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1. Verbo 1 Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso seria importante pensar as novas formas de comunicação. Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por 4 exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença 7 é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão 10 sobre a f i losofia e o social surgem dois momentos importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autoreflexiva e conf rontar -se, ass im, com as novas formas de 13 ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do 16 novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que seja possível um diálogo entre as duas posições em que ninguém tem a última palavra. Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará, p. 131-2 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. (1) Como o último período sintático do texto se inicia pela ideia de possibilidade, a substituição do verbo “tem” (l.18) por tenha, além de preservar a correção gramatical do texto, ressaltaria o caráter hipotético do argumento. 1: a substituição de verbo ter no presente do indicativo (tem) pela forma verbal no presente do subjuntivo (tenha) reforça a ideia de suposição do argumento, uma vez que o modo subjuntivo indica caráter hipotético. Gabarito 1C 1 Acei tar que somos indeterminados natura lmente , que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes 4 é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. 7 Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica responsabilidades. Parece que se busca conforto na condição de coisa. 10 Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males independem de minha vontade. Aliás, o que está em discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los: 13 se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia, não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto. 16 A postura das ciências humanas e da psicanálise é outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por 19 isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução 22 que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, julgue o item subsequente. (1) A substituição de primeira pessoa do plural em “aceitarmos” (l.4) pela forma correspondente não flexionada, aceitar, man- teria coerente a argumentação, mas provocaria incorreção gramatical. 1: Não haveria incorreção gramatical na construção “Significa aceitar que há algo...”. As relações semânticas se mantêm preservadas. A assertiva está errada. Gabarito 1E 1 Se a perspect iva do polí t ico é a perspect iva de como o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se 4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é fundamental uma análise do discurso que nos permita rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e 7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra, o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder 10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser: 13 como e em nome de quem este poder se exerce? Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação. São Paulo: Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto anterior, julgue o item a seguir. (1) A flexão de plural em “formas” (l.12) indica que, se em lugar do verbo impessoal, em “Não há” (l.11), for empregado o verbo existir, serão preservadas a coerência textual e a correção gramatical com a forma existem. 1: em “Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder.” o verbo haver é impessoal e sempre fica no singular no sentido de existir. Porém, se utilizarmos o verbo existir, que é pessoal, haverá flexão verbal, se for o caso. Nesse contexto, a substituição fará com que o verbo existir concorde com o núcleo do sujeito “sociedade” no singular: “Existe, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder.” Gabarito 1E 1 Em um ar t igo pub l i cado em 2000 , e que fez mu i to sucesso na Internet, Cristovam Buarque desenhava um idílico mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo 4 seria de todos. Se tudo der certo no planeta (o que é discutível), quem sabe um dia, daqui a mil ou dois mil anos, cheguemos lá. Como nada ainda deu certo no planeta, a 7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem duas premissas. Primeira: que desapareçam os Estados nacionais. Segunda: que os grupos, ou comunidades, ou 10 sociedades que restarem mantenham entre si relações impecavelmente equitativas. Quem sabe um dia... Roberto Pompeu de Toledo. “Amazônia: premissas para sua entrega”. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações). 1. Língua Portuguesa Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima* * Henrique Subi comentou as questões dos concursos Policiais, de Enfermagem e Bancários, Eloy Gustavo de Souza comentou as questões de Diplomacia e Oficial de Chancelaria, Fernanda Franco comentou as questões de Assistente de Chacelaria, Diego Amorim comentou as questões dos concursos da Polícia Militar, Fernanda Franco e Rodrigo Ferreira de Lima comentaram as questões dos concursos Federais e Magally Dato comentou as demais questões. DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 2 (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito da organização das ideias do texto acima. (1) O emprego das formas verbais “cheguemos” (l.6), “desapare- çam” (l.8) e “mantenham” (l.10) indica a expressão de ações hipotéticas; mas o desenvolvimento do texto permite, coeren- temente, considerá-las assertivas, e sem que se prejudique a correção gramatical, em seus lugares, é possível empregar as formas chegamos, desaparecem e mantêm, respectivamente. 1: não é possível a substituição das formas verbais do modo subjun- tivo (cheguemos, desapareçam e mantenham) por formas no modo indicativo. O subjuntivo nos remete à ideia de incerteza, suposição. Gabarito 1E 1 Pode-se d ize r que há complex idade onde quer que se produza um emaranhamento de ações, de interações, de retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um 4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas há também outra complexidade que provém da existência de fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e 7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento). Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um polo empírico e um polo lógico e que a complexidade 10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são 13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entresi por um laço que conecta umas às outras, inclusive as mais distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal — 16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no Universo e tudo está em relação. Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274 (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens, a respeito de redações alternativas para termos e estruturas linguísticas do texto acima. (1) O desenvolvimento das ideias do texto permite, também, a utilização gramaticalmente correta e textualmente coe- rente da forma verbal produz no lugar de “produza” (l.2). (2) O sentido impessoal do verbo haver permite que a afir- mação generalizada “Mas há também outra complexidade que provém” (l.4-5) seja substituída por uma frase nominal no plural: Mas também outras necessidades provém. 1: não é possível o uso da forma verbal no modo indicativo. A expres- são “onde quer que” sugere o uso do subjuntivo pelo seu caráter de incerteza; 2: a forma plural do verbo provir na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo é provêm. Gabarito 1E, 2E 1 O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer que o trabalho também. 4 Só que ele está mudando de cara. Como também está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade, da mesma forma que as exigências da sociedade e — por que 7 não? — do mercado, cada vez mais global izado e competitivo. Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro 10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade 13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e resolver problemas, condições para aprender continuamente, conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas 16 e trabalhar em equipe. Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue o item subsequente. (1) A opção pelo emprego das formas verbais “tem mudado” (l.1) e “está mudando” (l.4) indica que a argumentação do texto mostra as mudanças do “trabalho” como durativas, estendidas no tempo. 1: As locuções verbais “tem mudado” e “está mudando” transmitem ideias de ações durativas, de aspecto contínuo e não pontuais. Gabarito 1C Texto para a questão seguinte. 