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Lingua Portuguesa CESPE COMO PASSAR 2018

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1. Verbo
1 Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por isso
seria importante pensar as novas formas de comunicação.
Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por
4 exemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo
para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia
aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença
7 é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido
neoliberal e egoísta, mas no sentido dessa ideia da diferença
é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão
10 sobre a f i losofia e o social surgem dois momentos
importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autoreflexiva
e conf rontar -se, ass im, com as novas formas de
13 ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da
sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as
formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do
16 novo, do espontâneo e do autêntico na história. Espero que
seja possível um diálogo entre as duas posições em que
ninguém tem a última palavra.
Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará, 
p. 131-2 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias e às 
estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir.
(1) Como o último período sintático do texto se inicia pela ideia 
de possibilidade, a substituição do verbo “tem” (l.18) por 
tenha, além de preservar a correção gramatical do texto, 
ressaltaria o caráter hipotético do argumento.
1: a substituição de verbo ter no presente do indicativo (tem) pela 
forma verbal no presente do subjuntivo (tenha) reforça a ideia de 
suposição do argumento, uma vez que o modo subjuntivo indica 
caráter hipotético. 
Gabarito 1C
1 Acei tar que somos indeterminados natura lmente ,
que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que
disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes
4 é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito
precário na condição humana. Parte pelo menos dessa
precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade.
7 Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se
imagina. Ela implica responsabilidades.
Parece que se busca conforto na condição de coisa.
10 Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males
independem de minha vontade. Aliás, o que está em
discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los:
13 se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia,
não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a
mim mesmo como um objeto.
16 A postura das ciências humanas e da psicanálise é
outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
19 isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
22 que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. 
Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, 
julgue o item subsequente.
(1) A substituição de primeira pessoa do plural em “aceitarmos” 
(l.4) pela forma correspondente não flexionada, aceitar, man-
teria coerente a argumentação, mas provocaria incorreção 
gramatical.
1: Não haveria incorreção gramatical na construção “Significa aceitar 
que há algo...”. As relações semânticas se mantêm preservadas. A 
assertiva está errada. 
Gabarito 1E
1 Se a perspect iva do polí t ico é a perspect iva de como
o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se
distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se
4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é
fundamental uma análise do discurso que nos permita
rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e
7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos
os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra,
o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder
10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da
submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem
formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser:
13 como e em nome de quem este poder se exerce?
Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação. São Paulo: 
Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações).
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às 
estruturas linguísticas do texto anterior, julgue o item a seguir.
(1) A flexão de plural em “formas” (l.12) indica que, se em lugar 
do verbo impessoal, em “Não há” (l.11), for empregado o 
verbo existir, serão preservadas a coerência textual e a 
correção gramatical com a forma existem.
1: em “Não há, entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício 
de poder.” o verbo haver é impessoal e sempre fica no singular no sentido 
de existir. Porém, se utilizarmos o verbo existir, que é pessoal, haverá flexão 
verbal, se for o caso. Nesse contexto, a substituição fará com que o verbo 
existir concorde com o núcleo do sujeito “sociedade” no singular: “Existe, 
entretanto, sociedade organizada sem formas de exercício de poder.” 
Gabarito 1E
1 Em um ar t igo pub l i cado em 2000 , e que fez mu i to
sucesso na Internet, Cristovam Buarque desenhava um idílico
mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo
4 seria de todos. Se tudo der certo no planeta (o que é
discutível), quem sabe um dia, daqui a mil ou dois mil anos,
cheguemos lá. Como nada ainda deu certo no planeta, a
7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem
duas premissas. Primeira: que desapareçam os Estados
nacionais. Segunda: que os grupos, ou comunidades, ou
10 sociedades que restarem mantenham entre si relações
impecavelmente equitativas. Quem sabe um dia...
Roberto Pompeu de Toledo. “Amazônia: premissas para sua entrega”. 
In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).
1. Língua Portuguesa
Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima*
* Henrique Subi comentou as questões dos concursos Policiais, de Enfermagem e Bancários, Eloy Gustavo de Souza comentou as 
questões de Diplomacia e Oficial de Chancelaria, Fernanda Franco comentou as questões de Assistente de Chacelaria, Diego Amorim 
comentou as questões dos concursos da Polícia Militar, Fernanda Franco e Rodrigo Ferreira de Lima comentaram as questões dos 
concursos Federais e Magally Dato comentou as demais questões.
DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 2
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito 
da organização das ideias do texto acima.
(1) O emprego das formas verbais “cheguemos” (l.6), “desapare-
çam” (l.8) e “mantenham” (l.10) indica a expressão de ações 
hipotéticas; mas o desenvolvimento do texto permite, coeren-
temente, considerá-las assertivas, e sem que se prejudique a 
correção gramatical, em seus lugares, é possível empregar as 
formas chegamos, desaparecem e mantêm, respectivamente.
1: não é possível a substituição das formas verbais do modo subjun-
tivo (cheguemos, desapareçam e mantenham) por formas no modo 
indicativo. O subjuntivo nos remete à ideia de incerteza, suposição. 
Gabarito 1E
1 Pode-se d ize r que há complex idade onde quer que
se produza um emaranhamento de ações, de interações, de
retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um
4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas
há também outra complexidade que provém da existência de
fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e
7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento).
Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um
polo empírico e um polo lógico e que a complexidade
10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas
e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas
as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são
13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entresi por um
laço que conecta umas às outras, inclusive as mais
distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal —
16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as
partes”. Esta é a primeira complexidade: nada está isolado no
Universo e tudo está em relação.
Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. In: Dora Fried 
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. 
Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274 (com adaptações).
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens, a 
respeito de redações alternativas para termos e estruturas 
linguísticas do texto acima.
(1) O desenvolvimento das ideias do texto permite, também, 
a utilização gramaticalmente correta e textualmente coe-
rente da forma verbal produz no lugar de “produza” (l.2).
(2) O sentido impessoal do verbo haver permite que a afir-
mação generalizada “Mas há também outra complexidade 
que provém” (l.4-5) seja substituída por uma frase nominal 
no plural: Mas também outras necessidades provém.
1: não é possível o uso da forma verbal no modo indicativo. A expres-
são “onde quer que” sugere o uso do subjuntivo pelo seu caráter de 
incerteza; 2: a forma plural do verbo provir na 3ª pessoa do plural do 
presente do indicativo é provêm. 
Gabarito 1E, 2E
1 O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade
vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer
que o trabalho também.
4 Só que ele está mudando de cara. Como também
está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade,
da mesma forma que as exigências da sociedade e — por que
7 não? — do mercado, cada vez mais global izado e
competitivo.
Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro
10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral
com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de
fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade
13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e
resolver problemas, condições para aprender continuamente,
conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas
16 e trabalhar em equipe.
Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações).
(Analista – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue o 
item subsequente.
(1) A opção pelo emprego das formas verbais “tem mudado” 
(l.1) e “está mudando” (l.4) indica que a argumentação do 
texto mostra as mudanças do “trabalho” como durativas, 
estendidas no tempo.
1: As locuções verbais “tem mudado” e “está mudando” transmitem 
ideias de ações durativas, de aspecto contínuo e não pontuais. 
Gabarito 1C
Texto para a questão seguinte.
1 A c idade est ivera ag i tada por mot ivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha
7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,
destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não
10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.
13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;
mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava
16 a lei.
A lei chegou. Assist i às suas estreias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação ao texto, assinale 
a opção correta.
(A) A substituição de “estivera” (l.1) por tinha estado prejudica 
a correção gramatical do período.
(B) A correção gramatical e as ideias originais serão mantidas, 
caso se reescreva o trecho “me não esqueceram (...) artigos 
que li” (l.9-10) da seguinte forma: não me esqueço dos 
discursos que ouvi, nem dos artigos que li.
(C) Na expressão “contei-lhe” (l.22), “lhe” exerce a função de 
objeto direto.
(D) A palavra “panacéia” (l.29) significa estratégia, método. 
A: são equivalentes as formas verbais “estivera” e “tinha estado”; B: 
correta; C: o verbo contar é transitivo direto e indireto. O pronome lhe 
corresponde ao objeto indireto. D: a palavra panaceia (sem acento, 
de acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa) 
tem o sentido daquilo que se emprega para remediar dificuldades. Gabarito "B"
1 Um lugar sob o comando de ges tores , onde os
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso
dos estudantes depois que ingressaram ali.
10 Como é praxe no local, o avanço foi quanti f icado.
Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou
31. língUA PORtUgUeSA
zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso
13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles
cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo
Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas
16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma
característica que as distingue das demais: elas são
administradas por uma parceria entre o governo e uma
19 associação formada por empresários da região. Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
(Técnico Judiciário – STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias 
e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir.
(1) As formas verbais “têm” (l.2) e “recebem” (l.3) estão no 
plural para concordar com o antecedente “gestores” (l.1).
1: as formas verbais dos verbos ter e receber estão no plural para 
concordar com o sujeito plural “funcionários”: “os funcionários são 
orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem 
prêmios”. A assertiva está errada. Gabarito 1E
1 É comum ouvir que o Brasil é um país onde há leis
que pegam e leis que não pegam, como se isso fosse uma
originalidade brasileira como a jabuticaba. É uma injustiça.
