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ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVIONADAS- APS ANA BEATRIZ GRILO GISLAINE EZIDIO LAURA TAMURA LIMEIRA- SP 2021 1 TEMA 1: Oliveira Junior, R.B.; Lourenço, P.M.Alterações laboratoriais e a COVID- 19. RBAC. 2020;52(2):198-200. 1) Na fase 1 da COVID–19 há diminuição de linfócitos. Discutir por que e a função dos linfócitos nesta fase e nas outras fases. Na fase 1 (primeira semana de surgimento dos sinais e sintomas), o indivíduo apresenta um estado gripal, com mal-estar, coriza, febrícula intermitente, alteração no olfato e paladar, diarreia (~25%) e conjuntivite. Nessa fase, os exames laboratoriais que podem apresentar algum início de alteração são os componentes do hemograma, linfócitos tendendo a uma diminuição, devido a uma menor resposta ao vírus, o que é o oposto do que estamos acostumados a encontrar na maioria das viroses, pois os linfócitos possuem em sua membrana plasmática receptores expressos ACE2 para o coronavírus, tornando-se um possível alvo de infecção. Os exames bioquímicos, coagulograma, eletrólitos e equilíbrio ácido-base não mostram alterações relevantes na maioria dos pacientes que se encontram nesta fase da doença. Após se diferenciarem no timo a partir de precursores vindos da medula óssea, as células T migram para a periferia e ficam circulando entre os órgãos linfoides secundários. Quando reconhecem os antígenos derivados dos patógenos, através da interação com as células apresentadoras de antígeno, sofrem mais um evento de diferenciação, agora gerando células efetoras ou de memória. Os linfócitos T CD4+, cuja função é auxiliar outros tipos celulares (T helper ou Th em inglês), podem se diferenciar em Th1, Th2, Th17 ou ainda outros subtipos, cada um deles secretor de um conjunto particular de citocinas. As células Th1, grandes produtoras de interferon gama (IFN-g), são necessárias para uma resposta efetora eficiente contra patógenos intracelulares, tais quais vírus e certos parasitas unicelulares. 2) Explicar por que a análise do dímero D é tão importante para o diagnóstico desta doença. O dímero D é produzido por uma proteína que constitui grande parte dos coágulos do sangue. A análise do sangue e a presença de taxas anormais de dímero D revelam esse quadro 2 O dímero D é resultante da destruição da fibrina, proteína secretada no processo de coagulação do sangue. A presença de dímeros D no sangue é normal, mas, em caso de variações, especialmente quando houver aumento dessa taxa, pode-se identificar casos de trombose ou coágulos no sangue. O dímero D também é um fator útil para diagnosticar trombose venosa ou embolia pulmonar. Os valores do dímero D não são específicos e aumentam em diversos casos (de acordo com idade, por infecção, em gestantes etc.). Um valor baixo, no entanto, afasta a possibilidade de trombose enquanto uma taxa alta confirma sua presença. Recentemente, dois artigos publicados no TheJournal of ThrombosisandHaemostasis e no The Lancet por pesquisadores chineses, demostraram o valor do teste de Dímero-D para estratificar a gravidade da doença. Ambos trabalhos avaliaram 183 e 191 pacientes, respectivamente. Os níveis de produtos de degradação de fibrina (FDP) e do Dímero-D (DD) foram maiores em pacientes não sobreviventes em comparação sobreviventes e como esses níveis estavam aumentando ao longo da permanência no hospital. Segundo Tang N et al, a mortalidade geral foi de 11,5%, onde os não sobreviventes revelaram níveis significativamente mais altos de DD e FDP, maior tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) em comparação aos sobreviventes na admissão (p<0,05). 71,4% dos não sobreviventes e 0,6% dos sobreviventes atingiram aos critérios para coagulação intravascular disseminada (CIVD) durante a internação hospitalar. A cada dia, cada hora, a Stago colabora na disseminação da informação que pode ajudar seus clientes a superar o crescimento da pandemia A Stago oferece um sistema confiável de dosagem de Dímero-D: – Líquidos – Ótima estabilidade onboard – Pronto para uso – Pré-calibrado https://saude.ccm.net/faq/6988-trombose-causas-sintomas-e-tratamento https://www.stago-br.com/ 3 – Completamente automatizado O dímero-D pode ajudar no reconhecimento precoce de pacientes de maior risco de morte, alertando para mais cuidado. Dados preliminares mostram que, em pacientes com COVID-19 grave, a terapia anticoagulante parece estar associada a menor mortalidade na subpopulação que atende aos critérios de SIC ou com dímero-D acentuadamente elevado 3) Quais parâmetros demonstram a situação de hipoxia e sua gravidade. A hipoxemia é capaz de estimular os bulbos carotídeos, aumentando a resposta do centro respiratório, após sinais enviados ao bulbo. Este irá aumentar a ventilação- minuto (resposta ventilatória que só acontece com níveis de PaO2 abaixo de 60 mmHg e por níveis de PaCO2 altos), através da estimulação do diafragma. Vias medulares encaminham essa resposta ao córtex, o qual produz a sensação da dispneia. O vírus é capaz de causar uma resposta idiossincrática no sistema respiratório. O receptor da ECA2, onde o vírus se liga, está presente nos bulbos carotídeos (sensíveis às alterações dos níveis de oxigênio circulante), provavelmente desencadeando a sensação da dispneia. E ainda, por acometer o bulbo olfatório, o vírus pode acessar o cérebro contribuindo para o desenvolvimento da anosmia e dispneia. Na SARS-CoV-2, a trombose na microvasculatura pulmonar, limita as trocas gasosas e desencadeia uma hipoxemia severa. Por mecanismos ainda inexplicáveis, esses trombos “mascaram” a dispneia, levando à uma hipoxemia silenciosa. 