1 A c idade est ivera ag i tada por mot ivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo. 4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete, cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha 7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva, destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não 10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária. 13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método; mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 16 a lei. A lei chegou. Assist i às suas estreias, e ainda me lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um 19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei 22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os 25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa; em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação 28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia universal. Machado de Assis. Op. Cit., p. 706. (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação ao texto, assinale a opção correta. (A) A substituição de “estivera” (l.1) por tinha estado prejudica a correção gramatical do período. (B) A correção gramatical e as ideias originais serão mantidas, caso se reescreva o trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l.9-10) da seguinte forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li. (C) Na expressão “contei-lhe” (l.22), “lhe” exerce a função de objeto direto. (D) A palavra “panacéia” (l.29) significa estratégia, método. A: são equivalentes as formas verbais “estivera” e “tinha estado”; B: correta; C: o verbo contar é transitivo direto e indireto. O pronome lhe corresponde ao objeto indireto. D: a palavra panaceia (sem acento, de acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa) tem o sentido daquilo que se emprega para remediar dificuldades. Gabarito "B" 1 Um lugar sob o comando de ges tores , onde os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela 4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas das práticas implantadas com sucesso em um grupo de 7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A experiência chama a atenção pelo impressionante progresso dos estudantes depois que ingressaram ali. 10 Como é praxe no local, o avanço foi quanti f icado. Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou 31. língUA PORtUgUeSA zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso 13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas 16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma característica que as distingue das demais: elas são administradas por uma parceria entre o governo e uma 19 associação formada por empresários da região. Os professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo 22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é concedido bônus no salário. Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. (1) As formas verbais “têm” (l.2) e “recebem” (l.3) estão no plural para concordar com o antecedente “gestores” (l.1). 1: as formas verbais dos verbos ter e receber estão no plural para concordar com o sujeito plural “funcionários”: “os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios”. A assertiva está errada. Gabarito 1E 1 É comum ouvir que o Brasil é um país onde há leis que pegam e leis que não pegam, como se isso fosse uma originalidade brasileira como a jabuticaba. É uma injustiça. 4 Há muitos países que sofrem com o mesmo problema. As le is, pr incipalmente as que interferem na vida cotidiana dos cidadãos, requerem uma sintonia fina entre 7 vários componentes: aparato policial, comportamento coletivo, grau de escolaridade etc. Do contrário, elas tendem a não sair do papel. No Brasil, existe muita lei que não pega 10 por falta dessa sintonia. Ou não há polícia suficiente para fazê-la ser cumprida. Ou a lei destoa fortemente de arraigados hábitos coletivos. E assim por diante. André Petry. Adultério e a desonesta. In: Veja, 22/9/2004, p. 93 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STM– 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima. (1) Por se tratar de uma situação que o texto deixa claramente hipotética, a substituição do modo indicativo no verbo “interferem” (l.5)pelo subjuntivo interferissem preservaria as relações de sentido e a correção gramatical do texto. 1: as relações de sentido não seriam preservadas ao se substituir a forma verbal no modo indicativo (que expressa um fato de maneira definida, real) pela forma no subjuntivo (que expressa um fato incerto, duvidoso, eventual ou mesmo irreal). Os sentidos das orações “As leis, principalmente as que interferem na vida” é diferente de “As leis, principalmente as que interferissem na vida” são diferentes.Gabarito 1E 1 Fi lhos malcr iados e agressivos. . . O problema da autoridade em crise não é do vizinho, não acontece no exterior, não é confortavelmente longínquo. É nosso. Parece 4 que criamos um bando de angustiados, mais do que seria natural. Sim, natural, pois, sobretudo na juventude, plena de in- certezas e objeto de pressões de toda sorte, uma boa dose 7 de angústia é do jogo e faz bem. Mas quando isso nos desestabiliza, a nós, adultos, e nos isola desses de quem estamos ainda cuidando, a quem 10 devemos atenção e carinho, braço e abraço, é porque, atordoados pelo excesso de psicologismo barato, talvez tenhamos desaprendido a dizer não, nem distinguimos 13 quando se devia dizer sim. Ter um filho é necessariamente ser responsável. Ensinar numa escola é ser responsável. Estar vivo, enfim, é 16 uma grave responsabilidade. Lya Luft. Sobre pais e filhos. In: Veja, 16/6/2004, p. 21 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STM – 2004 – CESPE) Considere as ideias e as estruturas linguísticas do texto acima para julgar o item a seguir. (1) De acordo com os sentidos do texto, a substituição de “devia” (l.13) por deveria preserva a coerência textual e a correção gramatical. 1: em “quando se devia dizer sim”, é possível a substituição do verbo dever no pretérito imperfeito do indicativo pela forma no futuro do pretérito. O futuro do pretérito pode ser usado com a intenção de se exprimir incerteza sobre fato passado. Gabarito 1C 1 Sempre que um crime violento envolvendo menores aba- la a sociedade, ressurge a discussão sobre a necessidade de alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo 4 seus defensores, diminuir a responsabilidade penal para 16 anos inibiria a ação delituosa de rapazes e moças. Segmentos da população, assustados com o aumento da 7 violência, imaginam ser esse o caminho para a reconquista da segurança perdida. Encarar o Estatuto da Cr iança e do Adolescente 10 como bode expiatório das mazelas nacionais é solução cômoda, mas ineficaz. Ninguém de bom senso pode crer que situar em faixa etária mais baixa a imputação criminal seja a 13 fórmula mágica capaz de devolver a paz às ruas e aos lares. Bandidos que hoje usam jovens menores de 18 anos como escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos. 16 Depois virão os de 14, 12, 10. Correio Braziliense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STM – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito do texto acima. (1) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical, e o texto torna-se mais objetivo e assertivo, com a substituição de “seja” (l.12) pelo seu equivalente do modo indicativo: é. 1: a noção de tempo que o subjuntivo (“seja”) apresenta não é tão precisa quanto a do modo indicativo (“é”). Desse modo, o período “Ninguém (...) pode crer que situar em faixa etária mais baixa a imputação criminal seja a fórmula” estaria gramaticalmente errado ao se substituir a ideia da incerteza do subjuntivo (“seja”) pela certeza do indicativo (“é”). Gabarito 1E 1 Pesquisas constatam doses crescentes de pessi- mismo diante do que o futuro esteja reservando aos que habitam este mundo, com a globalização exacerbando a 4 competitividade e colocando os Estados de bem-estar social nos corredores de espera de cumprimento da pena de morte. É p rec iso “ inves t i r no povo” , recomenda o Per 7 Capita — um centro pensante, criado recentemente na Austrália —, com seus dons progressistas. Configurar um mercado no qual as empresas levem em consideração o 10 interesse público, sejam ampliados os compromissos de proteção ao meio ambiente e tenham como objetivo o bem-estar dos indivíduos. A questão maior é saber como 13 colocar em prática essas belezas, num momento em que as lutas sociais sofrem o assédio cada vez mais agressivo da globalização e as próprias barreiras ideológicas caem por 16 terra. Newton Carlos. Má hora das esquerdas. In: Correio Braziliense, 20/11/2007 (com adaptações). (Técnico Judiciário – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue o item subsequente. (1) Preserva-se a correção gramatical e a coerência textual ao se substituir “esteja” (l.2) por está, mas perde-se a ideia de hipótese, de possibilidade que o modo subjuntivo confere ao verbo. 1: em “pessimismo diante do que o futuro esteja reservando”, a subs- tituição da forma subjuntiva (“esteja”) pela do indicativo “está” faz com que a ideia de hipótese se perca, tendo em vista que o modo indicativo expressa um fato de maneira definida. Gabarito 1C DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 4 1 Trabalho demais, agenda cheia, Internet, celular e carros que chegam a mais de 200 km/h transformam o homem moderno numa espécie de Coelho Branco de Alice 4 no País das Maravilhas. Sempre apressado, eternamente atrasado. E doente. Literalmente. A velocidade, símbolo do desenvolvimento tecnológico e de um modo de produção e 7 consumo cada vez mais vorazes, criou um sentimento de urgência que poucos conseguem administrar. Se é que conseguem mesmo. O resultado é um novo mal que é a cara 10 do nosso tempo: a doença da correria, uma espécie de superestresse que foi descrito pelo médico americano Larry Dossey como uma resposta ao fato de o nosso relógio interno 13 ter virado o relógio de pulso e o despertador. In ic iat ivas que pr iv i legiam o bem-estar, a s impl i - cidade, a tradição local, o resgate da história e a 16 hospitalidade começam a pipocar pelo globo. Esse é o começo de uma revolução cultural, uma mudança radical na forma como vemos o tempo e como lidamos com a 19 velocidade e a lentidão. In: Galileu, out./2005, p.43 (com adaptações). (Técnico Judiciário – TST – 2008 – CESPE) Com relação ao texto acima, julgue o item a seguir. (1) A inserção de administrarem depois de “mesmo” (l.9) torna- ria explícita uma ideia subentendida do texto e preservaria sua correção gramatical. 