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Zoneamento ecológico-econômico APRESENTAÇÃO O Brasil é um país de grande extensão territorial, com cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a metade da América do Sul. Dessa forma, diferentes zonas climáticas estão presentes no território nacional, o que garante vários tipos de biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal. Esses biomas refletem a riqueza da flora e da fauna brasileiras, colocando o Brasil como o país com a maior biodiversidade do planeta. Infelizmente, as atividades do homem põem em risco essa biodiversidade, mas o crescimento econômico e social não pode ser deixado de lado. Ou seja, o meio ambiente, a economia e a questão social devem andar lado a lado, em equilíbrio. Uma das formas de promover esse equilíbrio é pelo zoneamento ecológico-econômico, um instrumento de organização e gestão territorial que visa a um uso mais consciente dos recursos naturais. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender melhor no que consiste e como é estabelecido o zoneamento ecológico-econômico (ZEE). Também vai entender a importância do geoprocessamento no controle do ZEE e da biodiversidade, bem como as estratégias brasileiras para garantir a integridade dos ZEEs. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar como se estabelece o zoneamento no Brasil.• Analisar a importância do mapeamento da biodiversidade.• Identificar qual é a estratégia do Brasil nessa área.• DESAFIO Biodiversidade ou diversidade biológica refere-se à quantidade/riqueza de espécies encontradas nos mais diversos ambientes do planeta. Ou seja, todas as espécies de animais (aves, mamíferos, répteis, anfíbios, insetos), vegetais e microrganismos constituem a biodiversidade. Essas espécies fornecem uma grande parcela de insumos utilizados pelo homem, nas mais diversas atividades. Logo, o homem vem afetando negativamente o ambiente, causando grandes impactos ambientais e interferindo na biodiversidade, pois muitas espécies já foram extintas. Agora, considere o seguinte cenário: A partir do exposto, você deve responder às seguintes dúvidas dos fiscais ambientais do IBAMA: a) O geoprocessamento, nesse caso, pode ser um aliado no monitoramento do mico-leão- dourado, quando este for solto na natureza? b) Nesse caso em especial, é mais indicado fazer uso de um microchip (implantado sob a pele do animal) ou de uma coleira de rastreamento? c) Quais são as vantagens do uso do geoprocessamento no controle de animais? Justifique suas respostas. INFOGRÁFICO O zoneamento ecológico-econômico (ZEE) consiste no uso sustentável de recursos naturais, porém sem deixar de lado o desenvolvimento da sociedade. Dessa forma, o Governo criou, em 1981, pela Lei nº 6.938, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), englobando o ZEE. Logo, o território nacional foi dividido por áreas (zonas): algumas liberadas para o desenvolvimento econômico e social e outras que devem ser preservadas, devido a grande biodiversidade ou risco de impactos ambientais. Essas zonas podem ser municipais, estaduais ou federais. Nas zonas protegidas, são implantadas as Unidades de Conservação (com função de proteger o ambiente). Veja, no Infográfico, os diferentes tipos de Unidades de Conservação, bem como a importância do geoprocessamento na proteção desses espaços. CONTEÚDO DO LIVRO O zoneamento ecológico-econômico busca a repartição do território municipal e a destinação da terra e do uso do solo, definindo a qualificação deste em quatro tipos: urbano, de expansão urbana, urbanizável e rural. Além disso, divide o território dos Municípios em zonas de uso. Ou seja, o zoneamento ambiental busca organizar a ocupação do solo, a fim de que os recursos naturais (água, solo, ar, fauna, flora) sejam utilizados de maneira consciente. No capítulo Zoneamento ecológico-econômico, da obra Geoprocessamento, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai entender melhor a importância da divisão do território em áreas, bem como o papel do geoprocessamento na conservação e monitoramento desses locais. Boa leitura. GEOPROCESSAMENTO Ronei Tiago Stein Zoneamento ecológico- -econômico Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Explicar como se estabelece o zoneamento no Brasil. � Analisar a importância do mapeamento da biodiversidade. � Identificar