou doenças do trabalho, também denominadas como moléstias 
profissionais atípicas, decorrem das condições de agressividade existentes no local de 
trabalho, que agiram de forma a acelerar, eclodir ou agravar a saúde do trabalhador. 
Enquanto as doenças profissionais decorrem de um risco da atividade exercida, as do 
trabalho têm como causa o risco indireto. 
Costa (2009, p.83) em sua obra, explica: 
 
 
Enquanto nas doenças profissionais o laborista está dispensado do ônus probatório, 
nas doenças do trabalho ou agravamento das mesmas esse ônus lhe é obrigatório. 
Isso porque embora exista a presunção de que ingressou em perfeitas condições de 
saúde, ou que apresentava determinada doença que não o impedia de trabalhar, 
deverá comprovar ter sido o ambiente laborativo que fez eclodir ou provocou o 
agravamento da doença ou perturbação funcional. É do obreiro o dever de 
comprovar a impossibilidade de se manter naquela mesma atividade, sob pena de 
ver a incapacidade aumentada, com previsibilidade razoável de sobrevir a 
incapacitação total e permanente. 
 
 
A doença do trabalho é aquela que foi adquirida ou desencadeada em função de 
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, tal 
definição consta no Anexo II do Decreto nº 3.048/1999. 
Como se nota, em regra, para que a doença possa ser considerada doença do trabalho 
ou profissional, além de se subsumir ao conceito legal exposto, deve constar no Anexo II do 
Regulamento da Previdência Social. 
Nos termos do artigo 20, § 1º da Lei nº 8.213/1991, não são consideradas como 
doenças do trabalho, a doença degenerativa, a inerente a grupo etário, a que não produza 
incapacidade laborativa, a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em 
que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto 
determinado pela natureza do trabalho. 
Em casos excepcionais, constatando-se que a doença ainda que não incluída nessa 
relação foi resultante das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se 
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente de trabalho (artigo 20, 
§2º, da Lei nº 8.213/1991. (GARCIA, 2011, p. 142). 
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As doenças ocupacionais (doenças causas pelas condições de trabalho ou ambiente 
e/ou pelos processos de trabalho) são de difícil diagnóstico, pois são socialmente reconhecidas 
como resultados de propensão genética, ou maus hábitos pessoais dos trabalhadores. 
Os transtornos mentais respondem pela terceira causa de afastamento do trabalho no 
Brasil, conforme levantamentos realizados pela Previdência Social, essas doenças perdem 
apenas para as do sistema osteomuscular, como os casos de LER (Lesão por Esforço 
Repetitivo), e as lesões traumáticas. 
Muitas vezes as patologias psiquiátricas se desenvolvem a partir do estresse 
ocupacional, posto esta grande incidência, no presente estudo, abordar-se-á uma das espécies 
de patologias psiquiátricas, a Síndrome de Burnout, que constitui um dos danos laborais de 
caráter psicossocial mais importante da sociedade atual. 
 
 
3 ASSÉDIO MORAL: CONCEITO E EFEITOS NA SAÚDE MENTAL DO 
EMPREGADO 
 
Barbosa (2008, p. 48) em sua tese disserta acerca da competividade voraz do mundo 
capitalista. Neste cenário as empresas proporcionam o acirramento entre seus funcionários, 
muitas vezes consubstanciado pela falta de profissionais qualificados e o excesso de mão-de-
obra barata. Devido a isso se depara com uma facilidade da propagação do Assédio Moral, 
pois a política e o mercado são submetidos por comportamentos desumanos e aéticos, 
prevalecendo à arrogância e o interesse individual. 
Conforme Alkimin (2006, p.39), o assédio moral, conhecido também por mobbing, 
terror psicológico ou psicoterror, é consequência de um inconsciente processo destrutivo do 
psicológico humano, sendo tal processo constituído de atos hostis implícitos,de um ou mais 
indivíduos sobre a vítima, sendo tais ataques por meio de palavras, gestos, etc., ou seja, de um 
verdadeiro processo de destruição moral. 
Para Hirigoyen (2003, p. 65), o assédio moral pode ser compreendido: 
 
 
Como toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se sobre tudo por 
comportamento, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano à 
personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, por 
em perigo seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho. 
 