1: não há motivo para que o infinitivo do verbo administrar seja flexionado no plural após a palavra “mesmo”. O verbo no infinitivo somente aparece flexionado quando seu sujeito plural é o mesmo da oração principal e vem claramente expresso; quando o sujeito do infinitivo não é o mesmo da oração principal e aparece claramente antes do infinitivo; quando o infinitivo vem precedido de uma preposição e seu sujeito plural não está expresso e quando se deseja indicar a indeterminação do sujeito. Gabarito 1E 1 É frequente tecermos aqui neste espaço considerações posi t ivas sobre at i tudes de c idadania de pessoas e entidades que, cansadas de esperar tudo do poder 4 público, decidem recuperar o poder de iniciativa da sociedade e agir pelo bem comum. São entidades que criam e sustentam escolas de iniciativa privada, mas com sentido 7 público, outras que buscam complementar o ensino público com opções pedagógicas enriquecedoras, que geralmente não são oferecidas pelas redes públicas. São pessoas que 10 doam à comunidade trabalho voluntário no tempo que lhes sobra de suas atividades profissionais. No país todo, há inúmeras promoções assim, que contribuem para melhorar 13 muito o que é oferecido pelos serviços públicos em diversos setores. Jornal do Commercio. Editorial, 7/10/2008. (com adaptações). (Técnico Judiciário – TRT/5ª – 2008 – CESPE) Em relação ao texto acima, julgue o item a seguir. (1) O segmento “o poder de iniciativa da sociedade” (l.4-5) exerce a função sintática de objeto direto. 1: em “pessoas e entidadesque (...) decidem recuperar o poder de iniciativa da sociedade”, a locução verbal transitiva direta “decidem recuperar” tem como complemento o objeto direto “o poder de iniciativa da sociedade”. Gabarito 1C 1 O caos estampado pelos jornais em relação aos siste- mas de saúde dos estados, o alto grau de defasagem dos alunos de escolas públicas, as notas destes nas avaliações 4 oficiais de desempenho escolar e os sensíveis gargalos que dão morosidade aos procedimentos do setor público de toda ordem têm convivido no país com a estabilidade do servidor 7 público concursado. O instituto é uma garantia de Primeiro Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as injunções políticas que certamente decorrem das mudanças 10 de governo. E não há nada de errado com ela — é uma segurança de profissionalização do servidor, de que ele não estará servindo ao político que eventualmente ocupa um 13 cargo público, mas ao Estado. Valor Econômico, 5/10/2007. (Técnico Judiciário – TRT/9ª – 2007 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item que se segue. (1) A forma verbal “têm” (l.6) está no plural para concordar com o sujeito simples “gargalos” (l.4). 1: o verbo ter está no plural para concordar com o sujeito composto, que tem como núcleos “caos”, “grau de defasagem”, “notas” e “gar- galos” (O caos (...), o alto grau de defasagem dos alunos (...), as notas destes (...) e os sensíveis gargalos (...) têm convivido no país com a estabilidade do servidor”). Gabarito 1E 1 A fazenda que foi desapropriada recentemente pelo governo tem capacidade para o assentamento de 250 famílias e está situada numa região que registra os mais altos índices de 4 conflito agrário no país. Ela é a primeira propriedade da lista das 101 fazendas que utilizam mão de obra escrava no Brasil e que vão ser destinadas à reforma agrária. O decreto de desa- 7 propriação é considerado uma vitória para os trabalhadores ru- rais e para a reforma agrária. Os movimentos sociais da região lutam pela obtenção da terra há pelo menos seis anos. Internet: <http://www.tst.gov.br/noticias>. Acesso em 27/10/2004 (com adaptações). (Técnico Judiciário – TRT/10ª – 2004 – CESPE) Considerando as ideias e as estruturas do texto acima, julgue os itens a seguir. (1) A forma verbal “tem” (l.2) também estaria correta se escrita com acento circunflexo: têm. (2) O sentido e a correção gramatical do texto serão mantidos, caso a forma verbal “há” (l.9) seja substituída pela preposi- ção a. 1: o verbo ter está no singular para concordar com o sujeito simples (“fazenda”); 2: em “lutam pela obtenção da terra há pelo menos seis anos”, a forma verbal não pode ser substituída por uma preposição. O verbo haver está sendo empregado no sentido de tempo transcorrido. Gabarito 1E, 2E (Fiscal de Tributos/Rio Branco-AC – 2007 – CESPE) Considerando que os fragmentos incluídos nos itens seguintes, na ordem em que são apresentados, são partes sucessivas de um texto de José Pimenta (Internet: <ambienteacreano.blogspot.com>), julgue-os quanto à correção gramatical. (1) Última tentativa do governo boliviano para ocupar a região acreana, a criação do Bolivian Syndicate exigiu da antiga colônia espanhola concessões enormes de soberania. Segundo os termos do contrato assinado em julho de 1901, a Bolívia oferecia a companhia internacional, compostas por grandes grupos financeiros, principalmente norte-america- nos, uma concessão de trinta anos para a exploração da seringueira na região. (2) O consórcio capitalista dispunha de plena autoridade sobre o comércio da borracha e também de direitos políticos e judiciais essenciais. Ele usufruía o direito de compra e venda dos seringais, o direito de navegar e de controlar os 51. língUA PORtUgUeSA rios por meio de uma polícia própria e o direito de estabe- lecer as leis e exercer a justiça. Em contrapartida, a Bolívia recebia 60% da arrecadação realizada pela companhia. (3) A criação do Bolivian Syndicate foi um dos momentos-chave do conflito acreano, um evento crítico que levou à incorpo- ração do Acre ao Brasil. Para os seringueiros brasileiros, o Bolivian Syndicate surgiu como uma espécie de companhia colonial que controlava não só a terra, mas também toda a organização do trabalho extrativista da borracha. Essa situação revoltou a população acreana, que conseguiu superar suas divisões internas e se organizar contra o inimigo comum. (4) O sentimento do povo acreano espalhou-se além das bacias do Purus e do Juruá e comoveu o país que deu um apoio decisivo à luta dos seringueiros. A formação do Bolivian Syndicate criou um fervor nacionalista e patriótico que cimentou a nação, contra os inimigos do Brasil. Manifestações contra os americanos e bolivianos se organizaram em Manaus, Belém e Rio de Janeiro. Orgulho da nação, a Amazônia era novamente cobiçada pelo capital estrangeiro. 1: O verbo oferecer é transitivo direto e indireto. O objeto indireto do verbo é “a companhia internacional”. Esse objeto deve ser regido por preposição a: “oferecia à companhia internacional”; 2: Foram respeitadas as normas gramaticais. As regências dos verbos dispor (transitivo indireto), usufruir (transitivo direto), exercer (transitivo direto), receber (transitivo direto e indireto) estão corretas. Os verbos estão concordando com seus sujeitos. Os nomes estão concordando com seus complementos; 3: Foram respeitadas as normas gramati- cais. As regências dos verbos ir (intransitivo), levar (transitivo direto e indireto), surgir (intransitivo), controlar (transitivo direto), revoltar (transitivo direto), conseguir (transitivo direto), superar (transitivo direto) e organizar (transitivo direto). Os verbos estão concordando com seus sujeitos. Os nomes estão concordando com seus comple- mentos; 4: Há a necessidade de vírgula antes da oração subordinada adjetiva explicativa: “A formação do Bolivian Syndicate criou um fervor nacionalista e patriótico, [vírgula] que cimentou a nação [sem vírgula] contra os inimigos do Brasil.” Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E 1 A ma io r ia dos comentá r ios sobre c r imes ou se limitam a pedir de volta o autoritarismo ou a culpar a violência do cinema e da televisão, por exci tar a 4 imaginação criminosa dos jovens. Poucos pensam que vivemos em uma sociedade que estimula, de forma sistemática, a passividade, o rancor, a impotência, a 7 inveja e o sentimento de nulidade nas pessoas. Não podemos interferir na política, porque nos ensinaram a perder o gosto pelo bem comum; não podemos tentar 10 mudar nossas relações afetivas, porque isso é assunto de cientistas; não podemos, enfim, imaginar modos de viver mais dignos, mais cooperativos e solidários, porque isso 13 é coisa de “obscurantista, idealista, perdedor ou ideólogo fanático”, e o mundo é dos fazedores de dinheiro. S o m o s u m a e s p é c i e q u e p o s s u i o p o d e r d a 16 imag inação, da c r ia t i v idade, da a f i rmação e da agressividade. Se isso não pode aparecer, surge, no lugar, a reação cega ao que nos impede de criar, de colocar no 19 mundo algo de nossa marca, de nosso desejo, de nossa vontade de poder. Quem sabe e pode usar — com firmeza, agressividade, criatividade e afirmatividade — 22 a sua capacidade de doar e transformar a vida, raramente precisa matar inocentes, de maneira bruta. Existem mil outras maneiras de nos sentirmos potentes, de nos 25 sentirmos capazes de imprimir um curso à vida que não seja pela força das armas, da violência física ou da evasão pelas drogas, legais ou ilegais, pouco importa. Jurandir Freire Costa. In: Quatro autores em busca do Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 43 (com adaptações). (Escrivão de Polícia Federal – 2002 – CESPE) Julgue o item a seguir, a respeito do emprego das estruturas linguísticas do texto acima (1) Antes da forma verbal “Somos” ( .15), seria coerente com as ideias do texto introduzir, para o fim de articulação sin- tática entre os parágrafos,a expressão Em consequência disso. 