qual é a estratégia do Brasil nessa área. Introdução O zoneamento ecológico-econômico (ZEE) tem como objetivo principal regular a ocupação do solo e a exploração dos recursos naturais, por meio da análise da viabilidade ambiental das atividades econômicas. Além disso, o ZEE busca dividir o território municipal, estadual e federal em áreas, buscando identificar locais com grande biodiversidade ou suscetíveis à degradação ambiental. Neste capítulo, você vai estudar os ZEEs e como suas zonas são esta- belecidas. Além disso, você vai compreender a importância de mapear a biodiversidade e do uso do geoprocessamento nessa tarefa. Por fim, você vai verificar algumas estratégias utilizadas pelo Brasil visando ao controle do ZEE. 1 Zoneamento no Brasil Quando se fala em zoneamento, trata-se da divisão do território em áreas, visando a uma melhor ordenação e ocupação das mesmas. Além disso, o zone- amento tem como objetivo a análise da viabilidade das mais diversas atividades econômicas desenvolvidas pelo homem, visando à exploração dos recursos naturais de maneira mais consciente e sustentável. O ZEE é um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), estabelecido pelo inciso II do art. 9º da Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, e regulamentado pelo Decreto nº. 4.297, de 10 de julho de 2002. O Decreto n°. 4.297 (BRASIL, 2002, documento on-line), em seu art. 2°, estabelece o seguinte: O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. Esse mesmo Decreto descreve que o ZEE “tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas” (BRASIL, 2002, documento on-line). Os instrumentos da PNMA são mecanismos utilizados pela administração pública com o propósito de estabelecer padrões. Tais instrumentos foram determinados por meio de resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente e detalham os seguintes padrões: qualidade ambiental, zoneamento ambiental, avaliação de impactos ambientais, estudo de impacto ambiental, relatório do impacto ambiental, licenciamento ambiental e auditoria ambiental. O Brasil é o quinto maior país do mundo em dimensões territoriais, apre- sentando 8.547.403 km², ficando atrás apenas dos Estados Unidos, da China, do Canadá e da Rússia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (c2020). Dessa forma, o Brasil possui diferentes tipos de biomas, o que garante uma riqueza biológica de espécies — biodiversidade — surpreendente. Zoneamento ecológico-econômico2 Nesse contexto, o ZEE busca conciliar o crescimento econômico e social com o respeito ao meio ambiente. Para isso, o ZEE deve levar em considera- ção alguns fatores apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) (BRASIL, [2020a?]): � a importância ecológica — analisando-se as questões ambientais da região, como tipo de solo, vulnerabilidade de espécies, quantidade de espécies, recursos hídricos do local, dentre outros; � as limitações e fragilidadesdos ecossistemas — dessa forma, serão estabelecidas vedações, restrições e alternativas de exploração do terri- tório, determinando-se, quando for o caso, a relocalização ou a proibição de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais. O ZEE pode ser nacional, regional, estadual ou municipal, sendo que cada uma dessas esferas precisa efetivar ações de planejamento ambiental territorial. Os ZEEs são constituídos por parques nacionais, estaduais ou municipais, parques florestais, parques ecológicos e reservas biológicas, ecológicas, florestais e extrativistas. Além disso, essas áreas podem apresentar estações ecológicas, áreas de proteção ambiental, áreas de relevante interesse ecológico, áreas sob proteção especial, monumentos naturais e reservas do patrimônio mundial, segundo o World Wide Fund for Nature (WWF, [2020?]). Quando falamos de ZEEs, o plano diretor é uma importante ferramenta utilizada pelos municípios, visando a promover um crescimento controlado e organizado, bem como evitar a construção em locais de risco, como encostas de morro, locais que podem sofrer inundações, entre outros. O território mu- nicipal é dividido em áreas (urbana ou rural), e são definidas quais áreas serão destinadas à construção de residências (bairros residenciais), à implantação de indústrias, à implantação de comércio, entre outras. O plano diretor também é responsável por definir e estabelecer medidas de proteção ambiental, como recursos hídricos, vegetação, encostas e topos de morros. 