Buscar

Suzanne Venker - O outro lado do feminismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 224 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 224 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 224 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUZANNE VENKER é autora 
de diversos livros, como The W ar 
on M en , H ow to Choose a H u sban d 
e 7 M yths o f W orking M others.
É colaboradora frequente de veículos 
jornalísticos, incluindo Fox News 
e New York Post. Vive com a família 
em St. Louis, Missouri.
S U Z A N N E V E N K E R
O O U T R O L A D O D O F E M I N I S M O
P H Y L L I S S C H L A F L Y
S I M O N S E N
O O U T R O L A D O D O F E M I N I S M O
Eu não devo nada ao movimento de libertação das mulheres.
— Margaret Thatcher
O feminismo tem muito a responder por denegrir os homens 
e encorajar as mulheres a buscar independência seja qual for 
o custo às suas famílias. É hora de dar um basta ao mito.
— Rebecca Walker, 
filha da autora de A Cor Púrpura, Alice Walker
Prefiro lhe dizer a verdade e aborrecê-lo a lhe mentir 
e fazê-lo perder o respeito por minha integridade. 
Você pode não gostar do que eu digo, mas se você se ofender,
terá que resolver isso consigo mesmo.
— Andre Harper, 
autor do livro Political Emancipation
SUMÁRIO
Nota das au to ra s .................................................................................. 13
INTRODUÇÃO: conservadores pioneiros porSuzanneVenker.... 19
1. Lavagem cerebral ........................................................................... ...
2 Feminismo para iniciantes: sem censura.................................. 47
3 Sexo casual e desilusão.................................................................... gj
4 Por que o casamento se esquiva da geração m oderna.........95
5. Quando as mães trab a lh am .......................................................... 123
6. Satisfazer as vontades da esquerda feminina - às suas custas... 154
7. O macho dispensável.................................................................
8. Um novo caminho para as m ulheres...................................201
APÊNDICE A: Os Dez Mandamentos Feministas................. 220
APÊNDICE B: Razão e Sexualidade: um guia para as universitárias 
sobre a verdadeira proteção em um mundo de sexo casual por 
Dra. Miriam Grossman...............................................................220
APÊNDICE C: Resoluções NOW 1991 ......................................224
BIBLIOGRAFIA............................................................................229
NOTAS 234
NOTA DAS AUTORAS
Este é um livro sobre o impact0 que as mu
causaram na sociedade americana. A ide I • escluerda
contrária ao que pensa a maioria dos am ericanlf3 deSSC é
no dogma feminista que atualmente controlo d n ^ lmpregnada 
em quase todos os setores da vida american °, 13 °8° e a narrativa 
esquerda detêm grande poder. ’ ̂ ^Ue as mu^eres de
Como resultado de sua influência, homens e mulheres de ambos o; 
lados do corredor político têm dificuldade em compreender ondt 
o feminismo se encaixa em suas vidas, se é que se encaixa. Muito; 
classificam seus pontos de vista pela distinção entre diferente« 
tipos de feminismo. Alguns defendem que o feminismo merece c 
crédito pela liberdade e oportunidades que as mulheres usufruerr. 
nos dias de hoje, mas uma vez que já conquistamos a igualdade 
não precisamos mais do feminismo. Outros apoiam a afirmativE 
de que o feminismo tem três categorias: primeira onda (sufragista; 
do século XIX), segunda onda (feministas da década de 1960) e e 
terceira onda (feministas da atualidade).