4) Como podem ser diagnosticados os efeitos adversos de alguns medicamentos usados contra COVID-19 como hidroxicloroquina e azitromicina em alguns órgãos. A cloroquina e a hidroxicloroquina são drogas antigas utilizadas no tratamento da malária e em pacientes com doenças autoimunes, como o lúpus, e têm apresentado resultados promissores em experimentos ... Os pacientes com DCV, síndrome metabólica e seus principais componentes (obesidade, diabetes e hipertensão) merecem muita atenção. O controle terapêutico https://pebmed.com.br/a-lentificacao-da-marcha-na-meia-idade-indica-envelhecimento-biologico-acelerado/ https://pebmed.com.br/dispneia-em-pacientes-com-doencas-avancadas-acoes-da-enfermagem/ 4 desses fatores parece uma medida fundamental como forma de deixar o endotélio menos reativo e, assim, menos vulnerável à COVID-19. A otimização do tratamento medicamentoso com o uso de hipoglicemiantes, anti-hipertensivos, hipolipemiantes (principalmente as estatinas) e antiagregantesplaquetários [como o ácido acetil salicílico (AAS)] poderia ajudar a estabilizar o endotélio na tentativa de deixá-lo menos reativo. 5) A resposta inflamatória também é observada em várias fases. Discutir este fato, quais parâmetros estão ligados a inflamação e sua importância. O sistema imunológico atua na defesa contra agentes infecciosos. Essa função é mediada por reações iniciais da imunidade inata e tardias da imunidade adaptativa, que são determinantes no combate às infecções virais. Na COVID-19, uma resposta inflamatória eficiente e equilibrada permite uma evolução autolimitada e benigna da doença. A forma grave ocorre numa parcela de pacientes que apresenta uma resposta imune exacerbada ao SARS-CoV-2. O SARS-CoV-2, um membro da família de betacoronavírus, possui RNA de fita simples com proteínas estruturais típicas, envolvendo as proteínas de envelope (proteína E), membrana (proteína M), nucleocapsídeo (proteína N) e espícula (proteína S, do inglês spike), responsáveis pela infectividade viral. As proteínas S na superfície do SARS-CoV-2 se ligam aos receptores humanos ECA2 (enzima conversora de angiotensina 2), uma proteína transmembrana, os quais, porsua vez, transferem seu material genético para dentro da célula e, em seguida, iniciam seu processo de replicação. As células humanas, quando infectadas por vírus, são reconhecidas pelos sistemas imunes tanto inato como adaptativo, que iniciam a produção de citocinas. Dentre as principais citocinas produzidas, destacam-se o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e o interferon-gama (IFN-γ). O primeiro é responsável pela ativação neutrofílica, promoção da coagulação e atuação a nível central para produção de febre; o segundo induz atividade macrofágica de destruição do patógeno e amplia a liberação de citocinas (pró-inflamatórias, pró-fibróticas e regulatórias da resposta imune 5 A ideia de que estados inflamatórios sejam responsáveis pela instalação de doenças ou pelo seu agravamento encontra-se bem estabelecida. A associação de células inflamatórias e seus produtos é bem reconhecida na fisiopatologia da aterosclerose, como também nos componentes da síndrome metabólica (obesidade, diabetes mellitus e hipertensão) O desafio é entender por que certas pessoas conseguem restaurar a homeostase imunológica com sucesso após sofrerem um insulto e outras não. Possivelmente, algumas pessoas são geneticamente suscetíveis a uma resposta inflamatória desequilibrada e, nessas pessoas, um único estímulo pode levar a consequências desastrosas, a exemplo da COVID-19 grave. TEMA 2: Guimarães, R. Vacinas Anticovid: um Olhar da Saúde Coletiva. Ciência & Saúde Coletiva, 25(9):3579-3585, 2020. 1) A “imunidade de rebanho” é um conceito que está sendo abordado frequentemente desde o início da pandemia de covid-19. Qual é o papel deste tipo de imunidade na prevenção da Covid-19? 6 A “imunidade de rebanho” faz referência a uma técnica de imunização em que uma determinada parcela da população se torna imune a uma doença, ou seja, desenvolvem anticorpos contra o agente causador da doença. As pessoas imunizadas acabam agindo como uma barreira, protegendo toda a população, mesmo aqueles que ainda não são imunes. Assim como em qualquer doença infecciosa, a imunidade de rebanho para o coronavírus pode, em teoria, acontecer de duas formas: 1. por meio da vacina; ou 2. naturalmente, quando uma grande parte da população é infectada e se torna imune. 