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Roteiro de estudo (completo) (2)

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Rede CNEC de Ensino Superior
Faculdade Cnec Rio das Ostras
Credenciado pela Portaria MEC Nº. 2.302, de 26 de agosto de 2003
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I*
PROFESSORA: CAMILA DE CASTRO BARBOSA BISSOLI DO BEM
UNIDADE I – NORMAS FUNDAMENTAIS E APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAISI
1 NORMAS FUNDAMENTAIS.
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único.  O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Art. 11.  Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único.  Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 12.  Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.
Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.             (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)           (Vigência)
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
1.1 Devido processo legal:
· A consagração do devido processo legal está na Constituição Federal.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
· Supra-princípio, super-princípio, princípio base.
· Aspecto processual, limitador do processo legislativo, garantia de respeito aos direitos fundamentais nas relações privadas.
· Due processo of law (Lei Inglesa – 1354).
· O legislador constituinte não se bastou em prevê-lo, mas cuidou de prever outras normas que dele decorrem, o que não faz entender que o que não está previsto na garantia não compõem o devido processual legal, até porque sua definição trata de conceito jurídico indeterminado.
· Devido processo legal substancial – substantive due process (razoabilidade e proporcionalidade) x Devido processo formal – procedural due process (tradicional concepção).
· Processo justo: Michele Taruffo
1.2 Contraditório:
· A consagração do princípio está na Constituição Federal:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
1.2.1 Conceito tradicional: informação + possibilidade de reação:
· Bilateralidade da audiência.
· A doutrina moderna o considera como próprio elemento do processo.
· Informação: comunicação processual (citação e intimação - notificação).
· Reação: direitos disponíveis e indisponíveis e a possibilidade de não reagir.
· Segundo o STJ o contraditório se renova continuamente no processo: “nulidade de algibeira”
· Art. 9º (CPC) – infelicidade da proibição da decisão sem que a outra parte seja ouvida.
1.2.2 Poder de influência das partes na formação do convencimento do juiz:
· Direito alemão: a garantia de ser informado e poder reagir é vazia e formal, essa possível reação deve influenciar necessariamente na decisão.
· Os juízes precisam se conscientizar disso! Exemplos negativos: contestação em audiência JEC e sustentação oral no Tribunal.
· Observar art. 7º CPC.
1.2.3 Contraditório como forma de evitar surpresa às partes:
· Presente na legislação francesa e português.
· É consecução lógica do princípio como um todo.
· Problemas com as questões de ordem pública – decisões de ofício.
· Art. 10 – dificuldade de aplicação pela Magistratura Nacional.
1.2.4 Contraditório inútil:
· Princípio absoluto ou garantia.
· Necessidade de sua ausência causar prejuízo à parte.
· Decisão inaudita altera pars; decisão monocrática negando seguimento de recurso; art. 9º, CPC.
1.2.5 Contraditório diferido ou postecipado:
· Inverte a ordem natural do momento da reação.
· Decisão inaudita altera pars.
· Nas antecipações de tutela pode se observar as duas ordens a depender do caso concreto.
· Crítica ao art. 9º: nem toda tutela de urgência permite o contraditório diferido.
· Tutela de evidência e contraditório diferido.
· 
1.3 Princípios do dispositivo e inquisitivo (inquisitório):
· Dispositivo x Inquisitivo: atuação judicial.
· Sistema misto: art. 2º, CPC.
· Processo cooperativo – Didier.
· Joan Picó i Junoy: iudex iudicare debet secundum allegata et probata, non secundum conscientizam.
1.4 Motivação das decisões:
· Motivação (razões pessoais) x Fundamentação(razões de direito): críticas.
· Controle de parcialidade e não elemento determinante de neutralidade.
1.4.1 Justificativas para a exigência da motivação das decisões judiciais:
· Prevista constitucionalmente:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;                                  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
· Primeiramente caráter exclusivamente endoprocessual – com o publicismo caráter exoprocessual (legitimidade política da decisão e possibilidade de controle)subjetivo é o dolo, é necessário que o agente queira subtrair a coisa alheia.
1.4.2 Roteiro para a fundamentação das decisões judiciais:
· Art. 11, CPC – Art. 489, §1º não devia ter previsto um rol.
· Concisão como virtude.
· Não basta indicar o dispositivo legal (art. 489, §1º, I).
· Necessidade de elucidar conceitos jurídicos indeterminado (art. 489, §1º, II) – exemplo: preço vil na arrematação.
· Proibição de decisão-padrão tanto que se assemelham a trabalhos acadêmicos, como aquelas que se resumem a preenchimento de requisitos legais - (art. 489, §1º, III) - Processo repetitivo.
· Fundamentação exauriente (todas as alegações) x fundamentação suficiente (todos os pedidos). A evolução da fundamentação suficiente e exauriente – o entendimento do STJ a interpretação do art. 489, §1º, IV.
· Aplicação de súmula ou precedente – necessidade de elucidar a possibilidade de aplicação ao caso concreto - (art. 489, §1º, V).
· Distinção (distinguishing) e superação (overruling) – a expressão jurisprudência não devia estar contida – Diferença entre súmula e precedente – Necssidade de demonstrar porque não usou a decisão de efeito vinculante - (art. 489, §1º, VI) – se não houver distinção ou superação e ainda assim não respeitar a norma vinculante: nulidade da decisão (falta de motivação – ficção jurídica).
1.4.3 Fundamentação per relationem
· Se utiliza de decisão anterior ou parecer do MP para motivar – Admitida pelo STJ.
· O legislador a proibiu na decisão monocrática no julgamento de agravo interno (art. 1.021, §3º).
1.4.4 Colisão entre normas
· 489, §2º - Critérios de solução de conflitos de normas x Ponderação.
1.5 Isonomia:
· Princípio da igualdade no processo é “paridade de armas” – com aplicação legal e judicial.
· Imparcialidade, oportunidades iguais, etc.
· Tratamento desigual para os desiguais – o caso da Fazenda Pública.
· Vulnerabilidade processual – Fernanda Tartuce.
