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UNIDADE 3 A GRAMÁTICA E SUAS PARTES TÓPICO 1 AS CLASSES DE PALAVRAS AS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE Na Língua Portuguesa as palavras são classificadas de acordo com a função que exercem dentro de uma frase. São reconhecidas dez classes de palavras, e cada uma delas tem um papel específico na frase. Logo, qualquer expressão ou palavra na nossa língua, dependendo das suas características, está conectada a uma dessas dez classes de palavras. VARIÁVEIS • Substantivo • Artigo • Adjetivo • Numeral • Pronome • Verbo INVARIÁVEIS • Advérbio • Preposição • Conjunção • Interjeição O substantivo é uma classe gramatical, logo é objeto de estudo da morfologia. Entretanto, dentro da oração, ele possui função sintática. Por isso, é importante entendê-lo a partir desses dois prismas, ou seja, morfológico e sintático. De maneira bem sucinta, podemos dizer que substantivo é a palavra que nomeia os seres com vida ou sem vida, ou seja, tudo que recebe um nome é um substantivo. SUBSTANTIVO TIPOS DE SUBSTANTIVO • Comum - Quando não especificam, pelo contrário, generalizam. Exemplo: menino, criança, país, estado, cidade. • Próprio - Quando especificam, quando particularizam. Exemplo: João, Brasil, Joinville, Maria. • Simples - Nomes que possuem apenas uma palavra. Exemplo: Chuva, anjo, flor, fogo • Compostos - Nomes formados por duas palavras. Exemplo: Guarda-chuva, porta-copo, guarda-roupa • Concretos - Quando sua existência é independente, ou seja, não precisa de algo ou de alguém para se manifestar. Exemplo: Mesa, duende, bruxa, sofá • Abstratos - Quando sua existência depende de algo ou de alguém. Exemplo: Raiva (existe no ser com raiva), Beleza (existe no ser que é belo). • Coletivos - Quando indicam coleção, conjunto de seres, desde que pertençam à mesma espécie. Exemplo: Fauna (animais de uma região), biblioteca (livros), vocabulário (palavras) O adjetivo é uma classe de palavras que atribui características aos substantivos, ou seja, ele indica suas qualidades e estados. Essas palavras variam em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e grau (comparativo e superlativo). ADJETIVO TIPOS DE ADJETIVOS • Adjetivo Simples - apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro, triste, lindo, bonito. O menino pobre, andava sem destino • Adjetivo Composto - apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro, superinteressante, rosa- claro, amarelo-ouro. Ela escolheu aquele suéter amarelo-ouro. • Adjetivo Primitivo - palavra que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: bom, alegre, puro, triste, notável. É notável a inteligência do rapaz. • Adjetivo Derivado - palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: articulado (verbo articular), visível (verbo ser), formoso (substantivo formosura), tristonho (substantivo triste). O menino andava tristonho pela escola. • Adjetivo Pátrio (ou adjetivo gentílico) - indica o local de origem ou nacionalidade de uma pessoa. Exemplos: brasileiro, carioca, paulista, europeu, espanhol. Aquela jovem moça é paulista de coração. Os advérbios são uma classe de palavras que costuma acompanhar os verbos, dando-lhes características. Além disso, eles também acompanham adjetivos e outros advérbios. Podem ser classificados como: • Advérbios de tempo • Advérbios de lugar • Advérbios de modo • Advérbios de intensidade • Advérbios de afirmação • Advérbios de negação • Advérbios de dúvida ADVÉRBIO Esta classe indica a ideia numérica dos seres. De acordo com as ideias que exprimem, o numeral pode ser classificado da seguinte maneira: • Cardinais: por expressar a quantidade exata dos seres. • Ordinais: por expressar a ordem dos seres. • Multiplicativos: por expressar aumento de proporção de uma quantidade ou multiplicação. • Fracionários: por expressar diminuição de proporção de uma quantidade ou