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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL 
CIVIL
Sentença. Liquidação de Sentença. 
Coisa Julgada
Livro Eletrônico
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Thiago Pivotto
Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Sentença; Liquidação de Sentença; e Coisa Julgada . .............................................................5
Sentença . ....................................................................................................................................5
Elementos e Efeitos da Sentença . ........................................................................................35
Remessa Necessária . .............................................................................................................39
Coisa Julgada ........................................................................................................................... 40
Liquidação de Sentença . .........................................................................................................44
Resumo .....................................................................................................................................46
Questões de Concurso . ...........................................................................................................53
Gabarito . .................................................................................................................................. 77
Gabarito Comentado ................................................................................................................78
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Thiago Pivotto
Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Apresentação
Olá, tudo bem com você?
Vamos nos aventurar no maravilhoso mundo do Processo Civil e eu terei a honra de auxi-
liar vocês nessa caminhada.
Eu sempre adotei, na minha trajetória de estudos, um material base com o qual eu pudes-
se contar e ler sempre antes de fazer as provas. Acredito que seja fundamental você ter suas 
anotações/cadernos e sempre poder revisá-los nas semanas que antecedem a prova.
DICA
É fundamental você ter um caderno apenas. Uma fonte para 
cada matéria. Não faça a besteira de ter 3 ou 4 anotações es-
parsas da mesma matéria. Condensar tudo em um mesmo 
material é muito importante para fins de organização. Por 
isso, utilize este material em PDF e monte seus cadernos a 
partir deles, ou, caso você já tenha seus cadernos, alimente-
-os com as informações que você verá aqui. O importante é 
você não ter uma pluralidade de materiais, porque se fizer isso 
você vai acabar se perdendo.
Minha trajetória de estudos começou em 2010 e, desde então, eu acompanho todas as 
notícias diárias que são publicadas no STF e no STJ, bem como todos os informativos sema-
nais dos dois Tribunais, sem perder nenhum.
O diferencial deste material, portanto, é justamente este: abordarei com vocês o conteúdo 
básico de cada disciplina, mas irei aprofundar com a jurisprudência mais atual e mais diver-
sificada sobre o assunto, além de trazer questões sobre as matérias.
As provas, atualmente, cobram muita letra de lei, mas também muito entendimento 
jurisprudencial, por isso eu acredito que com esta leitura você ficará preparado para al-
cançar seu objetivo no mundo dos concursos públicos, pois terá todo o conteúdo mais 
atualizado possível.
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Thiago Pivotto
Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Com esse método, fui aprovado e exerci os cargos de Técnico Administrativo no MPU, 
Analista Judiciário no TJDFT, Juiz de Direito no TJMT e Juiz Federal no TRF1. Se eu consegui, 
você também consegue!
Em Processo Civil, ficarei responsável por 14 pontos que estão divididos conforme o cro-
nograma abaixo. Não vejo a necessidade de uma leitura ordenada dos pontos, portanto, você 
pode começar com Provas (Aula 12) e depois ler sobre Juizados Especiais (Aula 28), por exem-
plo. Eu acho importante apenas que você leia o ponto inteiro antes de partir para o próximo.
Aula Conteúdo
7 Atos processuais; e Vícios dos atos
8 Tutela provisória
9 Formação, suspensão e extinção do processo; e Petição inicial
10 Audiência de mediação e conciliação; Respostas do réu; e Revelia
11
Providências preliminares e julgamento conforme o estado do processo; e Audiência de ins-
trução e julgamento
12 Provas
13 Sentença; Liquidação de sentença; e Coisa julgada
16 Execução; Princípios, Sujeitos e Competência da execução
17 Título executivo; e Responsabilidade patrimonial
18
Cumprimento provisório de sentença; Cumprimentos de sentença (fazer, não fazer, entregar 
e pagar); Processo de execução (fazer, não fazer e entregar)
19 Processo de execução de pagar quantia; Execuções especiais
20 Defesas do executado; Suspensão e extinção do processo de execução
27
Mandado de segurança; Ação popular; Ação civil pública; e Ação de improbidade adminis-
trativa
28 Juizados Especiais; Processo eletrônico
Boa leitura!
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Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
SENTENÇA; LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA; E COISA 
JULGADA
Nesta aula, eu e você iremos trabalhar os artigos 485 ao 512 do nosso Código de Processo 
Civil. Fique tranquilo porque sempre que o artigo for muito importante, eu irei transcrevê-lo 
para você. Sempre que tiver algum julgado importante eu também vou transcrever a ementa 
para que seu estudo fique dinâmico.
Sentença
O Código divide as sentenças em definitivas, quando resolvem o mérito, e terminativas, 
quando não resolvem o mérito. Abaixo veremos cada uma das hipóteses.
Extinção sem julgamento de mérito – nos casos de inércia, falta de condições ou pressupos-
tos. A sentença é terminativa (TERMINA o processo / ATIVA a lide).
Resolução (e não extinção) com julgamento de mérito. Sentença definitiva [(DEFINE a lide) 
(não extingue o processo – continua na fase de cumprimento de sentença)].
Vale lembrar o conceito legal de sentença que consta no art. 203, § 1º, do CPC. Lá, diz-se 
que sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 
487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
Vamos começar com as hipóteses de sentença sem a resolução do mérito.
O indeferimento da petição inicial, que ocorre no momento do recebimento da petição e nas 
hipóteses elencadas no art. 330 do CPC, acontece por sentença sem a resolução do mérito.
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I – for inepta;
II – a parte for manifestamente ilegítima;
III – o autor carecer de interesse processual;
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
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Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
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§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.
Também há sentença sem resolução do mérito quando o processo ficar parado durante 1 
ano por negligência das partes ou quando o autor abandonar a causa por mais de 30 dias, sem 
promover os atos e as diligências que lhe incumbir. Nesses casos, a parte deve ser intimada 
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 dias antes que a sentença seja prolatada. Se 
as partes forem negligentes, as custas serão divididas proporcionalmente. Por sua vez, no 
abandonodo autor, caberá a ele o pagamento das despesas e dos honorários do advogado.
Saiba ainda que oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa 
pelo autor depende de requerimento do réu, ou seja, não pode o juiz, ao verificar a situação 
de abandono, simplesmente extinguir o feito sem resolução do mérito caso não haja requeri-
mento do réu nesse sentido.
• Na hipótese de abandono do processo, o juiz deverá:
– Intimar o autor pessoalmente para dar andamento ao processo no prazo de 5 dias.
– Se persistir na inércia, intima o réu.
– Réu requer extinção.
Intima-se o réu por conta do entendimento jurisprudencial consubstanciado na inadmissi-
bilidade da extinção do processo, de ofício, com base no abandono da causa, haja vista a 
impossibilidade de presumir-se desinteresse do réu no prosseguimento da solução da causa.
O reconhecimento do abandono do processo (desistência tácita) somente dependerá do re-
querimento do réu quando ocorrer após apresentada sua defesa (já que se exigiria anuência 
do réu em caso de pedido de desistência – aplica-se o mesmo raciocínio).
Súmula n. 240 STJ: A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende 
de requerimento do réu.
Julgado: STJ. AgRg no AREsp 12.999/RJ. 2. A jurisprudência desta Corte firmou-se no 
sentido de que a extinção do feito por abandono de causa pelo autor, a teor do que pres-
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Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
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creve o art. 267, III e § 1º, do Código de Processo Civil, demanda o requerimento do réu 
(Súmula n. 240/STJ) e a intimação pessoal da parte para que a falta seja suprida no 
prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Precedentes. 3. Não tendo sido formada a relação 
processual, ante a falta da citação do réu, é possível que o magistrado, de ofício, proceda 
à extinção do processo, sem julgamento do mérito, por abandono da causa pelo autor 
(CPC, art. 267, III), não se aplicando, nesta circunstância, o enunciado sumular n. 240 
do STJ. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, 
QUARTA TURMA, julgado em 13/09/2011, DJe 03/10/2011).
Julgado: STJ. REsp 1596446/SC. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE APURAÇÃO DE HAVE-
RES DE QUOTAS DE SÓCIO EXCLUÍDO. EXTINÇÃO DE OFÍCIO DO PROCESSO SEM RESO-
LUÇÃO DE MÉRITO. ABANDONO DA CAUSA. ART. 267, INCISO III, § 1º, CPC/1973. REQUE-
RIMENTO DA PARTE RÉ. NECESSIDADE. SÚMULA N. 240/STJ. INTIMAÇÃO PESSOAL 
FRUSTRADA. ENDEREÇO ESTRANHO AOS AUTOS. INTIMAÇÃO POR EDITAL. NECESSI-
DADE. 1. O recurso especial tem origem em ação de apuração de haveres de quotas de 
sócio excluído, que foi extinta sem resolução do mérito por abandono da causa pelo 
autor. 2. Segundo a jurisprudência desta Corte, consolidada na Súmula n. n. 240/STJ, 
é defeso ao juiz extinguir o processo por abandono da causa de ofício, sendo impres-
cindível o requerimento do réu, pois, de um lado, não é dado presumir desinteresse da 
parte contrária já citada no prosseguimento e solução da causa e, de outro, ao autor não 
poderia ser imposta tal sanção sem o requerimento prévio da parte ré, pois sua inércia, 
nesse caso, não estaria suficientemente evidenciada. 3. Vale ressaltar que a inteligên-
cia da Súmula n. n. 240/STJ foi incorporada ao Código de Processo Civil de 2015 que 
passou a prever, em seu artigo 485, § 6º, que, oferecida a contestação, a extinção do 
processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu. 4. A extin-
ção do processo por abandono da causa pelo autor pressupõe a sua intimação pessoal 
que, se for frustrada por falta de endereço correto, deve se perfectibilizar por edital. Pre-
cedentes. 5. Recurso especial provido. (Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 14/06/2016, DJe 20/06/2016).