4 Há muitos países que sofrem com o mesmo problema.
As le is, pr incipalmente as que interferem na vida
cotidiana dos cidadãos, requerem uma sintonia fina entre
7 vários componentes: aparato policial, comportamento
coletivo, grau de escolaridade etc. Do contrário, elas tendem
a não sair do papel. No Brasil, existe muita lei que não pega
10 por falta dessa sintonia. Ou não há polícia suficiente para
fazê-la ser cumprida. Ou a lei destoa fortemente de
arraigados hábitos coletivos. E assim por diante.
André Petry. Adultério e a desonesta. In: Veja, 
22/9/2004, p. 93 (com adaptações).
(Técnico Judiciário – STM– 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item, a 
respeito das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima.
(1) Por se tratar de uma situação que o texto deixa claramente 
hipotética, a substituição do modo indicativo no verbo 
“interferem” (l.5)pelo subjuntivo interferissem preservaria 
as relações de sentido e a correção gramatical do texto.
1: as relações de sentido não seriam preservadas ao se substituir 
a forma verbal no modo indicativo (que expressa um fato de 
maneira definida, real) pela forma no subjuntivo (que expressa 
um fato incerto, duvidoso, eventual ou mesmo irreal). Os sentidos 
das orações “As leis, principalmente as que interferem na vida” é 
diferente de “As leis, principalmente as que interferissem na vida” 
são diferentes.Gabarito 1E
1 Fi lhos malcr iados e agressivos. . . O problema da
autoridade em crise não é do vizinho, não acontece no
exterior, não é confortavelmente longínquo. É nosso. Parece
4 que criamos um bando de angustiados, mais do que seria
natural. Sim, natural, pois, sobretudo na juventude, plena de in-
certezas e objeto de pressões de toda sorte, uma boa dose
7 de angústia é do jogo e faz bem.
Mas quando isso nos desestabiliza, a nós, adultos, e nos
isola desses de quem estamos ainda cuidando, a quem
10 devemos atenção e carinho, braço e abraço, é porque,
atordoados pelo excesso de psicologismo barato, talvez
tenhamos desaprendido a dizer não, nem distinguimos
13 quando se devia dizer sim.
Ter um filho é necessariamente ser responsável.
Ensinar numa escola é ser responsável. Estar vivo, enfim, é
16 uma grave responsabilidade.
Lya Luft. Sobre pais e filhos. In: Veja, 16/6/2004, 
p. 21 (com adaptações).
(Técnico Judiciário – STM – 2004 – CESPE) Considere as ideias e as 
estruturas linguísticas do texto acima para julgar o item a seguir.
(1) De acordo com os sentidos do texto, a substituição de 
“devia” (l.13) por deveria preserva a coerência textual e a 
correção gramatical.
1: em “quando se devia dizer sim”, é possível a substituição do verbo 
dever no pretérito imperfeito do indicativo pela forma no futuro do 
pretérito. O futuro do pretérito pode ser usado com a intenção de se 
exprimir incerteza sobre fato passado. 
Gabarito 1C
1 Sempre que um crime violento envolvendo menores aba-
la a sociedade, ressurge a discussão sobre a necessidade
de alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo
4 seus defensores, diminuir a responsabilidade penal para 16
anos inibiria a ação delituosa de rapazes e moças.
Segmentos da população, assustados com o aumento da
7 violência, imaginam ser esse o caminho para a reconquista
da segurança perdida.
Encarar o Estatuto da Cr iança e do Adolescente
10 como bode expiatório das mazelas nacionais é solução
cômoda, mas ineficaz. Ninguém de bom senso pode crer que
situar em faixa etária mais baixa a imputação criminal seja a
13 fórmula mágica capaz de devolver a paz às ruas e aos lares.
Bandidos que hoje usam jovens menores de 18 anos como
escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos.
16 Depois virão os de 14, 12, 10.
Correio Braziliense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 
(com adaptações).
(Técnico Judiciário – STM – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item, 
a respeito do texto acima.
(1) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical, e 
o texto torna-se mais objetivo e assertivo, com a substituição 
de “seja” (l.12) pelo seu equivalente do modo indicativo: é.
1: a noção de tempo que o subjuntivo (“seja”) apresenta não é tão precisa 
quanto a do modo indicativo (“é”). Desse modo, o período “Ninguém 
(...) pode crer que situar em faixa etária mais baixa a imputação criminal 
seja a fórmula” estaria gramaticalmente errado ao se substituir a ideia da 
incerteza do subjuntivo (“seja”) pela certeza do indicativo (“é”). Gabarito 1E
1 Pesquisas constatam doses crescentes de pessi-
mismo diante do que o futuro esteja reservando aos que
habitam este mundo, com a globalização exacerbando a
4 competitividade e colocando os Estados de bem-estar social
nos corredores de espera de cumprimento da pena de morte.
É p rec iso “ inves t i r no povo” , recomenda o Per
7 Capita — um centro pensante, criado recentemente na
Austrália —, com seus dons progressistas. Configurar um
mercado no qual as empresas levem em consideração o
10 interesse público, sejam ampliados os compromissos de
proteção ao meio ambiente e tenham como objetivo o
bem-estar dos indivíduos. A questão maior é saber como
13 colocar em prática essas belezas, num momento em que as
lutas sociais sofrem o assédio cada vez mais agressivo da
globalização e as próprias barreiras ideológicas caem por
16 terra.
Newton Carlos. Má hora das esquerdas. In: Correio Braziliense, 
20/11/2007 (com adaptações).
(Técnico Judiciário – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, 
julgue o item subsequente.
(1) Preserva-se a correção gramatical e a coerência textual ao 
se substituir “esteja” (l.2) por está, mas perde-se a ideia de 
hipótese, de possibilidade que o modo subjuntivo confere 
ao verbo.
1: em “pessimismo diante do que o futuro esteja reservando”, a subs-
tituição da forma subjuntiva (“esteja”) pela do indicativo “está” faz com 
que a ideia de hipótese se perca, tendo em vista que o modo indicativo 
expressa um fato de maneira definida. Gabarito 1C
DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 4
1 Trabalho demais, agenda cheia, Internet, celular e
carros que chegam a mais de 200 km/h transformam o
homem moderno numa espécie de Coelho Branco de Alice
4 no País das Maravilhas. Sempre apressado, eternamente
atrasado. E doente. Literalmente. A velocidade, símbolo do
desenvolvimento tecnológico e de um modo de produção e
7 consumo cada vez mais vorazes, criou um sentimento de
urgência que poucos conseguem administrar. Se é que
conseguem mesmo. O resultado é um novo mal que é a cara
10 do nosso tempo: a doença da correria, uma espécie de
superestresse que foi descrito pelo médico americano Larry
Dossey como uma resposta ao fato de o nosso relógio interno
13 ter virado o relógio de pulso e o despertador.
In ic iat ivas que pr iv i legiam o bem-estar, a s impl i -
cidade, a tradição local, o resgate da história e a
16 hospitalidade começam a pipocar pelo globo. Esse é o
começo de uma revolução cultural, uma mudança radical na
forma como vemos o tempo e como lidamos com a
19 velocidade e a lentidão.
In: Galileu, out./2005, p.43 (com adaptações).
(Técnico Judiciário – TST – 2008 – CESPE) Com relação ao texto 
acima, julgue o item a seguir.
(1) A inserção de administrarem depois de “mesmo” (l.9) torna-
ria explícita uma ideia subentendida do texto e preservaria 
sua correção gramatical.
1: não há motivo para que o infinitivo do verbo administrar seja flexionado 
no plural após a palavra “mesmo”. O verbo no infinitivo somente aparece 
flexionado quando seu sujeito plural é o mesmo da oração principal e vem 
claramente expresso; quando o sujeito do infinitivo não é o mesmo da 
oração principal e aparece claramente antes do infinitivo; quando o infinitivo 
vem precedido de uma preposição e seu sujeito plural não está expresso e 
quando se deseja indicar a indeterminação do sujeito. Gabarito 1E
1 É frequente tecermos aqui neste espaço considerações
posi t ivas sobre at i tudes de c idadania de pessoas
e entidades que, cansadas de esperar tudo do poder
4 público, decidem recuperar o poder de iniciativa da
sociedade e agir pelo bem comum. São entidades que criam
e sustentam escolas de iniciativa privada, mas com sentido
7 público, outras que buscam complementar o ensino público
com opções pedagógicas enriquecedoras, que geralmente
não são oferecidas pelas redes públicas. São pessoas que
10 doam à comunidade trabalho voluntário no tempo que lhes
sobra de suas atividades profissionais. No país todo, há
inúmeras promoções assim, que contribuem para melhorar
13 muito o que é oferecido pelos serviços públicos em diversos
setores.
Jornal do Commercio. Editorial, 7/10/2008. (com adaptações).
(Técnico Judiciário – TRT/5ª – 2008 – CESPE) Em relação ao texto 
acima, julgue o item a seguir.
(1) O segmento “o poder de iniciativa da sociedade” (l.4-5) 
exerce a função sintática de objeto direto.
1: em “pessoas e entidadesque (...) decidem recuperar o poder de 
iniciativa da sociedade”, a locução verbal transitiva direta “decidem 
recuperar” tem como complemento o objeto direto “o poder de iniciativa 
da sociedade”. 