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A mesma autora (2003, p. 66) pontua que o assédio moral agrega dois fenômenos 
principais: o abuso de poder e a manipulação perversa. O primeiro é de fácil percepção, já o 
segundo, causa grandes devastações e instala-se de maneira perspicaz, onde o assediador 
submete à vitima a repetidas humilhações colocando-o em situação de inferioridade. 
Seguindo grandes doutrinadores brasileiros, as definições de assédio moral segue a 
mesma linha. Nas lições Nascimento (2004, p. 8), como exemplo: 
 
 
O assédio moral é caracterizado por uma conduta abusiva, seja do empregador que se 
utiliza de sua superioridade hierárquica para constranger seus subalternos, ou seja, dos 
empregados entre si com a finalidade de excluir alguém indesejado do grupo, o que pode se 
dar, aliás, muito comumente, por motivos de competição ou de discriminação pura e 
simples. 
 
 
Para Minardi (2010, p. 136), o assédio moral relaciona-se a microviolências hostis e 
persistentes que ocorrem no ambiente laboral causando desgaste psicológico no trabalhador e, 
via de consequência, danos à saúde mental e física do mesmo. Tais microviolências são 
caracterizadas como perseguições e humilhações, que se manifestam por meio de sobrecarga 
de serviço, vigilância excessiva ou rebaixamento de função, onde o ambiente de trabalho 
muito competitivo acarreta um desgaste humano infinito, e esse ato contínuo, geral o assédio 
moral e o consequente direito a uma indenização pecuniária, já reconhecida pelos tribunais 
pátrios. 
Compreendida a noção de assédio moral, não se pode confundi-lo com outras formas 
de violências psíquicas laborais ou com outras formas decorrentes da convivência 
profissional. 
Para que reste configurado, o assédio moral exige a presença de alguns elementos, 
sem os quais as condutas são mera violência, sem caráter assediante. 
Em que pesem as divergências doutrinárias, pode-se arrolar como principais 
elementos: os sujeitos, a conduta do agressor, a repetição ou reiteração e a duração no tempo, 
a intencionalidade e consciência do agente, a premeditação e a existência de danos psíquicos. 
Carvalho (2007, p. 69), indica o que são quatro os elementos caracterizadores: os 
sujeitos (ativo e passivo), a conduta degradante - podendo ser desencadeada a partir de 
qualquer conduta imprópria manifestada por meio de qualquer comportamento, palavra, ato, 
gesto ou ausência de comunicação e informação, a reiteração e sistematização - ou 
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habitualidade, sendo definida como aquilo que ocorre por hábito, repetição, de maneira 
regular e permanente, e por fim a consciência do agente ativo - significando que a conduta 
prejudicial deve ser intencional ou previsível, considerando-se sempre a previsibilidade dos 
resultados prejudiciais. 
Conforme Minardi (2010, p. 137), o entendimento equivocado do assédio moral tem 
levado a uma avalanche de casos à Justiça do Trabalho que geralmente representam hipóteses 
de dano psíquico isolado, ou mesmo um mero desgosto do trabalhador com ordens cobradas 
de forma mais acintuosa, ocasionando uma banalização deste fenômeno. 
As consequências para o empregado assediado são inúmeras. A doutrina jurídica e a 
literatura médica apresentam vários prejuízos à pessoa que sofre essa modalidade de agressão, 
vez que as consequências geradas pelo assédio moral não se limitam à saúde do trabalhador 
vitimizado, os resultados atingem também a esfera social, além das consequências 
econômicas do fenômeno sobre o empregado, a empresa e sociedade. 
Nas lições de Guedes (2004, p. 113): 
 
 
Os efeitos nefastos para o organismo submetido ao assédio moral no trabalho não se 
limitam ao aspecto psíquico, mas atingem o corpo físico, fazendo com que o 
organismo se ressinta das agressões. Os distúrbios podem recair sobre o aparelho 
digestivo, respiratório, articulações, cérebro, coração e enfraquecimento do sistema 
imunológico. 
 
