Prévia do material em texto
TÓPICO 01: O PÓS-ESTRUTURALISMO No início década de 1970, alguns teóricos adeptos do Estruturalismo buscaram ultrapassar aspectos do movimento que consideravam insuficientes. Dessa forma, o Pós-Estruturalismo é, ao mesmo tempo, uma continuação dos estudos estruturalistas e uma recusa de alguns de suas ideias. Outro fato interessante sobre esta "abordagem" é que não se constitui como um movimento teórico - a maioria dos pensadores envolvidos não se considera pós-estruturalista, visto que o rótulo foi criado para identificar diferentes reações ao Estruturalismo. Na verdade, pode-se falar de um conjunto diversificado de posições teóricas, de diferentes áreas (filosofia, psicanálise, crítica, linguística) que comunga a proposta de que a relação entre texto e seu significado é somente aproximado, ambíguo e impreciso (Cf. EAGLETON, 2001). VERSÃO TEXTUAL Por outro lado, o Pós-estruturalismo é também definido como uma filosofia crítica ou o desenvolvimento da teoria crítica moderna a partir de obras de Michel Foucault, Jacques Lacan, Roland Barthes, Gilles Deleuze, Jacques Derrida e Jean-François Lyotard . De modo geral, os pós-estruturalistas recusam conceitos e definições que afirmem verdades absolutas sobre qualquer fato ou ser, visto que a verdade é dependente do modo como cada um interpreta o mundo. O Pós- estruturalismo subverte o sistema de relações alicerciadoras do Estruturalismo porque esta nova perspectiva considera que o indivíduo é formado por estruturas linguísticas, sociológicas e psicológicas sobre as quais não tem domínio algum, mas que podem ser descobertas por métodos investigativos. Também consideram instável a relação estrutural entre as unidades e as composições internas destas. Enfim, os pós-estruturalistas questionam os métodos anteriormente usados para interpretar e descrever a realidade. Michel Foucault, inicialmente visto como estruturalista, é um dos mais importantes representante da perspectiva pós-estruturalista. Este filósofo e historiador, embora concorde com a concepção estruturalista de que a linguagem e a sociedade sejam formadas por sistemas e regras, não concorda que existam estruturas subjacentes definitivas que possam explanar a condição humana, nem que seja possível ir além do discurso e examinar de modo objetivo qualquer situação. Jacques Derrida, por sua vez, sustenta que todo texto é ambíguo e, portanto, uma interpretação objetiva e definitiva é inviável. Por isso propõe a técnica de desconstrução do texto para elencar as várias possibilidades de interpretações deste. TEORIA DA LITERATURA II AULA 04: PÓS ESTRURALISMO E ESTÉTICA DA RECEPÇÃO 38 Combinarenumerar.pdf TeoriadaLiteraturaII_aula_04.pdf 01.pdf