Na execução fiscal não embargada: o Juiz extingue de ofício, sem requerimento do executado, 
uma vez que o executivo não embargado não aperfeiçoa a relação processual, e neste caso 
o réu sequer integra a lide. Não há como presumir eventual interesse do réu na continuidade 
do processo.
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Julgado: STJ. REsp 1.120.097 – SP. 1. A inércia da Fazenda exequente, ante a intima-
ção regular para promover o andamento do feito e a observância dos artigos 40 e 25 
da Lei de Execução Fiscal, implica a extinção da execução fiscal não embargada ex 
officio, afastando-se o Enunciado Sumular 240 do STJ, segundo o qual “A extinção do 
processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu’’. Matéria 
impassível de ser alegada pela exequente contumaz. (Precedentes:...) 2. É que a razão 
para se exigir o requerimento de extinção do processo pela parte contrária advém pri-
macialmente da bilateralidade da ação, no sentido de que também assiste ao réu o 
direito à solução do conflito. Por isso que o não aperfeiçoamento da relação processual 
impede presumir-se eventual interesse do réu na continuidade do processo, o qual, “em 
sua visão contemporânea, é instrumento de realização do direito material e de efetiva-
ção da tutela jurisdicional, sendo de feição predominantemente pública, que não deve 
prestar obséquios aos caprichos de litigantes desidiosos ou de má-fé”. [...]. 3. In casu, 
a execução fiscal foi extinta sem resolução de mérito, em virtude da inércia da Fazenda 
Nacional ante a intimação do Juízo a quo para que desse prosseguimento ao feito, 
cumprindo o que fora ordenado no despacho inicial, razão pela qual é forçoso concluir 
que a execução não foi embargada e prescindível, portanto, o requerimento do devedor. 
4. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e 
da Resolução STJ 08/2008.
Julgado: STJ. AgRg no AREsp 167.198/DF. [...]. 2. Ainda que se entenda em sentido con-
trário, é firme a orientação da Primeira Seção desta Corte de que não retroage a prescri-
ção à data da propositura da ação, conforme o art. 219, § 1º. do CPC, quando a demora 
na citação é imputada exclusivamente ao Fisco (AgRgREsp. 1.260.182/SC, Rel. Min. 
HERMAN BENJAMIN, DJe 23.09.2011, AREsp. 184.724/DF, Rel. Min. BENEDITO GONÇAL-
VES, Dje 18.06.2012 e REsp. 1.284.219/RS, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 
01.12.2011). 3. No caso concreto, afirmaram as instâncias ordinárias que a demora da 
citação decorreu da desídia do próprio exequente, que não soube informar o endereço 
correto do executado, sendo frustradas diversas tentativas de sua localização, afas-
tando, assim, a incidência da Súmula n. 106/STJ. Rever esse entendimento encontra 
óbice na Sumula 7/STJ (REsp. 1.102.431/RJ, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 01.02.2010, jul-
gado sob o rito do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ). [...]. (Rel. Ministro NAPO-
LEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/06/2012, DJe 28/06/2012).
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Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
No processo de execução há certa divergência, mas os julgados mais recentes apontam a 
existência de duas hipóteses em que não se aplica a Súmula n. 240/STJ:
• a) execução com embargos já com trânsito em julgado;
• b) execução não embargada.
Julgado: STJ. REsp 1329670/GO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO EXTINTA POR ABAN-
DONO DO AUTOR. DESNECESSIDADE DE REQUERIMENTO DO EXECUTADO NO CASO 
DE EMBARGOS IMPROCEDENTES, COM DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. AFASTA-
MENTO DA SÚMULA N. 240/STJ. 1. A extinção da execução por abandono da causa pelo 
autor não depende de requerimento do réu se os embargos opostos já transitaram em 
julgado. 2. Recurso especial provido. (Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,TER-
CEIRA TURMA, julgado em 28/08/2012, DJe 13/09/2012).
Julgado: STJ. REGIMENTAL. EXECUÇÃO NÃO EMBARGADA. SÚMULA 240. INAPLICÁ-
VEL. - A Súmula n. 240 não se refere à execução não embargada. Precedentes. (AgRg 
no REsp 826.134/DF, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 03/12/2007, DJ 12/12/2007, p. 416)
Julgado: STJ. AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXTINÇÃO DO 
PROCESSO - ABANDONO DA CAUSA - ARTIGO 267, III, DO CPC - INAPLICABILIDADE 
DA SÚMULA 240/STJ AO CASO - DECISÃO AGRAVADA MANTIDA - IMPROVIMENTO. I 
- Não há que se falar em necessidade de requerimento do réu, bem como em impos-
sibilidade de resolução ex officio, para que se possibilite a extinção do processo com 
fundamento no art. 267, III, do Código de Processo Civil. II - Cumpre destacar que é 
inaplicável, nessa hipótese, a Súmula n. 240 do Superior Tribunal de Justiça, haja vista 
que não houve a oposição de embargos à execução. III - O Agravante não trouxe qual-
quer argumento capaz de modificar a conclusão alvitrada, a qual se mantém por seus 
próprios fundamentos. IV - Agravo Regimental improvido. (AgRg no Ag 1337930/GO, Rel. 
Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/12/2010, DJe 04/02/2011).
Se o juiz verificar a ausência dos pressupostos de constituição e de desenvolvimento 
válido e regular do processo, reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de 
coisa julgada, e verificar a ausência de legitimidade ou de interesse processual também ha-
verá sentença sem resolução de mérito. Todas essas matérias, ademais, são passíveis de co-
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Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
nhecimento de ofício pelo juiz em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer 
o trânsito em julgado.
A questão do prequestionamento em sede de RE e RESP:
Matéria de ordem pública = Juiz pode reconhecer de ofício, mas em sede de RE e REsp, para 
conhecer da matéria de ordem pública, precisa de prequestionamento. Este é o entendimento
clássico, que já foi superado, mas agora voltou a ser o adotado.
Julgado: STJ. EDcl nos EDcl no AgRg no AREsp 32.420/PB. PROCESSUAL CIVIL. TRIBU-
NAL DE CONTAS. ILEGITIMIDADE PASSIVA. AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA. 
EXCLUSÃO DA RELAÇÃO PROCESSUAL. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. AUSÊNCIA DE 
PREQUESTIONAMENTO. 1. A jurisprudência desta Corte é pacífica ao determinar que 
mesmo as matérias de ordem pública precisam ser prequestionadas. 2. O entendimento 
de que é possível conhecer das questões de ordem pública de ofício, ainda que não 
prequestionadas ou suscitadas, na excepcional hipótese de o recurso especial ter sido 
conhecido por outros fundamentos, em razão do efeito translativo, foi superado em nova 
análise pela Corte Especial, que concluiu pela necessidade do requisito do prequestio-
namento na instância extraordinária. Precedente: AgRg nos EREsp 999.342/SP, Rel. Min. 
Castro Meira, Corte Especial, julgado em 24/11/2011, DJe 01/02/2012. 3. Hipótese em 
que a tese da ilegitimidade passiva ad causam do Tribunal de Contas do Estado da Para-
íba não foi analisada pelas instâncias ordinárias. Embargos de declaração acolhidos, 
com efeitos modificativos, para reconhecer a impossibilidade de apreciação da alega-
ção do Estado da Paraíba acerca da ilegitimidade passiva ad causam do Tribunal de 
Contas daquele Estado, ante a ausência de prequestionamento nas instâncias ordiná-
rias. (Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/06/2012, 
DJe 28/06/2012).
Julgado: STJ. AgRg nos EREsp 999342/SP. PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. FATO NOVO. CONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. MATÉ-
RIA DE ORDEM PÚBLICA. PREQUESTIONAMENTO. NECESSIDADE. RECURSO NÃO PRO-
VIDO. 1. No âmbito dos embargos de divergência, não é possível modificar a base fática 
da controvérsia, sendo irrelevantes as alterações ocorridas posteriormente ao julgamento 
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do recurso especial. Matéria pacificada pela Corte Especial. 2. Segundo a firme jurispru-
dência do STJ, na instância extraordinária, as questões de ordem pública apenas podem 
ser conhecidas, caso atendido o requisito do prequestionamento. Aplica-se, no caso, o 
óbice da Súmula n. 168/STJ. 3. Agravo regimental não provido. (Rel. Ministro CASTRO 
MEIRA, CORTE ESPECIAL, julgado em 24/11/2011, DJe 01/02/2012).
Julgado: STJ. AgRg no AREsp 1466392/SP. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. ART. 1º, I, DA LEI N. 8.137/90. SONEGAÇÃO FISCAL. CRIME CONTRA 
A ORDEM TRIBUTÁRIA. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA DECORRENTE DA SUBSTITUIÇÃO DA 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. VIOLAÇÃO AOS ARTI-
GOS 44 e 45, AMBOS DO CÓDIGO PENAL - CP. 1) TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUE REDUZ A 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, MAS NÃO REDUZ A PENA DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. 
