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Esôfago, estomago, intestino delgado, intestino grosso, peritonio


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Esôfago
➜ É um tubo fibro-músculo-mucoso que se estende entre a faringe e o estômago. Localiza-se posteriomente à traquéia começando imediatamente posterior à margem inferior da cartilagem cricóidea no plano mediano (na altura de C6). Atravessa o diafragma pelo hiato esofágico e termina na parte superior do estômago (na altura de T11). Mede cerca de 25 centímetros de comprimento. 
➜ Consiste em músculo estriado (voluntário) em seu terço superior, músculo liso (involuntário) em seu terço inferior e uma mistura de músculo estriado e liso no terço intermédio.
➜ A presença de alimento no interior do esôfago estimula a atividade peristáltica, e faz com que o alimento mova-se para o estômago. 
➜ Ocasionalmente, o refluxo do conteúdo do estômago para o interior do esôfago causa azia (ou pirose). A sensação de queimação é o resultado da alta acidez do conteúdo estomacal. 
➜ O refluxo gastroesofágico se dá quando o esfíncter esofágico inferior (localizado na parte inferior do esôfago) não se fecha adequadamente após o alimento ter entrado no estômago. 
➜ O esôfago é dividido em 3 regiões: cervical, torácica e abdominal. 
· Porção Cervical: está em contato íntimo com a traquéia 
· Porção Torácica: porção mais importante, passa por trás do brônquio principal esquerdo (mediastino superior); situa-se entre o pericárdio e as vértebras torácicas (mediastino posterior); o ducto torácico geralmente se situa no lado esquerdo do esôfago, profundamente (medial) ao arco da aorta; o esôfago inclina-se para a esquerda, enquanto se aproxima e atravessa o hiato esofágico no diafragma. 
· Porção Abdominal: repousa sobre o diafragma e pressiona o fígado, formando nele a impressão esofágica; continua-se com a cárdia do estômago; essa junção esôfago-gástrica funciona como o esfíncter inferior do esôfago que é eficiente para evitar o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. 
➜ Estreitamentos (constrições) esofágicos: 
· Cervical ou crico-faríngeo: as fibras crico-faríngeas do m. constritor inferior da faringe atuam como um esfíncter superior do esôfago; 
· Broncoaórtico: no nível em que é cruzado pelo arco aórtico e brônquio principal esquerdo; 
· Diafragmática: no nível em que cruza o diafragma através do hiato esofágico.
Vascularização do Esôfago 
➜ Irrigação arterial: aa. tireóideas inferiores (ramos das aa. subclávias). 
➜ Drenagem venosa: vv. tireóideas inferiores (que desembocam na vv. jugulares internas). 
➜ Drenagem linfática: linfonodos paratraqueais e linfonodos cervicais profundos inferiores. 
Inervação da Esôfago 
➜ Feita pelos nn. laríngeos recorrentes e pelo plexo nervoso esofágico (nn. vagos + fibras simpáticas do tronco simpático).
Estômago
➜ O estômago está situado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas, superiormente ao duodeno e a esquerda do fígado. É parcialmente coberto pelas costelas. O estômago está localizado no quadrante superior esquerdo do abdome (principalmente no hipocôndrio esquerdo), entre o fígado e o baço. 
➜ O estômago, em forma de J, é o segmento mais dilatado do tubo digestório, em virtude dos alimentos permanecerem nele por algum tempo, necessita ser um reservatório entre o esôfago e o intestino delgado. 
➜ Túnica muscular trilaminar: 
· Camada longitudinal externa; 
· Camada circular média; 
· Camada oblíqua interna.
Partes do Estômago 
➜ O estômago é divido em 4 áreas (regiões) principais: cárdia, fundo, corpo e parte pilórica. 
➜ O cárdia recebe a porção terminal do esôfago e circunda o óstio cárdico do estômago, o qual funciona como controlador da passagem do alimento e evita refluxo. 
➜ O fundo, que apesar do nome, situa-se no alto, acima do ponto onde se faz a junção do esôfago com o estômago. Esta parte está, geralmente, dilatada por ar, tornando-a responsável pelo som timpânico na percussão desta região. 
➜ O corpo representa cerca de dois terços do volume total, situando-se entre o fundo e o antro pilórico.
➜ A parte pilórica é a região afunilada de saída do estômago; sua parte larga, o antro pilórico, leva ao canal pilórico, sua parte estreita terminal. 
➜ Para impedir que o bolo alimentar passe ao intestino delgado prematuramente, o estômago é dotado de uma poderosa válvula muscular, um esfíncter chamado piloro (orifício de saída do estômago: óstio pilórico). O piloro é um espessamento acentuado da lâmina circular de músculo liso. 
➜ O estômago apresenta ainda duas curvaturas: a curvatura maior (margem esquerda do estômago - convexa) e a curvatura menor (margem direita do estômago - côncava). A incisura angular é uma depressão na parte inferior da curvatura menor que indica a junção do corpo à parte pilórica do estômago.
Interior do Estômago 
➜ Sua mucosa protege a superfície do ácido gástrico secretado pelas gll. gástricas. A contração da mucosa forma as pregas gástricas. Durante a deglutição, é formado, entre as pregas longitudinais da mucosa ao longo da curvatura menor, o canal gástrico. 
Relações do Estômago 
➜ Omento maior: na curvatura maior do estômago, é uma dobra de peritônio. 
➜ Omento menor: na curvatura menor do estômago, são duas lâminas de peritônio envolvendo dois ligamentos: 
· Lig. hepatogástrico; 
· Lig. hepatoduodenal: tríade portal (a. hepática, ducto colédoco e v. porta).
