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FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS E FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO Maurício Tintori E-book 2 Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 OS PARADIGMAS RENASCENTISTAS E ILUMINISTAS DA EDUCAÇÃO ��������������������������������������������4 POSITIVISMO E EDUCAÇÃO ������������������15 EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E PODER ��� 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 35 SÍNTESE �������������������������������������������������������37 2 INTRODUÇÃO Aqui vamos tratar sobre os paradigmas da filoso- fia da educação, compreendendo a emergência de reflexões racionalistas e humanistas na Europa Ocidental nos tempos do Renascimento (século 16 e 17) e Iluminismo (século 18). Também abordaremos sobre a importância da filosofia positivista, no século 19, para a consolidação dos métodos tradicionais de ensino. Por fim, falaremos sobre o papel da educa- ção na sociedade contemporânea, enfatizando as relações de poder existentes nessa área e as pos- sibilidades da escola ser tanto um instrumento de dominação das elites sobre as classes menos favo- recidas, como um mecanismo que pode ser usado para construir a autonomia do indivíduo. 3 OS PARADIGMAS RENASCENTISTAS E ILUMINISTAS DA EDUCAÇÃO Entre os séculos 16 e 18, na Europa Ocidental, tive- mos dois movimentos filosóficos e culturais impor- tantes para o surgimento e consolidação do pensa- mento moderno: o Renascimento e o Iluminismo. Entre as diversas contribuições dos intelectuais desse período, podemos destacar a emergência do racionalismo (corrente que concebe a razão como principal fonte do conhecimento humano, capaz de impulsionar a humanidade na superação dos pensa- mentos supersticiosos ligados à religião, tidos pelos renascentistas e iluministas como responsáveis pelo atraso da civilização ocidental no decorrer da Idade Média) e do humanismo (a doutrina filosófica que defende a ideia de que o ser humano é responsável pelas suas próprias ações, e não uma entidade divina exterior e superior a ele). Concomitantemente, tive- mos nesse período também a emergência da ideia de subjetividade, ou seja, a noção de que o indivíduo tem o controle sobre as suas escolhas e ideias. Não por acaso, a noção de subjetividade emerge com a ascensão social, econômica e política da burguesia, cujos interesses e valores individualistas conciliam- -se com a subjetividade pressupostas pelos intelec- tuais renascentistas e iluministas. Ao mesmo tempo, vai ser nesse período que surge a noção da infância como uma fase de aprendizagem para a vida adul- 4 ta, sendo esta a base norteadora do que podemos chamar de pedagogia moderna. Podcast 1 Filósofos, como os franceses Michel de Montaigne (1533-1592), René Descartes (1596-1650) e Jean- Jacques Rousseau (1712-1778), foram autores de um conjunto de ideias sobre educação que, assim como as de Platão, podem ser consideradas paradigmas da educação. Entretanto, se o paradigma clássico de Platão tinha um caráter elitista, no qual nem todos os cidadãos receberiam a mesma educação, Descartes e Rousseau partem da perspectiva de que todos os cidadãos teriam o direito à mesma educação, o que seria um fator essencial para o progresso da huma- nidade. Como apontou Paulo Ghiraldelli Jr. (2006, pp. 69-70): [...] diferentemente de Platão, Descartes e Rousseau não estiveram voltados para tal pro- jeto na busca de uma fórmula de educação para o rei-filósofo, pelo bom funcionamento da cidade justa. Queriam, certamente, a cida- de justa [...], mas queriam desenvolver uma educação para todos os cidadãos. Ela seria a via de transformação dos indivíduos em go- vernantes de si mesmos, e não uma proposta de preparação de uma elite para governar os demais. 5 https://famonline.instructure.com/files/118630/download?download_frd=1 O paradigma da filosofia da educação moderna, por- tanto, volta-se para a concepção de uma educação voltada para a autonomia do indivíduo, visando a formar sujeitos aptos a usar de forma racional o seu livre-arbítrio, sem depender das ordens e determi- nações das autoridades, fossem elas oriundas da aristocracia ou do clero católico, classes sociais que eram a base do poder do Antigo Regime vigente em boa parte da Europa naquele período e que foi colo- cado em xeque, justamente, com a ascensão desse ideário lógico-racional humanista. Em sua obra, Montaigne deu especial atenção à educação. Para ele, as crianças deveriam ter uma educação filosófica o mais cedo possível, pois as- sim se conscientizariam logo da necessidade de conhecerem e praticarem a prudência e a modera- ção, habilidades essenciais para agirem de forma racional. Por meio do ensino da filosofia, a criança seria capaz de ser criativa e autônoma, e não ape- nas uma repetidora de ações e comportamentos. O filósofo francês destaca que “os homens são bons ou maus, úteis ou inúteis, graças à sua educação” (MONTAIGNE apud SCHNEIDER, 2013, p.118). Além disso, ele defendia a educação integral, ou seja, a criança deveria ser formada para todos os aspec- tos da vida, e não apenas para um ofício específico. Segundo Antonio (2013, p.111): 6 Em busca de uma educação não especiali- zada, Montaigne