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Aula 1 - Introdução

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História e evolução da Anestesia Veterinária................................ 04
Cálculos de doses e infusões......................................................... 15
Equipamentos e circuitos anestésicos........................................... 31
Monitorização anestésica.............................................................. 45
Estágios da anestesia geral............................................................ 58
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Medicação pré-anestésica............................................................. 70
Anestésicos injetáveis.................................................................... 99
Anestésicos inalatórios.................................................................. 114
Anestésicos locais.......................................................................... 132
Técnicas locorregionais em cães e gatos....................................... 151
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Avaliação e preparo do paciente................................................... 193
Fluidoterapia na anestesia............................................................. 202
Fisiopatologia da dor e terapia antálgica...................................... 224
Sedação e anestesia em casos especiais....................................... 253
Sedação e anestesia no paciente crítico........................................ 263
Complicações anestésicas e tratamento....................................... 272
Particularidades anestésicas em equinos e bovinos..................... 290
SUMÁRIO
2
ANESTESIOLOGIA 
VETERINÁRIA
- Parte 1 -
Introdução à Anestesia
Veterinária
4
ERA PRÉ ANESTESIA
“A história da cirurgia é uma história dos últimos 100 anos.
Iniciou-se em 1846, com a descoberta da anestesia e, portanto, com a
possibilidade da operação indolor.
Tudo o que existia antes eram apenas trevas de
ignorância, de sofrimento, de tentativas infrutíferas na
escuridão.
Mas a história dos últimos 100 anos oferece o mais extraordinário
panorama de que a humanidade tem conhecimento.”
(Bertrand Gosset, 1956)
5
• Historicamente – data da primeira anestesia
• Realizada no anfiteatro cirúrgico do Massachussetts General Hospital
(Boston)
• Anestesista: dentista William Thomas Green Morton
• Procedimento: nodulectomia de tumor em pescoço
• Anestesia: Éter, através de um aparelho inalador 6
MORBIDADE E MORTALIDADE NA 
ANESTESIA VETERINÁRIA
• Na Medicina Humana:
• 1-10 a cada 100.000 pacientes vem a óbito (0,001-0,01%)
• Riscos: idade avançada, comorbidades, cirurgias de urgência e
alguns tipos de cirurgias
• Variação na taxa de mortalidade relacionada a eventos
anestésicos na literatura:
(DeLay, 2016)
• No cão: 0,11-1,5%
• No gato: 0,06-1,08%
• No cavalo: 0,12-1,6%
7
Morbidade anestésica
• Complicações respiratórias:
Depressão respiratória ou apneia
Angústia respiratória
Dificuldade à intubação
Hipoventilação e hipercapnia
Hipoxemia
• Complicações cardiovasculares:
Arritmias cardíacas
Hipotensão
• Complicações gastrintestinais:
Regurgitação
• Hipotermia
• Recuperação anestésica
insatisfatória:
Demora na recuperação da consciência
Excitação durante a recuperação
Insuficiência renal
• Em grandes animais:
Hipotensão, bradi e taquiarritmias
Hipoventilação, hipercapnia e
hipoxemia
Complicações pós-operatórias:
• Fraturas e lesão de tecido mole
• Miopatia, neuropatia e mielopatia
8
Mortalidade anestésica
Pequenos animais
• Complicações cardiovasculares e
respiratórias
• Complicações gastrintestinais,
neurológicas, hepáticas e renais
• Arritmias pelo aumento de
catecolaminas circulantes, hipóxia
miocárdica, agentes anestésicos
específicos, patologia
preexistente, procedimentos
específicos
Grandes animais
• Parada cardíaca e colapso 
cardiovascular
• Raros relatos de equinos 
“encontrados mortos”
• Cirurgias gastrintestinais de 
emergência
• Longa duração da anestesia
• Hipotensão intraoperatória
9
RAZÕES PARA MAIOR MORTALIDADE NA 
ANESTESIA VETERINÁRIA
Anestesia nem sempre realizada por profissionais 
capacitados
Realização do procedimento anestésico por enfermeiros 
que tem outros deveres fora do centro cirúrgico
Monitorização anestésica pobre
Monitorização durante todos os períodos anestésicos é essencial 
para reconhecimento e estabilização prévia do paciente
(DeLay, 2016)
(Griffin et al, 2016)
10
AVALIAÇÃO DAS AÇÕES ANESTÉSICAS
ANESTESIA GERAL = PERDA DA CONSCIÊNCIA
Insensibilidade 
à dor
Inconsciência
Relaxamento 
muscular
Ausência de 
resposta reflexa
11
“Agentes que induzem anestesia 
adequada em uma espécie e 
cirurgia podem não induzi-la 
com dose similar em outra 
espécie”
Diferenças espécie-específicas
Diferenças individuais
Avaliação de cada paciente é fundamental
12
DEFINIÇÕES ANESTÉSICAS IMPORTANTES
Analgesia
Nocicepção
Tranquilização
Sedação
Anestesia/Analgesia local ou 
regional
Anestesia geral
Anestesia geral cirúrgica
Anestesia dissociativa
ANESTESIA BALANCEADA
13
ETAPAS DA ANESTESIA
Avaliação e preparo do paciente
Medicação pré-anestésica (MPA)
Indução anestésica
Manutenção anestésica
Recuperação anestésica
14
CÁLCULOS DE 
DOSES E INFUSÕES
15
FÓRMULA PARA CÁLCULO DE 
FÁRMACOS
•V (mL) = D x P
C
•D = dose (mg/kg ou mcg/kg)
•P = peso (kg)
•C = concentração (mg/mL ou mcg/mL ou %)
16
Medidas utilizadas
•1 g = 1.000 mg
•1 mg = 1.000 mcg (µg)
• % x10 = mg/mL
• mg → mcg = x 1.000 mcg (µg) → mg = ÷ 1.000
17
CÁLCULO DE INFUSÃO 
CONTÍNUA 
•mL/kg/h (fluidoterapia)
•ou
•mg/kg/h (fármacos)
18
Como transformar mL em gotas/min
•Equipo macrogotas
1 mL = 20 gotas
•Equipo microgotas
1 mL = 60 gotas
19
Exemplo 1
•Cão 10 kg
•Morfina 
•0,5 mg/kg
•10 mg/mL
•Qual o volume a ser administrado?
20
Exemplo 2
•Gato 4 kg
•Cetamina
•10 mg/kg
•10%
•Qual o volume a ser administrado?
21
Exemplo 3
•Cão 8 kg
•Fentanil
•3 mcg/kg
•0,05 mg/mL
•Qual o volume a ser administrado?
22
Exemplo 4
•Cão 5 kg
•Fluidoterapia: Ringer Lactato
•5 mL/kg/h
•Quantas gotas/min a serem administradas 
para o paciente?
23
Exemplo 5
•Equino 400 kg
•Xilazina
•0,5 mg/kg/h
•10%
•Qual o volume a ser administrado por hora? 
E quantas gotas/min a serem infundidas no 
paciente?
24
Exmplo 6
•Bovino 300 kg
•Lidocaína 
•7 mg/kg
•2%
•Qual o volume a ser administrado?
25
CÁLCULO PARA DILUIÇÃO DE 
FÁRMACOS
26
C1 * V1 = C2 * V2
A diluição do fármaco é realizada a partir das seguintes 
variáveis:
✓Concentração do fármaco original/puro que se deseja
diluir (C1 ou Ci)
✓Volume do fármaco original/puro que é necessário ser
acrescentado à solução (V1 ou Vi)
✓Concentração do fármaco na solução preparada/diluída
(C2 ou Cf)
✓Volume da solução utilizada para diluir o fármaco puro
(V2 ou Vf)
27
Exemplo
• Para uma taxa de 5 mcg/kg/h em uma infusão contínua
do fentanil (50 mcg/mL) durante o procedimento
cirúrgico ao paciente (10 kg), calcule:
a. Qual o volume a ser adicionado do fentanil em uma
solução RL 500 mL para obter uma concentração da
diluição em 2 mcg/mL?
C1 = 50 mcg/mL
V1 = X
C2 = 2 mcg/mL
V2 = 500 mL
C1 * V1 = C2 * V2
50 * X = 2 * 500
50X = 1.000
X = 1.000
50
X = 20 mL (V1)
28
b. Para administrar a IC de fentanil numa velocidade de
20 mL/h, qual o volume a ser adicionado do fentanil
em uma solução RL 500 mL?