Gabarito 1C
1 O caos estampado pelos jornais em relação aos siste-
mas de saúde dos estados, o alto grau de defasagem dos
alunos de escolas públicas, as notas destes nas avaliações
4 oficiais de desempenho escolar e os sensíveis gargalos que
dão morosidade aos procedimentos do setor público de toda
ordem têm convivido no país com a estabilidade do servidor
7 público concursado. O instituto é uma garantia de Primeiro
Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as
injunções políticas que certamente decorrem das mudanças
10 de governo. E não há nada de errado com ela — é uma
segurança de profissionalização do servidor, de que ele não
estará servindo ao político que eventualmente ocupa um
13 cargo público, mas ao Estado.
Valor Econômico, 5/10/2007.
(Técnico Judiciário – TRT/9ª – 2007 – CESPE) Com referência às 
ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item 
que se segue.
(1) A forma verbal “têm” (l.6) está no plural para concordar com 
o sujeito simples “gargalos” (l.4).
1: o verbo ter está no plural para concordar com o sujeito composto, 
que tem como núcleos “caos”, “grau de defasagem”, “notas” e “gar-
galos” (O caos (...), o alto grau de defasagem dos alunos (...), as notas 
destes (...) e os sensíveis gargalos (...) têm convivido no país com a 
estabilidade do servidor”). 
Gabarito 1E
1 A fazenda que foi desapropriada recentemente pelo governo
tem capacidade para o assentamento de 250 famílias e está
situada numa região que registra os mais altos índices de
4 conflito agrário no país. Ela é a primeira propriedade da lista
das 101 fazendas que utilizam mão de obra escrava no Brasil
e que vão ser destinadas à reforma agrária. O decreto de desa-
7 propriação é considerado uma vitória para os trabalhadores ru-
rais e para a reforma agrária. Os movimentos sociais da região
lutam pela obtenção da terra há pelo menos seis anos.
Internet: <http://www.tst.gov.br/noticias>. Acesso em 27/10/2004 
(com adaptações).
(Técnico Judiciário – TRT/10ª – 2004 – CESPE) Considerando as 
ideias e as estruturas do texto acima, julgue os itens a seguir.
(1) A forma verbal “tem” (l.2) também estaria correta se escrita 
com acento circunflexo: têm.
(2) O sentido e a correção gramatical do texto serão mantidos, 
caso a forma verbal “há” (l.9) seja substituída pela preposi-
ção a.
1: o verbo ter está no singular para concordar com o sujeito 
simples (“fazenda”); 2: em “lutam pela obtenção da terra há pelo 
menos seis anos”, a forma verbal não pode ser substituída por 
uma preposição. O verbo haver está sendo empregado no sentido 
de tempo transcorrido. 
Gabarito 1E, 2E
(Fiscal de Tributos/Rio Branco-AC – 2007 – CESPE) Considerando 
que os fragmentos incluídos nos itens seguintes, na ordem em 
que são apresentados, são partes sucessivas de um texto de 
José Pimenta (Internet: <ambienteacreano.blogspot.com>), 
julgue-os quanto à correção gramatical.
(1) Última tentativa do governo boliviano para ocupar a região 
acreana, a criação do Bolivian Syndicate exigiu da antiga 
colônia espanhola concessões enormes de soberania. 
Segundo os termos do contrato assinado em julho de 1901, 
a Bolívia oferecia a companhia internacional, compostas por 
grandes grupos financeiros, principalmente norte-america-
nos, uma concessão de trinta anos para a exploração da 
seringueira na região.
(2) O consórcio capitalista dispunha de plena autoridade sobre 
o comércio da borracha e também de direitos políticos e 
judiciais essenciais. Ele usufruía o direito de compra e 
venda dos seringais, o direito de navegar e de controlar os 
51. língUA PORtUgUeSA
rios por meio de uma polícia própria e o direito de estabe-
lecer as leis e exercer a justiça. Em contrapartida, a Bolívia 
recebia 60% da arrecadação realizada pela companhia.
(3) A criação do Bolivian Syndicate foi um dos momentos-chave 
do conflito acreano, um evento crítico que levou à incorpo-
ração do Acre ao Brasil. Para os seringueiros brasileiros, o 
Bolivian Syndicate surgiu como uma espécie de companhia 
colonial que controlava não só a terra, mas também toda 
a organização do trabalho extrativista da borracha. Essa 
situação revoltou a população acreana, que conseguiu 
superar suas divisões internas e se organizar contra o 
inimigo comum.
(4) O sentimento do povo acreano espalhou-se além das 
bacias do Purus e do Juruá e comoveu o país que deu 
um apoio decisivo à luta dos seringueiros. A formação 
do Bolivian Syndicate criou um fervor nacionalista e 
patriótico que cimentou a nação, contra os inimigos do 
Brasil. Manifestações contra os americanos e bolivianos 
se organizaram em Manaus, Belém e Rio de Janeiro. 
Orgulho da nação, a Amazônia era novamente cobiçada 
pelo capital estrangeiro.
1: O verbo oferecer é transitivo direto e indireto. O objeto indireto 
do verbo é “a companhia internacional”. Esse objeto deve ser regido 
por preposição a: “oferecia à companhia internacional”; 2: Foram 
respeitadas as normas gramaticais. As regências dos verbos dispor 
(transitivo indireto), usufruir (transitivo direto), exercer (transitivo 
direto), receber (transitivo direto e indireto) estão corretas. Os verbos 
estão concordando com seus sujeitos. Os nomes estão concordando 
com seus complementos; 3: Foram respeitadas as normas gramati-
cais. As regências dos verbos ir (intransitivo), levar (transitivo direto 
e indireto), surgir (intransitivo), controlar (transitivo direto), revoltar 
(transitivo direto), conseguir (transitivo direto), superar (transitivo 
direto) e organizar (transitivo direto). Os verbos estão concordando 
com seus sujeitos. Os nomes estão concordando com seus comple-
mentos; 4: Há a necessidade de vírgula antes da oração subordinada 
adjetiva explicativa: “A formação do Bolivian Syndicate criou um fervor 
nacionalista e patriótico, [vírgula] que cimentou a nação [sem vírgula] 
contra os inimigos do Brasil.” 
Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E
1 A ma io r ia dos comentá r ios sobre c r imes ou se 
limitam a pedir de volta o autoritarismo ou a culpar a
violência do cinema e da televisão, por exci tar a
4 imaginação criminosa dos jovens. Poucos pensam que 
vivemos em uma sociedade que estimula, de forma
sistemática, a passividade, o rancor, a impotência, a
7 inveja e o sentimento de nulidade nas pessoas. Não 
podemos interferir na política, porque nos ensinaram a
perder o gosto pelo bem comum; não podemos tentar
10 mudar nossas relações afetivas, porque isso é assunto de 
cientistas; não podemos, enfim, imaginar modos de viver
mais dignos, mais cooperativos e solidários, porque isso
13 é coisa de “obscurantista, idealista, perdedor ou ideólogo 
fanático”, e o mundo é dos fazedores de dinheiro.
S o m o s u m a e s p é c i e q u e p o s s u i o p o d e r d a
16 imag inação, da c r ia t i v idade, da a f i rmação e da 
agressividade. Se isso não pode aparecer, surge, no lugar,
a reação cega ao que nos impede de criar, de colocar no
19 mundo algo de nossa marca, de nosso desejo, de nossa 
vontade de poder. Quem sabe e pode usar — com
firmeza, agressividade, criatividade e afirmatividade —
22 a sua capacidade de doar e transformar a vida, raramente 
precisa matar inocentes, de maneira bruta. Existem mil
outras maneiras de nos sentirmos potentes, de nos
25 sentirmos capazes de imprimir um curso à vida que não 
seja pela força das armas, da violência física ou da evasão
pelas drogas, legais ou ilegais, pouco importa.
Jurandir Freire Costa. In: Quatro autores em busca do Brasil. Rio de 
Janeiro: Rocco, 2000, p. 43 (com adaptações).
(Escrivão de Polícia Federal – 2002 – CESPE) Julgue o item a 
seguir, a respeito do emprego das estruturas linguísticas do 
texto acima
(1) Antes da forma verbal “Somos” ( .15), seria coerente com 
as ideias do texto introduzir, para o fim de articulação sin-
tática entre os parágrafos,a expressão Em consequência 
disso.
1: incorreta. A forma verbal “somos” introduz um período que irá refutar 
os argumentos anteriores, usados por outras pessoas e os quais o 
autor quer justamente atacar. Portanto, o que se segue não pode ser 
iniciado por “em consequência disso”, que dá ideia de continuidade 
ao raciocínio. 
Gabarito 1E
Um desafio cotidiano
Recentemente me pediram para discutir os desafios políticos 
que o Brasil tem pela frente. Minha primeira dúvida foi se eles 
seriam diferentes dos de ontem.
Os problemas talvez sejam os mesmos, o país é que mudou e 
reúne hoje mais condições para enfrentá-los que no passado. 
A síntese de minhas conclusões é que precisamos prosseguir 
no processo de democratização do país.
Kant dizia que a busca do conhecimento não tem fim. Na prática, 
democracia, como um ponto final que uma vez atingido nos 
deixa satisfeitos e por isso decretamos o fim da política, não 
existe. Existe é democratização, o avanço rumo a um regime 
cada vez mais inclusivo, mais representativo, mais justo e mais 
legítimo. E quais as condições objetivas para tornar sustentável 
esse movimento de democratização crescente?
