Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROTOZOOLOGIA - LEISHMANIOSE, AMEBÍASE, GIARDÍASE 19/08/2020 NOME: Jemerson Santos do Monte CURSO: Odontologia MATRÍCULA: 20.1.001008 SEMESTRE: 2º semestre TURNO: Noturno SEDE: Parque Ecológico LEISHMANIA - LEISHMANIOSE O protozoário leishmania não precisa passar pelo ser humano para completar o ciclo de vida, desse modo o ser humano é um hospedeiro acidental. Tem então como hospedeiro diversos hospedeiros mamíferos silvestres (raposa) ou domésticos (cachorro). Há dois tipos de Leishmania: • Leishmania (Viannia) Braziliensis – Agente etiológico da Leishmaniose Tegumentar (relativo à pele) no Brasil. • Leishmania Infantum Chagasi – agente etiológico da leishmaniose visceral (calazar) no Brasil Vetor (no Brasil): Flebotomíneo (Fêmea) – Gênero Phlebotomus – também conhecido por mosquito- palha, birigui, cangalha ou tatuíra. Infecta a partir do repasto sanguíneo. Ciclo heteróxeno = envolve um hospedeiro mamífero e um inseto. CICLO DE VIDA O mosquito Flebotomíneo fêmea infectado com Leishmania faz repasto sanguíneo e por meio da saliva injeta com a probóscide a Leishmania em forma de Promastigota Metacíclico (Forma infectante para o mamífero, seja o homem, o cachorro ou raposa), o sistema de defesa manda os neutrófilos, que não conseguem deter o micro-organismo, depois vem os Macrófagos que fagocitam, mas não conseguem destruir com suas enzimas lisossomais, dentro do Macrófago o protozoário assumirá a forma Amastigota (forma ovalada para reprodução) sua reprodução se dá por divisão binária, até eclodir o Macrófago e ir para o sangue, podendo invadir outros Macrófagos. O Flebotomíneo absorve o Amastigota (do interior do macrófago), que vai evoluir para Promastigota Procíclico (no intestino do inseto), com função de reprodução, o produto dessa reprodução é o Promastigota Metacíclico que vai para as glândulas salivares do inseto. O ciclo nos animais e no ser humano é o mesmo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (LEISHMANIOSE TEGUMENTAR) : • Maioria dos casos assintomáticos • Lesão cutânea papular, ulcerada, bordas elevadas e infiltradas, indolor e não pruriginosa, lembrando uma cratera de vulcão. • Pode ocorrer lesão bacteriana secundária (secreção purulenta, edema, rubor, calor) • A progressão aumenta a lesão Há 2 tipos de Leishmaniose Tegumentar: • Leishmaniose Cutâneodifusa: lesões demoram para ulcerar e evoluem inicialmente como nódulos. Forma rara e grave; lesões podem ter perda de tecido por necrose – Ocorre por má resposta ao tratamento. • Leishmaniose cutaneomucosa: lesões em mucosa oral e nasal (palato, lábios, cavidades nasais, faringe e laringe – perda tecidual por necrose) – Ocorre também quando não responde ao tratamento ou tratamento inadequado. PATOGÊNESE – LEISHMANIOSE VISCERAL (CALAZAR) • Forma grave – Muitas vezes letal • Disseminação nos Linfonodos • Invasão de vísceras que contém macrófagos. Ex: Baço, Fígado • Destruição dos macrófagos • Consequente queda do sistema imune • Recrutamento de linfócitos, outros macrófagos – hiperplasia dos órgãos infiltrados MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Febre alta • Astenia • Mal-Estar geral • Perda de peso • Hepatoesplenomegalia • Inchaço generalizado nos linfonodos • Medula óssea: hipoplasia no setor de células do sangue – leucopenia, anemia e plaquetopenia DIAGNÓSTICO: • Leishmaniose Tegumentar: Biópsia/raspagem – procurar pelas formas amastigotas. • Leishmaniose Visceral: aspiração da medula óssea, dos linfonodos, biopsia do fígado. • Métodos Imunológicos – Reação de Montenegro (exame laboratorial para ver se a pessoa está com o parasita) • Cães – Determinação de anticorpos no sangue (IGG, IGM) • Leishmaniose Canina – Maioria assintomática TRATAMENTO (APENAS PARA HUMANOS E NÃO PARA ANIMAIS): • Antimoniais Pentavalentes. Ex: antimoniato de meglumina • Anfotericina B – nefrotoxicidade PREVENÇÃO E CONTROLE: • Uso de repelentes (parede das casas), janelas teladas e mosquiteiros • Sacrifício de cães infectados – Calazar • Repelentes em cães • Controle do vetor – Inseticidas ENTAMOEBA - AMEBÍASE AGENTE ETIOLÓGICO: • Entamoeba histolytica • Entamoeba díspar • Entamoeba gengivalis (causa infecção na gengiva, mas é bem raro) TRANSMISSÃO: • Buco Fecal – de fezes para a boca • Má higiene das mãos após as fezes • Má higiene dos alimentos (leguminosas) • Locais sem saneamento básico SINAL CLÍNICO PREDOMINANTE: • Fezes Diarreicas muco sanguinolentas CICLO A ameba (Entamoeba) é ingerida, na forma de Cisto (forma infectante no homem), passa pelo sistema digestório, eclode e se transforma em Trofozoíto, se multiplica e causa necrose lá no intestino grosso (Órgão alvo), fazendo o hospedeiro defecar sangue e muco (fezes diarreicas muco sanguinolenta), saindo nas fezes ainda na forma de Trofozoíto, que não é a forma infectante e não tem resistência ao meio ambiente. Porém, quando o paciente não tem manifestações clínicas (diarreia, dores abdominais) o Trofozoíto lá no intestino vai virar Cisto novamente nas fezes, assim podendo contaminar. Ou seja, apenas as pessoas assintomáticas transmitem a doença. Amebíase não infecta animais. 2 TIPOS DE AMEBÍASE: • Amebíase intestinal: causa necrose no intestino grosso Sinais: - Desinteria amebiante (Diarreias muco sanguinolentas) – 3 a 5 vezes ao dia, sem febre, dor moderada de cólica, tenesmo retal (vontade de defecar, mas nada acontece) - Colite Fulminante – evolução rápida, 30 ou mais evacuações por dia, cólicas intensas, tenesmo, letalidade em torno de 40% - Apendicite amebiana – ulceração do apêndice associado ao processo inflamatório - Ameboma do colón – lesões pseudotumorais resultantes de necrose, inflamação e edema da mucosa e submucosa do cólon • Amebíase extreintestinal: atravessa a submucosa do intestino, cai na corrente sanguínea e pode chegar ao fígado (mais comum), pulmões, rins e até ao cérebro (raro) - Abcesso amebiano de fígado ou necrose amebiana do fígado - Início súbito - Dor no Hipocôndrio direito (piora na respiração profunda) - Pode apresentar febre - Raramente apresenta icterícia - Lesões únicas ou múltiplas, podendo ser bem extensas OBS: pode atingir pulmão e pele, sobretudo região perianal DIAGNÓSTICO: • Exame de fezes – pesquisa de Cistos • Exames de imagem (US ou TC para identificar abscessos hepáticos) TRATAMENTO: • Forma Intestinal: dicloroacetamida (Etofamida) ou benzilamina (teclosan); ou composto nitroimidazólico com ação tecidual (tinidazol) • Extraintestinal: composto nitroimidazólicos (metronidazol ou tinidazol) PREVENÇÃO E CONTROLE: • Condições sanitárias adequadas • Educação sanitária GIARDÍASE • Protozoário: Giárdia duodenalis • Encontrado com frequência em cães, gatos e gado • Ciclo inclui duas formas: Cisto, Trofozoíto O ser humano se infecta com o Cisto, passa pelo sistema digestório, lá eles eclodem em Trofozoítos e vão para o Intestino Delgado (órgão alvo), os Trofozoítos tem ventosas que grudam no intestino e prejudicam a absorção de nutrientes, aumenta também a permeabilidade de água, deixando entrar mais água, e pode se transforma em Cisto novamente para sair nas fezes na forma infectante. Os Cistos saem nas fezes solidas e os Trofozoítos nas diarreias (não tem muco e sangue). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Diarreias (de 2 a 4 semanas, se não tratada pode durar até 7 semanas) • Náuseas • Vômitos • Perda de peso • Má absorção de nutrientes • Aumento da permeabilidade intestinal, levando ao acúmulo de líquidos no lúmen. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: • Exame de fezes (pesquisa de Cisto do parasita) • Compostos nitroimidazólicos: metronidazol, tinidazol, secnidazol, entre outros. PREVENÇÃO E CONTROLE: • Condiçõessanitárias adequadas • Educação sanitária
Compartilhar