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Autores: Profa. Ana Chiummo Prof. Gaston Alberto Concha Henriquez Profa. Valéria de Carvalho Colaboradores: Profa. Marisa Rezende Bernardes Profa. Kelly Cristina Rosa Prof. Daniel Scodeler Raimundo Geometria Espacial Professores conteudistas: Ana Chiummo / Gaston Alberto Concha Henriquez / Valéria de Carvalho Ana Chiummo Possui mestrado em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1998) e doutorado em Educação (Currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004). Tem experiência na área de Matemática com ênfase em Informática e Trabalho com Educação de Jovens e Adultos, atuando principalmente nos seguintes temas: Parcerias, Inclusão Digital, Mundo Digital, Alfabetização Digital e Inclusão Cidadã. É especialista em Mídias Digitais e Educação a Distância. Coordenadora auxiliar do curso de Licenciatura Plena em Matemática com Ênfase em Informática da UNIP dos campus Tatuapé e Chácara Santo Antonio. É diretora da Emef Dr. Fabio da Silva Prado, trabalhando com inclusão de alunos com necessidades especiais juntamente com a AACD – Diretoria Regional de Educação Penha. Gaston Alberto Concha Henriquez Doutorando em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade de São Paulo (USP). É especialista em Educação e Informática pela Universidade de Concepción, do Chile, e possui licenciatura em Matemática e Física também por essa instituição. Atualmente é professor na Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, professor de pós‑graduação na Universidade Cidade de São Paulo e professor e tutor acadêmico da EaD da Universidade Paulista (UNIP). Possui ampla experiência nas áreas de Matemática, Novas Tecnologias e Educação. Atualmente cursa doutorado, pós‑graduação em EaD e está concluindo pós‑graduação em Bioética. Ministra disciplinas de Probabilidade e Estatística, Geometria Plana, Geometria Espacial, Análise Real, Cálculo a Duas Variáveis e Física, além de orientar trabalhos de conclusão de curso. Valéria de Carvalho Possui graduação em Ciências, com habilitação em Matemática pela Universidade de Bauru (1987), atual Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. É mestre em Educação Matemática pela Universidade Estadual de Campinas (1999) e doutora em Educação Matemática também pela Universidade Estadual de Campinas (2007). Foi professora colaboradora do Laboratório de ensino de Matemática da Universidade Estadual de Campinas e atualmente leciona na Universidade Paulista, sendo também coordenadora do curso de Matemática na modalidade EaD. Possui experiência nas áreas de Educação, com ênfase em Ensino e Tecnologias, Educação Matemática e Educação Matemática Crítica, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Matemática: Matemática Crítica; Educação Matemática: Tecnologias de Informação e Comunicação; Sociedade e Meio Ambiente; Educação Estatística e Tecnológias, Estatística e Cálculo. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C543g Chiummo, Ana. Geometria espacial / Ana Chiummo, Gaston Alberto Concha Henriquez, Valéria de Carvalho. ‑ São Paulo: Editora Sol, 2013. 140 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XIX, n. 2‑005/13, ISSN 1517‑9230. 1. Matemática. 2. Geometria. 3. Informática. I. Título. CDU 514.75 U501.13 – 19 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Lucas Kater Lucas Ricardi Luanne Batista Sumário Geometria Espacial APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE GEOMETRIA ...................................................................................... 11 1.1 Conceitos preliminares ....................................................................................................................... 11 1.2 Postulados: ponto e reta ................................................................................................................... 14 1.3 Paralelismo no espaço ........................................................................................................................ 16 1.3.1 Planos secantes ....................................................................................................................................... 16 1.3.2 Planos paralelos ....................................................................................................................................... 16 1.3.3 Planos coincidentes ............................................................................................................................... 16 1.3.4 Posições entre reta e plano ................................................................................................................. 17 1.4 Perpendicularidade de reta e plano .............................................................................................. 18 1.4.1 Perpendicularidade de dois planos .................................................................................................. 19 2 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS ............................................................................................................................... 23 2.1 Prisma ....................................................................................................................................................... 23 2.1.1 Prisma reto ................................................................................................................................................ 23 2.1.2 Prisma oblíquo ......................................................................................................................................... 23 2.2 Prisma regular ........................................................................................................................................ 