Embora exista forte correlação entre desenvolvimento e demo-
cracia, as condições gerais para sua sustentação vão além 
dela. O grau de legitimidade histórica, de mobilidade social, o 
tipo de conflitos existentes na sociedade, a capacidade institu-
cional para incorporar gradualmente as forças emergentes e o 
desempenho efetivo dos governos são elementos cruciais na 
sustentação da democratização no longo prazo.
Nossa democracia emergente não tem legitimidade histórica. 
Esse requisito nos falta e só o alcançaremos no decorrer do 
processo de aprofundamento da democracia, que também é 
de legitimação dela.
Uma parte importante desse processo tem a ver com as rela-
ções rotineiras entre o poder público e os cidadãos. Qualquer 
flagrante da rotina desse relacionamento arrisca capturar cenas 
explícitas de desrespeito e pequenas ou grandes tiranias. As 
regras dessa relação não estão claras. Não existem mecanis-
mos acessíveis de reclamação e desagravo.
(Agente de Polícia Federal – 2000 – CESPE) Com relação às ideias 
do texto acima, julgue o item a seguir.
(1) Considerando que o verbo existir pode ser substituído pelo 
verbo haver, as formas verbais “exista” (l. 14) e “existem” (l. 
29) admitem ser substituídas por haja e há, respectivamente. 
1: correta. O verbo “haver”, quando sinônimo de “existir”, é impessoal 
é não se flexiona. 
Gabarito 1C
DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 6
Brinkmanship
1 Em 1964, o cineasta Stanley Kubrick lançava o filme Dr. Strangelove. Nele, um oficial norte-americano ordena um
bombardeio nuclear à União Soviética e comete suicídio em seguida, levando consigo o código para cancelar o bombardeio.
O presidente norte-americano busca o governo soviético na esperança de convencê-lo de que o evento foi um acidente e, por isso,
4 não deveria haver retaliação. É, então, informado de que os soviéticos implementaram uma arma de fim do mundo (uma rede de
bombas nucleares subterrâneas), que funcionaria automaticamente quando o país fosse atacado ou quando alguém tentasse
desacioná-la. O Dr. Strangelove, estrategista do presidente, aponta uma falha: se os soviéticos dispunham de tal arma, por que
7 a guardavam em segredo? Por que não contar ao mundo? A resposta do inimigo: a máquina seria anunciada na reunião do partido
na segunda-feira seguinte.
Pode-se analisar a situação criada no filme sob a ótica da Teoria dos Jogos: uma bomba nuclear é lançada pelo país
10 A ao país B. A política de B consiste em revidar qualquer ataque com todo o seu arsenal, o qual pode destruir a vida no planeta, 
caso o país seja atacado. O raciocínio que leva B a adotar tal política é bastante simples: até o país mais fraco do mundo está
seguro se criar uma máquina de destruição do mundo, ou seja, ao ter sua sobrevivência seriamente ameaçada, o país destrói o
13 mundo inteiro (ou, em seu modo menos drástico, apenas os invasores). Ao elevar os custos para o país invasor, o detentor dessa 
arma garante sua segurança. O problema é que de nada adianta um país possuir tal arma em segredo. Seus inimigos devem saber
de sua existência e acreditar na sua disposição de usá-la. O poder da máquina do fim do mundo está mais na intimidação do que
16 em seu uso. 
O conflito nuclear fornece um exemplo de uma das conclusões mais surpreendentes a que se chega com a Teoria dos
Jogos. O economista Thomas Schelling percebeu que, apesar de o sucesso geralmente ser atribuído a maior inteligência,
19 planejamento, racionalidade, entre outras características que retratam o vencedor como superior ao vencido, o que ocorre, muitas 
vezes, é justamente o oposto. Até mesmo o poder de um jogador, considerado, no senso comum, como uma vantagem, pode atuar
contra seu detentor.
22 Schelling denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia de deliberadamente levar uma situação às suas 
consequências extremas.
Um exemplo usado por Schelling é o bem conhecido jogo do frango, que consiste em dois indivíduos acelerarem seus
25 carros na direção um do outro em rota de colisão; o primeiro a virar o volante e sair da pista é o perdedor.
Se ambos forem reto, os dois jogadores pagam o preço mais alto com sua vida. No caso de os dois desviarem, o jogo
termina em empate. Se um desviar e o outro for reto, o primeiro será o frango, e o segundo, o vencedor. Schelling propôs que um
28 participante desse jogo retire o volante de seu carro e o atire para fora, fazendo questão de mostrá-lo a todas as pessoas presentes.
Ao outro jogador caberia a decisão de desistir ou causar uma catástrofe. Um jogador racional optaria pelo que lhe causasse menos
perdas, sempre perdendo o jogo.
Fabio Zugman. Teoria dos jogos. Internet: <www.iced.org.br> (com adaptações).
(Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Na linha 4, do texto 
acima, o verbo implementar, na forma verbal “implementa-
ram”, está sendo usado no sentido de
(A) suprir de implementos. 
(B) solucionar. 
(C) demarcar. 
(D) distribuir estruturas em determinada área. 
(E) desenvolver ou produzir.
Os únicos termos que podem ser usados como sinônimos de “imple-
mentar” no texto são “desenvolver” ou “produzir”. Todos os demais, 
caso inseridos, alterariam o sentido da oração. 
Gabarito "E"
1 É essencial que as autoridades revejam as providências
referentes ao tratamento e à custódia de todos os presos, a fim
de assegurar que os mesmos sejam tratados com humanidade
4 e em conformidade com a legislação brasileira e o conjunto de
princípios da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre
proteção de todo indivíduo sob qualquer forma de detenção ou
7 reclusão, as regras mínimas da ONU sobre o tratamento de
prisioneiros e o artigo 10 do Acordo Internacional sobre os
Direitos Civis e Políticos (ICCPR), que reza que todo
10 indivíduo privado de liberdade deve ser tratado com
humanidade e respeito pela dignidade inerente à pessoa
humana.
Anistia Internacional. Tortura e maus-tratos no Brasil, 
2001, p. 72 (com adaptações).
(Agente de Polícia/RR – 2003 – CESPE) Tendo o texto acima por refe-
rência e considerando o tema por ele tratado, julgue o item a seguir.
(1) O verbo rezar tem várias acepções e a forma “reza” (L.9) 
está sendo utilizada no texto com o sentido de: contém 
escrito, encerra, prescreve, preceitua, determina.
1: correta. “Rezar” ainda pode significar “referir”, “resmungar”, 
“murmurar”. 
Gabarito 1C
1 A a d o ç ã o , p e l a A s s e m b l e i a G e r a l d a s N a ç õ e s
Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
em 1948, constitui o principal marco no desenvolvimento
4 da ideia contemporânea de direitos humanos. Os direitos
inscritos nessa Declaração constituem um conjunto
indissociável e interdependente de direitos individuais e
7 coletivos, civis, políticos, econômicos, sociais e culturais,
sem os quais a dignidade da pessoa humananão se realiza
por completo. A Declaração transformou-se, nesta última
10 metade de século, em uma fonte de inspiração para a
elaboração de diversas cartas constitucionais e tratados
internacionais voltados à proteção dos direitos humanos.
13 Esse documento, chave do nosso tempo, tornou-se um
autêntico paradigma ético a partir do qual se pode medir
e contestar a legit imidade de regimes e governos.
16 Os direitos ali inscritos constituem hoje um dos mais
importantes instrumentos de nossa civilização, visando
assegurar um convívio social digno, justo e pacífico.
Internet: <http://www.direitoshumanos.usp.br/dhbrasil/pndh> 
(com adaptações).
(Agente de Polícia/RR – 2003 – CESPE) Com base no texto acima 
e considerando o tema por ele focalizado, julgue o item sub-
sequente.
(1) Embora o efeito de sentido seja diferente, o emprego da 
forma verbal no presente “constitui” (L.3) ou no pretérito 
constituiu opções gramaticalmente corretas e coerentes 
para o primeiro período do texto.
1: correta. A única diferença será semântica (no original, o verbo no 
presente indica a importância do documento até os dias de hoje; se 
alterado para o pretérito, terá sentido de informação histórica), sem 
qualquer prejuízo para a correção gramatical. 
Gabarito 1C
71. língUA PORtUgUeSA
2. Pontuação
1 O agente ét ico é pensado como suje i to ét ico, is to é,
como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como
um ser l ivre que escolhe o que faz e como um ser
4 responsável que responde pelo que faz. A ação ética é
balizada pelas ideias de bem e de mal, justo e injusto, virtude
e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e
7 responsável e será virtuosa se realizada em conformidade
com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre
e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão
10 interior do próprio agente e não de uma pressão externa.
Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre
a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana
13 apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores
morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao
sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente
16 reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem
sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor
desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele
19 será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua
própria lei de ação.
Marilena Chaui. “Uma ideologia perversa”. 
In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a res-
peito da organização das estruturas linguísticas e das ideias 
do texto acima.
(1) Os sinais de parênteses nas linhas de 12 a 15 têm a função 
de organizar as ideias que destacam e de inseri-las na 
argumentação do texto; por isso, sua substituição pelos 
sinais de travessão preservaria a coerência textual e a 
correção do texto, mas, na linha 15, o ponto final substi-
tuiria o segundo travessão.
1: tanto os parênteses quanto o travessão podem isolar uma ideia, 
destacando-a. 