3Zoneamento ecológico-econômico Santos (1999) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (2015) descrevem que o ZEE é estabelecido com o auxílio de uma equipe técnica multidisciplinar, a qual analisa as regiões/áreas e enquadra as ZEEs em graus de intervenção. Para cada zona, são estabelecidas normas gerais de manejo e uso. Existem diferentes tipos de zonas, conforme descrito a seguir. � Zona de preservação: não permite a visitação, o manejo florestal ou a exploração dos recursos naturais. As atividades humanas são limitadas à pesquisa, ao monitoramento e à fiscalização. � Zona primitiva: as atividades permitidas serão a pesquisa, o monito- ramento ambiental, a visitação e a fiscalização. A pesquisa ocorrerá exclusivamente com fins técnicos e científicos, não sendo admitidas as que possam causar danos à biota. Poderão ocorrer atividades, desde que as mesmas não comprometam a integridade dos recursos naturais. � Zona de manejo florestal sustentável comunitário: poderá haver o manejo florestal sustentável de produtos madeireiros e não madeireiros de baixa intensidade, a pesquisa, o monitoramento ambiental, a visitação e a fiscalização. � Zona de manejo florestal: as atividades permitidas serão o manejo florestal sustentável de produtos madeireiros e não madeireiros, a pesquisa, o monitoramento das atividades produtivas e ambiental, a visitação e a fiscalização. Poderão ser instalados equipamentos simples para a interpretação dos recursos naturais, e é permitida a recreação, sempre em harmonia com a paisagem. As atividades de interpretação e recreação devem ter como objetivo facilitar a compreensão e a apreciação dos recursos naturais das áreas pelos visitantes. � Zona de uso público: podem ser instalados museus e outros serviços, como lanchonetes e instalações para serviços de guias e condutores. Porém, as atividades previstas devem levar o visitante a entender a filosofia e as práticas de conservação da natureza, enfatizando o manejo florestal sustentável. � Zona de uso especial: poderá ocorrer construções e reformas, desde que estas estejam em harmonia com o meio ambiente. Zoneamento ecológico-econômico4 Conforme mencionado anteriormente, o Brasil é um país de grandes ex- tensões territoriais, e a fiscalização de ZEEs se torna muito difícil. Muitas ZEEs estão localizadas em locais de difícil acesso, com matas fechadas, como na Amazônia. Logo, o geoprocessamento se torna um importante aliado no controle dessas áreas, possibilitando monitorar desmatamentos ou queimadas ilegais. 2 Mapeamento da biodiversidade De acordo com Amabis e Martho (1997), um dos maiores problemas ecológicos da atualidade é a destruição das florestas, como vem ocorrendo no Brasil com a Mata Atlântica; atualmente, existe menos de 10% dessa floresta, em com- paração à época da colonização. Devido ao crescimento e à urbanização das cidades, bem como ao desmatamento, diversas espécies (animais e vegetais) acabam por se extinguir, diminuindo a biodiversidade, ou seja, a variedade de formas viventes produzida pela evolução biológica. A biodiversidade varia entre os habitats. A floresta tropical (como a Amazônia) tem um número de espécies (animais e vegetais) maior do que um deserto; logo, a floresta possui uma maior biodiversidade. O crescimento da população humana e de suas atividades exerce influência negativa sobre a biodiversidade (BURNIE, 1997). É importante mapear e monitorar a biodiversidade para “Entender e moderar a extensão das mudanças climáticas e reduzir seus impactos negativos. Com ações balizadas pelo monitoramento, é possível criar estratégias para atenuar as pressões sobre os ecossistemas. Tais mecanismos podem ajudar a reduzir também as ameaças à espécie humana” (PEREIRA et al., 2013, p. 15). Visto que as atividades humanas vêm afetando negativamente o meio ambiente e causando a mortandade de espécies, cada vez mais os pesquisadores estão buscando formas de proteger as mesmas. 