24 2.2.1 Planificação de um prisma e cálculo da área lateral ................................................................ 25 2.3 Volume de um prisma ........................................................................................................................ 26 2.4 Volume de um prisma qualquer ..................................................................................................... 26 3 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS: PARALELEPÍPEDO ......................................................................................... 27 3.1 Paralelepípedo ....................................................................................................................................... 27 3.1.1 Propriedadesdo paralelepípedo ....................................................................................................... 28 3.1.2 Área lateral e área da base de um paralelepípedo retângulo ............................................... 29 3.1.3 Área total de um paralelepípedo retângulo ................................................................................. 29 3.1.4 Volume ........................................................................................................................................................ 30 3.2 Cubo ........................................................................................................................................................... 31 3.2.1 Área total do cubo, cuja aresta mede a ......................................................................................... 32 3.2.2 Volume do cubo, cuja aresta mede a .............................................................................................. 33 4 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS: PIRÂMIDES ..................................................................................................... 34 4.1 Pirâmides ................................................................................................................................................. 34 4.1.1 Classificação das pirâmides ................................................................................................................ 35 4.1.2 Elementos da pirâmide ......................................................................................................................... 36 4.1.3 Áreas de pirâmides ................................................................................................................................. 37 4.1.4 Volume de uma pirâmide .................................................................................................................... 38 4.2 Tronco de pirâmides ............................................................................................................................ 39 4.2.1 Secção transversal de uma pirâmide .............................................................................................. 39 4.2.2 Tronco de pirâmide quadrangular ................................................................................................... 41 4.2.3 Área do tronco de pirâmide ................................................................................................................ 41 4.2.4 Volume do tronco de pirâmide ......................................................................................................... 42 Unidade II 5 IDENTIFICAÇÃO DE POLIEDRO E SEUS ELEMENTOS .......................................................................... 48 5.1 Relações entre as faces de um triedro ......................................................................................... 49 5.2 Ângulo poliédrico ................................................................................................................................. 49 5.3 Poliedros ................................................................................................................................................... 50 5.3.1 Poliedro convexo ..................................................................................................................................... 50 5.3.2 Poliedro côncavo ..................................................................................................................................... 51 5.4 Relação de Euler ................................................................................................................................... 51 6 CILINDROS, CONES E ESFERAS .................................................................................................................. 52 6.1 Cilindros ................................................................................................................................................... 52 6.1.1 Elementos do cilindro ........................................................................................................................... 54 6.1.2 Classificação dos cilindros circulares .............................................................................................. 55 6.1.3 Secção transversal .................................................................................................................................. 55 6.1.4 Cilindro equilátero .................................................................................................................................. 56 6.1.5 Áreas lateral e total de um cilindro circular reto ....................................................................... 56 6.1.6 Volume do cilindro ................................................................................................................................. 