Alguns até tentaram renovar o feminismo alegando que mulheres 
conservadoras pertencem a algo chamado “novo feminismo” ou até 
mesmo “feminismo pró-vida” (Sarah Palin vem à mente), como se 
existisse tal coisa. Quando começou a fazer sucesso, Dana Loesch 
escreveu no Washington Examiner: “Não deveria surpreender 
ninguém que muitas mulheres conservadoras contrariam o 
pensamento de que o liberalismo tem o direito de propriedade 
sobre o ‘feminismo’(...) A ideia liberal do feminismo fracassou” 1
13
O Outro Lado do Feminismo põe um fim na confusà 
papel do feminismo em nossas vidas. Apesar do livro t° 0 
trabalho conjunto do começo ao fim, somente a S uzanne * ° Um 
a introdução. Compartilhamos a história dela como um CSCreVcu 
fundo à submissão da geração moderna ao movimento femhf ° ^
\
i
r>
O O U T R O L A D O D O F E M I N I S M O
INTRODUÇÃO
CONSERVADORES PIONEIROS
por Suzanne Venker
Ser de esquerda é moleza. Vocé não precisa fazer nada para ser 
de esquerda. Basta ficar de boca fechada e acompanhar a multidão.
— Jon Voight
Sou rotulada de conservadora desde que me conheço por gente 
— e isso nunca foi dirigido a mim como um elogio. O liberalismo 
estava arrastando o país quando eu atingi a maioridade, portanto, 
ser conservadora era careta, sem dúvida. Muitos dos meus 
contemporâneos foram criados por pais da geração baby boomer, 
que instilaram nos filhos uma visão de mundo esquerdista. Meus 
pais, porém, vieram da grande geração (aqueles que passaram pela 
Grande Depressão). Assim, fui criada com um conjunto diferente 
de valores.
É bem verdade que nem sempre gostei de ter pais mais velhos 
(como minha mãe vai confirmar), mas hoje sou grata, pois 
a sabedoria deles tem me ajudado bastante. Embora os pais 
“legais” fossem menos rigorosos e, aparentemente, mais divertidos, 
muitos deles ensinaram aos filhos (de forma direta ou indireta) 
uma ideia desgastada sobre homens, mulheres e sociedade. Eu não 
tive nada disso.
Cresci na área central de um bairro nobre de St. Louis, Missouri. 
Creio que minha família seria considerada classe média alta, 
mas não conte isso pra minha mãe. Para ela, prosperidade de 
qualquer tipo não é algo para se falar ou se exibir. Ela acredita que
1 er dinheiro extra que uma pessoa acumule na vida é para ser 
poupado e investido, não gasto. De fato, ela leva a ideia de Poupança
1f) extremo.
p é por essa razão que minha mãe nao consegue gastar um 
tão em nada que não seja totalmente necessário. Ir almoçar fora 
I n d o há comida na geladeira? É desperdício. Comprar roupas? 
Só se estiverem esburacadas. Ir para livraria quando há uma 
biblioteca muito boa a um quarteirão de distância? Absurdo. Minha 
mãe é tão pão-duro que quando vou à casa dela depois de deixar 
meus filhos na escola, tenho que pensar duas vezes antes de entrar 
na Starbucks. Seria inútil dizer a ela que é em casa onde mais bebo 
o meu café (e onde mais almoço), porque ela vai se lembrar das dez 
vezes que comprei café no ano passado e anotar como extravagante.
Embora a parcimônia de minha mãe seja difícil de lidar, eu a 
compreendo. Ela é resultado da Grande Depressão. O pai dela perdeu 
o emprego quando ela era jovem, e minha avó teve que ir trabalhar 
para colocar comida na mesa — literalmente. Eles até precisaram 
se mudar de St. Louis para Califórnia para morar temporariamente 
com o tio de minha avó. Meus avós nunca tiveram casa própria, 
e o principal meio de transporte da minha mãe era a bicicleta ou 
o bonde. Três gerações moravam num apartamento pequeno com 
três quartos, um banheiro e sem ar-condicionado.
Nem posso dizer a você quantas lições de vida minha mãe enfiou 
na minha cabeça ao longo dos anos por causa de sua juventude. 
“A sua avó conseguia esticar dez centavos em um dólar”, ela dizia 
gesticulando cheia de mãos para enfatizar a questão. “Ela cozinhava 
rosbife no domingo e fazia durar a semana toda.” A maioria dos 
mantras de minha mãe tinham relação com dinheiro e sacrifício, 
como. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. O 
melhor de todos, o que mais ouvi enquanto crescia, era: “Se a vida 
lhe der um limão, faça uma limonada”.