Gabarito 1C
1 A c e i t a r q u e s o m o s i n d e t e r m i n a d o s n a t u r a l m e n t e ,
que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que
disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes
4 é muito difícil. Significa aceitarmos que há algo muito
precário na condição humana. Parte pelo menos dessa
precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade.
7 Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se
imagina. Ela implica responsabilidades.
Parece que se busca conforto na condição de coisa.
10 Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males
independem de minha vontade. Aliás, o que está em
discussão não é tanto o que os causou, mas como resolvê-los:
13 se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia,
não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a
mim mesmo como um objeto.
16 A postura das ciências humanas e da psicanálise é
outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
19 isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
22 que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza. Pesquisa 
Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações).
(Analista – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, 
julgue o item subsequente.
(1) O deslocamento do travessão na linha 21 para logo depois 
de “profissionalmente” (l.20) preservaria a correção gra-
matical do texto e a coerência da argumentação, com a 
vantagem de não acumular dois sinais de pontuação juntos.
1: os termos destacados pelo uso do travessão trabalham sintatica-
mente entre si, isto é, seus verbos e complementos estão dentro do 
travessão. O deslocamento do travessão, como sugerido, resultaria 
em alterações sintáticas e semânticas: o sujeito do verbo resultar, 
que é “liberdade de escolher”, não ficaria claramente indicado. 
Gabarito 1E
1 Se a perspect iva do pol í t ico é a perspect iva de como
o poder se constitui e se exerce em uma sociedade, como se
distribui, se difunde, se dissemina, mas também se oculta, se
4 dissimula em seus diferentes modos de operar, então é
fundamental uma análise do discurso que nos permita
rastreá-lo. A necessidade de discussão da questão política e
7 do exercício do poder está em que, em última análise, todos
os grupos, classes, etnias visam, de uma forma ou de outra,
o controle do poder político. Porém, costumamos ver o poder
10 como algo negativo, perverso, no sentido da dominação, da
submissão. Não há, entretanto, sociedade organizada sem
formas de exercício de poder. A questão, portanto, deve ser:
13 como e em nome de quem este poder se exerce?
Danilo Marcondes. Filosofia, linguagem e comunicação. 
São Paulo: Cortez, 2000, p. 147-8 (com adaptações).
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às 
estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir.
(1) A vírgula logo depois de “operar” (l.4) indica que a relação 
entre as ideias expressas no período iniciado por “então 
é fundamental” (l.4-5) e as ideias expressas no período 
anterior seria mantida se a palavra “então” fosse substituída 
por “posto que”.
1: o advérbio então, nesse contexto, tem a acepção de “nesse caso”, 
“nessa situação”, e não pode ser substituído pela locução conjuntiva 
posto que, que significa “embora”, “apesar de que”. Muita atenção! 
Apesar de largamente utilizado para indicar causalidade, posto que 
não tem essa função, segundo a norma culta da língua portuguesa. 
Assim, está errada (segundo a norma culta) a construção “O candidato 
deve passar, posto que estudou muito” e está correta a construção 
“Posto que estudou muito, o candidato não passou.” A vírgula após a 
palavra operar foi utilizada para isolar a oração seguinte, que tem valor 
explicativo. Sendo assim, está incorreta a assertiva. 
Gabarito 1E
1 Pode-se d izer que há complex idade onde quer que
se produza um emaranhamento de ações, de interações, de
retroações. E esse emaranhamento é tal que nem um
4 computador poderia captar todos os processos em curso. Mas
há também outra complexidade que provém da existência de
fenômenos aleatórios (que não podem ser determinados e
7 que, empiricamente, agregam incerteza ao pensamento).
Pode-se dizer, no que concerne à complexidade, que há um
polo empírico e um polo lógico e que a complexidade
10 aparece quando há simultaneamente dificuldades empíricas
e dificuldades lógicas. Pascal disse há já três séculos: “Todas
as coisas são ajudadas e ajudantes, todas as coisas são
13 mediatas e imediatas, e todas estão ligadas entre si por um
laço que conecta umas às outras, inclusive as mais
distanciadas. Nessas condições — agrega Pascal —
16 considero impossível conhecer o todo se não conheço as
partes”. Esta é a primeira complexidade:nada está isolado no
Universo e tudo está em relação.
Edgard Morin. “Epistemologia da complexidade”. 
In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e 
subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 1996, p. 274. (com adaptações).
(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito 
de redações alternativas para termos e estruturas linguísticas 
do texto acima.
(1) Preserva-se o respeito às regras de pontuação do padrão 
formal da língua portuguesa ao se retirar os parênteses das 
linhas 6 e 7, demarcando-se a explicação do que sejam 
“fenômenos aleatórios” (l.6) por um travessão ou por uma 
vírgula logo depois dessa expressão.
1: tanto os parênteses quanto o travessão podem isolar uma ideia, 
destacando-a. 
Gabarito 1C
DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 8
1 Sempre que um crime violento envolvendo menores aba-
la a sociedade, ressurge a discussão sobre a necessidade
de alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo
4 seus defensores, diminuir a responsabilidade penal para 16
anos inibiria a ação delituosa de rapazes e moças.
Segmentos da população, assustados com o aumento da
7 violência, imaginam ser esse o caminho para a reconquista
da segurança perdida.
Encarar o Estatuto da Cr iança e do Adolescente
10 como bode expiatório das mazelas nacionais é solução
cômoda, mas ineficaz. Ninguém de bom senso pode crer que
situar em faixa etária mais baixa a imputação criminal seja a
13 fórmula mágica capaz de devolver a paz às ruas e aos lares.
Bandidos que hoje usam jovens menores de 18 anos como
escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos.
16 Depois virão os de 14, 12, 10.
Correio Braziliense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 (com adaptações).
(Técnico Judiciário – STM – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item, 
a respeito do texto acima.
(1) Na linha 11, a expressão “de bom senso” não está entre 
vírgulas porque ela restringe, isto é, não é empregada com 
a função de explicar, a ideia de “Ninguém”.
1: em “Ninguém de bom senso pode crer”, a expressão “de bom 
senso” delimita a ideia do pronome indefinido (“Nenhuma pessoa de 
bom senso”). Gabarito 1C
1 O caos estampado pelos jornais em relação aos siste-
mas de saúde dos estados, o alto grau de defasagem dos
alunos de escolas públicas, as notas destes nas avaliações
4 oficiais de desempenho escolar e os sensíveis gargalos que
dão morosidade aos procedimentos do setor público de toda
ordem têm convivido no país com a estabilidade do servidor
7 público concursado. O instituto é uma garantia de Primeiro
Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as
injunções políticas que certamente decorrem das mudanças
10 de governo. E não há nada de errado com ela — é uma
segurança de profissionalização do servidor, de que ele não
estará servindo ao político que eventualmente ocupa um
13 cargo público, mas ao Estado.
Valor Econômico, 5/10/2007.
(Técnico Judiciário – TRT/9ª – 2007 – CESPE) Com referência às 
ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item 
que se segue.
(1) As vírgulas logo após “estados” (l.2) e após “públicas” (l.3) 
têm justificativa idêntica.
1: as vírgulas foram utilizadas por se tratar de uma sequência enume-
rativa. Gabarito 1C
O
1 A ma io r ia dos comentá r ios sobre c r imes ou se 
limitam a pedir de volta o autoritarismo ou a culpar a
violência do cinema e da televisão, por exci tar a
4 imaginação criminosa dos jovens. Poucos pensam que 
vivemos em uma sociedade que estimula, de forma
sistemática, a passividade, o rancor, a impotência, a
7 inveja e o sentimento de nulidade nas pessoas. Não 
podemos interferir na política, porque nos ensinaram a
perder o gosto pelo bem comum; não podemos tentar
10 mudar nossas relações afetivas, porque isso é assunto de 
cientistas; não podemos, enfim, imaginar modos de viver
mais dignos, mais cooperativos e solidários, porque isso
13 é coisa de “obscurantista, idealista, perdedor ou ideólogo 
fanático”, e o mundo é dos fazedores de dinheiro.
S o m o s u m a e s p é c i e q u e p o s s u i o p o d e r d a
16 imag inação, da c r ia t i v idade, da a f i rmação e da 
agressividade. Se isso não pode aparecer, surge, no lugar,
a reação cega ao que nos impede de criar, de colocar no
19 mundo algo de nossa marca, de nosso desejo, de nossa 
vontade de poder. Quem sabe e pode usar — com
firmeza, agressividade, criatividade e afirmatividade —
22 a sua capacidade de doar e transformar a vida, raramente 
precisa matar inocentes, de maneira bruta. Existem mil
outras maneiras de nos sentirmos potentes, de nos
25 sentirmos capazes de imprimir um curso à vida que não 
seja pela força das armas, da violência física ou da evasão
pelas drogas, legais ou ilegais, pouco importa.
Jurandir Freire Costa. In: Quatro autores em busca do Brasil. 
Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 43 (com adaptações).
(Escrivão de Polícia Federal – 2002 – CESPE) Julgue o item a 
seguir, a respeito do emprego das estruturas linguísticas do 
texto acima.
(1) O emprego das aspas nas linhas 13 e 14 indica a simulação 
de comentários de outras pessoas, retomadas pelo autor.