58 6.2 Cone ........................................................................................................................................................... 60 6.2.1 Elementos .................................................................................................................................................. 61 6.2.2 Área lateral ................................................................................................................................................ 63 6.2.3 Área total ................................................................................................................................................... 64 6.3 Cones equiláteros ................................................................................................................................. 64 6.3.1 Volume do cone ....................................................................................................................................... 65 6.3.2 Tronco de cone ......................................................................................................................................... 69 6.3.3 Áreas de um tronco de cone .............................................................................................................. 70 6.3.4 Volume de um tronco de cone .......................................................................................................... 71 6.4 Esfera ......................................................................................................................................................... 73 6.4.1 Secção ......................................................................................................................................................... 74 6.4.2 Volume da esfera e área da superfície esférica .......................................................................... 74 6.4.3 Área da esfera ........................................................................................................................................... 75 6.4.4 Fuso esférico ............................................................................................................................................. 76 6.4.5 Cunha esférica ......................................................................................................................................... 77 Unidade III 7 GEOMETRIA ESPACIAL EM UM APLICATIVO COMPUTACIONAL LIVRE ....................................... 82 7.1 Wingeom: instalação .......................................................................................................................... 82 7.2 Wingeom: recursos tridimensionais básicos ............................................................................. 84 7.3 Construções geométricas analíticas (pontos, segmento, face, esfera, cone, tronco, cilindro e disco) ............................................................................................................................. 85 7.3.1 Construindo poliedros regulares ......................................................................................................85 7.3.2 Construindo poliedros semirregulares ........................................................................................... 89 7.3.3 Construindo prismas ............................................................................................................................. 91 7.3.4 Construindo pirâmides regulares ..................................................................................................... 94 7.3.5 Construindo superfícies regulares ................................................................................................... 99 7.4 Exercitando e aplicando ..................................................................................................................104 8 ATIVIDADES PARA O FÓRUM: USE AS FERRAMENTAS DO WINGEOM 3‑D PARA CONSTRUIR OS DESAFIOS SOLICITADOS .................................................................................................122 8.1 Exercícios ...............................................................................................................................................123 8.2 Respostas dos exercícios .................................................................................................................127 9 APRESENTAÇÃO O objetivo desta disciplina é fazer com que os discentes desenvolvam um corpo de conhecimentos geométricos suscetível de ser aplicado à realidade dos Ensinos Fundamental e Médio, fazendo um link com a informática e levando os alunos a uma geometria mais dinâmica. Objetiva desenvolver nos alunos hábitos de estudo e resolução de problemas em geometria e poliedros com aplicação de softwares matemáticos, como o Wingeom e/ou outros, que permitem a construção de figuras tridimensionais. A disciplina leva os alunos a adquirir condições de discutir os conceitos e visualizar por meio dos aplicativos, criando um ambiente virtual. Bom estudo! INTRODUÇÃO O nosso mundo é repleto de objetos, seres e variados corpos, que possuem as mais variadas formas e tamanhos. Observando‑os, foi possível ao homem representá‑los, ou seja, abstrair‑lhes as formas, dando‑lhes vida própria, criando figuras geométricas. Assim surgiu a geometria. Utilizando a abstração, podemos transformar um baú de caminhão em um paralelepípedo, uma bolinha de gude em uma esfera, um chapéu de palhaço em um cone e um dado em um cubo, entre outras coisas. Cada uma dessas figuras possui propriedades específicas e estudadas pela geometria, conforme você verá neste livro‑texto. 