2) Devido a janela imunológica é importante realizar os testes diagnósticos no período certo. Qual a definição de janela imunológica? Podemos relacionar com período estipulado para aplicação da segunda dose da vacina? A janela imunológica é o período de contaminação da pessoa por um determinado agente infeccioso (HIV, hepatite, entre outros) e a sua detecção nos exames laboratoriais. Nesse período da janela imunológica, os exames de triagem são negativos, mas mesmo assim o vírus pode ser transmitido a partir do sangue doado. Por isso, é importante a sinceridade ao responder as perguntas do questionário feito antes da doação de sangue, para evitar a transmissão de doenças aos pacientes. Diferentemente da janela imunológica, a janela clínica ou período de incubação é o período que compreende desde o momento da infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas e/ou sinais clínicos da doença. “Quando a gente fala de vacinação, falamos de um esquema vacinal. Quando você toma a primeira e a segunda dose, no início, você não tem títulos tão altos de anticorpos. Você só pode considerar que o sistema vacinal está completo, no mínimo, 15 dias após a segunda aplicação. É possível que você contraia entre as doses porque você não completou o esquema e está no meio da janela imunológica”, esclarece Guedes. “Isso acontece bastante com a gripe. A pessoa toma a vacina e três, quatro 7 dias depois, se infecta. Ela vai ter a doença igual quem não se vacinou, porque ela ainda não está protegida. Formar anticorpos é um processo”, afirma a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) 3) Para sercomercializada e aplicada, ao final dessa fase detestes em humanos, deve demonstrar ser segura,com poucos efeitos colaterais e eficaz. Sabemos que uma vacina eficaz deve ativar o sistema imunológico promovendo a produção de anticorpos, o que resulta na ativação da memória imunológica. Com base em seus conhecimentos, explique o que é memória imunológica. O sistema imunológico é o responsável pela defesa do nosso organismo. Esse sistema é muito eficiente no combate aos micro-organismos invasores, na remoção das células mortas, renovação de determinadas estruturas, memória imunológica, entre outras funções. As células do sistema imunológico são extremamente organizadas, tendo cada uma sua função específica. Se o organismo entrar em contato com qualquer agente infeccioso, ele desenvolverá linfócitos especiais, que são chamados de células da memória, capazes de reconhecer esse agente infeccioso. Essas células permanecem em nosso organismo pelo resto de nossas vidas, mesmo sem termos nenhum tipo de contato com esse agente infeccioso 4) Quais as principais diferenças entre a resposta imunológica primária e secundária? O sistema imunológico é desenvolvido para combater vários tipos de infecções usando diversos mecanismos. Esses mecanismos funcionam juntos para responder ao patógeno invasor ou ao antígeno. Quando o antígeno se encontra com o sistema imunológico pela primeira vez, a reação que resulta das células e fluidos imunes é a principal resposta imune. Aqui, o sistema imunológico está exposto à ameaça pela primeira vez. Por isso, demora mais tempo em reconhecer o antígeno e reagir contra ele. Em geral, a fase de atraso da resposta imune primária vai de vários dias a semanas sem produzir anticorpos contra o patógeno. 8 O sistema imunológico é desenvolvido para combater vários tipos de infecções usando diversos mecanismos. Esses mecanismos funcionam juntos para responder ao patógeno invasor ou ao antígeno. Quando o antígeno se encontra com o sistema imunológico pela primeira vez, a reação que resulta das células e fluidos imunes é a principal resposta imune. Aqui, o sistema imunológico está exposto à ameaça pela primeira vez. Por isso, demora mais tempo em reconhecer o antígeno e reagir contra ele. Em geral, a fase de atraso da resposta imune primária vai de vários dias a semanas sem produzir anticorpos contra o patógeno. A resposta imune primária ocorre quando um antígeno entra em contato com o sistema imunológico pela primeira vez. A resposta imune secundária ocorre quando o sistema imunológico é exposto ao mesmo antigénio para o segundo e os tempos subseqüentes . 5) A vacina CoronaVac utiliza o próprio vírus SARS-CoV-2 inativado para gerar a imunização. Explique como a vacina em questão ativa o sistema imunológico. A CoronaVac é produzida pela tecnologia mais tradicional do desenvolvimento de vacinas: a de vírus inativado. Ou seja, ela utiliza o próprio Sars-CoV-2, que foi exposto em laboratório a calor e produtos químicos para não ser capaz de se reproduzir no organismo, para ensinar o sistema imunológico a reconhecê-lo e criar anticorpos para combatê-lo O que sabemos é que, ao contrário da infecção natural, pela qual podemos receber uma dose viral variável (alta, média ou baixa) que produz diferentes níveis de imunidade, "uma vacina oferece uma dose pré-determinada que sabemos que causa uma resposta imune forte e adequada, capaz de prevenir a infecção em uma grande porcentagem dos casos Mas um dos grandes diferenciais é que as vacinas não causam os efeitos colaterais de uma resposta imune extremamente robusta, que em muitas pessoas pode ser prejudicial e causar danos aos pulmões", explica a especialista 9 TEMA 3: Uma vacina para a humanidade. RADIS n.216, set. 2020. 1) Qual o tempo médio de desenvolvimentode uma vacina? A vacina contra o COVID- 19 levará o mesmo tempo?Por que? Os cientistas que desenvolvem a vacina de Oxford contra o Sars-Cov-2 (o vírus que causa a covid-19) conseguiram fazer em 10 meses um trabalho normalmente demora 10 anos. Isso sem cortar caminhos no projeto, nos testes e na fabricação da vacina. 