➜ Inferiormente ao fígado e diafragma. Posteriormente, relaciona-se com a bolsa omental e o pâncreas, gl. suprarrenal esquerda e parte do rim esquerdo. 
➜ O baço está no seu lado esquerdo (curvatura maior). 
➜ Situa-se superiormente ao colo transverso do intestino grosso, num compartimento supramesocólico. 
➜ A margem direita do esôfago é contínua com a curvatura menor do estômago; entretanto, sua margem esquerda é separada do fundo do estômago pela incisura cárdica. 
Vascularização e Inervação do Estômago 
➜ Irrigação arterial: 
· Aa. gástricas, direita e esquerda, ao longo da curvatura menor do estômago; 
· Aa. gastromentais, direita e esquerda, ao longo da curvatura maior. 
➜ Drenagem venosa: 
· Vv. gástricas, direita e esquerda, que drenam para v. porta; o Vv. gastromentais, direita (drena para v. mesentérica superior) e esquerda (drena para v. esplênica).
➜ Inervação: 
· Parassimpática: troncos vagais, anterior e posterior, que inervam o músculo liso trilaminar do estômago e as gll. gástricas; 
· Simpática: n. esplâncnico maior (proveniente de ramos espinais anteriores de T6 a T9) que tem função vasoconstritora e antiperistáltica.
Intestino Delgado
➜ A principal parte da digestão ocorre no intestino delgado, que se estende da junção gastroduodenal (piloro) até a junção ileocecal, que se reúne com o intestino grosso. O intestino delgado é um órgão indispensável à vida. 
➜ O intestino delgado removido é de cerca de 7 metros de comprimento, podendo variar entre 5 e 8 metros (o comprimento de intestino delgado e grosso em conjunto após a morte é de 9 metros). 
➜ O intestino delgado consiste em duodeno, jejuno e íleo.
Duodeno 
➜ É a primeira porção do intestino delgado, mais curta (25 cm) e mais larga. É a única porção do intestino delgado que é fixa (pois é quase inteiramente retroperitoneal). 
➜ Forma um C ao redor da cabeça do pâncreas.
➜ Inicia-se no piloro e termina da junção duodenojejunal, que assume a forma de um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal. 
➜ A mucosa duodenal apresenta pregas circulares de mucosa (válvulas de Kerckring), exceto no bulbo duodenal, cuja mucosa é lisa. 
➜ Apresenta 4 partes: 
· Parte superior (primeira): 5 cm; 
· Parte descendente (segunda): 7 a 10 cm; 
· Parte horizontal (terceira): 6 a 8 cm; 
· Parte ascendente (quarta): 5 cm. 
Parte Superior do Duodeno 
➜ Origina-se no piloro e estende-se até o colo da vesícula biliar. Seus primeiros 2 cm, o bulbo ou ampola do duodeno, são móveis devido a estarem fixados por mesentério; o restante é fixo pois é retroperitoneal. 
➜ A parte proximal tem o lig. hepatoduodenal (parte do omento menor) fixado superiormente e o omento maior fixado inferiormente. 
➜ Relações: 
· Anterior: vesícula biliar e lobo quadrado do fígado; 
· Posterior: ducto colédoco, pâncreas e v. porta. 
Parte Descendentedo Duodeno 
➜ Curva-se ao redor da cabeça do pâncreas. 
➜ Os ductos colédoco e pancreático principal se unem para formar a ampola hepatopancreática (ou de Vater), que se abre na parede póstero-medial da segunda parte do duodeno, no cume de uma eminência, denominada papila maior do duodeno. 
➜ A ampola hepatopancreática regula a entrada de bile e de suco pancreático através de um dispositivo muscular esfinctérico que circunda a ampola na sua porção final, denominado esfíncter da ampola hepatopancreática (ou de Oddi). 
➜ O ducto pancreático acessório, quando existe, desemboca na papila duodenal menor, situada superiormente (~ 2 cm) à papila duodenal maior. 
➜ Esta parte é totalmente retroperitoneal. 
➜ Relações: 
· Anterior: colo transverso e alças do intestino delgado; 
· Posterior: rim direito, ureter direito e m. psoas maior direito. 
Parte Inferior ou Horizontal do Duodeno 
➜ Passa sobre a veia cava inferior e a aorta; cruzado anteriormente pelos vasos mesentéricos superiores. 
➜ Relações: 
· Anterior: vasos mesentérico superiores e alças intestinais; 
· Posterior: m. psoas maior direito, veia cava inferior, aorta e ureter direito; 
· Superior: cabeça e processo uncinado do pâncreas e vasos mesentéricos superiores.
Parte Ascendente do Duodeno 
➜ Alcança a margem inferior do corpo do pâncreas e aí ela se curva anteriormente para se unir ao jejuno na junção duodenojejunal, sustentada pela fixação do músculo suspensor do duodeno (ou ligamento de Treitz), o qual alarga o ângulo da flexura duodenojejunal, facilitando o movimento do conteúdo intestinal. 
➜ Relações: 
· Anterior: alças do jejuno; 
· Posterior: m. psoas maior esquerdo e margem esquerda da aorta; 
· Medial e superior: cabeça e corpo do pâncreas, respectivamente. 
Jejuno e Íleo 
➜ As duas últimas porções do intestino delgado constituem um tubo longo e convoluto formando as alças intestinais, que são extremamente móveis pois estão envolvidas por peritônio: o mesentério. 
➜ É praticamente impossível distinguir o jejuno do íleo no ponto de transição, porém existem algumas características peculiares a cada um.
