Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Feocromocitoma As glândulas suprarrenais estão acima do rim, na parte posterior do abdome chamado retroperitônio. A suprarrenal direita recebe irrigação de um dos ramos da aorta, e a suprarrenal esquerda é pelo um dos ramos da artéria renal. São glândulas pequena, com até 4 cm, dividas em 3 partes: · Capsula – sem função biológica, somente protege a suprarrenal · Córtex · Cada zona do córtex produz um hormônio diferente. · Zona glomerulosa · Zona fasciculada · A principal zona, 75% do córtex · Zona reticular · Medula adrenal Na tomografia podemos ver as glândulas suprarrenais, bem pequenas, no formato de Y invertido, próximas a aorta e dos pilares diafragmáticos. Tem que pedir uma tomografia com cortes finos porque as adrenais são muito pequenas e podem não ser pegas na tomografia com cortes maiores. HORMÔNIOS: · Cada região do córtex adrenal produz um hormônio especifico · A zona glomerulosa possui enzimas que serão responsáveis por produzir aldosterona, e os hormônios que que fazem parte da produção da aldosterona são considerados hormônios esteroidais porque eles proveem do colesterol · A zona fasciculada possui outras enzimas, e algumas delas também são as mesmas da zona glomerulosa, que ira produzir o cortisol · A zona reticular será responsável pelos hormônios andrógenos da adrenal, a testosterona e androstenediona · Estes hormônios acabam sendo mais importantes para a mulher porque nos homens a grande maioria dos hormônios andrógenos masculinas são produzidos no testículo, enquanto nas mulheres a produção é centrada na suprarrenal e nos ovários (em menos quantidade) FISIOLOGIA MEDULA: · Principais hormônios formados na medula renal: · São as catecolaminas · Dopamina · Noradrenalina · Adrenalina · Todos deles proveem da tirosina · As catecolaminas vao agir em diferenes receptores que se situam em diferentes órgãos, a ligação em receptores diferentes promovem funções e ações diferentes: · Receptores adrenérgicos: · Alfa-1: promovem vasoconstrição e aumento da PA (norepinefrina=noradrenalina) · Beta-1: cronotropismo (aumento da FC), inotropismo (aumenta a forca e de contração) e liberação de renina (norepinefrina) · Beta-2: vasodilatação, broncodilatação, glicogenólise (quebra o glicogênio hepático e libera glicogênio na circulação-pacientes com feocromocitoma podem apresentar hiperglicemia) e liberação de norepinefrina (epinefrina) EPIDEMIOLOGIA: · Feocromocitoma são tumores derivados das células cromafins da medula adrenal as células produtoras de catecolaminas · Assim é um tumor produtor de catecolaminas · Mais comum na quarta e quinta década de vida, com ocorrência igual em homens e mulheres · Maioria é por aparecimento esporádico, assim na grande maioria das vezes o individuo ira “produzir” o feocromocitoma sem ter nenhum fator de risco · O feocromocitoma pode aparecer em algumas síndromes, como: · Síndrome de Von Hippel-Lindau (VHL) · É uma doença que causa múltiplos cistos, em diversos órgãos, e causa um feocromocitoma produtor de noradrenalina · NEM-2 neoplasia endócrina múltipla tipo 2 · Ela causa feocromocitoma juntamente com carcinoma da tireoide, e uma doença chamada hiperparatireoidismo (funcionamento exacerbado da paratireoide) · Neurofibromatose tipo 1 (menos comum) · Causa fibromas na pele com algumas macnahs café com leite · Todas as síndromes acima são automossomicas dominantes QUADRO CLINICOS: · Sinais e sintomas estarão presentes em 50%, e os outros 50% serão assintomáticos (não serão diagnosticados, ou serão diagnosticados acidentalmente em um exame de imagem) · Tríade clássica do feocromocitoma: · Cefaleia (90%) · Taquicardia (70%) · Sudorese (70%) · Esses 3 sintomas aparecem em surtos, começam repentinamente. É um quadro de sintomas rápido porem intenso, pela alta liberação de adrenalina · Muitos pacientes são diagnosticados e tratados como se estivessem passando por sindrome do pânico. · Demais sintomas: · Dispneia · Palpitações · Sintomas do ataque do pânico · Hipertermia · Hipotensão · Pacientes com maior liberação de adrenalina/epinefrina o que noradrenalina, por agir no receptor beta-2, terá mais hipotensão do que hipertensão · Alteração do status mental · Perda de peso · Náusea e vômitos · Colelitíase · Constipação · Quem causa o tônus do intestinos é o sistema noradrenergicos · Geralmente, quanto maior o tumor, menores os sintomas. · Mesmo com o tumor maior e secretando mais hormônios, há menos sintomas por dois mecanismos básicos: · Down regulation do receptor: quanto mais expomos um receptor a um hormônio ou catecolaminas, ele deixa de expressar tanto o receptor · Quanto maior o tumor, mais pontes e assim a grande maioria da adrenalina sendo produzida se tornará norametanefrina e metanefrina, fazendo com que ele jogue mais metabolitos no sangue do que hormônio ativo. REGRA DOS 10%: Tudo quase no feocromocitoma é 10%: · 10-20% dos feocromocitoma não estão na adrenal · 20-25% são feocromocitoma familiares · 10% são em crianças · 10% ocorrem bilateralmente · 10% dos feocromocitoma após a remoção irão recorrer · 10% são malignos · 10% são encontrados na forma de incidentalomas (pacientes assintomáticos que acham os feocromocitoma por acidente, após realizar um exame de imagem por outras causas/razoes, por exemplo) · 10% são extra-abdominais DIAGNÓSTICO: · Temos que ver se ele possui as catecolaminas ou metabolitos no sangue aumentados no sangue ou na urina · Assim, o primeiro passo é pedir exame laboratorial · Se o exame laboratorial apresentar aumento, so então é feito um exame de imagem para continuar a valiacao · Pacientes podem apresentar resultados falso-positiv nos exames com o uso dos seguintes fármacos: betabloqueadores, opióides, paracetamol, ADT, descongestionantes, antipsicóticos INDICAÇÕES DE AVALIAÇÃO: · Se o paciente apresentar: · Tríade clássica · Sintomas adrenérgicos: · Início de hipertensão antes de 20 anos, hipertensão resistente (quando o paciente utiliza 3 medicações diferentes, uma dela sendo diurético, para tenta controlar a hipertensão), ou hipertensão com diabetes mellitus atípico (paciente que não possui fatores de risco para diabetes ou hipertensão) · Síndrome familiar · Incidentaloma de adrenal · Sempre encontrar algum nódulo incidentaloma na suprerrenal, sempre temos que mandar para endocrinologistas para descartar feocromocitoma · Pico hipertensivo em anestesia, cirurgia ou angiografia · Porque quando damos contraste ou algum tipo de anestésico o tumor é estimulado a produzir e liberar as catecolaminas · Miocardiopatia dilatada idiopática · Paciente sem doença de chagas, alcoólatra, ou qualquer outra razão para ter miocardiopatia TESTES DISPONIVEIS: · Metanefrinas plasmáticas (Sensibilidade 99%, eficiência 85%) · Tem que vir francamente aumentada · Melhor exame para realizar · Porem no sus não costuma fazer, e requer muito cuidado para realizar o exame · Catecolaminas plasmáticas (S 98%, E 98%) · Metanefrinas urinarias (E 93%) · Catecolaminas urinarias (S 98%, E 98%) · No sus se faz este, juntamente com metanefrinas urinarias · Acido vanil mandélico (baixa sensibilidade) Consideramos positivas a triagem/diagnostico se vier 2 vezes acima do valor de normalidade. 100% de probabilidade de feocromocitoma se vier 4 vezes acima do valor de normalidade. ETAPA 1- AVALIACAO BIOQUIMICA: Se o ratreio laboratorial vier positivo, pedir um exame de imagem · Catecolaminas e metanefrinas urinarias: se for positivo exame de imagem. Se as catecolaminas e metanefrinas urinaria vierem normais, confirmar com plasmática. Se os dois vierem negativas, descartamos. OU quando o paciente coletou os exames ele não teve a tríade, então pode ser feito o pedido de exame urinário ou plasmática para quando ele tiver a tríade, assim ele ira pegar os níveis de catecolaminas e metanefrinas no surtos. · Metanefrinas plasmáticas: se estiver disponível, realizar como primeira linha de investigação por ser o exame com maior sensibilidade. Valor normal afasta o diagnostico. Valor 4 vezes acima do valor normal, confirma o diagnostico de feocromocitoma. Sevier com