11 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Unidade I 1 NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE GEOMETRIA 1.1 Conceitos preliminares Para que possamos entender melhor as propriedades da geometria, relembraremos a seguir alguns conceitos ditos primitivos sobre ela. Ponto: como você o definiria? Imagine‑o. Qual é sua dimensão? Um ponto é considerado um conceito primitivo, ou seja, não possui definição, ele é aceito por ser óbvio e um pré‑requisito para uma teoria. A notação utilizada para representar um ponto são as letras maiúsculas: A, B, C, E... Nas figuras planas podemos localizar pontos. Por exemplo, na figura 1, no círculo, o ponto A é seu centro, B é um ponto qualquer sobre o círculo e a distância de A até B é o raio. A B Figura 1 – Círculo Já na figura 2, o triângulo, os pontos ABC são os seus vértices. A CB Figura 2 – Triângulo 12 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Uma reta também é considerada um conceito primitivo. Ela é derterminada por dois pontos distintos. Uma reta é infinita, e nela existem infinitos pontos. Podemos dizer que, por um único ponto passam infinitas retas. A notação para representarmos uma reta são as letras minúsculas: r, s, t. Utilizando como exemplos as figuras anteriores, o círculo e o triângulo, podemos traçar retas. No círculo, a partir do ponto A, localizado no centro e qualquer outro ponto sobre o círculo podemos traçar uma reta, conforme a figura 3. A B Figura 3 – Reta passando no centro do círculo Na figura a seguir, temos uma reta que contém um lado do triângulo e que passa pelos pontos B e C. A CB Figura 4 – Reta que contém um lado do triângulo Observações: • uma reta é infinita; • por um único ponto passam infinitas retas; • dois pontos distintos determinam uma única reta; • uma reta é formada por infinitos pontos. 13 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Um plano é formado por infinitas retas e infinitos pontos, e dizemos que três pontos não colineares (não alinhados) determinam um plano. A notação para representarmos um plano são as letras minúsculas do alfabeto grego: α, β, γ. A C α B Figura 5 Se uma reta tem dois pontos distintos num plano, então ela está contida nele. Tal reta é chamada coplanar. α r Figura 6 Podemos também formar um plano a partir de uma reta e um ponto fora dela. A P B β r Figura 7 14 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Podemos formar um plano por duas retas concorrentes, ou seja, duas retas são ditas concorrentes quando possuem um ponto em comum. A P s r Rγ Figura 8 Por duas retas paralelas distintas, também formamos um plano. C BA s α r Figura 9 1.2 Postulados: ponto e reta Todas as retas contêm infinitos pontos, e, por um único ponto, passam infinitas retas; por dois pontos distintos passa uma única reta; e um ponto P pertencente a uma reta divide‑a em duas semirretas. P Figura 10 15 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Iezzi et al. (2007) apresentam as afirmações a seguir, que podem ser classificadas em verdadeiras ou falsas, conforme as justificativas: I – Dado um ponto, existe uma reta que o possui. Justificativa: verdadeiro, pois dado um ponto P, por ele passam infinitas retas e, portanto, passa pelo menos uma reta. l r P Figura 11 II – Dados dois pontos distintos, existe um único plano passando por eles. Justificativa: falso, pois dados dois pontos distintos P e Q, por eles passam infinitos planos. Basta tomar um ponto A fora da reta → PQ e temos α = (APQ) III – Três pontos distintos determinam um único plano. Justificativa: falso, pois os três pontos poderiam estar numa mesma reta e, nesse caso, não determinam um único plano. Eles precisariam ser não colineares para que fosse possível determinar um único plano. A B C r Figura 12 IV – Os vértices de um triângulo são coplanares. Justificativa: verdadeiro, pois os vértices de um triângulo são três pontos não colineares. Eles determinam um plano que contém o triângulo. 16 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 B C A α Figura 13 1.3 Paralelismo no espaço 1.3.1 Planos secantes Quando dois planos distintos se interceptam em uma reta, são denominados secantes. Os pontos comuns entre tais planos formam uma reta. α rβ α ∩ β = r Figura 14 Assim, α e β são secantes e r é a reta intersecção. 1.3.2 Planos paralelos Dois planos são paralelos se não possuem ponto em comum, ou seja, sua intersecção é um conjunto vazio. α β α ∩ β = φ Figura 15 1.3.3 Planos coincidentes Dois ou mais planos são coincidentes quando todos seus pontos são iguais. Assim, dizemos queo plano α é coincidente ao plano β. α = β. 17 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL α ≡ β Figura 16 1.3.4 Posições entre reta e plano Uma reta e um plano são paralelos quando sua intersecção for um conjunto vazio. Exemplo: α r t Figura 17 Vamos analisar a figura. Note que temos a reta r, que é paralela ao plano α. Nesse caso, podemos dizer que a reta r e o plano α são paralelos, pois sua intersecção é um conjunto vazio. Verifique que temos outra reta t contida no plano. Nesse caso, podemos afirmar que todos os pontos da reta t estão contidos no plano α. Se tivermos uma reta r que possui um único ponto (P) no plano α, podemos afirmar que a reta e o plano são concorrentes. Exemplo: α r P Figura 18 18 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 São chamadas retas reversas r e s se não existir um único plano que as contenha. Exemplo: α S r r ∩ s = φ Figura 19 Duas ou mais retas r e s serão consideradas concorrentes quando possuírem um ponto P em comum. Exemplo: α r R S P Q r ∩ s = P Figura 20 1.4 Perpendicularidade de reta e plano Se uma reta r for perpendicular a duas retas concorrentes do plano α, então ela é perpendicular ao plano. Exemplo: α r t u S P Figura 21 19 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL r ⊥ u, r ⊥ s, r ⊥ t, s ⊥ u = P t ⊂ α, s ⊂ α, u ⊂ α Assim, r ⊥ α. 1.4.1 Perpendicularidade de dois planos Dois planos são perpendiculares se um deles contém uma reta perpendicular ao outro. α β s r t Figura 22 α ⊥ β α ∩ β = s ; t ⊥ s Logo, t ⊥ β. Lembrete Até o momento, apresentamos alguns conceitos provavelmente já aprendidos em geometria plana, sendo alguns deles considerados primitivos. A partir agora, trabalharemos com os sólidos geométricos e suas propriedades. Observação Um sólido geométrico pode ser considerado uma região do espaço limitada por uma superfície fechada. Os sólidos geométricos são classificados em poliedros e não poliedros. Os poliedros são sólidos cujas faces são polígonos, ou seja, superfícies planas. A superfície de um poliedro é composta por um número finito de faces. 