1: incorreta. A forma verbal “somos” introduz um período que irá refutar os argumentos anteriores, usados por outras pessoas e os quais o autor quer justamente atacar. Portanto, o que se segue não pode ser iniciado por “em consequência disso”, que dá ideia de continuidade ao raciocínio. Gabarito 1E Um desafio cotidiano Recentemente me pediram para discutir os desafios políticos que o Brasil tem pela frente. Minha primeira dúvida foi se eles seriam diferentes dos de ontem. Os problemas talvez sejam os mesmos, o país é que mudou e reúne hoje mais condições para enfrentá-los que no passado. A síntese de minhas conclusões é que precisamos prosseguir no processo de democratização do país. Kant dizia que a busca do conhecimento não tem fim. Na prática, democracia, como um ponto final que uma vez atingido nos deixa satisfeitos e por isso decretamos o fim da política, não existe. Existe é democratização, o avanço rumo a um regime cada vez mais inclusivo, mais representativo, mais justo e mais legítimo. E quais as condições objetivas para tornar sustentável esse movimento de democratização crescente? Embora exista forte correlação entre desenvolvimento e demo- cracia, as condições gerais para sua sustentação vão além dela. O grau de legitimidade histórica, de mobilidade social, o tipo de conflitos existentes na sociedade, a capacidade institu- cional para incorporar gradualmente as forças emergentes e o desempenho efetivo dos governos são elementos cruciais na sustentação da democratização no longo prazo. Nossa democracia emergente não tem legitimidade histórica. Esse requisito nos falta e só o alcançaremos no decorrer do processo de aprofundamento da democracia, que também é de legitimação dela. Uma parte importante desse processo tem a ver com as rela- ções rotineiras entre o poder público e os cidadãos. Qualquer flagrante da rotina desse relacionamento arrisca capturar cenas explícitas de desrespeito e pequenas ou grandes tiranias. As regras dessa relação não estão claras. Não existem mecanis- mos acessíveis de reclamação e desagravo. (Agente de Polícia Federal – 2000 – CESPE) Com relação às ideias do texto acima, julgue o item a seguir. (1) Considerando que o verbo existir pode ser substituído pelo verbo haver, as formas verbais “exista” (l. 14) e “existem” (l. 29) admitem ser substituídas por haja e há, respectivamente. 1: correta. O verbo “haver”, quando sinônimo de “existir”, é impessoal é não se flexiona. Gabarito 1C DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 6 Brinkmanship 1 Em 1964, o cineasta Stanley Kubrick lançava o filme Dr. Strangelove. Nele, um oficial norte-americano ordena um bombardeio nuclear à União Soviética e comete suicídio em seguida, levando consigo o código para cancelar o bombardeio. O presidente norte-americano busca o governo soviético na esperança de convencê-lo de que o evento foi um acidente e, por isso, 4 não deveria haver retaliação. É, então, informado de que os soviéticos implementaram uma arma de fim do mundo (uma rede de bombas nucleares subterrâneas), que funcionaria automaticamente quando o país fosse atacado ou quando alguém tentasse desacioná-la. O Dr. Strangelove, estrategista do presidente, aponta uma falha: se os soviéticos dispunham de tal arma, por que 7 a guardavam em segredo? Por que não contar ao mundo? A resposta do inimigo: a máquina seria anunciada na reunião do partido na segunda-feira seguinte. Pode-se analisar a situação criada no filme sob a ótica da Teoria dos Jogos: uma bomba nuclear é lançada pelo país 10 A ao país B. A política de B consiste em revidar qualquer ataque com todo o seu arsenal, o qual pode destruir a vida no planeta, caso o país seja atacado. O raciocínio que leva B a adotar tal política é bastante simples: até o país mais fraco do mundo está seguro se criar uma máquina de destruição do mundo, ou seja, ao ter sua sobrevivência seriamente ameaçada, o país destrói o 13 mundo inteiro (ou, em seu modo menos drástico, apenas os invasores). Ao elevar os custos para o país invasor, o detentor dessa arma garante sua segurança. O problema é que de nada adianta um país possuir tal arma em segredo. Seus inimigos devem saber de sua existência e acreditar na sua disposição de usá-la. O poder da máquina do fim do mundo está mais na intimidação do que 16 em seu uso. O conflito nuclear fornece um exemplo de uma das conclusões mais surpreendentes a que se chega com a Teoria dos Jogos. O economista Thomas Schelling percebeu que, apesar de o sucesso geralmente ser atribuído a maior inteligência, 19 planejamento, racionalidade, entre outras características que retratam o vencedor como superior ao vencido, o que ocorre, muitas vezes, é justamente o oposto. Até mesmo o poder de um jogador, considerado, no senso comum, como uma vantagem, pode atuar contra seu detentor. 22 Schelling denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia de deliberadamente levar uma situação às suas consequências extremas. Um exemplo usado por Schelling é o bem conhecido jogo do frango, que consiste em dois indivíduos acelerarem seus 25 carros na direção um do outro em rota de colisão; o primeiro a virar o volante e sair da pista é o perdedor. Se ambos forem reto, os dois jogadores pagam o preço mais alto com sua vida. No caso de os dois desviarem, o jogo termina em empate. Se um desviar e o outro for reto, o primeiro será o frango, e o segundo, o vencedor. Schelling propôs que um 28 participante desse jogo retire o volante de seu carro e o atire para fora, fazendo questão de mostrá-lo a todas as pessoas presentes. Ao outro jogador caberia a decisão de desistir ou causar uma catástrofe. Um jogador racional optaria pelo que lhe causasse menos perdas, sempre perdendo o jogo. Fabio Zugman. Teoria dos jogos. Internet: <www.iced.org.br> (com adaptações). (Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Na linha 4, do texto acima, o verbo implementar, na forma verbal “implementa- ram”, está sendo usado no sentido de (A) suprir de implementos. (B) solucionar. (C) demarcar. (D) distribuir estruturas em determinada área. (E) desenvolver ou produzir. Os únicos termos que podem ser usados como sinônimos de “imple- mentar” no texto são “desenvolver” ou “produzir”. Todos os demais, caso inseridos, alterariam o sentido da oração. Gabarito "E" 1 É essencial que as autoridades revejam as providências referentes ao tratamento e à custódia de todos os presos, a fim de assegurar que os mesmos sejam tratados com humanidade 4 e em conformidade com a legislação brasileira e o conjunto de princípios da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre proteção de todo indivíduo sob qualquer forma de detenção ou 7 reclusão, as regras mínimas da ONU sobre o tratamento de prisioneiros e o artigo 10 do Acordo Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (ICCPR), que reza que todo 10 indivíduo privado de liberdade deve ser tratado com humanidade e respeito pela dignidade inerente à pessoa humana. Anistia Internacional. Tortura e maus-tratos no Brasil, 2001, p. 72 (com adaptações). (Agente de Polícia/RR – 2003 – CESPE) Tendo o texto acima por refe- rência e considerando o tema por ele tratado, julgue o item a seguir. (1) O verbo rezar tem várias acepções e a forma “reza” (L.9) está sendo utilizada no texto com o sentido de: contém escrito, encerra, prescreve, preceitua, determina. 1: correta. “Rezar” ainda pode significar “referir”, “resmungar”, “murmurar”. Gabarito 1C 1 A a d o ç ã o , p e l a A s s e m b l e i a G e r a l d a s N a ç õ e s Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, constitui o principal marco no desenvolvimento 4 da ideia contemporânea de direitos humanos. Os direitos inscritos nessa Declaração constituem um conjunto indissociável e interdependente de direitos individuais e 7 coletivos, civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, sem os quais a dignidade da pessoa humananão se realiza por completo. A Declaração transformou-se, nesta última 10 metade de século, em uma fonte de inspiração para a elaboração de diversas cartas constitucionais e tratados internacionais voltados à proteção dos direitos humanos. 13 Esse documento, chave do nosso tempo, tornou-se um autêntico paradigma ético a partir do qual se pode medir e contestar a legit imidade de regimes e governos. 