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Aula 01 - Noções Gerais e Consignação em pagamento

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Direito Processual Civil
Ritos Especiais Cíveis
05/05/2019
Mossoró – RN, Tayro Leopoldo de Oliveira Bezerra
OBS: O disposto nesse material NÃO substitui a bibliografia indicada
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Apresentação
Tudo Aquilo que VOCÊ precisa Saber
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Formas de Contato
Toda duvida, critica, sugestão, dica de aposta na sena, formas de emagracer etc. Devem ser feitas em sala ou através do e-mail: tayro.bezerra@unp.br
Estou na instituição para atendimento extra sala no dias de segunda e quinta a tarde e sexta pela manhã, na sala de acompanhamento processual, no setor de prática jurídica.
Qualquer informação, como uma possível ausência ou mudanças de datas de avaliação, serão comunicados ao embaixador(a) e no Blackboard.
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Avaliações
Toda unidade vale 10,0 (Dez pontos), nos quais eu irei utilizar 20% deles em uma atividade de revisão na semana anterior a da prova (OBS: U3 - APS).
Não Existe Segunda chamada, com exceção das pessoas que façam jus a frequência em regime de exceção através de requerimento formalizado na coordenação.
No dia das Avaliações as mesmas começarão 15 minutos após o toque. Esse tempo é o do intervalo que vocês não terão durante o dia de avaliação.
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Avaliações
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Dicas
1 – Não acumule matérias ou duvidas.
2 – Não seja um Jack Bauer e deixe tudo para as 24 horas antes
3 – Estude todo dia, nem que seja uma pagina
4 – Acompanhe sites de noticias jurídicas
5 - Veja o seu plano de Ensino no Blackboard
6 – Se divirta, a vida é legal quando você tá de boas
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Matéria
Nossa Disciplina consiste em aprendermos os procedimentos especiais previstos no CPC, bem como o de leis extravagantes.
As leis extravagantes que iremos analisar serão Lei de Juizados Especiais Cíveis Estaduais e Federais.
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Noções Gerais de Processo Civil x Procedimentos Especiais
Do Geral ao Especial 
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Objetivos de Aprendizagem
Comparar o Procedimento ordinário com o Procedimentos Especiais
Entender a divisão dos Procedimentos Especiais
Analisar a ritualística do Procedimento de Consignação em Pagamento.
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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
São processos de conhecimento que adotam procedimentos diferenciados.
São procedimentos que se acham submetidos a trâmites específicos e que se revelam total ou parcialmente distintos do procedimento comum. (DIDIER, 2017)
A razão pela qual a lei estabelece que determinados procedimentos sejam especiais e outros não é de natureza material, e não processual. 
A lei processual determinará peculiaridades procedimentais, correspondentes às exigências do direito material.
Porém, quando os procedimentos especiais forem omissos em alguma regra ou forma, usam subsidiariamente as formas do procedimento comum (Art. 318, parágrafo único, do CPC de 2015).
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TIPOS DE PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Como cada procedimento especial tem a sua peculiaridade, a legislação processual tem de tratar de cada um deles, expressamente, indicando-lhes as especificidades.
Assim, é possível distinguir procedimentos inteiramente especiais, que se processam de forma completamente distinta do procedimento comum; e há os que são especiais apenas no início, e depois prosseguem pelo comum.
Exemplos: as ações de exigir contas e de inventário, o procedimento distingue-se inteiramente do comum. Já as ações possessórias de força nova, que tem como particularidade a concessão de liminar, com ou sem audiência de justificação, na fase inicial do processo, após essa fase, o procedimento torna-se comum.
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TIPOS DE PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Procedimentos de Jurisdição Contenciosa e de Jurisdição Voluntária
 Processos de Jurisdição Contenciosa: são aqueles que servem para o juiz afastar uma crise de certeza, para dizer quem tem razão, se o autor ou o réu. Busca-se uma sentença que obrigue a parte contrária.