divisão. NUMERAL Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos. Os artigos se dividem em: • Artigos Definidos - Determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu comprei o carro. • Artigos Indefinidos - Determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu comprei um carro. ARTIGO Preposição é a palavra invariável que liga dois termos da oração, subordinando um ao outro. Sintaticamente, as preposições não exercem propriamente uma função: são consideradas conectivos, ou seja, elementos de ligação entre termos oracionais. As principais preposições essenciais que elencamos para seus estudos são: a, ante, até, após, com, contra, dês / desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre. PREPOSIÇÃO LOCUÇÕES PREPOSITIVAS As locuções prepositivas são duas ou mais palavras com valor de uma preposição, sendo que a última é sempre uma preposição essencial. Podemos elencar, como de uso mais frequente, as seguintes locuções prepositivas: CONJUNÇÃO As conjunções são vocábulos gramaticais cuja função é reunir ou relacionar orações em um mesmo enunciado. Quando houver duas ou mais palavras com a função de conjunção, dizemos que se trata de uma locução conjuntiva. As conjunções e locuções conjuntivas têm o objetivo de unir duas ou mais orações ou palavras. Exemplo : • O cachorro fugiu de casa. O cachorro voltou no dia seguinte. • O cachorro fugiu de casa, mas voltou no dia seguinte. Podemos dizer, então, que conjunções são palavras invariáveis que conectam orações, estabelecendo entre elas uma relação de subordinação ou de coordenação. Portanto, as conjunções são classificadas em: • Conjunção coordenativa: são as que simplesmente coordenam as orações. Não estabelecem relação de dependência sintática (sentido). Dividem-se em: ▪ Aditivas: são as que expressam relação de soma. Ex.: nem, e, não só, mas também. ▪ Adversativas: são as que expressam relação de adversidade ou oposição. Ex.: mas, porém, todavia, contudo, não obstante, entretanto. ▪ Alternativas: são as que expressam sentido de alternância ou exclusão. Ex.: ou, ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer. ▪ Conclusivas: estas exprimem relação de conclusão. Ex.: logo, assim, portanto, por isso, pois (posposto ao verbo). ▪ Explicativas: são as que exprimem sentido de explicação. Ex.: que, porque, pois (anteposto ao verbo). • Conjunção subordinativa: são as que ligam duas orações e estas são dependentes uma(s) da(s) outra(s). ▪ Causais: expressam relação de causa. Ex.: porque, pois, porquanto, como (= porque), pois que, visto que, visto como, por isso que, já que, uma vez que, entre outras. ▪ Concessivas: são as que iniciam orações adverbiais que exprimem concessão. Ex.: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, apesar de que, entre outras. ▪ Condicionais: são as que iniciam orações adverbiais que exprimem condição. Ex.: se, caso, contanto que, salvo se, desde que. ▪ Conformativas: são as que iniciam orações adverbiais que indicam conformidade. Ex.: conforme, segundo, como, consoante. ▪ Comparativas: estas iniciam orações adverbiais que exprimem comparação. Ex.: como, mais... que, menos... que, maior... que, menor... que, entre outras. ▪ Consecutivas: são as que iniciam orações adverbiais que indicam consequência. Ex.: que (combinado com tal, tanto, tão, tamanho), de sorte que, de forma que. ▪ Finais: são as que iniciam orações adverbiais para expressar finalidade. Ex.: para que, a fim de que. ▪ Proporcionais: estas iniciam as orações adverbiais que indicam proporção. Ex.: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos. ▪ Temporais: iniciam orações adverbiais que exprimem tempo. Ex.: quando, enquanto, logo que, depois que, antes que, desde que, sempre que, até que, assim que, todas as vezes que. ▪ Integrantes: estas iniciam as orações subordinadas substantivas que representam sujeito, objeto direto etc. Ex.: que, se. A