 
Segundo a mesma autora (2004, p. 113), atinge a vida familiar e social da vítima, 
desencadeando crise existencial, crise de relacionamento e econômica. Também existem os 
efeitos do assédio moral sobre a empresa, vez que gera um expressivo aumento de gastos em 
razão de faltas por motivo de doença, substituições e eventuais despesas com processos 
judiciais, bem como afeta os custos operacionais com a baixa produtividade advinda do 
absenteísmo. 
O assédio moral, por ser uma violência que penetra no psicológico da pessoa 
atentando contra sua dignidade e honra, desestrutura a vítima, ocasiona danos que, por vezes 
são irreparáveis, danos que vão além do simples pedido de demissão, lesões que por sua 
gravidade, podem levar a inúmera patologias existentes que são relacionadas ao assédio 
moral, tais como, estresse, depressão, distúrbios cardíacos, alcoolismo, dependência química, 
tendências suicidas e a síndrome de burnout, que será tratada no presente estudo. 
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Segundo a definição dada pelo Ministério da Saúde, no Manual de procedimentos 
para os serviços de saúde concernentes às doenças relacionadas ao trabalho (2001, p. 191), a 
Síndrome de Burnout é: 
 
 
A sensação de estar acabado ou Síndrome do esgotamento profissional, é um tipo de 
resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho. 
Tem sido descrita como resultante da vivência profissional em um contexto de 
relações sociais complexas, envolvendo a representação que a pessoa tem de si e dos 
outros. O trabalhador que antes era muito envolvido efetivamente com seus clientes, 
com seus pacientes ou com o trabalho em si, desgasta-se e, em um dado momento, 
desiste, perde a energia ou se “queima” completamente. O trabalhador perde o 
sentido de sua relação com o trabalho, desinteressa-se e qualquer esforço, lhe parece 
inútil. 
 
 
O vocábulo Burnout é de origem inglesa, que traduzido literalmente, significa perder 
o fogo ou queimar para fora, representando um estado físico de esgotamento, na qual o sujeito 
perde o sentido da sua relação com o trabalho, um estado de esgotamento a que chegam 
algumas pessoas submetidas a determinadas condições de trabalho. 
Nessa tessitura, Nassif (2006, p. 729) esclarece que o Burnout se apresenta como 
uma síndrome complexa que acarreta consequências muito variáveis, atingindo a integridade 
físico-psicológica e comportamental. 
Conforme a mesma autora explica (2006, p. 730): 
 
 
Trata-se de processo no qual um profissional, anteriormente empenhado, se 
desinteressa do trabalho em resposta ao stress e à alta tensão experimentada no 
trabalho. É caracterizada pelo exaurimento emotivo, pela despersonalização, pela 
reduzida realização pessoal. É uma síndrome em que há uma progressiva perda de 
idealismo, de energia, de objetivos; uma perda de motivação e de expectativas para 
ser eficiente no fazer o bem; um estado de cansaço ou frustração originário da 
devoção a uma causa. Nesse sentido o Burnout é considerado como o ultimo passo 
de uma progressão de tentativas sem sucesso para enfrentar uma série de condições 
negativas e estressantes. 
 
 
Para Minardi (2010, p. 147), o Burnout se apresenta como uma síndrome complexa 
que acarreta consequências muito variáveis, atingindo a integridade física e comportamental. 
Entre os sintomas mais comuns relatados pela literatura médica, em nível individual, estão os 
problemas psicossomáticos, a diminuição do rendimento e as atitudes negativas frente à vida8 
 