visa à formação do homem como um todo; não de um guerreiro, de um teórico, de um diplomata, de um artista ou de um príncipe, mas de todos estes juntos em uma só personalidade, segundo o ideal do homem universal renascentista. Figura 1: Michel de Montaigne. Fonte: Wikimedia. René Descartes começou suas reflexões sobre a educação ao constatar que ele, apesar de todo o conhecimento científico e matemático que possuía, não tinha certeza sobre sua capacidade para enfren- tar os problemas e as dúvidas de sua época. Como 7 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Portrait_of_Michel_de_Montaigne,_circa_unknown.jpg. diplomata e soldado, o filósofo francês teve contato com pessoas, povos e culturas diferentes, e observou que pessoas cujo conhecimento não se equiparava aos dele possuíam habilidades para solucionar as questões e dilemas presentes em suas respectivas sociedades, com ações diferentes daquelas que um francês adotaria. Entretanto, Descartes acreditava que existia apenas um caminho para alcançar a ver- dade, e ela só poderia ser atingida por meio de um novo método científico e filosófico, que só poderia ser apreendido através de uma nova educação. Surge, a partir das reflexões do filósofo francês, o método cartesiano, cuja proposta é construir o conhecimento a partir da subjetividade, representada pelo pensa- mento, entendido como a reflexão por meio da razão e com embasamento empírico, ou seja, que pode ser comprovado. Entretanto, Descartes considerava que havia grandes empecilhos para a consolidação de sua proposta. O principal estava relacionado à forma como a maio- ria dos homens de seu tempo eram educados, pois desde a infância seriam condicionados a tomar de- cisões a partir das sensações e imaginações. Em outras palavras, os homens não seriam educados a partir do estímulo à razão. E, mesmo na vida adulta, a maior parte da humanidade estava impedida de utilizar plenamente a razão devido a esse tipo de educação, produtora das mais diversas formas de preconceitos. Dessa forma, o homem estaria sujeito a não ultrapassar o estágio infantil no decorrer de sua vida, pois seria incapaz de fazê-lo devido aos precon- 8 ceitos originados e impulsionados pelos sentimentos e pela imaginação. Fazia-se, por isso, necessária uma nova pedagogia, cuja base seria construída e consolidada por intermédio da filosofia. Tal filosofia seria norteada por uma subjetividade construída a partir da autonomia do indivíduo, cuja expressão da existência seria a sua própria capacidade de pensar (“penso, logo existo”). Figura 2: Descartes lecionando para a rainha Cristina, da Suécia. Fonte: Wikimedia. Mas, se para Descartes a infância representava a incapacidade do homem se tornar um ser racional e subjetivo, sendo necessária a sua plena superação(visto que esta só ocorreria a partir da capacidade do 9 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Christine_de_Su%C3%A8de_et_Ren%C3%A9_Descartes.jpg homem raciocinar de forma subjetiva, algo possível apenas em um processo pedagógico), Jean-Jacques Rousseau compreende a infância de forma mais oti- mista e romântica. A partir da teoria do “bom selva- gem”, o filósofo iluminista francês considerava que a natureza humana era boa (ou, em suas palavras, “o homem é bom, a sociedade o corrompe”), sendo tal característica expressa justamente na infância, quando o homem ainda não tem pleno contato com a sociedade. Para Rousseau, a criança era boa por natureza porque ainda não tinha plena capacidade de apreender a cultura predominante de uma sociedade e, por isso, era mais capaz de falar a verdade do que um adulto, já maculado pelos males existentes na sociedade. Seria justamente quando o indivíduo começa a entrar em contato com uma sociedade corrompida e mes- quinha, quando se inicia o seu processo educativo, que ele se corrompe como os demais, consolidando a existência de uma sociedade injusta e desigual. Em suas palavras: Toda a nossa sabedoria consiste em precon- ceitos servis; todos os nossos usos não são senão sujeição, embaraço e constrangimento. O homem civil nasce, vive e morre na escravi- dão; ao nascer, envolvem-no em um cueiro; ao morrer, encerram-no em um caixão; enquanto conserva sua figura humana está acorrenta- do às nossas instituições. (ROUSSEAU apud ANTONIO, 2013, p.124). 10 Isso não significa que Rousseau desprezasse a ne- cessidade de uma educação para as crianças. Pelo contrário, pois o objetivo de Rousseau era indicar ca- minhos para um novo tipo de educação, direcionada para a construção de uma nova sociedade, possível apenas se no processo educativo a natureza humana (fundada na bondade) não fosse eliminada. Como destacou José Carlos Antonio (2013, p.123), para Rousseau: (...) é necessário educarmos o homem desde o nascimento, para que lhe seja garantida a preservação de todas suas inclinações natu- rais, até que construa a sua formação física e moral durante a infância e a adolescência, quando passa a adquirir as qualidades que permitem inserir-se na sociedade, abrindo espaço para a construção de sua cidadania. Figura 3: Jean-Jacques Rousseau. Fonte: Wikimedia. 