1.6 Publicidade dos atos processuais:
· É forma de controle do comportamento do juiz, tem um caráter democrático.
· Compreende a audiência pública, a publicação dos atos e a possibilidade de qualquer um ver os autos do processo.
· Regra geral e imediata.
· A questão da TV Justiça – uma inovação brasileira.
· Processo eletrônico.
· Restrição quando exigirem a intimidade e o interesse social – “segredo de justiça” – art. 189, CPC - mitigação.
· Documentos sigilosos – entendimento do STJ – dentro dos autos.
Art. 189.  Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
· Interesse público ou social – transindividual – transpõe o interesse das partes.
· No inciso II tem-se um rol exemplificativo.
· A necessidade de termo de encontro informal e sua supressão pelo CPC. 
1.7 Economia processual:
· Dois aspectos: do ponto de vista sistêmico e do ponto de vista microscópico.
· Sistêmico: quanto menos atividade judicial e mais resultados. Evita-se a multiplicidade de processos: ações coletivas, possibilidade de litisconsórcio, ainda que veta do o multitudinário (art. 113, §1º, CPC) e eficácia vinculante das decisões dos Tribunais Superiores. Quando não é possível diminuir a multiplicidade de processos, cria-se instrumentos aptos a evitarem a repetição de atos processuais: conexão ou continência, prova emprestada, recurso repetitivo e incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR). Pensados individualmente pode-se chegar a uma falsa conclusão de que estes institutos atrasam a demanda, o que Daniel Amorim discorda.
· Microscópico: que o processo individualmente gere menos gastos possível: equivocadamente neste ponto falam da assistência judiciária gratuita, todavia neste caso a economia é gerada apenas para as partes, onerando o Estado. A economia abrangendo todos os envolvidos só é alcançada por um processo mais rápido.
1.8 Instrumentalidade das formas:
· A teoria foi desenvolvida por Cândido Rangel Dinamarco, Carlos Alberto Alvaro de Oliveira também tem obra importante sobre o assunto.
· Todo ato processual tem uma forma prescrita em lei que gera segurança jurídica, quando não se respeita a forma legal o ato está viciado, gerando consequências jurídicas. O princípio da instrumentalidade das formas permite aproveitar o ato viciado, possibilitando que ele gere efeitos.
· Para aproveitar seus efeitos, apesar do vício, é necessário verificar se o ato atingiu sua finalidade (todo ato tem um finalidade jurídico-processual) e, se não causou nenhum prejuízo.
· Este princípio está intimamente ligado à economia processual, pois “economiza a prática de atos”.
· Não importa se a nulidade gerada pelo vício era absoluta ou relativa: é entendimento do STJ de que o ato pode gerar efeito, por exemplo, quando o Parquet não participa de processo do qual deveria como custus legis, mas nem por isso sua ausência gera prejuízo. Outro exemplo é o desrespeito ao art. 247, V do CPC, mas apesar disso observar a citação da parte através de carta.
Art. 247.  A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o;
II - quando o citando for incapaz;
III - quando o citando for pessoa de direito público;
IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
· Os arts. 188 e 277 falam da instrumentalidade das formas, porém com impropriedade técnica, já que o princípio não convalida o ato, apenas permite a geração de efeitos. Também o art. 283 trata do princípio, mas, também com impropriedade técnica, menciona apenas prejuízo da parte, sem falar de processo. Seria interessante que o Livro I do CPC trouxesse normas acerca da instrumentalidade.
Art. 188.  Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Art. 277.  Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Art. 283.  O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescriçõeslegais.
Parágrafo único.  Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não resulte prejuízo à defesa de qualquer parte.
1.9 Razoável duração do processo:
· Boa parte da doutrina acredita que tal garantia está inserta no devido processo legal, todavia foi na EC nº 45/2004 que o texto constitucional é alterado para prever a duração razoável do processo. Neste embalo o CPC de 2015 também a previu em seu art. 4º, incluindo expressamente a atividade executiva. Consagrando, inclusive, o entendimento das Cortes Internacionais sobre o tema.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
· Apesar das disposições legais e constitucionais, os processos no Brasil (e também ao redor do mundo) tem uma demora excessiva, prejudicando as partes e enfraquecendo o Estado. Pergunta-se: todas as partes têm interesse na celeridade processual?
· Duração razoável x celeridade.
· Complexidade da demanda, comportamento dos litigantes e importância do direito em jogo, são parâmetros que têm sido utilizados nas Cortes Internacionais para balizarem o tempo de duração razoável do processo.
· O CPC fica como o grande vilão, porque as alterações na legislação são constantes nesse sentido. Mas isso é verdade?
· Cumpre salientar que a demora injustificável do processo pode ocasionar sanções ao Estado.
· Também não é demais lembrar que o maior cliente do Judiciário é o próprio Estado.
1.10 Cooperação:
· Previsto no art. 6º do CPC de 2015, dizem se tratar de um dever, mas poderia melhor ser enxergado como um ônus da parte.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
· Critica-se a exclusão da fase executiva, todavia trata-se de princípio devendo ser aplicado também à fase executiva.
· As partes colaboram com o juiz, o juiz com as partes e as partes entre si, sempre com boa-fé processual. O juiz passa a debater com as partes.
· São deveres de cooperação do juiz: dever de esclarecimento, dever de consultar, dever de prevenir. O processo não pode ser um jogo que se joga no escuro.
· O princípio comparticipativo, inspirado na doutrina alemã, impõe a figura de um juiz mais participativo. Não se espera que as partes colaborem excessivamente umas com as outras, haja vista que estão em partes opostas.
· O papel do advogado está em contrapor (Calamandrei: Eles, os juízes, vistos por nós, os advogados).
1.11 Boa-fé e lealdade processual:
· Apesar de o processo ser um momento em que contentores são postos frente a frente, faz-se necessário estabelecer um equilíbrio entre os deveres éticos e a ampla atuação dos interesses em jogo.
· O art. 5º consagra a boa-fé objetiva processual, exigindo de todos os atores do processo que atuem com a conduta em respeito à boa-fé e a lealdade processual.