C1 = 50 mcg/mL
V1 = Z
C2 = Y
V2 = 500 mL 
Paciente: 10 kg
Taxa IC: 
5 mcg/kg/h
= P * D
= 10*5 
= 50 mcg/h
1) Tempo de duração do
frasco da solução
diluída:
Frasco RL: 500 mL
Taxa manutenção: 20
mL/h
1 hora -------- 20 mL
X horas ------- 500 mL
X = 25 horas de duração 
do frasco de RL + fentanil
2) Concentração do
fármaco puro a ser
adicionado ao frasco da
diluição:
Tempo de duração do frasco
RL + fentanil: 25 horas
Dose fentanil/h do paciente:50 mcg/h
1 hora ------------ 50 mcg
25 horas ---------- X mcg
X = 1.250 mcg fentanil em 
500 mL de solução RL
29
3) Concentração final do
fentanil na solução de 500 mL
500 mL --------------- 1.250 mcg
1 mL ----------------- X mcg
X = 2,5 mcg fentanil / mL 
solução diluída
(C2 / Y)
4) Calcular V1/Z a partir dos
resultados obtidos:
C1 * V1 = C2 * V2
50 * V1 = 2,5 * 500
X = 25 mL a ser adicionados ao 
frasco de RL 500 mL 
(V2 / Z)
30
EQUIPAMENTOS
E CIRCUITOS ANESTÉSICOS
31
O que preciso para anestesiar um paciente?
32
E... profissional MV capacitado
33
LARINGOSCÓPIO
CABO
LÂ
M
IN
A
 C
U
R
V
A LÂ
M
IN
A
 R
ETA
34
SONDAS ENDOTRAQUEAIS
Lei de Pouiselle = 
resistência é relacionada ao diâmetro 
da sonda
(Fonte: Lumb & Jones, 2017)
35
APARELHO DE ANESTESIA
36
Fonte de gás diluente
Válvula redutora de pressão
Chicotes
Fluxômetro
Vaporizador
Circuito anestésico
37
(Fonte: Lumb & Jones, 2014)
38
VAPORIZADOR 
UNIVERSAL
• Emprega qualquer agente
halogenado
• Exceto desfluorano
• Não possui compensação de
fluxo, temperatura e pressão
• Não permite cálculo preciso e
imediato da concentração do
anestésico enviado ao
paciente
39
VAPORIZADOR 
CALIBRADO
• Agente específico
• Compensação de fluxo,
temperatura e pressão
• Ajuste imediato da concentração
de anestésico enviada ao
paciente
• Escala de dial
40
CIRCUITOS 
ANESTÉSICOS
41
Sistemas sem retorno respiratório / aberto
Circuito de Bain ou Baraka
• Fluxo de gás fresco = 130-600 mL/kg/min
• Remoção do CO2 pela válvula de escape
• Indicação: pacientes até 7 kg
• Vantagens:
• Baixa resistência mecânica à respiração
• Mudanças relativamente rápidas no plano anestésico
• Desvantagens:
• Maior perda de calor e umidade
• Poluição ambiental
• Maior consumo de O2 e anestésico
42
Sistemas com retorno respiratório / semi-fechado
Circuito circular valvular
• Fluxo de gás fresco = 50-100 mL/kg/min 
• Fluxo de gás diluente excede consumo metabólico de O2
• Indicação: pacientes acima de 7 kg
• Canister:
• CO2 expirado é retido na cal sodada
• Na inspiração:
• Paciente inala gases contidos no interior do balão + gás fresco
43
• Vantagens:
• Conservação de calor e umidade
razoável
• Poluição ambiental reduzida
• Maior segurança
• Desvantagens:
• Resistência mecânica à
respiração
• Mudança de plano anestésico
mais lenta em relação ao circuito
sem retorno respiratório
44
MONITORIZAÇÃO 
ANESTÉSICA
45
46
Foco primário do monitoramento de
pacientes anestesiados é:
(1) Avaliação da profundidade da anestesia
(2) Avaliação das consequências cardiovasculares e
pulmonares do estágio anestesiado
(3) Avaliação da temperatura
Plano anestésico superficial 
Não consegue atingir todas as 
metas básicas da anestesia
Plano anestésico profundo
Pode ter consequências 
cardiopulmonares adversas e 
levá-los à morte
47
Monitoração da 
função respiratória
•Oximetria de pulso (SpO2)
Valores de SpO2 normais para as espécies: ≥ 95%
48
Monitoração da 
função respiratória
•Capnografia (ETCO2)
49
ETCO2 normal para as espécies:
35 – 45 mmHg
(Fonte: Lumb & Jones, 2017)
50
Monitoração da 
função cardiovascular
•Eletrocardiograma (FC e ritmo)
51
Frequência Cardíaca “normal” (durante a
anestesia) nas espécies:
Cães = 80 – 120 bpm
Gatos = 100 – 180 bpm
Equinos = 35 – 45 bpm
Pequenos ruminantes = 70 – 90 bpm
52
Monitoração da 
função cardiovascular
•Pressão arterial (PAS, PAM e PAD)
PAS = 90 – 140 mmHg
PAM = 60 – 100 mmHg
PAD = 40 – 60 mmHg
53
➢Método Doppler
54
➢Método Oscilométrico
55
➢ Método Invasivo
56
Monitoração da temperatura
Hipotermia X Hipertemia
• Avaliação de temperatura central (esofágica) e 
periférica (ΔT)
• > 4 oC = vasoconstrição
• < 2 oC = vasodilatação
***Uso de colchão térmico***
Monitoração da temperatura de maior contato com 
colchão térmico é fundamental!!!
57
Monitoração do Sistema 
Nervoso
ESTÁGIOS DA ANESTESIA GERAL
PLANOS ANESTÉSICOS DE GUEDEL
Primeiro estágio
Segundo estágio
Terceiro estágio
Quarto estágio
58
PRIMEIRO ESTÁGIO
ESTÁGIO DE MOVIMENTO VOLUNTÁRIO
• Início da administração do fármaco até a perda da consciência
• Variações do estágio:
• Anestésico utilizado
• Variações no comportamento do paciente
• Condição do paciente
• Contenção do paciente
• Velocidade de indução
• Avanço para 2º estágio:
• Ataxia progressiva, decúbito lateral, movimentação da cabeça sem firmeza
59
SEGUNDO ESTÁGIO
ESTÁGIO DE DELÍRIO OU MOVIMENTO INVOLUNTÁRIO
• Início entre a perda de consciência até o início de respiração de padrão regular
• Depressão parcial do SNC:
• Reflexos mais primitivos e exagerados
• Reação dos estímulos externos por reflexos violentos
• Prendem a respiração; taquipneia; hiperventilação
• Liberação contínua de catecolaminas
• Reflexos palpebrais proeminentes
• Equinos: quase sempre com nistagmo
60
• Em ruminantes e gatos:
• Salivação excessiva
• Em cães, gatos e cabritos:
• Estímulo do vômito
• Pode ocorrer laringoespasmo em gatos e suínos
• Tônus mandibular presente
• Intubação endotraqueal dificultada
Deve-se evitar qualquer tipo de estímulo neste estágio
61
TERCEIRO ESTÁGIO
ESTÁGIO DA ANESTESIA CIRÚRGICA
• Perda da consciência e depressão progressiva dos reflexos
• Relaxamento muscular e respiração lenta e regular
• Reflexos de vômito e deglutição ausentes
• Dividido em:
• Anestesia leve, média e profunda
62
• Anestesia cirúrgica leve / Plano I:
• Persiste até parada dos movimentos do globo ocular
• Anestesia cirúrgica média / Plano II:
• Respiração e pulso estáveis
• Abolição do reflexo laríngeo
• Reflexo palpebral reduzido e corneal presente
• Relaxamento muscular e “analgesia” adequados
• Observação de 6 reflexos clínicos
Anestesia cirúrgica = 3º estágio, plano II
• Anestesia cirúrgica profunda / Plano III:
• Respiração diafragmática – diminuição da função dos músculos intercostais e 
volume corrente
• Relaxamento muscular profundo
• Reflexo corneal reduzido, globo ocular centralizado e midríase
63
QUARTO ESTÁGIO
• Progressão da depressão do SNC
• Parada respiratória
• Batimentos cardíacos se mantém por curto tempo
• PA diminuída
• Midríase; pupila não responsiva à luz
• Relaxamento de esfíncter anal e vesical
• Sem intervenção = evolui para óbito rapidamente
• Interrupção imediata da anestesia e início das manobras de RCCP
➢Regressão gradual aos estágios anteriores até reversão completa
64
Profundidade Anestésica no Estágio III
PLANO
POSIÇÃO DO GLOBO 
OCULAR
REFLEXO 
PALPEBRAL
TAMANHO DAS 
PUPILAS
RESPOSTA
PUPILAR À LUZ
1. Leve Central + Médio a grande +
2. Leve a 
médio
Virado para a parte 
mesocentral
0
Pequeno a 
médio
+
3. Médio a 
profundo
Virado para a parte 
mesocentral
0 Médio a grande 0
4. Profundo Central 0 Grande 0
65
Profundidade Anestésica no Estágio III
PLANO
UMIDADE DA 
CÓRNEA
TÔNUS DO 
MÚSCULO CILIAR
TÔNUS DO 
MÚSCULO 
MANDIBULAR
RESPOSTA DE 
MOVIMENTO 
REFLEXO À 
NOCICEPÇÃO 
1. Leve Úmida Alto Alto Talvez
2. Leve a 
médio
Úmida Algum Algum Não
3. Médio a 
profundo
Intermediária Pouco Pouco Não
4. Profundo Seca Nenhum Nenhum Não
66
67
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Λ
- --
Λ Λ Λ
Λχ v Δ• -
37,5 37,2
1. Fentanil 2,5 mcg/kg IV 2. Efedrina 0,1 mg/kg IV
1 2
68
ANESTESIOLOGIA 
VETERINÁRIA
- Parte 2 -
Farmacologia aplicada à 
Anestesia Veterinária
69
MEDICAÇÃO 
PRÉ-ANESTÉSICA
70
ETAPAS DA ANESTESIA
Avaliação do paciente
Medicação pré-anestésica (MPA)
Preparo do paciente
Indução anestésica
Intubação endotraqueal
Manutenção anestésica
Procedimento cirúrgico
Recuperação pós-anestésica
Alta do paciente
71
O QUE É MPA?