➜ Juntos, o jejuno e o íleo medem 6 a 7 metros de comprimento, sendo jejuno os dois quintos proximais, e íleo os três quintos distais. A maior parte do jejuno situa-se no quadrante superior esquerdo, enquanto a maior parte do íleo situa-se no quadrante inferior direito. 
➜ O jejuno inicia-se na flexura duodenojejunal e o íleo termina na junção ileocecal. 
➜ Ambos estão fixados à parede posterior do abdome pelo mesentério. A raiz do mesentério (~ 15 cm) estende-se obliquamente da flexura duodenojejunal à articulação sacroilíaca direita. Vasos mesentéricos superiores e nervos autônomos correm entre as duas lâminas do mesentério. 
➜ Nessa região se encontram muitas vilosidades intestinais, daí concluímos que esta é a região onde mais se absorve nutrientes. 
➜ As placas de Peyer (massas de tecido linfóide) são abundantes no íleo. 
Vascularização e Inervação do Intestino Delgado 
➜ Irrigação arterial: 
· Aa. pancreaticoduodenais, superior (ramo da a. gastroduodenal) e inferior (ramo da a. mesentérica inferior), suprem o duodeno; 
· Aa. mesentéricas superiores (e alguns de seus ramos) suprem o jejuno e o íleo. 
➜ Drenagem venosa: 
· Vv. do duodeno, que drenam para v. porta;
· Vv. mesentéricas superiores, drenam o jejuno e o íleo para a v. esplênica
➜ Inervação: 
· A inervação provém de plexos que acompanham as artérias que irrigam o duodeno, o jejuno e o íleo, e recebem o mesmo nome da artéria que acompanham. Estes derivam do plexo solar (união do plexo celíaco e plexo mesentérico superior).
Intestino Grosso
➜ É o local de absorção da água dos resíduos indigeríveis do quimo líquido, convertendo-o em fezes semi-sólidas que são temporariamente armazenadas até que haja a defecação. 
Funções:
· Absorção de água e de certos eletrólitos; 
· Síntese de determinadas vitaminas pelas bactérias intestinais; 
· Armazenagem temporária dos resíduos (fezes);
· Eliminação de resíduos do corpo (defecação).
➜ Mede cerca de 6,5 centímetros de diâmetro e 1,5 metros de comprimento. Ele se estende do íleo até o ânus e está fixo à parede posterior do abdome pelo mesocolo. 
➜ O intestino grosso apresenta algumas diferenças em relação ao intestino delgado: o calibre (maior), o comprimento (menor), as tênias, os haustros e os apêndices epiplóicos. 
➜ As tênias são o resultado de um condensamento da musculatura longitudinal da parede do intestino grosso em três faixas. São três: tênias livre, omental e mesocólica. 
➜ Os haustros do cólon (saculações) são abaulamentos ampulares separados por sulcos transversais. 
➜ Os apêndices epiplóicos (ou apêndices omentais do colo) são pequenos pingentes amarelados constituídos por tecido conjuntivo rico em gordura. Aparecem principalmente no colo sigmóide. 
➜ O intestino grosso é formado pelo ceco, apêndice vermiforme, colo ascendente, colo transverso, colo descendente, colo sigmóide, reto e canal anal. 
Ceco e Apêndice 
➜ Ceco é a primeira parte do intestino grosso, inferiormente à sua junção com o íleo terminal. 
➜ No fundo do ceco, encontramos o apêndice (tradicionalmente, o apêndice vermiforme). É um divertículo intestinal cego (6-10 cm) que contém massas de tecido linfóide (placas de Peyer). 
➜ O apêndice origina-se na parede póstero-medial do ceco, inferiormente à junção ileocecal. 
➜ Possui um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, que se estende entre o apêndice e o ceco. A posição do apêndice é variável, mas geralmente é retrocecal. 
➜ O ceco e o apêndice são irrigados por ramos da a. ileocecal (proveniente da a. mesentérica superior). 
Apendicite: sinal de Murphy positivo (dor à descompressão súbita) sobre o ponto de McBurney é patognomônico e fecha o diagnóstico de apendicite.
Cólon 
➜ É dividido em quatro partes: ascendente, transverso, descendente e sigmóide. 
Colo Ascendente 
➜ É a segunda parte do intestino grosso, continuação do ceco.
➜ Estende-se desde a junção ileocecal até a flexura cólica direita (ou flexura hepática), anteriormente ao rim direito e em contato com o lobo direito do fígado. 
➜ É coberto por peritônio anteriormente e nas suas laterais, sendo, desta forma, praticamente imóvel (retroperitoneal). 
➜ Situado posterior ao omento maior. 
➜ Entre o contorno lateral do colo ascendente e a parede abdominal, situa-se um sulco vertical profundo revestido por peritônio parietal, o sulco paracólico direito. 
Colo Transverso
➜ É a terceira, mais longa (~ 45 cm) e mais móvel, parte do intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da flexura cólica direita até a flexura cólica esquerda (ou flexura esplênica), onde se curva inferiormente para tornar-se colo descendente. A flexura esquerda do colo, normalmente mais superior, é mais aguda e menos móvel do que a flexura direita do colo. 
➜ Apresenta relações extremamente variáveis. 
➜ Uma larga prega peritoneal, o mesocolo transverso, confere ao colo transverso extrema mobilidade. Sua parte superior está livre ou fundida com o omento maior. 
Colo Descendente 
➜ Passa retroperitonealmente a partir da flexura cólica esquerda para a fossa ilíaca esquerda, onde ele é contínuo com o colo sigmóide. O sulco paracólico esquerdo situase entre o seu contorno lateral e a parede abdominal. 
➜ Passa anteriormente à margem lateral do rim esquerdo. 