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
· A boa-fé objetiva exige comportamento, independente das intenções.
· Supressio, Surrectio, Tu quoque (art. 276, CPC), exceptio doli e venire contra factum propium.
· No plano material o duty to mitigate the loss.
· Abuso de direito.
· Alguns dispositivos gerais merecem destaque:
Art. 77.  Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
§ 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça.
§ 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
§ 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2o será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97.
§ 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada independentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o.
§ 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2o poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
§ 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o.
§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar.
Art. 78.  É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados.
§ 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra.
§ 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte interessada.
Art. 79.  Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 80.  Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 81.  De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
1.12 Primazia no julgamento de mérito:
· O julgamento de mérito é considerado o fim normal do processo, pois todo o processo foi projetado para isso.
· Porém muitas vezes não é possível chegar a umfim normal e se tem um fim anômalo.
· Não se pode negar a preferência pelo fim “normal”, já que o art. 6º prevê a necessidade de se chegar ao mérito.
2 APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS.
2.1 Lei processual no espaço:
· Compete à União legislar sobre matéria processual, ressalvada a autorização, através de lei federal, para os estados legislarem sobre questões específicas.
· O Direito Processual Internacional não está totalmente regulado pela legislação interna e fala sobre competência internacional, cooperação interjurisdicional e cumprimento de decisões de um país no território do outro.
· O Brasil regulou as normas de processo internacional nos arts. 21 a 41 do CPC.
· Não haverá problemas com relação a qual lei interna aplicar, mas esta questão é constante em sede de cooperação internacional. O princípio a ser utilizado é o lex fori.
· Regra geral se deve afirmar que a Justiça aplica a sua lei processual.
2.2 Lei processual no tempo:
· As disposições processuais aplicam-se imediatamente aos processos pendentes, respitados ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adquirido.
UNIDADE II – COMPETÊNCIA INTERNA
1 INTRODUÇÃO.
· O conceito tradicional diz que competência é medida de jurisdição, entretanto a jurisdição, segundo conceito moderno, é indivisível. Nunca pode faltar jurisdição a um órgão jurisdicional, mas a competência não é quantidade de jurisdição, e, sim alguns limites a ela.
· Princípio competência-competência (Kompetenz Kompetenz) o juiz pode declarar sua incompetência, haja vista ter jurisdição.
Art. 16.  A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
· Objetivo da competência: organização de tarefas e racionalização do trabalho.
 
2 COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA.
· A competência relativa privilegia a vontade das partes, cabendo uma certa liberdade a ela. Já a competência absoluta é fundada em normas de ordem pública, não havendo flexibilidade.
· Um sistema misto de competências busca equilibrar o sistema para que se tenha uma certa organização sem ser ditatorial.
· O CPC de 2015 aproximou as regras procedimentais que envolve a competência, todavia suas diferenças foram mantidas. 
2.1 Competência relativa:
2.1.1 Legitimado para arguir incompetência relativa:
· Por preclusão lógica o autor da demanda não pode arguir exceção de incompetência relativa (“ninguém pode se beneficiar da própria torpeza”).
· O réu é o legitimado tradicional para arguir a exceção de incompetência relativa.
· O art. 65 do CPC regulou a questão da legitimidade do MP para a arguição de incompetência relativa, o que não constava do antigo diploma. A questão era bem polêmica, inclusive no STJ. Hoje entende-se que como autor não pode arguir tal incompetência; como réu pode, apesar de ser bem difícil encontra-lo nesse papel; como fiscal da lei também poderia arguir. Interessante discussão quando ele se manifesta pela incompetência em processos em que tem a presença de menor e o representante do menor discorda. A solução, segundo Neves, é verificar o melhor interesse do menor.
Art. 65.  Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação.
Parágrafo único.  A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
2.1.2 Reconhecimento de ofício de incompetência relativa:
· A súmula 33 do STJ era categórica ao afirmar que não poderia haver reconhecimento de ofício da incompetência relativa, entretanto a questão começou a ser questionada nos casos de cláusula abusiva de eleição de foro, principalmente nos contratos de consumo.
· Sendo assim, a matéria foi positivada, permitindo a declaração de incompetência relativa de ofício pelo juiz antes mesmo da citação.
Art. 63.  As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
(...)
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
· Trata-se de excepcional cláusula de preclusão temporal para o juiz.
· Continua sendo ao réu possível arguir a exceção de incompetência, sendo que a decisão do juiz não o vincula.
· O autor deve ser intimado (art. 9º, CPC).
· Busca-se tutelar a ampla defesa.
2.1.3 Momento para alegação de incompetência relativa:
· O prazo é o da contestação, sendo este preclusivo.
· A exceção está no art. 340 do CPC.
Art. 340.  Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1o A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2o Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
§ 3o Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§ 4o Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação.
2.2 Competência absoluta:
2.2.1 Legitimado para arguir incompetência absoluta:
· Como se tratam de normas de interesse público, pode ser alegada por todos os sujeitos processuais, inclusive o juiz de ofício, sem ressalvas, e o autor, ocasião em que pode ser condenado por litigância de má-fé, caso sejam identificados motivos escusos.
Art. 64.  A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
· Observa-se que o juiz está obrigado a declarar de ofício, graças ao verbo “deve”.
· Exige-se o contraditório quando é alegada pelo réu, porém entende-se que a ciência, oportunidade de reação e possibilidade de influenciar na decisão (contraditório) deve haver sempre.
· A despeito de não ser comum, entende-se que sujeitos não ligados ao processo, ainda que desinteressados podem alegá-la.
2.2.2 Momento de arguição da incompetência absoluta:
· Utiliza-se a expressão “a qualquer momento”, sendo inclusive fundamento para ação rescisória (art. 966, II, CPC). A polêmica está com relação à alegação originária em Resp ou RE, doutrina majoritária, e decisões judiciais também, entendem que tendo em vista a exigência de pré-questionamento, não há que se falar neste tipo de alegação originária.