•Fase que precede a anestesia
•Promove:
• Tranquilização ou sedação
• Analgesia
• Condições favoráveis ao trabalho da equipe no
preparo do paciente
• Menor estresse para o paciente
•Vias de administração: IV e IM; VO (felinos)
72
FINALIDADES
1. Sedar/tranquilizaro animal
• Reduzir o estresse, irritabilidade e agressividade
do paciente
2. Aliviar a dor
3. Potencializar os agentes anestésicos
injetáveis e inalatórios
• Reduzir efeitos indesejáveis de outros fármacos
73
AÇÃO FARMACOLÓGICA
•Bloqueio dos receptores dopaminérgicos
•Bloqueio dos receptores da dopamina na zona medular 
quimiorreceptora do gatilho
•Depleção das catecolaminas no centro termorregulador
do hipotálamo
•Bloqueio de receptores α1-adrenérgicos
FENOTIAZÍNICOS
74
EFEITOS DESEJÁVEIS
• Tranquilização
• Redução da ansiedade
• Estado de indiferença ao meio 
externo
• Potencialização de agentes
anestésicos
• Efeito anti-emético*
EFEITOS INDESEJÁVEIS
• Redução da resposta à
hipotermia
• Redução nos valores de
pressão arterial
→Vasodilatação periférica
• ↓ Hematócrito em 20-30%
em cães e equinos por ±2
horas
→ Sequestro esplênico
• Em garanhões: priapismo (1 a
4h)
Não causam analgesia!!!
75
USO CLÍNICO
• Utilizado como parte do protocolo de MPA
• Transporte de animais em viagens
• Realização de exame físico
CONTRAINDICAÇÕES
• Pacientes em choque
• Hipovolemia e/ou desidratação
• Hipotermia grave
76
ACEPROMAZINA
• 0,01 a 0,05 mg/kg IM
IV→ Redução da dose
• Cães, gatos, equinos, bovinos
• Raças braquicefálicas: maior
sensibilidade
→Redução da dose
• Ptose palpebral e ligeira
protrusão da 3ª pálpebra
• Duração de ação: até 8 horas
LEVOPROMAZINA
• 0,1 a 0,5 mg/kg IM ou IV
• Duração de ação: até 4 horas
CLORPROMAZINA
• 0,1 a 0,5 mg/kg IM ou IV
• Duração de ação: até 4 horas
77
AÇÃO FARMACOLÓGICA
•GABA: principal neurotransmissor inibitório do SNC
• Influência no SNC:
• Aumenta a afinidade do receptor GABAA pelo GABA →
Aumento da condutância do cloreto e hiperpolarização das
membranas celulares pós-sinápticas
•Benzodiazepínicos aumentam a ligação do GABA
endógeno ao receptor
BENZODIAZEPÍNICOS
78
EFEITOS DESEJÁVEIS
• Sedação
• Ansiólise
• Relaxamento muscular
• Efeito anticonvulsivante
• Efeitos cardiovasculares 
mínimos
→ Seguro para cardiopatas
EFEITOS INDESEJÁVEIS
• Em animais hígidos:
→Excitação paradoxal
→Gatos: excitação e agitação
mais evidente com aumento
da dose (0,5 mg/kg)
• Metabolização hepática
importante
→ Depuração lenta dos
metabólitos – doses repetidas
→ Cuidado com pacientes
hepatopatas
79
USO CLÍNICO
• Utilizado como parte do protocolo de MPA
• Principalmente: pacientes pediátricos e críticos
• Associado à cetamina:
• Redução dos efeitos centrais causados pela cetamina
• Fármaco co-indutor:
• Redução na dose necessária de propofol na indução anestésica
CONTRAINDICAÇÕES
• Uso com cautela em hepatopatas
80
DIAZEPAM
• Pouco solúvel
→ não recomendado pela via IM
• 0,1 a 0,5 mg/kg IV
Cães e gatos
• 0,01 a 0,2 mg/kg
Equinos e bovinos
Maior ataxia em equinos
• Meia-vida de eliminação
variável entre as espécies e
raças
MIDAZOLAM
• 0,1 a 0,5 mg/kg IV ou IM
Cães e gatos
• 0,01 a 0,2 mg/kg
Equinos e bovinos
Maior ataxia em equinos
FLUMAZENIL
• Antagonista
• 0,02 a 0,1 mg/kg IV
→ Reversão em 2 a 4 minutos
→ Hipnose, sedação e
miorelaxamento
81
AÇÃO FARMACOLÓGICA
• Estimulação de receptores α2-adrenérgicos:
• Distribuídos por todo o corpo, no tecido neural, na maioria dos órgãos e em
locais extrassinápticos no tecido vascular e nas plaquetas
→ Receptores α2a: localizados em córtex cerebral e tronco encefálico
• Principal fonte de sedação e analgesia supraespinal; bradicardia e hipotensão
mediadas centralmente
→ Receptores α2b: localizados em medula espinal e endotélio vascular
• Analgesia espinal, vasoconstrição e bradicardia perifericamente mediada
→ Receptores α2c: localizados na medula espinal
• Modulação da analgesia espinal; possivelmente, a termorregulação
AGONISTAS α-2 ADRENÉRGICOS 
82
AÇÃO FARMACOLÓGICA
• Sistema Nervoso Central:
• Redução da liberação de norepinefrina e pode impedir a ocupação dos
receptores
• Ligação de agonistas aos receptores α2-adrenérgicos no locus coeruleus e
medula lateral rostroventral: sedação
• Analgesia: ligação do agonista aos receptores α2-adrenérgicos em vários
pontos nas vias nociceptivas (corno dorsal da medula espinal e no tronco
encefálico)
• Estimulação de receptores α1-adrenérgicos:
• Excitação e aumento da atividade motora nos animais
• Quanto menos seletivo for um fármaco para os receptores α2-adrenérgicos,
maior a probabilidade teórica de observação de rigidez e/ou excitação
paradoxal.
83
EFEITOS DESEJÁVEIS
• Sedação
• Miorrelaxamento
• Analgesia
• Redução do requerimento de
fármacos anestésicos gerais
(intravenosos e inalatórios)
EFEITOS INDESEJÁVEIS
• S. Cardiovascular:
→Vasoconstrição periférica, aumento
da PA e bradicardia reflexa; com
consequente diminuição de tônus
simpático, ↓ FC e ↓ PA
• Ovinos: propensão à hipoxemia após o
uso de α2-agonistas
→ edema pulmonar secundário à lesão do
parênquima pulmonar
• Inibição da motilidade gastrintestinal
e tempo de esvaziamento gástrico
• Inibição da liberação de insulina –
aumento dos níveis de glicose séricos
(hiperglicemia)
• Em algumas espécies: indução da
contração da musculatura lisa do útero
• Redução do fluxo sanguíneo uterino
• Contraindicado no terço final da
gestação
84
USO CLÍNICO
• Utilizado como parte do protocolo de MPA
• Pacientes hígidos
• Equinos e bovinos – principal classe farmacológica da MPA
• Associado à cetamina:
• Redução dos efeitos centrais causados pela cetamina
• Sedação ambulatorial
CONTRAINDICAÇÕES
• Cardiopatas, diabéticos
• Neonatos
• Gestantes
• Uso com cautela em pacientes não-hígidos e/ou idosos!