Colo Sigmóide 
➜ É caracterizado pela sua alça longa em forma de “S”, de comprimento variável (em média 40 cm). O colo sigmóide une o colo descendente ao reto. A terminação das tênias do colo, aproximadamente a 15 cm do ânus, indica a junção retossigmóide. 
➜ É bastante móvel em virtude de um mesossigmóide. Seus apêndices omentais são longos. 
Reto e Canal Anal 
➜ O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. É a parte terminal fixa (retro e subperitoneal) do intestino grosso. Este segmento do intestino grosso termina ao perfurar o diafragma pélvico (músculos levantadores do ânus) passando a se chamar de canal anal. A linha pectínea (ou pectinada) separa internamente o reto do canal anal. 
➜ A parte mais dilatada do reto,a ampola do reto, é imediatamente superior ao diafragma pélvico. 
➜ Relações: 
· Anterior - sexo feminino: alças intestinais, útero e vagina; 
· Anterior - sexo masculino: alças intestinais, bexiga, gll. seminais, próstata, ureteres e ductos deferentes; 
· Posterior - ambos os sexos: aa. glúteas superior e inferior, plexo sacral, m. piriforme e m. coccígeo. 
· Laterais - ambos os sexos: tecido adiposo. 
PS.: lembrar que na região do reto, o peritônio forma as escavações retovesical, no sexo masculino, e retouterina (ou fundo-de-saco de Douglas), no feminino
➜ O canal anal se estende do diafragma pélvico até o ânus (limite real: linha pectínea, internamente). 
➜ Apresenta pregas cutâneas. A mucosa na parte superior é semelhante à do reto, enquanto na parte inferior é pele (epitélio estratificado pavimentoso), pois apresentam origens embriológicas distintas. Na junção destes dois tipos de revestimento observa-se a base de cinco a dez pregas verticais da mucosa, as colunas anais (ou de Morgagni), que contêm ramos terminais dos vasos retais superiores. As extremidades inferiores das colunas reúnem-se por uma prega da mucosa em forma de pente, as válvulas anais. Entre as bases das colunas unidas pelas válvulas estão pequenas bolsas, os seios anais, nos quais se abrem os ductos de gll. rudimentares, que liberam um muco que ajuda na evacuação de fezes. 
➜ Apesar de bastante curto (3 cm de comprimento) é importante por apresentar algumas formações essenciais para o funcionamento intestinal, das quais citamos os esfíncteres anais. 
➜ O esfíncter anal interno é o mais profundo, e resulta de um espessamento de fibras musculares lisas circulares, sendo consequentemente involuntário. 
➜ O esfíncter anal externo é constituído por fibras musculares estriadas que se dispõem circularmente em torno do esfíncter anal interno, sendo este voluntário. Possui partes subcutânea, superficial e profunda, contudo elas são indistinguíveis. A alça do m. puborretal também exerce alguma atividade esfinctérica sobre o canal anal. 
➜ Ambos os esfíncteres devem relaxar antes que a defecação possa ocorrer.
Peristaltismo: Constipação e Diarréia 
➜ Ondas peristálticas intermitentes e bem espaçadas movem o material fecal do ceco para o interior do colo ascendente, transverso e descendente. Á medida que se move através do colo, a água é continuamente reabsorvida das fezes, pelas paredes do intestino, para o interior dos capilares. As fezes que ficam no intestino grosso por um período maior perdem o excesso de água, desenvolvendo a chamada constipação. Ao contrário, movimentos rápidos do intestino não permitem tempo suficiente para que ocorra a reabsorção de água, causando diarréia. 
Vascularização e Inervação do Reto e Canal Anal 
➜ Irrigação: artéria sacral mediana e artérias retais superior, média e inferior. A primeira é um ramo direto da aorta; a segunda, ramo da artéria mesentérica inferior; a terceira, da artéria pudenda interna e a quarta, da pudenda externa. 
➜ Drenagem venosa: veias que acompanham as artérias e recebem o mesmo nome. 
➜ Inervação: plexos retais superior e médio, e pelos nervos pudendos através dos nervos retais inferiores.
Órgãos Anexos à Digestão
➜ O aparelho digestório é considerado um tubo que recebe o líquido secretado por diversas glândulas, a maioria situada em suas paredes como as da boca, esôfago, estômago e intestinos. 
➜ Algumas glândulas constituem formações bem individualizadas, localizando nas proximidades do tubo, com o qual se comunicam através de ductos, que servem para o escoamento de seus produtos de elaboração.
Fígado 
➜ O fígado é a maior glândula do organismo, e é também a mais volumosa víscera abdominal. 
Funções: 
· Produz bile que auxilia na digestão e absorção das gorduras, logo, a bile é um emulsificador de gorduras;
· Síntese de proteínas; 
· Metabolismo intermediário (carboidratos, lipídios e proteínas); 
· Desintoxicação (fármacos, hormônios, etc.); 
· Armazenamento de ferro, cobre, vitaminas e glicogênio; 
· Ativação da vitamina D; 
· Forma células sanguíneas (hematopoiese) no feto. 
➜ Sua localização é na região superior do abdômen, logo abaixo do diafragma, ocupando quase todo o hipocôndrio direito e o epigástrio. É um órgão friável (por possuir pouco tecido conjuntivo) e regenerativo. Um terço do fígado é suficiente para manter uma função hepática normal: alta margem de segurança. 
➜ Todos os nutrientes (exceto as gorduras) absorvidas pelo trato gastrointestinal (TGI) são inicialmente levados para o fígado pelo sistema venoso porta.
➜ O fígado armazena glicogênio e secreta bile continuamente, a qual é armazenada na vesícula biliar. 