16 Os direitos ali inscritos constituem hoje um dos mais importantes instrumentos de nossa civilização, visando assegurar um convívio social digno, justo e pacífico. Internet: <http://www.direitoshumanos.usp.br/dhbrasil/pndh> (com adaptações). (Agente de Polícia/RR – 2003 – CESPE) Com base no texto acima e considerando o tema por ele focalizado, julgue o item sub- sequente. (1) Embora o efeito de sentido seja diferente, o emprego da forma verbal no presente “constitui” (L.3) ou no pretérito constituiu opções gramaticalmente corretas e coerentes para o primeiro período do texto. 1: correta. A única diferença será semântica (no original, o verbo no presente indica a importância do documento até os dias de hoje; se alterado para o pretérito, terá sentido de informação histórica), sem qualquer prejuízo para a correção gramatical. Gabarito 1C 71. língUA PORtUgUeSA 2. Pontuação 1 O agente ét ico é pensado como suje i to ét ico, is to é, como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser l ivre que escolhe o que faz e como um ser 4 responsável que responde pelo que faz. A ação ética é balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e 7 responsável e será virtuosa se realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão 10 interior do próprio agente e não de uma pressão externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana 13 apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente 16 reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele 19 será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação. Marilena Chaui. “Uma ideologia perversa”. In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a res- peito da organização das estruturas linguísticas e das ideias do texto acima. (1) Os sinais de parênteses nas linhas de 12 a 15 têm a função de organizar as ideias que destacam e de inseri-las na argumentação do texto; por isso, sua substituição pelos sinais de travessão preservaria a coerência textual e a correção do texto, mas, na linha 15, o ponto final substi- tuiria o segundo travessão. 1: tanto os parênteses quanto o travessão podem isolar uma ideia, destacando-a. Gabarito 1C 1 A c e i t a r q u e s o m o s i n d e t e r m i n a d o s n a t u r a l m e n t e , que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes 4 é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. 7 Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica responsabilidades. Parece que se busca conforto na condição de coisa. 10 Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males independem de minha vontade. Aliás, o que está em discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los: 13 se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia, não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto. 16 A postura das ciências humanas e da psicanálise é outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por 19 isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução 22 que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações). (Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, julgue o item subsequente. (1) O deslocamento do travessão na linha 21 para logo depois de “profissionalmente” (l.20) preservaria a correção gra- matical do texto e a coerência da argumentação, com a vantagem de não acumular dois sinais de pontuação juntos. 1: os termos destacados pelo uso do travessão trabalham sintatica- mente entre si, isto é, seus verbos e complementos estão dentro do travessão. O deslocamento do travessão, como sugerido, resultaria em alterações sintáticas e semânticas: o sujeito do verbo resultar, que é “liberdade de escolher”, não ficaria claramente indicado. Gabarito 1E 1 Se a perspect iva do pol í t ico é a perspect iva de como o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se 4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é fundamental uma análise do discurso que nos permita rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e 7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra, o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder 10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser: 13 como e em nome de quem este poder se exerce? Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação. São Paulo: Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir. (1) A vírgula logo depois de “operar” (l.4) indica que a relação entre as ideias expressas no período iniciado por “então é fundamental” (l.4-5) e as ideias expressas no período anterior seria mantida se a palavra “então” fosse substituída por “posto que”. 1: o advérbio então, nesse contexto, tem a acepção de “nesse caso”, “nessa situação”, e não pode ser substituído pela locução conjuntiva posto que, que significa “embora”, “apesar de que”. Muita atenção! Apesar de largamente utilizado para indicar causalidade, posto que não tem essa função, segundo a norma culta da língua portuguesa. Assim, está errada (segundo a norma culta) a construção “O candidato deve passar, posto que estudou muito” e está correta a construção “Posto que estudou muito, o candidato não passou.” A vírgula após a palavra operar foi utilizada para isolar a oração seguinte, que tem valor explicativo. Sendo assim, está incorreta a assertiva. Gabarito 1E 1 Pode-se d izer que há complex idade onde quer que se produza um emaranhamento de ações, de interações, de retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um 4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas há também outra complexidade que provém da existência de fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e 7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento). Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um polo empírico e um polo lógico e que a complexidade 10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são 13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um laço que conecta umas às outras, inclusive as mais distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal — 16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as partes”. Esta é a primeira complexidade:nada está isolado no Universo e tudo está em relação. Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274. (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito de redações alternativas para termos e estruturas linguísticas do texto acima. (1) Preserva-se o respeito às regras de pontuação do padrão formal da língua portuguesa ao se retirar os parênteses das linhas 6 e 7, demarcando-se a explicação do que sejam “fenômenos aleatórios” (l.6) por um travessão ou por uma vírgula logo depois dessa expressão. 1: tanto os parênteses quanto o travessão podem isolar uma ideia, destacando-a. Gabarito 1C DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 8 1 Sempre que um crime violento envolvendo menores aba- la a sociedade, ressurge a discussão sobre a necessidade de alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo 4 seus defensores, diminuir a responsabilidade penal para 16 anos inibiria a ação delituosa de rapazes e moças. Segmentos da população, assustados com o aumento da 7 violência, imaginam ser esse o caminho para a reconquista da segurança perdida. Encarar o Estatuto da Cr iança e do Adolescente 10 como bode expiatório das mazelas nacionais é solução cômoda, mas ineficaz. Ninguém de bom senso pode crer que situar em faixa etária mais baixa a imputação criminal seja a 13 fórmula mágica capaz de devolver a paz às ruas e aos lares. Bandidos que hoje usam jovens menores de 18 anos como escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos. 16 Depois virão os de 14, 12, 10. Correio Braziliense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STM – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito do texto acima. (1) Na linha 11, a expressão “de bom senso” não está entre vírgulas porque ela restringe, isto é, não é empregada com a função de explicar, a ideia de “Ninguém”. 1: em “Ninguém de bom senso pode crer”, a expressão “de bom senso” delimita a ideia do pronome indefinido (“Nenhuma pessoa de bom senso”). Gabarito 1C 1 O caos estampado pelos jornais em relação aos siste- mas de saúde dos estados, o alto grau de defasagem dos alunos de escolas públicas, as notas destes nas avaliações 4 oficiais de desempenho escolar e os sensíveis gargalos que dão morosidade aos procedimentos do setor público de toda ordem têm convivido no país com a estabilidade do servidor 7 público concursado. O instituto é uma garantia de Primeiro Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as injunções políticas que certamente decorrem das mudanças 10 de governo. E não há nada de errado com ela — é uma segurança de profissionalização do servidor, de que ele não estará servindo ao político que eventualmente ocupa um 13 cargo público, mas ao Estado. Valor Econômico, 5/10/2007. (Técnico Judiciário – TRT/9ª – 2007 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item que se segue. (1) As vírgulas logo após “estados” (l.2) e após “públicas” (l.3) têm justificativa idêntica. 