em geral, exaustão física e emocional, baixa autoestima, alterações no sono e no apetite, dores 
musculares constantes, problemas gastrointestinais, ansiedade e falta de concentração. 
 É cediço que o ambiente laboral influencia no surgimento de doenças do trabalho, 
nelas incluídas as doenças profissionais. Por dicção legal, art. 20, inc. II, da Lei nº 8.213/91, 
as doenças ocupacionais são equiparáveis a acidente de trabalho e pressupõe prova do nexo de 
causalidade entre o trabalho e o desenvolvimento ou agravação da enfermidade. 
A Síndrome de Burnout é hipótese de acidente de trabalho, conforme se infere do 
anexo II do Decreto nº 3.048/99 no quadro transtornos mentais e do comportamento 
relacionados com o trabalho (Grupo V da CID-10). 
O Ministério da Saúde também tem aprovada a lista de doenças relacionadas com o 
trabalho, editada pela Portaria 1.339/GM, de 18.11.1999, onde consta a síndrome de Burnout 
como uma das hipóteses equiparáveis a acidente de trabalho. 
A Resolução nº 1.488/98 do Conselho Federal de Medicina recomenda ao médico do 
trabalho que busque o nexo causal entre o transtorno da saúde físico-mental e a atividade do 
trabalhador. 
Conforme salienta Minardi (2010, p. 150), a doença resultante do psicoterrorismo no 
trabalho, ou assédio moral é, portanto, profissional. Uma vez constatada a sua manifestação, é 
imperioso o afastamento do trabalhador dos seus afazeres cotidianos, principalmente no caso 
daqueles que convivem em um ambiente de alta competitividade ou de rígidas exigências de 
produtividade. 
A síndrome de Burnout ocasiona a incapacidade para o trabalho e por isso é mister o 
encaminhamento do empregado ao INSS, para apuração do estado clínico e da incapacidade 
laborativa e, via de corolário, para receber o benefício auxílio-doença acidentário. 
(MINARDI, 2010, p. 150). 
 
 
4 A SÍNDROME DE BURNOUT FRENTE O ASSÉDIO MORAL E A 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR. 
 
 
O assédio moral é como uma guerra de nervos travada no interior das empresas. 
Dependente do trabalho para as suas satisfações morais, sociais, afetivas, psicológicas 
emateriais, inúmeras pessoas vêem-se à mercê dos empregadores, que dificultam ou até 
mesmo impossibilitam-no de exercer o seu direito de trabalhar e de viver de forma saudável. 
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Segundo Stefanelli (2014, p. 2), é certo que a origem priméria da sindrome de 
burnout é o próprio ambiente laboral no qual o individuo se insere. Todavia, essa simples 
constatação não é o suficiente para uma definição técnica de sua fonte primária causadora. 
Ademais, a existência de assédio moral trambém não é o unico fator para que essa síndrome 
se manifeste no assediado. Necessita-se de algo mais para que haja uma determinação 
adequada de sua causa laboral. A referida síndrome advém de um modo de gestão do trabalho, 
caracterizado por pouca ou nenhuma autonomia, sobrecarga de tarefas, insegurança, 
sentimento de desmoralização no ambiente de trabalho, somado à predisposição intrínseca do 
indívíduo. 
Conforme a mesma autora (2014, p. 3), afigura-se bastante claro que o assédio moral 
calcado numa forma de controle desrespeitosa, marcada por pressões abusivas, e em uma 
cobrança extrema e exaustiva que esgota as possibilidades do empregado exaurindo-o em 
detrimento do funcionamento sistemático da nova materialidade do capital é a fonte primária 
da sindrome de Burnout. Ou seja, a busca desenfreada por produtividade gera uma ambiente 
laboral enfraquecido e doente, o burnout é o esgotamento físico e mental de trabalhadores que 
não mais aguentam tamanha pressão ocasionada por uima forma peculiar de assédio moral. 
Desta feita, não há como se pensar em síndrome de burnout em descompasso com a questão 
ambiental, ainda que dentro dessa ambientação existam outros fatores que conduzam à 
sobrecarga, é importante salientar que o assédio moral é um grande causador dessa 
psicopatologia e tende a fomentá-la ainda mais com o atual sistema de produção 
implementado na sociedade de consumo. 
A Portaria n° 1339/99 (Ministério da Saúde, 1999) apresenta os principios 
norteadores utilizados no Brasil para o diagnóstico das doenças relacionadas ao trabalho e tem 
um capitulo dedicado aos chamados "transtornos mentais e do comportamento relacionados 
ao trabalho". Segundo o Manual do Ministério da Saúde (2001) que toma como referência a 
mencionada Portaria e o Decreto nº 3.048/99 com suas alterações, o estabelecimento do nexo 
causal entre a doença e a atividade atual ou pregressa do trabalhador representa o ponto 
central para o correto diagnóstico e tratamento da doença. 
Conforme salienta Gelly (2015, p. 03), por tratar-se de doença do trabalho, ao 
contrário das doenças profissionais, em que não há a necessidade de comprovação no nexo, há 
que se estabelecer o nexo causal para que se comprove a relação de causa e efeito entre a 
moléstia e as atividades habitualmente desenvolvidas. 
Como já enfocado, para caracterização da Síndrome de Burnout como acidente de 
trabalho há que se provar o nexo de causalidade. Cabe ao assegurado demonstrar que a 
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doença desencadeada decorreu das atividades laborativas, demonstrando que o meio de 
trabalho era estressante, desequilibrado, não reunindo condições adequadas de sáude e 
psicossociais. 
Para o reconhecimento do nexo causal segundo Gelly (2015, p. 03): 
 
