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Organização do Estado Prof. Ms. Sérgio Luiz Ribeiro 1 2. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais.(https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/110/Direito-Constitucional-Principios-fundamentais) Princípios Constitucionais Fundamentais. Os princípios constitucionais têm função ordenadora e ação imediata funcionando como critério de interpretação e de integração, dando coerência ao sistema, como ensina Jorge Miranda, em seu "Manual de Direito Constitucional". Os princípios são normas-síntese ou normas-matriz. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. 1. Princípios políticos constitucionais são os que traduzem as opções políticas fundamentais conformadoras da Constituição, dito de outra forma, são decisões políticas fundamentais sobre a forma de existência da Nação. 2. Princípios jurídicos constitucionais são aqueles que informam a ordem jurídica constitucional, constituem desdobramentos dos princípios fundamentais. 3. Princípios institucionais ou regionais são os que regem e modelam o sistema normativo das instituições constitucionais. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. Assim, ensina Canotilho e Vital Moreira que os princípios fundamentais são variados e visam essencialmente a definir e caracterizar a coletividade política, o Estado e a enumeração das principais opções político-constitucionais. São, também, a síntese de todas as normas constitucionais. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. O primeiro princípio fundamental diz respeito à forma de Estado. O Brasil é uma federação, isto é, um Estado Federal composto de diversos outros Estados-membros que se unem para formar uma unidade nova. Essa unidade nova é a Federação. Nesse Estado, a União se apresenta externamente como Estado unitário (Federal). Os Estados-membros gozam de autonomia política e administrativa, mas não de soberania. Incluem-se na federação o Distrito Federal e os Municípios. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. O segundo princípio refere-se à forma de governo. A forma de governo adotada é a República. Isso significa que somos uma coletividade política com características de república, isto é, coisa pública, ou coisa do povo e para o povo. Isso traduz forma de governo, com características específicas inerentes à República: 1) O governante demanda ser legitimado por eleições populares; 2) Eleições são periódicas; 3) Temporariedade dos mandatos; 4) Existência de câmaras legislativas; 5) Igualdade de todos, sem qualquer vantagem própria das monarquias em que existe a nobreza e a plebe. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. Os demais princípios estão estabelecidos nos incisos do art. 1º da Constituição e são: 1) Soberania – O fundamento soberania está inserido no conceito de Estado. 2) Cidadania – O fundamento da cidadania traduz que o titular dos direitos políticos é o povo, o cidadão que se integra na sociedade estatal. O governo, assim, está submetido à vontade popular. 3) Dignidade da pessoa humana – A dignidade da pessoa humana é outro fundamento essencial. Daí todo o capítulo dos direitos e garantias fundamentas, os dados referentes à ordem econômica que busca assegurar a todos uma existência digna, os fundamentos da ordem social, da educação, do exercício da cidadania. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. 4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa – Isso quer dizer que todo trabalho é digno, consagrada a liberdade de iniciativa na atividade econômica. Isso insere o Brasil nas economias abertas, em que não há dirigismo do Estado, em que os indivíduos serão os condutores da atividade econômica. 5) Pluralismo político – Refuta-se a ideia de partido único. Todas as doutrinas, idéias políticas ou filosóficas podem ser livremente manifestadas e constituídas e partidos políticos, desde que respeitado o sistema democrático. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. O que são princípios? Qual a diferença entre princípios e normas? O que é subsunção? A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. Objetivos Fundamentais da Constituição de 1988. Objetivos do Estado brasileiro estão relacionados no artigo 3º da Constituição e construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzindo as desigualdades sociais e promover o bem de todos, sem quaisquer preconceitos ou outras formas de discriminação. A Constituição de 1988: Origem, Princípios e Objetivos Fundamentais. Objetivos Fundamentais da Constituição de 1988. Esses objetivos são os fundamentais, não todos, à toda evidência. Os enumerados são os fundamentais e que valem como prestações positivas e que deverão concretizar a democracia econômica, social e política. Todos esses objetivos do Estado se dirigem à dignificação da pessoa humana. Objetivo constitucional do Estado na Ordem Internacional O art. 4º propõe o que deve ser o Brasil na ordem internacional. Assim, estão estabelecidos compromissos com a independência nacional e autodeterminação de todos os povos, a igualdade entre os Estados e a solução pacífica dos conflitos. Nessa linha, preconiza-se a não-intervenção e a defesa da paz. De todas essas posturas frente a ordem internacional, sobreleva a referente à prevalência dos direitos humanos. Vale dizer que em todos os litígios, em todas as questões, a garantia dos direitos humanos é essencial para a postura que o Brasil deva adotar. Assim, registram-se também dentre as preocupações o progresso