PROPORCIONALIDADE NÃO EXIGIDA. 2) NÃO CONSIDERAÇÃO DA CAPACIDADE ECONÔ-
MICA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. 3) AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1.
Conforme precedentes, a pena restritiva de direitos de prestação pecuniária não precisa 
ser proporcional à pena privativa de liberdade, pois visa reparar o dano, não existindo 
obrigatoriedade de ser reduzida em caso de redução da pena substituída. 2. O preques-
tionamento admitido por esta Corte se caracteriza quando o Tribunal de origem emite 
juízo de valor sobre determinada questão, englobando aspectos presentes na tese que 
embasam o pleito apresentado no recurso especial. Assim, uma tese não refutada pelo 
Tribunal de origem não pode ser conhecida no âmbito do recurso especial por ausência 
de prequestionamento. 2.1. No caso em tela, a tese defensiva de inobservância da capa-
cidade econômica para imposição da pena de prestação pecuniária não foi analisada 
porque configurou indevida inovação recursal, eis que não constou do recurso de ape-
lação e foi suscitada apenas em embargos de declaração. 2.2. “Mesmo se tratando de 
nulidades absolutas e condições da ação, é imprescindível o prequestionamento, pois 
este é exigência indispensável ao conhecimento do recurso especial, fora do qual não se 
pode reconhecer sequer matéria de ordem pública, passível de conhecimento de ofício 
nas instâncias ordinárias. Súmulas 282/STF e 356/STF” (AgRg no AREsp 1229976/RJ, 
Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, DJe 29/6/2018). 3.
Agravo regimental desprovido. (Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, 
julgado em 17/12/2019, DJe 19/12/2019).
Nos termos do enunciado 456 da Súmula n. do STF: “o Supremo Tribunal Federal, conhe-
cendo do recurso extraordinário, julgará a causa aplicando o Direito à espécie”. Quer isso 
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Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
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dizer que o STF não se qualifica como corte de cassação. Admitido e julgado o recurso 
extraordinário, a decisão recorrida pode ser anulada ou reformada. Uma vez reformada, 
o STF julga a causa, examinando todas as questões necessárias e suficientes à aplica-
ção do direito à espécie, chegando-se à conclusão tida como adequada.
Ao STJ aplica-se integralmente tal entendimento.
Com efeito, uma vez conhecido o recurso especial, o respectivo julgamento opera a subs-
tituição do acórdão recorrido (CPC, art. 512), dando solução final ao caso. Há, assim, um 
rejulgamento da causa.
Diante do enunciado 456 da Súmula n. do STF, o tribunal superior, uma vez conhecendo 
do recurso excepcional, poderá examinar toda a causa – limitada ao(s) capítulo(s) 
impugnado(s), obviamente –, com profundidade, cabendo-lhe, inclusive, apreciar ques-
tões de ordempública, aí incluídos vícios contidos na decisão recorrida. Assim, admitido 
o recurso por um fundamento, todos os outros podem ser examinados, aí incluídos os 
fatos supervenientes e as questões de ordem pública – desde que, repita-se, limitados 
à extensão da decisão que fora impugnada.
Esse, aliás, é o entendimento que se havia consolidado no âmbito da jurisprudência do 
STJ, tal como demonstramos no volume 3 do Curso de Direito Processual Civil, no capí-
tulo referente a Recursos Extraordinário e Especial.
Recentemente, contudo, o STJ alterou seu entendimento. No julgamento do AgRg nos 
EREsp 999.342/SP, rel. Min. Castro Meira, sua Corte Especial entendeu não ser possí-
vel examinar questões de ordem pública, caso não haja o indispensável prequestiona-
mento. Afirmou-se que, ainda que tenha o recurso sido admitido por outro fundamento, 
não será possível examinar uma questão de ordem pública ou um fato superveniente, 
se não houver prequestionamento a seu respeito. Mais recentemente, sua 2a Turma, 
seguindo aquele precedente da Corte Especial, confirmou que “mesmo as matérias de 
ordem pública precisam ser prequesitonadas”. (EDcl nos EDcl no AgRg no AREsp 32.420/
PB, rel. Min. Humberto Martins, j. 21/6/2012, DJe 28/6/2012).
A superação do entendimento anterior é lamentável, pois se resgata orientação retró-
grada, que conspira contra o acesso à justiça e contra a efetividade da tutela jurisdicio-
nal. Também é lamentável tal superação, por contrariar entendimento consolidado de há 
muito e compendiado em enunciado da súmula do STF. Só há, neste último precedente 
da 2a Turma do STJ, um ponto elogiável. É que a 2a Turma, em tal precedente, seguiu a 
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orientação firmada pela Corte Especial, valorizando o precedente e revelando preocupa-
ção com a estabilização da jurisprudência.
O que merece, entretanto, nosso destaque é a mudança de entendimento, com a supe-
ração da jurisprudência que, aplicando o enunciado 456 da Súmula n. do STF, concluía 
pela possibilidade de, admitido o recurso especial, ser examinada toda a causa, aí inclu-
ídas as questões de ordem pública.” (Editorial 150/12, Fredie Didier Jr.).
No STF, predominantemente é esse o posicionamento adotado, em que pese recente julgado 
da 2ª Turma recuperando o posicionamento atualmente superado.
Julgado: STF. AI 624337 AgR. 1. Não há que se falar em justificativa para a ausência 
de prequestionamento observada nos autos, pois tal requisito de admissibilidade do 
recurso extraordinário é uma exigência estrita, ainda que se cuide de matéria de ordem 
pública. 2. Tema que não constou da fundamentação do recurso extraordinário dedu-
zido dos autos não pode ser trazido nas razões do agravo regimental interposto contra 
a decisão monocrática em que se nega provimento ao agravo tirado contra o despacho 
denegatório de seu seguimento. 3. Agravo regimental não provido. (Relator(a): Min. DIAS 
TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 16/10/2012).
Julgado: STF. ARE 713213 AgR. Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRA-
ORDINÁRIO COM AGRAVO. RAZÕES DO AGRAVO REGIMENTAL DISSOCIADAS DO QUE 
DELIBERADO NA DECISÃO MONOCRÁTICA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284 DESTA CORTE. 
ALEGAÇÃO DE MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. PREQUESTIONAMENTO. NECESSIDADE. 
AGRAVO IMPROVIDO. I – Deficiente a fundamentação do agravo regimental cujas razões 
estão dissociadas do que decidido na decisão monocrática. Incide, na hipótese, a Súmula 
n. 284 desta Corte. II – Matéria de ordem pública não afasta a necessidade do preques-
tionamento da questão. Precedentes. III – Agravo regimental improvido. (Relator(a): Min. 
RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 27/11/2012).
Julgado: STF. RE 346736 AgR-ED. Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAOR-
DINÁRIO. NATUREZA REVISIONAL. TÉCNICA DE JULGAMENTO. DEMANDA COM MAIS 
DE UM FUNDAMENTO. ACOLHIMENTO DO RECURSO PARA AFASTAR UM DELES. INDIS-
PENSABILIDADE DE APRECIAÇÃO DOS DEMAIS. SÚMULA 456/STF. 1. Em nosso sis-
tema processual, o recurso extraordinário tem natureza revisional, e não de cassação, 
a significar que “o Supremo Tribunal Federal, conhecendo o recurso extraordinário, 
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julgará a causa, aplicando o direito à espécie” (Súmula n. 456). Conhecer, na lingua-
gem da Súmula, significa não apenas superar positivamente os requisitos extrínsecos 
e intrínsecos de admissibilidade, mas também afirmar a existência de violação, pelo 
acórdão recorrido, da norma constitucional invocada pelo recorrente. 2. Sendo assim, 
o julgamento do recurso do extraordinário comporta, a rigor, três etapas sucessivas, 
cada uma delas subordinada à superação positiva da que lhe antecede: (a) a do juízo de 
admissibilidade, semelhante à dos recursos ordinários; (b) a do juízo sobre a alegação 
de ofensa a direito constitucional (que na terminologia da Súmula n. 456/STF também 
compõe o juízo de conhecimento); e, finalmente, se for o caso, (c) a do julgamento da 
causa, “aplicando o direito à espécie”. 3. Esse “julgamento da causa” consiste na apre-
ciação de outros fundamentos que, invocados nas instâncias ordinárias, não compu-
seram o objeto do recurso extraordinário, mas que, “conhecido” o recurso (vale dizer, 
acolhido o fundamento constitucional nele invocado pelo recorrente), passam a cons-
tituir matéria de apreciação inafastável, sob pena de não ficar completa a prestação 
jurisdicional. Nada impede que, em casos assim, o STF, ao invés de ele próprio desde 
logo “julgar a causa, aplicando o direito à espécie”, opte por remeter esse julgamento 
ao juízo recorrido, como frequentemente o faz. 4. No caso, a parte demandada invocou, 
em contestação, dois fundamentos aptos, cada um deles, a levar a um juízo de impro-
cedência: (a) a inexistência do direito afirmado na inicial e (b) a prescrição da ação. Nas 
instâncias ordinárias, a improcedência foi reconhecida pelo primeiro fundamento, tor-
nando desnecessário o exame do segundo. Todavia, em recurso extraordinário, o Tribu-
nal afastou o fundamento adotado pelo acórdão recorrido, razão pela qual se impunha 
que, nos termos da Súmula n. 456, enfrentasse a questão prescricional, ou, pelo menos, 
que remetesse o respectivo exame ao tribunal recorrido. A falta dessa providência, que 
deixou inconclusa a prestação jurisdicional, importou omissão, sanável por embargos 
declaratórios. 5. Embargos de declaração acolhidos. (Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, 
Segunda Turma, julgado em 04/06/2013).