1: correta. As aspas, no caso, servem para destacar que o trecho 
corresponde a uma citação. Gabarito 1C
1 No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência 
que tendemos a acreditar que o mundo nunca foi tão violento como
agora: pelo que nos contam nossos pais e outras pessoas mais velhas,
4 há dez, vinte ou trinta anos, a vida era mais segura, certos valores eram 
mais respeitados e cada coisa parecia ter o seu lugar.
Essa percepção pode ser correta, mas precisamos pensar nas
7 diversas dimensões em que pode ser interpretada. Se ampliarmos o 
tempo histórico, por exemplo, ela poderá se mostrar incorreta.
Embora a violência não seja um fenômeno dos dias de hoje,
10 pois está presente em toda e qualquer sociedade humana, sua 
ocorrência varia no grau, na forma, no sentido que adquire e na própria
lógica nos diferentes períodos da História. O modo como o homem a
13 vê e a vivencia atualmente é muito diferente daquele que havia na 
Idade Média, por exemplo, ou em outros períodos históricos em outras
sociedades.
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. 
São Paulo: Atual, 1999, p. 12 (com adaptações).
(Escrivão de Polícia Federal – 2002 – CESPE) Julgue os seguintes 
itens, a respeito do emprego dos sinais de pontuação no texto 
acima.
(1) Pela função que desempenha no texto, o sinal de dois-pon-
tos depois de “agora” (l.3) corresponde à ideia de “pois”, 
colocado entre vírgulas.
(2) Para melhorar a clareza do texto, sem ferir a correção 
gramatical, deveria ser introduzido o termo “atrás”, entre 
vírgulas, imediatamente após a palavra “anos” (l.4).
(3) Pelo seu sentido textual, a oração entre vírgulas “pois está 
presente em toda e qualquer sociedade humana” (l.10) 
poderia vir entre parênteses.
(4) Se a oração “pois está presente em toda e qualquer socie-
dade humana” (l.10) fosse retirada do texto, seria também 
obrigatória a retirada de ambas as vírgulas que a isolam.
(5) Na linha 14, a inserção de uma vírgula após “períodos 
históricos” alteraria as relações semânticas entre essa 
expressão e “outras sociedades” (l.14-15).
1: correta. Os dois-pontos indicam que o trecho seguinte tem função 
explicativa, sendo perfeitamente possível sua substituição por “pois”, 
que tem a mesma natureza; 2: incorreta. A assertiva tem dois proble-
mas: primeiro, se fôssemos inserir a palavra “atrás”, ela não poderia 
estar entre vírgulas; segundo, se algo aconteceu “há dez anos”, só 
pode ter sido no passado, para trás. “Há dez anos atrás” é pleonasmo; 
3: correta. Pela sua natureza explicativa, as vírgulas poderiam ser 
substituídas por parênteses; 4: incorreta. A vírgula depois de “hoje” 
deveria ser mantida, porque separa a oração subordinada que está 
deslocada da ordem direta do texto; 5: correta. A inserção da vírgula 
91. língUA PORtUgUeSA
transformaria o trecho em uma enumeração,deixando “períodos 
históricos” de alterar o termo “outras sociedades” para se tornar um 
elemento autônomo da oração. 
Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5C
1 Do ponto de vista de sua origem, de sua etimologia, a palavra 
preconceito significa prejulgamento, ou seja, ter ideia firmada sobre
alguma coisa que ainda não se conhece, ter uma conclusão antes de
4 qualquer análise imparcial e cuidadosa. Na prática, a palavra 
preconceito foi consagrada como um prejulgamento negativo a
respeito de uma pessoa ou de alguma coisa. Ter preconceito ou ser
7 preconceituoso significa ter uma opinião negativa antes de conhecer 
o suficiente ou de obter os elementos necessários para um julgamento
imparcial. Com base nesses elementos, pode-se estabelecer a seguinte
10 definição: preconceito é a opinião, geralmente negativa, que se tem 
a respeito de uma pessoa, de uma etnia, de um grupo social, de uma
cultura ou manifestação cultural, de uma ideia, de uma teoria ou de
13 alguma coisa, antes de se conhecerem os elementos que seriam 
necessários para um julgamento imparcial.
Um ponto que merece especial atenção das pessoas é que, não
16 raro, o preconceito age no interior da mente, insinuando-se 
sutilmente, procurando disfarçar sua verdadeira natureza, para que
sua influência não seja percebida.
Idem, ibidem.
(Escrivão de Polícia/PA – 2006 – CESPE) Assinale a opção em 
que a justificativa de emprego de sinal de pontuação, no texto 
acima, está incorreta.
(A) Na linha 1, as vírgulas isolam uma expressão explicativa. 
(B) A vírgula empregada na linha 3 separa oração coordenada 
assindética. 
(C) Na linha 10, os dois-pontos indicam a citação de outra voz 
no texto. 
(D) No trecho “é que, não raro, o preconceito” (l.15-16), as 
vírgulas isolam termo adverbial.
A: correta. A expressão “de sua etimologia” explica o termo “origem”; 
B: correta. Orações coordenadas são aquelas que contêm, cada uma, 
todos os termos necessários para sua completa compreensão, sendo, 
portanto, sintaticamente independentes. São assindéticas as orações 
coordenadas que não se ligam por uma conjunção, a qual é substituída 
por vírgula, ponto e vírgula ou dois-pontos; C: incorreta (devendo ser 
assinalada). Os dois-pontos indicam o início do aposto explicativo, não 
a mudança da voz do texto; D: correta, pois a locução adverbial está 
deslocada dentro do período. 
Gabarito "C"
(Diplomacia – 2007 – CESPE) Entre as opções a seguir, que for-
mam em seu conjunto um texto, assinale a que não apresenta 
erro de pontuação. 
(A) Segundo Gramsci, as várias ciências “humanas” fundadas 
no século XIX, como a sociologia e a psicologia seriam 
filosofia de não filósofos, misturas de observação empírica 
e racionalizações burguesas; logo, ideologia fatalista com 
ares de neutralidade. O intelectual que as professa não teria 
via de regra, condições mentais para viver o nexo entre 
vontade e estrutura. 
(B) Ora, tanto os técnicos, quanto os humanistas postam-se 
aquém dessa relação, pois, é nos polos isolados da estru-
tura ou do sujeito, que recai a ênfase da sua vida mental. 
Mas, como é possível propor a relação vontade-estrutura? 
Gramsci antecipa a tendência atual de acentuar o caráter, 
próprio da política em face da economia. 
(C) Paradoxalmente, esse modo de pensar Gramsci o recebeu 
do seu maior adversário, Benedetto Croce que sustentou a 
distinção da esfera ético-prática, dando-lhe, como princípio 
formal a vontade. Para Croce, a vontade seria um grau 
consciente do nível econômico. 
(D) Para Gramsci, a vontade é, não só a condição de existência 
da política mas, um movimento para edificar o homem livre, 
não se forma sem a consciência das necessidades materiais 
do homem oprimido. Essa consciência das necessidades é 
o aguilhão que faz o militante comunista, Antonio Gramsci, 
opor-se ao pensador liberal, Benedetto Croce. 
(E) O intelectual que ignora o tecido de vínculo e violência 
com que se amarram as classes sociais não poderá atingir 
o limiar da “consciência da necessidade”, que é, por sua 
vez, condição para que se produza uma vontade de agir 
sobre as estruturas. É preciso que ele se encaminhe para 
uma teoria rigorosa, sem a qual os seus ímpetos de demolir 
estruturas poderão ser truncados pela tecnologia míope ou 
diluídos pelo humanismo retórico. 
Trechos adaptados de Alfredo Bosi. Op. cit., p. 243-4. 
A: Errado (Pontuação) Segundo Gramsci, as várias ciências “humanas” 
fundadas no século XIX, como a sociologia e a psicologia(1) seriam filo-
sofia de não filósofos, misturas de observação empírica e racionalizações 
burguesas; logo, ideologia fatalista com ares de neutralidade. O intelectual 
que as professa não teria(2), via de regra, condições mentais para viver o 
nexo entre vontade e estrutura. (1): falta a vírgula que isolaria a expressão 
de exemplificação. (2): falta a vírgula que isolaria a expressão adverbial;
B: Errado (Pontuação) Ora, tanto os técnicos,(1) quanto os humanistas 
postam-se aquém dessa relação, pois,(2) é nos polos isolados da estrutura 
ou do sujeito,(3) que recai a ênfase da sua vida mental. Mas, como é possível 
propor a relação vontade-estrutura? Gramsci antecipa a tendência atual de 
acentuar o caráter,(4) próprio da política em face da economia.