 Processos de Jurisdição Voluntária: são aqueles que servem para que o juiz tome algumas providências necessárias para a proteção de um ou ambos os sujeitos da relação processual. Busca-se uma situação que valha para o próprio proponente da demanda, sendo possível que a sentença beneficie as duas partes.
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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
 Pressupostos: 
Materiais: A matéria arguida deve ser pertinente ao procedimento escolhido sobre pena de improcedência do pedido.
Processuais: Cada procedimento especial requer atos particulares, de forma que se não forem realizados nos prazos estabelecidos (em lei ou pelo magistrado), o feito será extinto sem resolução do mérito
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AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
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AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
A ação de consignação em pagamento é uma forma que o devedor tem de registrar em juízo o valores ou bens que ele deve entregar, mas que pode estar encontrando alguns dos seguintes óbices como: 
O credor se recusa a receber ou dar quitação;
O credor encontra-se em local de difícil acesso ou desconhecido, 	ou é pessoa incapaz;
Existe dúvidas sobre quem é o credor;
Existe litígio sobre o objeto do pagamento.
Os casos possíveis estão previstos no 335 C.C
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CÓDIGO CIVIL
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Esse rol do art. 335 não é taxativo, portanto, a consignação será possível sempre que o devedor quiser pagar e houver algum óbice para que o faça.
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TIPOS DE AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO
A lei processual trata de dois tipos diferentes de procedimento nas ações de consignação em pagamento. 
Um para as hipóteses em que se sabe quem é o credor, mas não se consegue fazer o pagamento, porque ele não aceita receber ou dar quitação; ou não vai buscar o pagamento, embora seja sua tarefa; ou está em local inacessível ou desconhecido. Nesse caso, não existe litígio senão entre o devedor e o credor.
Outro, quando houver dúvida sobre a quem deve ser feito o pagamento. Aqui, pode surgir uma disputa entre os dois ou mais credores potenciais, em relação aos quais existe dúvida sobre quem deva levantar o dinheiro. 
Ambos exigem que o autor deposite em juízo o valor oferecido. 
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O QUE PODE SER CONSIGNADO?
A consignação devera ser feita com o deposito judicial ou extra, de dinheiro ou outro bem qualquer, que seja objeto da obrigação do devedor, podendo ser móvel, imóvel ou semovente.
As obrigações de fazer ou não fazer não podem ser extintas por consignação.
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O QUE PODE SER CONSIGNADO?
 Diferenciação quanto a quem pertence a obrigação de receber.
Portável – aquela em que a iniciativa é do devedor, que deve procurar o credor, no tempo, lugar e condições devidos, para efetuar o pagamento.
Quesível – é aquela em que incumbe ao credor mandar receber no tempo, lugar e condições devidos.
Salvo previsão contratual em contrário, as obrigações são quesíveis.
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Até quando é possível requerer a consignação em pagamento?
Devedor em mora 
Pode o credor licitamente recusar receber o pagamento, alegando que o devedor está em mora? 
Havendo tal recusa, pode o devedor liberar-se, por meio da consignação?
Mesmo em mora, o devedor poderá consignar. Porém, é preciso que ofereça ao credor o valor da dívida, acrescido dos encargos decorrentes de sua mora, como juros, correção monetária e eventual multa contratual. 
Se assim for, o credor não pode recusar o pagamento, salvo em duas hipóteses:
Se não é mais útil ao credor;
Se o credor já tiver ingressado com outra demandajudicial 
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DISCUSSÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS
A ação de consignação não tem por fim declarar nulidade de cláusula contratual, mas nela pode haver o reconhecimento incidenter tantum de um abuso contratual, capaz de repercutir sobre o quantum debeatur.
Portanto, tem-se admitido que, no curso da consignação, se discuta a validade ou licitude de cláusulas contratuais, em caráter incidente.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Competência: Vara Cível
Local: identificar se a obrigação é quesível ou portável
Sendo portável, a ação deve ser proposta no foro de domicílio do réu (credor), e, se quesível, no domicílio do devedor (autor).