20 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Exemplos: Figura 23 – Poliedro (cubo) E A B C Figura 24 – Poliedro (pirâmide) E B A Figura 25 – Poliedro (prisma triangular) 21 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL B C D E F G H Figura 26 – Poliedro (paralelepípedo) Saiba mais Os sólidos platônicos são sólidos convexos cujas arestas formam polígonos planos regulares congruentes. Ao longo deste texto, exploraremos dois desses sólidos: o cubo e a pirâmide. Para saber mais, acesse: <http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm43/sol_plat.htm>. Lembrete Os sólidos que não são considerados poliedros são aqueles em que uma das faces não é uma superfície plana ou que possuem somente superfícies curvas. Vejamos alguns exemplos: A C B D Figura 27 – Superfícies curvas (cilindro) 22 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 C B Figura 28 – Superfícies curvas (cone) B Figura 29 – Superfícies curvas (esfera) Uma característica importante dos sólidos são suas capacidades volumétricas. Em figuras planas, é impossível calcular o volume, pois elas são lineares ou bidimensionais. Como os sólidos são figuras geométricas espaciais, precisamos descobrir suas respectivas capacidades de armazenamento. Imaginem se não houvesse esses sólidos, como armazenaríamos água, por exemplo? Vamos tomar como exemplo uma caixa d’água em formato cúbico. Como calculamos a capacidade de água dessa caixa se suas dimensões forem de 1 metro de aresta? Primeiro, precisamos equivaler medidas, ou seja, 1 litro de água equivale a 1 dm3 e 1 dm3 equivale a 1000 cm3. Sabemos que 1 metro possuiu 100 cm. Podemos dizer que em cada cubo de 10 cm cabe 1 litro de água. Logo, em uma caixa de 1 metro de aresta cabem 1000 litros de água. Saiba mais Neste link você encontra uma animação sobre os sólidos geométricos: <http://www.slideboom.com/presentations/116318>. 23 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL A partir desse momento, apresentaremos os sólidos geométricos e suas respectivas propriedades. 2 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS 2.1 Prisma Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas, no qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto à inclinação das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos. Quadro 1 Bases: regiões poligonais congruentes Altura: distância entre as bases Arestas laterais paralelas: mesmas medidas Faces laterais: paralelogramos Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo 2.1.1 Prisma reto As arestas laterais têm o mesmo comprimento e são perpendiculares ao plano da base. As faces laterais são retangulares. 2.1.2 Prisma oblíquo As arestas laterais têm o mesmo comprimento e são oblíquas ao plano da base. As faces laterais não são retangulares. Vejamos alguns prismas: Figura 30 – Prisma pentagonal reto 24 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Figura 31 – Prisma triangular ha Figura 32 – Prisma quadrangular Figura 33 – Prisma hexagonal 2.2 Prisma regular É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais regulares. Exemplos: Polígono regular Prisma hexagonal regular Figura 34 25 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL • Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja base é um triângulo equilátero. • Um prisma quadrangular regular é um prisma reto cuja base é um quadrado. 2.2.1 Planificação de um prisma e cálculo da área lateral Base Base h l l Figura 35 Verifique que a planificação de um prisma facilita a visão e o modo como vamos calcular a área lateral. Veja que “abrindo” um prisma de base hexagonal obteremos seis retângulos, de lado l e altura h. As bases são hexágonos que serão subdivididos em seis triângulos equiláteros. Alat = n AFace lateral Exemplo: A altura de um prisma reto é 6 cm, e a base é um triângulo cujos lados medem 13 cm, 14 cm e 15 cm. A área lateral desse prisma é: Resolução: altura (h) = 6 Aresta da base (ab) = 13, 14 e 15 Nº de lados = 3 (triângulo) A Lateral = nº de faces x (Base x Altura) A Lateral = n x (b x h) A Lateral = (13 (aresta da face 1) + 14 (aresta da face 2) + 15 (aresta da face 3)) x 6) 26 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Observação Não há necessidade de multiplicar a base e a altura pelo número de lados, pois o prisma é irregular, com base triangular com lados diferentes. A solução foi feita somando‑se as três arestas da base e multiplicando‑se pelaaltura, como feito na resolução exposta anteriormente. A Lateral = 252 cm2 2.3 Volume de um prisma O volume de um prisma é dado por: Vprisma = Abase. h 2.4 Volume de um prisma qualquer H V = B.H Figura 36 Veja um exemplo retirado de Iezzi et al (2007): um prisma hexagonal regular tem a aresta da base igual à altura. Determine seu volume, sabendo que sua área lateral é Y. (a=h, Y = 6a.h) → Y a a Y a Y h= ⇒ ⇒ ⇒ = =6 6 6 6 2 2 Se a base é um hexágono regular, vem: A a a ab = =6 2 3 2 3 3 1 2 2. . Se a Y2 6 = , temos: A Y A Yb b= ⇒ = 3 3 2 6 3 4 . Volume: V A hb= . 27 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL A Y e h Y b = = 3 4 6 6 V= Y Y Y Y Y Y V Y Y 3 4 6 6 18 24 3 2 24 2 1 8 . .