10 Ao mesmo tempo, a rapidez no desenvolvimento levou muitas pessoas a se perguntarem se é possível confiar na segurança da vacina de Oxford — que publicou seus primeiros resultados nesta segunda-feira (23/11) mostrando que é altamente eficaz em imunizar o corpo contra a covid-19. O desenvolvimento em tempo recorde foi possível graças a muitos anos de pesquisa de de cientistas, cujo conhecimento acumulado possibilitou uma resposta rápida ao novo desafio. O maior equívoco sobre a vacina é achar que o trabalho começou no início da pandemia — na verdade, foi antes. O maior surto de ebola do mundo, em 2014-2016, foi uma catástrofe. A resposta foi muito lenta e cerca de 11 mil pessoas morreram. "O mundo deveria ter se saído melhor", diz a professora Sarah Gilbert, a idealizadora da vacina Oxford. Nas análises que a comunidade científica e de saúde fez após o episódio, surgiu um plano de como enfrentar o próximo grande problema. No final de uma lista de ameaças conhecidas estava a "doença X" — nome sinistro de uma nova infecção até então desconhecida que pegaria o mundo de surpresa. O Instituto Jenner da Universidade de Oxford — batizado em homenagem ao cientista que realizou a primeira vacinação em 1796 e agora lar de alguns dos maiores especialistas do mundo — projetou uma estratégia para derrotar o inimigo desconhecido. "Estávamos planejando como podemos desenvolver uma vacina no menor tempo possível", diz Gilbert. "Não tínhamos concluído o plano, mas nos saímos muito bem." 2) Liste os diferentes tipos de vacinas disponíveis na atualidade, inclusive aquelas cuja tecnologia será aplicada pela primeira vez na imunização do Sars-CoV-2. As vacinas podem ser classificadas em dois tipos principais, dependendo da sua composição: • Vacinas de microrganismos atenuados: o microrganismo responsável pela doença sofre uma série de procedimentos no laboratório que diminuem a sua atividade. Assim, quando vacina é administrada, é estimulada uma resposta imunológica contra esse microrganismo, porém não há desenvolvimento da 11 doença, pois o microrganismo está enfraquecido. Exemplos destas vacinas são a vacina BCG, tríplice viral e a da catapora; • Vacinas de microrganismos inativados ou mortos: contêm microrganismos, ou fragmentos desses microrganismos, que não estão vivos estimulando a resposta do corpo, como é o caso da vacina para hepatite e a vacina meningocócica. A partir do momento em que a vacina é administrada, o sistema imunológico age diretamente sobre o microrganismo, ou os seus fragmentos, promovendo a produção de anticorpos específicos. Caso futuramente a pessoa entre em contato com o agente infeccioso, o sistema imunológico já consegue combater e impedir o desenvolvimento da doença. Todas as vacinas têm o objetivo de expor o indivíduo a um antígeno. Embora o antígeno exposto não é capaz de causar doença, provoca resposta imune que pode bloquear ou matar o vírus quando o indíviduo é exposto ao mesmo. Existem pelo menos 8 tipos diferentes de vacinas sendo testadas. O tipo de vacina depende do tipo de vírus ou da parte viral sendo utilizada: 1. Vacina de vírus o Inativado o Enfraquecido 2. Vacina de Vetor Viral o Replicante o Não replicante 3. Vacina de Ácido Nucleico o DNA o RNA 4. Vacina à base de proteínas o Subunidade proteica o Partículas semelhantes a vírus 3) Quais são as etapas iniciais no desenvolvimento de uma vacina? Primeiro estágio 12 Pesquisas iniciais e análise de possibilidades. Aqui é percebido qual é o agente responsável pela doença. Ainda, ocorre a utilização do vírus inativo e repartido para gerar antígenos (substância que dá origem à produção de anticorpos no organismo). Segundo estágio Início de testes in vitro e/ou in vivo. Análises e aplicações em animais. Terceiro estágio: ensaios clínicos O mais complexo e mais extenso. Esse estágio é dividido em três etapas: a primeira, início dos estudos realizados em seres humanos com a finalidade de apresentar a segurança da vacina; a segunda, que visa definir a sua capacidade de resposta imune; a terceira etapa que comprova a sua eficácia e, por fim, a última etapa que é a distribuição à população após registro sanitário. Esses testes, realizados com voluntários, são detalhados nos seguintes passos: 1º – envolve pessoas saudáveis em um grupo menor (aqui são analisadas as respostas do sistema imunitário) 2º – indivíduos que apresentam riscos são acrescentados a um grupo que concentra maior número de pessoas (nesse momento, a eficácia da vacina é percebida) 3º – teste realizado em centenas de pessoas mesclando aqueles que apresentam riscos com os que são sadios. (nesse passo, a eficácia é medida em situações naturais da existência da doença) Após a última etapa e após receber a aprovação dos órgãos regulatórios, ocorre a fabricação em maior escala e o início da distribuição à população. Mesmo depois de ser aprovada, a vacina permanece em constante avaliação e observação. 4) Como são desenvolvidos e classificadosos estudos em seres humanos de uma nova vacina? O processo de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de uma nova vacina é constituído de diversas etapas tratando-se, portanto, de um processo demorado, de alto 13 investimento e associado a riscos elevados, particularmente quando se tratam das doenças negligenciadas. A primeira etapa: corresponde à pesquisa básica e é onde novas propostas de vacinas são identificadas. Segunda etapa: realização dos testes pré-clínicos (in vitro e/ou in vivo) que têm por objetivo demonstrar a segurança e o potencial imunogênico da vacina. Terceira etapa: ensaios clínicos, que é a mais longa e a mais cara do processo de P&D. Os estudos clínicos de uma nova vacina são classificados em estudos de Fase I, Fase II, Fase III e Fase IV. Fases do ensaio/estudo clínico Fase I: é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos e tem por