 Legitimidade Ativa: Devedor
Caso o devedor tenha falecido, poderá ser proposta pelo espólio, enquanto não tiver havido a partilha, ou pelos herdeiros, depois de efetivada.
O pagamento também pode ser feito por terceiro interessado, ou por terceiro não interessado, desde que o faça por conta e em nome do devedor (art. 304 e parágrafo único, do CC).
 Legitimidade Passiva: Credor
Assim como, seus sucessores ou herdeiros.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Deposito
No CPC de 1973, estabelecia que deveria haver uma audiência inicial, chamada audiência de oblação, na qual o juiz designava que o credor viesse receber o pagamento. Se o aceitasse, a consignação era extinta.
No CPC de 2015, não há mais ã previsão de tal audiência, cumprindo ao autor efetuar o depósito. 
Se o objeto da consignação for pagamento em dinheiro, o depósito pode ser judicial ou extrajudicial; 
Se for determinada coisa, só cabe o depósito judicial.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Deposito Extrajudicial
Só pode ter por objeto obrigações em dinheiro. 
É opção do devedor, que, antes de ingressar em juízo, pode depositar o valor em estabelecimento bancário situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando o credor por carta com aviso de recepção. 
Art. 539.  [...]
§ 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.
§ 2o Decorrido o prazo do § 1o, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Deposito Extrajudicial
Art. 539.  [...]
§ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.
§ 4o Não proposta a ação no prazo do § 3o, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.
Embora haja alguma controvérsia, prevalece o entendimento de que a recusa deve ser fundada, cumprindo ao credor expor as razões pelas quais não o aceita.
O prazo de um mês corre da data em que o devedor toma conhecimento da recusa do credor. 
Porém, decorrido tal prazo, nada impede que o devedor, oportunamente, proponha ação de consignação. Pois, ele devedor não perde esse direito, por não o ter feito, no prazo de um mês. 
Contudo, a eficácia liberatória só existirá a partir do novo depósito, não do anterior. Não é possível, no entanto, que o autor faça nova consignação extrajudicial, do mesmo valor, se ele já foi recusado pelo credor anteriormente. Havendo recusa, a solução é a consignação judicial.
Proposta a ação no prazo de um mês, o devedor estará livre das consequências da mora, como, por exemplo, os juros, salvo se ela for julgada improcedente.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Petição Inicial
Deve preencher os requisitos do art. 319 do CPC, sendo fundamental que o autor indique a quantia ou a coisa oferecida. 
Se for montante em dinheiro, deve indicar como chegou a ele, declinando os encargos acrescidos, o tempo, o modo e as condições de pagamento.
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3o; (depósito extrajudicial)
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem resolução do mérito.
Nada impede que, em vez de requerer o prazo para o depósito, o autor já o comprove, no momento do ajuizamento da ação. Caso esteja em mora, deve depositar o valor do débito, com todos os encargos.
Pode haver a cumulação de outros pedidos aos de consignação, como, por exemplo, de reparação de danos, porque, após o depósito inicial, a ação corre pelo procedimento comum.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Prestações Sucessivas
Art. 541.  Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento.
Há controvérsia sobre até quando as parcelas periódicas podem ser consignadas no mesmo processo, se até a sentença ou até o trânsito em julgado.
Tal controvérsia ainda está pendente em âmbito do Superior Tribunal de Justiça, mas na maioria das seções prevalece o entendimento de que pode haver a consignação até o trânsito em julgado. 
Na Lei de Locações o art. 67, III, permite a consignação das parcelas vencidas somente até a sentença.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Quando a coisa objeto da obrigação for indeterminada
Art. 543.  Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Citação: para ocorrer o autor deve ter feito o deposito da coisa ou valor.
A omissão implica extinção do processo sem resolução de mérito, tendo em vista que não há consignação sem a oferta e o depósito daquilo que o devedor entender devido.
O réu será citado para receber o valor ou a coisa depositada, ou para oferecer contestação.