= = ⇒ = 3 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS: PARALELEPÍPEDO 3.1 Paralelepípedo Uma forma geométrica, delimitada por seis retângulos, cujas faces opostas são retângulos idênticos, é chamada bloco retangular ou paralelepípedo. Um paralelepípedo nada mais é do que um prisma cujas bases são paralelogramos. Os paralelepípedos podem ser: Retos B C D E F G H Figura 37 – Paralelepípedo reto O paralelepípedo reto possui retângulos em suas faces laterais, e suas duas bases são paralelogramos. Oblíquos Figura 38 – Paralelepípedo oblíquo O paralelepípedo oblíquo possuiu paralelogramos em suas seis faces. 28 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Retângulos C G F E A D H Figura 39 – Paralelepípedo retângulo E os paralelepípedos retângulos, como o próprio nome já diz, possuem retângulos em suas seis faces. 3.1.1 Propriedades do paralelepípedo 3.1.1.1 Diagonal do paralelepípedo Vamos verificar o paralelepípedo, que tem como dimensão das faces as medidas a, b e c; dp é a diagonal do paralelepípedo e db é a diagonal da face. H G c F b db dp C D A c a E B Figura 40 Vamos aplicar o teorema de Pitágoras no triângulo retângulo, para calcular a diagonal do paralelepípedo. Assim, dp 2 = db 2 + c2 equação (1) Para calcular a diagonal da face (db), aplicaremos o teorema de Pitágoras no triângulo retângulo. Assim, db 2 = a2 + b2 equação (2) 29 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Substituindo a equação (1) em (2), vem: d a b cp = + + 2 2 2 Exemplo: Calcule a diagonal do paralelepípedo de dimensões 6 cm, 8 cm e 10 cm. Resolução: d = + +6 8 102 2 2 d = + +36 64 100 d = 200 d = 10 2 3.1.2 Área lateral e área da base de um paralelepípedo retângulo O paralelepípedo, por ser um prisma que possui, como suas bases, paralelogramos, tem sua área lateral calculada como: a a a a b b b b c c c c Figura 41 AL= ac + bc + ac + bc = 2ac + 2bc = AL = 2(ac + bc) Já sua área da base, é calculada como: AB = 2 x (a x b) 3.1.3 Área total de um paralelepípedo retângulo Considere um paralelepípedo retângulo cujas dimensões são as medidas a, b e c: 30 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 H a G c C b BaA c E b D b a c F bac Figura 42 A área total do paralelepípedo é a soma das áreas de suas seis faces. Assim: A = 2ab + 2ac + 2bc ⇒ A = 2 (ab + ac + bc) Exemplo: Qual a área total de um paralelepípedo reto cujas dimensões são 2 cm, 3 cm e 4 cm? Resolução: Área T = AI + 2Ab Área T = 2 x (2 x 3 + 2 x 4) + 2 x (3 x 4) Área T = 2 x (6 + 8) + 2 x (12) Área T = 2 x 14 + 24 Área T = 28 + 24 = 52 cm2 3.1.4 Volume O volume de um paralelepípedo retângulo de dimensões a, b e c é dado por: V = a x b x c Como o produto de duas dimensões resulta sempre na área de uma face e como qualquer face pode ser considerada como base, pode‑se dizer que o volume do paralelepípedo retângulo é o produto da área da base pela medida da altura. 31 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL b a c = h V = ABh Figura 43 Exemplo: Em um paralelepípedo retângulo com 2 cm de altura, a base tem comprimento igual ao triplo da medida da largura. Se esse sólido tem 10 cm² de área total, o seu volume, em centímetros cúbicos, é: h (altura) = 2 cm C (comprimento) = 3L L (largura) = L Ab (área da base) = 3L . L = 3L2 AL (área lateral) = 2(3L x 2) +2(L x 2) = 12L + 4L = AL = 16L At (área total) = 10cm2 = 2Ab + AL 10 = 2 . Ab + AL 10 = 2 . (3L2) + 16L 6L2 + 16L – 10 = 0 L’ = ‑3,18 e L” = 0,52 V = Ab.h = 3L2 x 2 = 3 x (0,52)2 x 2 = 1,62 cm3 3.2 Cubo Um cubo é um paralelepípedo retângulo cujas seis faces são quadradas. Suas arestas são congruentes, ou seja, possuem a mesma medida. Dado um cubo de aresta a, podemos observar que essa figura possui 6 faces de mesma área, pois são todas quadradas. Temos também a diagonal do cubo D. Para calcular a diagonal do cubo, basta calcular a diagonal da face d, que se obtém aplicando o teorema de Pitágoras para qualquer face. Assim: 32 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 H G a C B a E A a dc db F D Figura 44 d a a d a d a b b b 2 2 2 2 22 2 = + = = Para calcular a diagonal do cubo dc, também aplicaremos o teorema de Pitágoras: d d a d a a d a a d a d a c c c c c 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 = + = ( ) + = + = = . Saiba mais O cubo é um dos cinco sólidos platônicos, também chamado de hexaedro. Para mais informações acesse: <http://www.walter‑fendt.de/ m14pt/platonsolids_pt.htm>. 3.2.1 Área total do cubo, cuja aresta mede a A seguir apresentamos um exemplo genérico para o cálculo da área total de um cubo, considerando que sua aresta tenha como medida a: At = 2(a . a + a . a + a . a) → At = 6.a 2 33 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL 3.2.2 Volume do cubo, cuja aresta mede a V = a . a . a . → V = a3 Exemplo: calcule a área total, o volume e a diagonal de um cubo cuja aresta mede 4 3cm . Área total: A aTotal = ⇒ ( )6 6 4 32 2. . A A cm total total = = 6 16 3 288 2 . . Volume: V = a3 → V = 4 3 3 .( ) V = 64 3 3 64 3 32. . .⇒ V = 192. 