➜ Aparelho excretor do fígado: é formado pelos ductos hepáticos, vesícula biliar, ducto cístico e ducto colédoco. 
➜ O fígado apresenta duas faces: diafragmática e visceral, separadas pela margem inferior do fígado. 
Face Diafragmática 
➜ A face diafragmática (ântero-superior) é convexa e lisa relacionando-se com a cúpula diafragmática. 
➜ O fígado é dividido em lobos. A face diafragmática apresenta um lobo direito e um lobo esquerdo, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. A divisão dos lobos é estabelecida pelo ligamento falciforme. Na margem livre desse ligamento encontramos um cordão fibroso resultante da obliteração da veia umbilical, conhecido como ligamento redondo do fígado. 
➜ Os recessos subfrênicos (entre o diafragma e as partes anterior e superior da face diafragmática do fígado) são separados em recessos direito e esquerdo pelo lig. falciforme, que se estende entre o fígado e a parede anterior do abdome.
Face Visceral 
➜ A face visceral (póstero-inferior) é irregularmente côncava pela presença de impressões viscerais. 
➜ A face visceral é subdividida em 4 lobos (direito, esquerdo, quadrado e caudado) pela presença de depressões em sua área central, que no conjunto se compõem formando um "H", com 2 ramos verticais e um transversal que os une. 
· A barra central horizontal é o hilo do fígado, por onde entram ou saem estruturas vasculares (v. porta, a. hepática própria e vasos linfáticos), nervosas (plexo nervoso hepático) e ductos hepáticos (biliares). 
· A haste vertical esquerda está constituída pela fissura para o lig. redondo, anteriormente, e pela fissura para o lig. venoso, posteriormente. 
· A haste vertical direita está constituída pela fossa para a vesícula biliar, anteriormente, e pelo sulco para a v. cava inferior, posteriormente. 
➜ A face visceral é coberta por peritônio exceto na fossa da vesícula biliar e no hilo do fígado. 
➜ Possui três grandes impressões deixadas por órgãos: impressão gástrica, pelo estômago no lobo esquerdo; impressão cólica, pelo colo transverso do intestino grosso; impressão renal, pelo rim direito no lobo direito. Outras três impressões menores são: impressão duodenal, impressão pilórica e impressão esofágica. 
➜ Embora o lobo direito seja considerado por muitos anatomistas como incluindo o lobo quadrado (inferior) e o lobo caudado (posterior), com base na morfologia interna, os lobos quadrado e caudado pertencem mais apropriadamente ao lobo esquerdo. O lobo caudado possui ainda um processo papilar e um processo caudado.
Subdivisão Funcional do Fígado 
➜ São 8 segmentos hepáticos divididos de acordo com os principais ramos da a. hepática própria e da v. porta. Sua importância é apenas cirúrgica, pois possibilita aos cirurgiões a remoção de apenas alguns segmentos com um mínimo de lesão. 
Relações Anatômicas do Fígado 
➜ A face visceral do fígado está em contado com vários órgãos: 
· Lobo esquerdo: com o esôfago, o estômago e omento menor; 
· Lobo quadrado: com a primeira parte do duodeno; 
· Lobo direito: com o rim direito e a flexura cólica direita, deles separado apenas pelo recesso hepatorrenal. 
➜ Relações peritoneais: omento menor: 
· Lig. hapatoduodenal: margem livre e espessa, encerra as estruturas que atravessam o hilo do fígado, inclusive a tríade portal (ducto colédoco, a. hepática prórpia e v. porta); 
· Lig. hepatogástrico: lâmina delgada, estende-se entre o sulco dolig. venoso do fígado e a curvatura menor do esômago. 
Vascularização e Inervação do Fígado 
➜ O sangue arterial chega até o fígado através da artéria hepática própria, proveniente indiretamente do tronco celíaco. Essa pode penetra no pedículo hepático ou dividir-se antes em artéria hepática direita e artéria hepática esquerda. Menos frequentemente, além das duas últimas, podemos ter ramos para o lobo quadrado e/ou caudado. 
➜ Além da artéria hepática, também penetra no pedículo hepático, a veia porta. Esta é proveniente da união da artéria mesentérica superior e esplênica. Esta, mesmo contendo sangue venoso, trás para o fígado os nutrientes há pouco absorvidos nos intestinos. Desta forma, os nutrientes podem ser rapidamente processados. Dentro do fígado, a veia porta se ramifica dando os capilares sinusóides. Estes se reuniram formando as veias hepáticas que drenam todo o sangue proveniente do fígado (tanto da veia porta como da artéria hepática) para a veia cava inferior. 
➜ Drenagem Linfática: feita por linfonodos celíacos que, assim, atingem a cisterna do quilo e ducto torácico. 
➜ Inervação: feita por fibras do plexo hepático provenientes do plexo celíaco.
Vesícula Biliar 
➜ A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, que a concentra por meio da absorção de água e sais. 
➜ A vesícula libera bile quando gorduras entram no duodeno (pois as gorduras estimulam o duodeno a secretar colecistoquinina, a qual induz a contração da vesícula biliar). A bile emulsiona a gordura e a distribui para a parte distal do intestino para a digestão e absorção. 
➜ A vesícula biliar (7–10 cm de comprimento) situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado. A relação da vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a parte superior do duodeno normalmente é manchada com bile no cadáver. A vesícula biliar possui três partes: fundo, corpo (anterior ao duodeno) e colo (superior ao duodeno e contínuo com o ducto cístico). A face hepática da vesícula biliar fixa-se ao fígado pelo tecido conjuntivo da cápsula fibrosa do fígado (ou de Glisson). O restante de sua superfície é revestido por peritônio, fixando a vesícula contra o fígado. A vesícula biliar tem capacidade para até 50 ml de bile. 