Quando a consignação for requerida porque o credor é desconhecido, a citação será feita necessariamente por edital.
Se o credor aceitar o valor ou coisa que foi depositada, haverá reconhecimento jurídico do pedido, e o juiz extinguirá o processo com resolução de mérito, condenando o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Contestação:
Art. 544.  Na contestação, o réu poderá alegar que:
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
II - foi justa a recusa;
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
Esse tipo de alegação só servirá como defesa do credor se o objeto da obrigação tiver perdido a utilidade para ele, ou se este já tiver ajuizado ação para demandar o devedor pela dívida que este pretende pagar. 
IV - o depósito não é integral.
Parágrafo único.  No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que entende devido.
Esse rol não é taxativo!
O réu pode alegar as matérias preliminares enumeradas no art. 337, do CPC.
E, no mérito, qualquer fato extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do autor.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Admite-sea reconvenção em ação de consignação em pagamento. 
Não há óbice procedimental já que, após o depósito, a consignação seguirá o procedimento comum. 
Em caso de alegação de insuficiência de depósito, a consignação será dúplice, o que tornará desnecessário ao réu reconvir para postular eventual diferença. 
Mas a reconvenção poderá ser apresentada para que o réu formule outras pretensões, que não a de condenação ao pagamento do saldo.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 A alegação de insuficiência do depósito
Art. 545.  Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.
§ 1o No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida.
§ 2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária.
Se isso ocorrer, o juiz julgará procedente a consignação e liberará o devedor. Mas ocasionará os ônus da sucumbência — custas e honorários advocatícios — ao autor-devedor, já que o valor por ele oferecido inicialmente era mesmo insuficiente, tendo, ao final, sido deferida a liberação pelo valor reclamado pelo credor.
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PROCEDIMENTO CONSIGNAÇÃO FUNDADA NA RECUSA EM RECEBER
 Fase instrutória e decisória
A instrução segue a mesma forma do procedimento comum, se requisitada.
 A sentença, em regra, será declaratória.
Art. 546.  Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação.
O juiz ainda autorizará ao réu o levantamento da coisa ou valor depositado, descontando-se aquilo que for devido ao autor, em razão de custas e honorários.
Se o juiz julgar improcedente a ação, o depósito inicial não terá efeito liberatório e poderá ser levantado pelo autor, salvo nos casos de insuficiência, em que o réu poderá levantá-lo, havendo liberação parcial.
Nos casos de insuficiência de depósito, ela terá natureza declaratória, no que se refere à extinção parcial do débito, e caráter condenatório, quanto ao saldo remanescente que puder ser apurado.
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PROCEDIMENTO DA CONSIGNAÇÃO FUNDADA EM DÚVIDA QUANTO À TITULARIDADE DO CRÉDITO
É aquela fundada nos incisos IV e V, do art. 335, do CC. 
Aqui não há recusa do credor em receber, mas dúvidas com relação à quem tenha essa qualidade.
A razão é afastar o risco de pagar à pessoa errada, com o que não se obterá o efeito liberatório da obrigação.
Para que caiba, é preciso que a dúvida seja razoável e fundamentada. Contudo, não é necessário que os dois ou mais potenciais credores tenham se apresentado, exigindo o pagamento. 
É possível que haja dúvida fundada sobre a qualidade do credor, ainda que nenhum deles, ou apenas um, tenha se apresentado como tal.
Exemplo: com o falecimento do credor, podem surgir dúvidas a respeito de quem seja o legítimo sucessor; ou podem surgir questões decorrentes de uma cláusula obscura ou mal redigida em um contrato, que não permita identificar a quem deva ser dirigido o pagamento.
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PROCEDIMENTO DA CONSIGNAÇÃO FUNDADA EM DÚVIDA QUANTO À TITULARIDADE DO CRÉDITO
 Petição Inicial
A ação será ajuizada em face de todos aqueles que tenham a possibilidade de ser reconhecidos como credores. 