5Zoneamento ecológico-econômico Uma das ferramentas que podem ser utilizadas nesse trabalho de proteção é o geoprocessamento das espécies, que permite o mapeamento das mesmas. É comum a implantação de microchips em espécies ameaçadas de extinção. Dessa forma, os pesquisadores conseguem monitorar a localização exata dessas espécies (visto que muitas andam em bando) e analisar se as mesmas estão próximas a centros urbanos ou locais que possam vir a ameaçar sua vida. Esses microchips são implantados abaixo da camada da pele dos animais, não causando nenhum problema de saúde nem afetando o comportamento dos mesmos. Outra ferramenta de geoprocessamento muito eficaz são as coleiras ras- treadoras, também chamado de monitoramento remoto de animais, as quais, na grande maioria dos casos, são utilizadas em animais de maior porte. Esse tipo de dispositivo é utilizado principalmente quando animais (os quais fo- ram capturados de traficantes ou de cativeiros ilegais) são devolvidos para a natureza. Muitas vezes, o local de sua devolução não é o mesmo que o animal habitava anteriormente (devido à degradação ambiental); dessa forma, os pesquisadores precisam analisar se o animal de adaptou e se integrou com outros de sua espécie (ABDALLA, 2007). Diferentemente dos microchips, normalmente os animais conseguem tirar as coleiras rastreadoras após um determinado tempo, ou então a bateria das mesmas acaba. Com auxílio de ambos os dispositivos de geoprocessamento, os pesqui- sadores conseguem: � monitorar em tempo real a localização dos animais; � verificar se o número de indivíduos vem aumentando/diminuindo com o passar do tempo; � estudar hábitos e comportamentos (alimentação, reprodução, hábitat, entre outros); � analisar se os animais estão sendo ameaçados por caçadores ou trafi- cantes, que cometem crime ambiental; � entender toda a cadeia alimentar desses animais, verificando se a mesma se encontra equilibrada. Zoneamento ecológico-econômico6 Todas as agressões ao meio ambiente e aos seus componentes (como flora, fauna, recursos naturais, patrimônio cultural) que ultrapassam os limites estabelecidos por lei são considerados crimes ambientais. Além disso, poderá ser estabelecida como crime ambiental toda conduta que ignora normas ambientais legalmente estabelecidas, mesmo que não sejam causados danos ao meio ambiente, como a ocupação de áreas indevidamente ou a proliferação de patogenias a uma comunidade (BRASIL, 1998). Outro dispositivomuito utilizado por pesquisadores é a armadilha foto- gráfica, que consiste em uma câmera que é acionada a distância ou por meio de um sensor de presença. Dessa forma, é possível fotografar animais em seu estado selvagem, principalmente os que têm hábitos noturnos, sendo mais difíceis de serem vistos. Com a ajuda das armadilhas fotográficas, é possível realizar uma menor interferência do homem no habitat dos animais. O geoprocessamento não auxilia apenas no controle e na preservação de espécies animais; ele também é muito utilizado no combate ao desmatamento e às queimadas ilegais, que pode ocorrer por meio de órgãos ambientais mu- nicipais, estaduais ou federais. Por exemplo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais monitora a Floresta Amazônica por geoprocessamento desde 1988. Infelizmente, os fiscais ambientais, ao chegarem nos locais desmatados, muitas vezes não conseguem prender os culpados. Isso acontece porque a quantidade de fiscais é pequena ou as áreas são de difícil acesso. De acordo com Fonseca (2018), o geoprocessamento também pode ser muito eficaz no controle da arborização em municípios. Arborizar áreas urbanas é muito mais do que simplesmente plantar árvores em ruas, parques ou bosques. A arborização necessita de um planejamento prévio e adequado. Com o geoprocessamento, é possível, por exemplo, mapear quais árvores estão com alguma patologia ou apresentam riscos de queda, podendo causar riscos econômicos ou sociais. 7Zoneamento ecológico-econômico 3 Estratégias brasileiras para promover o zoneamento ecológico-econômico Antes de falarmos das estratégias adotadas pelo Brasil visando a promover o ZEE, precisamos entender alguns princípios básicos que norteiam os ZEEs. O Quadro 1 apresenta um pequeno resumo desses princípios. Fonte: Adaptado de Brasil ([2020c?]). Princípio norteador Descrição Participativo Os atores sociais devem intervir durante as diversas fases dos trabalhos, desde a concepção até a gestão, com vistas à construção de seus interesses próprios e coletivos, para que o ZEE seja autêntico, legítimo e realizável. Equitativo Igualdade de oportunidade de desenvolvimento para todos os grupos sociais e para as diferentes regiões. Sustentável O uso