da humanidade através da cooperação entre os povos e a concessão de asilo político. Referências Bibliográficas das aulas de hoje. Bibliografia: Curso de Direito Constitucional Positivo, José Afonso da Silva, 1999, Ed. Malheiros, São Paulo. Comentário Contextual à Constituição, José Afonso da Silva, 2009, 6º Ed. Malheiros, São Paulo. Dinâmica O processo constituinte no Brasil, que resultou na constituição de 1988, significa que o estado brasileiro encontra-se enquanto projeto, esgotado? Justifique. Estrutura e Organização do Estado Brasileiro DIVISÃO ORGÂNICA DO PODER “SEPARAÇÃO DE PODERES” e “FEDERALISMO” https://www.youtube.com/results?search_query=federalismo+Roberto+Romano “Toda a sociedade na qual a garantia dos direitos não está assegurada, nem a separação de poderes determinada, não tem Constituição” (art. XVI, Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão)”. Objetivo: 1) evitar a concentração do Poder, afastando arbitrariedades, 2) com a finalidade de proteção aos direitos fundamentais e 3) atribuir tarefas de conformação econômica, social e cultural, confiando-as às funções orgânico-constitucionais; a expressão “Poderes”: o Poder soberano do Estado é uno, indivisível e indelegável, mas se apresenta em distintas funções que representam determinadas atividades do Estado, distribuídas a órgãos distintos (“estrutura orgânica funcionalmente justa com a especialização funcional de cada órgão”) # Função Legislativa: responsável especialmente pela criação e inovação do ordenamento jurídico por meio de atos normativos, com características de generalidade e abstração, sujeitos, para sua elaboração, a um procedimento legislativo juridicamente regulado; # Função Executiva: responsável especialmente pela administração da coisa pública e adoção de políticas governamentais, com a finalidade de dar cumprimento ao estabelecido na Constituição e nas leis por meio de atos e decisões administrativas, sujeitos, a um procedimento juridicamente regulado; # Função Jurisdicional: responsável especialmente pela solução de lides, aplicando as normas gerais (leis) aos casos concretos controvertidos, determinando suas consequências jurídicas por meio de decisões e sentenças judiciais, sujeitos a um procedimento juridicamente regulado. # Função Jurisdicional: responsável especialmente pela solução de lides, aplicando as normas gerais (leis) aos casos concretos controvertidos, determinando suas consequências jurídicas por meio de decisões e sentenças judiciais, sujeitos a um procedimento juridicamente regulado. OBS: O exercício das funções públicas está sujeito a uma sequência procedimental juridicamente adequada à garantia dos direitos fundamentais e à defesa dos princípios básicos do Estado Democrático de Direito (DEVIDO PROCESSO LEGAL). ART 2º, CF: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Obs – dispositivo constante em Constituições anteriores: “Salvo exceções prevista nesta Constituição, é vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições; quem for investido na função de um deles não poderá exercer a de outro” (ressalva desnecessária). DOIS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS: # PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE DE ATRIBUIÇÕES: as atribuições de cada função do Estado devem estar expressamente enumeradas na Constituição, não sendo permitido transferências para órgãos diferentes daqueles a quem a Constituição atribuiu, salvo disposição constitucional expressa. # PRINCÍPIO DA IMPOSSIBILIDADE DE EXERCÍCIO SIMULTÂNEO DE FUNÇÕES: a Constituição estabelece uma incompatibilidade relativamente à mesma pessoa exercer funções de órgãos constitucionais distintos, exceto se houver dispositivo constitucional expresso, com a suspensão das funções anteriores. SEPARAÇÃO DE PODERES: INDEPENDÊNCIA E HARMONIA entre os Poderes Art. 2º: São Poderes da União, INDEPENDENTES e HARMÔNICOS entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. INDEPENDÊNCIA: (condição de quem tem autonomia) atribuições de cada “Poder” são definidas pela própria Constituição; Emendas à Constituição e normas infraconstitucionais não podem subtrair atribuições entregues a cada Poder pela Constituição (art. 60, § 4º, III, CF); atribuição de prerrogativas para garantir a independência: # Poder Legislativo: art. 53, CF (garantias parlamentares) - objetivo impedir restrições aos parlamentares, para que sem pressão possam controlar os atos do Poder Público; # Poder Judiciário: art. 95, CF (garantias dos juízes) – objetivo assegurar a liberdade de decidir, inclusive contra o Poder Público; # Poder Executivo: art. 84, II e XIII, CF – exercer a direção superior da administração federal e o comando das Forças Armadas. HARMONIA: (disposição proporcional entre as partes de um todo) atribuições de cada “Poder” caracteriza uma contenção (limitação) das atribuições dos outros “Poderes”; a independência não é absoluta, pois a Constituição estabelece expressamente interferências, por meio de um mecanismo de controle recíproco entre os “Poderes” (sistema de “freios e contrapesos”), atribuindo funções típicas e atípicas aos “Poderes”: DINÂMICA Atribuições atípicas E de controle do Poder Legislativo: Arts. 49; 50; 57, § 3º, III e IV, CF – relacionadas ao Poder Executivo; Arts. 51, I; 52, I e III; 58, §3º, CF – relacionadas ao Poder Judiciário. Atribuições atípicas E de controle do Poder Executivo: Arts. 62; 64, § 1º; 66, §1º; 68, CF – relacionadas ao Poder Legislativo; Arts. 101; 104; 107; 5º, LV, CF – relacionadas ao Poder Judiciário.