➜ A mucosa do ducto cístico e do colo da vesícula apresenta pregas em espiral que podem facilitar o fluxo e o refluxo da bile. 
Ductos Biliares 
➜ Os ductos biliares podem ser classificados em intra-hepáticos e extra-hepáticos, mas ambos conduzem bile do fígado para o duodeno. 
➜ Os ductos e canalículos biliares intrahepáticos drenam para os ductos hepáticos direito e esquerdo que, ao atravessarem o hilo, unem-se para formar o ducto hepático comum. O ducto cístico (4 cm de comprimento) liga a vesícula biliar ao ducto hepático comum formando o ducto colédoco (5-15 cm), que conduz a bile para o duodeno.
➜ O ducto colédoco desce posterior a parte superior do duodeno e situa-se em um sulco na face posterior da cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o ducto colédoco encontra e se une ao ducto pancreático principal para formar a ampola hepatopancreática (ou de Vater). A extremindade distal desta ampola abre-se na parte descendente do duodeno através da papila duodenal maior. 
Vascularização e Inervação da Vesícula Biliar 
➜ A vesícula biliar possui sua irrigação feita pela artéria cística, ramo da artéria hepática comum. A drenagem venosa é feita por pequenas veias que drenam diretamente para o fígado. Os vasos linfáticos anastomosam-se com os do fígado e os do pâncreas. A inervação é dada por fibras provenientes do plexo hepático. 
Pâncreas 
➜ O pâncreas é achatado no sentido ântero-posterior, ele apresenta uma face anterior e outra posterior, com margens superior, anterior e inferior e sua localização é posterior ao estômago. 
➜ O pâncreas produz através de uma 
· Secreção exócrina: suco pancreático (produzido pelo ácinos serosos) que entra no duodeno através dos ductos pancreáticos. O pâncreas produz diariamente 1200-1500 ml de suco pancreático; 
· Secreção endócrina: glucagon e insulina (produzidos pelas ilhotas pancreáticas de langerhans) que entram no sangue. 
➜ O comprimento varia de 12-15 cm e seu peso na mulher é de 15 g e no homem 16 g.
➜ Estende-se do duodeno ao baço, colado à parede abdominal posterior (retroperitoneal, exceto a cauda). 
➜ O pâncreas divide-se em cabeça, colo, corpo e cauda. 
➜ A cabeça do pâncreas é “abraçada” pela concavidade do duodeno e inferomedialmente aos vasos mesentéricos superiores. A cabeça do pâncreas está apoiada posteriormente na veia cava superior, vasos renais direito e veia renal esquerda. O ducto colédoco situa-se posterior à cabeça do pâncreas. 
➜ O colo do pâncreas está situado sobre os vasos mesentéricos superiores. A veia mesentérica superior une-se à veia esplênica, posteriormente ao colo, para formar a veia porta. 
➜ O corpo do pâncreas cruza a aorta e a vértebra L2, posteriormente à bolsa omental. Relaciona-se com a aorta e a glândula suprarrenal, vasos renais e rim esquerdos. 
➜ A cauda do pâncreas situa-se anteriormente ao rim esquerdo, onde está intimamente relacionada ao hilo esplênico e à flexura cólica esquerda. É relativamente móvel e passa dentro do lig. esplenorrenal com os vasos esplênicos. Logo a cauda do pâncreas não é retroperitoneal. 
➜ Os vasos esplênicos, tortuosos, correm na margem superior do corpo do pâncreas. O mesocolo transverso fixa-se horizontalmente na margem anterior do pâncreas. 
Ductos Pancreáticos 
➜ O ducto pancreático principal (ou de Virsung) começa na cauda do pâncreas e corre em direção à sua cabeça, recebendo durante seu trajeto ductos interlobulares; na cabeça se curva inferiormente para unir-se com o ducto colédoco e formar a ampola hepatopancreática (ou de Vater) que se abre na papila duodenal maior. 
➜ Frequentemente (60%) a parte superior da cabeça do pâncreas é drenada por um ducto pancreático acessório (ou de Santorini) que se abre na paila duodenal menor, um pouco acima da desembocadura da ampola hepatopancreática.
Funções: 
· Dissolver carboidrato (amilase pancreática); 
· Dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase); 
· Dissolver triglicerídeos nos adultos (lipase pancreática); 
· Dissolver ácidos nucléicos (ribonuclease e desoxirribonuclease).
Vascularização e Inervação do Pâncreas 
➜ Irrigação: A cabeça é irrigada pelas artérias pancreaticoduodenais superior e inferior. A primeira é um ramo terminal da artéria gastroduodenal. A segunda é ramo da artéria mesentérica superior. As artérias pancreaticoduodenais se dividem em dois ramos, um anterior e outro, posterior. Os ramos anteriores se anastomosam formando a arcada anterior da cabeça do pâncreas. Da mesma forma, os ramos posteriores também se anastomosam formando a arcada posterior da cabeça do pâncreas. A irrigação do colo do pâncreas é dada pela artéria dorsal do pâncreas. O corpo é irrigado pela artéria magna do pâncreas. A cauda é irrigada pela artéria caudal do pâncreas. Os últimos três ramos são provenientes da artéria esplênica. 
➜ A drenagem venosa é feita por veias que acompanham as artérias e recebem o mesmo nome. A drenagem linfática é feita por linfonodos adjacentes: lienais, hepáticos, mesentéricos e celíacos. 
➜ A inervação é dada por fibras provenientes dos plexos celíaco e mesentéricos. Estas fibras atingem o pâncreas através das artérias. Entretanto, a resposta deste órgão a estímulos é principalmente química. 
