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Responsabilidade do Estado pdf

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O vocábulo “responsabilidade” é utilizado para qualquer 
situação em que alguém deva responder pelas 
consequências dos seus atos. 
Esse “alguém”, no nosso tema de estudo, é o próprio 
Estado que, por possuir personalidade jurídica, também 
é titular de direitos e obrigações na ordem civil. 
No campo do Direito, verifica-se a existência de um 
tríplice responsabilidade: a administrativa, a penal e a civil, 
inconfundíveis, independentes entre si e, eventualmente, 
cumuláveis. 
A reponsabilidade do Estado, como pessoa jurídica, é 
sempre civil. A responsabilidade civil tem como 
pressuposto a ocorrência de um dano (prejuízo). 
Significa que o sujeito só é civilmente responsável se sua 
conduta ou omissão provocar danos ao terceiro, dano 
que pode ser de ordem material (patrimonial) ou moral. 
A sanção aplicável no caso de responsabilidade civil é a 
indenização, que é o montante pecuniário necessário 
para reparar os prejuízos causados pelo responsável. 
Na maioria das relações entre particulares, o direito civil 
reconhece a chamada responsabilidade contratual. 
A responsabilidade contratual, como o próprio nome 
sugere, se funda no descumprimento de cláusulas 
estabelecidas em contratos prévios firmados entre as 
partes. 
Diversamente, a responsabilidade civil do Estado constitui 
modalidade extracontratual, por inexistir um contrato que 
sustente o dever de reparar. 
 
 
 
 
Para caracterizar a responsabilidade civil ou 
extracontratual do Estado, basta que haja um dano 
(patrimonial e/ou moral) causado a terceiro por 
comportamento omissivo ou comissivo de agente 
público. 
A responsabilidade civil impõe ao Estado a obrigação de 
reparar (indenizar) esse dano. 
Aqui, cabe lembrar que o Estado, como pessoa jurídica, 
é um ser intangível, que somente se faz presente no 
mundo jurídico através dos seus agentes, pessoas físicas, 
cuja conduta é a ele imputada. O Estado, por si só, não 
pode causar danos a ninguém. 
Di Pietro: A Responsabilidade civil ou extracontratual do 
Estado é a obrigação de reparar danos causados a 
terceiros em decorrência de comportamentos 
comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou 
ilícitos, imputáveis aos agentes públicos. 
 
 
 
 
 
Teorias da responsabilidade do Estado: 
• Irresponsabilidade do Estado 
O Estado não se responsabiliza pelos danos provocados 
por seus agentes. 
• Responsabilidade com culpa (civilista) 
Responsabilidade 
do 
Estado 
 
Em suma, a responsabilidade do Estado: 
❖ É sempre civil e extracontratual 
❖ Possui a obrigação de reparar danos a terceiros 
❖ Resulta de comportamentos comissivos ou 
omissivos, lícitos ou ilícitos 
É a responsabilidade subjetiva: Só existe quando o 
agente público atua com culpa e pratica atos de gestão. 
• Culpa administrativa 
Também uma responsabilidade subjetiva: Basta 
comprovar a falta ou má qualidade do serviço (culpa do 
Estado e não do agente). 
• Risco administrativo 
Trata-se de responsabilidade objetiva: Basta o nexo de 
causalidade entre a ação estatal e o dano. A 
Administração pode alegar excludentes de 
responsabilidade. É a mais adotada no Brasil hoje em dia. 
• Risco integral 
Também é uma responsabilidade objetiva: Basta o 
nexo de causalidade entre a ação estatal e o dano. No 
entanto difere da anterior, visto que nesta a 
Administração não pode alegar excludentes de 
responsabilidade. 
 