20
Meus pa,s t o a m hmonada o tempo todo. Nenhum dos dois 
reagtu aos problemas bebendo demais, tomando an.idcprcssivos ' 
ernpan,urrando de comida ou acreditando que eram vítimas Na 
verdade, não consigo me lembrar de um único dia em que meus 
pais ficaram na cama até tarde, o que muitos de nós fariam se a vida 
jogasse um balde de água fria em nossos planos. Meus pais eram 
(neste caso, m.nha mãe ainda é-meu pai faleceu em 2008) pessoas 
constantemente resilientes, capazesde acordar todos os dias com 
uma atitude positiva e com novo ânimo para tornar tudo melhor. 
Parte disso graças à personalidade deles, mas também por causa da 
geração em que foram criados. Na época, era preciso tal otimismo 
para não se sobrecarregar com as dificuldades da vida cotidiana. A 
máxima era necessária para lembrar às pessoas do que elas tinham, 
ao invés do que não tinham. Ficar com pena de si mesmo, perder 
tempo e se lamuriar da realidade não era opção lá em casa. Nem 
repousar sobre os louros. A promessa era clara: trabalhar duro e 
perseverar, e será vitorioso.
Tristemente, essa não foi a mensagem que colhi da sociedade. 
Conforme crescia, a América se tornava mais e mais liberal. E quanto 
mais liberal o país se tornava, mais deslocada eu me sentia. Quando 
ingressei na Universidade de Boston, na metade dos anos 1980, me 
sentia muito sozinha. Por sorte, faço amigos com facilidade e gosto 
de me divertir (imagine: ser conservadora ese divertir), então isso 
nunca foi problema. Mas, obviamente, eu era vista como “aquela 
garota conservadora do Meio-Oeste”.
A maioria dos meus amigos vinham da Costa Leste, e encarávamos 
a vida de maneira um tanto diferente. Embora não tivesse sido 
criada numa família religiosa (e nem meus amigos, a não ser que 
fossem judeus), desenvolvi fortes crenças sobre o certo e o errado e 
nunca me intimidei em compartilhá-las.
Também impus limites em minha conduta. Eu não usava* ■ V .
.lroR1,s pesadas. por exemplo (embora bebesse e fumasse de forma 
considerável - naquele tempo, fumar não era constderado maligno 
eonu. é hoje), gcralmente ia dormir antes da meia-noite e era bastante 
criticada por isso. Meus amigos eram um bando de despreocupados, 
sem dúvida, mas nunca considerei isso incomum ou mesmo ruim. 
Eram assim que as coisas funcionavam naquela época.
Mas política era um problema com certeza. Muitas das pessoas 
que eu conhecia votaram para o Michael Dukakis, enquanto eu votei 
\w \\\ o primeiro Gcorge Bush, e quando todas as minhas amigas 
participavam das reuniões do movimento pró-escolha, eu ficava de 
fora, IX' fato* minha universidade era, e continua, tão liberal quanto
X
minhas »uvugíis. Os estudantes achavam que a America era um lugar 
horrível, cheio de injustiça, desigualdade e hipocrisia. Acreditavam 
ser um país onde as pessoas trabalhavam arduamente, mas não 
chegavam a lugar algum porque “o cara” os reprimia.
Hssa atitude era especialmente difundida quando se tratava dc 
mulheres. Apesar de meus pais me ensinarem a ver o mundo em 
minhas mãos, a cultura que eu encontrara na universidade via as 
mulheres como vítimas; c as pessoas que supostamente deveriam 
me tirar da desesperança eram feministas. “Você não sabia que as 
feministas sào as responsáveis pela liberdade que temos hoje?”, 
perguntou minha colega de quarto. Como filha de uma feminista fiel, 
minha colega e eu não concordávamos com muitas coisas. “Olha, na 
prática, isso não é verdade", eu respondi. Nessa hora, ela olhou para 
iiini como se cu tivesse três cabeças. Acho que ela pensou que eu
"C saldo de dentro dc uma caverna, já que nunca tinha escutado 
ninguém afirmar tal coisa. Por mais que eu tentasse explicar a falácia 
do movtmemo das mulheres, ela não me dava ouvidos.