Há a necessidade de prequestionamento para a análise de matéria de ordem pública. Além 
disso, sem a abertura de instância (conhecimento do recurso) também não é possível analisar 
questões de ordem pública.
Julgado: STJ. REsp 1508929/RN. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. EXECUÇÃO DE ASTREINTES. DECISÃO QUE NÃO PÔS 
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FIM À EXECUÇÃO. RECURSO CABÍVEL. INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO. ERRO GROSSEIRO. 
ART. 475-M, § 3º, DO CPC. IMPOSSIBILIDADE, NESSE CASO, DE REDUZIR DE OFÍCIO O 
VALOR DA MULTA. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. A decisão que 
fixa a multa cominatória, consoante reiterados pronunciamentos desta Corte, não faz 
coisa julgada, podendo ser modificada a qualquer tempo, até mesmo na fase executiva, 
até de ofício. 2. Cumpre esclarecer, todavia, que o órgão julgador somente estará auto-
rizado a conhecer de ofício o tema em questão e emitir pronunciamento de mérito a seu 
respeito, quando aberta a sua jurisdição. 3. Dizerque determinada questão pode ser 
conhecida de ofício significa reconhecer que o juiz pode decidi-la independentemente 
de pedido, mas em momento processual adequado. Aceitando-se que o momento ade-
quado para a entrega de uma prestação jurisdicional de mérito só se inaugura, no caso 
dos recursos, quando ultrapassada sua admissibilidade, tem-se de concluir que, no 
âmbito recursal cível, não cabe pronunciamento meritório de ofício sem que o recurso 
interposto tenha sido ao menos admitido. Precedentes. 4. No caso dos autos o Tribunal 
de origem não poderia ter reduzido de ofício o valor das astreintes, porque a questão foi 
suscitada em recurso de apelação não conhecido. 5. A decisão que julga impugnação ao 
cumprimento de sentença sem extinguir a fase executiva desafia agravo de instrumento, 
nos termos do art. 475-M, § 3º, do CPC/73, sendo impossível conhecer a apelação inter-
posta com fundamento no princípio da fungibilidade recursal, tendo em vista a existên-
cia de erro inafastável. 6. Recurso especial não provido. (Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 07/03/2017, DJe 21/03/2017).
Se o juiz acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo 
arbitral reconhecer sua competência, haverá sentença sem resolução de mérito, da mesma 
forma quando o juiz homologar a desistência da ação. Sobre a desistência, o Código é ex-
presso ao afirmar que sua apresentação pode ocorrer até a sentença, sendo que uma vez 
oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
• A citação válida é fator de estabilização subjetiva da demanda, logo, como funcionam 
as desistências?
– Desistência da ação depois do prazo para resposta exige consentimento do réu!
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◦ O consentimento pode ser tácito.
Julgado: STJ. REsp 1036070/SP. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DESIS-
TÊNCIA REQUERIDA APÓS DECORRIDO O PRAZO PARA A RESPOSTA. CONCORDÂNCIA 
TÁCITA. POSSIBILIDADE. 1.- É válida a homologação da desistência da ação requerida 
pelo autor, após o prazo para a resposta, na hipótese em que o réu, devidamente inti-
mado para se manifestar a respeito do pedido de desistência formulado, deixa trans-
correr in albis o prazo assinalado. 2.- Recurso Especial improvido. (Rel. Ministro SIDNEI 
BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/06/2012, DJe 14/06/2012).
◦ A recusa deve ser fundamentada e justificada.
O réu, depois de citado, tem de ser ouvido sobre o pedido de desistência formulado pelo autor. So-
mente pode opor-se a ele, se fundada a sua oposição. A resistência pura e simples, destituída de fun-
damento razoável, não pode ser aceita porque importa em abuso de direito (NERY JR, Nelson e NERY, 
Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado, 9ªed., São Paulo: RT, 2006, p. 437).
Só não é dado ao réu impedir a extinção por desistência, quando em sua defesa ele próprio houver 
pedido a extinção do processo por outros motivos – porque nesse caso o autor estar-lhe-á ofere-
cendo precisamente aquilo que ele pleiteava (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito 
Processual Civil, v. III, São Paulo: Malheiros, 2002, p. 131).
◦ Discordância fundada no direito ao julgamento de mérito da demanda = OK.
Julgado: REsp 1.318.558 – RS. PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REVI-
SÃO CONTRATUAL DESISTÊNCIA DA AÇÃO. CONCORDÂNCIA DO RÉU. NECESSIDADE. 
FUNDAMENTAÇÃO RAZOÁVEL. EXTINÇÃO DO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Após a 
contestação, a desistência da ação pelo autor depende do consentimento do réu porque 
ele também tem direito ao julgamento de mérito da lide. 2. A sentença de improcedência 
interessa muito mais ao réu do que a sentença de extinção do processo sem resolução 
do mérito, haja vista que, na primeira hipótese, em decorrência da formação da coisa jul-
gada material, o autor estará impedido de ajuizar outra ação, com o mesmo fundamento, 
em face do mesmo réu. 3. Segundo entendimento do STJ, a recusa do réu deve ser fun-
damentada e justificada, não bastando apenas a simples alegação de discordância, sem 
a indicação de qualquer motivo relevante. 4. Na hipótese, a discordância veio fundada no 
direito ao julgamento de mérito da demanda, que possibilitaria a formação da coisa jul-
gada material, impedindo a propositura de nova ação com idênticos fundamentos, o que 
deve ser entendimento como motivação relevante para impedir a extinção do processo 
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com fulcro no art. 267, VIII, e §4º do CPC. 5. Recurso especial provido. (Rel. Min. Nancy 
Andrighi, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/06/2013).
• O réu já deverá ter apresentado defesa no processo. Antes da citação ou mesmo depois 
dela – no transcurso do prazo antes da interposição e no caso de revelia –, a extinção 
poderá ser realizada de ofício.
Julgado: STJ. REsp 976861/SP. 1. A melhor interpretação a ser conferida ao § 4º do art. 
267 do CPC é a teleológica, uma vez que o fim buscado pela norma é impedir a homologa-
ção de um pedido de desistência quando haja fundada razão para que não seja aceito. 2.
“A recusa do réu ao pedido de desistência deve ser fundamentada e justificada, não bas-
tando apenas a simples alegação de discordância, sem a indicação de qualquer motivo 
relevante” (REsp 90738/RJ). Outros precedentes. 3. Recurso especial não provido.
◦ Salvo no Mandado de Segurança coletivo, não cabe desistir da ação após a prola-
ção de sentença de mérito, mesmo com a concordância do réu.
Julgado: STJ. REsp 1115161/RS. 1. A desistência da ação é faculdade processual con-
ferida à parte que abdica, momentaneamente, do monopólio da jurisdição, exonerando
o Judiciário de pronunciar-se sobre o mérito da causa, por isso que não pode se dar, 
após a sentença de mérito. 2. Realmente, a doutrina do tema é assente no sentido de 
que “O mesmo princípio que veda a mutatio libeli após o saneamento impede, também, 
que haja desistência da ação após a decisão definitiva do juiz. Nessa hipótese, o que é 
lícito às partes engendrar é a transação quanto ao objeto litigioso definido jurisdicio-
nalmente, mas, em hipótese alguma lhes é lícito desprezar a sentença, como se nada 
tivesse acontecido, de sorte a permitir, após a desistência da ação que potencialmente 
outra ação seja reproposta” (in FUX, Luiz. Curso de Direito Processual Civil. 4ª Ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2008, pg. 438). 3. In casu, o acórdão recorrido reconheceu e homo-
logou o pedido de desistência da ação feito pelos autores, mesmo após a prolação da 
sentença de mérito e havendo discordância expressa da União que, condicionava o ato 
homologatório à renúncia ao direito que se funda a ação, restando violado o art. 267, §4º 
do CPC, verbis: “Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o 
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consentimento do réu, desistir da ação”. 4. Recurso especial provido. (Rel. Ministro LUIZ 
FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/03/2010, DJe 22/03/2010).
◦ A desistência da ação só gera efeito depois de homologado pelo juiz.
Julgado: STJ. REsp 1026028/AL. […]. 3. Nos termos do parágrafo único do art. 158 do 
CPC “A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença”. 
Inexistente a homologação da desistência, esta não produz efeitos jurídicos. […]. (Rel. 
Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/04/2008, DJe 17/04/2008).
◦ Como a produção de efeitos só ocorre com a homologação, cabe a retratação do 
pedido de desistênciada ação.
Julgado: STJ. AgRg no MS 18.448/DF. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. 
RETRATAÇÃO DA DESISTÊNCIA AINDA NÃO HOMOLOGADA POR SENTENÇA. POSSIBI-
LIDADE. ANISTIA DE MILITAR. ANULAÇÃO. ILEGALIDADE. CONCESSÃO DE LIMINAR QUE 
SUSPENDE A INTERRUPÇÃO NO PAGAMENTO DO BENEFÍCIO, DADA A AUSÊNCIA, EM 
JUÍZO PROVISÓRIO, DE JUSTA CAUSA. 1. Em 3.5.2012, mesma data em que o pedido 
liminar foi deferido, o impetrante protocolou petição onde manifestou desistência da 
impetração. 2. Seis dias após, em 9.5.2012, aviou nova petição, na qual expressamente 
se retratou do anterior pedido. 3. Ao contrário das demais declarações unilaterais de 
vontade das partes, o artigo 158, parágrafo único, do CPC prescreve que a desistên-
cia da ação somente produz efeitos quando homologada por sentença. 4. Na circuns-
tância acima narrada, portanto, admite-se a retratação da desistência manifestada. 