 
 
 
 
 
A doutrina ensina que esse dispositivo constitucional 
consagra no Brasil a responsabilidade extracontratual 
objetiva da Administração Pública, na modalidade risco 
administrativo. 
Sendo assim, a Administração Pública tem a obrigação 
de indenizar o dano causado a terceiros por seus 
agentes, independentemente da prova de culpa no 
cometimento da lesão (e independentemente da 
existência de contrato entre ela e o terceiro prejudicado). 
Esse inciso abrange: 
1) Todas as pessoas jurídicas de Direito Público 
2) As pessoas jurídicas de Direito Privado prestadoras 
de serviço público, exceto as pessoas jurídicas de 
direito privado exploradoras de atividade econômica. 
Lembrando que os danos provocados pelos órgãos da 
adm. Direta serão respondidos por seus entes políticos. 
Importante ressaltar que a responsabilidade objetiva do 
Estado em relação a terceiros por seus agentes requer 
que eles estejam atuando na condição de agentes 
públicos, mas não em suas atividades particulares. 
A pessoa jurídica deverá ajuizar ação regressiva contra 
o seu agente a fim de obter o ressarcimento de 
indenização que fui obrigada a pagar. 
Obs.: No entanto, o agente será responsabilizado 
somente se comprovado que atuou com dolo ou culpa 
(responsabilidade subjetiva na modalidade de culpa 
comum). 
Já a responsabilidade extracontratual objetiva decorre 
apenas do dano por alguma conduta comissiva dos 
agentes (a omissão é de natureza subjetiva). 
• Responsabilidade civil das empresas estatais 
Não estão incluídas as E..P. e as SEM exploradoras de 
atividade econômica, visto que estas respondem 
subjetivamente (teoria civilista ou culpa comum). 
 
 
 
 
 
 
• Responsabilidade civil das prestadoras de serviços 
públicos 
Quanto às concessionárias, permissionárias e autorizadas, 
o STF entendeu que a responsabilidade civil delas é 
objetiva relativamente a usuários e não-usuários do 
serviço, bastando apenas o dano ser causado pelo sujeito 
na qualidade de prestador do serviço. 
Ex..: um motorista de ônibus age com imprudência e 
atropela civis. A responsabilidade de indenizar não estão 
só com os passageiros que estavam dentro do ônibus 
(usuários do transporte), mas também aos pedestres ali 
em volta prejudicados (não-usuários). 
Nessa hipótese, a responsabilidade civil passa a ser de 
natureza subjetiva, na modalidade culpa administrativa. 
Art. 37, § 6°, CF/88 - As pessoas jurídicas de direito 
público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, 
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o 
direito de regresso contra o responsável nos casos de 
dolo ou culpa. 
Para não esquecer: 
❖ Direito Público → Responsabilidade objetiva 
❖ Direito Privado (prestadoras de serviço público) 
→ Responsabilidade objetiva 
❖ Direito Privado (exploradoras de atividade 
econômica) → Responsabilidade subjetiva 
Nesse caso, o ônus da prova é da pessoa, ela tem que 
provar que a culpa é da Administração Pública, bastando 
provar o nexo causal entre o dano e a omissão estatal. 
Exemplos usuais: dano decorrente de atos de terceiros 
(não agentes) / fenômenos da natureza. 
Essa é a regra geral. 
No entanto, o STF aponta uma exceção: quando o 
Estado tem o dever legal de garantir a integridade de 
pessoas ou coisas que estejam sob sua proteção direta 
ou a ele ligadas por alguma condição específica. O poder 
público responderá civilmente, por danos ocasionados a 
essas pessoas ou coisas, com base na responsabilidade 
objetiva do art. 37, § 6°, mesmo que os danos não 
tenham sido diretamente causados por atuação de seus 
agentes. Nesse caso, de forma excepcional, o Estado 
responderá objetivamente pela sua omissão no dever de 
custódia dessas pessoas ou coisas. 
Ex.: aluno que agride outro dentro de escola; paciente 
que pula da janela do hospital e se suicida, etc. Nesse 
caso, o ônus da prova é da administração. 
Em suma, existem duas hipóteses da responsabilidade 
civil do Estado por omissão: omissão específica (onde 
há a responsabilidade objetiva) e omissão genérica 
(responsabilidade subjetiva). 
Podem ser: 
a) culpa atribuível, total ou parcialmente, à própria 
vítima. 
b) caso fortuito e força maior (no fim são 
considerados a mesma coisa, não imputáveis à 
Administração Pública). 
c) fato exclusivo de terceiros (ex.: assalto; segurança 
não está relacionada ao serviço de transporte. 
 
Essas situações afastam o nexo de causalidade entre 
atuação/omissão estatal e o dano. 
 
Caso não seja resolvido na via administrativa,o particular 
lesado deverá intentar a ação judicial de reparação em 
face da Administração Pública, pleiteando a indenização 
pelo prejuízo. 
 