· Ressalta-se que a entrada em vigor do art. 1.034, CPC pode mudar o referido entendimento. O prazo é o da contestação, sendo este preclusivo.
Art. 1.034.  Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito.
Parágrafo único.  Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos para a solução do capítulo impugnado.
2.3 Identidades procedimentais:
2.3.1	Forma de alegação da incompetência:
· O art. 340 prevê a mesma forma de alegação de incompetência para as incompetências absolutas e relativas, na contestação ou por petição antes da audiência de mediação ou conciliação. 
· Todavia, merece destaque a inaplicabilidade do §2º do referido dispositivo à incompetência absoluta.· Também deve-se destacar que com relação à incompetência absoluta não há preclusão para a alegação de incompetência.
· Por fim, merece ênfase o fato de se a incompetência absoluta for arguida em sustentação oral no Tribunal, deverem os julgadores determinarem o requerido por petição e a abertura de prazo para o contraditório, nos termos dos arts. 9º e 10.
2.3.2 Reconhecimento da incompetência e atos processuais já praticados:
· Regra geral a incompetência, seja absoluta ou relativa, declarada faz com que o processo seja remetido ao juiz competente, nos termos do art. 64, §3º do CPC. A exceção a referida regra se dá nos casos da incompetência territorial dos Juizados Especiais e, também nos casos de incompetência absoluta, nessas hipóteses a declaração de incompetência extingue o processo sem julgamento de mérito.
· Atos praticados antes da declaração de incompetência, seja ela absoluta ou relativa, continuam a gerar efeitos até serem ratificados ou revistos pelo juízo competente.
· O juiz deve sempre enfrentar a alegação de incompetência antes de dar seguimento ao processo, tratando-se de decisão interlocutória.
· O problema do não cabimento de agravo contra decisão que decide sobre competência. De acordo com a nova sistemática imposta pelo CPC as referidas decisões deveriam ser atacadas por meio de agravo, como não o são, já que não constam do rol do art. 1.015 do CPC, muitos autores entendem que contra elas é cabível mandado de segurança.
3 CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA.
· 1ª etapa: verificação da competência da Justiça brasileira (art. 21 a 23, CPC).
· 2ª etapa: verificar a competência dos Tribunais de superposição (arts. 102, I e 105, I, CF) ou de órgão jurisdicional atípico (art. 52, I e II, CF).
· 3ª etapa: verificar se a competência é de Justiça Especial (Eleitoral, Trabalhista e Militar) ou de Justiça Comum (Estadual ou Federal).
· 4ª etapa: verificar se a competência é da Justiça Federal (arts. 108 e 109, CF), caso não seja será da Justiça Estadual que tem competência residual.
· 5ª etapa: descobrir se a competência originária é de 1ª ou 2ª instância.
· 6ª etapa: descobrir qual o foro de competência (na Justiça Estadual – Comarca, na Justiça Federal – seção judiciária).
· 7ª etapa: determinar a competência do juízo através de leis de organização judiciária.
4 LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL.
Art. 21.  Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único.  Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22.  Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Art. 23.  Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Art. 24.  A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único.  A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Art. 25.  Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o.
4.1 Introdução – princípio da efetividade:
· O princípio da efetividade faz crer que a Justiça brasileira só deve julgar demandas cuja decisão gere efeitos no Brasil.
· Os artigos 21 a 23 cuidam de limites de jurisdição e não de competência dos Tribunais brasileiros.
4.2 Competência internacional concorrente e exclusiva:
· Os arts. 21 e 22 tratam de competência concorrente.
· Já os arts. 23 e 25 tratam de competência exclusiva, o 23 da competência exclusiva do Brasil e o 25 da competência exclusiva da jurisdição alienígena.
· Destaca-se a importância da homologação de sentenças estrangeiras pelo STJ. 
4.3 Litispendência internacional:
· O art. 24 trata o tema.
· Impropriedades terminológicas levam a crer que a litispendência se confunde com seus efeitos, todavia a existência de dois processos com partes idênticas e mesmo pedido e causa de pedir em regra conduz à litispendência, o que não significa que fará com que se gere os efeitos litispendência. 
5 ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA.
· Existem 5 espécies de competência, sendo 3 absolutas: funcional, em razão da matéria e em razão da pessoa; e, 2 relativas: territorial e valor da causa.
· As duas espécies relativas, podem, ainda excepcionalmente assumirem natureza de absoluta.
5.1 Competência territorial:
· A competência territorial em regra é relativa.
· Por ela se determina a circunscrição territorial competente para julgamento de determinada ação.
5.1.1 Foro comum (ou geral ou ordinário) – art. 46 NCPC
· O art. 46 do CPC institui a regra geral de competência territorial para ações fundadas em direitos pessoais e direitos reais sobre bens móveis. A regra geral instituída pelo referido dispositivo é que a competência das referidas ações é do domicílio do réu.
Art. 46.  A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
· Com relação ao §2º, deve se destacar que se trata de regra de competência subsidiária com relação ao foro de domicílio do autor. O que ocorre também no §3º, sendo inclusive sucessiva a subsidiariedade. Nesses casos os foros subsidiários são conhecidos também como foros supletivos.
· A regra de escolha do réu, prevista no §4º, também deve ser aplicado por analogia quando a competência for estabelecida em função do domicílio do Autor e houver mais de um autor para a ação.
· O §5º traz uma divergência doutrinária sobre se tratar de competência concorrente ou subsidiária. Daniel Neves acredita na concorrente. Ainda com relação ao §5º, deve-se observar que com relação às execuções fiscais em que a União é a Autoraa competência é sempre do foro de domicílio do Réu, nos termos do art. 109, §1º da CF.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
5.1.2 Direito real imobiliário – art. 47 NCPC
· Devido à pouca clareza do dispositivo que trata a matéria, faz-se necessário esclarecer que se tem regra que competência absoluta para ações reais imobiliárias que tenham por objeto direitos de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.
· Ao criar um dispositivo específico para as ações possessórias, parece que reflete um entendimento do legislador de que a posse não seja um direito real, entretanto, o que cabe ressaltar é que também para as ações possessórias a competência do local da situação do imóvel é absoluta.