interjeição é uma das classesde palavras invariáveis. Ela exprime sensações e estados emocionais. Dito em outras palavras, com a interjeição traduzimos de modo vivo nossas emoções. Podemos dizer que o uso dessa classe é mais frequente em textos narrativos, nos quais há a apresentação de falas coloquiais, pois contribuem para transmitir ao leitor as emoções e reações das personagens. significado da interjeição dependerá do momento em que é expressa e também da entonação de voz. INTERJEIÇÃO Classificação das interjeições: • De alegria: Ah! Eh! Oh! Oba! Viva! • De dor: Ai! Ui! • De animação: Vamos! Coragem! • De chamamento: Psiu! Olá! Alô! • De desejo: Quem me dera! Tomara! Oxalá! • De silêncio: Psiu! Boca fechada! Quieto! • De aplauso: Bis! Viva! Bravo! • De medo: Ui! Uh! Ai! Credo! Que horror! • De espanto, surpresa: Ah! Oh! Nossa! Xi! • De alívio: Ufa! Ah! Uf! Arre! Uai! • De afugentamento: Fora! Xô! Passa! Dentre as classes de palavras, podemos dizer que o verbo é a palavra que mais varia. Sendo assim, ele indica: pessoa, número, tempo, modo, estados e fenômenos naturais e voz. Ele exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo. Agora que já sabemos qual a função dos verbos, vamos conhecer um pouco mais sobre eles. VERBO O verbo constitui-se basicamente em duas partes: radical e terminação (desinência). Veja o exemplo com os verbos amar, sofrer e partir, conjugados no presente do indicativo: A língua portuguesa é riquíssima em vocábulos e existem, aproximadamente, cerca de onze mil verbos, divididos em três subgrupos chamados de conjugações. Conjugar um verbo é dizê-lo em todas as suas formas nas diversas pessoas, números, tempos, modos e vozes. São três as conjugações: • Pertencem à primeira conjugação os verbos terminados em -ar: amar, cantar, dançar;... • Pertencem à segunda conjugação os verbos terminados em -er; -or: fazer, comer, crescer; compor; expor;... • Pertencem à terceira conjugação os verbos terminados em -ir: pedir, partir, sentir... O verbo apresenta várias flexões. São elas: • Pessoa: Primeira (eu, nós) Segunda (tu, vós) Terceira (ele, eles) • Número: Singular (refere apenas uma pessoa) Plural (refere a mais de uma pessoa) • Modo: Indicativo (indica fato que ocorre, ocorreu ou ocorrerá) Ex: Pedro partiu ontem. Subjuntivo (indica um fato hipotético, não é certo que ocorrerá) Ex: Quem sabe eu vá a reunião; Imperativo (indica ordem, pedido, súplica, sugestão, convite) Ex: Vá embora! • Tempo: PRESENTE PRETÉRITO • Pretérito Perfeito • Pretérito Imperfeito • Pretérito Mais que Perfeito FUTURO • Futuro do Presente • Futuro do Pretérito • Voz verbal: em algumas ações verbais, o verbo admite estruturas com diferentes atuações do sujeito. São os casos em que o verbo sofre a flexão de voz. São três as vozes verbais, vamos conhecê- las? • Ativa: é quando o sujeito é o agente da ação verbal, ou seja, ele pratica a ação. Ex.: Os alunos estudaram muito para a avaliação. Neste caso, o sujeito da frase é “Os alunos”, e estes realizaram a ação do verbo estudar. • Passiva: é quando o sujeito é paciente da ação verbal, isto é, ele recebe ou sofre a ação. Ex.: Carolina foi machucada por Aline. Neste caso, o sujeito é “Carolina”, e este sofre ou recebe a ação expressa pelo verbo machucar. • Reflexiva: acontece quando o sujeito é agente e paciente da ação verbal. Dito em outras palavras, ele pratica a ação em si mesmo e a recebe. Ex.: Cláudio penteou-se assim que levantou. Note que o sujeito “Cláudio” pratica e recebe a ação expressa pelo verbo. Além das conjugações e flexões, os verbos apresentam-se sob diferentes formas, denominadas formas nominais. São elas: infinitivo, gerúndio e particípio. Apresentam terminações próprias que podem identificá-las com facilidade: PRONOMES Pronomes são palavras empregadas na frase utilizadas para substituir um substantivo ou para acompanhá-lo, determinando sua extensão. Vejamos