 
Há necessidade de prova técnica robusta, embasada por uma completa descrição das 
atividades e situações de assédio que teriam levado a patologia e a consequente 
incapacidade, bem como tem grande relevância, todo os histórico do trabalhador 
perante o empregador, relatos feitos ao mesmo, afastamentos, solicitações de 
algumas mudanças que tornem o trabalho menos estressante. 
É obrigação de o empregador zelar pela saúde de seus empregados, garantindo não 
apenas a segurança no ambiente de trabalho, mas essencialmente, promovendo a 
avaliação periódica de sua higidez física, com maior empenho para aqueles que 
labutam em atividades danosos, extenuantes ou particularmente estressantes. 
A realização de exames médicos periódicos não é faculdade outorgada ao 
empregador, mas obrigação legal (artigo 168, inciso III da CLT). 
 
 
Como a Síndrome de Burnout é uma doença do trabalho que pode gerar a 
incapacidade temporária ou definitiva, para quer se possa realizar a atividade laboral, e 
também é uma Síndrome que pode gerar responsabilidade civil patronal por danos causados 
ao empregado, danos esses que podem ser moral ou patrimonial se for o caso. 
No Brasil, a responsabilidade civil funda-se na culpa. Ou seja, o agente só será 
responsabilizado se agir com culpa, devendo esta ser comprovada pela vítima. Entretanto, 
ante a dificuldade da comprovação da culpa, do autor do dano, tornou-se comum que vítimas 
não alcançassem judicialmente indenizações pelas lesões sofridas, fazendo surgir novas 
teorias que buscassem dar maior proteção aos ofendidos. 
A principal delas é a teoria do risco, que tem por escopo atender situações em que a 
aplicação da teoria tradicional revela-se insuficiente para assegurar justa reparação às vítimas, 
é pos denominada teoria objetiva que teve como primeiros beneficiários as vítimas de 
acidentes de trabalho, vez que o patrão passa a indenizar o empregado não em razão do ato 
culposo, mas sim, por der dono de um negócio, assumindo todos os seus riscos. (FONTANA, 
2013, p. 257). 
Melo (2010, p. 235) entende que a finalidade da responsabilidade civil é dupla: de 
sanção e reparação, visa castigar o ofensor por não ter evitado a lesão e desmotivá-lo a repetir 
a conduta lesiva. Preferencialmete, a reparação do dano deve ocorrer mediane o retorno das 
coisas ao estado anterior ao evento danoso. 
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A responsabilidade civil brasileira possui duas modalidades: a subjetiva, baseada na 
culpa do agente, e a objetiva, que independe de culpa. Conforme Melo (2010, p. 240) na 
modalidade subjetiva, ofundamento da obrigação de reparar é a culpa do agente, sendo assim, 
não havendo culpa, ou se essa não for demonstrada, afasta-se a ideia de responsabilidade, 
ficando a vítima com os prejuízos decorrentes do ato. 
O Código Civil, em seu artigo 186, instituiu o dolo e a culpa como fundamentos para 
a obrigação de reparar o dano, Melo (2010, p. 234-244) destaca quatro pressupostos da 
responsabilidde civil subjetiva: a) ação ou omissão do agente; b) culpa ou dolo do agente; c) 
relação de causalidade entre o ato e dano; e d) o dano experimentado pela vítima. Tais 
pressupostos são acolhidos pela combinação dos artigos 186 e 927 do Código Civil. 
Nas hipóteses de reconhecimento da responsabilidade objetiva, o segundo elemento, 
culpa ou dolo, não existe, restando como pressupostos: a) ação ou omissão; b) nexo de 
causalidade; e c) dano. A culpa é presumida pela lei, de acordo com Melo (2010, p. 244). 
Conforme Diniz (2011, p. 68) o dano à saúde mental do trabalhador decorrente do 
desequilíbrio do meio ambiente de trabalho é extrapatrimonial, pois atinge a integridade 
psíquica. A modalidade objetiva da responsabilidade civil funda-se em um princípio de 