· Já no caso dos demais direitos reais, que se discute haver ou não um rol taxativo no art. 1.225 do Código Civil, a competência é concorrente nos termos do §2º do dispositivo em comento.
· De acordo com a redação dada ao dispositivo, tem-se uma regra de competência absoluta no que tange à competência territorial, representando uma exceção à regra da relatividade da competência territorial[footnoteRef:1]. Cumpre ressaltar que alguns afirmam que se trata de competência funcional[footnoteRef:2]. [1: Neves, Humberto Theodoro Júnior e Athos de Gusmão Carneiro.] [2: Nesse sentido Nelson Nery, Fux, Mitidiero, Marinoni, entre outros.] 
Art. 47.  Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
· Para compreender as divergências, faz-se necessário entender o porquê de fixar a competência absoluta e pode-se elencar dentre estes motivos a facilidade de produção probatória, a repercussão na vida social de onde está o imóvel e a conveniência de estar no local dos imóveis para decidir as demandas.
· A competência da adjudicação compulsória gera polêmica sobre estar ou não registrada, entretanto o STJ entende que, apesar do art. 1.417 do Código Civil dar natureza real apenas se houver registro, ela tem natureza real sempre, independente de registro.
· A competência quando há cumulação de pedidos de rescisão contratual e reintegração de posse também gera entendimentos divergentes. Decisões antigas do STJ entendem que se tratam de pedidos sucessivos sendo o segundo apenas uma consequência do primeiro, sendo assim não há que se falar na aplicação do dispositivo em comento. Tal posicionamento se solidificou, sendo aplicado inclusive por decisão monocrática.
· Também gera polêmica a questão da execução hipotecária, da ação declaratória de extinção de hipoteca e da ação declaratória de nulidade em razão de vício formal de escritura pública de cessão e transferência de direitos possessórios sobre imóveis. Nesses casos, o entendimento majoritário é pela não aplicabilidade do dispositivo em comento.
5.1.3 Inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposições de última vontade, impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e ações em que o espólio for réu – art. 48 NCPC
· Trata-se de foro especial de competência relativa, por sua natureza, portanto em conflito com regras de competência absoluta, sobressai a segunda.
· O foro é o último domicílio do réu no Brasil.
· Aqui também tem-se regras de competência sucessivas, que devem ser observadas.
Art. 48.  O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único.  Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
5.1.4 Réu ausente – art. 49 NCPC
· O art. 49 trata de falso foro especial, pois apenas especifica o foro geral e ordinário para o ausente. Sendo assim, caso exista outro foro especial, prevalece sobre o previsto neste dispositivo.
Art. 49.  A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.
5.1.5 Réu incapaz – art. 50 NCPC
Art. 50.  A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente.
· Também é falso foro especial, pois o art. 76 do Código Civil aponta como domicílio do incapaz o do seu representante legal. Aplica-se os comentários acima.
· A incapacidade deve ser jurídica.
5.1.6 União
Art. 51.  É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
Parágrafo único.  Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
· A referida regra tem o mesmo teor que o art. 109, §§ 1º e 2º da CF.
· A interpretação deve ser restritiva sobre a União, não incluindo autarquias, fundações ou empresas públicas, conforme doutrina majoritária e entendimento no STJ. Cândido Rangel Dinamarco entende de forma diversa, também o STF entendeu que a regra se aplica às autarquias.
· Esta regra é de competência territorial, portanto relativa e sucumbe à regra qualquer regra de competência absoluta.
5.1.7 Competência por delegação – art. 109, §3º, CF
· Trata-se de dispositivo que facilita o acesso à justiça. Trata-se de competência concorrente.
· Cumpre ressaltar que não se trata de afastar a competência da Justiça Federal, tanto que o §4º prevê que os recursos deverão ser encaminhados à Vara Federal.
· Leis ordinárias, utilizando-se da permissão constitucional previram a delegação de competência, como ocorre na Lei 6.969/81 que consagra a competência por delegação da usucapião especial de imóveis rurais.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
· O art. 237 do CPC também inovou, ao incorporar jurisprudência pacífica do STJ, permitindo que a carta precatória da Justiça Federal seja cumprida pela Justiça Estadual em Comarcas que não houver vara federal.
Art. 237.  Será expedida carta:
(...)
Parágrafo único.  Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal ou em tribunal superior houver de ser praticado em local onde não haja vara federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca.
5.1.8 Estado ou Distrito Federal
Art. 52.  É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único.  Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
· O CPC inovou impondo a mesma regra de competência territorial da União, sendo a competência concorrente quando o Estado ou Distrito Federal forem Réus.
· Com isso, cria-seuma interessante situação através da qual determinado Estado pode se submeter a decisão de Tribunal de Justiça de outro Estado.
· Além disso, positiva-se entendimento já pacífico do STJ de que o Estado pode ser demandado fora do Foro da Capital.
5.1.9 Ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável – art. 53, I NCPC
· A regra do CPC atual difere em muito da antiga regra que presumia a hipossuficiência da mulher e impunha seu domicílio como competente para demandar acerca dessas ações.
· A nova regra cria competências de foros especiais, mas relativas e além disso subsidiárias, havendo claramente uma ordem de preferência entre os foros apresentados nos incisos. Observa-se ainda que o legislador demonstrou uma preferência por aquele que tem a guarda do filho incapaz.
Art. 53.  É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
(...)
5.1.10 Ação de alimentos – art. 53, II
· Trata-se de foro especial que privilegia a isonomia material, protegendo a parte hipossuficiente. Todavia, o entendimento é que tal determinação de competência só é aplicável aos casos em que o direito alimentar é gerado por parentesco ou casamento, não se aplicando às ações de alimentos fundadas em atos ilícitos, convenção ou testamento.
· Há regra concorrente entre domicílio e residência, pois o domicílio do alimentando, se incapaz será de seu representante legal, nesses casos há preferência por sua residência.