Baço 
➜ O baço está situado na região do hipocôndrio esquerdo, entre o fundo do estômago e o diafragma, onde recebe proteção das costelas IX, X e XI. Ele é mole, de consistência muito friável, altamente vascularizado e de uma coloração púrpura escura. 
➜ O baço é um órgão linfóide apesar de não filtrar linfa, ou seja, é um órgão excluído da circulação linfática, porém interposto na circulação sanguínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. 
➜ Possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecidos, substânciasestranhas, células do sangue em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço filtra o sangue. O baço também tem participação na resposta imune, reagindo a agentes infecciosos (produz linfócitos e anticorpos). Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande nódulo linfático. 
➜ Não é um órgão vital, porém uma laceração do baço pode causar uma hemorragia fatal. 
➜ O baço possui uma cápsula fibroelástica fina. É totalmente circundado por peritônio, exceto no hilo esplênico. É móvel e está apoiado sobre a flexura cólica esquerda. A face diafragmática do baço é convexa e se encaixa na concavidade do diafragma. A margem superior apresenta chanfraduras. A extremidade posterior é arredondada. A extremidade anterior é aguda. Na face visceral pode-se identificar as impressões gástrica, cólica e renal, relacionadas, respectivamente com o estômago (anteriormente), flexura cólica esquerda (inferiormente) e rim esquerdo (medialmente). 
➜ Através do hilo do baço na face visceral entram e saem os ramos esplênicos dos vasos esplênicos.
➜ O baço está ligado à curvatura maior do estômago pelo lig. gastroesplênico e ao rim esquerdo pelo lig. esplenorrenal (este último acomoda a cauda do pâncreas). Esses ligamentos, contendo vasos esplênicos, estão fixados ao hilo do baço. 
➜ Suas principais funções são as de reserva de sangue, para o caso de uma hemorragia intensa, destruição dos glóbulos vermelhos do sangue e preparação de uma nova hemoglobina a partir do ferro liberado da destruição dos glóbulos vermelhos.
Peritônio e Cavidade Peritoneal 
➜ O peritônio é uma membrana serosa (mesotélio: epitélio pacimentoso simples) de parede dupla que forra a parede abdominal (peritônio parietal) e dela se reflete sem solução de continuidade sobre as vísceras para revestí-las em variável extensão (peritônio visceral), a semelhança do que a pleura faz no tórax. 
➜ A cavidade peritoneal é um espaço virtual com espessura capilar, situado entre as lâminas parietal e visceral do peritônio. Contém uma fina película de líquido peritoneal, que permite o deslizamento de uma víscera sobre outra sem atrito. Sob certas circunstâncias, a cavidade peritoneal torna-se real como nos derrames de ar ou líquido (pneumoperitônio, ascite, hemoperitônio, derrames de bile, conteúdo gástrico ou intestinal, etc) ou introdução artificial de ar ou líquido para fins de diagnóstico ou tratamento. Também a abertura cirúrgica ou traumática do peritônio, após secção dos planos parietais, ao permitir a entrada de ar, transforma a cavidade peritoneal de virtual em real. 
➜ Em decorrência da disposição das vísceras abdominais, bem como de seu desenvolvimento embrionário, o peritônio apresenta algumas formações próprias: 
· Os mesos que são reflexões do peritônio parietal posterior, constituídos por duas lâminas, que relacionam a parede abdominal com sua respectiva víscera, fixando-a e ao mesmo tempo dando-lhe mobilidade. O espaço entre as duas lâminas do meso é preenchido por tecido extraperitoneal, pelo qual passam vasos, nervos e linfáticos em direção a víscera. Os mesos existentes são o mesentério, para o jejuno e o íleo, o mesocolo transverso, para o colo transverso e o mesossigmóide, para o colo sigmóide; 
· Os ligamentos que são ou reflexões peritoneais de dupla lâmina que vão do peritônio parietal anterior a uma víscera ou reflexões peritoneais entre uma víscera e outra; 
· Os omentos são reflexões peritoneais largas, amplas, que se dispõe entre duas vísceras. Os omentos existentes são o omento menor entre o fígado e a curvatura menor do estômago e a primeira porção do duodeno e o omento maior que vai da curvatura maior do estômago ao colo transverso e deste se dispõe como um “avental”, anteriormente às alças intestinais. 
➜ Estes conceitos são generalizações e como tal, admitem exceções. Assim, existem ligamentos que se prendem à parede posterior, como o esplenorrenal e a lâmina posterior do ligamento falciforme e ligamentos denominados de mesos, sem partirem da parede posterior, como o mesoapêndice ou o mesossalpinge. 
➜ As vísceras abdominais são classificadas conforme sua relação ao peritônio em peritonizadas, extraperitoneais e intraperitoneais.
➜ As peritonizadas são aquelas quase totalmente envolvidas por peritônio visceral, ficando sem este revestimento somente numa estreita faixa que corresponde a região onde o meso ou ligamento se delamina para revestir a víscera, tornando-se peritônio visceral.
➜ As extraperitoneais são aquelas situadas externamente ao peritônio parietal, o qual pode revestir uma ou mais faces da víscera, mas sem envolvê-la quase completamente (neste caso ela seria peritonizada). Como a maior parte dos órgãos extraperitoneais situa-se posteriormente ao peritônio parietal posterior é comum chamá-los de retroperitoneais.