Nao demorou muito até eu perceber que tinha crescido com um
e> depois, dããã, ex-marido), que por engano pensei ter valores em 
comum. Ele não era antigoverno como meus outros amigos — 
ele se formara pela Faculdade de Administração da Universidade 
de Boston, pelo amor de Deus, que é longe de ser um baluarte de 
radicais e ambos participamos da eleição do George H. W. Bush. 
Mesmo assim, no fim das contas, meu namorado era tão liberal 
quanto todos os outros, eu só não percebi na época. Não sabia 
que as pessoas podiam votar no Partido Republicano e continuar 
liberais. Hoje, para mim isso é óbvio.
Provavelmente deveria ter percebido o grau de nossas diferenças 
quando falávamos sobre sexo. Eu sabia que ele tinha “bastante 
experiência na área”, o que não era incomum na minha geração. 
Lembro de criticá-lo pela quantidade de mulheres (garotas, devo 
dizer) que ele tinha levado pra cama durante o ensino médio. Toda 
vez que ele se deparava com uma mulher conhecida daquela época, 
eu perguntava: “Você também transou com ela?” Como a maioria 
dos homens decentes, ele não era de contar sobre os casos dele, mas 
sua maneira de se retratar o entregava. Meu namorado era um rapaz 
atraente, divertido e carismático que se entregou à ideologia liberal 
— até o ponto de achar esquisito eu não ter ido pra cama com todo 
mundo no ensino médio. Acho que ele considerava isso bonitinho. 
Ele não conhecia nenhuma mulher que não tivesse se envolvido em 
sexo casual. “Não tem nada de mais. Amigos fazem sexo o tempo 
todo”, ele dizia.
Além da minha suposta frigidez, eu era diferente das minhas 
amigas de outra forma. Elas não consideravam o casamento e a 
maternidade em seus planos de vida, ao passo que eu cogitava que o 
casamento e a maternidade seriam o centro da minha vida. Assim, 
escolhi uma carreira (naquela ocasião, magistério) que melhor se 
adaptava à maternidade. Sempre soube que trabalharia fora, mas 
nunca esperei que a carreira se tornasse minha vida. Foi quando,
suponho cu, o rótulo dc conservadora come 0 
ndo fosse uma feminista subestimando o pape^d ^ qUe * * 
com planos dc ter uma carreira estimulante pari ’T **' « 
lar, então cu só podia ser uma conservadora, o ra lL '1''" '* do 
questão: quando se trata de independência das mulh ° *
conservadorismo se encaixa? es’ on̂ e o
1 te acordo com a elite da mídia (principais jornais, revistas 
dc televisão que definem a agenda de notícias), o co n se rv a d o r^ 
nào tem voz na discussão sobre o aumento do poder femin- ° 
Quando as mulheres na mídia (das quais grande parte é femi • 
devota) debatem sobre a situação das mulheres nos Estados Unidos 
é sempre a partir de uma perspectiva esquerdista. Elas falam sem 
parar sobre a dívida para com as “mulheres que vieram antes de nós”
(as feministas pioneiras) e têm convencido as mulheres, até mesmo 
as conservadoras, de que as feministas são as responsáveis pela 
liberdade e pelas oportunidades que as mulheres usufruem hoje.
Em um extenso relatório feito pelo Centro para o Progresso 
Americano (do qual discutimos no capítulo 1), a jornalista Maria 
Shrivcr escreveu sobre a situação dos Estados Unidos com relação 
ã mudança no papel das mulheres. Ela relatou: “Minha mãe foi(...) 