· O foro aqui determinado também se aplica às ações de oferecimento de alimentos e investigação de paternidade cumulada com alimentos, todavia para ações de exoneração de alimentos, aplica-se a regra do foro comum ordinário. 
Art. 53.  É competente o foro:
(...)
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
(...)
5.1.11 Pessoa jurídica como réu – art. 53, III, a, NCPC
· Também é um falso foro especial. 
Art. 53.  É competente o foro: 
(...)
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
(...)
5.1.12 Obrigações contraídas pela agência ou sucursal – art. 53, III, b NCPC
· Encontra-se inovação no dispositivo, antes só se poderia demandar no local onde tivesse contraído a obrigação, com a nova redação pode se demandar em qualquer lugar que que a pessoa jurídica tenha agência.
· Daniel Neves critica a mudança, pois se preocupa com o distanciamento do foro competente do local onde deve se dar a instrução probatória e pode dificultar a vida do réu se a pessoa jurídica demandar em local bem distante do domicílio do réu.
Art. 53.  É competente o foro: 
(...)
III - do lugar:
(...)
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
(...)
5.1.13 Sociedade ou associação que carece de personalidade jurídica figurar como ré – art. 53, III, c, NCPC
Art. 53.  É competente o foro: 
(...)
III - do lugar:
(...)
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
(...)
· Se exercer atividades em vários locais, haverá competência concorrente.
5.1.14 Obrigação a ser cumprida – art. 53, III, d, NCPC
Art. 53.  É competente o foro: 
(...)
III - do lugar:
(...)
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
(...)
· A regra destina-se a pessoas jurídicas ou físicas.
· É exclusiva para ações que exigirem cumprimento de obrigação.
· Trata-se de regra de foro especial, mas de competência relativa. 
5.1.15 Direitos previstos no Estatuto do Idoso – art. 53, III, e NCPC
Art. 53.  É competente o foro: 
(...)
III - do lugar:
(...)
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
(...)
· Trata-se de importante inovação trazida pelo CPC, pois a despeito do disposto no art. 80 do CPC, a jurisprudência vinha entendendo que a referida competência só se plica para direitos coletivos lato sensu. 
· A norma é válida principalmente quando o autor é idoso, todavia se autor e réu são idosos utiliza-se a regra comum ordinária.
· Merece destaque que o legislador exigiu sujeito (idoso) e objeto (Estatuto do Idoso) para determinar esse foro especial de competência relativa.
5.1.16 Sede de serventia notarial ou de registro
Art. 53.  É competente o foro: 
(...)
III - do lugar:
(...)
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
(...)
· Tem-se no dispositivo um problema, pois o STJ já vinha classificando a atividade notarial como atividade de prestação de serviços ao consumidor, dessa forma tem-se um imbróglio formado que apenas os “próximos capítulos” poderão nos trazer uma definição segura. 
5.1.17 Reparação de dano – art. 53, IV, a NCPC
Art. 53.  É competente o foro: 
(...)
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
(...)
· O legislador escolheu este foro para estar mais perto do local facilitando a instrução probatória, todavia há que se observar que somente deve ser aplicado em casos de ato ilícito civil extracontratual, que não seja decorrente de crime.
· Aqui se inclui não só ações reparatórias, mas também inibitórias, danos materiais e morais.
5.1.18 Administrador ou gestor de negócios alheios figurando como réu – art. 53, IV, b NCPC
Art. 53.  É competente o foro: 
(...)
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
(...)
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
(...)
· Utiliza-se o dispositivo apenas quando o autor é titular de direito administrado pelo gestor.
· Se a demanda for movida por terceiros, pelo próprio gestor não incide a norma. 
5.1.19 Reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos – art. 53, V, NCPC
Art. 53.  É competente o foro: 
(...)
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
· Trata-se de competência concorrente a escolha do autor.
· Delito entende-se como ilícito penal, apesar de haver entendimento do STJ de que englobaria também o ilícito civil, até porque se fosse outro entendimento conflitaria com a alínea a do inciso IV deste dispositivo.
· Aqui se refere a qualquer veículo, e o acidente deve envolver pelo menos um veículo, devendo ter envolvimento efetivo deste.
· Assim ocorre na cobrança de DPVAT.
5.2 Competência funcional:
5.2.1 Conceito:
· Pelas fases do procedimento: a exceção fica por conta da liquidação de sentença em ação coletiva.
· Relação entre ação principal e ações acessórias e incidentais: por exemplo, oposição, ação de restauração de autos, reconvenção, embargos à execução, embargos ao mandado monitório, embargos de terceiros.
· Pelo grau de jurisdição: pode ser recursal ou originária.
· Pelo objeto do juízo: se dá quando um mesmo processo é analisado por mais de um órgão, como ocorre nas declarações incidentais de inconstitucionalidade.
5.3 Competência em razão da matéria:
· Diz respeito à natureza da causa, objeto da demanda.
· Trata-se de competência absoluta.
· Verificamos a competência em razão da matéria tanto na criação de varas especializadas, como nas Justiças Especializadas (Eleitoral, art. 121, Militar, art. 125 e do Trabalho, art. 114, todos da Constituição Federal).
· Somente após a fixação do foro é que pode se verificar a existência de vara especializada.
5.4 Competência em razão da pessoa:
· Diz respeito à pessoa que está em juízo.
· Trata-se de competência absoluta.
· Tem como exemplo a Justiça Federal e as varas de Fazenda Pública, mas tem determinações verificadas na Constituição Federal para competência do STF, STJ e nas constituições estaduais para o Tribunal de Justiça.
· Também nesse caso, somente após a fixação do foro é que pode se verificar a existênciade vara especializada.
5.5 Competência em razão do valor da causa:
· Diz respeito ao valor da causa proposta em juízo, tendo relevância para os Juizados Especiais e os foros regionais ou distritais.
· Trata-se de competência relativa, todavia a competência pelo valor da causa é relativa para o menos e absoluta para o mais.