dos recursos naturais e do meio ambiente deve ser equilibrado, buscando a satisfação das necessidades presentes sem comprometer os recursos para as próximas gerações. Holístico Abordagem interdisciplinar para a integração de fatores e processos, considerando-se a estrutura e a dinâmica ambiental e econômica, bem como os fatores histórico- evolutivos do patrimônio biológico e natural. Sistêmico Visão sistêmica que propicie a análise de causa e efeito, permitindo estabelecer as relações de interdependência entre os subsistemas físico-biótico e socioeconômico. Quadro 1. Princípios norteadores da implantação de zoneamentos ecológico-econômicos Zoneamento ecológico-econômico8 O ZEE abrange variadas ações de preservação e desenvolvimento, de âmbito nacional e regional. Para isso, existem diferentes estratégias, conforme descrito a seguir. � Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas: esses planos são voltados para o bioma Amazônia e o Cerrado, visto que esses são os dois biomas que mais sofrem com o desmatamento e as queimadas ilegais. De acordo com o MMA (BRASIL, 2011, p. 10), a fiscalização priorizará [...] áreas remanescentes sob intensa pressão de desmatamento, principalmente aquelas de importância estratégica para criação de Unidades de Conserva- ção e conservação dos recursos hídricos. Ações de prevenção e combate a incêndios florestais são previstas por meio da aquisição de equipamentos de combate ao fogo, capacitação, contratação de brigadistas e implementação de bases operativas. � Política Nacional de Desenvolvimento Regional: atualizada pelo De- creto nº. 9.810, de 30 de maio de 2019. O Governo Federal busca reduzir as desigualdades econômicas e sociais, por meio da criação de oportu- nidades de desenvolvimento que resultem em crescimento econômico, geração de renda e melhoria da qualidade de vida da população. � Plano Nacional sobre Mudança do Clima: em vigor desde 2008, esse plano busca incentivar o desenvolvimento e o aprimoramento de ações que buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Dessa forma, o governo federal deve incentivar o uso de formas de energia mais sustentáveis e renováveis, bem como controlar o desmatamento e as queimadas ilegais. � Programa Territórios da Cidadania: [...] estratégia de desenvolvimento regional sustentável e garantia de direitos sociais voltados às regiões do país que mais precisam, com o objetivo de levar o desenvolvimento econômico e universalizar os programas básicos de cidadania. Trabalha com base na integração das ações do Governo Federal e dos governos estaduais e municipais, em um plano desenvolvido em cada território, com a participação da sociedade. (BRASIL, 2008, p. 2). � Planos de Desenvolvimento Regionais: buscam promover o desenvol- vimento econômico e social nas diferentes regiões do Brasil. 9Zoneamento ecológico-econômico Ou seja, existem diferentes estratégias que buscam monitorar os ZEEs. Na área rural, um exemplo prático é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), em que o governo busca verificar, entre outras questões, se a vegetação nativa vem sendo respeitada e preservada e se as propriedades rurais estão respeitando as reservas legais, as áreas de preservação permanente (APPs) e o remanescente de vegetação nativa. O CAR consiste em um registro obrigatório para todos os imóveis rurais, com o objetivo de integrar as informações ambientais dos estabelecimentos rurais para fins de controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. Todo imóvel rural deve manter uma área com cobertura nativa, a título de reserva, não inclusas as APPs, de acordo com a Lei n°. 12.651, de 25 de maio de 2012 (popu- larmente conhecida como Novo Código Florestal). O percentual mínimo de reserva legal depende do tipo de bioma em que a propriedade rural se encontra, sendo 80% no imóvel situado em área de floresta, 35% no imóvel situado em área de cerrado e 20% nas demais regiões do país (BRASIL, 2012). Dessa forma, todas as propriedades devem estar inscritas no CAR, que abrange o georreferenciamento da propriedade. No CAR, além de informar dados dos proprietários (como nome, CPF, endereço, telefone, número da matrícula do imóvel, entre outros), é necessário elaborar um mapa digital, por meio de um sistema on-line, apresentando a localização de recursos hí- dricos, APPs, reserva legal, áreas