(1): separa indevidamente os núcleos do sujeito composto coorde-
nado pela estrutura “tanto...quanto”. (2) e (3): isola indevidamente o 
objeto indireto, separando, inclusive, o termo “é” do “que”, os quais 
constituem uma partícula de realce. (4): separa indevidamente o 
adjunto adnominal do seu núcleo, gerando um sentido não desejado;
C: Errado (Pontuação) Paradoxalmente, esse modo de pensar(1) 
Gramsci o recebeu do seu maior adversário, Benedetto Croce(2) que 
sustentou a distinção da esfera ético-prática, dando-lhe, como princípio 
formal(3) a vontade. Para Croce, a vontade seria um grau consciente 
do nível econômico. (1): falta a vírgula que isolaria o objeto pleonástico 
invertido. (2): falta a vírgula que tornaria, como é desejável, a oração 
adjetiva restritiva em explicativa. (3): falta a vírgula que com a anterior 
isolaria o predicativo do objeto;
D: Errado (Pontuação) Para Gramsci, a vontade é,(1) não só a condição 
de existência da política mas,(2) um movimento para edificar o homem 
livre, não se forma sem a consciência das necessidades materiais do 
homem oprimido. Essa consciência das necessidades é o aguilhão 
que faz o militante comunista, Antonio Gramsci, opor-se ao pensador 
liberal, Benedetto Croce. (1): separa indevidamente o predicativo do 
verbo de ligação. (2): separa os núcleos do predicativo coordenados 
pela estrutura “não só...mas”;
E: Certo. Gabarito “E”
1 Desde o primeiro contato Jadon admitiu a precariedade 
das suas relações com os companheiros de refeitório. E a 
atitude de permanente alheamento que assumiam na sua 
4 presença, ele a recebeu como possível advertência à conduta 
que deveria manter no seio daquela comunidade. Sem 
manifestar irritação ante o isolamento a que o constrangiam, 
7 conjecturava se eles não acabariam por se tornar mais 
expansivos. 
Era-lhe penoso, entretanto, encontrá-los sempre na 
10 mesma posição, a aparentar indiferença pela comida que lhes 
serviam e por tudo que se passava ao redor. Enquanto Jadon 
almoçava, permaneciam quietos, os braços caídos, os olhos 
13 baixos. Ao jantar, lá estavam nos mesmos lugares, diante das 
compridas mesas espalhadas pelo salão. Assentavam-se em 
grupos de vinte, deixando livres as cabeceiras. Menos uma, 
16 justamente a da mesa central, onde ficava um velho alto e 
pálido. Este, a exemplo dos demais, nada comia, mantendo-se 
numa postura de rígida abstração, como a exigir que 
19 respeitassem o seu recolhimento. Malgrado a sua recusa em se 
alimentar, silenciosos criados substituíam continuamente os 
pratos ainda cheios. 
22 A pr incípio Jadon esprei tava-os discretamente, na 
esperança de surpreendê-los trocando olhares ou segredos entre 
si. Logo verificou a inutilidade do seu propósito: jamais 
25 desviavam os olhos da toalha e prosseguiam comos lábios 
cerrados. Experimentou o recurso de dirigir-se bruscamente aos 
vizinhos, e desapontou-se por não conseguir despertar-lhes a 
DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 10
28 atenção. Mantinham-se impassíveis, mesmo quando as frases 
eram ásperas ou acompanhadas de gritos. 
Após essa experiência, seguiu-se um período em que 
31 Jadon desistiu de penetrar na intimidade daqueles cavalheiros 
taciturnos que, apesar de manifestarem evidente desinteresse 
pelos alimentos, apresentavam-se saudáveis e tranquilos. Esta 
34 observação seria o suficiente para convencê-lo de que os 
comensais evitavam comer somente durante a sua permanência 
no recinto. Por certo aguardavam sua saída para se atirarem 
37 avidamente às especialidades da casa. Nesse momento talvez se 
estendessem em alegres diálogos, aos quais não faltariam 
desprimorosas alusões à sua pessoa, cuja presença deveria ser 
40 bastante desagradável para todos. 
Murilo Rubião. O convidado: contos. 
São Paulo: Ática, 1988, p. 89-90 (com adaptações). 
(Diplomacia – 2007 – CESPE) Entre as opções abaixo, que repro-
duzem períodos do texto com a pontuação alterada, assinale a 
que apresenta erro de emprego da vírgula, segundo a norma 
gramatical. 
(A) Desde o primeiro contato, Jadon admitiu a precariedade 
das suas relações com os companheiros de refeitório. 
(B) Nesse momento, talvez se estendessem em alegres diálo-
gos, aos quais não faltariam desprimorosas alusões à sua 
pessoa, cuja presença deveria ser bastante desagradável 
para todos. 
(C) A princípio, Jadon espreitava-os discretamente, na espe-
rança de surpreendê-los trocando olhares ou segredos entre 
si. 
(D) Sem manifestar irritação ante o isolamento a que o cons-
trangiam, conjecturava se eles não acabariam, por se tornar 
mais expansivos. 
(E) Por certo, aguardaram sua saída para se atirarem, avida-
mente, às especialidades da casa. 
A alternativa “D” está errada (Pontuação) A segunda vírgula separa 
equivocadamente uma locução verbal: “acabariam por se tornar”. 
Gabarito “D”
(Diplomacia – 2007 – CESPE) Considerando os sentidos do texto, 
julgue (C ou E) os seguintes itens. 
(1) A relação entre Jadon e seus companheiros de refeitório 
era de mútua indiferença. 
(2) Ao longo da narrativa, percebem-se mudanças na atitude 
de um dos personagens. 
(3) No trecho reproduzido, o narrador revela as conjecturas de 
Jadon, mas não as dos demais personagens. 
(4) O silêncio no refeitório foi mantido durante o período a que 
corresponde o relato. 
1: Errado (Interpretação) Jadon se intriga com a aparente atitude de 
indiferença de seus companheiros.
2: Certo (Interpretação) A atitude de Jadon frente à impassibilidade 
de seus companheiros de refeitório passa por três fases: observação 
dissimulada, tentativa de estabelecer contato e desistência de entender 
o comportamento deles;
3: Certo (Interpretação) Em nenhum momento nos é dado saber o que 
pensam os acompanhantes de Jadon;
4: Errado (Interpretação) Jadon gritou no refeitório, quando tentava 
estabelecer contato com os outros. 
Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E
3. redação, coesão e coerência 
1 Folha – O sr. concorda que muitas das restr ições
impostas pelo Estado são impostas por pensamentos
“puritanos” de parte da sociedade?
4 Giannett i – A opinião públ ica pode, sim, se tornar 
uma força tirânica e muito cerceadora, tanto quanto a
regulamentação estatal. São dois mecanismos diferentes de
7 coerção e de cerceamento.
Na verdade, o que estamos aprendendo hoje é que o
cérebro humano é modular. Esses módulos do cérebro têm
10 motivações diferentes, e há um processo permanente de 
negociação entre áreas do cérebro que nos motivam a fazer
coisas diferentes. O indivíduo está permanentemente e
13 internamente cindido, renegociando consigo mesmo o que ele 
faz. E essa negociação é escorregadia.
O que acontece é que, muitas vezes ciente dessa
16 dificuldade de agir tal como ele preferiria, pede que alguma 
força de fora, o Estado, defina para ele os termos da transação.
Ele está tentando fazer um contrato com ele mesmo, por meio
19 do Estado.
Folha de S. Paulo, 23 out. 2005. Trecho da entrevista concedida 
pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações).
(Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) Com relação a aspectos 
morfossintáticos do trecho de entrevista apresentado no texto 
acima, julgue os próximos itens.
(1) Atenderia às regras prescritas pela gramática a seguinte 
formulação da pergunta feita ao entrevistado: O senhor 
concorda com a ideia de que, entre as restrições estabele-
cidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos 
“puritanos” de parte da sociedade?
(2) O trecho inicial da resposta apresentada pelo entrevistado 
assim pode ser mencionado, de forma correta e fidedigna: 
O economista, Giannetti, afirmou que, apesar de serem 
instrumentos distintos de coerção e cerceamento da liber-
dade, pode a opinião pública, tal como a regulamentação 
estatal, força tirânica e muito cerceadora, impor restrições 
a conduta da sociedade.
(3) Uma construção alternativa, igualmente correta e mais 
enfática, para o período “E essa negociação é escorregadia” 
(l. 14) é a seguinte: Negociação essa que é escorregadia.
(4) Atende à norma gramatical a seguinte síntese do último 
parágrafo: O cidadão prefere mais que o Estado aja por 
ele do que agir à partir de seu próprio pensamento. 
(Reescrita) 1: correta, pois a paráfrase da pergunta está corretamente 
redigida e pontuada, além de apresentar o mesmo conteúdo do original. 
É interessante notar que a reescrita apresenta elaboração textual supe-
rior ao original, já que evita repetição do termo “impostas” e esclarece 
o sentido do original. 
(Reescrita/crase) 2: incorreta, pois a reescrita não transmite o mesmo 
conteúdo da resposta original ao dizer que apenas a regulamentação 
estatal é tirânica e cerceadora. No texto original tanto regulamentação 
estatal como opinião pública podem se tornar forças tirânicas e cer-
ceadoras. Há também um erro gramatical no trecho “impor restrições 
a conduta da sociedade.” O verbo “impor” é bitransitivo, ou seja, rege 
dois complementos, um sem intermédio de preposição (o que se 
impõe – restrições) e outro com a preposição “a” (a quem se impõe – a 
conduta da sociedade). O segundo complemento é centrado no termo 
“conduta”, substantivo feminino que vem acompanhado do artigo 
“a”. Da união desse artigo e da preposição exigida pelo verbo resulta 
a necessidade da crase para introduzir o termo. A frase correta seria 
“impor restrições à conduta da sociedade.” 