1: as vírgulas foram utilizadas por se tratar de uma sequência enume- rativa. Gabarito 1C O 1 A ma io r ia dos comentá r ios sobre c r imes ou se limitam a pedir de volta o autoritarismo ou a culpar a violência do cinema e da televisão, por exci tar a 4 imaginação criminosa dos jovens. Poucos pensam que vivemos em uma sociedade que estimula, de forma sistemática, a passividade, o rancor, a impotência, a 7 inveja e o sentimento de nulidade nas pessoas. Não podemos interferir na política, porque nos ensinaram a perder o gosto pelo bem comum; não podemos tentar 10 mudar nossas relações afetivas, porque isso é assunto de cientistas; não podemos, enfim, imaginar modos de viver mais dignos, mais cooperativos e solidários, porque isso 13 é coisa de “obscurantista, idealista, perdedor ou ideólogo fanático”, e o mundo é dos fazedores de dinheiro. S o m o s u m a e s p é c i e q u e p o s s u i o p o d e r d a 16 imag inação, da c r ia t i v idade, da a f i rmação e da agressividade. Se isso não pode aparecer, surge, no lugar, a reação cega ao que nos impede de criar, de colocar no 19 mundo algo de nossa marca, de nosso desejo, de nossa vontade de poder. Quem sabe e pode usar — com firmeza, agressividade, criatividade e afirmatividade — 22 a sua capacidade de doar e transformar a vida, raramente precisa matar inocentes, de maneira bruta. Existem mil outras maneiras de nos sentirmos potentes, de nos 25 sentirmos capazes de imprimir um curso à vida que não seja pela força das armas, da violência física ou da evasão pelas drogas, legais ou ilegais, pouco importa. Jurandir Freire Costa. In: Quatro autores em busca do Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 43 (com adaptações). (Escrivão de Polícia Federal – 2002 – CESPE) Julgue o item a seguir, a respeito do emprego das estruturas linguísticas do texto acima. (1) O emprego das aspas nas linhas 13 e 14 indica a simulação de comentários de outras pessoas, retomadas pelo autor. 1: correta. As aspas, no caso, servem para destacar que o trecho corresponde a uma citação. Gabarito 1C 1 No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência que tendemos a acreditar que o mundo nunca foi tão violento como agora: pelo que nos contam nossos pais e outras pessoas mais velhas, 4 há dez, vinte ou trinta anos, a vida era mais segura, certos valores eram mais respeitados e cada coisa parecia ter o seu lugar. Essa percepção pode ser correta, mas precisamos pensar nas 7 diversas dimensões em que pode ser interpretada. Se ampliarmos o tempo histórico, por exemplo, ela poderá se mostrar incorreta. Embora a violência não seja um fenômeno dos dias de hoje, 10 pois está presente em toda e qualquer sociedade humana, sua ocorrência varia no grau, na forma, no sentido que adquire e na própria lógica nos diferentes períodos da História. O modo como o homem a 13 vê e a vivencia atualmente é muito diferente daquele que havia na Idade Média, por exemplo, ou em outros períodos históricos em outras sociedades. Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 12 (com adaptações). (Escrivão de Polícia Federal – 2002 – CESPE) Julgue os seguintes itens, a respeito do emprego dos sinais de pontuação no texto acima. (1) Pela função que desempenha no texto, o sinal de dois-pon- tos depois de “agora” (l.3) corresponde à ideia de “pois”, colocado entre vírgulas. (2) Para melhorar a clareza do texto, sem ferir a correção gramatical, deveria ser introduzido o termo “atrás”, entre vírgulas, imediatamente após a palavra “anos” (l.4). (3) Pelo seu sentido textual, a oração entre vírgulas “pois está presente em toda e qualquer sociedade humana” (l.10) poderia vir entre parênteses. (4) Se a oração “pois está presente em toda e qualquer socie- dade humana” (l.10) fosse retirada do texto, seria também obrigatória a retirada de ambas as vírgulas que a isolam. (5) Na linha 14, a inserção de uma vírgula após “períodos históricos” alteraria as relações semânticas entre essa expressão e “outras sociedades” (l.14-15). 1: correta. Os dois-pontos indicam que o trecho seguinte tem função explicativa, sendo perfeitamente possível sua substituição por “pois”, que tem a mesma natureza; 2: incorreta. A assertiva tem dois proble- mas: primeiro, se fôssemos inserir a palavra “atrás”, ela não poderia estar entre vírgulas; segundo, se algo aconteceu “há dez anos”, só pode ter sido no passado, para trás. “Há dez anos atrás” é pleonasmo; 3: correta. Pela sua natureza explicativa, as vírgulas poderiam ser substituídas por parênteses; 4: incorreta. A vírgula depois de “hoje” deveria ser mantida, porque separa a oração subordinada que está deslocada da ordem direta do texto; 5: correta. A inserção da vírgula 91. língUA PORtUgUeSA transformaria o trecho em uma enumeração,deixando “períodos históricos” de alterar o termo “outras sociedades” para se tornar um elemento autônomo da oração. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5C 1 Do ponto de vista de sua origem, de sua etimologia, a palavra preconceito significa prejulgamento, ou seja, ter ideia firmada sobre alguma coisa que ainda não se conhece, ter uma conclusão antes de 4 qualquer análise imparcial e cuidadosa. Na prática, a palavra preconceito foi consagrada como um prejulgamento negativo a respeito de uma pessoa ou de alguma coisa. Ter preconceito ou ser 7 preconceituoso significa ter uma opinião negativa antes de conhecer o suficiente ou de obter os elementos necessários para um julgamento imparcial. Com base nesses elementos, pode-se estabelecer a seguinte 10 definição: preconceito é a opinião, geralmente negativa, que se tem a respeito de uma pessoa, de uma etnia, de um grupo social, de uma cultura ou manifestação cultural, de uma ideia, de uma teoria ou de 13 alguma coisa, antes de se conhecerem os elementos que seriam necessários para um julgamento imparcial. Um ponto que merece especial atenção das pessoas é que, não 16 raro, o preconceito age no interior da mente, insinuando-se sutilmente, procurando disfarçar sua verdadeira natureza, para que sua influência não seja percebida. Idem, ibidem. (Escrivão de Polícia/PA – 2006 – CESPE) Assinale a opção em que a justificativa de emprego de sinal de pontuação, no texto acima, está incorreta. (A) Na linha 1, as vírgulas isolam uma expressão explicativa. (B) A vírgula empregada na linha 3 separa oração coordenada assindética. (C) Na linha 10, os dois-pontos indicam a citação de outra voz no texto. (D) No trecho “é que, não raro, o preconceito” (l.15-16), as vírgulas isolam termo adverbial. A: correta. A expressão “de sua etimologia” explica o termo “origem”; B: correta. Orações coordenadas são aquelas que contêm, cada uma, todos os termos necessários para sua completa compreensão, sendo, portanto, sintaticamente independentes. São assindéticas as orações coordenadas que não se ligam por uma conjunção, a qual é substituída por vírgula, ponto e vírgula ou dois-pontos; C: incorreta (devendo ser assinalada). Os dois-pontos indicam o início do aposto explicativo, não a mudança da voz do texto; D: correta, pois a locução adverbial está deslocada dentro do período. Gabarito "C" (Diplomacia – 2007 – CESPE) Entre as opções a seguir, que for- mam em seu conjunto um texto, assinale a que não apresenta erro de pontuação. (A) Segundo Gramsci, as várias ciências “humanas” fundadas no século XIX, como a sociologia e a psicologia seriam filosofia de não filósofos, misturas de observação empírica e racionalizações burguesas; logo, ideologia fatalista com ares de neutralidade. O intelectual que as professa não teria via de regra, condições mentais para viver o nexo entre vontade e estrutura. (B) Ora, tanto os técnicos, quanto os humanistas postam-se aquém dessa relação, pois, é nos polos isolados da estru- tura ou do sujeito, que recai a ênfase da sua vida mental. Mas, como é possível propor a relação vontade-estrutura? Gramsci antecipa a tendência atual de acentuar o caráter, próprio da política em face da economia. (C) Paradoxalmente, esse modo de pensar Gramsci o recebeu do seu maior adversário, Benedetto Croce que sustentou a distinção da esfera ético-prática, dando-lhe, como princípio formal a vontade. Para Croce, a vontade seria um grau consciente do nível econômico. (D) Para Gramsci, a vontade é, não só a condição de existência da política mas, um movimento para edificar o homem livre, não se forma sem a consciência das necessidades materiais do homem oprimido. Essa consciência das necessidades é o aguilhão que faz o militante comunista, Antonio Gramsci, opor-se ao pensador liberal, Benedetto Croce. (E) O intelectual que ignora o tecido de vínculo e violência com que se amarram as classes sociais não poderá atingir o limiar da “consciência da necessidade”, que é, por sua vez, condição para que se produza uma vontade de agir sobre as estruturas. É preciso que ele se encaminhe para uma teoria rigorosa, sem a qual os seus ímpetos de demolir estruturas poderão ser truncados pela tecnologia míope ou diluídos pelo humanismo retórico. Trechos adaptados de Alfredo Bosi. Op. cit., p. 243-4. A: Errado (Pontuação) Segundo Gramsci, as várias ciências “humanas” fundadas no século XIX, como a sociologia e a psicologia(1) seriam filo- sofia de não filósofos, misturas de observação empírica e racionalizações burguesas; logo, ideologia fatalista com ares de neutralidade. O intelectual que as professa não teria(2), via de regra, condições mentais para viver o nexo entre vontade e estrutura. (1): falta a vírgula que isolaria a expressão de exemplificação. (2): falta a vírgula que