Prévia do material em texto
Aluna: Ana Beatriz de Souza Lima Campos. Matrícula: 18.2.000185 Odontologia/Benfica MÉTODOS DE LOCALIZAÇÃO RADIOGRÁFICA Primeiramente, precisa-se ter uma visão adequada de todos os lados do paciente, ou seja, para poder realizar a radiografia e assim ter uma visão ampla de toda a área observada na técnica radiográfica, e para se ter essa visão utiliza-se o Método de Localização Radiográfico adequado. A radiografia convencional seja intra ou extrabucal, limita-se a fornecer uma imagem bidimensional (2D) de uma estrutura tridimensional (3D). Então, sabe-se que sempre haverá o registro de duas dimensões (altura e largura), faltando a terceira dimensão (profundidade), essencial para verificar a extensão completa de uma entidade anatômica ou patológica. E outro fator inerente ao exame radiográfico é a sobreposição de imagens, que prejudica na interpretação radiográfica. Portanto, para solucionar todos esses problemas surgiram os métodos de localização radiográfica, que são de fácil execução, em que pode ser feito até no próprio consultório e por meio deles pode-se ter uma visão bidimensional. E são eles: 1. MÉTODO DE CLARK (Método do princípio da paralaxe, técnica do deslizamento, técnica do deslocamento horizontal do tubo: 1.1. INDICAÇÕES: • Localização de dentes inclusos. • Localização de fraturas radiculares. • Localização de corpos estranhos. • Localização de anomalias e processos patológicos. • Localização de condutos radiculares. As imagens ao lado são radiografias de um mesmo paciente, mas em visões diferentes e assim, pode-se ter interpretações diferentes. 1º 1.2. PROCEDIMENTOS: Esse método consiste na variação da angulação horizontal de incidência do feixe de raios X. Então, Clark se baseou no princípio da paralaxe, concluindo que: • O objeto mais próximo sempre se desloca em sentido contrário ao do observador. E já o objeto mais distante sempre acompanha o deslocamento do observador. • “Ao examinarmos dois objetos semelhantes que se encontram em linha reta, sobrepostos, o objeto mais próximo encobrirá o mais distante”. • “Se o observador deslocar-se para a direita, notará que um dos referidos objetos se deslocará em direção contrária àquela realizada pelo observador, e o outro acompanhará a direção do desvio executado”. OBSERVAÇÃO: na aula utilizou-se como demonstração a mão, ou seja, se observarmos os dedos indicador e médio em linha reta, o indicador encobrirá o dedo médio. Quando nos deslocamos para a direita, observamos os dois, sendo que o dedo médio, mais distante, acompanha o nosso deslocamento. Quando nos deslocamos para a esquerda, o dedo médio é visto à nossa esquerda em relação ao dedo indicador. Então, se substituirmos o objeto pela estrutura a ser examinada radiograficamente e o observador pelo tubo de raios X, então para que a imagem seja registrada posicionaremos o filme periapical atrás das estruturas. E se falarmos que o tubo de raios X (cabeçote) se deslocar para a mesial, a estrutura que acompanhar seu deslocamento para a mesial estará mais distante. E a estrutura projetada para o sentido contrário (para distal), estará mais próxima do tubo ou mais distante do filme radiográfico. Para a realização desse método precisa-se realizar duas radiografias periapicais e necessita-se também de duas incidências radiográficas, incidências essas: ortorradial, mesiorradial e distorradial. • Ortorradial: é a radiografia periapical da região onde a estrutura se localiza. • Mesiorradial: ocorre se o tubo de raios X (cabeçote) for deslocado para a mesial. • Distorradial: ocorre quando há um desvio para a distal. OBSERVAÇÃO: Tudo que acompanha o movimento está por palatina (distante) e o contrário é por vestibular (perto). OBSERVAÇÃO: É utilizada para localização da posição de caninos superiores. OBSERVAÇÃO: Na hora que eu jogo o dente para a mesial, o dente vai para a mesial, então tudo que acompanha o movimento está por palatina. 2. MÉTODO DE MILLER WINTER (Técnica do ângulo reto): Devido às diferenças anatômicas da maxila e da mandíbula, surgiu esse novo método de localização radiográfica para observação das estruturas mandibulares em três dimensões. 2.1. INDICAÇÕES: • Localização de dentes não irrompidos (terceiro molar inferior). Está por vestibular. Está por palatina. Posicionamento do paciente e do cilindro localizar nas incidências orotorradial (à esquerda) e distorradial (à direita). 2º • Localização de corpos estranhos. • Localização de processos patológicos na mandíbula. 2.2. PROCEDIMENTOS: A técnica consiste do princípio de dupla incidência: uma radiografia periapical e outra oclusal cujas incidências são perpendiculares entre si. 1. Primeiramente faz-se a radiografia periapical da região em que se encontra a estrutura. OBS: dá-se preferência em fazer por paralelismo. 2. Então, por exemplo, se precisa localizar um 3º molar irrompido, precisa- se ter uma imagem do dente por completo. 3. 1ª incidência: fornecerá a posição do dente em altura e largura: sentido mesiodistal, utilizando a radiografia periapical. 4. 2ª incidência: fornecerá a posição do dente em profundidade: vestíbulolingual, que é obtida por meio de uma radiografia oclusal utilizando filme periapaical. 