[…]. (Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/06/2012, DJe 
22/08/2012).
◦ Com repercussão geral reconhecida não se permite a desistência da ação.
Informativo 854, STF: “[...]. A Corte entendeu que, ainda que reconhecida a suposta pre-
judicialidade do recurso, deveria proceder ao julgamento da tese de repercussão geral, 
em vista da relevância da questão constitucional posta em discussão. Citou o disposto 
no parágrafo único do art. 998 do CPC e o que decidido no RE 693.456 QO/RJ (DJE de 
22.9.2015), no qual assentada a impossibilidade de desistência de qualquer recurso ou 
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mesmo de ação após o reconhecimento de repercussão geral da questão constitucional. 
[…].” (PLENO, RE 647827/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 15.2.2017).
– Desistência do recurso independe do consentimento e cabe da interposição até a 
sustentação oral ou pronunciamento final do julgamento!
Renúncia/Aquiescência Desistência
Da intimação da decisão até a interposição do recurso Da interposição até a sustentação oral ou pronuncia-
mento final do julgamento.
Informativo 661, STF: “ […]. Consignou-se que somente seria possível a desistência de 
recurso ainda pendente de julgamento. O Min. Luiz Fux ressaltou que esse instituto teria 
como termo ad quem a sustentação oral ou o pronunciamento final do julgamento. […].” 
(AI 773754 AgR-ED-AgR/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, 10.4.2012).
◦ “Apesar de o dispositivo legai prever ‘a qualquer tempo’, existe um momento 
apropriado para a desistência do recurso: somente se desiste do que existe, de 
maneira que a desistência só pode ocorrer a partir da interposição do recurso. 
O Superior Tribunal de Justiça, aplicando literalmente a expressão “a qualquer 
momento”, entendeu que a desistência pode ocorrer até o encerramento do jul-
gamento do recurso, admitindo-se depois de iniciado o julgamento, inclusive já 
tendo sido prolatado o voto do relator.
◦ Doutrina autorizada entende que a desistência gera a inexistência jurídica do re-
curso interposto, sendo irrelevante indagar se ele era ou não admissível. Adoto a 
tese, fazendo uma importante observação: se o recurso é juridicamente inexis-
tente, não pode gerar efeitos, inclusive a preclusão consumativa, de forma que, 
interposto recurso viciado, poderá a parte desistir desse recurso e, ainda dentro 
do prazo, ingressar com outro recurso, agora formalmente regular. Considerando-
-se efetivamente inexistente o primeiro recurso, nenhum impedimento poderá ser 
oposto à interposição tempestiva do segundo.
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◦ […] a parte recorrente pode renunciar ao recurso, independentemente de concor-
dância da parte contrária. A renúncia diz respeito ao direito de recorrer, de forma 
que só pode ser realizada antes da interposição do recurso, porque depois disso 
já estará consumado o direito recursal, não havendo mais sobre o que se renun-
ciar.
◦ O termo inicial da renúncia é o surgimento concreto e específico do direito de 
recorrer, não se admitindo no direito brasileiro a renúncia prévia, nem mesmo 
quando resultado de acordo de vontade das partes. Dessa forma, o termo iniciai 
da renúncia é a intimação das partes da decisão contra a qual poderiam poten-
cialmente se insurgir.
◦ […] a parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. 
Trata-se do fenômeno da aquiescência, que gera uma preclusão lógica a impedir 
a admissão do recurso. A aquiescência, a exemplo da renúncia, só é possível 
entre a intimação da decisão impugnável e a interposição do recurso.” (Daniel 
Amorim).
Julgado: STJ. REsp 1.104.392. 1. Hipótese em que o autor renuncia ao direito sobre 
que se funda a ação, nos termos do art. 269, V, do CPC, em fase recursal. 2. A renúncia 
ocasiona julgamento favorável ao réu, cujo efeito equivale à improcedência do pedido 
formulado pelo autor, de modo que este deve arcar com o pagamento dos honorários 
advocatícios.
Julgado: STJ. QO no REsp 1063343/RS. Processo civil. Questão de ordem. Incidente de 
Recurso Especial Repetitivo. Formulação de pedido de desistência no Recurso Especial 
representativo de controvérsia (art. 543-C, § 1º, do CPC). Indeferimento do pedido de 
desistência recursal. - É inviável o acolhimento de pedido de desistência recursal for-
mulado quando já iniciado o procedimento de julgamento do Recurso Especial represen-
tativo da controvérsia, na forma do art. 543-C do CPC c/c Resolução n. 08/08 do STJ. 
Questão de ordem acolhida para indeferir o pedido de desistência formulado em Recurso 
Especial processado na forma do art. 543-C do CPC c/c Resolução n. 08/08 do STJ.
◦ Exceções à irrelevância do consentimento para a desistência de recurso.
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Desistência de recurso independe de consentimento, exceto:
Recurso submetido ao regime 
de recursos repetitivos (STJ) ou 
repercussão geral (STF)
Relevante interesse público, de 
recurso já pautado e às vésperas 
do julgamento
Desistência do recurso principal se 
houver antecipação dos efeitos da 
tutela recursal em recurso adesivo
◦ Mas cuidado, se for recurso submetido ao regime de recurso repetitivo, surge o 
interesse público, portanto não é cabível a desistência (STJ).
◦ O STF, no caso da Ficha Limpa envolvendo o candidato Roriz, extinguiu o processo 
sem julgamento de mérito diante do pedido de desistência do RE (extinção anô-
mala do processo principal por perda superveniente de objeto e de interesse), mas 
manteve a repercussão geral reconhecida, aguardando a subida de novo processo 
com a mesma temática.
◦ Com repercussão geral reconhecida não se permite nem a desistência da ação.
Informativo 854, STF: “[...]. A Corte entendeu que, ainda que reconhecida a suposta pre-
judicialidade do recurso, deveria proceder ao julgamento da tese de repercussão geral, 
em vista da relevância da questão constitucional posta em discussão. Citou o disposto 
no parágrafo único do art. 998 do CPC e o que decidido no RE 693.456 QO/RJ (DJE de 
22.9.2015), no qual assentada a impossibilidade de desistência de qualquer recurso ou 
mesmo de ação após o reconhecimento de repercussão geral da questão constitucional. 
[…].” (PLENO, RE 647827/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 15.2.2017).
◦ O STJ está na tendência de mudar esse posicionamento (REsp 1308830):
Terceira Turma rejeita desistência e decide julgar recurso mesmo contra vontade 
das partes
Em decisão unânime e inédita em questão de ordem, a Terceira Turma do STJ rejeitou 
pedido de desistência de um recursoespecial que já estava pautado para ser julgado. Na 
véspera do julgamento, as partes fizeram acordo e protocolaram a desistência.
A relatora, ministra Nancy Andrighi, ressaltou que o recurso especial de autoria da Google 
Brasil Internet Ltda. trata de questão de interesse coletivo em razão do número de usuá-
rios que utilizam os serviços da empresa, da difusão das redes sociais virtuais no Brasil 
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e no mundo e de sua crescente utilização em atividades ilegais. Por isso, a ministra 
sugeriu à Turma que o julgamento fosse realizado.
A ministra manifestou profundo aborrecimento com a desistência de processos depois 
que eles já foram analisados e estão prontos para ir a julgamento, tendo em vista a 
sobrecarga de trabalho dos magistrados. ‘Isso tem sido constante aqui. A gente estuda 
o processo de alta complexidade, termina de fazer o voto e aí vem o pedido de desistên-
cia’, lamentou.
A ministra reconhece que o pedido tem amparo no artigo 501 do Código de Processo 
Civil (CPC): “O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos 
litisconsortes, desistir do recurso.” Ela entende que o direito de desistência deve preva-
lecer como regra. Mas, verificada a existência de relevante interesse público, o relator 
pode, mediante decisão fundamentada, promover o julgamento.
A ministra considerou que o referido dispositivo deve ser interpretado à luz da realidade 
surgida após da criação do STJ, 15 anos após a edição do CPC. ‘Infere-se que o julga-
mento dos recursos submetidos ao STJ ultrapassa o interesse individual das partes 
envolvidas, alcançando toda a coletividade para a qual suas decisões irradiam efeitos’, 
afirmou Nancy Andrighi.
Além disso, o ministro Sidnei Beneti afirmou que o artigo 501 do CPC foi concebido em 
um período em que não havia número tão elevado de processos, sendo necessário atu-
alizar sua interpretação.
O ministro Massami Uyeda lembrou que, nos casos dos recursos repetitivos, a Corte 
Especial do STJ já decidiu que, uma vez pautados, não poderá haver desistência em 
razão do interesse público envolvido. Para ele, essa interpretação privilegia os princípios 
da razoabilidade e da proporcionalidade, pois a sociedade aguarda posicionamento da 
mais alta corte infraconstitucional.