85
XILAZINA
• 0,1 a 1 mg/kg IM ou IV
Cães, felinos, equinos
• 0,01-0,2 mg/kg IM ou IV
Ruminantes
• Seletividade por receptores α-
2/α-1 = 160/1
• Maior incidência de vômitos em
gatos (80%)
• Duração de ação:
30-50 minutos
DEXMEDETOMIDINA
• 2 a 10 mcg/kg IM ou IV
Pequenos animais
Cuidar com doses mais altas
• Seletividade por receptores α-
2/α-1 = 1.620/1
• Depressão cardiorrespiratória
discreta e maior qualidade de
sedação em relação a outros α-
2 agonistas
• Duração de ação:
40-90 minutos
86
DETOMIDINA
• 5 a 20 mcg/kg IV
10 a 40 mcg/kg IM
Equídeos
Não aprovado para cães e gatos
• 0,01-0,2 mg/kg IM ou IV
Ruminantes
• Seletividade por receptores α-2/α-
1 = 260/1
• Sedação, analgesia e
miorrelaxamento superiores à
Xilazina
• Duração de ação: 40-60 minutos
Pico de sedação: 5 min após IV
IOIMBINA
• Antagonista seletivo para
receptores α-2 adrenérgicos
centrais e periféricos
• Dose: IV ou IM
Reversão da Xilazina
Re-sedação em bovinos*
ATIPAMEZOLE
• Antagonista com maior
seletividade para receptores α-
2 adrenérgicos (em comparação
com ioimbina)
• Dose: IV ou IM
Reversão da dexmedetomidina87
AÇÃO FARMACOLÓGICA
• Receptores opioides: 3 receptores opioides identificados (μ, κ e δ)
• β-endorfina: principal ligante endógeno do receptor opioide μ
• Leucina- e metionina-encefalina: principais ligantes endógenos do receptor
opioide κ
• Dinorfina A: principal ligante endógeno do receptor opioide δ
• Opioides (μ, κ e δ) diminuem a liberação dos neurotransmissores
excitatórios e hipopolarizam os nociceptores
• Diminuição da transmissão na medula espinal
• Ligação de agonistas opioides a receptores na substância CPA:
• Inibição dos interneurônios de GABA→ ativação de vias medulares que inibem
seletivamente os neurônios nociceptivos do corno dorsal
OPIOIDES
88
AÇÃO FARMACOLÓGICA
• Nas vias bulboespinais: liberação de norepinefrina e
serotonina no corno dorsal da medula espinal
• Efeitos analgésicos dos opioides mediados por via espinal –
mediados por:
• Inibição da liberação de neurotransmissores pré-sinápticos
• Hiperpolarização pós-sináptica de membranas neuronais
• Resulta em diminuição da excitabilidade
• Efeitos analgésicos periféricos:
• Mediados por receptores opioides de localização mais periférica
• Opioides periféricos parecem ser ativados e suprarregulados por
traumatismo ou inflamação → podem ser afetados pela
administração local de opioides para produzir um efeito analgésico
89
EficáciaX Potência
Intensidade da 
resposta obtida por 
um fármaco
Dose necessária para 
atingir determinada 
resposta
90
Opioides agonistas totais
Aumento dependente da dose no efeito
até que seja alcançada a estimulação
máxima do receptor
Opioides agonistas parciais
Aumento dependente da dose no efeito
Platô → efeito máximo menor do que o
efeito máximo de um agonista completo
Opioides agonistas K / 
antagonistas µ
Reversão dos efeitos em receptores µ
Aumento dependente da dose no efeito
Platô → efeito máximo menor do que o
efeito máximo de um agonista completo
Opioides antagonistas totais
Ligação ao receptor com alta afinidade
Não produz nenhum efeito → inibe a
ligação dos agonistas (tanto endógenos
quanto exógenos)
91
EFEITOS DESEJÁVEIS
• Analgesia pré, trans e pós-
cirúrgica
• Sedação
• Redução do requerimento de
fármacos anestésicos gerais
(intravenosos e inalatórios)
EFEITOS INDESEJÁVEIS
• Náusea/vômito
• Depressão respiratória
• Disforia/excitação
→ Doses altas
→ Felinos e equinos*
• Redução da motilidade
gastrintestinal
→ Constipação em uso prolongado
• Retenção urinária
• Administração IV rápida
→ Hipotensão arterial – liberação de
histamina
→Meperidina e morfina*
92
USO CLÍNICO
• Primeira linha de analgesia
• Analgesia pré, trans e pós-cirúrgico
• Terapia antálgica 
• Sedação em pacientes críticos
• Fármaco co-indutor:
• Redução na dose necessária de propofol na indução anestésica
CONTRAINDICAÇÕES
• Uso com cuidado em cesariana!
• Depressão cardiorrespiratória intensa no neonato 
93
MORFINA
• 0,1 a 1 mg/kg IM, IV ou SC (cães)
Gatos: 0,1 a 0,25 mg/kg
Equinos: 0,05 a 0,2 mg/kg
• Agonista opioide total
Analgesia dose-dependente
Fármaco de eleição no TTO de dor
moderada a severa
• Metabolismo 50% extra-hepático
• Maior incidência de vômito
• Menos lipofílica
Injeção epidural – maior ação (até
24h)
• Duração de ação: 2-4 horas
Equinos: 8 horas
METADONA
• 0,1 a 0,5 mg/kg IM, IV ou SC
Gatos: 0,1 a 0,25 mg/kg
Equinos: 0,15 a 0,25 mg/kg
• Agonista opioide total
Potência similar à morfina
• Antagonista de receptores NMDA
Dor crônica
• Duração de ação: 3 a 4 horas
Gatos: concentração plasmática se
mantém elevada por até 6 horas
94
FENTANIL
• 5 a 10 mcg/kg IM, SC ou IV
Cães e gatos
Equinos: 2 a 4 mcg/kg IV
5 a 10 mcg/kg/h
• Opioide agonista total
100 a 200x mais potente que
morfina
• Mais comum em infusão
contínua
• Ação vagomimética importante
• Duração de ação: ±30 minutos
REMIFENTANIL
• 0,1 a 0,3 mcg/kg/min IV
• Opioide agonista total
• Ultra curta duração
• Não depende de metabolismo
hepático e excreção renal para
eliminação
• Degradação espontânea por
esterases plasmáticas
• Utilizado para infusão contínua
• Próximo ao término da IC –
administração de analgésicos
95
MEPERIDINA
• 5 a 10 mg/kg IM ou SC
Cães
Gatos: 3 a 5 mg/kg 
• Opioide agonista total
Menor eficácia que morfina
• Administração IV rápida: liberação 
de histamina
• Duração de ação: 0,5 a 2 horas
Até 3 horas em gatos
TRAMADOL
• 2 a 4 mg/kg IM, IV ou SC
• Opioide atípico
Efeito analgésico fraco
• Análogo da codeína
Alta seletividade para receptores mi
(μ) – baixa afinidade
6.000x menor que morfina e 10x
menor que codeína
• Ativação da via monoaminérgica
espinhal
Inibição da recaptação de
norepinefrina e recaptação de
serotonina – vias inibitórias
descendentes do SNC
• Duração de ação: 6 a 8 horas
96
BUTORFANOL
• 0,2 a 0,4 mg/kg IM, IV ou SC
Cães e gatos
Equinos: 0,005 a 0,2 mg/kg
Ruminantes: 0,05 a 0,2 mg/kg
• Agonista κ e antagonista/agonista
parcial μ
• Reversão de efeitos colaterais
causados pelos opioides agonistas
totais