uma pioneira das mulheres americanas. Ela não caiu na propaganda 
da época de que as mulheres tinham que ser tolerantes, submissas 
e ficar nos bastidores(...) Minha mãe se deu conta do poder e o 
descjou(...) Seus ídolos todos eram mulheres(...) Ela me contava as 
histórias dessas mulheres, porque queria que eu reconhecesse o dom 
e o poder feminino para mudar o discurso, o tempo e a natureza do
mundo”.1
A teoria por detrás do discurso como o da Shriver, que é pa 
nos meios de comunicação, é que ele leva uma mulher 
uma democrata ou uma feminista) a ser forte, independente 
sucedida. As feministas adoram a Nancy Pelosi, por exemp
detestam a Saiah Palin, apesar de ambas representarem a versão 
feminista do ter uma vida perfeita”. As esquerdistas não devotas 
louvam as conservadoras como a Dra. Laura Schlessinger, Michelle 
Malkin, Saiah Palin, Michele Bachmann e até mesmo Margaret 
1 hatcher, apesar do fato de terem, ou terem tido, uma vida perfeita, 
h por isso que o dito movimento das mulheres (termo enganoso, já 
que sugere que todas as mulheres estão no mesmo time) é falso. O 
movimento feminista nunca foi a favor de todas as mulheres, apenas 
das liberais. Não foi idealizado para criar condições de igualdade, 
e sim para reorganizar a sociedade a fim de tornar a vida mais
conveniente para as feministas. O movimento foi idealizado “para 
mudar o discurso, o tempo e a natureza do mundo”.1
Aqui vai uma ironia: e se você for uma mulher que não seja 
“tolerante e submissa”, mas acha que a América é maravilhosa?E 
se você for uma mulher forte, independente, como as feministas 
alegam que as mulheres devem ser, mas não acredita que as mulheres 
sejam vítimas? Minha mãe foi uma pioneira. Ela obteve um diploma 
de mestrado pela Radcliffe College em 1952. E confie em mim:
ninguém pode acusar minha mãe de ser “tolerante”, “submissa” ou 
“de ficar nos bastidores”. Pelo contrário, ela foi corajosa o bastante 
para ingressar no mundo de domínio masculino dos corretores de 
ações, na Merrill Lynch, nos anos 1950. Quando ela se viu diante 
do sexismo escancarado, não ficou reclamando ou desistiu; ela foi 
trabalhar na G. H. Walker (outro banco de investimento), onde os 
homens ficaram felizes em trabalhar com ela. “Aqueles que alcançam 
o sucesso, não esperam que todas as empresas os recompense de
forma justa. Eles selecionam as empresas que os recompensarão por 
sua contribuição”, escreveu Warren Farrell, Ph.D em The Myth of
Male Power.2
Na verdade, as 
adversidade, elas não
mulheres inteligentes avançam perante à 
param para reclamar sobre serem maltratadas.
25
i !
Como minha mãe sempre me dizia: "Sempiv haverá Ronlo qucreml,, 
derrubar você. Não permita que laçam «*'"• »••>« '•>'«. no ti.ll. 
Walker por dezesseis anos antes de pedir as contas para lu ar cm
casa com minha irmã e eu.
Mas minha mãe é conservadora.
Aliás, assim são todas as mulheres na minha família, c todas «no 
mulheres fortes e instruídas. Até minha avó obteve diploma de 
bacharelado por uma renomada universidade mista em W/0. Mas 
ao ouvir a mídia, você acha que as liberais sao as únicas mulheres 
que foram para faculdade e se tornaram alguma voisa na vida.
O que diferencia as mulheres conservadoras da minha lamtlia 
das mulheres como Eunice Kennedy e que as da minha lamtlia nao 
nasceram em berço de ouro. Elas sabem o significado do trabalho 
árduo e sabem se virar, e normalmente esse t ipo de experiência leva 
ao conservadorismo. As mulheres conservadoras nao se queixam da 
América. Elas não querem se unir com um grupo de mulheres e 
tentar “mudar o discurso, o tempo e a natureza do mundo". Elas 
são independentes de nascença, c sua compreensão de mundo está 
entre o dever, a honra, o sacrifício e a gratidão.
Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada.
Eu tive outra vantagem sobre os meus contem porâneos: a Phyllis 
Schlafly é irmã de minha mãe (e única irm ã). Com o a antileminista 
mais importante do século XX, Phyllis é mais conhecida por sua luta 
contra a Emenda dos Direitos Iguais dos anos 1970. Soa horrível, 
não? Que tipo de mulher seria contra os direitos das mulheres? 