isolaria a expressão adverbial; B: Errado (Pontuação) Ora, tanto os técnicos,(1) quanto os humanistas postam-se aquém dessa relação, pois,(2) é nos polos isolados da estrutura ou do sujeito,(3) que recai a ênfase da sua vida mental. Mas, como é possível propor a relação vontade-estrutura? Gramsci antecipa a tendência atual de acentuar o caráter,(4) próprio da política em face da economia. (1): separa indevidamente os núcleos do sujeito composto coorde- nado pela estrutura “tanto...quanto”. (2) e (3): isola indevidamente o objeto indireto, separando, inclusive, o termo “é” do “que”, os quais constituem uma partícula de realce. (4): separa indevidamente o adjunto adnominal do seu núcleo, gerando um sentido não desejado; C: Errado (Pontuação) Paradoxalmente, esse modo de pensar(1) Gramsci o recebeu do seu maior adversário, Benedetto Croce(2) que sustentou a distinção da esfera ético-prática, dando-lhe, como princípio formal(3) a vontade. Para Croce, a vontade seria um grau consciente do nível econômico. (1): falta a vírgula que isolaria o objeto pleonástico invertido. (2): falta a vírgula que tornaria, como é desejável, a oração adjetiva restritiva em explicativa. (3): falta a vírgula que com a anterior isolaria o predicativo do objeto; D: Errado (Pontuação) Para Gramsci, a vontade é,(1) não só a condição de existência da política mas,(2) um movimento para edificar o homem livre, não se forma sem a consciência das necessidades materiais do homem oprimido. Essa consciência das necessidades é o aguilhão que faz o militante comunista, Antonio Gramsci, opor-se ao pensador liberal, Benedetto Croce. (1): separa indevidamente o predicativo do verbo de ligação. (2): separa os núcleos do predicativo coordenados pela estrutura “não só...mas”; E: Certo. Gabarito “E” 1 Desde o primeiro contato Jadon admitiu a precariedade das suas relações com os companheiros de refeitório. E a atitude de permanente alheamento que assumiam na sua 4 presença, ele a recebeu como possível advertência à conduta que deveria manter no seio daquela comunidade. Sem manifestar irritação ante o isolamento a que o constrangiam, 7 conjecturava se eles não acabariam por se tornar mais expansivos. Era-lhe penoso, entretanto, encontrá-los sempre na 10 mesma posição, a aparentar indiferença pela comida que lhes serviam e por tudo que se passava ao redor. Enquanto Jadon almoçava, permaneciam quietos, os braços caídos, os olhos 13 baixos. Ao jantar, lá estavam nos mesmos lugares, diante das compridas mesas espalhadas pelo salão. Assentavam-se em grupos de vinte, deixando livres as cabeceiras. Menos uma, 16 justamente a da mesa central, onde ficava um velho alto e pálido. Este, a exemplo dos demais, nada comia, mantendo-se numa postura de rígida abstração, como a exigir que 19 respeitassem o seu recolhimento. Malgrado a sua recusa em se alimentar, silenciosos criados substituíam continuamente os pratos ainda cheios. 22 A pr incípio Jadon esprei tava-os discretamente, na esperança de surpreendê-los trocando olhares ou segredos entre si. Logo verificou a inutilidade do seu propósito: jamais 25 desviavam os olhos da toalha e prosseguiam comos lábios cerrados. Experimentou o recurso de dirigir-se bruscamente aos vizinhos, e desapontou-se por não conseguir despertar-lhes a DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 10 28 atenção. Mantinham-se impassíveis, mesmo quando as frases eram ásperas ou acompanhadas de gritos. Após essa experiência, seguiu-se um período em que 31 Jadon desistiu de penetrar na intimidade daqueles cavalheiros taciturnos que, apesar de manifestarem evidente desinteresse pelos alimentos, apresentavam-se saudáveis e tranquilos. Esta 34 observação seria o suficiente para convencê-lo de que os comensais evitavam comer somente durante a sua permanência no recinto. Por certo aguardavam sua saída para se atirarem 37 avidamente às especialidades da casa. Nesse momento talvez se estendessem em alegres diálogos, aos quais não faltariam desprimorosas alusões à sua pessoa, cuja presença deveria ser 40 bastante desagradável para todos. Murilo Rubião. O convidado: contos. São Paulo: Ática, 1988, p. 89-90 (com adaptações). (Diplomacia – 2007 – CESPE) Entre as opções abaixo, que repro- duzem períodos do texto com a pontuação alterada, assinale a que apresenta erro de emprego da vírgula, segundo a norma gramatical. (A) Desde o primeiro contato, Jadon admitiu a precariedade das suas relações com os companheiros de refeitório. (B) Nesse momento, talvez se estendessem em alegres diálo- gos, aos quais não faltariam desprimorosas alusões à sua pessoa, cuja presença deveria ser bastante desagradável para todos. (C) A princípio, Jadon espreitava-os discretamente, na espe- rança de surpreendê-los trocando olhares ou segredos entre si. (D) Sem manifestar irritação ante o isolamento a que o cons- trangiam, conjecturava se eles não acabariam, por se tornar mais expansivos. (E) Por certo, aguardaram sua saída para se atirarem, avida- mente, às especialidades da casa. A alternativa “D” está errada (Pontuação) A segunda vírgula separa equivocadamente uma locução verbal: “acabariam por se tornar”. Gabarito “D” (Diplomacia – 2007 – CESPE) Considerando os sentidos do texto, julgue (C ou E) os seguintes itens. (1) A relação entre Jadon e seus companheiros de refeitório era de mútua indiferença. (2) Ao longo da narrativa, percebem-se mudanças na atitude de um dos personagens. (3) No trecho reproduzido, o narrador revela as conjecturas de Jadon, mas não as dos demais personagens. (4) O silêncio no refeitório foi mantido durante o período a que corresponde o relato. 1: Errado (Interpretação) Jadon se intriga com a aparente atitude de indiferença de seus companheiros. 2: Certo (Interpretação) A atitude de Jadon frente à impassibilidade de seus companheiros de refeitório passa por três fases: observação dissimulada, tentativa de estabelecer contato e desistência de entender o comportamento deles; 3: Certo (Interpretação) Em nenhum momento nos é dado saber o que pensam os acompanhantes de Jadon; 4: Errado (Interpretação) Jadon gritou no refeitório, quando tentava estabelecer contato com os outros. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E 3. redação, coesão e coerência 1 Folha – O sr. concorda que muitas das restr ições impostas pelo Estado são impostas por pensamentos “puritanos” de parte da sociedade? 4 Giannett i – A opinião públ ica pode, sim, se tornar uma força tirânica e muito cerceadora, tanto quanto a regulamentação estatal. São dois mecanismos diferentes de 7 coerção e de cerceamento. Na verdade, o que estamos aprendendo hoje é que o cérebro humano é modular. Esses módulos do cérebro têm 10 motivações diferentes, e há um processo permanente de negociação entre áreas do cérebro que nos motivam a fazer coisas diferentes. O indivíduo está permanentemente e 13 internamente cindido, renegociando consigo mesmo o que ele faz. E essa negociação é escorregadia. O que acontece é que, muitas vezes ciente dessa 16 dificuldade de agir tal como ele preferiria, pede que alguma força de fora, o Estado, defina para ele os termos da transação. Ele está tentando fazer um contrato com ele mesmo, por meio 19 do Estado. Folha de S. Paulo, 23 out. 2005. Trecho da entrevista concedida pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações). (Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) Com relação a aspectos morfossintáticos do trecho de entrevista apresentado no texto acima, julgue os próximos itens. (1) Atenderia às regras prescritas pela gramática a seguinte formulação da pergunta feita ao entrevistado: O senhor concorda com a ideia de que, entre as restrições estabele- cidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos “puritanos” de parte da sociedade? (2) O trecho inicial da resposta apresentada pelo entrevistado assim pode ser mencionado, de forma correta e fidedigna: O economista, Giannetti, afirmou que, apesar de serem instrumentos distintos de coerção e cerceamento da liber- dade, pode a opinião pública, tal como a regulamentação estatal, força tirânica e muito cerceadora, impor restrições a conduta da sociedade. (3) Uma construção alternativa, igualmente correta e mais enfática, para o período “E essa negociação é escorregadia” (l. 14) é a seguinte: Negociação essa que é escorregadia. (4) Atende à norma gramatical a seguinte síntese do último parágrafo: O cidadão prefere mais que o Estado aja por ele do que agir à partir de seu próprio pensamento. (Reescrita) 1: correta, pois a paráfrase da pergunta está corretamente redigida e pontuada, além de apresentar o mesmo conteúdo do original. É interessante notar que a reescrita apresenta elaboração textual supe- rior ao original, já que evita repetição do termo “impostas” e esclarece o sentido do original. (Reescrita/crase) 2: incorreta, pois a reescrita não transmite o mesmo conteúdo da resposta original ao dizer que apenas a regulamentação estatal é tirânica e cerceadora. No texto original tanto regulamentação estatal como opinião pública podem se tornar forças tirânicas e cer- ceadoras. Há também um erro gramatical no trecho “impor restrições a conduta da sociedade.” O verbo “impor” é bitransitivo, ou seja, rege dois complementos, um sem intermédio de preposição (o