• Efeito antitussígeno
• Duração de ação: 1 a 4 horas
Equinos: 2 a 6 horas
Ruminantes: 4 a 12 horas
NALOXONA
• 1 a 40 mcg/kg IV
Titulação da dose: a cada 1 a 2
minutos
Até a reversão do efeito
INDESEJÁVEL
• Antagonista opioide competitivo
de todos os receptores
• Reversão de:
Efeitos indesejáveis
Sedação excessiva, depressão
respiratória, excitação
Efeitos desejáveis (altas doses)
Analgesia, sedação
97
NEUROLEPTOANALGESIA
•Associação de duas classes farmacológicas
• Estado caracterizado por sedação e analgesia
SEDATIVO
+
ANALGÉSICO
98
ANESTÉSICOS INJETÁVEIS
99
ETAPAS DA ANESTESIA
Avaliação do paciente
Medicação pré-anestésica (MPA)
Preparo do paciente
Indução anestésica
(Intubação endotraqueal)
Manutenção anestésica
Procedimento cirúrgico
Recuperação pós-anestésica
Alta do paciente
100
Bolus
Bolus intermitente
Infusão contínua
C
O
N
C
EN
TR
A
Ç
Ã
O
 P
LA
SM
Á
TI
C
A
TEMPO
101
AÇÃO FARMACOLÓGICA
• Dissociação entre atividade neuronal no tálamo e no sistema límbico
• Depressão do sistema talamocortical
• Estimulação do sistema límbico
• Antagonismo de receptores NMDA:
• Impedimento da ligação de glutamato (NT excitatório)
• Depressão SNC
• Efeito analgésico
• Interação a receptores monoaminérgicos:
• Serotonina, noradrenalina e dopamina
• Antinocicepção
• Atividade antagonista em receptores muscarínicos:
• Delirium, broncodilatação e ação simpatomimética
 AGENTES DISSOCIATIVOS
Derivados da fenciclidina
102
EFEITOS DESEJÁVEIS
• Analgesia
• Excelente analgésico para dor 
crônica
• Doses subanestésicas
• Estado de anestesia*
• Sistema Cardiovascular:
•  PA sistêmica e pulmonar
•  FC
•  DC
• Broncodilatação
• Animais com asma ou DPOC 
EFEITOS INDESEJÁVEIS
• Aumento da PIC e PIO
• Estímulo cardiovascular excessivo
• Dose anestésica
• Estado de catalepsia / rigidez 
muscular
• Quando isolado
• Delirium de emergência
• Ataxia, hiperreflexia, sensibilidade
ao toque, aumento da atividade
motora
• Gatos: presença de metabólito ativo
103
USO CLÍNICO
• De MPA a indução anestésica
• De indução anestésica a manutenção anestésica - Equinos
• Procedimentos ambulatoriais
• Reflexos laríngeo e faríngeo intactos → não coordenados e não protetores
CONTRAINDICAÇÕES
• Pacientes neuropatas, cardiopatas, nefropatas, hepatopatas
• Doses anestésicas
• Cesarianas e neonatos
104
CETAMINA
• Doses usuais:
• Cães: 5 a 10 mg/kg IV
• Gatos: 5 a 10 mg/kg IV; até 15 
mg/kg IM
• Equinos: 2 a 2,2 mg/kg IV
• Ruminantes: 2 a 4 mg/kg IV
• Dose analgésica:
• 0,5 a 1 mg/kg IV ou SC
• 0,6 mg/kg/h IV
• Gatos:
• 80% excretado de forma
inalterada
TILETAMINA
• Associada ao zolazepam
• Zoletil ® ou Telazol®
• Doses usuais: 
• Cães: 1 mg/kg IV; 3 a 6 mg/kg IM
• Gatos: 4 a 7 mg/kg IM
Duração de ação:
• Cães: tiletamina > zolazepam
• Recuperação agitada
• Gatos: zolazepam > tiletamina
• Recuperação tranquila
105
 ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS
Tiopental, etomidato, propofol
AÇÃO FARMACOLÓGICA
• Causam inconsciência e relaxamento muscular
• Depressão do SNC (hipnose)→ evita a percepção da dor
 Não possui propriedades intrinsicamente analgésicas
• Ativação de GABAA (ácido ƴ-aminobutírico)
• Aumento da condução transmembrana do cloreto
• Hiperpolarização da membrana celular pós-sináptica do neurônio
• Inibição do neurônio pós-sináptico
DEPRESSÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
PERDA DE CONSCIÊNCIA DOSE-
DEPENDENTE
106
 TIOPENTAL
Barbitúricos
EFEITOS DESEJÁVEIS
• Redução da PIC
• Redução da PIO
• Potente anticonvulsivante
• Anestesia geral dose-dependente
EFEITOS INDESEJÁVEIS
• Efeito cumulativo
• 76 – 82% ligação às proteínas plasmáticas
• Depressor cardiovascular
• Venodilatação→ sequestro esplênico de 
hemácias
• Redução da sensibilidade à hipoxia e
hipercapnia
• Hipotensão e vasoconstrição renal
• Diminuem tônus uterino
• Depressão fetal
• Depressão do centro termorregulador
• Intenso metabolismo hepático 107
Distribuição do Tiopental
108
USO CLÍNICO
• Quando empregado em anestesia:
• Evita-se administração repetida – efeito cumulativo
• Dose:
• 5 – 12,5 mg/kg IV com MPA
Injeção perivascular = necrose tecidual* 
CONTRAINDICAÇÕES
• Cardiopatas, nefropatas e hepatopatas e fêmeas gestantes
• Cuidado em pacientes com:
• Hipoproteinemia, acidose ou anemia
• Maior depressão do SNC
109
EFEITOS DESEJÁVEIS
• Ultra curta duração, não
cumulativo
•Eliminação renal: 3% de forma
inalterada
• Redução da PIC
• Pouco efeito em Sistema
Cardiovascular
EFEITOS INDESEJÁVEIS
• Supressão adrenocortical
• Inibição dependente da dose da
conversão do colesterol em
cortisol
• Por até 6h em cães e 5h em gatos
• Não recomendado para IC
• Mioclonia, distonia, tremor
• Náuseas e vômitos
 ETOMIDATO
Derivado imidazólico
110
USO CLÍNICO
• Indução da anestesia geral em pacientes de alto risco e
cardiopatas
• Associação com benzodiazepínicos – prevenção de
mioclonias
• Dose:
• 0,5 – 2,0 mg/kg IV
CONTRAINDICAÇÕES
• Desaconselhado em pacientes com doenças
adrenocorticais
111
 PROPOFOL
Derivado alquil fenólico
EFEITOS DESEJÁVEIS
• Ultra curta duração, não cumulativo
• Metabolismo extra-hepático:
• Pulmões, intestinos, rins e plasma
• Eliminação renal: menos que 1%
sob forma inalterada
• Redução do metabolismo cerebral
• Redução PIC
• Recuperação anestésica rápida
EFEITOS INDESEJÁVEIS
• Depressão cardiovascular
• Apneia transitória
• Sempre estar preparado para
intubação endotraqueal
• Monitorização SpO2
• Vasodilatação com inibição da
vasoconstrição termorregulatória
do organismo
• Gatos:
• Menor capacidade de
biotransformação – presença do
radical fenol na fórmula
112
USO CLÍNICO
• Amplamente utilizado em pequenos animais para indução 
anestésica e anestesia total intravenosa 
• Associado a outros fármacos
• Duração de ação:
• 3 – 4 minutos (sem MPA)
• 3 – 9 minutos (com MPA)
• Dose:
• 2 – 4 mg/kg IV com MPA
6 – 8 mg/kg IV sem MPA
• Infusão contínua: 0,15 – 0,4 mg/kg/min IV
CUIDADO!
• Emulsão fina: 10% óleo de soja, 1,2% de fosfolipídeos de ovo purificado, 2,25% de
glicerol e lectina de ovo
Cuidado com contaminação!!!!