2.2.1. POSIÇÃO DO PACIENTE: Deve inclinar a cabeça para trás, com seu plano sagital mediano (PSM) perpendicular ao plano horizontal. 2.2.2. POSIÇÃO DO FILME: Deve repousar sobre a superfície oclusal dos molares inferiores, o mais para a distal possível, e será mantido em posição com um leve fechamento da boca do paciente. OBS: filme com o picote voltado para a vestibular. OBSERVAÇÃO: É um método utilizado para localização de 3º molares inferiores. Então, faz-se duas radiografias periapicais. Primeiramente faz-se uma radiografia periapical normal para ver o 3º molar inferior e a segunda faz- se uma radiografia periapical em cima do dente, como se fosse uma técnica oclusal. E o paciente precisa morder. OBSERVAÇÃO: Oclusal com o filme periapical. Imagens ilustrando a posição do dente na radiografia, e até mesmo o posicionamento do filme. 3. MÉTODO DE DONOVAN (Modificação de Donovan): É considerado uma modificação do método de Miller-Winter, e nele só é realizada uma radiografia com o filme inclinado repousando no trígono-motor do paciente. E é utilizado também para 3º molar inferior. 3.1. INDICAÇÕES: • Quando a radiografia oclusal do Método de Miller- Winter não registra inteiramente o 3º molar inferior não irrompido. 3.2. PROCEDIMENTOS: Donovan alterou o posicionamento do filme radiográfico e, consequentemente, a incidência do feixe de raios X. 3.2.1. POSIÇÃO DO FILME: Deve permanecer inclinado sobre o ramo da mandíbula. E, além disso, é localizado em posição oblíqua sobre o ramo ascendente da mandíbula, abrangendo área trígono-retro-molar. E a retenção do filme é feita com o dedo indicador da mão do lado oposto a ser radiografado. 3.2.2. POSIÇÃO DO PACIENTE: Deve inclinar a cabeça para trás e virar-se para o lado oposto a ser radiografado, para o feixe de raios X incidir perpendicular ao plano do filme no sentido ângulo da mandíbula-ápice nasal. 3º Posicionamento do paciente e cilindro localizador durante a incidência oclusal. Paciente ocluindo o filme, para mantê-lo em posição durante a incidência oclusal. 4. MÉTODO DE PARMA: Diferente de Clark, de Miller Winter e de Donovan, Parma não está preocupado em saber se os dentes estão localizados mais para vestibular, lingual ou palatina. Parma está interessado em ver o terceiro molar por completo. Todavia, dependendo da posição do terceiro molar inferior não irrompido, a radiografia periapical pode não registrar o dente por completo. Logo, para que isso acontecesse, Parma modificou o posicionamentodo filme e solucionou o problema, isto é no lugar de colocar o filme retinho atrás do dentes, ele colocou inclinado. 4.1. INDICAÇÕES: • Quando a radiografia periapical convencional não registra inteiramente o terceiro molar inferior não irrompido. 4.2. PROCEDIMENTOS: Parma sugere que o filme seja inclinado, deixando sua borda distoinferior próxima do assoalho bucal, formando um ângulo entre o longo eixo do filme e o plano oclusal. OBSERVAÇÃO: Utiliza-se o mesmo tempo de uma radiografia periapical convencional. OBSERVAÇÃO: Se a borda distoinferior do filme causar desconforto ao paciente na região de assoalho bucal, deve-se dobrá-lo para lingual. 4º Fotos ilustrativas de uma radiografia utilizando esse método; do posicionamento filme e do posicionamento do paciente. OBSERVAÇÃO: Posição da cabeça do paciente: tragus auditivo-comissura labial paralelo ao solo e PSM perpendicular ao solo. OBSERVAÇÃO: Dedo indicador da mão do lado oposto a ser radiografado. OBSERVAÇÃO: Direção dos RX: 1cm acima da borda mandíbula e 1cm atrás da intersecção da comissura palpebral externa. 5. MÉTODO DE LE MASTER: É feito por meio da técnica da bissetriz, todavia, devido à configuração anatômica e o posicionamento do filme na região de molares superiores, a imagem do processo zigomático da maxila pode se projetar sobre o ápice desses dentes, dificultando assim, a interpretação radiográfica. OBSERVAÇÃO: esse método é para molares superiores. 5.1. INDICAÇÕES: • Quando ocorrer sobreposição das imagens do processo zigomático da maxila e das raízes dos molares superiores. 5.2. PROCEDIMENTOS: Esse método consiste na fixação de um rolete de algodão (rolete para isolamento relativo) na face ativa do filme radiográfico. Além disso, ainda é recomendado o uso de fita crepe, com o intuito de não descolar com a saliva. Esse rolete de algodão é fixado na metade inferior do filme, pois irá afastá-lo da coroa dentária e assim, melhorar as condições de paralelismo entre os longos eixos do filme e dente. Logo, com a diminuição da angulação vertical de Imagens ilustrativas do posicionamento do paciente; de uma radiografia utilizando esse método. 5º incidência dos raios X não ocorrerá a sobreposição das imagens do processo zigomático da maxila sobre o ápice dos molares superiores. OBSERVAÇÃO: Posição da cabeça do paciente: linha asa do nariz-tragus auditivo na horizontal e PSM perpendicular ao solo. OBSERVAÇÃO: Colocação do filme: centralizar no filme o dente a ser radiografado. OBSERVAÇÃO: Marco de referência: o feixe central deve incidir sobre o dente a ser radiografado, e abaixo da linha asa tragus, de forma a passar sobre o osso zigomático.