➜ A única víscera intraperitoneal é o ovário, pois se situa na cavidade peritoneal. Além disto, como a tuba uterina se abre tanto para a cavidade peritoneal quanto para o útero e este se comunica com a vagina, a cavidade peritoneal está, por esta via, em comunicação com o meio externo. Assim, enquanto no sexo masculino a cavidade peritoneal é fechada, no sexo feminino é uma cavidade aberta, o que justifica o fato de infecções dos órgãos genitais femininos alcançarem e envolverem o peritônio. 
Formações Peritoneais 
➜ Mesentério: fixa o jejuno e o íleo à parede posterior do abdome. Sua raiz cruza a parede posterior do abdome em diagonal, da junção duodenojejunal à junção íleocólica. 
➜ O omento maior é uma larga prega peritoneal que do estômago se estende como um avental ocultando as alças do jejuno e do íleo. 
➜ O omento menor conecta a curvatura menor do estômago e a parte proximal do duodeno ao fígado. É composto por 2 ligamentos contínuos entre si:
· Lig. hepatogástrico: porção mais delgada; 
· Lig. hepatoduodenal: margem livre espessa, que dá passagem à tríade portal. 
➜ O fígado se conecta ainda à parede anterior do abdome pelo lig. falciforme. 
➜ O estômago está conectado: 
· À superfície inferior do diafragma pelo lig. gastrofrênico; 
· Ao colo transverso pelo lig. gastrocólico (parte do omento maior); 
· Ao baço pelo lig. gastroesplênico (ou gastrolienal); 
➜ O mesocolo transverso divide a cavidade abdominal em um compartimento supramesocólico, contendo o estômago, fígado e baço, e um compartimento inframesocólico, contendo o intestino delgado e os colos ascendente e descendente. 
➜ O compartimento inframesocólico situa-se posteriormente ao omento maior e é dividido em espaços inframesocólicos direito e esquerdo pelo mesentério. 
➜ Há comunicação livre entre os compartimentos supramesocólico e inframesocólico através dos sulcos paracólicos, entre as faces laterais dos colos ascendente e descendente e a parede póstero-lateral do abdome. Os sulcos paracólicos foram-se quando o peritônio passa sobre os colos ascendente e descendente para revestir a parede abdominal póstero-lateralmente. 
➜ A bolsa omental é um espaço amplo e irregular que se situa posteriormente ao estômago e omento menor. Possui um recesso superior e outro inferior. Comunica-se com o restante da cavidade peritoneal através do forame omental (forame epiplóico ou de Winslow), uma abertura situada posteriormente ao lig. hepatoduodenal. 
Percurso Peritoneal 
Peritônio Parietal Anterior 
1. O peritônio (visceral) reveste superfície inferior anterior do diafragma; 
2. Reflete-se sobre o fígado (na parte superior da face diafragmática) formando a lâmina anterior do lig. coronário; 
3. Continua revestindo o restante anterior da face diafragmática do fígado com uma prega peritoneal ligada à parede anterior do abdome: o lig. falciforme; 
4. Ao chegar à margem inferior do fígado, dobra-se sobre a face visceram até a região do hilo do fígado;
5. Aí se volta inferiormente em direção à curvatura menor do estômago, formando a lâmina anterior do omento menor; 
6. Continua revestindo a face anterior do estômago até sua curvatura maior; 
7. Daí uma longa e larga expansão peritoneal desce, dobra sobre si esobe novamente até o colo transverso: formou-se a parede externa do omento maior; 
8. Continua ascendendo (cobrindo a face posterior do colo transverso) até a margem anterior do pâncreas, formando a lâmina posterior do mesocolo transverso; 
9. A partir daí, o peritônio segue inferiormente, passando anteriormente ao duodeno, e reveste separadamente as alças intestinais, dando origem ao mesentério, o qual tem sua raiz fixada a parede posterior do abdome até chegar ao colo sigmóide, onde o reveste formando o mesocolo sigmóide; 
10. Daí o peritônio, já na cavidade pélvica, difere de acordo com o sexo: o : peritônio desce sobre a parede anterior do reto e sobe sobre a face posterior do útero, deixando um recesso entres estes dois órgãos, a escavação retouterina (ou fundo-de-saco de Douglas); o peritônio segue revestindo o restante do corpo e fundo do útero (já na face anterior) e sobe sobre a bexiga deixando outro recesso, a escavação vesicouterina; o : peritônio desce sobre a parede anterior do reto e sobe sobre a bexiga, deixando um recess entre eles, a escavação retovesical; 
11. Da bexiga, o peritônio segue superiormente revestindo a parede anterior do abdome (peritônio parietal anterior).
Peritônio Parietal Posterior 
1. O peritônio (visceral) reveste a superfície inferior posterior do diafragma; 
2. Reflete-se sobre o fígado (na parte superior do face diafragmática) formando a lâmina posterior da lig. coronário; o Entre as duas lâminas desse ligamento está a área nua do fígado (desperitonizada); o As junções laterais das duas lâminas formam os ligg. triangulares direito e esquerdo;
3. Continua revestindo a superfície posterior da face diafragmática; 
4. Dobra-se sobre a face visceral do fígado, revestindo a superfície posterior até a região do hilo do fígado; 
5. Aí se volta inferiormente em direção à curvatura menor do estômago, formando a lâmina posterior do omento menor; 
6. Continua revestindo a face posterior do estômago até sua curvatura maior; 
7. Daí uma longa e larga expansão peritoneal desce e sobe até o colo transverso, formando a parede interna do omento maior; 
8. Ascende revestindo a face anterior do colo transverso e daí até a margem anterior do pâncreas formando a lâmina anterior do mesocolo transverso; 
9. Daí ascende revestindo a superfície anterior do pâncreas; 
10. Chega à parede posterior do abdome (peritônio parietal posterior).