11 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Jacques_Rousseau,_Genevan_philosopher.jpg Como observamos, tanto Descartes como Rousseau concebem a infância como uma fase de aprendiza- gem do ser humano. Entretanto, Descartes ressalta que esta não teria, necessariamente, uma faixa etária delimitadora do seu início ou fim, pois sua delimita- ção seria determinada a partir da capacidade do ser humano pensar de forma racional, e como alguns se- riam incapazes de agir pela razão em toda a sua vida, estes jamais superariam a condição de crianças. Já Rousseau, de forma oposta, acredita que na infância o homem expressa integralmente a sua natureza bondosa e, por essa razão, a educação deve assu- mir a tarefa desafiadora de transmitir conhecimento sem afetar a natureza humana. Como apontou Paulo Ghiraldelli Jr., o desafio do paradigma da filosofia da educação moderna, inspirados pelas reflexões de Descartes e Rousseau, é conciliar a necessidade de estimular o pensamento racional entre os diversos sujeitos que compõem a humanidade e formar eti- camente o ser humano nos caminhos do que seria considerado “verdadeiro”, distante do desvirtuamento corrupto ao qual todos os indivíduos poderiam estar sujeitos. Segundo Ghiraldelli Jr. (2006, pp. 80-81): A filosofia da educação tipicamente iluminista, herdeira do cartesianismo, queria que todo homem pudesse ser, diante do conhecimento, sujeito. O sujeito, neste caso, era uma estru- tura universal capaz de acessar ou conter a verdade evidente. A filosofia da educação ro- mântica, prognosticada em Rousseau, queria ver o homem como pessoa harmoniosamente desenvolvida, capaz do autêntico sentimento de verdade. 12 Com a modernidade, ou mais precisamente com Descartes e Rousseau, a pedagogia passou a se ocu- par com a educação da infância, visto que o con- ceito de infância como uma fase da educação do ser humano, inexistia na Grécia Antiga, sendo isso observável no paradigma clássico de Platão, que concebe a educação como um processo que pode durar a vida toda, principalmente para os considera- dos mais aptos. A partir daí, surgem teorias e meto- dologias voltadas para o ensino e aprendizagem das crianças, vistas a partir de meados do século 17 e no decorrer do século 18, como seres diferentes dos adultos e que, portanto, necessitariam de cuidados mais específicos com o objetivo de prepará-los para a vida adulta. Entretanto, é importante enfatizar que, das concep- ções filosóficas modernas da educação, emergiram duas formas de educar. A primeira, mais próxima da percepção de Descartes, é mais disciplinadora, com o intuito de ensinar o indivíduo a ter um maior controle sobre os seus impulsos, possível a partir da imposição de códigos de conduta que prevê pu- nições para aqueles que os infringem. Já a segunda, mais próximas às concepções de Rousseau, é afetiva, considerando que a criança tem uma bondade nata que deve ser mantida visando a uma aprendizagem mais autônoma por parte do sujeito. 13 REFLITA Existe uma forma mais apropriada para educar as crianças? É necessário disciplinar as crianças para estarem mais aptas para adquirir o conheci- mento? Ou este pode ser construído autonoma- mente, tornando o processo de aprendizagem mais lúdico e prazeroso, respeitando a natureza da criança? Tais questionamentos são importan- tes para refletirmos sobre a própria profissão de educador em um contexto marcado por tantas contradições existentes em uma sociedade mar- cada por tantas transformações. 14 POSITIVISMO E EDUCAÇÃO A partir do século 19, a filosofia positivista começou a ter uma grande influência nas políticas educacio- nais. Suas origens estão relacionadas ao socialis- mo utópico de Claude-Henri de Rouvroy, o conde de Saint-Simon (1760-1825). Em um contexto marca- do por tensões sociais na França, expressas com a Revolução Francesa (1789-1799) e a Revolução Industrial, que provocaram intensas transforma- ções sociais, o que estimulou vários intelectuais a refletirem sobre tais mudanças, além de sugerirem caminhos para proporcionar uma melhoria da socie- dade a partir de tais transformações. Saint-Simon, em seu livro Parábola (1819) apontou que a sociedade capitalista moderna estava marcada por impasse, decorrente do conflito entre as classes industrial (burguesia e trabalhadores), que estariam impulsio- nando o progresso da sociedade, e a “elite ociosa” (a aristocracia e o alto clero), interessadas em manter o seu poder e, por isso, símbolos do atraso e do retro- cesso. O pensador francês acreditava que a classe industrial sairia vencedora desse embate, e por meio do progresso tecnológico proporcionado pelo capi- talismo industrial, supriria todas as necessidades da sociedade. 