Neurologia

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Anatomia I – L.M 
Neurologia 
Prof. Caroline Crespo da Costa 
 
❖ Estudo do sistema nervoso 
DESENVOLVIMENTO EMBRIOLÓGICO DO 
SISTEMA NERVOSO 
Se desenvolve a partir do ectoderma (folheto 
embrional) a partir do 18º dia de gestação 
Espessamento do ectoderma da origem a placa neural 
→ há o espessamento, formando o sulco neural e a 
goteira neural 
Crista neural – elementos do sistema nervoso 
periférico 
Gânglios sensitivos, gânglios do SNA, medula da 
glândula suprarrenal, células de Schawann, entre 
outros 
Tubo neural – elementos sistema nervoso central 
O tubo neural desenvolve-se pelo fechamento da 
goteira neural e se desenvolve diferentemente nas 
porções cranial e caudal 
Neuroporo rostral e neuroporo caudal 
Cranialmente formam-se três dilatações: o 
prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo 
 
DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO 
CLASSIFICAÇÃO MORFOLOGICA: 
SNC 
Encéfalo (dentro do crânio e do canal vertebral) 
- Cérebro: telencéfalo 
- Tronco encefálico: mesencéfalo, ponte, 
bulbo 
- Cerebelo 
 
Medula espinhal 
- Se localiza dentro do esqueleto axial 
(cavidade craniana + canal vertebral) 
 
Anatomia I – L.M 
SNP 
Nervos: cranianos e espinhais 
Gânglios: somáticos e viscerais; cranianos e espinhais 
Receptores/terminações nervosas: Se encontra fora 
do esqueleto 
DIVISÃO FUNCIONAL 
SN da Vida Vegetativa 
Ou autônomo 
Se relaciona com a inervação e controle das estruturas 
viscerais 
Manutenção da constância do meio interno 
(homeostase e parte motora) 
Porção aferente: conduz impulsos originados nos 
viscerorecptores 
Porção eferente: leva impulsos de centros nervosos 
até as glândulas, músculo liso e músculo cardíaco 
SN da vida de relação 
Ou somático 
Relaciona o organismo com o meio externo 
Porção aferente: conduz aos centros nervosos 
impulsos originados em receptores periféricos 
Porção eferente: leva aos músculos estriados 
esqueléticos o comando dos centros nervosos, 
resultando em movimentos voluntários 
 
DIVISÃO COM BASE SEGMENTAR OU 
METAMERIA 
SN SEGMENTAR 
Pertence ao sistema nervoso segmentar todo o SNP 
mais aquelas partes do SNC que estão em relação 
direta com os nervos típicos, ou seja, a medula espinhal 
e o tronco encefálico 
SN SUPRASSEGMENTAR 
Cérebro e cerebelo pertencem a esse sistema 
❖ Esta divisão põe em evidência as semelhanças 
estruturais e funcionais existentes entre a medula 
e o tronco encefálico 
TECIDO NERVOSO 
Formado por dois componentes principais: 
• NEURÔNIOS: células excitáveis que se 
comunicam entre si ou com células efetuadoras 
(músculos e glândulas) através de modificações 
do potencial de membrana 
• CÉLULAS DA GLIA OU NEUROGLIA: células que 
ocupam os espaços entre os neurônios, com 
funções de sustentação, revestimento ou 
isolamento 
Células excitáveis que se comunicam entre si ou com 
células efetuadoras (músculos e glândulas) através de 
modificações do potencial de membrana 
Funções: 
− Receber, processar e enviar informações 
− Organizar e coordenar todas as funções do 
organismo 
 Três partes: 
• Corpo celular ou soma 
• Dendritos 
• Axônio (fibra nervosa) 
 