Na petição inicial, o autor exporá as razões pelas quais tem dúvidas a respeito de a quem deva ser feito o pagamento. 
O devedor não pode correr o risco de pagar mal, sob pena de ter de fazê-lo novamente.
Em caso de explicita inexistência de dúvida, quando a titularidade do crédito for evidente e indiscutível, o juiz indeferirá a inicial.
Havendo, entre os potenciais credores, litígio judicial a respeito da titularidade do crédito, a consignação se justifica com ainda mais razão. 
 Código Civil
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
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PROCEDIMENTO DA CONSIGNAÇÃO FUNDADA EM DÚVIDA QUANTO À TITULARIDADE DO CRÉDITO
 Depósito e citação
Se o autor não efetuar o depósito da quantia ou coisa já de início, o juiz determinará que o faça em cinco dias.
Somente depois, será determinada a citação dos réus. 
Caso o depósito não seja realizado, o processo será extinto sem resolução de mérito.
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PROCEDIMENTO DA CONSIGNAÇÃO FUNDADA EM DÚVIDA QUANTO À TITULARIDADE DO CRÉDITO
As diversas posturas que os réus podem assumir
O art. 548 do CPC traça um panorama das várias possibilidades, conforme as posturas que os réus venham a assumir.
Art. 548.  No caso do art. 547:
I - não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas;
II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano;
III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum.
Para que o juiz libere o devedor, é preciso que o depósito seja suficiente. Do contrário, o autor será instado a complementá-lo no prazo de dez dias. 
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PROCEDIMENTO DA CONSIGNAÇÃO FUNDADA EM DÚVIDA QUANTO À TITULARIDADE DO CRÉDITO
 Das Coisas Vagas
Art. 746.  Recebendo do descobridor coisa alheia perdida, o juiz mandará lavrar o respectivo auto, do qual constará a descrição do bem e as declarações do descobridor.
§ 1o Recebida a coisa por autoridade policial, esta a remeterá em seguida ao juízo competente.
§ 2o  Depositada a coisa, o juiz mandará publicar edital na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, para que o dono ou o legítimo possuidor a reclame, salvo se se tratar de coisa de pequeno valor e não for possível a publicação no sítio do tribunal, caso em que o edital será apenas afixado no átrio do edifício do fórum.
§ 3o Observar-se-á, quanto ao mais, o disposto em lei.
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PROCEDIMENTO DA CONSIGNAÇÃO FUNDADA EM DÚVIDA QUANTO À TITULARIDADE DO CRÉDITO
 O Reconhecimento do Pagamento e os Honorários Advocatícios 
Com a declaração de que houve o pagamento, e a consequente liberação do devedor, haverá a fixação de honorários advocatícios, em favor dele. 
Desse modo, o juiz autorizará o devedor (ou o seu advogado) a levantá-los, abatendo-os do valor depositado. O valor ficará desfalcado. 
Porém, com o prosseguimento do processo e a apuração de quem é o verdadeiro credor, este também fará jus a honorários, devendo o juiz condenar o seu adversário a repor o que foi abatido e a pagar os honorários devidos ao verdadeiro credor.
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PROCEDIMENTO DA CONSIGNAÇÃO FUNDADA EM DÚVIDA QUANTO À TITULARIDADE DO CRÉDITO
 A segunda fase do processo
Nem sempre será necessária a segunda fase. 
Pode ocorrer que, apesar de dois ou mais credores reclamarem o depósito, seja possível, desde logo, identificar qual é o verdadeiro credor, sem necessidade de outras provas. Nesse caso, o juiz proferirá sentença, na qual não apenas liberará o devedor, como identificará a quem compete o levantamento.
Também não haverá segunda fase quando já houver, entre os credores, litígio judicial a respeito da titularidade do crédito, caso em que, excluído o devedor, o juiz determinará que se aguarde o resultado do processo em curso, para que fique apurado a quem compete o levantamento.
Só haverá a segunda fase quando houver necessidade de provas a respeito da qualidade de credor. 