objetivo principal demonstrar a segurança da vacina. Fase II: tem por objetivo estabelecer a sua imunogenicidade. Fase III: é a última fase de estudo antes da obtenção do registro sanitário e tem por objetivo demonstrar a sua eficácia. Somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para a população. Fase IV: Vacina disponibilizada para a população. A Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butantan (IB) coordena todos os ensaios clínicos de Fase I a Fase IV para os imunobiológicos produzidos pelo instituto incluindo as vacinas. Com isso, ela garante a internalização do conhecimento adquirido com a realização destes estudos e contribui para a integração de todas as etapas do processo de (P&D). Cabe ressaltar ainda que esta Divisão também realiza atividades de farmacovigilância para todos os soros e vacinas produzidas pelo IB, ou seja, realiza monitoramento contínuo da segurança destes produtos quando eles já se encontram disponibilizados e em uso pela população. 14 TEMA 4: Boechat, J.L. et al.Imunologia da Doença por Coronavírus-19 (COVID- 19): UmaPerspetiva Para o Clínico, nos Primeiros 4 Meses da Emergência doSARS-CoV-2.Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.Publicação Especial COVID-19, maio 2020. 1) Qual a participação do sistema complemento na resposta contra o COVID -19 através da via MBL? A MBL é uma proteína com importante participação no sistema imunológico inato e representa a proteína centralda ativação da via das lectinas do complemento. A concentração plasmática da MBL é determinada genetica¬mente e varia significativamente entre os indivíduos. A MBL reconhece unidades de açúcares como 15 N-acetil-glucosamina, manose, N-acetil-manosamina, fucose e glucose na superfície de microorganismos, possibilitando a interação com vírus, bactérias, leveduras, fungos e protozoários, levando à sua opsoni¬zação e fagocitose. Dados recentes mostram que a MBL participa na modulação da inflamação e apoptose ao ligar-se os receptores na superfície de fagócitos. A MBL apresenta papel complexo nas doenças. Sua deficiência tem sido associada a maior susceptibilidade a doenças infecciosas, especialmente por patógenos extracelulares. Por outro lado, altas concentrações de MBL sérica têm sido associadas a infecções por microorganismos intracelulares como Leishmania spp. e M. leprae. Há evidências que a MBL também tem participação em condições co¬mo abortos espontâneos, doenças autoimunes e inflamatórias. A MBL é considerada uma proteína de fase aguda, embora apresente aumentos sé ricos modestos quando comparada à proteína C reativa (PCR). Conclusões: Estudos evidenciam ao longo dos anos a notável influência da MBL na resposta inata do hospedeiro e sua participação nos diferentes processos inflamatórios e infecciosos, respaldados na perspectiva que representa a terapia de reposição dessa proteína. 2) Descreva de que forma a ativação exacerbada de citocinas pode agravar o quadro de doença pulmonar para COVID-19? Uma síndrome de inflamação pulmonar e extrapulmonar, chamada de linfohistiocitosehemofagocítica secundária (LHHs), pode estar presente na fase III. A LHHs se caracteriza por hiperativação imunológica devido à eliminação inadequada de macrófagos ativados pelas células natural killer (NK) e pelos linfócitos T citotóxicos, resultando em produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias2 . Em sequência, há uma “tempestade” de citocinas euma exacerbação dos mecanismos inflamatórios. Esse quadro pode causar o óbito2, 25. Desta forma, o pacientes com quadros graves da COVID-19 devem ser rastreados para a hiperinflamação, utilizando marcadores laboratoriais e o HScore26. Esse escore foi a primeira pontuação validada para o diagnóstico de síndrome hemofagocítica reativa. A pontuação foi baseada no maior conjunto de dados de pacientes adultos com suspeita de síndrome hemofagocítica reativa e é composta por nove variáveis clínicas, biológicas e citológicas, adequadamente pesadas. As pontuações maiores que 169 do HScore são 93% sensíveis e 86% específicas para LHHs 16 Na defesa antivírica, a resposta dos linfócitos T é um dos elementos fundamentais da imunidade adaptativa.41 As células T CD8+ são importantes pela citotoxicidade específica para as células infetadas (que apresentam peptídeos de origem vírica nas moléculas do MHC classe I da membrana celular); os linfócitos T CD4+ são cruciais para ativar os T CD8+ e os linfócitos B, produzindo também citocinas que potenciam recrutamento de células imunocompetentes Adicionalmente, estudos mostram a produção de IL-12 por monócitos em resposta a lipoproteína de baixa densidade oxidada. Esses resultados provam que a IL-12, por sua expressão nas lesões ateroscleróticas, pode levar à amplificação de respostas de linfócitos T CD4+ do tipo TH1, contribuindo consideravelmente na imunopatologia da aterosclerose. Todavia, esse processo pode apresentar-se altamente regulado pela ação das citocinas anti-inflamatórias, como a IL-102,5,10,14,22,38,44. Sendo assim, diante do exposto, torna-se evidente que uma amplificação do processo aterosclerótico ocorre a partir de uma resposta imuneespecífica, que gera citocinas da via TH1, como a IL12 e o IFN-γ 1) Disserte sobre as principais vantagens e desvantagens dos principais tipos de vacinas antivirais. Imunização ativa e passiva A imunização ativa ocorre quando o próprio sistema imune, ao entrar em contato