equidade, existe onde aquele que lucra com uma situação deve responder pelo risco ou pelas 
desvantagens dela resultantes. 
A responsabilidade objetiva, como sublinha Melo (2010, p. 240-241) independe da 
comprovação de culpa pelo agente. Basta que se demonstre o dano causado e a relação de 
causa e efeito entre este e o ato praticado pelo agente. Baseia-se no risco da atividade e 
fundamenta-se na teoria do risco, nas modalidades risco integral, risco profissional, risco 
proveito e risco criado. 
O direito brasileiro baseia-se na teoria do risco na modalidade risco criado, que 
preconiza que quem empreende alguma atividade, lucrativa ou não, assume os riscos dela 
decorrentes, respondendo pelos danos causados a outrem, salvo as excludentes previstas em 
lei, como culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou de força maior. 
A CLT consagra, em seu artigo 2º, a responsabilidade objetiva do empregador, 
baseando-se na hipossuficiência do trabalhador. Trata-se da teoria do risco de quem busca um 
proveito da atividade empreendida, mesmo que no final não alcance resultados positivos 
desejados. Baseando-se nesse artigo, Melo (2010, p. 264-265) defende que o empregador tem 
a obrigação de manter incólume a integridade física e psíquica dos trabalhadores a ele ligados. 
Afinal assume os riscos de sua atividade econômica. 
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A responsabilidade civil objetiva não se presume; decorre de textos expressos em lei 
ou de atividades de risco desenvolvida pela agente do dano, explana Melo (2010, p. 258). 
Logo, seus critérios são a lei e as atividades de risco. 
 Conforme Fontana (2013, p. 264), a prática de assédio moral organizacional e de 
outros métodos degradantes resulta em afronta aos direitos fundamentais dos trabalhadores, 
bem como em um ambiente desequilibrado, gerando danos à saúde mental do trabalhador 
conforme delineado no presente estudo. Esse ambiente desestabiliza a saúde física e mental 
do trabalhador, comprometendo sua qualidade de vida dentro e fora da empresa. 
Como se depreende das exposições acima, as condutas de assédio moral, repressão, 
coação e terror psicológico, geradores da Síndrome de Burnout, são práticas que degradam o 
meio ambiente do trabalho, tornando-o intolerável. Este meio torna-se propício para a 
manifestações de doenças psíquicas. 
Nesta esteira, Rocha (1997, p. 67) dispõe que, ocorrendo doença ocupacional 
decorrente de poluição do ambiente de trabalho, a regra aplicada deve ser da responsabilidade 
civil objetiva, vez que se enquadra na hipótese do artigo 225, § 3º da Constituição da 
República de 1988, que não exige qualquer conduta do agente na responsabilização, por 
tratar-se de violação ao direito ao meio ambiente de trabalho equilibrado e sadio. 
O mesmo entendimento tem Melo (2010, p. 333), considerando que nos casos de 
doenças ocupacionais como a Síndrome de Burnout, decorrentes dos danos ao meio ambiente 
do trabalho, a responsabilidade pelos prejuízos à saúde do trabalhador é objetiva, pois o meio 
ambiente do trabalho integra o meio ambiente geral. 
Conforme leciona Dias (2015, p. 98) considerando inclusive julgados existentes, o 
empregado tem, de fato, direito a indenização moral e material pelo aparecimento ou 
agravamento da Síndrome de Burnout, posto que sua enfermidade ainda que multifatorial, não 
perde o enquadramento como doença ocupacional equiparada ao acidente de trabalho 
conforme prevê o artigo 21, inciso I da Lei nº 8.213/91. 
Nessa linha, o Tribunal Superior do Trabalho, em 29/04/2015, ao julgar o Recurso de 
Revista nº 9593320115090026, confirmou o enquadramento da Síndrome de Burnout como 
acidente de trabalho bem como a incidência de reparação por dano moral. Veja-se a ementa 
da referida decisão: 
 