alguns exemplos: Os acadêmicos estudaram muito para a prova, mas ela era difícil. Perceba no exemplo acima como o pronome “ela” substitui o substantivo “prova”, evitando que o termo seja repetido na frase. O pronome, portanto, é um elemento de coesão textual. Os pronomes pertencem à classe de palavras variáveis e podem ser classificados em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Pronome pessoal é aquele que substitui o substantivo. Eles indicam os seres que representam as pessoas do discurso. Eles se dividem em três tipos: do caso reto, do caso oblíquo e os de tratamento. Essa classificação se dá de acordo com a função que eles exercem nas orações. Exemplo: Cláudio saiu mais cedo do trabalho. Ele precisava ir ao médico. Patrícia foi ao shopping comigo. PRONOMES PESSOAIS PRONOMES PESSOAIS Pronomes possessivos: são os que fazem referência às pessoas do discurso, indicando a relação de posse existente. Sendo assim, eles mantêm com os pronomes pessoais uma estreita relação, pois designam o que pertence aos seres referidos pelos pronomes pessoais. Exemplo: Você sabe o que há de errado com sua mãe? Estas flores no vaso são minhas. PRONOMES POSSESSIVOS PRONOMES POSSESSIVOS O pronome demonstrativo, assim como o possessivo, também mantém um vínculo estreito com os pronomes pessoais, pois indica, com relação às pessoas do discurso, o que delas está mais próximo ou distante, no espaço e no tempo. Exemplo: Esta semana a turma está com sorte. Esse mês vai haver muitas provas. PRONOMES DEMONSTRATIVOS Pronomes indefinidos referem-se à 3ª pessoa do discurso e, como o nome indica, de maneira imprecisa, indefinida. Faz-se uma divisão entre os pronomes indefinidos. São eles: variáveis e invariáveis. Exemplo: Poucos vieram para o passeio. (Variável) Ninguém pode me obrigar a fazer isso. (Invariável) PRONOMES INDEFINIDOS Pronomes interrogativos: como o nome sugere, os interrogativos são usados para formular perguntas diretas ou indiretas. Ex.: Que assunto é esse? (pergunta direta) Diga-me que assunto é esse. (pergunta indireta) PRONOMES INTERROGATIVOS PRONOMES RELATIVOS Pronomes relativos: são os que substituem um substantivo citado anteriormente e dão início a uma nova oração. Ex.: Comprei uma casa. A casa é perfeita. (SUBSTANTIVO) A casa que comprei é perfeita. (PRONOME RELATIVO) COLOCAÇÃO PRONOMINAL A colocação pronominal faz referência à posição dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo. Os pronomes pessoais oblíquos átonos são: me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos. O pronome pode estar em três posições distintas em relação ao verbo: • Próclise • Mesóclise • Ênclise Chamamos de próclise quando o pronome se posiciona antes do verbo. Nas mais diversas situações de escrita, nas quais se faz necessária a linguagem padrão, precisamos utilizá-la corretamente. Vamos conhecer algumas delas. A próclise é empregada quando: • Antes do verbo houver palavras de sentido negativo. Ex.: Nada me faz voltar atrás. • Antes do verbo houver um advérbio. Ex.: Naquela cidade se fala alemão. PRÓCLISE • Antes do verbo houver pronomes (relativos, indefinidos e demonstrativos) Ex.: Isso me deixou muito feliz. • Antes do verbo houver preposição seguida de gerúndio. Ex.: Em se tratando de saneamento, o Brasil ainda tem que investir muito na área de tratamento de esgoto. Denomina-se mesóclise o fato de o pronome posicionar-se no meio do verbo. Em duas situações é admitido o emprego da mesóclise. Vejamos: • Verbo no futuro do presente. Ex.: Comprar-te-ei um presente. (comprarei + te) • Verbo no futuro do pretérito. Ex.: Comprar-te-ia um presente, se tivesse dinheiro. (compraria + te) MESÓCLISE A ênclise ocorre quando o pronome se encontra depois do verbo. São justificativas para a ênclise: • Frase iniciada com verbo. Ex.: Entregaram-me os relatórios no momento da reunião. • Depois de pausa. Ex.: Crianças, comportem-se! • Verbo no infinitivo impessoal. Ex.: Irei contar-lhe tudo sobre a reunião. ÊNCLISE TÓPICO 2 PONTUAÇÃO,ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN O EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO Na linguagem escrita, utilizamos sinais para marcar pausas, ritmo, divisões das ideias, relacionamento das palavras e grupos de palavras entre si, como também os sinais que indicam a entonação na voz e melodia do texto. Esses são chamados de sinais de pontuação e permitem à escrita maior clareza e simplicidade. Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios. PONTO FINAL (.) O ponto final representa a pausa máxima da voz. É empregado ao final de frases imperativas e declarativas (afirmativas). Exemplos: Estude para a avaliação. (frase imperativa) Vamos redigir o relatório ainda hoje. (frase declarativa/afirmativa) Em abreviaturas também utilizamos o ponto final (exceto em unidades de medida: m (metros), h (horas), kg (quilogramas). Veja: Sr. (senhor), Sra. (senhora), Srta. (senhorita), p. (página), etc. (et cetera), Cia. (companhia). DOIS PONTOS (:) Os dois-pontos são empregados, na escrita, para marcar uma sensível suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída. São empregados nos seguintes casos: • Para iniciar uma enumeração. Exemplo: O computador tem a seguinte configuração: - memória RAM 500 MB; - HD 120 GB; - fax-modem; ... • Antes de uma citação. Exemplos: “Eu lhe responderia: a vida é uma ilusão”... (A. PEIXOTO) Como já diz a música: o poeta não morreu. • Para iniciar a fala de uma pessoa, personagem. Exemplo: O repórter disse: – Nossa reportagem volta à cena do crime. • Para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito. Exemplos: O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. PONTO E VÍRGULA (;) Como o próprio nome indica, este sinal serve de intermediário entre o ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais desta, segundo os valores pausais e melódicos que representa no texto. Emprega-se o ponto e vírgula nos seguintes casos: • Para itens de uma enumeração. Exemplo: As vozes verbais são: a) voz ativa; b) voz passiva; c) voz reflexiva. • Para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia – e substituir a vírgula. Exemplo: Deveria entregar o documento hoje; porém só o entregarei amanhã à noite. • Para separar orações coordenadas que já tenham vírgula em seu interior. Exemplo: “Não gostem, e abrandem-se; não gostem, quebrem-se; não gostem, e frutifiquem”. (Pe. Antônio Vieira) VÍRGULA (,) A vírgula é um recurso textual que pode modificar o sentido do texto. Por isso, é sempre importante que você revise bem seus escritos para verificar se suas intenções estão claras. A vírgula também marca uma pequena pausa e deve indicar uma mudança na entonação. Ela ainda é usada nos seguintes casos: • Para separar o nome de localidades das datas. Exemplo: Indaial, 14 de janeiro de 2012. • Para separar o vocativo. Exemplo: Senhor, eu preciso que você envie a ata da reunião com antecedência. • Para separar o aposto (APOSTO é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lo melhor). Exemplo: Brasília, capital da república, fundou-se em 1960. • Para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como: isto é, aliás, além, por exemplo, além disso, então. Exemplos: O sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus. • Para separar orações coordenadas assindéticas. (Oração coordenada assindética é aquela colocada justaposta, ou seja, uma ao lado da outra, sem qualquer conectivo que as enlace). Exemplos: “Os anos vieram,/ o menino crescia,/ as esperanças maternas de D. Carmo iam morrendo”. (Machado de Assis) • Para separar orações coordenadas sindéticas, desde que não sejam iniciadas por e, ou, nem. (Oração coordenada sindética é aquela ligada por uma conjunção coordenativa. No exemplo a conjunção coordenativa é a vogal “e”.) Exemplo: “Nas horas nobres deitava no chão, cruzava as mãos debaixo da cabeça e ficava olhando as nuvens...” (Lygia Fagundes Telles) • Para separar orações adjetivas explicativas. (Oração adjetiva explicativa é aquela que acrescenta ao antecedente uma qualidade acessória, isto é, esclarece a qualidade ou a sua significação. No exemplo que se segue, a oração adjetiva explicativa é introduzida pelo pronome relativo “que”.) Exemplos: O motorista, que fumava nervosamente, ficou quieto. • Para separar o adjunto adverbial. (Adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. No exemplo anterior, o adjunto adverbial indica modo.) Exemplo: Com a pá, retirou a sujeira. • Para separar termos da mesma função sintática. Exemplos: Gostava dos amigos, da cidade, das coisas. • Para separar elementos paralelos de um provérbio. Exemplos: Tal pai, tal filho. Casa de ferreiro, espeto de pau. PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) É utilizado ao fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta direta. Exemplos: Quem é você? Por que não me disseram nada sobre o caso? O ponto de interrogação não deve ser usado nas perguntas indiretas. Exemplo: - Quem chegou? [= interrogação direta] - Diga-me quem chegou. [= interrogação indireta] PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!) É usado no fim de frases exclamativas, depois de interjeições ou do imperativo. Exemplos: Ah! Não se esqueça de trazer o material amanhã! (FRASE EXCLAMATIVA) Nossa! Que lindo seu trabalho! (INTERJEIÇÃO) Coração, para! Ou refreia, ou morre! (A. de Oliveira) (IMPERATIVO) RETICÊNCIAS (...) Este sinal de pontuação marca uma suspensão na frase, devido, muitas vezes, a elementos de natureza emocional. Dito em outras palavras, as reticências indicam uma interrupção ou suspensão na sequência normal da frase. São usadas nos seguintes casos: • Para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Exemplos: Estava digitando quando... • Para marcar suspensões provocadas por hesitações, surpresa, dúvida e timidez, comuns na língua falada. Exemplos: Fiador... para o senhor?! Ora!... • Para indicar movimento ou continuação de um fato. Exemplo: E as pessoas foram entrando... ASPAS (“ ”) São empregadas nos seguintes casos: • Citações diretas. Exemplo: Segundo Silva (2012, p. 91), a representação é “uma forma de atribuição de sentido. Como tal, a representação é um sistema linguístico e cultural: arbitrário, indeterminado e estreitamente ligado a relações de poder”. • Também usamos aspas na representação de nomes de livros e legendas. Exemplos: Já li “O Ateneu”, de Raul Pompéia. TRAVESSÃO ( - ) Este sinal de pontuação é utilizado: • Para indicar a mudança de interlocutor nos diálogos. – Por que você não toca? – perguntei. • Para isolar a fala da personagem da fala do narrador. – Que deseja agora? – gritou-lhe afinal, a voz transtornada. • Para destacar ou isolar palavras ou expressões no interior das frases (como se fossem parênteses). Grande futuro? Talvez naturalista, literato, arqueólogo, banqueiro, político, ou até bispo – bispo que fosse –, uma vez que fosse um cargo... (Machado de Assis). PARÊNTESES ( ) Este sinal de pontuação tem a função de intercalar, no texto, qualquer indicação acessória. É geralmente utilizado nos seguintes casos: • Na separação de indicação de ordem explicativa. Exemplo: Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo verbal) e o predicativo (núcleo nominal). • Na separação de um comentário ou reflexão. Exemplo: Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está manchada) por todo o país. A ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS Na língua escrita, existem sinais que acompanham as letras. Tais sinais estão relacionados à pronúncia das palavras. O acento gráfico é um desses sinais e possui três nomenclaturas. São elas: • Agudo (´); • Circunflexo (^); • Grave (`). A CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A