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AULAS 19 e 20 ➢EXTINÇÃO INDIRETA DAS OBRIGAÇÕES - COMPENSAÇÃO; - CONFUSÃO; - REMISSÃO. Conteúdo da AV2 COMPENSAÇÃO |EXTINÇÃO INDIRETA DAS OBRIGAÇÕES| COMPENSAÇÃO CONCEITO: É a extinção de obrigações entre pessoas que são, ao mesmo tempo, credor e devedor da outra. É modo indireto de extinção das obrigações, sucedâneo do pagamento, por produzir mesmo efeito deste. *Obrigações recíprocas; *Evita duplo pagamento; CODIGO CIVIL • Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. • Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. • Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato. REQUISITOS •Dívidas líquidas; •Dívidas vencidas; (exigibilidade) •Mesma qualidade; (fungíveis – art. 85, CC) Vide: 369/370, CC. • IMPORTANTE: Vide: art. 372, CC. (“Prazos de favor”). ESPÉCIES ESPÉCIES DE COMPENSAÇÃO TOTAL PARCIAL LEGAL CONVENCIONAL (voluntária) JUDICIAL COMPENSAÇÃO LEGAL Art. 368, CC • Baseada nos pressupostos exigidos por lei. • Independe da vontade das partes; • Opera-se automaticamente: no mesmo instante em que o segundo crédito é constituído, extinguem-se as dívidas. O juiz apenas declara sua configuração. • Uma vez alegada e declarada judicialmente, seus efeitos retroagirão à data em que se estabeleceu a reciprocidade das dívidas. (pode ocorrer em contestação, reconvenção e até em embargos à execução). CÓDIGO CIVIL Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. COMPENSAÇÃO CONVENCIONAL •Voluntária – acordo entre as partes; •Manifestação de vontades: de comum acordo as partes podem decidir, dispensando alguns de seus requisitos, como por exemplo a liquidez ou natureza das dívidas. •Não é ilimitada: não pode infringir a ordem pública (arts. 373, CC) e a função social do contrato. CÓDIGO CIVIL Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: I - se provier de esbulho, furto ou roubo; II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; III - se uma for de coisa não suscetível de penhora. COMPENSAÇÃO JUDICIAL •Determinada pelo Juiz, quando presentes os pressupostos legais; •É cabível em procedência de ação principal ou reconvenção. •Ex: Art.86, CPC (sucumbência recíproca) INCOMPENSABILIDADE NÃO SE PODE COMPENSAR: 1. Dívidas futuras; Art, 369, CC 2. Dívidas em que as partes decidiram não compensar por acordo; Renúncia expressa. Art. 375, CC. 3. Aquilo que advém de esbulho, furto ou roubo; Art. 373, I, CC 4. Se uma das dívidas nasce de um comodato. Art. 373, II, CC 5. Se uma das dívidas advém de um depósito. Art. 373, II, CC 6. Nenhuma dívida que advém de alimentos. Art. 373, II, CC 7. Se um dos objetos for impenhorável. Art. 373, III, CC 8. Créditos de terceiros. Art. 376, CC 9. Afiançado não pode usar crédito do fiador pra sua compensação. Art. 371, CC 10. Em prejuízo de direito de terceiro. Art. 380, CC CONFUSÃO |EXTINÇÃO INDIRETA DAS OBRIGAÇÕES| CONFUSÃO (Art. 381 a 384, CC) C O M + F U S ÃO Encontro misturas Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. PODE SER... (Art. 382, CC) • TOTAL – Incide sob toda a dívida. • PARCIAL – Incide sob parte da dívida. Ex: O credor não recebe a totalidade da dívida por não ser o único herdeiro. CESSADA A CONFUSÃO... Retoma a obrigação. • Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior. Ex: Desaparecimento em risco, morte presumida. (art. 7, CC) REMISSÃO |EXTINÇÃO INDIRETA DAS OBRIGAÇÕES| REMISSÃO (ART. 385 E 388 DO CC) • CONCEITO: É a liberalidade efetuada pelo credor, consistente em exonerar o devedor do cumprimento da obrigação. É o perdão da dívida. Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. * Ato bilateral = o devedor precisa aceitar. DÍVIDA SOLIDÁRIA (solidariedade passiva) • SE FOR PARCIAL: aproveita a todos. Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. PRESUNÇÕES LEGAIS • DEVOLUÇÃO DO TÍTULO PELO CREDOR - Não pode ter prejuízo de terceiro (385, Parte final) Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir. • DEVOLUÇÃO DO BEM PELO CREDOR - Não é perdão. É prova que confia no devedor. Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida. CONT. AULA 19 e 20 ➢INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES Conteúdo da AV2 INTRODUÇÃO OBRIGATORIEDADE DOS CONTRATOS • Segurança jurídica: Pacta Sunt Servanda •Oposição: Teoria da Imprevisão: Rebus Sic Stantibus INADIMPLEMENTO • ART. 390, CC - Deixa de fazer - Não entrega o que devia - Quando faz o que não devia (vide: 391, CC) *Obrigação negativa comum a todos: art. 186, CC. INADIMPLEMENTO REGRA: obrigações são cumpridas, seja espontaneamente (iniciativa do devedor), seja após interpelação (feita pelo credor); *Nem sempre que a prestação deixa de ser efetuada significa que não houve cumprimento da obrigação. Só não há cumprimento quando, não tendo sido extinta a obrigação por outra causa, a prestação debitória não é efetuada, nem pelo devedor, nem por terceiro. INADIMPLEMENTO • SE POR CULPA LATO SENSU DO DEVEDOR: inadimplemento culposo; • SE DECORRE DE FATO NÃO IMPUTÁVEL AO DEVEDOR: inadimplemento fortuito. (art. 393, CC). • PODE SER - ABSOLUTO: quando a obrigação não foi cumprida e nem poderá sê-lo de forma útil ao credor. - RELATIVO: quando ocorre o cumprimento imperfeito da obrigação, com inobservância de tempo, lugar e forma convencionados. (art. 394, CC). CONSEQUÊNCIAS GERAIS DO INADIMPLEMENTO Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. • Evita a desvalorização da moeda e o enriquecimento sem causa do devedor; * Fundamento legal da responsabilidade contratual; ART. 389, CC PERDAS E DANOS + HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS JUROS + ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA PARA TUDO PARA $$$$ CONSEQUÊNCIAS GENÉRICAS DO INADIMPLEMENTO CONSEQUÊNCIAS ESPECÍFICAS DO INADIMPLEMENTO 1. Penhora – Art. 831, CPC; 2. Busca e Apreensão – 536 § 2º, CPC; 3. Multa – Art. 844, CPC; 4. Prisão – Art. 528 §3º, CPC; 5. Negativação – Art. 782, § 3º do CPC; 6. Protesto – Art. 517, CPC; 7. Desfazimento de obra – Art. 536 §1º do CPC; 8. Perdas e danos – Art. 927 CC e 533 do CPC; MORA MORA •CONCEITO: É o retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação; Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. MORA X INADIMPLEMENTO ABSOLUTO MORA Diz-se que há mora quando a obrigação não foi cumprida no tempo, lugar e forma convencionados ou estabelecidos em lei, mas ainda poderá fazê-lo, com proveito para o credor. Ainda a este interessa receber a prestação, acrescida dos juros, atualização dos valores monetários, cláusula penal e etc. (CC, art. 394 e 395). INADIMPLEMENTO ABSOLUTO Se por causa do retardamento ou do imperfeito cumprimento tornar-se inútil ao credor, a hipótese será de inadimplemento absoluto, e este poderá enjeitá- la, bem como exigir a satisfação das perdas e danos (CC, 395, §único). MORA & INADIMPLEMENTO ABSOLUTO Art. 395. Respondeo devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. ESPÉCIE DE MORA •MORA DO DEVEDOR mora solvendi ou debitoris •MORA DO CREDOR mora accipiendi ou creditoris MORA DO DEVEDOR MORA DO DEVEDOR Considera-se mora do devedor quando se dá o descumprimento ou o cumprimento imperfeito da obrigação por parte dele ou por causa a ele imputável. TIPOS DE MORA DO DEVEDOR • EX RÉ (AUTOMÁTICA) - Art. 397, caput do CC • EX PERSONAE (INTERPELADO) - Art. 397, § único. - Depende de aviso IMPORTANTE! “Só há mora com culpa!”. Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora MORA DO DEVEDOR Art. 395 e 399, CC • CONSEQUÊNCIAS: 1. Responde pelo Prejuízo; 2. Juros; * quando o pagamento é dinheiro* 3. Atualização *inflação* 4. Honorários advocatícios *ainda que não haja atuação jurídica do advogado* 5. Responsabilidade Integral pelo objeto Obs: 398, CC MORA DO CREDOR MORA DO CREDOR CONSEQUÊNCIAS: art. 400, CC • Tira a responsabilidade do devedor; • Ressarce as despesas do devedor; • Se a coisa variar de preço, tem que ser recebida pelo valor mais favorável ao devedor; PURGAÇÃO DA MORA • Neutralizar seus efeitos; • Aquele que nela incidiu corrige, sana sua falta, cumprindo a obrigação já descumprida e ressarcindo os prejuízos causados a outra parte. • Só pode ser feita se for proveitosa ao credor. • Se a obrigação se tornou inútil ao outro contraente ou a consequência (legal ou convencional) for a resolução, não será possível mais pretender-se a emenda da mora. CÓDIGO CIVIL Art. 401. Purga-se a mora: I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. DÚVIDAS PRÓXIMA AULA PERDAS E DANOS JUROS LEGAIS ARRAS OU SINAL CLAUSULA PENAL