15 Figura 4: Saint-Simon. Fonte: Wikimedia Saint-Simon denominava a sua teoria filosófica de fisiologia social, cujo objeto de reflexão era a ação humana em constante transformação no meio so- cial, que adotava como método de análise o que ele denominava de método positivo, na realidade, uma adaptação da metodologia de pesquisa das Ciências Naturais e Exatas para o estudo da sociedade, com objetivo de identificar as “leis gerais e universais” que norteariam os caminhos do homem que convive em uma sociedade. A fisiologia social de Saint-Simon concebia que a sociedade moderna tinha como bases a divisão social do trabalho e a propriedade privada, enquanto os indivíduos apenas seriam en- grenagens cuja boa manutenção era uma condição para o funcionamento coeso da sociedade. A fisiologia social tornou-se a base da filosofia posi- tivista, fundada após a sua morte por seu ex-secre-tário, Augusto Comte (1798-1857), que deu um tom 16 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Portrait_de_Claude-Henri_de_Rouvroy,_comte_de_Saint-Simon.jpg mais conservador aos pensamentos de Saint-Simon, mais alinhado aos interesses da burguesia industrial francesa de sua época, em um momento marcado pela ascensão dos movimentos operários que co- meçavam a se opor a nova ordem capitalista que se estruturava na França e em boa parte do continente europeu. Tal contexto marcado por contradições e tensões sociais foi um dos fatores que fizeram o fundador do positivismo defender a necessidade de se manter a ordem social, mesmo que de forma autoritária, para tornar possível o caminho do pro- gresso, pois os interesses mesquinhos privados de grupos e indivíduos atrapalhariam o funcionamento da sociedade como um todo. Figura 5: Augusto Comte. Fonte: Wikipedia. 17 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Auguste_Comte2.jpg O nome positivismo, que denomina a filosofia comte- ana, está relacionado à concepção de temporalidade histórica defendida em sua tese, na qual a história da humanidade estaria dividida em três estágios de evolução: 1. Teológico: corresponde a fase na qual a huma- nidade procura compreender os fenômenos sociais e da natureza a partir dos fenômenos sobrenatu- rais e da suposta ação dos deuses ou de deus na Terra. Tal estágio seria subdividido em três fases evolutivas, que corresponderiam ao fetichismo (a crença de que os espíritos agiam sobre os seres humanos), ao politeísmo (a fé na existência de vários deuses, que agiriam sobre os homens e mulheres para satisfazerem as suas vontades e caprichos), e ao monoteísmo (a crença na existência de um único deus todo-poderoso que agiria sobre a humanidade impondo um código de conduta moral a ser seguido). Para Comte, tal fase corresponderia à infância da humanidade, influenciada por pensamentos supers- ticiosos e fictícios; 2. Metafísico: considerado por Comte como um estágio intermediário, no qual parte da humanidade liberta-se das crenças que caracterizam a fase teo- lógica, passando a se guiar por meio da especulação filosófica que, entretanto, ainda não tem como eixo norteador a busca da verdade através de métodos de observação lógico-racionais da realidade, que seria o único caminho para a comprovação e explicação dos fenômenos naturais e sociais; 18 3. Positivo: marcado pela hegemonia do conheci- mento científico, construído por meio da observação criteriosa e metodológica dos fenômenos da huma- nidade que identifica as leis gerais e universais que norteiam a vida de todos os seres humanos. Para Comte, é o estágio mais avançado e perfeito que a humanidade poderia alcançar, em que as sociedades humanas encontrariam o verdadeiro caminho do progresso tecnológico e social. SAIBA MAIS Sobre o positivismo e os três estágios concebidos por Augusto Comte, leia o artigo de Marcele Julia- ne Frossard de Araújo, disponível em https://www. infoescola.com/sociologia/lei-dos-tres-estados. Para uma sociedade atingir o progresso, na percep- ção positivista, não é necessário apenas a manu- tenção da ordem pelos aparatos de segurança, mas também a organização das instituições para que fun- cionem perfeitamente visando a tal objetivo. Como apontou Schneider (2013, p. 120): Para Comte, não se chega a um processo de avanço e evolução se não existirem planeja- mento e organização. O sucesso e as con- quistas não acontecem por acaso, elas são fruto de uma organização estrutural capaz de alavancar o aprimoramento e a identificação da função e das tarefas de cada membro da sociedade. 19 https://www.infoescola.com/sociologia/lei-dos-tres-estados/ https://www.infoescola.com/sociologia/lei-dos-tres-estados/ Comte concebe a escola como uma das instituições responsáveis para manter a coesão social necessária para a manutenção da ordem, além de ser o local onde o aluno deverá receber a formação técnica ne- cessária para exercer o ofício e a função que deverá executar na sociedade, contribuindo assim para o seu progresso. Em outras palavras, a educação po- sitivista prepara as novas gerações para serem parte da engrenagem da sociedade moderna e, para isso, devem não apenas adquirir os conhecimentos ne- cessários para exercerem tais funções, mas também serem disciplinadas, não contestando a ordem social da modernidade, que não é outra senão a ordem da sociedade capitalista industrial. Dessa forma: Uma escola que não tiver (segundo o modelo positivista) uma disciplina modelar terá difi- culdades de permitir o correto e bom desen- volvimento das capacidades intelectuais de seus alunos. Nesse sentido, a escola precisa preservar a disciplina e a hierarquia para po- der funcionar. Os professores assumem uma espécie de tarefa que legitima a sua situação de superioridade em relação ao aluno. Em sín- tese, “obedece quem precisa, manda quem pode” [...]. De acordo com o pensamento de Comte, a grande tarefa da escola é preparar jovens capazes e competentes para desem- penhar correta e adequadamente as suas fun- ções no mundo das corporações e do trabalho [...]