5.5.1 Juizados Especiais Estaduais – Lei 9.099/95
“Serão de competência dos Juizados Especiais Estaduais as causas que não superem 40 salários mínimos e não estejam previstas no art. 3.º, II, III, e IV, da Lei 9.099/1995, envolvendo sujeitos que não estejam elencados no art. 8.º da mesma Lei, além de não serem faticamente complexas, não versarem sobre direito coletivo lato sensu, nem seguirem procedimento especial. Quando a competência é fixada em razão da matéria, naturalmente o valor da causa é irrelevante, podendo superar o valor de 40 salários mínimos.” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8. ed. Salvador: JusPodvim, 2016, p.191)
· A facultatividade do Juizado Especial Cível.
· A renúncia ao excedente:
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
(...)
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
· A incompetência e a extinção do processo e seu caráter peremptório e não dilatório nesse caso.
5.5.2 Juizados Especiais Federais – Lei 10.259/2001
· Lei 10.259/2001 – art. 3º:
Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:
I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos;
II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;
III - para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal;
IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder o valor referido no art. 3o, caput.
§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é absoluta.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;                              (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
· O STJ entende que havendo litisconsórcio ativo o teto deve ser calculado de forma autônoma.
· No Juizado Federal a competência é sempre absoluta se no foro tiver o órgão, a despeito de algumas opiniões considerarem o dispositivo inconstitucional (art. 3º, §3º)
5.5.3 Juizados Especiais da Fazenda Pública Estadual – Lei 12.153/2009
· Estes Juizados compõem os Juizados Estaduais:
Art. 1o  Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes do Sistema dos Juizados Especiais, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência.
Parágrafo único.  O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal é formado pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados Especiais da Fazenda Pública.
· Trata-se de competência absoluta.
· Exclui algumas ações da sua competência e prevê os sujeitos que podem participar do processo:
Art. 2o  É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
§ 1o  Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;
II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2o  Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas não poderá exceder o valor referido no caput deste artigo.
§ 3o  (VETADO)
§ 4o  No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.
Art. 3o  O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta reparação.
Art. 4o  Exceto nos casos do art. 3o, somente será admitido recurso contra a sentença.
Art. 5o  Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas públicas a eles vinculadas.
6 PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA.
6.1 Conceito:
· A prorrogação de competência é utilizada apenas com relação à competência relativa. Prorrogar a competência significa declarar competente um foro que antes não era, através de regra modificadora.
· A exceção para a utilização de reunião de processos apenas quando se tratar de competência relativa é com relação aos processos coletivos, nos quais é possívelprorrogar competência absoluta.
· Regra determinadora x regra modificadora.
· Divide-se em:
· prorrogação legal;
· conexão;
· continência;
· ausência de alegação de incompetência relativa;
· prorrogação voluntária;
· cláusula de eleição de foro;
· prorrogação por vontade unilateral do autor.
· Entre essas possibilidades de prorrogação, faz-se necessário estabelecer uma ordem de preferência, sob pena de se prorrogar eternamente a competência. Dinamarco essa ordem de “relatividade da relatividade”:
· 1º - conexão e continência
· 2º - ausência de alegação de competência relativa
· 3º - cláusula de eleição de foro, considerando-se a prorrogação por vontade unilateral do autor uma forma atípica de prorrogação.
6.2 Prorrogação legal:
6.2.1 Conexão e continência:
6.2.1.1 Conceito
· O conceito de conexão encontra-se no caput do art. 55 do CPC, está relacionado diretamente à pedido e causa de pedir.
Art. 55.  Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
· Já o conceito de continência está no art. 56, do CPC, trata-se de uma espécie de conexãoque vai além dela, exigindo novos requisitos, quais sejam identidade de partes e causa de pedir, sendo que o objeto de uma ação está contido na outra, por ser o objeto da outra mais amplo.
Art. 56.  Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
· Na vigência do CPC de 73, o único efeito da continência era reunir o processo, o que não tinha muito sentido, pois bastava identificar a conexão e esse efeito dela já adviria. O CPC de 2015 trouxe a novidade de se permitir que a ação contida, se proposta posteriormente à ação continente será extinta sem julgamento de mérito, nos termos, do art. 57. Isso impede a escolha do juízo, já que, nos termos do art. 58, a reunião dos processos se dá no foro do juízo prevento, que assim se torna com o registro ou distribuição da inicial (art. 59).
Art. 57.  Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
Art. 58.  A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59.  O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
· “Conexão é o fenômeno processual que ocorrerá sempre que entre duas ou mais demandas houver identidade de causa de pedir ou pedido” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8. ed. Salvador: JusPodvim, 2016, p. 203).
· A reunião dos processos é o efeito da conexão.
6.2.1.2 Insuficiência do conceito legal de conexão
· A identidade deve ser absoluta – envolvendo causa de pedir remota e próxima e pedido mediato e imediato?
· Com relação à causa de pedir, basta um dos elementos (fatos ou fundamentos jurídicos), caso contrário seria quase impossível haver e o instituto não alcançaria seu objetivo de promover a harmonia entre os julgados e a economia processual.
· Esse é o entendimento do STJ, mas há quem amplie mais o conceito de conexão, admitindo-a quando se verifica causas de pedir análogas. Interessante observar que o §3º do art. 55 permite a reunião dos processos em outros casos, evitando assim a deturpação do conceito de conexão.
· Também, via-se na doutrina admitir conexão entre execução e ação anulatória, no CPC de 2015, o §2º, I fez esse papel.
· É bem verdade que a redação do §2º traz incoerência, porém deve-se sempre relevar que não se deve confundir o fenômeno com o instituto.
Art. 55.  Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
(...)
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
6.2.1.3 Vantagens e desvantagens da reunião dos processos
· Os processos devem ser reunidos no caso de conexão pois isso gera economia processual e harmoniza os julgados, devendo a economia ser considerada de forma secundária, pois esta nem sempre é gerada.
· Tratam-se de questões de ordem pública, por este motivo essa causa modificadora tem mais força que as demais.
· Entre as desvantagens está o sacrifício da ampla defesa, o que ocorre quando o juízo prevento está em foro distinto, isso fica pior quando a regra de competência foi criada para proteger interesse de hipossuficiente.