 
REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. SÍNDROME DE BURNOUT. DOENÇA 
OCUPACIONAL EQUIPARADA A ACIDENTE DE TRABALHO. VALOR 
ARBITRADO À CONDENAÇÃO. R$ 30.000,00 (TRINTA MIL REAIS), A 
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TÍTULO DE DANOS MORAIS, REDUZIDO PARA R$ 10.000,00 (DEZ MIL 
REAIS) PELO TRIBUNAL REGIONAL. STRESS OCUPACIONAL E 
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO. MAJORAÇÃO DEVIDA. R$ 
60.000,00 (SESSENTA MIL REAIS). Dallegrave Neto define o burnout como "um 
esgotamento profissional provocado por constante tensão emocional no ambiente de 
trabalho", ocasionado por um sistema de gestão competitivo, com sujeição do 
empregado às agressivas políticas mercantilistas da empresa. Segundo Michael P. 
Leiter e Christina Maslach "a carga de trabalho é a área da vida profissional que está 
mais diretamente associada à exaustão. Exigências excessivas de trabalho 
provenientes da qualidade de trabalho, da intensidade dos prazos ou da 
complexidade do trabalho exaurem a energia pessoal" . Os autores também 
identificam que, do ponto de vista organizacional, a doença está associada ao 
absenteísmo (faltas ao trabalho), maior rotatividade, má qualidade dos serviços 
prestados e maior vulnerabilidade de acidentes no local de trabalho. A síndrome de 
burnout integra o rol de doenças ocupacionais do Ministério do Trabalho e 
Emprego. Está inserida no Anexo II do Regulamento da Previdência Social. O 
mencionado Anexo identifica os agentes patogênicos causadores de doenças 
profissionais ou do trabalho, conforme previsão do artigo 20 da Lei nº 8.213/91. 
Entre os transtornos mentais e de comportamento relacionados ao trabalho (Grupo V 
da CID-10) consta, no item XII, a síndrome de burnout - "Sensação de Estar 
Acabado (Síndrome de Burnout, Síndrome do Esgotamento profissional)" , que na 
CID-10 é identificado pelo número Z73.0. No caso específico dos autos, a gravidade 
do distúrbio psicológico que acometeu a reclamante é constatada pelas informações 
de natureza fática registradas no acórdão regional: longo período de afastamento do 
trabalho, com a concessão de benefício acidentário pelo INSS e o consumo de 
medicamentos antidepressivos, além de dois laudos periciais reconhecendo que a 
incapacidade laboral da autora é total, a doença é crônica e não há certeza sobre a 
possibilidade de cura. Por oportuno, este Relator já teve a oportunidade de se 
manifestar em matéria semelhante, em que se reconhece como passível de reparação 
por dano moral a exigência excessiva de metas de produtividade, isso porque o 
sentimento de inutilidade e fracasso causado pela pressão psicológica extrema do 
empregador não gera apenas desconforto, é potencial desencadeador de 
psicopatologias, como a síndrome de burnout e a depressão, o que representa 
prejuízo moral de difícil reversão ou até mesmo irreversível, mesmo com tratamento 
psiquiátrico adequado. Atenta-se ao fato de que, além da observância ao meio 
ambiente de trabalho seguro e saudável, conforme assegura a Constituição Federal 
de 1988, imprescindível considerar, ainda, que cada indivíduodeve ser respeitado 
em sua singularidade, daí a necessidade de se ajustar o contexto ocupacional à 
capacidade, necessidade e expectativas razoáveis de cada trabalhador. O Tribunal 
Regional de origem, ao fixar o valor da reparação por danos morais em R$ 
10.000,00 (dez mil reais), não atentou para as circunstâncias que geraram a 
psicopatologia que acarretou a invalidez da reclamante, oriunda exclusivamente das 
condições de trabalho experimentadas no Banco reclamado, período em que sempre 
trabalhou sob a imposição de pressão ofensiva e desmesurada, com o objetivo de 
que a trabalhadora cumprisse as metas que lhe eram impostas. Portanto, cabível a 
majoração do valor da indenização por dano moral para R$ 60.000,00 (sessenta mil 
reais). Recurso de revista conhecido e provido.(TST - RR: 9593320115090026, 
Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 29/04/2015, 2ª Turma, 
Data de Publicação: DEJT 08/05/2015). 
 