que se impõe – restrições) e outro com a preposição “a” (a quem se impõe – a conduta da sociedade). O segundo complemento é centrado no termo “conduta”, substantivo feminino que vem acompanhado do artigo “a”. Da união desse artigo e da preposição exigida pelo verbo resulta a necessidade da crase para introduzir o termo. A frase correta seria “impor restrições à conduta da sociedade.” (Reescrita) 3: incorreta, pois a reescrita está incorreta já que o pronome demonstrativo “essa” se refere à fala anterior do próprio falante, ele resume suas próprias palavras. Para retomar enfaticamente o seu discurso, o pronome adequado, que retoma a ideia de proximidade do que disse o próprio falante é a forma de primeira pessoa “este” e variantes. (Diz Bechara, 2006: “No discurso, quando o falante deseja fazer menção ao que ele acabou de narrar (anáfora), emprega este e flexões. (...)”). Ao se usar o pronome de segunda pessoa, coloca-se uma posição de distanciamento do que se disse, evitando a ênfase. A alternativa correta e enfática seria “Negociação esta que é escorregadia” (Reescrita) 4: incorreta, pois o verbo preferir rege duplo objeto, um direto e outro indireto – preferir algo a algo. O valor semântico do verbo já carrega o sentido de que algo é “mais” do que outro e tal construção é incorreta. Além disso, a regência do verbo para o objeto indireto é da preposição “a” e não “de”, como aparece no trecho. (Sobre isso, diz o Dicionário Houaiss: “Gramática e Uso: o uso, embora freq. no Brasil, de preferir seguido de do que (prov. por influência da construção comparativa mais ... (do) que [gosto mais deste do que daquele; prefiro este do que aquele]) 111. língUA PORtUgUeSA não é aceito pela norma culta da língua, embora se abone em escritores como Mário de Andrade, Cecília Meirelese Oswald de Andrade, e mesmo em clássicos como Manuel Bernardes, Garrett e Camilo C. Branco, como o registra Antenor Nascentes em O problema da regência, 3. ed., 1967; o mesmo quanto a preferir antes, construção de expressividade pleonástica, mas que se abona em Camilo, Eça de Queirós, Euclides da Cunha etc.”). Outro erro gramatical do trecho está no uso da crase na expressão “à partir de”. A expressão é formada pelo verbo “partir” e verbos não aceitam artigo como determinante. O “a” presente na expressão é apenas a preposição e não deve se usar a crase. A escrita correta do trecho seria: “O cidadão prefere que o Estado aja por ele a agir a partir de seu próprio pensamento.” Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E Texto para os itens a seguir 1 [Tipo do expediente] n.º 43/SCO-MI Brasília, 12 de junho de 2009. [Vocativo] 4 Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do seminário Ecoturismo no Centro-Oeste, a ser realizado em 27 de julho próximo, às 9 h, no auditório do 7 Centro de Convenções, nesta capital. Certo de contar com sua presença, reitero meu sentimento de apreço e estima por Vossa Excelência. 10 [fecho] João da Silva 13 Secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste-MI A Sua Excelência o Senhor Senador José Moraes 16 Senado Federal Brasília/DF (Agente Administrativo – Ministério da Int. Nacional – 2006 – CESPE) Tendo como referência o texto apresentado, julgue os itens subsequentes quanto à diagramação (alinhamento na página) ou ao emprego dos pronomes de tratamento recomendado na redação de documentos oficiais. (1) A indicação de local e data (l. 2) deve estar alinhada à direita, coincidindo o ponto final com a borda da margem direita. (2) Para se efetuar a concordância correta com a forma de tratamento “Vossa Excelência” (l. 4), deve ser empregado, em substituição a “sua” (l. 8), o pronome vossa, de que resultará a expressão vossa presença. (3) No âmbito do Poder Executivo, conforme normatização incidente sobre a redação de fórmulas de saudação, é desa- conselhável o emprego da expressão “reitero meu sentimento de apreço e estima por Vossa Excelência” (l. 8-9). (4) Nos documentos oficiais que seguem o padrão ofício, o endereçamento deve constar no final da página, à esquerda, se o documento contiver apenas uma página, como é o caso do texto apresentado (l. 14-17); se contiver mais de uma, deve constar na última página. (redação) 1: Certo. Segundo o Manual de redação da Presidência da República, a indicação de local e data deve estar “por extenso, com alinhamento à direita”. 2: Errado. O pronome de tratamento concorda com o verbo na 3ª pessoa do singular e, por conseguinte, os pronomes referentes a essa pessoa do discurso. 3: Certo. Acerca das saudações, o Manual de redação da Presidência da República “estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente, 4: Errado. Conforme as regras de redação oficial, o endereçamento deve constar no início da página, à esquerda. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E (Agente Administrativo – Ministério da Int. Nacional – 2006 – CESPE) Julgue os itens subsequentes com base nas prescrições que regem a redação de documentos oficiais. (1) Para requerimentos, padronizou-se o seguinte fecho: Nes- ses termos, pede deferimento. (2) Por ser suscetível a falsificações, o correio eletrônico (e-mail) não tem valor documental nos órgãos do Poder Executivo, sendo usado apenas nas comunicações de caráter particular entre servidores. (3) Em comunicação dirigida a um juiz, deve ser empregado o vocativo “Senhor Juiz,”. (redação) 2: Errado. Conforme o Manual de redação da Presidên- cia da República, “Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei”. 3: Certo. Segundo o Manual de redação da Presidência da República, “As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador”.Gabarito 1C, 2E, 3C O PREVINVEST, da CAIXA, é um excelente investimento para quem quer manter seu padrão de vida durante a aposentadoria. Com ele, você pode escolher o tipo de fundo de investimento em que você quer aplicar seus recursos, o valor da contribuição ou da renda desejada e a partir de quando pretende receber o benefício. O PREVINVEST é oferecido em duas modalidades: PGBL e VGBL. A modalidade PGBL é ideal para os clientes que utilizam declaração completa de imposto de renda (IR), pois permite deduzirem-se da base de cálculo as contribuições feitas nos planos até o limite de 12% da renda bruta anual, desde que eles estejam contribuindo para o regime geral de previdência social do INSS ou para outro regime próprio. A modalidade VGBL é mais indicada para os clientes que uti- lizam declaração simplificada de IR ou são isentos, ou ainda para os que ultrapassam o limite de 12% de desconto permitido. Além disso, o IR incide exclusivamente sobre os rendimentos alcançados com a aplicação dos recursos. Internet: <www.caixa.gov.br> (com adaptações). (CEF – Técnico Bancário – 2006 – CESPE) Considerando o primeiro parágrafo do texto, julgue o próximo item. (1) As ideias e a correção gramatical do texto seriam mantidas caso se reescrevesse o trecho “para quem quer manter seu padrão de vida durante a aposentadoria” da seguinte forma: “para quem quer que seu padrão de vida seja mantido durante a aposentadoria”. DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 12 1: correta. A transposição para a voz passiva foi feita perfeitamente. Gabarito 1C Aplicação financeira A carteira de investimentos da CAIXA oferece as melhores opções para o seu dinheiro. Seja qual for o seu perfil — ousado ou conservador —, a CAIXA tem uma modalidade de aplicação para você. Você garante o seu futuro e ainda conta com uma série de vantagens, sempre com a segurança e solidez da CAIXA. Internet: <www.caixa.gov.br > (com adaptações). (CEF – Técnico Bancário – 2006 – CESPE) No item a seguir, é apresentada uma reescritura dos dois parágrafos do anúncio acima. Julgue se a reescritura apresentada mantém as ideias originais e a correção gramatical. (1) A carteira de investimentos da CAIXA oferece as melhores escolhas para você aplicar o seu dinheiro. Se o seu perfil for ousado, a CAIXA tem uma modalidade de aplicação para o seu dinheiro; se for conservador, idem. Sempre com a segurança e a solidez da CAIXA, você garante o seu futuro, além de contar com uma série de vantagens. 1: correta. A paráfrase não apresenta qualquer problema gramatical, alteração semântica ou perda de coerência com o texto original. Gabarito 1C (CEF – Técnico Bancário – 2006 – CESPE) Julgue os itens seguintes. (1) É correta e coerente com o texto “Missão” a substituição de “intermediando” e “atuando” por ao intermediar e em atuar, respectivamente. (2) O texto “Missão” permanecerá correto, se o trecho “caráter social, tendo como valores fundamentais” for substituído por: caráter social. Têm como valores fundamentais. 1: incorreta. A substituição do gerúndio pelo infinitivo em “interme- diando” altera a coerência do texto, porque “ao intermediar” traz a ideia de conformidade, não presente na oração original. Já a substituição de “atuando” pela expressão proposta tornaria o texto gramaticalmente errado; 2: incorreta. O verbo “ter” deveria estar no singular (sem acento), porque, nessa paráfrase, resgataria o termo “missão” (linha 1). Gabarito 1E, 2E 1 Represen tan tes dos ma io res bancos b ras i l e i ros reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir
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