TONICIDADE DAS SÍLABASTodas as palavras da língua portuguesa apresentam uma sílaba mais forte. Sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade, mais força. As demais sílabas de uma palavra são chamadas átonas. Só existe uma sílaba tônica em cada palavra. Por exemplo: na palavra cadeira, a sílaba tônica é a penúltima (dei); as outras, (ca) e (ra) são átonas. Na língua portuguesa, a sílaba tônica só pode ocorrer nas três últimas sílabas (sempre contadas de trás para frente): quando ocorre na última é chamada de oxítona; na penúltima, de paroxítona; e na antepenúltima, de proparoxítona. OXÍTONAS Oxítona é uma palavra que tem a última sílaba como sílaba tônica, ou seja, a sua última sílaba é aquela que é pronunciada com mais força. As restantes sílabas da palavra são átonas, sendo pronunciadas com menor intensidade. Acentuam-se todas as palavras oxítonas terminadas em: • a(s) – Pará, sofás, babá, está... • e(s) – café, chulé, boné, pontapé... • o(s) – jiló, avó, avôs... • em, ens – também, parabéns, alguém... PAROXÍTONAS Paroxítonas são palavras que têm a penúltima sílaba da palavra como sílaba tônica. Maioritariamente não são acentuadas e representam a maioria das palavras da língua portuguesa. Exemplos de palavras paroxítonas: • amigo (a-mi-go); • vizinho (vi-zi-nho); • felicidade (fe-li-ci-da-de); Os casos onde as palavras paroxítonas devem ser acentuadas seguem a seguinte regra das palavras terminadas em: • L – amável, louvável, túnel... • N – elétron, próton, hífen... • R – açúcar, câncer... • X – ônix, tórax... • Ps – bíceps, tríceps, fórceps... • us – vírus, bônus, ânus... • ã(s) – órfã, ímã... • ão(s) – bênção, órfãos, órgãos... • ei(s) – pônei, jóquei... • i(s) – táxi, júris, tênis... • um, uns – bônus, álbum, álbuns... • Ditongo crescente – sério, ânsia, mágoa, substância... PROPAROXÍTONAS Proparoxítona é uma palavra que tem a antepenúltima sílaba como sílaba tônica, ou seja, a sua antepenúltima sílaba é aquela que é pronunciada com mais força. As restantes sílabas da palavra são átonas, sendo pronunciadas com menor intensidade. Todas as palavras levam acento. Ex.: sábado, elétrico, música, matemática, límpido, lúcido, lâmpada, fôlego, excêntrico, gênio, crânio, sílaba etc. CRASE A crase é um fenômeno fonético que corresponde à união do a preposição com o a artigo, ou ainda os pronomes demonstrativos aquele, aquela. Quando ocorre essa união, devemos indicá-la com o acento grave. Existem regras para o uso correto do acento grave. Para melhor explicação e visualização, dispomo-las em um quadro, que segue: HÍFEN O hífen é um sinal gráfico cujas funções estão associadas a uma infinidade de ocorrências linguísticas, Entre essas funções, podemos citar: ligar palavras compostas; fazer a junção entre pronomes oblíquos e algumas formas verbais; separar as sílabas de um dado vocábulo; ligar algumas palavras precedidas de prefixos etc. Com o advento da Nova Reforma Ortográfica, houve algumas mudanças em relação à sua aplicabilidade. CASOS DE UTILIZAÇÃO DO HÍFEN • O hífen é usado quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com a mesma vogal. Anti-inflamatório - Anti-inflacionário - Micro-ondas - Micro-organismo Nota importante: Essa regra padroniza algumas exceções já vigentes antes do Acordo, como auto-observação, auto-ônibus e contra-atacar. • Tal regra não se aplica aos prefixos “-co”, “-pro”, “-re”, mesmo que a segunda palavra comece com a mesma vogal que termina o prefixo. Coobrigar – Coadquirido – Coordenar – Reeditar – Proótico – Proinsulina • Com prefixos, emprega-se o hífen diante de palavras iniciadas com “h”. anti-higiênico - anti-histórico - extra-humano - pró-hidrotrópico - super-homem • Emprega-se o hífen quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra começar com a mesma consoante. inter-regional - sub-bibliotecário - super-resistente • Com o