O ministro Beneti ressaltou que, mesmo com o julgamento de mérito, nada impede que 
haja a homologação do acordo entre as partes. ‘A tese aproveita a toda sociedade e o 
acordo fica válido individualmente entre os contendores da demanda judicial’, explicou. 
A ministra Nancy Andrighi espera mais um efeito: que as partes e advogados pensem 
melhor antes de recorrer.
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Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Apesar de rejeitar a desistência, a Turma transferiu o julgamento para a sessão seguinte 
porque o advogado de apenas uma das partes estava presente. O outro precisava ser 
intimado. (Notícias do STJ de 29/05/2012).
[...]. Não concordamos com a decisão.
Em primeiro lugar, porque a desistência não se pede. Não há pedido de desistência do 
recurso. A parte simplesmente desiste do recurso. Desistir de um recurso é revogá-
-lo. Uma vez formulada a desistência, seus efeitos são imediatamente produzidos, nos 
termos do art. 158 do CPC. Somente a desistência da ação é que depende de homolo-
gação judicial (CPC, art. 158, parágrafo único), mas a do recurso opera efeitos imediatos 
(CPC, art. 158, caput). Se não há pedido, não há como ser acolhido ou rejeitado. Quando 
a parte desiste de seu recurso, este deixa de existir, pois foi revogado. Não há mais como 
ser julgado. É ineficaz o julgamento.
[…].
Na verdade, o STJ deixou confessadamente de aplicar o disposto no art. 501 do CPC. 
Para afastar o dispositivo, deveria ter sido indicada alguma inconstitucionalidade. E, 
para isso, o caso haveria de ser submetido à Corte Especial. Não foi, entretanto, o que 
ocorreu.
A decisão, enfim, merece a nossa lamentação.” (Editorial 148/2012, Fredie Didier Jr.).
◦ Concedida antecipação dos efeitos da tutela em recurso adesivo, não se admite a 
desistência do recurso principal de apelação
Informativo 554, STJ: Concedida antecipação dos efeitos da tutela em recurso ade-
sivo, não se admite a desistência do recurso principal de apelação, ainda que a petição 
de desistência tenha sido apresentada antes do julgamento dos recursos. De fato, a 
apresentação da petição de desistência na hipótese em análise demonstra pretensão 
incompatível com o princípio da boa-fé processual e com a própria regra que faculta ao 
recorrente não prosseguir com o recurso, a qual não deve ser utilizada como forma de 
obstaculizar a efetiva proteção ao direito lesionado. Isso porque, embora tecnicamente 
não se possa afirmar que a concessão da antecipação dos efeitos da tutela represente 
o início do julgamento da apelação, é evidente que a decisão proferida pelo relator, ao 
satisfazer o direito material reclamado, passa a produzir efeitos de imediato na esfera 
jurídica das partes, evidenciada a presença dos seus requisitos (prova inequívoca e 
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verossimilhança da alegação). Além disso, deve-se considerar que os arts. 500, III, e 
501 do CPC – que permitem a desistência do recurso sem a anuência da parte contrária 
– foram inseridos no Código de 1973, razão pela qual, em caso como o aqui analisado, 
a sua interpretação não pode prescindir de uma análise conjunta com o art. 273 do 
CPC – que introduziu a antecipação dos efeitos da tutela no ordenamento jurídico pátrio 
por meio da Lei 8.952, apenas no ano de 1994, como forma de propiciar uma prestação 
jurisdicional mais célere e justa –, bem como com o princípio da boa-fé processual, que 
deve nortear o comportamento das partes em juízo (de que são exemplos, entre outros, 
os arts. 14, II, e 600 do CPC, introduzidos, respectivamente, pelas Leis 10.358/2001 e 
11.382/2006). Ante o exposto, a solução adequada para o caso em apreço desborda da 
aplicação literal dos arts. 500, III, e 501 do CPC, os quais têm função apenas instrumen-
tal, devendo ser adotada uma interpretação teleológica que, associada aos demais arti-
gos mencionados, privilegie o escopo maior de efetividade do direito material buscado 
pelo sistema, que tem no processo um instrumento de realização da justiça. (TERCEIRA 
TURMA, REsp 1.285.405-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/12/2014, 
DJe 19/12/2014).
◦ O pedido de desistência recursal produz efeitos imediatos, independente de homo-
logação do juiz, contando o prazo para a ação rescisória do dia do pedido, quando 
ocorrerá o trânsito em julgado (não retroagirá para a sentença e não aguardará a 
homologação judicial).
◦ Desistência de recurso não precisa de homologação (produz efeitos imediata-
mente), basta um pronunciamento judicial declaratório dos efeitos já produzidos.
◦ Como produz efeitos imediatos, há imediatamente o trânsito em julgado e a coisa 
julgada, impedindo a retratação da desistência recursal.
◦ A preclusão é outro fator impeditivo da retratação.
Julgado: STJ. AgRg nos EDcl no REsp 1014200/SP. 1. A jurisprudência é pacífica no 
sentido de que a desistência do recurso produz efeitos imediatos, tendo em vista que, 
nos termos do art. 501 do CPC, “o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anu-
ência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso”. A produção dos efeitos 
prescinde, inclusive, de homologação judicial, pois o atual Código de Processo Civilnão 
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exige essa providência (STF-RE 65.538/RJ, 1ª Turma, Rel. Min. Antônio Neder, DJ de 
18.4.1975; REsp 246.062/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 20.5.2004). 2.
Assim, formulado de modo regular o pedido de desistência do recurso, e havendo a res-
pectiva homologação, opera-se a preclusão, cujo principal efeito é o de ensejar o trân-
sito em julgado em relação à decisão recorrida, caso não haja outro recurso pendente 
de exame. No mesmo sentido: REsp 7.243/RJ, 1ª Turma, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, DJ 
de 2.8.1993; AgRg no RCDESP no Ag 494.724/RS, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 
de 10.11.2003. Na doutrina, o entendimento de José Carlos Barbosa Moreira. 3. Agravo 
regimental desprovido. (Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
07/10/2008, DJe 29/10/2008).
Julgado: STJ. REsp 246062/SP. PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL PEDIDO DE 
DESISTÊNCIA DO RECURSO - POSTERIOR RETRATAÇÃO - IRRELEVÂNCIA - EXTINÇÃO 
DO PROCEDIMENTO RECURSAL. 1- A desistência do recurso interposto produz efeitos 
desde logo e prescinde de homologação, bastando, para tanto, um pronunciamento judi-
cial declaratório desses efeitos que provêm de ato unilateral da parte recorrente. Se pode 
inferir, assim, que, em face dos efeitos que exsurgem da desistência do recurso, não há 
espaço para posterior retratação. Ensinamento doutrinário e precedente da 1ª Turma. 
2- A barreira intransponível à retratação é a coisa julgada, matéria de ordem pública. 3-
Em vista do pedido de desistência do recurso especial, declaro extinto o procedimento 
recursal. (Rel. Ministro FRANCIULLI NETTO, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/05/2004, 
DJ 06/09/2004, p. 190).
– Desistência da ação no processo de execução independe de consentimento.
◦ Quanto à desistência dos embargos eventualmente propostos, é preciso diferen-
ciar:
◦ Se versam sobre questões de mérito – Precisa da anuência do embargante para 
extinguir os embargos.
◦ Se versam de questões preliminares – Pressupõe-se que o embargante aceite a 
extinção dos embargos sem resolução de mérito.
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◦ Os embargos são autônomos, ou seja, pode haver a extinção do processo de exe-
cução e a continuação dos embargos. Já a impugnação ao cumprimento de sen-
tença ou a exceção de pré-executividade são incidentais, ou seja, não há autono-
mia.
◦ Daniel Assumpção entende que, no caso de exceção de pré-executividade ou im-
pugnação ao cumprimento de sentença com matéria de mérito, deverá haver a 
anuência do executado para a homologação da desistência, aplicando-se a regra 
do processo de conhecimento.
OBS: A “raiz histórica” da exceção de pré-executividade no direito brasileiro nascera pelo Decreto 
Imperial n. 9.885, de 1888, que possibilitou ao devedor opor-se à execução através desse instituto, 
sem estar obrigado a segurar o juízo, e a ele seguiram-se o Decreto n. 848, de 11 de outubro de 
1890 e o Decreto n. 5.255, de 31 de dezembro de 1932, este último do Estado do Rio Grande do 
Sul, que também previam a possibilidade de se opor à execução por simples requerimento. O ins-
tituto não foi lembrado pelo CPC de 1939 e nem pelo de 1973; somente ganhou notoriedade face 
à omissão legal, quando, em 1966, a Cia. Siderúrgica Mannesmann, sofrendo diversos processos 
de execução simultâneos, tendo por base títulos falsos, foi orientada pelo eminente jurista Pontes 
de Miranda a opor-se à execução via exceção de pré-executividade. A natureza jurídica do institu-
to é incidental, e sua principal finalidade é extinguir, “no nascedouro, pretensão executiva viciada 
ou inexistente” (APPEL BOJUNGA, Luís Edmundo. “A Exceção de Pré Executividade”, in RT, p.156), 
evitando, assim, que o executado sofra o ônus de uma penhora, que não tem mais qualquer “funda-
mento jurídico ou lógico” (LACERDA, Galeno de. “Defesa do Executado Mesmo Antes da Penhora”, 
in RT 639/89, p. 34).