As feministas atuam assim: elas usam um a term inologia favorável 
direitos das mulheres, direitos de reprodução, violência contra as 
mulheres para atrair a comoção das pessoas e marginalizar aqueles
que discordam, fazendo-os parecer atrasados ou provincianos.
Mas a Phyllis não é uma discípula e não se intimidou» o que
gnifica que ainda muito jovem fui exposta a uma perspectiva
26
alternatha sobre os problemas das mulheres. Eu assistia Fox News 
em \ez de CBS. quando a maioria das pessoas foram ensinadas a 
pensar de um jeito, fui apresentada a uma perspectiva diferente. O 
trabalho da Phyllis me mostrou desde cedo que o feminismo é uma 
mentira, e a combinação entre a vida profissional dela e o exemplo 
de minha mãe foi a razão pela qual não acabei como tantas mulheres 
modernas, cheia de culpa, estressada e sobrecarregada com uma 
necessidade psicológica de provar a minha importância no mundo.
Talvez o motivo da Phyllis ser impassível diante dos ataques 
feministas seja devido ao fato de ela ter trabalhado para poder pagar 
seus estudos, 48 horas por semana no turno da noite, disparando 
munição de calibre .30 e .50 como teste para ser aceita pelo governo. 
Depois de se graduar como bacharel, ela foi fazer pós-graduação em 
Harvard, onde recebeu seu diploma de mestre em Ciências Políticas 
em 1945. Isso não é para insinuar que a Phyllis seja melhor que 
ninguém, mas prova uma coisa: qualquer mulher que esteja disposta 
a se dedicar para ser bem-sucedida, será.
E a Phyllis é bem-sucedida, o que é outra razão para que ela seja 
alvo dos ataques feministas. As feministas não acreditam que as 
mulheres possam ser bem-sucedidas no “patriarcado”, e em qualquer 
medida que sejam, elas devem isso ao movimento feminista. Mas a 
Phyllis conseguiu ter êxito e um grupo nacional de adeptos antes do 
movimento feminista criar asas. Ela escreveu e editou seu primeiro 
livro, A Choice Not an Echo, em 1964 e vendeu inacreditáveis três 
milhões de cópias. Embora grande parte das mulheres — grande 
parte das pessoas — não seja tão ambiciosa quanto a Phyllis (aos 
86 anos, ela continua a trabalhar dia e noite), o caso dela prova que 
ninguém barra as mulheres se elas quiserem conquistar o mesmo
nível de sucesso.
Ainda assim, a decisão de escrever um livn 
Phyllis não foi fácil. Eu não só estava preocu
em conjunto com a
27
cie nepotismo (nunca tinha trabalhado com a Phyllis cic nenhuma 
forma nem pedi a ela para fazer qualquer coisa em meu nome), a 
phyllis é uma conservadora convicta. Eu sabia que, ao pedir a cla 
que escrevesse um livro comigo, eu seria acusada por associação, c 
não tinha certeza se queria passar por isso. Diferente da Phyllis, cu 
não sou o que voce chamaria de conservadora fiel. Eu sou mais o 
tipo de conservadora independente, se é que isso existe.
Para ser bem honesta, nem sempre quis que as pessoas soubessem 
que eu era sobrinha da Phyllis. Lembro-me do nome dela surgir 
durante uma aula da faculdade. Embora não me recorde o que meu 
professor disse sobre ela, posso lhe garantir que não foi nada positivo 
ou gentil. Claramente, meus colegas de classe concordaram com a 
opinião negativa do professor sobre a Phyllis (as mães feministas 
tinham lhes ensinado direitinho), pois todos reviraram os olhos e 
riram — nessa hora eu me encolhi rapidamente na cadeira.
Eu já não me encolho mais na cadeira.