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CORPOS NEURONAIS 
Localizam-se na substância cinzenta do encéfalo e da 
medula no SNC e nos gânglios sensitivos no SNP 
O citoplasmas do corpo celular recebe o nome de 
pericárdio 
Centro metabólico do neurônio e local de recepção de 
estímulos, através dos contatos sináptico 
DENDRITOS 
Localizam-se na substância branca do encéfalo e 
medula no SNC e nos nervos periféricos 
Geralmente são curtos, ramificam-se profusamente 
Especializados em receber estímulos, traduzindo-os 
em alterações do potencial de repouso 
Espinhas dendríticas: expansão da membrana do 
neurônio com características especificas 
AXÔNIO 
A grande maioria dos neurônios possuem um axônio 
Prolongamento longo e fino que origina do corpo ou 
de um dendrito principal 
CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS 
QUANTO A FORMA DO NEURÔNIO 
Multipolares: neurônios que possuem vários 
dendritos e um axônio 
Bipolares: neurônios que possuem apenas dois 
prolongamento, um dendrito e um axônio 
Pseudounipolares: apenas um prolongamento deixa o 
corpo celular, logo dividindo-se, à maneira de um T; o 
primeiro prolongamento dirige-se à periferia, onde 
forma terminação nervosa sensitiva; o segundo dirige-
se ao SNC, onde estabelece contato com outros 
neurônios 
 
QUANTO A FUNÇÃO: 
• Sensoriais ou aferentes 
• Motores ou eferentes 
• Interneurônios ou de associação 
 
SINAPSE 
Locais de comunicação entre dois neurônios 
(interneuronais) ou do neurônio com células efetoras 
(neuroefetuadoras), como células musculares e 
secretoras 
Podem ser elétricas ou químicas (grande maioria) 
É composto por uma terminação pré-sinaptica e uma 
membrana pós-sináptica separas pela fenda sináptica 
QUÍMICA: 
Pode ser: 
• Axodendríticas: entre axônio e dendritos 
• Axossomáticas: entre axônio e corpo neuronal 
• Axoaxônicas: entre dois axônios adjacentes 
 
–
Tanto no SNC como no SNP, os neurônios relacionam-
se com células (gliócitos) coletivamente denominadas 
neuroglia ou glia 
Ao contrário dos neurônios, as células da glia são 
capazes de se multiplicar 
Não produzem impulsos nervosos nem formam 
sinapses mas participam do controle do meio químico 
em que estão localizados os neurônios 
Anatomia I – L.M 
Função de sustentação, participam da atividade neural, 
nutrição dos neurônios e de processos de defesa do 
sistema nervoso 
No SNC não existe tecido conjuntivo, processo 
cicatriciais se dão pela proliferação de células da glia 
(gliose) 
− No SNC – astrócitos, oligodendrócitos, cicroglia e 
células ependimarias 
− No SNP – células de Schawann 
 
NEUROGLIA NO SNC 
Células que derivam do neuroectoderma 
• Macróglia: astrócitos e oligodentrícitos 
• Micróglia: os microgliócitos 
ASTRÓCITOS: 
Dois tipos: fibrosos e protoplasmáticos 
Ambos apoiam-se em capilares sanguíneos, por meio 
de expansões conhecidas como pés vasculares 
Cobrem quase toda a superfície externa dos capilares 
regulando a permeabilidade destes capilares 
Seus processos contatam os corpos neuronais e 
dendritos em locais desprovidos de sinapses, bem 
como axônios, e, de maneira especial, envolvem as 
sinapses, isolando-as 
− Contribuem para a recaptação de 
neurotransmissores liberados no interstício 
evitando potencial efeito neurotóxico sobre os 
neurônios 
− Constituem também o principal sítio de 
armazenagem de glicogênio no sistema nervoso 
central 
− Mantem a homeostasia do potássio extracelular 
importante para a manutenção da excitabilidade 
neuronal 
− Promovem o reparo de lesões no SNC (astrociose) 
− Produzem 
gliotransmissores 
(também 
produzem 
substâncias 
transmissoras) 
 
OLIGODENDRÓCITOS 
Dois tipos 
1. Satélite (ou perineural): situado junto ao 
pericárdio e dendritos 
2. Fascicular: encontrado junto às fibras nervosas 
Formam a bainha de mielina nos axônios no sistema 
nervoso central 
 