113
ANESTÉSICOS INALATÓRIOS
114
ETAPAS DA ANESTESIA
Avaliação do paciente
Medicação pré-anestésica (MPA)
Preparo do paciente
Indução anestésica
(Intubação endotraqueal)
Manutenção anestésica
Procedimento cirúrgico
Recuperação pós-anestésica
Alta do paciente
115
(Grimm et al., 2017)
116
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
Estabelecem:
• Como agentes são fornecidos pelo fabricante
• Resistência da molécula por agentes físicos (luz, calor)
• Reação com equipamentos (estrutura metálica, cal sodada)
• Influência do anestésico em vaporizadores, circuitos
anestésicos
• Captação, distribuição e eliminação do agente pelo paciente
117
PROPRIEDADES QUÍMICAS
• Compostos orgânicos
• Exceto: Óxido nitroso (N2O), xenônio
• Hidrocarbonetos ou éteres
• Halogenação dos compostos
• Adição de flúor, cloro ou bromo
• Anestésico menos reativo, mais potente e não inflamável
• Substituição do cloro ou bromo pelo flúor
• Melhora da estabilidade do agente anestésico
• Redução da potência e solubilidade do anestésico
118
119
PROPRIEDADES FÍSICAS
• Anestésicos halogenados são vapores
• À temperatura ambiente e pressão ao nível do mar = estado líquido
• Pressão: força de bombardeamento entre as moléculas dos
anestésicos por unidade de área
• Movimento de modo aleatório e em alta velocidade
• Pressão determina potência anestésica
• Pressão parcial: pressão individual de cada gás na mistura de gases
• Pressão parcial de um agente é a mesma em compartimentos distintos que estão
em equilíbrio um com o outro
• Quantidade de anestésico inalatório:
• Vol% do agente A em relação à mistura de gases
“DOSE”
120
• Vaporização: mudança do estado
líquido para o estado gasoso
• Pressão que as moléculas de vapor
exercem quando as fases de líquido
e vapor estão em equilíbrio
• Capacidade de volatilização do
anestésico inalatório
• Pressão de vapor saturado:
concentração máxima de moléculas
no estado de vapor que existe para
determinado líquido em cada
temperatura
• Depende da pressão atmosférica
para determinar máxima dose
- Pressão de vapor -
• Gases e vapores anestésicos se
dissolvem em líquidos e sólidos
• Relacionado à velocidade de
indução e recuperação anestésicas
• Coeficiente de solubilidade:
• Magnitude na qual um gás se
dissolve em determinado
solvente
Coeficiente de partição:
Razão de concentração entre um
anestésico no solvente (sangue,
cérebro) e a fase gasosa
• Sangue/gás
• Cérebro/sangue
- Solubilidade dos 
gases -
121
(Grimm et al., 2017)
122
CARACTERÍSTICAS
IS
O
FL
U
O
R
A
N
O
SE
V
O
FL
U
R
A
N
O
D
ES
FL
U
O
R
A
N
O
H
A
LO
TA
N
O
Peso molecular (g) 184,5 218 168 197
Ponto de ebulição (oC) 48,5 58,5 23,5 50
Pressão de vapor (mmHg) (20oC) 238 160 700 243
Coeficiente de partição (37oC)
Sangue/gás 1,46 0,68 0,42 2,54
Cérebro/gás 1,6 1,7 1,3 1,9
123
124
- CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR MÍNIMA -
• Avaliação da potência de um anestésico inalatório
CAM = concentração necessária, em uma atmosfera, para abolir a resposta 
dolorosa supramáxima em 50% dos indivíduos (ED50)
• ED95 = CAM 20-40% maior
• Valor de 1 CAM = dose mínima efetiva (DE50) de um dado anestésico inalatório
• 1 CAM:
• Geralmente ineficaz para a manutenção anestésica
• 1,5 – 2 CAM:
• Para manter 95% dos pacientes anestesiados (DE95)
INFLUÊNCIA DE CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS, ADJUVANTES ANESTÉSICOS E 
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO EM QUESTÃO
DOSE ANESTÉSICA
Plano superficial de 
anestesia
Plano moderado de 
anestesia
125
Concentração Alveolar Mínima (CAM)
126
C
A
P
TA
Ç
Ã
O
 E 
ELIM
IN
A
Ç
Ã
O
Fornecimento 
aos alvéolos
Captação = 
S x DC x (PA – PV / PBAR)
% depuração = 
100 × VA
CP sangue/gás do agente × DC + VA
127
BIOTRANSFORMAÇÃO
128
• Diminuição da taxa metabólica
cerebral
• ↓ consumo cerebral de
oxigênio
• Aumento de fluxo sanguíneo
cerebral (FSC)
• Vasodilatação pela ação direta
no músculo liso vascular
intracraniano
• Halotano > Isofluorano >
Desfluorano > Sevofluorano*
Aumento da pressão 
intracraniana
(maior em equinos)
SISTEMA NERVOSO
• Depressão respiratória dose-
dependente
• Diminuição do volume corrente e
aumento do CO2 arterial
• Hipoventilação e hipercapnia →
taquipneia e respiração superficial
• Sevofluorano e isofluorano: efeito
broncodilatador
• Sevofluorano: baixa pungência e
pouca irritabilidade
• Mais indicado na indução
anestésica por máscara
SISTEMA RESPIRATÓRIO
FARMACODINÂMICA DOS ANESTÉSICOS INALATÓRIOS
129
• Depressão cardiovascular dose-
dependente
• Em cães: elevação da FC
• Doses terapêuticas: hipotensão
arterial e ↓ DC
HALOTANO:
• ↓ DC, por menor força de contração
do miocárdio
ISOFLUORANO E SEVOFLUORANO:
• ↓ RVS, manutenção do DC
• Fluxo sanguíneo regional: redução
do fluxo sanguíneo total com
impacto na distribuição do fluxo
sanguíneo tecidual
• CAM 1,5 – 2,0: inibem resposta
cardiovascular ao estímulo nocivo
SISTEMA CARDIOVASCULAR
FARMACODINÂMICA DOS ANESTÉSICOS INALATÓRIOS
EFEITOS RENAIS
• Redução da taxa de filtração
glomerular (TFG)
• Anestesias longas: ↑ ureia,
creatinina e fosfato inorgânico
• Avaliação da hidratação e
volemia
• Sevofluorano: produto de
degradação composto A
• Nefrotóxico
EFEITOS HEPÁTICOS
• Halotano:
• 1:10.000 casos = hepatite 
aguda 130
131
ANESTÉSICOS LOCAIS
132
ETAPAS DA ANESTESIA
Avaliação do paciente
Medicação pré-anestésica (MPA)
Preparo do paciente
Indução anestésica
(Intubação endotraqueal)
Manutenção anestésica
Procedimento cirúrgico
Recuperação pós-anestésica
Alta do paciente
133
Lidocaína
É toda substância capaz de bloquear, de maneira 
reversível, os impulsos nervosos aferentes, 
especialmente aqueles que conduzem os estímulos 
dolorosos, no local de sua aplicação, causando perda 
temporária de sensibilidade dolorosa
Anestesia regional e analgesia
Anestesia subaracnóidea ou peridural
Bloqueios periféricos de membros
Anestesia regional por infusão contínua
Aplicação tópica
Controle de arritmias
Síndromes álgicas neuropáticas refratárias
134
MECANISMO DE AÇÃO
• Bloqueio das correntes de entrada de Na+ através dos canais de 
Na+ controlados por voltagem
• Impedem a despolarização da membrana celular e a excitação e condução 
nervosas
Fonte: Lumb&Jones, 2017
Base neutra (B)
- Lipossolúvel
- Atravessa com 
facilidade amembrana celular
- Pode causar 
expansão da 
membrana e 
fechamento do 
canal de Na+
Base ionizada (BH+)
- + hidrossolúvel
- Pode atravessar o 
canal aberto
- Interage com seu 
receptor no lado 
intracelular do canal 
de Na+
135
• ALs interagem com membrana lipídica → alterando sua fluidez
• Fibras não mielinizadas são bloqueadas mais rapidamente que fibras 
mielinizadas (dupla camada lipídica)
*Importante para diferenciar o tipo de bloqueio (motor ou sensitivo)
• Na medula espinhal:
• Inibição dos canais de K+ e Ca2+ no corno dorsal
• Efeitos antinociceptivos
Fibras autônomas C e B
Fibras nociceptivas C e Aδ
Fibras sensoriais e motoras 
Aγ, Aβ e Aα
136
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
• Lipossolubilidade:
• Diretamente relacionada à potência do AL
• Quanto maior afinidade → menor concentração necessária
para atingir bloqueio neural
• Ligação às proteínas plasmáticas:
• Relacionada à duração de ação
• Quanto maior afinidade →maior tempo de duração
• Grau de ionização:
• Inversamente proporcional à velocidade de ação
• Forma não-ionizada difunde pelo tecido, forma ionizada
interage com locais de ação
• Em pH fisiológico: aumenta forma não-ionizada → período
de latência menor
• Em pH baixo (inflamação): maior ionização → redução na
velocidade de ação
137
Fá
rm
ac
o
Li
p
o
ss
o
lu
b
ili
d
ad
e
P
o
tê
n
ci
a
p
K
a
Li
ga
çã
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(%
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LIDOCAÍNA 3,6 2 7,86 65 Rápido 60 – 120
BUPIVACAÍNA 30 8 8,1 95 Intermediário 180 – 480
ROPIVACAÍNA 14 6 8,07 95 Intermediário 180 – 480 
Fonte: Klaumann & Otero, 2013 138
ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
Fonte: Lumb&Jones, 2017
139
• Vascularização do local:
Maior em tecidos irrigados, com alta atividade metabólica
• Vasodilatação local:
Maioria dos AL causa paralisia vasomotora – vasodilatação
• Aumento do fluxo sanguíneo local e maior absorção para circulação
• Lipossolubilidade:
Maior penetração, duração e potência
Mais tempo para AL ser removido da membrana celular
• Velocidade de metabolismo:
Quanto mais rápido o metabolismo, menor a duração do efeito
140
• Concentração/dose:
Quanto maior a dose e concentração, mais rápida será a 
absorção
• Uso de vasoconstritores (adrenalina):
Absorção mais lenta, maior período de latência, maior tempo de 
ação e menor toxicidade
• Concentração: 1:400.000 ou 1:200.000
• Uso de doses menores de AL
***Não podem ser utilizadas em extremidades
• Alcalinização dos AL:
Pelo aumento do pH da solução – redução do período de 
latência, aumenta a penetração e difusão longitudinal
Administração menos dolorosa
0,1 mEq HCO3
- / 1 mL AL
141
BIOTRANSFORMAÇÃO E EXCREÇÃO
• Aminoésteres:
• Depurados principalmente no sangue por pseudocolinesterases
plasmáticas inespecíficas
• Aminoamidas:
• Quase exclusivamente metabolizados no fígado
• Lidocaína: redução do fluxo hepático reduz sua depuração hepática
• Bupivacaína: mais dependente de enzimas hepáticas para sua
metabolização
• Fatores que reduzem fluxo sanguíneo hepático – prolongam o
metabolismo do AL
• Excreção via renal (quase 100% forma inativa)
• Pequena quantidade excretada pela bile
142
LIDOCAÍNA
• AL HIDROSSOLÚVEL
• Rápido início de ação, duração moderada do efeito e toxicidade moderada
• Mais comumente empregado na prática clínica
• Indicações anestésicas:
• Bloqueio infiltrativo, bloqueio nervoso periférico, bloqueio epidural e
anestesia regional periférica
• Indicações não-anestésicas:
• Potencialização da anestesia geral em 40-70% nas diversas espécies
• Antiarrítmico de classe IB – taquicardias ventriculares
• Analgésico por via intravenosa
• Efeitos anti-inflamatórios
• Melhora da motilidade gastrintestinal (pró-cinético)
143
• AL ALTAMENTE LIPOFÍLICO
• 4 vezes mais potente que lidocaína
• Início lento de ação e longa duração do efeito
• Indicações anestésicas:
• Bloqueio infiltrativo, bloqueio nervoso periférico, bloqueio epidural
• Viabiliza, de acordo com a concentração, bloqueio somente
sensitivo
• Mais tóxica que lidocaína
• Tanto para SNC quanto para Sistema Cardiovascular
BUPIVACAÍNA
144
• Enantiômero-S puro da bupivacaína
• Indicações anestésicas:
• Bloqueio infiltrativo, bloqueio nervoso periférico, bloqueio epidural
• Duração de ação longa (180 a 480 minutos) com período de
latência 10 minutos
• Bloqueio sensorial e motor dose-dependente
• Ação restrita ao local de aplicação – reverte rapidamente
• Baixa toxicidade sistêmica
ROPIVACAÍNA
145
DOSES ANESTÉSICOS LOCAIS
FÁ
R
M
A
C
O
C
O
N
C
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TR
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(%
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(m
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/k
g)
D
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IC
A
 
(m
g
/k
g)
LIDOCAÍNA 1 – 2
5 – 10
6 *felinos 
20
BUPIVACAÍNA 0,25 – 0,5 1,25 – 2,5 4
ROPIVACAÍNA 0,5 – 1 1,25 – 2,5 5
Fonte: Klaumann & Otero, 2013
146
TOXICIDADE
• Em doses adequadas: praticamente isentos de efeitos colaterais
• Irritação local - altas concentrações
• Associação com vasoconstritor: necrose local
• Dor à injeção – pH da solução 3,5-4,5 (com vasoconstritor) e 5,1-6,0
(sem vasoconstritor)
147
• Toxicidade sistêmica: sintomas nervosos e cardiovasculares
Inquietude
Alteração de comportamento
Tremores
Vômito
Olhar fixo
Fasciculação musculoesquelética
Opistótono
Contraturas
Convulsões tônico-clônicas
Depressão do SNC
Depressão do miocárdio
Redução FC
Vasodilatação – hipotensão
Morte
148
INDICAÇÕES DOS AL
Produção de anestesia locorregional
Anestesia tópica, de pele e mucosas
Uso oftálmico, odontológico e uretral
Infiltração local
Anestesia perineural em nervos periféricos
Anestesia intra-articular
Anestesia intravenosa regional (Bier)
Anestesia espinhal
149
Finalidades dos bloqueios 
locorregionais
• Menor requerimento de anestésicos intravenosos e/ou inalatórios
• Menor depressão cardiorrespiratória
• Inibição da sensibilização central à dor
• Analgesia pós-operatória residual
• Redução do estresse trans-anestésico
• Facilitação do posicionamento do globo ocular em cirurgias
oftálmicas
150
TÉCNICAS ANESTÉSICAS 
LOCORREGIONAIS
151
 ANESTESIA TÓPICA
• Insensibilização de pele ou mucosas
• Cavidade oral, olho, esôfago, reto e trato genitourinário
• Apresentações:
• Injetáveis
• Tópicas: gel, cremes, pomadas, spray e aerossol
• Colírios
152
 ANESTESIA INFILTRATIVA
• Indicações:
• Retirada de pequenos tumores cutâneos, biopsias de pele, reparo de
lacerações superficiais
• Infiltrações paralelas à linha de incisão
• Infiltração no peritônio no período transcirúrgico
• Para OVHs
• Anestésico infiltrado no local a ser realizado o procedimento e/ou ao
redor do procedimento
• Desenho de figuras geométricas para bloqueio
• Doses:
• Lidocaína: C/V 5 – 8 mg/kg; S/V 2 – 5 mg/kg
• Bupivacaína: C/V 2 – 4 mg/kg; S/V 1 – 2 mg/kg
• Evitar anestésicos locais com vasoconstritor em extremidades
• Cauda, ponta de orelha, dígitos e pele
153
(Lumb&Jones, 2007)
154
Bloqueio intratesticular
• Utilização de seringas e agulhas
hipodérmicas de tamanhos variados
• Depende do porte físico do paciente
• Anestesia infiltrativa no testículo para
realização de orquiectomia
• Anestesia infiltrativa também na linha de incisão
• Volume anestésico: depende do porte do
animal
• Não ultrapassar doses tóxicas
(Klaumann & Otero, 2013) 155
Bloqueio do nervo intercostal
• Indicações:
• Toracotomias, analgesia de fraturas de costelas, drenagem
pleural, analgesia pós-operatória
• Técnica:
• Palpa-se a costela imediatamente cranial à incisão planejada o
mais dorsalmente possível
• Nervo intercostal associado possa ser atingido o mais proximalmente possível
• Avança-se uma agulha através da pele sobre o aspecto lateral da
costela
• Ponta da agulha é, então, ‘desviada’ em direção caudal para dentro do espaço
intercostal
• Cautela para não avançar a ponta da agulha além da espessura do músculo
intercostal, de modo que ela penetre a pleura parietal e entre no espaço pleural
156
• Volume apropriado de anestésico local: 0,25 a 1 mL
• Cuidar com dose tóxica
• No aspecto caudal da costela• Obtenção de um bloqueio de nervo intercostal individual
• Técnica repetida em dois locais craniais e dois caudais à costela
inicial
• Bloqueio sucessivo de dermátomos adjacentes que tenham o potencial
de estar envolvidos no campo cirúrgico
157
(Lumb&Jones, 2017)
A = Pele
B = Tecido 
subcutâneo
C = Músculos 
intercostais
E = Espaço 
subcostal
D = Costela
F = Pleura parietal e 
fáscia
G = Espaço 
interpleural
H = Pleura visceral
I = Artéria, veia e 
nervo intercostais
J = Pulmão J I H G
A
B
D
C
E
F
158
 ANESTESIA PERINEURAL
• Injeção de anestésico local ao redor de um nervo ou feixes nervosos
• Anestesia regional
• Cabeça:
• Procedimentos oftálmicos e bucomaxilofaciais
• Membros:
• Cirurgias ortopédicas, nodulectomias, biopsias
159
• Anestesia dos nervos troclear, abducente e oculomotor, chegando ao
nervo óptico, além dos nervos ciliares
• Analgesia e acinesia do bulbo ocular
• Região de anestesia:
• Globo ocular e órbita
• Volume anestésico:
• 0,1 mL/kg
• Volume máximo: 4 – 5 mL
• Indicação:
• Apenas em caso de enucleação do globo ocular
Bloqueio retrobulbar
160
(Lumb&Jones, 2007)
✓ Inserção da agulha pelo canto temporal, margeando o bulbo
ocular e rente ao tabique ósseo até a região retrobulbar
161
• Anestesia e analgesia do bulbo e dos anexos oculares
• Bloqueio da divisão oftálmica do nervo trigêmeo
• Região de anestesia:
• Globo ocular e órbita