. (SCHNEIDER, 2013, pp.120-121). 20 O paradigma de filosofia da educação de Comte é, ainda hoje, a base de um ensino voltado, principal- mente, para a formação de mão de obra para o mer- cado de trabalho e de um cidadão conformado com o papel social ao qual está destinado na sociedade capitalista industrial. Na realidade, tal concepção de educação teve seu auge entre a segunda metade do século 19 e boa parte do século 20. Entretanto, as profundas mudanças ocorridas na parte final do século 20 e primeiras décadas do 21, ocorridas em várias áreas das sociedades humanas (do mundo do trabalho aos valores morais, éticos e culturais) estimulou diversos questionamentos a tal modelo, possibilitando a emergência de novas reflexões e propostas sobre a educação. Figura 6: Sala de aula organizada a partir da concepção positivista de educação. Fonte: Wikipedia. 21 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nus_high_examinations.jpg REFLITA Em uma sociedade marcada por intensas trans- formações, onde as informações podem ser acessadas instantaneamente por meio da inter- net e a exigência do mercado de trabalho por pro- fissionais que saibam tomar decisões de forma autônoma e criativa, a concepção positivista de educação ainda tem espaço? Tal reflexão é de suma importância para o exercício da profissão docente na atualidade. 22 EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E PODER O principal objetivo da educação é formar o homem como um ser social. Por isso, podemos pensar a edu- cação como uma das representações dos caminhos pelos quais as diversas sociedades se desenvolve- ram como coletividades. Na realidade, analisar um modelo de educação é tentar compreender o padrão de educação que um determinado grupo social he- gemônico estabelece para toda a sociedade em um determinado contexto histórico, sendo este apoiado por alguns e, ao mesmo tempo, alvo de críticas de outros que se opõe a tal paradigma. Em outras pala- vras, para analisar a educação de um país é preciso levar em consideração suas desigualdades sociais e a concepção de que a sociedade é composta por classes e grupos sociais antagônicos: É preciso analisar os fins [da educação] para uma determinada sociedade e, ainda assim, estar atento para os conflitos a ela inerentes: onde existem clas- ses com interesses divergentes, os fins não podem ser abstratamente considerados (ARANHA apud SCHNEIDER, 2013, p. 93). Há uma grande diversidade de modelos de educação, pois cada um deles se propõe a resolver os proble- mas e suprir as necessidades de uma determinada sociedade inserida em um contexto histórico, so- cial, econômico e regional. Por exemplo, o modelo 23 de educação da Finlândia foi planejado de acordo com a realidade social daquele país. Dificilmente ele poderá ser aplicado da mesma forma em um país cuja sociedade vive outra realidade, como no caso do Brasil.Mas, isso não impede que algumas ideias possam ser utilizadas, desde que sejam devidamente adaptadas para a realidade brasileira. Como apontou Schneider (2013, p. 92): A sociedade é a criadora das normas, das regras e dos parâmetros da educação. Não podemos pensar a educação sem termos em mente a sociedade na qual ela será aplicada. Como pensar a educação no Brasil tomando por base, por exemplo, os modelos da Suíça? Isso seria impossível, ou melhor, impróprio. Pensar a educação é pensá-la dentro do so- cial, e não isolada dele. A educação, como processo histórico-social, não pode ser entendida como apenas uma transmissão dos valores e conhecimentos de uma geração para outra. Ela deve ser compreendida como um “proces- so pelo qual também se torna possível a gestação do novo e a ruptura com o velho” (ARANHA apud SCHNEIDER, 2013, p.90). Na contemporaneidade, em um contexto marcado pela revolução tecnológica da informática, os pro- cessos de gestação do novo e ruptura com o velho estão ainda mais intensificados, pois a troca de in- formações é mais constante e rápida do que nos 24 séculos anteriores, cujas transformações ocorriam de forma mais lenta e, muitas vezes, de forma imper- ceptível para os homens e mulheres que vivenciavam tal contexto histórico-social. Para refletirmos sobre o ensino, temos que partir da conclusão de que os modelos disponibilizados para o professor, na realidade, são predeterminados pelo Estado que, por sua vez, estabelece tais diretrizes a partir de determinadas políticas que visam atingir objetivos específicos. Alguns países estabelecem como objetivo principal a formação de mão de obra para o mercado de trabalho, adotando um plano de educação mais voltado para o ensino técnico. Outros mesclam os interesses do mercado com a neces- sidade de propagar valores democráticos, com o objetivo de formarem cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres. Há também países que enfatizam uma educação voltada mais para a exaltação dos valores patrióticos e nacionalistas e para uma forma- ção moral e cívica do indivíduo. Em outras palavras, podemos entender os modelos de ensino como uma parte integrante e crucial para o desenvolvimento das políticas de Estado, inseridas na lógica dos projetos de poder de determinados grupos e classes sociais. Assim, o