MICROGLIÓCITOS 
Células pequenas e alongadas, com poucos 
prolongamentos 
São células fagocitárias, distribuídas na substância 
branca e cinzenta 
Se equivale a um tipo de macrófago com funções de 
remoção, por fagocitose, de células mortas dendritos e 
microrganismos invasores 
Apresentam antígenos e têm papel central na resposta 
imune no SNC 
 
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CELULAS EPENDIMÁRIAS 
São remanescente do neuroepitélio embrionário, 
sendo coletivamente designadas epêndima ou epitélio 
ependimário 
Forram o epitélio de revestimento simples das parede 
dos ventrículos cerebrais e o canal central da medula 
espinhal 
Nos ventrículos cerebrais, um tipo de célula 
ependimária modificada recobre todos o tecido 
conjuntivo, que se projetam da pia-máter, constituindo 
o plexo coróide 
 
NEUROGLIA NO SNP 
Células satélites ou anfícitos: envolvem o corpo dos 
neurônios nos gânglios sensitivos e do SNA 
Células de Schwann:circundam os axônios formando a 
bainha de mielina e neurolema; importante na 
regeneração de fibras nervosas 
 
❖ Uma fibra nervosa é formada por um axônio, seu 
neurolema, e circunda o tecido conjuntivo 
endoneural 
❖ Neurolema: formado pelas membranas celulares 
das células de Schawann 
Bainha de mielina: principal envoltório das fibras, que 
funciona como um isolante elétrico 
Fibras nervosas mielínicas: axônios envolvidos por 
bainha de mielina; proporcional impulsos da sinapse, 
que saltam de um nódulo para outro, deixando o 
impulso mais rápido 
− Nódulos de Ranvier 
− Internódulo 
− SNC: oligodendrócito 
− SNP: células de Schawann 
Fibras nervosas amielínicas: quando não estão 
envoltos pela bainha de mielina; conduzem o impulso 
mais lentamente 
Algumas fibras sensitivas muito finais podem ser 
envolvidas por células de Schwann, no SNP, 
continuando amielínicas, pois não se forma a bainha 
de mielina 
No SNC as fibras amielínicas não apresentam 
envoltório 
 
 
 
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TERMINAÇÕES NERVOSAS 
• Localizados nas extremidades das fibras nervosas 
• Sensitivas ou aferentes (receptores) 
• Motoras ou eferentes 
TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSITIVAS 
Conduzem impulsos nervosos dos órgãos dos sentidos 
e dos receptores sensitivos 
Os receptores captam os estímulos e dão origem a um 
impulso nervoso 
Receptores são diferentes para os tipos de estímulos 
que são sensíveis 
Receptores gerais: livres ou encapsulados, ocorrem 
em todo o corpo, principalmente na pele 
Receptores especiais: visão, audição, gustação e 
olfação 
Três grupos: 
− Exteroceptores: percebem estímulos externos 
− Proprioceptores: localizados nos músculos 
− Visceroceptores: localizados nas vísceras 
TERMINAÇÕES NERVOSAS MOTORAS 
As fibras eferentes conduzem impulsos nervosos do 
SNC para os órgãos efetores (músculos e glândulas) 
REFLEXOS 
Monossináptico: arco reflexo simples, 
intrasegmentares. Ex: reflexo patelar 
Polissináptico: a maioria, são intersegmentares. Ex: 
chama de calor, queimadura 
NERVOS 
Um nervo é composto por: 
1. Um feixe de fibras nervosas fora no SNC 
2. Revestimento de tecido conjuntivo que 
circunda e une as fibras nervosas e os 
fascículos 
3. Vasos sanguíneos 
Cordões esbranquiçados que unem o sistema nervoso 
central aos órgãos periféricos 
− Se a união se faz com o encéfalo, os nervos são 
cranianos 
− Se a união se faz com a medula, são nervos 
espinhais 
Os grandes nervos são mielínicos 
As fibras são sustentadas e revestidas por 3 
revestimentos: 
Epineuro: envoltório de tecido conjuntivo rico em 
vasos 
Perineuro: no interior do epineuro existe fibras 
nervosas organizadas pelo perineuro, formando os 
fascículos 
Endoneuro: dentro de cada fascículo, delicadas 
fibrilas colágenas formam o endoneuro, que envolve 
cada fibra nervosa; ele limita-se internamente pela 
membrana basal da células de Schawann 
Alguns nervos e raízes nervosas, existem dilatações, 
os gânglios 
Existem gânglios sensitivos e gânglios motores 
viscerais, aferentes e eferentes 
 