(Reescrita) 3: incorreta, pois a reescrita está incorreta já que o pronome 
demonstrativo “essa” se refere à fala anterior do próprio falante, ele 
resume suas próprias palavras. Para retomar enfaticamente o seu 
discurso, o pronome adequado, que retoma a ideia de proximidade 
do que disse o próprio falante é a forma de primeira pessoa “este” e 
variantes. (Diz Bechara, 2006: “No discurso, quando o falante deseja 
fazer menção ao que ele acabou de narrar (anáfora), emprega este e 
flexões. (...)”). Ao se usar o pronome de segunda pessoa, coloca-se 
uma posição de distanciamento do que se disse, evitando a ênfase. A 
alternativa correta e enfática seria “Negociação esta que é escorregadia”
(Reescrita) 4: incorreta, pois o verbo preferir rege duplo objeto, um direto 
e outro indireto – preferir algo a algo. O valor semântico do verbo já carrega 
o sentido de que algo é “mais” do que outro e tal construção é incorreta. 
Além disso, a regência do verbo para o objeto indireto é da preposição 
“a” e não “de”, como aparece no trecho. (Sobre isso, diz o Dicionário 
Houaiss: “Gramática e Uso: o uso, embora freq. no Brasil, de preferir 
seguido de do que (prov. por influência da construção comparativa mais 
... (do) que [gosto mais deste do que daquele; prefiro este do que aquele]) 
111. língUA PORtUgUeSA
não é aceito pela norma culta da língua, embora se abone em escritores 
como Mário de Andrade, Cecília Meirelese Oswald de Andrade, e mesmo 
em clássicos como Manuel Bernardes, Garrett e Camilo C. Branco, como 
o registra Antenor Nascentes em O problema da regência, 3. ed., 1967; o 
mesmo quanto a preferir antes, construção de expressividade pleonástica, 
mas que se abona em Camilo, Eça de Queirós, Euclides da Cunha etc.”). 
Outro erro gramatical do trecho está no uso da crase na expressão “à partir 
de”. A expressão é formada pelo verbo “partir” e verbos não aceitam artigo 
como determinante. O “a” presente na expressão é apenas a preposição 
e não deve se usar a crase. A escrita correta do trecho seria: “O cidadão 
prefere que o Estado aja por ele a agir a partir de seu próprio pensamento.”
Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E
Texto para os itens a seguir
1 [Tipo do expediente] n.º 43/SCO-MI
Brasília, 12 de junho de 2009.
[Vocativo]
4 Convido Vossa Excelência a participar da sessão de
abertura do seminário Ecoturismo no Centro-Oeste, a ser
realizado em 27 de julho próximo, às 9 h, no auditório do
7 Centro de Convenções, nesta capital. 
 Certo de contar com sua presença, reitero meu
sentimento de apreço e estima por Vossa Excelência.
10 [fecho]
João da Silva
13 Secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste-MI
A Sua Excelência o Senhor
Senador José Moraes
16 Senado Federal
Brasília/DF
(Agente Administrativo – Ministério da Int. Nacional – 2006 – CESPE) 
Tendo como referência o texto apresentado, julgue os itens 
subsequentes quanto à diagramação (alinhamento na página) 
ou ao emprego dos pronomes de tratamento recomendado na 
redação de documentos oficiais.
(1) A indicação de local e data (l. 2) deve estar alinhada à direita, 
coincidindo o ponto final com a borda da margem direita.
(2) Para se efetuar a concordância correta com a forma de 
tratamento “Vossa Excelência” (l. 4), deve ser empregado, 
em substituição a “sua” (l. 8), o pronome vossa, de que 
resultará a expressão vossa presença.
(3) No âmbito do Poder Executivo, conforme normatização 
incidente sobre a redação de fórmulas de saudação, é desa-
conselhável o emprego da expressão “reitero meu sentimento 
de apreço e estima por Vossa Excelência” (l. 8-9).
(4) Nos documentos oficiais que seguem o padrão ofício, o 
endereçamento deve constar no final da página, à esquerda, 
se o documento contiver apenas uma página, como é o caso 
do texto apresentado (l. 14-17); se contiver mais de uma, 
deve constar na última página.
(redação) 1: Certo. Segundo o Manual de redação da Presidência da 
República, a indicação de local e data deve estar “por extenso, com 
alinhamento à direita”. 
2: Errado. O pronome de tratamento concorda com o verbo na 3ª 
pessoa do singular e, por conseguinte, os pronomes referentes a essa 
pessoa do discurso. 
3: Certo. Acerca das saudações, o Manual de redação da Presidência 
da República “estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes 
para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
4: Errado. Conforme as regras de redação oficial, o endereçamento 
deve constar no início da página, à esquerda.
Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E
(Agente Administrativo – Ministério da Int. Nacional – 2006 – CESPE) 
Julgue os itens subsequentes com base nas prescrições que 
regem a redação de documentos oficiais.
(1) Para requerimentos, padronizou-se o seguinte fecho: Nes-
ses termos, pede deferimento.
(2) Por ser suscetível a falsificações, o correio eletrônico 
(e-mail) não tem valor documental nos órgãos do Poder 
Executivo, sendo usado apenas nas comunicações de 
caráter particular entre servidores.
(3) Em comunicação dirigida a um juiz, deve ser empregado o 
vocativo “Senhor Juiz,”.
(redação) 2: Errado. Conforme o Manual de redação da Presidên-
cia da República, “Nos termos da legislação em vigor, para que a 
mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para 
que possa ser aceito como documento original, é necessário existir 
certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma 
estabelecida em lei”.
3: Certo. Segundo o Manual de redação da Presidência da República, 
“As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido 
do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador”.Gabarito 1C, 2E, 3C
 
O PREVINVEST, da CAIXA, é um excelente investimento para 
quem quer manter seu padrão de vida durante a aposentadoria. 
Com ele, você pode escolher o tipo de fundo de investimento 
em que você quer aplicar seus recursos, o valor da contribuição 
ou da renda desejada e a partir de quando pretende receber o 
benefício. O PREVINVEST é oferecido em duas modalidades: 
PGBL e VGBL.
A modalidade PGBL é ideal para os clientes que utilizam 
declaração completa de imposto de renda (IR), pois permite 
deduzirem-se da base de cálculo as contribuições feitas nos 
planos até o limite de 12% da renda bruta anual, desde que 
eles estejam contribuindo para o regime geral de previdência 
social do INSS ou para outro regime próprio. 
A modalidade VGBL é mais indicada para os clientes que uti-
lizam declaração simplificada de IR ou são isentos, ou ainda 
para os que ultrapassam o limite de 12% de desconto permitido. 
Além disso, o IR incide exclusivamente sobre os rendimentos 
alcançados com a aplicação dos recursos. 
Internet: <www.caixa.gov.br> (com adaptações). 
(CEF – Técnico Bancário – 2006 – CESPE) Considerando o primeiro 
parágrafo do texto, julgue o próximo item. 
(1) As ideias e a correção gramatical do texto seriam mantidas 
caso se reescrevesse o trecho “para quem quer manter 
seu padrão de vida durante a aposentadoria” da seguinte 
forma: “para quem quer que seu padrão de vida seja mantido 
durante a aposentadoria”. 
DIegO AMORIM, elOy gUStAvO De SOUzA, FeRnAnDA FRAncO, HenRIqUe SUbI, MAgAlly DAtO e RODRIgO FeRReIRA De lIMA 12
1: correta. A transposição para a voz passiva foi feita perfeitamente. 
Gabarito 1C
Aplicação financeira 
A carteira de investimentos da CAIXA oferece as melhores 
opções para o seu dinheiro. Seja qual for o seu perfil — 
ousado ou conservador —, a CAIXA tem uma modalidade 
de aplicação para você. 
Você garante o seu futuro e ainda conta com uma série de 
vantagens, sempre com a segurança e solidez da CAIXA. 
Internet: <www.caixa.gov.br > (com adaptações). 
(CEF – Técnico Bancário – 2006 – CESPE) No item a seguir, é 
apresentada uma reescritura dos dois parágrafos do anúncio 
acima. Julgue se a reescritura apresentada mantém as ideias 
originais e a correção gramatical. 
(1) A carteira de investimentos da CAIXA oferece as melhores 
escolhas para você aplicar o seu dinheiro. Se o seu perfil 
for ousado, a CAIXA tem uma modalidade de aplicação para 
o seu dinheiro; se for conservador, idem. 
Sempre com a segurança e a solidez da CAIXA, você garante 
o seu futuro, além de contar com uma série de vantagens. 
1: correta. A paráfrase não apresenta qualquer problema gramatical, 
alteração semântica ou perda de coerência com o texto original. 
Gabarito 1C
(CEF – Técnico Bancário – 2006 – CESPE) Julgue os itens seguintes. 
(1) É correta e coerente com o texto “Missão” a substituição 
de “intermediando” e “atuando” por ao intermediar e em 
atuar, respectivamente. 
(2) O texto “Missão” permanecerá correto, se o trecho “caráter 
social, tendo como valores fundamentais” for substituído 
por: caráter social. Têm como valores fundamentais. 
1: incorreta. A substituição do gerúndio pelo infinitivo em “interme-
diando” altera a coerência do texto, porque “ao intermediar” traz a ideia 
de conformidade, não presente na oração original. Já a substituição de 
“atuando” pela expressão proposta tornaria o texto gramaticalmente 
errado; 2: incorreta. O verbo “ter” deveria estar no singular (sem 
acento), porque, nessa paráfrase, resgataria o termo “missão” (linha 1). 
Gabarito 1E, 2E
1 Represen tan tes dos ma io res bancos b ras i l e i ros 
reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir

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