3 3cm Diagonal: d a d cm= → = ⇒ =3 4 3 3 4 3 12. . . Volume do cubo: O cubo da figura a seguir possui aresta 4. Decompondo‑o, teremos 4 cubinhos X 4 cubinhos X 4 cubinhos, ou seja 43 cubinhos de volume unitário. Figura 45 Exemplo: Sabendo que a diagonal da face de um cubo mede 10 m, pode‑se afirmar que seu volume é: 34 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Resolução: diagonal da face a a a x a = = = = = 2 10 2 10 2 2 2 10 2 2 5 2 V a V V x V m = = ( ) = = 3 3 3 5 2 125 2 2 250 2 4 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS: PIRÂMIDES 4.1 Pirâmides Para iniciarmos o estudo sobre as pirâmides, podemos nos remeter às ditas primeiras formas de pirâmides, ou seja, as pirâmides egípcias, que são enormes monumentos de pedra construídos há alguns milhares de anos. As três mais famosas encontram‑se no planalto de Gizé. A mais alta delas é a grande Pirâmide de Quéops, que tem cerca de 150 metros de altura e possui uma base quadrada com 200 metros em cada lado. Figura 46 35Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL As pirâmides egípcias são formas harmoniosas. Elas são delimitadas por quatro faces triangulares, e sua base é quadrada. Os triângulos de sua face aproximam‑se de um triângulo equilátero. Contudo, na geometria, o conceito de pirâmide é mais vasto. Sua base, por exemplo, pode ser qualquer polígono, e não necessariamente um quadrado, como são as pirâmides egípcias. Já suas faces laterais, sempre serão triângulos, mas não necessariamente equiláteros. Vamos considerar um polígono de pontos ABCDE, todos em um plano α, e consideremos ainda um ponto V fora do plano. Se traçarmos segmentos de reta de V até cada um dos cinco pontos contidos no plano α, teremos uma pirâmide. A pirâmide seguinte tem um nome específico: pirâmide pentagonal, porque sua base é um pentágono. E A B CR D α h V Figura 47 Saiba mais Você sabia que um tetraedro regular é uma pirâmide regular em que as quatro faces são congruentes? A pirâmide também é um sólido platônico. Para mais informações, acesse: <http://www.math.ist.utl.pt/~ppinto/plato5.htm>. <http://www.dca.fee.unicamp.br/courses/IA841/2s2006/projects/proj_1/ hippler/index.htm>. 4.1.1 Classificação das pirâmides As pirâmides são classificadas segundo o número de arestas de sua base: A pirâmide regular quadrangular é assim chamada por possuir sua base quadrada. 36 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 V A B C D O Figura 48 – Pirâmide regular quadrangular (O ponto O é o centro do quadrado ABCD) A pirâmide pentagonal tem como base um pentágono. E A B CR D α h V Figura 49 4.1.2 Elementos da pirâmide VO = h = altura OM = apótema da base VM = apótema da pirâmide Numa pirâmide regular, as faces laterais são triângulos isósceles congruentes entre si. 37 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL V M O Apótema da pirâmide Apótema da base Ponto médio Figura 50 A base da pirâmide, nesse caso, é um hexágono regular. Ele será subdividido em seis triângulos equiláteros; portanto, é só calcularmos a altura de um triângulo BOC por meio do Teorema de Pitágoras para descobrirmos o valor do apótema da base. B M C O OM a= 3 2 (apótema da base) Figura 51 Portanto, a área da base é Ab. Assim, a área do hexágono é: Ab = 6.ATriângulo. 4.1.3 Áreas de pirâmides A área da base de uma pirâmide é exatamente a área do polígono de que é constituída sua base. Já á área lateral de uma pirâmide, é a soma das áreas das faces laterais. E a superfície total de uma pirâmide é a soma da superfície da base com a superfície lateral. Suas nomenclaturas são dadas por: Ab = área da base At = área lateral At = área total At = Ab + At 38 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Exemplo: Em uma pirâmide de 10 m de altura, o apótema da base mede 4m. Quanto mede o apótema da pirâmide? Resolução: g2 = 100 + 16 g = √116 m 4.1.4 Volume de uma pirâmide O volume de uma pirâmide qualquer é a terça parte do produto da área da sua base pela sua altura. O volume de qualquer pirâmide é a terça parte do volume do prisma que possui a mesma base e a mesma altura. Se Ab é a área da base e h é a altura, temos: V S hb= 1 3 . Sb h Figura 52 Exemplo: O lado da base de uma pirâmide regular triangular mede 10 m. Calcule o volume do sólido sabendo que sua altura mede √3 cm. Comentários: Área da base = 10 5 3 2 x Área da base = 25√3 39 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL h2 + 52 = 102 h2 = 100 – 25 h2 = 75 h2 = 5√3 V = Área da base x h = 3 V = 25 3 3 3 x V = 25cm3 Saiba mais As pirâmides egípcias são cercadas de muito mistério. É possível encontrar mais informações sobre elas no trabalho de J. A. Lopez, publicado no livro O enigma das pirâmides. Nesse trabalho, o autor apresenta toda a matemática envolvida para a construção de pirâmides. 4.2 Tronco de pirâmides Quando uma pirâmide regular for interceptada em todas suas arestas por um plano, paralelamente às suas bases, o plano dividirá esse sólido em dois novos sólidos: uma nova pirâmide e o tronco da pirâmide. Podemos observar que no tronco de uma pirâmide, as arestas laterais são congruentes entre si e as bases são polígonos regulares semelhantes. Suas faces laterais são trapézios isósceles congruentes entre si e a altura de qualquer face lateral denomina‑se apótema do tronco. 4.2.1 Secção transversal de uma pirâmide É a intersecção da pirâmide com um plano paralelo à base. h é a altura da pirâmide V (A’ B’ C’ D’ E’) H é a altura da pirâmide V (ABCDE) 40 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 V h H β A’ E’ D’ C’ B’ α A E D C B Figura 53 Quando se secciona uma pirâmide por um plano paralelo à base, as arestas laterais e a altura ficam divididas na mesma razão pela propriedade da semelhança. A razão entre a área da secção e a área da base é igual ao quadrado da razão de semelhança. VA’ = VB’ = VC’ = VD’ = VE’ = h VA VB VC VD VE H área A’ B’ C’ D’ E’ = h 2 área A B C D E H2 A razão entre os volumes das pirâmides é igual ao cubo da razão de semelhança. Volume V A B C Volume V ABC h H ’ ’ ’ ... ... ’( ) ( ) = 3 Quando cortamos uma pirâmide com um plano paralelo à base, surgem dois sólidos: o sólido que contém o vértice e o sólido que contém a base – a esse último, podemos chamar de tronco de pirâmide. Altura h Base maior h’ H Pirâmide Tronco de pirâmide Base menor α Figura 54 41 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Exemplo: Dada uma pirâmide de 12 cm de altura e 360 cm2 de área da base, a que distância do vértice deve estar uma secção transversal de 250 cm2, sendo x a distância