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novação- carlos robertos gonçalves

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CURSO DE DIREITO
 IZABELA DE OLIVEIRA TRAJANO
TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES: NOVAÇÃO
SÃO LUÍS-MA
2019
IZABELA DE OLIVEIRA TRAJANO
TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES: NOVAÇÃO
Trabalho apresentado à disciplina Direito Civil II- Obrigações para obtenção de nota parcial na segunda avaliação.
 
 Professora: Maria Tereza.
SÃO LUÍS-MA
2019
NOVAÇÃO
Carlos Roberto Gonçalves (2017) explica que Novação é a criação de obrigação nova, para extinguir uma anterior. Ou seja, é a substituição de uma dívida por outra, sendo extinta a primeira. Ocorre, por exemplo, quando o pai, para ajudar o filho, procura o credor deste e lhe propõe substituir o devedor, emitindo novo título de crédito. Se o credor concordar, emitido o novo título e inutilizado o assinado pelo filho, ficará extinta a primitiva dívida, substituída pela do pai.
Sob essa perspectiva, a nova obrigação que surge é uma criação nova e distinta, podendo ter objeto, clausulas e seguranças diversas. Ela também pode ter objeto idêntico ao da primeira, condição que não a descaracteriza como criação nova. Assim, Gonçalves (2017) entende que a novação possui duplo conteúdo: o primeiro extintivo, relacionado com a obrigação antiga; e o segundo gerador, relativo à nova obrigação. 
O autor também ressalta que a novação não produz a satisfação imediata do crédito, caracterizando, assim, um modo extintivo não satisfatório. O credor não recebe a prestação devida, somente adquire outro direito de crédito ou passa a exercê-lo contra outra pessoa. Verifica-se, a partir disso, a natureza contratual da novação, pois se opera em razão da vontade das partes, não por força de lei.
Historicamente, a novação protagonizou papel relevante no direito romano, uma vez que esse direito não admitia a alteração da obrigação, após ela ser contraída. Contudo, a partir do momento em que o progresso impôs a necessidade de se transferirem os créditos ou os débitos, a novação foi o mecanismo encontrado para eliminar a relação jurídica anterior e criar uma nova. Ressalta-se que era a mesma dívida, porém reestruturada a partir da anterior. Era o mesmo débito que, em outra obrigação, se transferia a um novo credor ou a um novo devedor. 
Foi somente no direito contemporâneo que a novação passou a ter aceitação ampla e regulamentada, por intermédio da criação de uma obrigação nova, a fim de extinguir uma antiga. Gonçalves (2017) elucida que o Código Civil brasileiro de 2002 manteve o instituto da novação a mesma feição que lhe foi dada no diploma anterior, quando aparecia frequentemente nos ementários de jurisprudência.
Nesse sentido, o autor elenca alguns requisitos ou pressupostos que qualificam a novação, sendo eles: a existência de obrigação anterior (obligatio novanda), a constituição de nova obrigação (aliquid novi) e o animus novandi (intenção de novar, que pressupõe um acordo de vontades).
O pressuposto elencado primeiramente consiste na existência de obrigação jurídica anterior, uma vez que a novação visa a sua substituição. Tal obrigação anterior precisa ser existente e ser válida. Nesse sentido, assim estabelece o Art. 367 do Código Civil: “Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas”.
O segundo requisito é a constituição de nova obrigação, a fim de extinguir e substituir a anterior. A inovação pode recair tanto sobre o objeto como sobre os sujeitos (ativos ou passivos) da obrigação, gerando, em cada caso, uma espécie distinta de novação. Cabe ressaltar que a novação somente se configura quando houver distinção significativa entre a dívida anterior e a nova. Dessa forma, não há novação quando se verificam alterações secundárias na dívida, como a mera exclusão de uma garantia ou alongamento ou encurtamento do prazo.
O terceiro e último requisito relaciona-se ao animus novandi. Para a constituição da novação é primordial que o credor tenha a intenção (animus) de construí-la, uma vez que implica em renúncia ao crédito e aos direitos acessórios que o acompanhariam. A novação não se presume, necessita ser manifestada expressamente. Nesse sentido dispõe o art. 361 do Código Civil que não havendo o ânimo de novar, expresso ou tácito, mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira. Nessa hipótese, duas dívidas coexistem, mas não se excluem. Gonçalves (2017) exemplifica que não ocorre novação quando o credor simplesmente concede facilidades ao devedor, tais como a dilatação do prazo, o parcelamento do pagamento ou ainda a modificação da taxa de juros, pois a dívida continua a mesma, apenas modificada em aspectos secundários.