Se estaenvolver apenas matéria de direito, ou matéria de fato que não dependa de outras provas, o juiz dispensará a fase subsequente.
Quando isso não for possível, o juiz, após a exclusão do devedor, determinará o prosseguimento entre os credores, pelo rito comum, com a produção das provas necessárias para a solução.
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CONSIGNAÇÃO DE ALUGUÉIS
Existe ainda uma terceira espécie de ação de consignação, cujo procedimento se distingue dos demais: a ação de consignação em pagamento de alugueres, regulada nos arts. 67 e ss., da Lei do Inquilinato.
O procedimento apesar de se assemelhar ao da consignação comum, possui algumas particularidades que o distinguem, a saber:
Na consignação comum, se o autor não tiver feito o depósito extrajudicial, nem fizer o judicial quando da propositura da demanda, o juiz determinará que ele o faça em cinco dias. Somente depois do depósito, determinará que o réu seja citado. Na consignação de alugueres, estando em termos a petição inicial, o juiz, no mesmo despacho, ordena a citação do réu, e determina o depósito do valor oferecido, no prazo de 24 horas.
Na consignação de alugueres, como a prestação é periódica, o autor depositará os que se forem vencendo no curso do processo, tal como na consignação comum. Porém, a Lei do Inquilinato estabelece que o limite dos depósitos é a sentença (art. 67, III, da Lei Nº 8.245/91), já na consignação comum não há previsão legal, prevalecendo o entendimento de que poderá ser feita até o trânsito em julgado. Além disso, na consignação de aluguéis, o depósito deve ser efetuado na data do vencimento, ao passo que na comum, até cinco dias depois.
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CONSIGNAÇÃO DE ALUGUÉIS
Não há autorização expressa da lei para que se faça a consignação dos aluguéis extrajudicialmente. Parece-nos que não haverá óbice para que o devedor o faça, já que, naquilo que a Lei do Inquilinato for omissa, será aplicável o procedimento da consignação comum. 
Quando houver alegação de insuficiência de depósito, o autor poderá complementá-lo no prazo de cinco dias, e não de dez, como na consignação comum (art. 67, VII, da Lei Nº 8.245/91), acrescido de multa de 10% sobre o valor da diferença. Essa possibilidade permanece mesmo que o réu credor ofereça reconvenção, postulando o despejo e a condenação ao pagamento do saldo. 
Se o valor for insuficiente, o juiz não poderá, na consignação de aluguéis, condenar o autor ao pagamento do restante, porque o art. 545, § 2º, do CPC não se aplica. Na consignação de aluguéis, o réu, se quiser a condenação do autor ao pagamento das diferenças, terá de reconvir, caso em que também poderá postular o despejo (art. 67, VI, da Lei de Locações). 
Em caso de o réu não contestar a consignação de aluguéis, ou de receber os valores oferecidos, o juiz o condenará a pagar honorários advocatícios de 20%. Na consignação comum, não há honorários prefixados.
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Feedback
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QUESTÕES
1 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária - INSTITUTO AOCP – 2018:
Mateus realizou um contrato escrito para compra de um veículo de propriedade de Gabriel, no qual aquele pagaria a este o valor de dez mil reais pelo bem, no prazo de trinta dias da entrega, em dinheiro e diretamente na residência de Gabriel. Ocorre que Gabriel encontrava-se de mudança e, na pressa de perfectibilizar o negócio, realizou a entrega do bem, porém não informou seu novo endereço. Diante da impossibilidade de realizar o pagamento conforme disposição contratual, Mateus buscou a tutela jurisdicional estatal para se ver livre de sua obrigação, depositando o valor em juízo. De acordo com o Código de Processo Civil de 2015, em sede de Ação de Consignação em Pagamento, em relação à defesa do réu, assinale a alternativa correta.
a) Poderá alegar, diante de inexistência de tentativa de consignação em pagamento extrajudicial por parte do autor, que estará este eivado pela falta de interesse de agir.
b) Poderá alegar a inexigibilidade do título ou inexequibilidade da obrigação.
c) Poderá solicitar a condenação do autor em perdas e danos e indenização de frutos, com base na mora no pagamento.
d) Poderá alegar que foi justa a recusa, o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento, ou o depósito não é integral.
e) Poderá requerer a revisão do contrato ou negócio jurídico celebrado.