pedida? A A x h xs b = → = 2 2 12 250 360 x x cm 12 5 6 10= ⇒ = 4.2.2 Tronco de pirâmide quadrangular As bases são paralelas e semelhantes, as faces laterais são trapézios isósceles congruentes entre si. O apótema é a altura de qualquer um desses trapézios. As arestas laterais são congruentes entre si. Figura 55 4.2.3 Área do tronco de pirâmide Área das bases: Ab+AB Ab = área da base do menor polígono AB = área da base do maior polígono Área lateral: é a soma das áreas de todos os trapézios. Planificando o tronco de pirâmide para uma melhor visualização, temos: 42 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Figura 56 Área total: é a soma da área das bases com a área lateral. Atotal = Ab + AB + Alateral Exemplo: Uma pirâmide de 9 cm de altura tem 270 cm2 de área da base. A que distância do vértice deve estar uma secção transversal de 120 cm? Resolução: A A h h A A h A A hs b s b s b = = = = = = = ’ ’ ’2 2120 270 9 12 27 9 22 24 9 9 = = = As A h b ’ A A h A A h hs b s b = = = = = = =4 9 9 2 3 9 6 ’ ’ ’ 4.2.4 Volume do troncode pirâmide Para calcular o volume do tronco de uma pirâmide basta subtrair o volume da pirâmide total do volume da pirâmide menor. Assim, V1 = é a pirâmide de volume V → (ABCDE) V2 = é a pirâmide de volume V → (A’ B’ C’ D’ E’) V= V1 — V2 43 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL V h H β A’ E’ D’ C’ B’ α A E D C B Figura 57 V h A A A AB B b b= + ⋅ + 3 Exemplo: Calcule o volume de um tronco de pirâmide de 3 cm de altura, cujas bases têm áreas de 49 cm2 e 121 cm2. Temos: h = 3 cm Ab = 49 cm2 AB = 121 cm2 V h A A A AB B b b= + + 3 . V = + + 3 3 121 121 49 49. V = + +[ ]121 11 7 49. V = 247 cm3 44 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Saiba mais No século XVII, o matemático italiano Bonaventura Cavalieri estabelece um princípio básico para o cálculo de volumes, que diz que dois sólidos que tiverem a mesma altura e forem sempre seccionados por um mesmo plano, gerando áreas iguais, terão o mesmo volume. Para mais informações, acesse o site: <http://www.brasilescola.com/matematica/principio‑cavalieri.htm>. Resumo Para iniciarmos o estudo da disciplina geometria espacial, precisamos primeiro recordar os conceitos preliminares da geometria plana, como de ponto, reta e plano. A posição das retas e planos no espaço são importantes para compreensão e estudo de figuras tridimensionais. Os sólidos geométricos são estudados principalmente devido a sua característica volumétrica. Além disso, para facilitar o cálculo tanto das áreas como de volumes dos sólidos, uma alternativa é a planificação dessas figuras. Assim, podemos subdividi‑las em outras figuras e efetuar seus respectivos cálculos. Exercícios Questão 1. (Enade, 2005) Considere a figura a seguir: 0 A B CD Figura 58 45 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL É uma pirâmide OABCD de altura OA, cuja base é o paralelogramo ABCD. Considere também o prisma apoiado sobre a base da pirâmide, e cujos vértices superiores são os pontos médios das arestas concorrentes no vértice O. Represente por V1 o volume da pirâmide OABCD e por V2 o volume do prisma. A respeito dessa situação, um estudante do ensino médio escreveu o seguinte: A razão V V 2 1 independe de a base da pirâmide OABCD ser um retângulo ou um paralelogramo qualquer porque OAB é um triângulo retângulo. Com relação ao que foi escrito pelo estudante, é correto afirmar que: A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é verdadeira. E) Ambas as asserções são proposições falsas. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas Para o caso específico da figura do enunciado, podemos escrever, abaixo, as fórmulas dos volumes da pirâmide (V1) e do prisma (V2) apresentadas em seguida. V CD CB OA 1 3 = ( . ). , sendo OA a altura da pirâmide. V CD CB OA CD CB OA 2 2 2 2 8 = =. . . . . V V CD CB OA CD CB OA 2 1 3 8 8 3 = =( . ). . . . . Verificamos que CD.CB e AO surgem nos dois volumes. Esses dados determinam que a base da pirâmide é um retângulo ou um paralelogramo qualquer e que a altura da pirâmide dada por AO é definida quando o ângulo OAB é retângulo ou não. 46 Unidade I Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Logo, as duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira. Sendo assim: A) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é incorreta. B) Alternativa correta. Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é correta. C) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é incorreta. D) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é incorreta. E) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é incorreta. Questão 2. (Enade, 2005) Em uma classe da 6ª série do Ensino Fundamental, o professor de Matemática propôs aos alunos a descoberta de planificações para o cubo, que fossem diferentes daquelas trazidas tradicionalmente nos livros didáticos. Um grupo de alunos produziu a seguinte proposta de planificação. Figura 59 Ao tentar montar o cubo, o grupo descobriu que isso não era possível. Muitas justificativas foram dadas pelos participantes e estão listadas nas opções abaixo. Assinale aquela que tem fundamento matemático. A) Não se podem alinhar três quadrados. B) Tem de haver quatro quadrados alinhados, devendo estar os dois quadrados restantes um de cada lado oposto dos quadrados alinhados. C) Quando três quadrados estão alinhados, não se pode mais ter os outros três também alinhados. 47 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL D) Cada ponto que corresponderá a um vértice deverá ser o encontro de, no máximo, três segmentos, que serão as arestas do cubo. E) Tem de haver quatro quadrados alinhados, e não importa a posição de justaposição dos outros dois quadrados. Resolução desta questão na plataforma. Blank Page Blank Page Blank Page