Importa ressaltar que o animus novandi implica em um acordo de vontades, elemento essencial na estrutura da novação. Também se admite que a forma utilizada para novar seja tácita, que se deduz da conduta do agente e não se identifica com a declaração presumida nem com o silêncio. Contudo, é imprescindível que a declaração novativa seja certa e manifesta, pois se pairar qualquer dúvida se exclui a novação.
A novação tácita é qualificada em todas as vezes que o devedor, sem necessariamente declarar por termos precisos que a efetua, é exonerado da obrigação inicial e assume outra diversa. 
Gonçalves (2017) também elenca três espécies de novação: Objetiva, subjetiva e mista. Na primeira, objetiva, tem-se a alteração do objeto da prestação. De acordo com a redação do Código Civil, em seu art. 360, I, dá-se a novação objetiva ou real quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior. A novação objetiva pode derivar tanto da mudança no objeto principal da obrigação quanto da mudança em sua natureza ou causa jurídica.
Exemplificando, ocorre quando o devedor, por não estar em condições de saldar débito em dinheiro, propõe ao credor a substituição da obrigação por prestação de serviços. Contudo, faz-se necessário não confundir a novação objetiva com a dação em pagamento. Na primeira, o “solvens” continua sendo devedor, enquanto na segunda ele deixa de ser. Também constitui a novação quando a segunda obrigação consista no pagamento em dinheiro, sob a condição de que se tenha uma alteração substancial em relação à primeira.
Na subjetiva, por sua vez, ocorre a substituição dos sujeitos da relação jurídica, tanto no polo passivo quanto no ativo. A novação é qualificada em subjetiva ou pessoal quando promove a substituição dos sujeitos da relação jurídica. O art. 360 do Código Civil elenca as duas hipóteses de novação subjetiva: quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; ou quando em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este
Nesse contexto, Gonçalves (2017) esclarece que na novação subjetiva por substituição do devedor ocorre o fenômeno da assunção de dívida ou cessão de débito, em que o devedor indica terceira pessoa para resgatar seu débito (mudança de devedor e também da obrigação). Esse caso pode ocorrer também sem novação, desde que não haja alteração substancial da relação obrigacional. O fenômeno da assunção de dívida é disciplinado entre os Art. 299 a 303 do Código Civil. 
Na hipótese de novação subjetiva por substituição do credor ocorre um acordo de vontades, através do qual a pessoa muda de credor. A partir disso, o credor anterior deixa a relação jurídica e outra lhe assume o lugar. Por esse fenômeno, o devedor se desobriga para com o primeiro, estabelecendo uma nova relação jurídica com o segundo, através da anuência entre os três sujeitos. 
Já na mista ocorrem, simultaneamente, na nova obrigação, mudança do objeto e mudança de sujeito. Essa espécie é meramente doutrinária, pois não se encontra de maneira expressa no CódigoCivil. Se configura quando ocorre, ao mesmo tempo, mudança do objeto da prestação e dos sujeitos da relação jurídica obrigacional. Conserva, portanto, as características das duas espécies anteriores. 
Por fim, tem-se os efeitos da novação. O principal consiste na extinção da obrigação inicialmente convencionada, a qual é substituída por outra criada com o intuito específico de provocar essa extinção. Além de se apresentar como força extintiva, também se apresenta como energia criadora, uma vez que cria uma nova relação obrigacional. Dessa forma, exerce, simultaneamente, duas funções: uma liberatória, a partir do momento em que extingue uma obrigação, e também outra obrigatória, pois cria uma nova. 
Importa ressaltar que no direito contemporânea a novação tornou-se pouco utilizada, dado o surgimento da cessão de crédito. Nos tempos de vigência do direito romano era o único mecanismo para transferência de obrigação, contudo na conjuntura atual a impossibilidade de se transmitir as relações obrigacionais foi superada. As obrigações tornaram-se transmissíveis, fenômeno que reduziu a aplicação da novação. Contudo, subsiste no ordenamento jurídico brasileiro a sua descrição no Código Civil, regulamentando, dessa forma, sua aplicação. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 1a edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro – Obrigações. São Paulo: Saraiva. 2017.

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