campo educacional é marcado, como as outras instituições da sociedade, pelas relações de poder. Para Schneider: Toda relação de poder é uma relação de in- teresse, e toda relação de interesse exclui o outro. A educação é uma extensão desses 25 parâmetros. Sendo parte do todo social, ela re- flete as necessidades e as aspirações sociais. Portanto, a educação perpetua as relações de poder quando se constitui na base para a construção e a manutenção da sociedade. (SCHNEIDER, 2013, p.103) O filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) con- siderava que todas as instituições sociais integram a estrutura que condicionam o poder do Estado e dos grupos sociais que o dominam. Assim, os vínculos que estabelecem com os indivíduos é o de uma rela- ção hierárquica entre dominantes e dominados. A es- cola seria uma instituição que integra a engrenagem do Estado e, assim como todas as instituições, esta- belece uma relação hierarquizada de poder, embora nem todos os envolvidos percebam isso claramente. Para Foucault: “Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou modificar a apropria- ção dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo”. Segundo Schneider (2013, p.122), para Foucault (apud ANTONIO, 2014, p. 76), “a educação moderna apresenta atitudes de vigilância e adestramento do corpo e da mente humana, não visando às potencialidades, mas à manutenção do status quo”. Neste modelo educacional: O homem é um ser OBJETO porque pouco se permite o desenvolvimento de suas sub- jetividades. Em relação a isso, é necessário perceber que o professor não é meramente o agente emissor de informações. O ser hu- 26 mano precisa ser visto numa dimensão de sujeito e não somente de objeto, ou seja, de produto. Numa relação de objeto, o aluno desempenha o papel de quem precisa ouvir o que tem a dizer quem sabe e entende os assuntos. Considerar o aluno como objeto em uma relação de ensino é não permitir a possibilidade do desenvolvimento e da ca- minhada de cada um como sujeito. Quando estamos diante do aluno objeto, trabalhamos numa relação capitalista de produção. Nessa perspectiva, é necessário compreendermos o que é dominação. O professor é alguém que precisa tomar as rédeas e o rumo do processo ensino-aprendizagem, mudando comporta- mentos e parâmetros. A sala de aula precisa apresentar um modelo doce, agradável e atra- tivo. (SCHNEIDER, 2013, p.122). Figura 7: Michel Foucault. Fonte: Flickr. 27 https://www.flickr.com/photos/home_of_chaos/2550922632 O “aluno objeto” concebido por Foucault é o produto fabricado na escola visando à formação de um indiví- duo apto a exercer um ofício no mercado de trabalho, além de ter a capacidade de consumir. Na atualidade, apesar de algumas mudanças ainda incipientes, ob- serváveis por meio da adoção, por parte de algumas escolas, de novas metodologias e abordagens de ensino-aprendizagem, tal modelo ainda é perceptível na maioria das instituições educacionais, do ensino primário ao superior. Muitas escolas ainda se limitam a atender as necessidades do mercado de trabalho, que exige uma aprendizagem mais técnica e menos humanística. Algumas instituições de ensino ainda estimulam um ambiente competitivo nas salas de aula, procurando reproduzir a realidade profissional inerente à sociedade capitalista, muitas vezes, pro- duzindo insegurança entre os alunos, algo observável naqueles que concluem o ensino médio e se pre- param para os vestibulares e exames de avaliação como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) com o objetivo de serem selecionados nas melhores universidades e faculdades e, assim, terem o que julgam ser um diferencial na competição por uma vaga de emprego qualificada. Fora os alunos que, ao não conseguirem passar nas inúmeras avaliações exigidas pelas escolas, desanimam e desistem de es- tudar, nos quais são acompanhados por aqueles que, devido a sua condição socioeconômica, abandonam os estudos para trabalhar em ofícios manuais pou- co valorizados, muitas vezes informais. Tal quadro pode ser constatado pelo alto número de evasões escolares em diversas instituições brasileiras. 28 Figura 8: Alunos realizando o exame do ENEM. Fonte: Wikimedia. No modelo de escola tradicional, voltado para o es- tímulo à competitividade, a relação entre professor e aluno também é uma relação de poder, na qual o docente assume o papel de um ser superior, por ser o detentor do conhecimento, frente ao aluno, tido como um indivíduo ainda desprovido do saber e que, por- tanto, deve aceitar passivamente o que o professor transmite em sala de aula. Na escola tradicional, que adota uma pedagogia de viés positivista e tecnicista, tal postura do professor é reforçada. Podcast 2 Entretanto, a escola e os educadores só devem cum- prir o papel de meros transmissores de conhecimento e de aprendizagem de um conteúdo preestabelecido pelo Estado, servindo apenas como um aparelho 29 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d0/Participantes_do_Enem.jpg https://famonline.instructure.com/files/118631/download?download_frd=1 ideológico dos interesses dos detentores do poder, além de meros avaliadores de assimilação de con- teúdo? Tal questionamento é relevante e tem um caráter filosófico, sendo importante uma