com uma substância estranha ao organismo, responde produzindo anticorpos e células imunes (linfócitos T). este tipo de imunidade geralmente dura vários anos. Os dois meios de adquirir imunidade ativa são contraindo uma doença infecciosa e através da vacinação. A imunização passiva é obtida pela transferência à criança de anticorpos produzidos por um animal ou outro homem. Esse tipo de imunidade produz uma rápida e eficiente proteção que, contudo, é temporária, durando em média poucas semanas ou meses. A imunidade passiva natural é o tipo mais comum de imunidade passiva, sendo caracterizada pela passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta. 17 Essa transferência de anticorpos ocorre nos últimos 2 meses de gestação, de modo a conferir uma boa imunidade à criança durante seu primeiro ano de vida. A imunidade passiva artificial pode ser adquirida sob três formas principais: a imunoglobulina humana combinada, a imunoglobulina humana hiperimune e o soro heterólogo. A transfusão de sangue é outra forma de se adquirir imunidade passiva, já que, virtualmente, todos os tipos de produtos sanguíneos (sangue total, plasma, concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, etc.) contêm anticorpos. Vacinas de vírus atenuados: São vacinas compostas de micro-organismos vivos atenuados em laboratório que devem ser capazes de multiplicarem-se no organismo hospedeiro para que possa ocorrer a estimulação da resposta imune. Essa resposta imune ao micro-organismo atenuado é idêntica a produzida pela infecção natural, pois o sistema imune é incapaz de diferenciar uma infecção pelo vírus vacinal e pelo vírus selvagem. A multiplicação do micro-organismo vacinal não costuma ser capaz de causar doença. Exemplos de vacinas de vírus vivo atenuado: • Sarampo • Caxumba tríplice viral (mmr) • Rubéola • Poliomielite (sabin) • Febre amarela • Varicela • Rotavírus humano 18 • Infleuenza • Varíola Vacinas de vírus inativados São vacinas compostas de micro-organismos inativados, ou seja, que não estão vivos e, portanto, incapazes de se multiplicarem. A resposta imune à vacina inativada é principalmente do tipo humoral (realizada por anticorpos) com pouca ou nenhuma imunidade celular (macrófagos). Os vírus são inativados através do tratamento químico com acetona, formaldeído, propiolactona, fenol e/ou calor. Essa inativação deve ser totalmente efetiva e o produto inativado deve reter as características imunológicas. Exemplos de vacinas de vírus inativados: • Hepatite a • Hepatite b • Raiva • Poliomielite (salk) • Influenza Vacinas recombinante São as vacinas nas quais os genes para os antígenos desejados são inseridos em um vetor (um vírus ou uma levedura) cuja virulência é muito baixa. O vetor que expressa 19 o antígeno pode ser usado como vacina, ou o antígeno pode ser purificado e injetado como uma vacina de subunidade. As vantagens de vacinas recombinantes são: • Segurança na escolha do vetor, que pode ser de fácil cultivo e manuseio, reduzindo o custo de produção. • Pode-se escolher o antígeno desejado para a resposta imune. As desvantagens das vacinas recombinantes são os seus custos elevados no desenvolvimento, uma vez que os genes para os antígenos desejados devem ser localizados, clonados e expressos de forma eficiente no novo vetor. TEMA 5: Ferreira, L.L.G.; Andricopulo, A.D. Medicamentos e Tratamentos Para a Covid-19. Estudos Avancados 34 (100): 7–27, 2020. “A pandemia impôs grandes desafios a todas as nações e povos do nosso planeta, em especial a comunidade cientifica internacional, que respondeu de forma rápida e eficiente em várias esferas prioritárias, como no desenvolvimento de novos tratamentos, vacinas e diagnosticos, entre outros, apoiada em conhecimento. Este artigo delineiao cenário atual do desenvolvimento de candidatos a novos medicamentos (moleculas pequenas ou biologicos) para a Covid-19.” 1) Explique o processo de P&D de fármacos da fase pré-clínica à comercialização medicamento. 20 As etapas envolvidas no processo de P&D baseia-se, simplificadamente, no estudo de compostos para o tratamento de doenças. A primeira etapa consiste na descoberta de um composto com atividade terapêutica. Na segunda etapa são feitos testes in vitro para avaliação das propriedades biológicas das moléculas obtidas, por meio de bioensaios in vivo estudando o metabolismo e investigando a farmacocinética e farmacodinâmica nos animais, o que é considerado o estudo pré-clínico. Na terceira e última etapa do processo são realizados estudos clínicos em humanos, em várias fases, parte denominada estudo clínico 2) O que é uso off-label? O termo off label é usado para se referir ao uso diferente do aprovado em bula ou ao uso de produto não registrado no órgão regulatório de vigilância sanitária no País, que, no Brasil, é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Engloba variadas situações em que o medicamento é usado em não conformidade com as orientações da bula, incluindo a administração de formulações extemporâneas ou de doses elaboradas a partir de especialidades farmacêuticas registradas; indicações e posologias não usuais; administração do medicamento por via diferente da preconizada; administração em faixas etárias para as quais o medicamento não foi testado; e indicação terapêutica diferente da aprovada para o medicamento. 