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FUNDAMENTO
Art. 544.  Na contestação, o réu poderá alegar que:
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
II - foi justa a recusa;
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
IV - o depósito não é integral.
Parágrafo único.  No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que entende devido.
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QUESTÕES
2 – Transpetro - Advogado Júnior – CESGRANRIO – 2018: 
L, paciente de M, celebrou com ela contrato de prestação de serviços médicos, ficando ajustado que o pagamento seria realizado de forma fracionada, por meio da emissão de cheques pré-datados, em quantias a serem depositadas ao longo de quatro meses. Ocorre que, no decorrer do período, L perdeu o emprego, o que a deixou sem condições de honrar o pagamento da última parcela. Ultrapassado o prazo convencionado, o derradeiro cheque apresentado por M retornou por insuficiência de fundos, fato que levou L a figurar como inadimplente no serviço de proteção ao crédito. Após três meses, L conseguiu um novo emprego. Visando a sanar a dívida pendente, ela buscou estabelecer contato com M, sem sucesso, pois esta se havia mudado para destino incerto.
Considerando a situação apresentada, que ação judicial é cabível com a finalidade de saldar a dívida de L? 
 a) Ação Monitória
 b) Ação de depósito
 c) Ação de repetição de indébito
 d) Ação de consignação em pagamento
 e) Ação de execução de título extrajudicial 
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FUNDAMENTO
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
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QUESTÕES
3 -  Câmara de Salvador – BA - Especialista - Advogado Legislativo – FGV – 2018:
Proposta ação de consignação em pagamento, o réu arguiu, como única defesa, a insuficiência do depósito, alegando que o autor o efetivou em quantia menor do que a realmente devida. O devedor, intimado dos termos da resposta, complementou o depósito no prazo legal, na forma pretendida pelo réu.
Sabendo-se que a mora não gerou a resolução do negócio jurídico, e que o pagamento integral produziu a eficácia liberatória do autor, deverá o juiz:
 a) extinguir o processo, sem resolução do mérito, por perda superveniente do interesse processual;
 b) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o autor nos encargos da sucumbência;
 c) resolver o mérito, acolhendo o pedido consignatório e condenando o réu nos encargos da sucumbência;
 d) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o autor nos encargos da sucumbência;
 e) resolver o mérito, no sentido da improcedência do pedido, condenando o réu nos encargos da sucumbência.
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FUNDAMENTO
"Alegada pelo réu a insuficiência do depósito inicial, e ainda sendo útil ao credor a prestação devida, o juiz intimará o autor para que realize no prazo de 10 dias a sua complementação. Realizada a complementação e sendo a insuficiência do depósito a única alegação defensiva, a demanda será extinta com resolução do mérito, acolhendo o pedido do autor e liberando-o da obrigação. Ocorre, entretanto, que ao complementar o depósito inicial, o autor confessa que o réu tinha razão em não receber o pagamentoconforme originariamente ofertado, de forma que, apesar do acolhimento do seu pedido, o autor será condenado ao pagamento das verbas da sucumbência".
Fonte: Daniel Amorim Assumpção, Novo CPC Comentado, 2017.