A P.J ocupa o polo passivo do processo, respondendo 
objetivamente pelo seu agente. 
 
O ônus da prova, nesse caso, cabe ao Estado, então caso 
ele não prove a ausência do nexo de causalidade, sua 
responsabilidade será integral. 
 
O valor da causa pode ser somado nos danos 
emergentes + lucros cessantes + dano moral, caso seja 
comprovado que este também existe. 
 
Segundo a Lei 9.494/97, a ação de reparação possui um 
prazo prescricional de 5 anos. 
 
Importante ressaltar que o STJ e o STF reconheceram 
a imprescritibilidade das ações indenizatórias que 
ocorreram durante o regime militar (visto que a ordem 
jurídica na época se encontrava desconsiderada). 
 
O art. 37, § 6º da CF/88 autoriza a P.J condenada por 
responsabilidade civil a mover ação regressiva contra o 
agente cuja ação acarretou o dano, desde que 
comprovado o dolo ou a culpa na atuação desse agente. 
 
Lembrando que o direito de regresso nasce apenas com 
o trânsito em julgado da decisão condenatória prolatada 
na ação de indenização. 
 
Segundo a Lei 4.619/1965, nos casos de ação regressiva 
da União x seu agente, o prazo será de 60 dias, a partir 
da sentença transitada em julgado. 
 
Essa ação regressiva transmite-se aos sucessores do 
agente, os quais responderão somente até o valor do 
patrimônio transferido. O motivo para isso é que a ação 
de ressarcimento não é uma penalidade, mas sim uma 
recomposição dos cofres públicos. 
 
Essa ação poderá ser ajuizada mesmo após o término 
do vínculo entre a Adm. Pública e o servidor. 
 
Importante ressaltar que as ações regressivas movidas 
pelo Estado em face de seus agentes são imprescritíveis 
(art. 37, § 5º, da CF/88), lembrando que a ação de 
ressarcimento é diferente do ato ilícito em si, o qual 
possui seu prazo prescricional na legislação vigente. 
Obs.: em caso de ação contra empresa não delegatária, 
o prazo para interpor a ação prescreve em 3 anos. 
No caso da denunciação à lide, entende-se que ela não 
é possível pela Adm, Pública a seus agentes, ou seja, não 
podem chamá-los, pois eles estariam ocupando o polo 
passivo, e não respondendo subjetivamente. 
No entanto, o STJ tem sido flexível nas hipóteses da 
denunciação à lide. 
 
 
Ao contrário dos atos administrativos, na prática de atos 
judiciais e legislativos, não cabe, em regra, a 
responsabilização do Estado. 
 
As exceções a essa regra são: 
a) atos legislativos: leis de efeitos concretos e leis 
inconstitucionais (nesse caso a responsabilidade é 
extracontratual). 
b) atos judiciais: erro judiciário na esfera penal. 
Obs.: caso seja o juiz que cause danos a parte de 
algum modo, ele que objetivamente por todos os 
ilícitos causados ao particular. 
 
Responsabilidade por danos de obras públicas: se o dano 
for causado pela própria natureza da obra, ou seja, só 
pelo fato da obra, a responsabilidade do Estado é objetiva. 
Caso o dano seja causado pela má execução da obra, a 
responsabilidade poderá ser objetiva, subjetiva ou 
proporcional. 
 
Responsabilidade civil dos notários: de um lado, o STF 
dispõe que a responsabilidade objetiva é do Estado, 
cabendo a ação de regresso contra o tabelião. 
Do outro, o STJ aduz que a responsabilidade objetiva é 
do tabelião, e, conforme o caso, subsidiária ao Estado. 
 
Responsabilidade por atentando terroristas: A Lei 
10.744/03 autorizou a União, na forma e critérios 
estabelecidos pelo Poder Executivo, a assumir despesa 
de responsabilidades civis perante terceiros na hipótese 
da ocorrência de danos a bens e pessoas, passageiros 
ou não, provocados por atentados terroristas, atos de 
guerra ou eventos correlatos, ocorridos no Brasil ou no 
exterior, contra aeronaves de matrícula brasileira 
operadas por empresas brasileiras de transporte público, 
excluídos as empresas de táxi aéreo. 
Na lei não há nenhuma previsão de excludente de 
responsabilidade, portanto é hipótese de risco integral.

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