rurais consolidadas (utilizadas para fins agrícolas), entre outras. A Figura 1 apresenta um exemplo de propriedade rural georreferenciada no CAR. Zoneamento ecológico-econômico10 Figura 1. Exemplo de propriedade georreferenciada, indicando a localização da reserva legal. Já nas áreas urbanas, o plano diretor é uma excelente ferramenta para ana- lisar os ZEEs municipais. Dessa forma, os municípios dividem seu território em áreas, definindo o tipo de ocupação e a construção permitida em cada um desses locais. O zoneamento urbano é um: [...] instrumento utilizado nos planos diretores, através do qual a cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação do solo, especialmente os índices urbanísticos. O zoneamento urbano atua, principalmente, por meio do controle de dois elementos princi- pais: o uso e o porte (ou tamanho) dos lotes e das edificações. Através disso, supõe-se que o resultado final alcançado através das ações individuais esteja de acordo com os objetivos do município, que incluem proporcionalidade entre a ocupação e a infraestrutura, a necessidade de proteção de áreas frágeis e/ou de interesse cultural, a harmonia do ponto de vista volumétrico etc. (BRASIL, [2020b?], documento on-line). 11Zoneamento ecológico-econômico Ou seja, é fundamental promovero desenvolvimento social e econômico, porém, sem deixar a questão ambiental de lado. Dessa forma, os ZEEs buscam preservar locais com grande biodiversidade ou mais suscetíveis a impactos ambientais. Cada vez mais o geoprocessamento vem sendo um aliado no controle dessas áreas, auxiliando no combate a desmatamentos ou queimadas ilegais e identificando áreas de garimpo ilegais, por exemplo. Ainda, com o auxílio de chips ou coleiras de rastreamento, pesquisadores conseguem monitorar em tempo real animais ameaçados de extinção, bem como entender comportamentos e hábitos dos mesmos. Com o auxílio do geoprocessamento, o trabalho dos fiscais ambientais acaba sendo agilizado e melhorado, pois é possível monitorar grandes áreas de terras sem precisar sair a campo. Dessa forma, após identificado um crime ambiental, os fiscais poderão se deslocar diretamente para a área que vem sofrendo os impactos ambientais. Isso eco- nomiza tempo e dinheiro, além de tornar a fiscalização mais assertiva. ABDALLA, A. V. D. A proteção da fauna e o tráfico de animais silvestres. 2007. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2007. AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da biologia moderna. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1997. BRASIL. Decreto nº 4.297, de 10 de julho de 2002. Regulamenta o art. 9º, inciso II, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para o Zoneamento Ecoló- gico Econômico do Brasil - ZEE, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/ D4297.htm. Acesso em: 28 jul. 2020. BRASIL. Decreto nº 9.810, de 30 de maio de 2019. Institui a Política Nacional de Desenvol- vimento Regional. Brasília, DF: Presidência da República, 2019. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9810.htm. Acesso em: 28 jul. 2020. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras provi- dências. Brasília, DF: Presidência da República, 1981. Disponível em: http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%206.938%2C%20 DE%2031%20DE%20AGOSTO%20DE%201981&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20 Pol%C3%ADtica%20Nacional,Lei%2C%20com%20fundamento%20no%20art. Acesso em: 28 jul. 2020. Zoneamento ecológico-econômico12 BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e admi- nistrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm. Acesso em: 28 jul. 2020. BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651. htm. Acesso em: 28 jul. 2020. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Apresentação. In: MMA. Brasília, DF, [2020a?]. Disponível em: https://www.mma.gov.br/gestao-territorial/zoneamento- -territorial. Acesso em: 28 jul. 2020. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Outros tipos de zoneamento. In: MMA. Brasília, DF, [2020b?]. Disponível em: https://www.mma.gov.br/informma/item/8188- -outros-tipos-de-zoneamento. Acesso em: 28 jul. 2020. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Plano de ação para prevenção e controle do desmatamento e das queimadas: cerrado. Brasília, DF: MMA, 2011. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Princípios norteadores do ZEE. In: MMA. Brasília, DF, [2020c?]. Disponível em: https://www.mma.gov.br/painel-social/zonea- mento-ecologico-economico/item/8187.html. Acesso em: 28 jul. 2020. BRASIL. Territórios da cidadania. Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponível em: https://www.embrapa.br/documents/1355746/30180455/ Territ%C3%B3rios+da+cidadania.pdf/b435c5cb-b68a-095f-5e27-caef4e60b044. Acesso em: 28 jul. 2020. BURNIE, D. Dicionário temático de biologia. São Paulo: Scipione, 1997. FONSECA, S. F. Geoprocessamento: universo de aplicações. São Paulo: Edição do autor, 2018. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Comissão Nacional de Classificação (CNAE). [O tamanho do Brasil]. Rio de Janeiro, c2020. Disponível em: https://cnae.ibge.gov.br/en/component/content/article/97-7a12/7a12-voce-sabia/ curiosidades/1629-o-tamanho-do-brasil.html. Acesso em: 28 jul. 2020. INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBio). Roteiro metodológico para elaboração de plano de manejo para reservas particulares do patrimônio natural. Brasília, DF: ICMBio, 2015. PEREIRA, R. C. et al. Monitoramento in situ da biodiversidade: uma proposta para a com- posição de um Sistema Brasileiro de Monitoramento da Biodiversidade. Brasília, DF: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiveridade (ICMBio), 2013. 13Zoneamento ecológico-econômico Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. SANTOS, S. H. Direito ambiental: unidades de conservação, limitações administrativas. Curitiba: Juruá, 1999. WWF. Proteção integral. In: WWF. Campo Grande, [2020?]. Disponível em: https:// www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/unid/protint/. Acesso em: 28 jul. 2020. Zoneamento ecológico-econômico14 DICA DO PROFESSOR Mesmo promovendo o zoneamento ecológico-econômico, visando a garantir a preservação ambiental, as autoridades (municipais, estaduais e federais) enfrentam desafios para controlar atividades impactantes, como desmatamento, queimadas, garimpo ilegal ou práticas agrícolas e pecuárias em áreas protegidas. Dessa forma, o governo vem criando algumas estratégias para impedir que áreas protegidas ou Unidades de Conservação sofram interferências antrópicas. Para conhecer algumas dessas estratégias, assista ao vídeo da Dica do Professor. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Biólogos da fauna silvestre buscam estudar uma determinada espécie de ave migratória, a fim de saber exatamente o caminho/área que os animais ocupam ao longo de sua vida. Para isso, analise as afirmativas a seguir: I. Uma medida eficaz é controlar o movimento das aves por imagens de satélite; dessa forma, é possível saber onde elas estão. II. O uso de microchips em algumas aves é uma alternativa viável, pois será possível rastreá-las em tempo real. III. O uso de coleiras de rastreamento é indicado nesse caso, pois permitirá o monitoramento das aves por um longo período de tempo. Qual afirmativa está correta? A) Apenas I. B) Apenas I e II. C) Apenas II. D) Apenas II e III. E) Todas estão corretas. 2) O zoneamento ecológico-econômico (ZEE) busca dividir em zonas o território municipal, estadual e federal. Algumas dessas zonas poderão receber atividades antrópicas, desde que de forma sustentável. Já em outras, a preservação ambiental deve prevalecer. Imagine que um Estado brasileiro busca implantar uma reserva biológica. Dessa forma, considere as afirmativas e, em seguida, assinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. ( ) Os próprios governantes têm o poder de decisão de implantar a reserva ecológica. ( ) É fundamental que uma equipe técnica analise as questõesbióticas (fauna e flora) e abióticas (solo e água) da área. ( ) A população, de modo geral, tem o direito de se manifestar contra ou a favor da implantação da reserva biológica. ( ) Poderão ocorrer atividades antrópicas (p. ex., turismo) dentro da reserva biológica. Qual alternativa apresenta a ordem correta? A) F – V – V – F. B) F – V – V – V. C) V – F – F – V. D) V – V – F – F. E) V – F – V – V. 3) Uma das maneiras de promover o zoneamento ecológico-econômico é a implantação de Unidades de Conservação (UCs), que podem ser de uso sustentável (em que as atividades antrópicas são permitidas, desde que ocorram de forma sustentável) ou, então, de proteção integral. As cataratas do Iguaçu, localizadas no Paraná, são um exemplo de Unidade de Conservação de que tipo? A) Unidade de Conservação Integral, buscando promover o refúgio da vida silvestre. B) Unidade de Uso Sustentável, podendo ocorrer o desenvolvimento de forma sustentável. C) Unidade de Conservação Integral, do tipo Estação Ecológica, onde a fauna silvestre está protegida. D) Unidade de Conservação Integral, do tipo Parque Nacional, estando o turismo permitido. E) Unidade de Uso Sustentável, podendo ocorrer o extrativismo vegetal, desde que de forma sustentável. 