valor entre 2-4 vezes maior do que o valor de normalidade, confirmar com catecolaminas e metanefrinas urinarias. TESTES DIANAMICOS: Quando receboms um exame no limbo, onde não sabemos com certeza o diagnsotico. Podemos fazer o exame de supressão. · Supressão: administrar clonidina 0,4 mg por via oral. Medir as metanefrinas plasmáticas no tempo 0, 60 min, 120 min e 180 min. Se a metanefrina plasmática apresentar queda de pelo menos 40% do valor basal, excluímos que seja feocromocitoma · Tomar cuidado com os pacientes hipotensos e/ou desidratados, pois pode piorar o quadro · Raramente sera necessário realizar o teste de supressão porque os exames anteriores sempre são bem claros no diagnostico. ETAPA 2-EXAME DE IMAGEM: · 85-90% dos casos estará presente na adrenal · Feocromocitoma extra-adrenal: · Abdominal: · 75% para-aórtica · 10% bexiga · 5% Cabeça, pescoço, pelve · É realizado tomografia do abdome e pelve, com 93-100% de sensibilidade e eficiência de 70% · Imagem da adrenal bem delimitada, arredondada ou oval, > 3cm, heterogênea, com áreas císticas, calcificações, >20UH, vascularizações aumentada, Washout absoluto <50% · Ressonância magnética de abdome: · Sensibilidade 80-90% · Sensibilidade de 93% e eficiência de 67% · Não necessita contraste, melhor avaliação de paraganglioma · Imagem hiperintensa em T2 · MIBG com I-131 ou I-123 · A cintilografia é feita quando não foi possível encontrar o paraganglioma · Se assemelha a norepinefrina (acúmulo em células cromafins) · Indicação: quando paraganglioma não foi encontrado, tumores maiores que 5-10 cm (para identificar se o tumor é maligno e já realizou metástase), metástases (MIBG terapêutico), lesões multifocais, recorrência, tumores extra-adrenais · PET-FDG: · Mais sensível que MIBG para detecção de metástases · PET-GALIO-68 dotatato · Sensibilidade de quase 100% (padrão outro para detecção de metástase. TESTES GENETICOS: · Paraganglioma · Feocromocitoma bilateral · Feocromocitoma em menores de 45 anos · Feocromocitoma/paraganglioma + história familiar · Achados clínicos de alguma síndrome PREPARADOS PRÉ-OPERATORIO: · Alfa-bloqueador (antagonista alfa-1) · Começado pelo menos 10-14 dias antes da cirurgia · Does baixa inicialmente ate paciente restaurar volemia (com o alfa-bloqueador o paciente vai ficar vasodilatado) beber bastante liquido e fazer dieta hipersódica · Suspender 8 horas antes da cirurgia · Medicacoes: · Prazosina (comprimidos 1,2 e 4mg) · Doxazosina (comprimidos 1,2 e 4 mg) 2mg/dia, podemos usar ate 32mg/dia · Bloqueadores de canal de cálcio: · Só utilizamos se chegamos na dose máximo de alfa-bloqueador e o paciente continua hipertenso · Segunda classe de anti-hipertensivo escolhido. · Medicacoes: · Anlidipino 1 comp de 5mg ate 10mg/dia · Nifedipino · Betabloqueadores: · Em casos de taquirritimias, o betabloqueador é so depois de alfa-bloqueio (se fazemos o betabloqueador logo de cara, vamos bloquear o receptor beta-1 e beta-2, as catecolaminas iram direto para o receptor alfa-1 causando uma hipertensão gravíssima no paciente) · Caso hipertenso mesmo com alfabloqeuio por pelo menos 4 semanas associado a bloqueador de canal de cálcio, para garantir que todos os alfa receptores estão bloqueados antes de administrar o beta-bloqueador. CIRURGIA: · Retirada da adrenal com o feocromocitoma (adrenalectomia), se ambas as adrenais tiverem o feocromocitoma, ambas devem ser retiradas e realizar reposição os hormônios suprarrenais. SEGUIMENTO DOS PACIENTES: · Catecolaminas/metanefrinas 2-4 semanas após cirurgia · Se normais: o feocromocitoma foi retirado com sucesso · Se elevada: lesão residual ou metástase não vista antes da cirurgia · Se houver lesão residual operável, operar para retirar · E se houver metástase, julgar dependendo do caso · Metanefrinas e catecolaminas anuais por ate 10 anos (nos casos de feocromocitoma esporádicos), se for um caso de historia famíliar e/ou paragangliomas terá que testar as metanefrinas e catecolaminas pela vida toda. · Testas parentes de primeiro grau para feocromocitoma.
Compartilhar