prefixo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”, usa-se o hífen. sub-regional - sub-raça - sub-reino • Diante dos prefixos -além, -aquém, -bem, -ex, -pós, - recém, -sem, - vice, usa-se o hífen. além-mar - aquém-mar - recém-nascido - sem- terra - vice-diretor - bem-humorado • Diante do advérbio “mal” , quando a segunda palavra começar por vogal ou “h”, o hífen está presente. mal-humorado - mal-intencionado - mal-educado • Com os prefixos “-circum” e “-pan”, diante de palavras iniciadas por “vogal, m, n ou h”, emprega-se o hífen. circum-navegador - pan-americano - circum- hospitalar - pan-helenismo • Com sufixos de origem tupi-guarani, como “-açu”, “- guaçu”, “-mirim”, usa-se o hífen. jacaré-açu - cajá-mirim - amoré-guaçu CASOS QUE NÃO SE USA HÍFEN Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com uma vogal diferente. • Não se usa mais o hífen em determinadas palavras que perderam a noção de composição. O hífen ainda permanece em substantivos compostos que perderam sua significação individual para construir uma unidade semântica, como também naqueles que designam espécies botânicas e zoológicas. bem-te-vi - couve-flor - guarda-chuva - erva-doce - pimenta-de-cheiro • Não se emprega mais o hífen em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas. fim de semana - café com leite • Quando a segunda palavra começar com “r” ou “s”, depois de prefixo terminado em vogal, retira-se o hífen e essas consoantes são duplicadas. • O hífen será mantido quando os prefixos terminarem com “r” e o segundo elemento começar pela mesma letra. hiper-requintado - inter-regional - super- romântico - super-racista • Não se emprega o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”. anteprojeto – autopeça – contracheque – extraforte – ultramoderno • O hífen não deve ser usado quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa por vogal ou outra consoante diferente. Hipermercado – hiperacidez – intermunicipal – subemprego – superinteressante - superpopulação • Diante do advérbio “mal”, quando a segunda palavra começar por consoante, não se emprega o hífen. Malfalado – malgovernado – malpassado - maltratado TÓPICO 3 LÍNGUA PORTUQUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA DE UM TEXTO AMBIGUIDADE A ambiguidade consiste na duplicidade de sentido e, acredite, nem sempre ela é um problema. Muitas vezes, a ambiguidade é fruto de uma intenção determinada e clara, encontrada especialmente em textos publicitários e humorísticos. Em outras ocasiões, porém, ela surge sem que seja desejada e pode até causar algum tipo de constrangimento. AMBIGUIDADE - EXEMPLO Ana encontrou o gerente da loja com o seu irmão Nesse exemplo o duplo sentido da frase acontece em relação à expressão seu irmão. Da maneira como a frase foi escrita não é possível saber se o irmão na frase é irmão de Ana ou irmão do gerente da loja. Soluções de escrita para deixar a frase sem ambiguidade: •Ana encontrou o seu irmão com o gerente da loja. •Ana encontrou o gerente da loja com o irmão dele. ESTRANGEIRISMOS Entende-se por estrangeirismos palavras e expressões de línguas estrangeiras utilizadas cotidianamente em um país onde a língua oficial é outra, como no caso do Brasil: o uso do inglês “misturado” com a Língua Portuguesa. O “Samba do Approach”, dos compositores Zeca Pagodinho e Zeca Baleiro, é um exemplo da presença do estrangeirismo na nossa língua. Venha provar meu brunch Saiba que eu tenho approach Na hora do lunch Eu ando de ferryboat... Lembre-se, ao utilizar palavras estrangeiras elas devem ser grafadas em itálico PLEONASMO O pleonasmo pode ocorrer como uma repetição desnecessária. Nesse caso o pleonasmo se torna vício de linguagem e é denominado pleonasmo vicioso. Acontece comumente na interação oral entre os falantes. Por exemplo: “descer para baixo”, “subir para cima”, “sair para fora”.
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