· E no caso de processos de massa? É interessante reuni-los?
6.2.1.4 Obrigatoriedade ou facultatividade na reunião de processos em razão de conexão
· O §1º do art. 55 prevê que processos conexos serão reunidos, a menos que algum deles j´pa tenha sido sentenciado. A questão que se impõe é se está é a única regra que permite que os processos não sejam reunidos.
Art. 55.  Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
· Na vigência do CPC de 73 havia corrente que entendia se tratar de norma cogente, bem como corrente que permitia a análise da conveniência da reunião, tendo em vista a intensidade da conexão e benefícios reais advindos da reunião. A divergência deve se manter sob a égide do CPC de 2015, já que este não trouxe nenhuma inovação neste sentido. Para o STJ, a reunião de ações conexas baseia-se em juízo de conveniência e discricionariedade.
· A mesma lógica deve ser aplicada às hipótese do §2º e 3º.
· Quando há duas competências absolutas não há que se falar em reunião, apenas em suspensão em razão de prejudicialidade externa (art. 313, V, a), quando houver risco de decisões divergentes.
· A conexão tem tratamento de matéria de ordem pública, podendo ser arguida por qualquer sujeito do processo (autor, réu, MP, juiz, terceiro interveniente). Por este motivo também não se sujeita à preclusão.
· A parte que alegar vício deve provar o prejuízo para que se possa anular alguma decisão, o que apesar de parecer estranho, por se tratar de matéria de ordem pública, parece ser a solução mais adequada à razão da economia processual que justifica o efeito de reunião de processos quando da ocorrência de conexão.
6.2.2 Ausência de alegação de incompetência relativa.
· Trata-se de prorrogação legal (art. 65, CPC), já que não se pode presumir na omissão uma vontade do réu.
Art. 65.  Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação.
Parágrafo único.  A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
· Como o juiz não pode conhecer de ofício a incompetência relativa, exceto no caso do art. 63 (cláusula abusiva de eleição de foro), a competência irá se prorrogar se não for alegada pelo réu em preliminar de contestação ou antes mesmo disso, na hipótese do art. 340.
· Além disso, para prorrogar a competência é necessário, por óbvio, que o juiz não se manifeste de ofício, quando lhe cabe, bem como o MP não a alegue nas causas em que atuar.
6.3 Prorrogações voluntárias.
6.3.1 Eleição de foro
· A cláusula de eleição de foro tem previsão legal no art. 63 do CPC. Ocorre quando as partes afastam a competência legal determinada para tratar o assunto e em contrato, por meio de livre acordo, estabelecem competência para resolução de eventuais lides dele decorrentes.
Art. 63.  As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2o O foro contratualobriga os herdeiros e sucessores das partes.
· A redação do dispositivo não é a mais precisa, pois se sabe que nem sempre o estabelecimento de competência em razão do valor da causa ou do território é absoluta, como se dá, por exemplo, no caso de ações reais imobiliárias. Com relação ao valor da causa, mais falho ainda o dispositivo, pois, na maioria das vezes é competência absoluta.
· O art. 62 do CPC não admite a eleição de fora nos casos de competência determinada em razão da pessoa, reforçando a regra do art. 54 de que a competência absoluta não pode ser prorrogada.
Art. 54.  A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção.
Art. 62.  A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes.
· A cláusula de eleição de foro só é válida com relação às ações oriundas de direito obrigacional, não sendo cabíveis nas demandas que versarem sobre direitos indisponíveis.
· Outra exigência é que a cláusula aponte o negócio jurídico a que se aplica, não podendo se referir a todas as demandas envolvendo aquelas partes.
· Por fim, merece destaque o entendimento do STJ de que nas demandas em que se discute a existência do contrato em que está inserida a eleição de foro, esta não pode prevalecer.
6.3.2 Vontade unilateral do autor
· Apesar de não estar prevista em lei a doutrina entende que, de acordo com uma interpretação sistemática, é possível ao autor renunciar a regra de foro especial e postular o pedido com base na regra geral de competência.
· Nesses casos, apesar de se presumir que a propositura da ação no foro de domicílio do réu lhe acarrete vantagens, é possível ele contestar a presunção e demonstrar o seu prejuízo.
7 PREVENÇÃO
7.1 Conceito
· Não se trata de forma de prorrogação de competência, mas normas de concentração de competência, quando, abstratamente, mais de um foro é previsto como competente para julgamento da causa.
7.2 Prevenção de causas conexas em primeiro grau de jurisdição
· A prevenção é extremamente importante quando ocorre o fenômeno da conexão e o art. 59 que a regulamentou.
Art. 59.  O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
8 PRINCIPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS – ART. 43 DO CPC
· O princípio da perpetuatio jurisdictionis prevê que alterações supervenientes à distribuição do processo não podem alterar a competência. Existe um problema na nomenclatura já que, não se trata de perpetuar a jurisdição, pois esta já existe antes da propositura da demanda e continuará a existir depois, mas de perpetuação da competência.
· Previsto no art. 43 do CPC, traz exceções, quais sejam, a supressão de órgão jurisdicional e a modificação de competência absoluta.
Art. 43.  Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
· A criação de nova Comarca ou Vara não constituem exceções ao princípio, inclusive este é o entendimento do STJ, entretanto muitas decisões administrativas deslocam a competência nesse caso, sob o argumento de assoberbamento das Comarcas e Varas antigas.
· O STJ entende afastado o princípio ao tratar de ação de alimentos, dado seu caráter continuativo e sua índole social.
· Por fim, critica-se o marco temporal ser o registro ou distribuição da inicial, quando na verdade, para ficar o dispositivo indene de dúvidas deveria ser o protocolo da inicial.
*Este estudo dirigido é apenas material de apoio que apresenta de forma ordenada os principais tópicos trabalhados em sala de aula no que diz respeito à unidade em questão. É indispensável que o aluno complemente seu estudo com a bibliografia indicada em sala e do Código de Processo Civil, para que possa apresentar o rendimento acadêmico considerado mínimo.

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