3) Por que alguns medicamentos são eficazes contra determinados agentes etiológicos in vitro, mas não in vivo? O problema com os estudos in vitro, no entanto, é que existe uma grande diferença entre um fármaco injetado em uma célula e o mesmo fármaco administrado por via oral a um ser humano. O ensaio in vitro não é uma representação completa da resposta de um animal vivo a um medicamento; é meramente um controle e uma linha de base para o próximo estágio de desenvolvimento. Juntos, os estudos in vitro e in vivo ajudam a mitigar o risco de financiamento associado ao desenvolvimento de medicamentos. No entanto, ao mesmo tempo, aumentam o risco de perda de vidas. 21 TEMA 6: Dias, V.M.C.H. et al. Testes sorológicos para COVID-19: Interpretação e aplicações práticas. J. Infect. Control, 2020 Abr-Jun;9(2):90-101. 1) Os perfis sorológicos de anticorpos anti-Covid-19 no curso da infecção podem ser observados na figura a seguir: 22 Figura: Variação estimada de detecção de infecção por em relação ao tempo de sintomas Explique a dinâmica de produção de anticorpos no organismo do paciente durante a infecção relacionando o nível de anticorpos, a classe do anticorpo, o risco de transmissão da doença. De acordo com Dias, V.M.C.H. et al., (2020) a proporção de pacientes com IgG específica para vírus positivo atingiu 100% aproximadamente 17 a 19 dias após o início dos sintomas, enquanto a proporção de pacientes com IgM específica para vírus positivo atingiu um pico de 94,1% aproximadamente 20 a 22 dias após o início dos sintomas. Durante as primeiras 3 semanas após o início dos sintomas, houve aumento nos títulos de anticorpos IgG e IgM específicos para o vírus. 2) Testes sorológicos não devem ser utilizados isoladamente para definir doença ou infectividade por COVID-19. Para identificar se o indivíduo está infectado, é necessária a realização de um teste viral ou RT-PCR. De forma resumida, um teste de RT-PCR para SARS-CoV-2 positivo está relacionado a uma infecção atual. Já os testes sorológicos positivos estão relacionados a infecções ou contatos prévios. Com o intuito de facilitar a interpretação clínica dos testes sorológicos no contexto da infecção por COVID-19, baseando-se em experiência clínica e nas evidências 23 apontadas nesse artigo, e em outros estudos publicados demonstre os principais achados e interpretações possíveis para identificar com maior segurança se o indivíduo está infectado. • Para diagnóstico de infecção ativa em pacientes sintomáticos ou suspeitos de COVID-19, o teste padrão é RT-PCR. • Operíodo ideal para coleta de RT-PCR em swab oronasofaríngeo/secreção traqueal (paciente em ventilação) é entre o 3° e o 7° dia de sintomas. • O período recomendado para coleta de sorologia em sintomáticos é após o 10° dia, preferencialmente, após o 14° dia. • Os testes diagnósticos devem ser realizados, preferencialmente, em pacientes sintomáticos, exceto os testes sorológicos em inquéritos epidemiológicos. • O teste sorológico para anticorpos totais inclui IgM e IgG, sem diferenciação entre um e outro, e poderiam ser interpretados na tabela tanto na coluna IgM, quanto na coluna IgG. • Para melhor interpretação do resultado dos testes diagnósticos é importante considerar, além da clínica, também as questões relacionadas a possibilidade de falso negativo, a depender de fatores como momento da coleta em relação aos sintomas e condições pré-analíticas. 3) O artigo relata que a resposta imune à infecção por SARS-CoV-2 combina uma defesa inata reduzida com uma exuberante produção de citocinas. Existe uma lacuna científica sobre como o sistema imune responde à infecção por SARS-CoV-2, pois o conhecimento sobre esta doença ainda está sendo produzido à medida que a pandemia evolui. Considerando-se a importância do sistema imune no processo de eliminação viral. De acordo com o texto, responda como a resposta imune pode contribuir para a eliminação do SARS-CoV-2. A resposta imune à infecção por SARS-CoV-2 combina uma defesa inata reduzida com uma exuberante produção de citocinas. Injúria endotelial grave, trombose e microangiopatia são exemplos de danos causados pela infecção por SARS-CoV-2. 24 4) Com o intuito de facilitar a interpretação clínica dos testes sorológicos no contexto da infecção por COVID-19, baseando-se em experiência clínica e nas evidências apontadas nesse artigo, esta revisão propõe uma tabela resumo com os principais achados e interpretações possíveis (Tabela 1). Algumas situações podem indicar a necessidade de repetição de um teste sorológico. De acordo com especialistas da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, quais são as situações em que o teste precisa ser repetido? • IgM reagente e IgG não reagente, para avaliação de possível soroconversão de IgG ou falsos positivos de IgM. Amostras com intervalo de pelo menos duas semanas entre as coletas. • IgM não reagente e IgG reagente próximo ao limite de detecção ou para testes qualitativos reagente de fraca intensidade, para avaliação de aumento de título dos anticorpos IgG. Preferencialmente amostras com intervalo de pelo menos duas semanas. Objetiva-se observar aumento de 4 vezes no título do IgG para considerar resposta imune específica contra o vírus e afastar os falso-positivos de IgG. 25 TEMA 7: Esteves, P.J.Coronavírus: um velho conhecido do Morcego e do Homem.Rev. Ciência Elem., V8(03):038, 2020. 