4) Um produtor rural do Rio Grande do Sul necessita realizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Assim, resolveu procurar um técnico para lhe auxiliar nessa atividade. De acordo com o técnico: I. O produtor rural deverá destinar 80% de sua propriedade como Reserva Legal, buscando a preservação ambiental. Dessa forma: II. O governo poderá monitorar se o desmatamento ilegal está aumentando, bem como tomar providências para impedi-lo. Marque a alternativa correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma proposição falsa. C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. D) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. 5) Além do zoneamento ambiental, o Plano Diretor pode ser uma excelente ferramenta não somente para a organização territorial das cidades, mas também para evitar a contaminação dos solos e a degradação ambiental, ou seja, é um importante instrumento para auxiliar na gestão ambiental das cidades. Em relação ao Plano Diretor, qual alternativa está correta? A) Todos os Municípios são obrigados a ter um Plano Diretor; caso contrário, não poderão obter recursos financeiros federais. B) O Plano Diretor deve apresentar ferramentas do que deve ser feito em caso de acidente na área industrial do Município. C) Após aprovado, o Plano Diretor não poderá ser alterado, a não ser em caso de emergências. D) O Plano Diretor visa, unicamente, a apresentar o uso e a ocupação do solo permitidos em território municipal. E) O Plano Diretor deve ser elaborado por uma equipe multidisciplinar, sendo que a população precisa estar ciente do conteúdo, além de aprová-lo. NA PRÁTICA O Brasil é considerado o celeiro do mundo, pois, devido a sua extensão territorial e diferentes condições climáticas, vários produtos agrícolas são cultivados no país. Inclusive, é o terceiro maior exportador mundial de alimentos, perdendo apenas para os Estados Unidos e a Europa. Mas esse sucesso todo no agronegócio tem um preço, pois a maior parcela do desmatamento em território nacional ocorre para dar espaço a áreas agrícolas ou pecuárias. Por isso, foram criadas estratégias para controlar esse desmatamento, bem como para punir os culpados. Assim, em 2012, por meio do Novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), o governo criou o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Veja, Na Prática, um exemplo da importância do CAR e de seu funcionamento. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Para que serve um zoneamento? O zoneamento consiste na organização do território em áreas, visando a proteger locais favoráveis a impactos ambientais, bem como a biodiversidade. No vídeo a seguir, o zoneamento ecológico-econômico é apresentado de forma simples e didática. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Vídeo do zoneamento O Plano Diretor, que cidades com mais de 20 mil habitantes devem elaborar, é um exemplo de zoneamento. O Plano Diretor busca dividir o Município em áreas, descrevendo quais atividades podem ocorrer em cada área e quais locais devem ser protegidos. No vídeo a seguir, confira como funciona o Plano Diretor da cidade de São Paulo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Sistema de monitoramento da biodiversidade As atividades humanas acarretam degradação ambiental e, consequentemente, afetam a biodiversidade. No material a seguir, é apresentada a importância dos indicadores biológicos e socioeconômicos, visando a garantir a preservação ambiental. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Zoneamento ecológico-econômico No site do Ministério do Meio Ambiente, é possível navegar por diretrizes metodológicas, escalas, histórico, princípios e tipos de zoneamento. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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