– Desistência do processo (todos) contra a Fazenda Pública Federal configura desis-
tência material do direito pleiteado:
Lei 9.469/97: Art. 3º As autoridades indicadas no caput do art. 1º poderão concorda com pedido de 
desistência da ação, nas causas de quaisquer valores desde que o autor renuncie expressamente 
ao direito sobre que se funda a ação (art. 269, inciso V, do Código de Processo Civil).
Parágrafo único. Quando a desistência de que trata este artigo decorrer de prévio requerimento 
do autor dirigido à administração pública federal para apreciação de pedido administrativo com 
o mesmo objeto da ação, esta não poderá negar o seu deferimento exclusivamente em razão da 
renúncia prevista no caput deste artigo.
Julgado: REsp 1267995/PB. 1. Segundo a dicção do art. 267, § 4º, do CPC, após o ofe-
recimento da resposta, é defeso ao autor desistir da ação sem o consentimento do réu. 
Essa regra impositiva decorre da bilateralidade formada no processo, assistindo igual-
mente ao réu o direito de solucionar o conflito. Entretanto, a discordância da parte ré 
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quanto à desistência postulada deverá ser fundamentada, visto que a mera oposição 
sem qualquer justificativa plausível importa inaceitável abuso de direito. 2. No caso em 
exame, o ente público recorrente condicionou sua anuência ao pedido de desistência 
à renúncia expressa do autor sobre o direito em que se funda a ação, com base no art. 
3º da Lei 9.469/97. 3. A existência dessa imposição legal, por si só, é justificativa sufi-
ciente para o posicionamento do recorrente de concordância condicional com o pedido 
de desistência da parte adversária, obstando a sua homologação. 4. A orientação das 
Turmas que integram a Primeira Seção desta Corte firmou-se no sentido de que, após o 
oferecimento da contestação, não pode o autor desistir da ação, sem o consentimento 
do réu (art. 267, § 4º, do CPC), sendo que é legítima a oposição à desistência com fun-
damento no art. 3º da Lei 9.469/97, razão pela qual, nesse caso, a desistência é condi-
cionada à renúncia expressa ao direito sobre o qual se funda a ação. 5. Recurso especial 
provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ n. 8/08. 
(Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/06/2012, 
DJe 03/08/2012).
Julgado: STJ. EREsp 356915. 1. Embargos de divergência que gravitam em torno da 
possibilidade de extinção do crédito por força de renúncia tácita inferida de omissão da 
prática de ato após intimação do credor. 2. A renúncia ao direito é o ato unilateral com 
que o autor dispõe do direito subjetivo material que afirmara ter, importando a extinção 
da própria relação de direito material que dava causa à execução forçada, consubstan-
ciando instituto bem mais amplo que a desistência da ação, que opera tão somente a 
extinção do processo sem resolução do mérito, permanecendo íntegro o direito mate-
rial, que poderá ser objeto de nova ação a posteriori. 3. A doutrina acerca da renúncia 
ao direito em que se funda a ação assenta, in verbis: “A parte pode renunciar à ação, 
figura que recebe o nome de ‘desistência’, ou renunciar ao ‘próprio direito material’, 
objeto mediato do pedido. Nessa hipótese, a manifestação não é meramente formal, 
senão atinge a própria pretensão, abdicando a parte do direito que lhe pertence para não 
mais reclamá-lo. Opera-se, assim, a extinção com julgamento de mérito porque a parte 
que renuncia despoja-se de seu direito material e a eficácia da coisa julgadamaterial 
é plena, sendo defeso discutir novamente em juízo acerca daquela pretensão. Em face 
dessa relevante diferença, cumpre ao juiz verificar com exatidão e de forma inequívoca 
a real intenção da parte, abrindo nova oportunidade processual, se necessário, para os 
devidos esclarecimentos do alcance desse ato de disponibilidade processual.” (Curso de 
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Direito Processual Civil. Rio de Janeiro, Forense, 2001, p. 420/421) 3. Sob esse enfoque, 
a renúncia há de ser inequívoca, não se admitindo sua presunção, por isso que, in casu, 
a inércia da recorrente em manifestar-se acerca do valor já levantado, após intimação 
judicial, não é fundamento para extrair-se a presunção de que houve renúncia a eventual 
crédito, o que poderá ser requerido a posteriori (Precedentes:...). 4. Em consonância com 
doutrina abalizada, in verbis: “Satisfeito o direito do credor, porque cumprida a prestação 
pela qual o devedor é executado, ou renunciando o credor ao seu crédito, obviamente, 
tendo ali a ação de execução atingido o seu objetivo e aqui perdido a sua finalidade, 
extinguem-se a ação e o respectivo processo. Poderá a renúncia efetivar-se por termos 
nos autos ou por instrumento público ou particular, tendo nesse caso que ser levada a 
conhecimento do juiz, acompanhada de instrumento que a comprove.” (Moacyr Amaral 
Santos, in Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, Saraiva, 3º vol. 18ª ed, págs. 
475/476). 5. Embargos de divergência providos.
– Desistência de mandado de segurança independe do consentimento da autoridade 
apontada como coatora ou da PJ correspondente, ainda que prestadas as informações.
Julgado: STJ. DESIS no MS 13.300. 1. O pedido de desistência de mandado de segu-
rança há de ser homologado independentemente da anuência da autoridade impetrada 
ou da pessoa jurídica de direito público, ainda que já prestadas as informações. Prece-
dentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. 2. “O mandado 
de segurança, que se distingue das demais ações pela especificidade de seu objeto e 
pelo comando emergente de sua decisão, visa exclusivamente a invalidar o ato de auto-
ridade lesivo ao direito líquido e certo e sua decisão contém uma determinação à autori-
dade coatora para que cesse a ilegalidade apontada. Não há, no mandado de segurança, 
um litígio entre direitos contrapostos. Assim a autoridade, apontada como coatora, não 
constitui parte, pelo menos no sentido técnico, da relação processual mandamental; 
por isso é de se admitir a desistência da impetração a qualquer tempo e independente-
mente do consentimento da autoridade impetrada.” (RE n. 108.992/PR, Relator Ministro 
Paulo Brossard, in DJ 20/4/90). 3. “(...) Não se aplica ao mandado de segurança o dis-
posto no art. 267, § 4º, do Código de Processo Civil. Como ensina Hely Lopes Meirelles, 
‘não se confundindo com as outras ações em que há direitos das partes em confronto, 
o impetrante pode desistir da impetração ou porque se convenceu da legitimidade do 
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ato impugnado, ou por qualquer conveniência pessoal, que não precisa ser indicada 
nem depende de aquiescência do impetrado’. (...) Noutro passo, assere o ilustre jurista 
citado: ‘O mandado de segurança, visando unicamente à invalidação de ato de autori-
dade, admite a desistência a qualquer tempo, independentemente do consentimento do 
impetrado.’ (in Mandado de Segurança e Ação Popular, 8ª ed., pág. 71).” (MS n. 20.476/
DF, Pleno, Relator Ministro Néri da Silveira, in DJ 3.5.85).
◦ O STF aceita o pedido de desistência do MS desde que não haja trânsito em jul-
gado da sentença.
◦ Pode desistir até mesmo com sentença de mérito proferida.
◦ STF confirma possibilidade de desistência de mandado de segurança após deci-
são de mérito. Por maioria de votos, o Plenário do STF decidiu nesta quinta-feira 
(2) que a desistência do mandado de segurança é uma prerrogativa de quem o 
propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e inde-
pendentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da 
ação.” (Notícias do STF de 02/05/2013).
Julgado: STF. RE 669367. EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL 
ADMITIDA. PROCESSO CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE DESISTÊNCIA 
DEDUZIDO APÓS A PROLAÇÃO DE SENTENÇA. ADMISSIBILIDADE. “É lícito ao impetrante 
desistir da ação de mandado de segurança, independentemente de aquiescência da 
autoridade apontada como coatora ou da entidade estatal interessada ou, ainda, quando 
for o caso, dos litisconsortes passivos necessários” (MS 26.890-AgR/DF, Pleno, Ministro 
Celso de Mello, DJe de 23.10.2009), “a qualquer momento antes do término do julga-
mento” (MS 24.584-AgR/DF, Pleno, Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 20.6.2008), 
“mesmo após eventual sentença concessiva do ‘writ’ constitucional, (…) não se apli-
cando, em tal hipótese, a norma inscrita no art. 267, § 4º, do CPC” (RE 255.837-AgR/PR, 
2ª Turma, Ministro Celso de Mello, DJe de 27.11.2009). Jurisprudência desta Suprema 
Corte reiterada em repercussão geral (Tema 530 - Desistência em mandado de segu-
rança, sem aquiescência da parte contrária, após prolação de sentença de mérito, ainda 
que favorável ao impetrante). Recurso extraordinário provido. (RE 669367, Relator(a): 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Min. LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 
02/05/2013).
Informativo 704, STF: “[...]. Asseverou-se que o mandado de segurança, enquanto ação 
constitucional, com base em alegado direito líquido e certo frente a ato ilegal ou abusivo 
de autoridade, não se revestiria de lide, em sentido material. […].” (PLENO, RE 669367/RJ, 
rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Rosa Weber, 2.5.2013).
◦ Apesar do posicionamento do Plenário, o STF afasta a compreensão do RE 669367
quando:
◦ houver mero intuito de se recusar observância à Jurisprudência.