NERVOS PERIFÉRICOS 
Conectam o SNC ao resto do corpo 
 
Anatomia I – L.M 
NERVOS ESPINAIS: 
− 31 pares 
− nervos mistos (sensitivos e motores juntos) 
Originam-se na medula espinal como radículas, que 
convergem para formar duas raízes nervosas 
1. Raiz anterior (ventral): formada por fibras 
motoras eferentes, que chegam aos órgãos 
efetores situados na periferia 
2. Raiz posterior (dorsal): formada por fibras 
sensitivas aferentes que se estendem em 
direção à periferia até terminações sensitivas 
As raízes se unem no forame intervertebral para 
formar o nervo espinal misto que se divide 
novamente nos ramos posterior e anterior 
Os ramos posterior e anterior conduzem fibras 
motoras e sensitivas (nervos motores e sensitivos) 
Os nervos periféricos espinhais recebem o nome do 
seguimento medular na qual ele se liga. Ex: o nervo 
que se liga ao 1ºseguimento cervical ele recebe o 
nome de C1 (direito ou esquerdo) 
 
Dermátomo: “corte de pele”, área da pele que é 
inervada por fibras nervosas que se originam de um 
único gânglio nervoso dorsal; cada dermátomo é 
nomeado de acordo com o nervo espinal que o inerva 
Nervo cutâneo: território cutâneo dos nervos 
espinhais; inervação sensitiva da derme e epiderme 
pela respectiva raiz 
 
NERVOS CRANIANOS: 
− 12 pares 
− Mistos, puramente sensitivos ou puramente 
motores 
Um nervo inicialmente motor pode receber fibras 
sensitivas em seu trajeto, tornando-se misto 
Os nervos cranianos recebem o nome de acordo com 
suas funções, são numerados 
Ex: I par – olfatório; II par – óptico... 
 
SUBSTÂNCIA BRANCA X CINZENTA DO SNC 
Substância branca: fibras mielínicas e neuroglia 
Substância cinzenta: corpos neuronais, fibras 
amielínicas e neuroglia 
A substância branca no encéfalo se encontra mais 
internamente e a cinzenta mais externamente, 
enquanto na medula esse padrão se inverte 
 
 
 
Anatomia I – L.M 
GENERALIDADES 
➢ Quando uma fibra nervosa (axônio) é lesada 
ocorre uma série de alterações proximais e distais 
a lesão 
➢ Distalmente a lesão há destruição do axônio, esse 
processo chamamos de degeneração Walleriana 
➢ No SNP como há a preservação de uma matriz de 
tecido conjuntivo (endoneuro), dentro dos nervos 
periféricos, há uma orientação do crescimento do 
axônio em regeneração 
➢ Um axônio pode crescer em média 3 a 4 mm/dia 
➢ No SNC esse processo não ocorre pela presença 
do tecido glial 
Trato: feixe de fibras nervosas com mesma origem, 
trajeto, função e destino 
Fascículo: semelhante ao trato 
Decussação: formação constituída por fibras nervosas 
que cruzam obliquamente o plano mediamento e que 
têm aproximadamente a mesma direção. 
Comissura: Formação constituída por fibras nervosas 
que cruzam perpendicularmente o plano mediano e 
que têm, por conseguinte, direções diametralmente 
opostas. 
Núcleo: grupo de corpos neuronais, dentro do SNC, 
com a mesma estrutura e conexões funcionais 
Gânglio: grupo de corpos neuronais, localizados no 
SNP, com a mesma estrutura e conexões funcionais