reflexão que aponte caminhos que vão além desta perspec- tiva limitadora do papel da educação. A escola e a educação também podem apontar as contradições existentes na estrutura social de um país e apon- tar caminhos para a transformação, como propõe Schneider (2013, p. 93): Por vezes, a sociedade apresenta um modelo e a escola tem de ser uma cópia dele,porém é salutar que a escola consiga amenizar as dificuldades encontradas na estrutura social. A estrutura educacional precisa nos auxiliar a redefinirmos o modelo de sociedade iden- tificada, apresentando novas perspectivas e novos horizontes para promovermos essa re- definição. Esse é o compromisso que a escola tem com a sociedade. A escola pode também ser um ambiente de mudança e questionamento sobre a realidade social, servindo como espaço para o debate sobre diversos assuntos relevantes em um determinado contexto social, além de ser um local onde sejam propostas mudanças que visem à transformação da sociedade. Como destacou Paulo Freire (apud ANTONIO, 2014, p. 96): 30 Só aprende aquele que se apropria do apren- dido, transformando-o em aprendido, com o que pode, por isso mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido-aprendido a situações existentes concretas. Figura 9: Paulo Freire. Fonte: Flickr. Levar o aluno à reflexão, e não limitá-lo apenas a um mero receptor de informações, deveria ser um dos compromissos que as instituições de ensino deveriam assumir na contemporaneidade, em que o próprio mercado de trabalho exige profissionais 31 https://www.flickr.com/photos/9848556@N05/6104876558 capazes de refletir sobre diversos problemas que podem surgir no cotidiano da empresa, que, mui- tas vezes, requerem tomadas de decisão que não estão previstas nos manuais. Além disso, o aluno possivelmente terá mais prazer na aprendizagem se for instigado a refletir, e se sentirá ainda mais recompensado se o educador reconhecer este seu esforço intelectual. Mas, para isso ser concretizado, o paradigma da escola tradicional, positivista, deve passar por uma revisão ou, mais do que isso, ceder lugar para novas perspectivas educacionais e filosó- ficas. Como apontou Schneider (2013, p. 103): A escola deve buscar e trabalhar o potencial formador. Com o modelo tradicional e ainda vigente de ensino, em que os conceitos de bom e mau aluno são medidos pela nota, não se favorece a formação integral dos estudan- tes. Visto que a escola deve ser um lugar de integração e bem-estar, e não de cobrança de tarefas, o modelo de ensino deve ser repen- sado para que o educando goste da escola e se sinta bem nela. Reavaliar a educação é uma das metas do educador, do filósofo educacional. Para tal transformação ser efetivamente realizada, a postura do professor frente ao aluno deve ser di- ferente daquela proposta pela escola tradicional. A relação entre professor e aluno deve deixar de ser uma relação de poder, tornando-se uma relação dia- 32 lógica, ou seja, aberta ao diálogo e que estimule a construção autônoma do conhecimento por parte do aluno. Como apontou Thomas de Koninck (apud SCHNEIDER, 2013, p. 106). O primeiro desafio da educação [...] é engen- drar o entusiasmo que levará os jovens de es- pírito a progredir por eles mesmos na direção da conquista de novas buscas de sentidos e de saber, tendo plena consciência de que as novas questões se colocam no contexto da globalização que, por sua vez, pede que se renovem os conhecimentos e que se perceba com clareza crescente as riquezas das dife- rentes culturas. É neste contexto que apare- cem as questões mais quentes e concretas, tais como as que se referem aos sentidos da vida e da dignidade humana. Figura 10: Sala de aula – Método ativo de ensino. Fonte: Wikimedia. 33 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3c/Sala_de_aula_Centro_Universit%C3%A1rio_Celso_Lisboa.jpg REFLITA Um educador imerso rotineiramente no seu coti- diano profissional, geralmente, considera que seu papel se limita a transmitir informações aos alu- nos e avaliar a capacidade de recepção destes, pouco se importando com a sua aprendizagem. Mas, e um educador-filósofo? Ele se conformará com tal papel? Ou se preocupará também com o processo de aprendizagem como um todo, se preocupando com as dificuldades do aluno e, até, se este tem algum prazer nesse processo? 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro estudante, analisamos neste módulo os para- digmas da educação da modernidade, influenciados pelas perspectivas dos movimentos Renascentista e Iluminista e seus valores humanistas e racionalis- tas. Tais valores estimularam concepções sobre a educação por parte de filósofos como Montaigne, Descartes e Rousseau, cujas reflexões centraram-se na construção do conhecimento racional e lógico por parte das novas gerações, em uma sociedade que passava por intensas transformações resultantes da expansão do modo de produção capitalista na Europa (e posteriormente no mundo) e da diminuição da influência do poder da Igreja Católica, reflexo da Reforma Protestante. Também estudamos os preceitos do paradigma po- sitivista para a educação, embasado na filosofia de Augusto Comte que teve grande influência entre a metade do século 19 e no decorrer do século 20. O positivismo serviu como base para a consolida- ção do modelo tradicional de educação, centrado na formação técnica do aluno visando ao exercício de algum ofício ou função na sociedade, além de um cidadão comprometido com a manutenção da ordem social e com o desenvolvimento de seu país visando o progresso. O paradigma educacional positivista enfrenta, na atualidade, grandes questionamentos em decorrência das intensas transformações ocorridas na sociedade 35 a partir das últimas décadas do século 20. A neces- sidade de uma formação mais humanística e autô- noma estimularam filósofos como Michel Foucault a questionarem o modelo tradicional de ensino e a função social da escola, geralmente relacionada com os projetos de poder do Estado e dos grupos sociais que o controla. 