1) Os coronavírus são vírus de RNA de cadeia simples, de polaridade positiva. Explique o que isso significa. Eles possuem genoma linear, com tamanho variando entre 2,3 e 31 kb. O genoma viral poder ser constituído por um único segmento ou por até 5 moléculas de RNA. Assim como ocorre com os vírus dsRNA, o material genético dos ssRNA também podem sofrer degradação por nucleases ou ataques por cátions bivalentes, fatores que podem influenciar no limite de tamanho dos genomas. Isto se deve ao fato de as enzimas virais ARN polimerase, ARN integrase e transcriptase reversa não serem capazes de corrigir erros que ocorrem durante a 26 replicação do RNA. Em função de utilizarem enzimascelulares para a replicação, os vírus ADN têm consideravelmente menor taxa de mutação, pois tais enzimas possuem atividade reparadora de erros gerados durante a síntese de DNA. 2) Explique por que os vírus de RNA estão mais sujeitos a mutações do que os vírus de DNA. Por ser um vírus de RNA, é menos estável e está sujeito a mais mutações do que os vírus de DNA. Estes geralmente têm longos genomas e moléculas que fazem a correção em caso de erro no código genético durante a replicação. 3) Uma vez no hospedeiro, como ocorre a montagem das partículas virais? Uma vez dentro desses organismos, eles replicam-se e utilizam a célula hospedeira para produzir as partículas virais. Apesar de a multiplicação viral mudar de espécie para espécie, podemos dividir o ciclo de replicação de um vírus em seis etapas principais: adesão, penetração, remoção do capsídeo, biossíntese, montagem das partículas virais e dispersão. 4) Atualmente, a hipótese mais provável é que o SARS-CoV2 seja resultado de uma recombinação natural entre diversos genomas de coronavírus. Como esse fenômeno ocorre? A recombinação ocorre quando uma célula de um hospedeiro é infetada por várias estirpes de um vírus, que trocam informação genética entre si e originam um vírus recombinante. De facto, ao longo do seu genoma, o SARS-CoV2 apresenta uma maior similaridade com a estirpe detetada no morcego-ferradura, mas no domínio de ligação ao recetor humano a semelhança é muito maior com a estirpe detetada no Pangolim. 27 TEMA 8: Sousa, H.M.S. et al. Segurança dos alimentos no contexto da pandemia por SARS-COV-2. Revista Desafios – v7, n. Supl. COVID-19, 2020. 1) Por que a maioria dos vírus veiculados por alimentos são extremamente estáveis no ambiente? A maioria dos vírus veiculados por alimentos não possuem envelope viral o que os torna extremamente estáveis no ambiente. O envelope viral por ser constituído de proteínas e lipídeos, é sensível a detergentes, a alguns agentes antimicrobianos e às técnicas de processamento como o uso de altas ou baixas temperaturas. Portanto, os vírus não envelopados podem sobreviver nas superfícies/cascas dos alimentos, mãos, fezes e superfícies de contato com alimentos por longos períodos de tempo (Sousa, H.M.S. et al., 2020) 28 2) Descreva fatos que sustentem a ideia de que SARS-CoV-2 originou em morcegos. Qual a relevância dessa informação para a saúde pública? [...] os pesquisadores inicialmente se concentraram em animais selvagens e morcegos que são considerados como hospedeiros naturais e desempenham um papel crucial na transmissão de vários vírus, incluindo Ebola, Nipah, Coronavírus e outro [...], [...] identificar a fonte do vírus ajudará a controlar sua propagação. (Sousa, H.M.S. et al., 2020) 3) Existem evidências de humanos infectados com o novo tipo de coronavírus pelo consumo de alimentos contaminados? Justifique sua resposta. [...]atualmente, não há evidências de que os alimentos sejam uma fonte ou via provável de transmissão do SARS-CoV-2.[...], [...]Embora não haja comprovação de que o vírus seja transmitido por alimentos contaminados, regras gerais de higiene cotidiana, como lavagem regular das mãos e regras de higiene para a preparação de alimentos, devem ser observadas. Como os vírus são sensíveis ao calor, o risco de infecção também pode ser reduzido em alimentos que sofrem processos térmicos a altas temperaturas. (Sousa, H.M.S. et al., 2020) 4) Sabendo que os vírus não são de vida livre, e portanto, incapazes de multiplicar nos alimentos, quais as propriedades associadas a sua transmissão pelos alimentos? [...] os vírus não têm vida livre e são capazes de se replicar apenas dentro das células vivas de humanos, outros animais, plantas ou bactérias. Desta maneira, os vírus transmitidos por alimentos são incapazes de se multiplicar nos alimentos pois necessitam de um organismo vivo para se replicar. Porém, eles podem sobreviver muito tempo em inatividade nas superfícies dos alimentos a fim de encontrar um hospedeiro, por meio de uma contaminação cruzada, ocasionando assim infecções. (Sousa, H.M.S. et al., 2020) 29 5) Como o sabão e álcool 70% atuam sobre os vírus? Eles podem ser usados na descontaminação dos alimentos? De acordo com Sousa, H.M.S. et al. (2020, p. 30), conforme citado por, Oliveira et al.,( 2020), Atuam “destruindo a membrana que envolve o SARS-CoV-2, membrana esta que é composta de proteínas e lipídeos. O uso de água e sabão e o uso de álcool 70% trazem excelentes resultados na desnaturação das proteínas e dissolução de lipídeos, no entanto, esses produtos devem ser utilizados para a higienização das mãos, utensílios e superfícies, e não para a desinfecção de alimentos” REFERÊNCIAS BRANDÃO, Simone Cristina Soares; GODOI, Emmanuelle Tenório Albuquerque Madruga; RAMOS, Júlia de Oliveira Xavier; et al. 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