 
Cumpre ressaltar ainda que, o empregado acometido da referida síndrome após o 
término do auxílio doença acidentária, tem direito à estabilidade provisória no emprego, 
fazendo jus à manutenção do seu contrato de trabalho na empresa pelo prazo mínimo de doze 
meses após cessação do referido auxílio. (DIAS, 2015, p. 99) 
14 
 
Portanto, cabe ao empregador encaminhar o empregado ao tratamento médico 
especializado de maneira a não querer eximir-se de sua responsabilidade legal frente o 
problema enfrentado pelo empregado. Contudo o maior desafio permanece em tentar conciliar 
a saúde do trabalhador sem perder a produtividade, sendo importante identificar os processos 
de degradação psicológica desde as primeiras manifestações, a fim de evitar que o indivíduo 
chegue a estágios avançados do Burnout. 
 
 
 5 CONCLUSÃO 
 
 
No trabalho em análise, buscou-se apresentar um panorama breve e sistemático das 
generalidades da Síndrome de Burnout e a Responsabilidade civil do empregador nas relações 
do trabalho visto que este é o tema central do presente estudo. 
A restruturação produtiva, as atuais condições de trabalho e a forma como este é 
executado, traz entre outros efeitos, uma crescente competitividade e ansiedade entre os 
trabalhadores, emergindo um intenso sofrimento psíquico que pode ter como consequência o 
acometimento da Síndrome de Burnout. 
A Síndrome de Burnout acomete trabalhadores que laboram em ambientes com 
grandes agentes estressores, acometendo os mesmos de forma lenta e gradual, tornando-os 
incapacitados para o trabalho, seja de forma temporária ou permanentemente, vez que, como 
delineado no presente estudo, as pressões do dia a dia, a competição acirrada, o ritmo de 
trabalho intenso, levam a níveis alarmantes de estresse, que se não reconhecidos a tempo, 
cronificam-se desencadeando a síndrome. 
É de se ressaltar que, para que a Síndrome de Burnout seja considerada doença do 
trabalho é preciso que haja o nexo causal e a incapacidade para o trabalho. Verifica-se que o 
nexo causal nas doenças do trabalho precisa ser investigado de forma minuciosa. Deve-se 
averiguar, conforme abordado, como a organização do trabalho e suas condições atuaram no 
desencadeamento ou agravamento da síndrome, especialmente em situações de estresse 
proveniente do assédio moral, sendo imprescindível, na esfera judicial, a realização de perícia 
para a verificação do nexo causal entre a enfermidade que aflige o trabalhador e as atividades 
realizadas, bem como o ambiente laboral do mesmo. 
Após analisar as modalidades de responsabilidade civil, bem como as enfermidades 
psíquicas que decorrem de um meio ambiente de trabalho desequilibrado, atingindo a 
15 
 
integridade mental do trabalhador, evidencia-se que a responsabilidade aplicada ao 
empregador em caso de doença proveniente do trabalho é a responsabilidade objetiva. A 
inadequação de ambientes de trabalho, seja em termos físicos como psíquicos, não pode mais 
ser admitida. 
Ao ser efetivado este reconhecimento da responsabilidade objetiva do empregador 
em caso de assédio moral, haverá o cuidado do mesmo nas relações pessoais e com os 
ambientes de saúde e segurança do trabalho em seu sentido mais amplo. 
 
 
THE BURNOUT SYNDROME FRONT THE BULLYING AND LIABILITY OF 
EMPLOYER 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This article aims to clarify what is the burnout syndrome, since this comes when 
exposed to a relative and excessive extensive workload and situations of bullying, the 
individual begins to show signs of exhaustion, intense stress result, wear and frustration 
experienced through the activity performed. Place there will be an approach to its definition, 
feature, the pension reflection and the influence of the working environment in the emergence 
and worsening of the disease. Submit its framework in legislation and the requirements for 
proving a causal link between the syndrome and work and give grounds for the defense of the 
employer's liability. Finally, this study does not intend to exhaust the debate on the subject, 
but to advance the reflection on the subject, to be essential so that you can carry out an 
adequate response to lawsuits submitted to the Labor Court. 
 
Keywords: Burnout syndrome. Occupational diseases. Moral harassment. Civil responsibility. 
 
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