Informativo 781, STF: “Não é cabível a desistência de mandado de segurança, nas hipó-
teses em que se discute a exigibilidade de concurso público para delegação de ser-
ventias extrajudiciais, quando na espécie já houver sido proferida decisão de mérito, 
objeto de sucessivos recursos. Com base nessa orientação, a Segunda Turma, em jul-
gamento conjunto, resolveu questão de ordem suscitada pelo Ministro Teori Zavascki 
(relator) e deliberou não homologar pedidos de desistência formulados em mandados 
de segurança que impugnavam atos proferidos pelo CNJ, nos quais foram considera-
dos irregulares os provimentos — decorrentes de permuta, e, portanto, sem concurso 
público — de serventias extrajudiciais, em ofensa ao art. 236, § 3º, da CF. A Turma des-
tacou que a jurisprudência do STF seria pacífica quanto à necessidade de realização 
de concurso público para o provimento das serventias extrajudiciais. No caso em apre-
ciação na questão de ordem — desistências formuladas em mandados de segurança 
quando em apreciação agravos regimentais a impugnar decisões proferidas em sede 
de embargos de declaração interpostos em face de decisões monocráticas de mérito 
sobre a referida matéria —, o STF estaria a apreciar ações originárias, sendo, portanto, a 
última instância sobre o caso. Essas desistências não se dariam simplesmente porque 
se estaria de acordo com os atos do CNJ. Tudo levaria a crer que teriam como finali-
dade secundária levar essa matéria em ação ordináriaperante a justiça comum, perpe-
tuando a controvérsia. No mérito, superada a questão quanto à continuidade de apre-
ciação dos mandados de segurança, a Turma negou provimento a agravos regimentais 
neles interpostos, reiterado o quanto decidido no MS 28.440 ED-AgR (DJe de 7.2.2014) 
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e no MS 30.180 AgR (DJe de 21.11.2014).” (SEGUNDA TURMA, MS 29093 ED-ED-AgR/
DF, rel. Min. Teori Zavascki, 14.4.2015; MS 29129 ED-ED-AgR/DF, rel. Min. Teori Zavas-
cki, 14.4.2015; MS 29189 ED-ED-AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 14.4.2015; MS 29128 
ED-ED-AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 14.4.2015; MS 29130 ED-ED-AgR/DF, rel. Min. 
Teori Zavascki, 14.4.2015; MS 29186 ED-ED-AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 14.4.2015; 
MS 29101 ED-ED-AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 14.4.2015; MS 29146 ED-ED-AgR/DF, 
rel. Min. Teori Zavascki, 14.4.2015).
Julgado: STF. MS 29083 ED-ED-AgR. EMENTA Agravo regimental em embargos de decla-
ração em embargos de declaração em mandado de segurança. Petição de desistência. 
Intuito de recusa à observância da jurisprudência da Corte. Não homologação. Mérito 
recursal. Serventia extrajudicial. Permuta. Necessidade de concurso público. Decadên-
cia. Inaplicabilidade do art. 54 da Lei n. 9.784/99. Interinidade. Aplicação do teto de 
remuneração. Precedentes. Petição de desistência não homologada e agravo regimental 
não provido. 1. Nas hipóteses em que demonstrado o mero intuito de se recusar obser-
vância a Jurisprudência pacífica da Corte, o Supremo Tribunal tem afastado o entendi-
mento firmado no RE 669.367 RG (Relatora para o acórdão a Ministra Rosa Weber, Pleno, 
DJe de 30/10/14), segundo o qual pode a parte impetrante manifestar desistência da 
ação mandamental a qualquer tempo, mesmo após a sentença, independentemente da 
concordância da parte impetrada. Precedentes. Pedido de desistência não homologado. 
[...]. 5. Petição de desistência não homologada e agravo regimental não provido. (Rela-
tor(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, 
julgado em 16/05/2017).
◦ houver pedido de desistência após interposição de Agravo Interno (exceção gene-
ralizada/objetivada após a primeira exceção anterior)
Julgado: STF. MS 29895 AgR-ED-AgR. Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. 
AGRAVO INTERNO NO MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE DESISTÊNCIA FORMU-
LADO APÓS A INTERPOSIÇÃO DO RECURSO DE AGRAVO. INVIABILIDADE. JURISPRU-
DÊNCIA CONSOLIDADA. DESISTÊNCIA NÃO HOMOLOGADA. SERVENTIA EXTRAJUDI-
CIAL. PROVIMENTO, MEDIANTE PERMUTA, SEM CONCURSO PÚBLICO. ILEGITIMIDADE. 
ARTIGO 236 E PARÁGRAFOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: NORMAS AUTOAPLICÁVEIS, 
COM EFEITOS IMEDIATOS, MESMO ANTES DA LEI 9.835/1994. PACÍFICA ORIENTAÇÃO 
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JURISPRUDENCIAL DESTA SUPREMA CORTE. PEDIDO DE DESISTÊNCIA NÃO HOMOLO-
GADO. RECURSO DE AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (Relator(a): Min. ALEXAN-
DRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 24/08/2018).
◦ O STJ não aceita o pedido de desistência do mandado de segurança após proferi-
da sentença de mérito. Para tanto, é preciso anuência do impetrado.
◦ Exceto no MS coletivo, em que é possível a desistência em relação a um dos litis-
consortes ativos sem a necessidade de anuência do impetrado.
Julgado: STJ. AgRg no AgRg no REsp 928.453/RJ. 1. A jurisprudência da Primeira Seção 
e de ambas as Turmas que a compõem pacificou-se no sentido de inadmitir a desistência 
do Mandado de Segurança após sentença de mérito, ainda que favorável ao impetrante, 
sem anuência do impetrado. (Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, jul-
gado em 08/06/2011, DJe 14/06/2011).
Julgado: STJ. EDcl no AgRg nos EDcl na PET no REsp 573.482/RS. 1. Em regra, é inviá-
vel a desistência do mandado de segurança em momento posterior à prolação da sen-
tença, conforme orientação jurisprudencial desta Corte Superior. 2. Todavia, excepcio-
nalmente, em se tratando de mandado de segurança coletivo, é possível a desistência 
de um dos litisconsortes ativos após a prolação da sentença, pois o “writ” terá prosse-
guimento regular, não acarretando nesta hipótese a extinção do processo. (Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/10/2010, DJe 09/11/2010).
◦ Atenção, contudo, em relação ao posicionamento recente da 2ª Turma do STJ, 
que acompanhou o STF (o tema tende a ser uniformizado, ou seja, desistência 
até o trânsito).
Julgado: STJ. REsp 1405532/SP. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. 
DESISTÊNCIA APÓS A SENTENÇA DE MÉRITO. POSSIBILIDADE. 1. O Supremo Tribunal 
Federal, nos autos do Recurso Extraordinário 669367, julgado em 02/05/2013, reconhe-
cida a repercussão geral, definiu que é plenamente admissível a desistência unilateral 
do mandado de segurança, pelo impetrante, sem anuência do impetrado, mesmo após a 
prolação da sentença de mérito. 2. Indeferir o pedido de desistência do mandamus para 
supostamente preservar interesses do Estado contra o próprio destinatário da garantia 
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Thiago Pivotto
Sentença. Liquidação de Sentença. Coisa Julgada
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
constitucional configura patente desvirtuamento do instituto, haja vista que o mandado 
de segurança é instrumento previsto na Constituição Federal para resguardar o particu-
lar de ato ilegal perpetrado por agente público. 3. Recurso especial provido. (Rel. Minis-
tra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/12/2013, DJe 18/12/2013).
– OBS: Resumo:
Em relação à ação
Desistência Renúncia
O autor desiste de prosseguir com a ação naquele 
processo.
O autor abre mão do direito material que alegava 
possuir.
Após o juízo homologar a desistência, o autor poderá 
repropor a mesma ação.
O autor não poderá propor nova ação fundada naquele 
direito material que foi objeto de renúncia.
Se o réu já tiver apresentado contestação, é obrigató-
rio que o réu consinta com a desistência.
Não existe obrigatoriedade legal de ouvir o réu sobre 
a renúncia do direito manifestada pelo autor.
A sentença que homologa a desistência é terminativa 
(extingue o processo sem resolução do mérito).
A sentença que reconhece a renúncia é definitiva 
(extingue o processo com resolução do mérito).
A sentença faz apenas coisa julgada formal. A sentença faz coisa julgada formal e material.
Produz efeitos meramente processuais. Produz efeitos materiais.
Obs.: � Não é cabível a renúncia ao direito reconhecido no provimento alienígena, mas apenas 
a desistência do processo homologatório, se for o caso.
Informativo 621, STJ: “É inadmissível a renúncia em sede de homologação de provimento 
estrangeiro. Trata-se de homologação de provimento estrangeiro em que os requerentes 
apresentaram petição solicitando a renúncia à pretensão de obtenção da homologação, 
com o que expressamente não concordam os requeridos. Observe-se, inicialmente que, 
em sede de homologação de provimento estrangeiro, não é factível o exercício da renún-
cia. Isso porque, conforme lição doutrinária, a homologação consiste em “ato formal de 
órgão nacional a que se subordina a aquisição de eficácia pela sentença estrangeira”. 
Nessa linha de intelecção, a homologação consubstancia um pressuposto de eficácia da 
decisão alienígena em território nacional, objetivando apenas a sua posterior execução, 
o que denota o seu caráter meramente processual, sem correlação direta com o direito 
material veiculado na ação original. Tal fato torna-se ainda mais evidente quando se 
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