• Volume anestésico:
• 0,05 – 0,1 mL/kg
• Volume máximo 2 – 3 mL
Bloqueio dos nervos lacrimal, 
zigomático e oftálmico
162
Comissura lateral do 
olho
Borda ventral do processo 
zigomático
Rostral ao ramo 
vertical da 
mandíbula
✓ Ventral ao processo zigomático, na linha da borda da comissura
lateral do olho, imediatamente rostral ao ramo vertical da
mandíbula
✓ Introdução da agulha mediocaudodorsalmente, até a fissura
orbital
163
(Lumb&Jones, 2007)
Bloqueio dos nervos
oftálmico, lacrimal e
zigomático
164
Bloqueio do nervo maxilar
• Região de anestesia:
• Maxila, dentes (superiores) molares, pré-molares, caninos e incisivos, lábios
superiores, focinho, palato duro e mole
• Indicações:
• Insensibilização da maxila correspondente, bem como arcada dentária, tecidos
moles, palato mole e palato duro
• Volume anestésico:
• 0,05 a 0,1 mL/kg
• Volume máximo: 2 – 3 mL
165
(Ferro, 2014)
✓ Rostral ao ramo vertical da mandíbula, ventral à borda
ventral do processo zigomático e alinhado à comissura
lateral do olho
✓ Agulha introduzida no sentido rostromedial, tendo como
referência a direção do 4º dente pré-molar contralateral
166
• Continuação do nervo maxilar
• Emerge no forame infraorbitário
• Região de anestesia:
• Insensibilização dos ramos alveolares médios e rostrais da maxila
correspondente
• Dentes incisivos, primeiros pré-molares
• Tecidos moles: pálpebra inferior, lábio superior e porção lateral da narina
• Volume anestésico:
• 0,05 mL/kg
• Volume máximo: 1,5 – 2 mL
Bloqueio do nervo infraorbitário
167
(Ferro, 2014)
✓ Rostral e ventral à pálpebra inferior, no ponto médio de uma linha imaginária
entre a borda dorsal do arco zigomático e base do canino superior
✓ Agulha direcionada caudalmente – cerca de 0,5 a 1 cm dentro do forame
✓ Manter cabeça elevada para distribuição mais caudal do anestésico
168
• Nervo mandibular:
• Ramos de inervação da cavidade oral e estruturas adjacentes
• Nervo mastigatório, nervo bucal, nervo lingual, nervo alveolar mandibular
• Região de anestesia:
• Ramo horizontal da mandíbula, interna e externamente, língua, dentes
(inferiores) molares, pré-molares, caninos e incisivos
• Volume anestésico:
• 0,05 a 0,1 mL/kg
• Volume máximo: 2 – 3 mL
Bloqueio do nervo mandibular
169
(Ferro, 2014)
✓ Introdução da agulha na posição ventrodorsal da porção horizontal da
mandíbula, em direção ao forame mandibular, e 0,5 a 1 cm rostralmente ao
processo angular da mandíbula
✓ Até o ponto imaginário de cruzamento perpendicular entre a comissura
lateral do olho e mesa dentária
✓ Pela face interna ou medial da mandíbula
170
Rostral ao 
processo 
angular da 
mandíbula
Tangente à 
comissura lateral 
do olho
Perpendicular à 
linha da mesa 
dentária
171
• Continuação do nervo mandibular
• Insensibilização dos dentes incisivos, primeiros pré-molares
mandibulares e tecidos adjacentes da mandíbula correspondente
• Região de anestesia:
• Região rostral da mandíbula, a partir do forame mentoniano, interna e
externamente, dentes incisivos, caninos e pré-molares inferiores
• Volume anestésico:
• 0,05 mL/kg
• Volume máximo: 0,5 a 1 mL
Bloqueio do nervo mentoniano
172
(Ferro, 2014)
✓ Ventralmente ao 2º dente pré-molar, na face vestibular da mandíbula
✓ Pode ser palpado caudalmente ao frênulo labial no cão
✓ Em felinos: entre o dente canino e o 2º pré-molar mandibular
✓ Agulha inserida paralelamente à mandíbula, junto ao frênulo labial
173
A. Bloqueio do nervo infraorbitário
B. Bloqueio do nervo maxilar
C. Bloqueio do nervo mentoniano
D. Bloqueio do nervo mandibular
174
(Lumb&Jones, 2007)
A. Bloqueio do nervo mandibular
B. Bloqueio do nervo mentoniano
C. Bloqueio do nervo infraorbitário
175
Bloqueio subescapular do plexo 
braquial
• Animal posicionado em decúbito lateral contrário ao membro que se
deseja bloquear
• Rigorosa tricotomia e antissepsia
• Localização da artéria axilar na região axilar (membro a ser bloqueado),
caudal à articulação escapuloumeral
• Aplica-se pressão sobre a artéria axilar – obstruindo o fluxo
• Introdução da agulha (entre o acrômio e a tuberosidade maior do
úmero) até a polpa digital que obstrui o fluxo sanguíneo da artéria axilar
176
• Região de anestesia:
• Região distal ao terço médio do
úmero
• Articulação de cotovelo, antebraço
e mão
• Tecido ósseo e tecidos moles
adjacentes
• Volume de anestésico: depende
do AL
• Por neuroestimulador de nervos
periféricos: 0,4 mL/kg
• Cuidar com doses tóxicas
• Lidocaína: 7 mg/kg
• Bupivacaína: 2-4 mg/kg
(Lumb&Jones, 2007)
177
(Klaumann & Otero, 2013)
178
Bloqueio do nervo isquiático
• Nervo isquiático segue para baixo pelo membro pélvico
entre o trocânter maior e a tuberosidade isquiática
• Indicações:
• Analgesia e anestesia em cirurgias que compreendem tecidos
localizados no terço distal de fêmur, joelho, perna e pé
• Associado ao bloqueio do nervo femoral
• Volume anestésico:
• 0,05 a 0,1 mL/kg
179
• Imediatamente distal ao trocânter maior e à tuberosidade
isquiática, nervo isquiático fica entre o músculo bíceps femoral
lateralmente e o músculo semimembranoso caudal e
medialmente
• Técnica:
• Local da punção é situado no ponto entre o terço cranial e o médio de
uma linha traçada entre tuberosidade isquiática e trocânter maior
• Nervo isquiático normalmente superficial, raramente se encontra à
profundidade maior que 2,5 a 3,5 cm
180
181(Lumb&Jones, 2007)
Bloqueio inguinal do nervo femoral
• Indicações:
• Analgesia cirúrgica à zona inervada pelo nervo femoral
• Ramo terminal: nervo safeno
• Distalmente ao terço distal do fêmur
• Associado aos bloqueios dos nervos isquiático, femoral cutâneo lateral e
femoral cutâneo caudal
• Volume anestésico:
• 0,1 mL/kg
182
•Técnica:
• Paciente posicionado em decúbito lateral e membro a ser
bloqueado para cima, abduzido 90° e estendido
caudalmente
• Localiza-se o músculo pectíneo e o iliopsoas
• Palpa-se o pulso da artéria femoral
• Nervo femoral está paralelo à artéria femoral, em uma localização mais
cranial
• Local da punção é situado no triângulo femoral, cranial à
artéria femoral
• Agulha introduzida pela frente da artéria, com ligeira
inclinação de 20o a 30o, direcionando no sentido dorsal, até
o limite dorsal do triângulo femoral
183
(Lumb&Jones, 2017)
184
 ANESTESIA EPIDURAL
• Espaço epidural:
• Mais volumoso na altura lombossacra
• Medula espinhal afila ou torna-se ausente
• Na altura da vértebra L7:
• Filamento terminal (esbranquiçado) recoberto por pia-mater, prolongando
até sacro
• Cães: término da medula espinhal entre L6-L7
• Cãespequenos e filhotes: medula espinhal mais longa
• Gatos: término da medula espinhal entre L7-S1
• Pode haver punção da dura-mater e membrana aracnoide com maior
frequência
185
(Wetmore & Glowasky, 2000)
186
(Lumb&Jones, 2007)
187
• Injeção de AL ao redor da dura-mater
Volume anestésico:
• Espaço lombrossacro:
• 1 mL/4 kg
• > 20 kg: 1 mL/10 kg
• Não ultrapassar volume máximo de 6 mL de AL
• Espaço intercoccígeo ou sacrococcígeo
• 1 mL/6 kg
188
• Controle de dor pós-operatória
• Procedimentos obstétricos
• Procedimentos ortopédicos na pelve e membros pélvicos
• Procedimentos em períneo, vagina e reto
• Procedimentos da região hipogástrica
INDICAÇÕES
189
Hipotensão
Choque
Anemia
Hipovolemia
Contraindicações absolutas
• Septicemia
• Síndrome hemorrágica
• Meningite
• Doenças do SNC
• Dermatite local
• Impossibilidade de punção
• Alterações anatômicas da coluna
CONTRAINDICAÇÕES
190
Hematoma epidural
Efeitos tóxicos dos anestésicos
Estenose espinhal
Trauma epidural pelo cateter 
Abscesso epidural
• Punção inadvertida do espaço subaracnóide:
• Pode levar a mielopatia ou síndrome da cauda equina, meningite e infarto 
da medula
• Hipotensão por bloqueio simpático
• Nervos intercostais atingidos:
• Depressão respiratória e hipoventilação
• 10% dos casos em cães: posição de Schiff Scherrington
• Compressão nervosa motora
COMPLICAÇÕES
191

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