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QUESTÕES
4 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária – CONSULPLAN – 2017:
Conforme leciona o doutrinador Humberto Dalla Bernardina de Pinho: “a ação de consignação em pagamento é um instituto criado pelo direito processual apenas para regular o procedimento de eficácia liberatória do pagamento sem que haja, necessariamente, a transferência do bem ao credor, tanto que o pagamento por consignação é regulado nos Arts. 334 a 345 do Código Civil.” Sobre o mencionado procedimento especial previsto pelo Novo Código de Processo Civil de 2015, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) A consignação será requerida no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. 
b) Na contestação da ação de consignação em pagamento, o réu poderá alegar que o depósito não é integral, mas tal alegação somente será admissível se ele indicar o montante que entende devido. 
c) Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, diante do rito especial previsto para a ação de consignação e pagamento, torna-se inviável a cumulação do pedido consignatório com outros pedidos no mesmo processo. 
d) São também legitimados a propor a ação de consignação em pagamento, nos casos previstos em lei, o terceiro juridicamente interessado na extinção da dívida e o terceiro não interessado que aja em nome e à conta do devedor.
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FUNDAMENTO
A) Certo
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente.
 B) Certo
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:
[...]
IV - o depósito não é integral.
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que entende devido.
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FUNDAMENTO
 C) ERRADA.
CONSIGNAÇÃO. PAGAMENTO. CUMULAÇÃO. PEDIDOS. INSUFICIÊNCIA. DEPÓSITO.
A Turma reiterou o entendimento de que, em ação consignatória, é possível a ampla discussão sobre o débito, inclusive com o exame de validade de cláusulas contratuais. Assim, admite-se a cumulação de pedidos de revisão de cláusulas de contrato e de consignação em pagamento das parcelas tidas como devidas por força do mesmo negócio jurídico. Quanto à cautelar, no caso, a inicial requer a entrega das chaves do imóvel sob pena de multa diária, bem como a assinatura da escritura de compra e venda do imóvel em relação ao qual, na consignatória, discute-se o valor da prestação, portanto da dívida pendente. Logo, foi intentada incidentalmente sem natural propósito de acessoriedade, mas como uma segunda lide principal ou, quando menos, uma complementação de pedidos à primeira. Assim, a Turma conheceu em parte do recurso especial e lhe deu provimento para extinguir a ação cautelar sem julgamento do mérito, por impossibilidade jurídica dos pedidos formulados (art. 267, VI, do CPC) e julgou procedente, apenas em parte, a ação consignatória, considerando a insuficiência do depósito e a transformação do saldo sentenciado em título executivo. Precedentes citados: REsp 448.602-SC, DJ 17/2/2003; AgRg no REsp 41.953-SP, DJ 6/10/2003; REsp 194.530-SC, DJ 17/12/1999; REsp 616.357-PE, DJ 22/8/2005, e REsp 275.979-SE, DJ 9/12/2002. REsp 645.756-RJ, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 7/12/2010. (Info 459)
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FUNDAMENTO
D) CORRETA.
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. (CC/02)
Conforme ensina Daniel Assumpção, "O legitimado ativo natural da demanda consignatória é o devedor ou seus sucessores. Também são legitimados ativos terceiros estranhos à relação jurídica de direito obrigacional, sendo que:
no caso de terceiro juridicamente interessado ocorrerá sub-rogação, de forma que esse terceiro, extinta a obrigação por consignação, assume os direitos e ações do credor satisfeito frente ao devedor;
no caso de terceiro não interessado, não ocorre sub-rogação, sendo entendida a consignação como mera liberalidade deste em favor do devedor" (Manual de Direito Processual Civil, 2016, p. 830).
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QUESTÕES
5 - Sobre os procedimentos especiais, assinale a única afirmativa correta: 
a) O CPC/2015 manteve no Título III do Livro I da Parte Especial as ações de exigir e prestar contas. 
b) A restauração de autos é um procedimento de jurisdição voluntária. 
c) O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos procedimentos especiais. 
d) O CPC/2015 extinguiu a divisão entre procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e de jurisdição voluntária. 
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FUNDAMENTO
Art. 318.  Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único.  O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
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GABARITO	
1 – D
2 – D
3 – B
4 – C
5 – C
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Fluxograma da Ação de Consignação em Pagamento
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Próxima Aula
Ação de Exigir e Dar Contas
Ações Possessórias (Parte 01)
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Obrigado!
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