36 Síntese Nessa unidade abordamos os paradigmas da educação da modernidade, cujas reflexões centraram-se na cons- trução do conhecimento racional e lógico, em um con- texto social de intensas transformações estimuladas pela expansão do modo de produção capitalista na Europa (e, posteriormente, por todo mundo) e pela di- minuição da influência do poder da Igreja Católica, re- flexo da Reforma Protestante. Também abordaremos os principais aspectos do paradigma positivista para a edu- cação, que teve grande influência entre a metade do século XIX e no decorrer do século XX. O positivismo serviu como base para a consolidação do modelo tradi- cional de educação, centrado na formação técnica do aluno visando o exercício de algum ofício ou função na sociedade. Atualmente, tal paradigma é questionado devido às transformações sociais ocorridas em todo pla- neta. A necessidade de uma formação mais humanísti- ca e autônoma estimulou filósofos contemporâneos, como Michel Foucault, a questionarem tal paradigma educacional e a própria função social da escola. Considerações Finais. Educação, Sociedade e Poder; Os Paradigmas Renascentistas e Iluministas da Educação; Positivismo e Educação; Introdução Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Nesta unidade, abordaremos os paradigmas da filosofia da educação da modernidade, como os paradigmas do Renascimento, do Iluminismo e o Positivismo do século XIX. Também faremos uma reflexão sobre o papel da educação na sociedade contemporânea, as relações de poder existentes na área e a função social da escola, seja como instrumento de dominação ou de autonomia. A unidade está dividida da seguinte forma: Referências Bibliográficas & Consultadas ANTONIO, José Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. ANTONIO, José Carlos (org). Filosofia da Educação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. ARANHA, Maria Lúcia de; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1995. COSTA, Cristina. Sociologia – Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Editora Moderna, 2010. DE ARAUJO, Marcele Juliane Frossard de. “A lei dos três estados”. Disponível em https://www.infoescola. com/sociologia/lei-dos-tres-estados.Acesso em: 24 jun. 2019. GHIRALDELLI JR., Paulo. Filosofia da Educação. São Paulo: Ática, 2006. SCHNEIDER, Laíno Alberto. Filosofia da Educação. Curitiba: Intersaberes, 2013. https://www.infoescola.com/sociologia/lei-dos-tres-estados/ https://www.infoescola.com/sociologia/lei-dos-tres-estados/ ANTONIO, José Carlos (org). Filosofia da Educação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. ANTONIO, José Carlos. (Org.) Filosofia da Educação. São Paulo: Pearson, 2014. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 09 ago. 2019. ANTONIO, José Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. ARANHA, Maria Lúcia de; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1995. COSTA, Cristina. Sociologia – Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Editora Moderna, 2010. CUIN, Charles-Henry. História da Sociologia II. Petropolis, RJ: Vozes, 2017. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 09 ago. 2019. DE ARAUJO, Marcele Juliane Frossard de. “A lei dos três estados”. Disponível em: https://www.infoescola. com/sociologia/lei-dos-tres-estados. Acesso em: 24 jun. 2019. DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. São Paulo: Pearson, 2005. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 09 ago. 2019. GHIRALDELLI JR., Paulo. Filosofia da Educação. São Paulo: Ática, 2006. GHIRALDELLI JUNIOR, P. Filosofia da Educação. São Paulo: Ática, 2006. Disponível em: [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 09 ago. 2019. GOMES, Mércio Pereira. Antropologia: ciência do homem, filosofia da cultura. São Paulo: Contexto, 2008. Disponível em: Biblioteca Virtual. Acesso em: 09 ago. 2019. PILETTI, Nelson; PRAXEDES, Walter. Sociologia da educação. 1. ed. São Paulo: Ática, 2010. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 09 ago. 2019. SCHNEIDER, Laíno Alberto. Filosofia da Educação. Curitiba: Intersaberes, 2013. SOUZA, João Valdir Alves de. Introdução à Sociologia da Educação. 3. ed. rev. amp. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015. Disponível em: Biblioteca Virtual Universitária 3.0. Acesso em: 09 ago. 2019. _GoBack INTRODUÇÃO OS PARADIGMAS RENASCENTISTAS E ILUMINISTAS DA EDUCAÇÃO POSITIVISMO E EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E PODER CONSIDERAÇÕES FINAIS Síntese