Você (ou mais provavelmente sua mãe) concordando ou não 
com a política da Phyllis Schlafly, uma coisa é indiscutível: a Phyllis 
sabia que o feminismo era uma farsa muito antes de outras pessoas 
trazerem isso à tona. Ela também sabia que tinha um monte 
de modelos exemplares femininos que não seguiam as regras 
feministas. “Para uma mulher encontrar sua identidade no mundo 
moderno, ela precisa seguir o caminho das mulheres confiantes que 
encontraram a estrada e têm o mapa, em vez de seguir aquelas que 
não encontraram”, Phyllis escreveu em seu livro: The Power of the 
Positive Woman. Ela redigiu essas palavras em 1977, depois de ter 
tido seis filhos e antes de se form ar em Direito pela Faculdade de 
Direito da Universidade de Washington.3
O que faz da Phyllis um excelente modelo para os conservadores 
de hoje é que ela não teve medo de falar a verdade na frente do 
império da imprensa liberal, e por causa disso ela foi ridicularizada.
I ,,í o '" hi uma imnrmlíi coragem para enfrentar as mulheres 
(h mí' ),a naM,,,*líl *1” k-i. I.cinbrc-sc: isso foi antes da Fox News, 
internet e programa', de entrevistas de rádio. A Phyllis sabia tudo 
'.obre o i \(-s rriídiát i( o antes dele se oficializar, e, corno Sarah Palin, 
ela foi at,n ada, liuifiilliaíla e ridicularizada. A mídia vai fazer o que 
for po /,í /el para minara causa conservadora, especialmente quando 
for confrontada por mulheres fortes, de mentalidade tradicional.
A Pbyllís e eu tenros mais uma coisa em comum: eu, também, 
eeí o que '• eer alvo do viés feminista. Publiquei meu primeiro livro, 
7 t /lylh'. of Workíny Molhers, em 2004. Nele, eu abordei o conflito 
natural entre ter filhos pequenos e carreiras exigentes. De maneira
nada surpreendente, a mídia não ficou nenhum pouco feliz com o 
livro, (barol Un, âncora da CNN na época, me disse que meu livro 
"causou um alvoroço em todas as mulheres na CNN”. A revista 
(Aamour classificou meu livro como “Don’t” [evitar] em sua seção 
"Dos and Don’ts” [o que fazer c o que evitar]. Logo abaixo do The 
War on Choice, umlivro pró-aborto que as editoras recomendavam 
corn veemência.
Quando se trata de falar o que se pensa nos Estados Unidos, a 
mensagem é evidente: é melhor você ser politicamente correta (uma 
feminista; ou tome cuidado. Nunca diga o que a mídia não quer 
ouvir ou eles vão persegui-lo com ímpeto.
Felíz.mente, as conservadoras têm estrutura de ferro. Isso 
porque sua crença é fundamentada no bom senso, na sapiência e 
no raciocínio independente. As mulheres modernas trazem uma 
interpretação particular ao conservadorismo. A embalagem pode 
ser diferente (vestido simples e salto alto estão ultrapassados; roupa 
de ginástica e tênis estão na moda), mas a marca é a mesma.
Esperamos sinceramente que este livro ajude a apoiar os 
americanos que não acreditam que as mulheres neste país são 
oprimidas, que sabem que o governo não é a solução para os
29
problemas das mulheres, que não acreditam que o casamento e a 
maternidade são instituições antiquadas, que acham que os homens 
são tão importantes quanto as mulheres, que pensam que os papéis 
de gênero são virtuosos c existem por uma razão e que veem a
grande mídia pelo o que ela é.
Você não precisa concordar com tudo o que estiver nestas páginas 
— as conservadoras sabem aceitar opiniões que não estejam de 
acordo com as delas — você só precisa ter a cabeça aberta o bastante 
para considerar uma perspectiva diferente. E essa perspectiva é- 
você pode ser uma mulher forte, poderosa e até mesmo liberada —
e ainda ser conservadora.
Eu sempre soube. Está na hora da América saber disso também.
LAVAGEH CEREBRAL
Quando o povo adota um ponto de vista em massa, se interrompe 
todo o pensamento crítico.
— William Powers
Quando se fala de mulheres nos Estados Unidos, progresso é 
a palavra-chave. De acordo com o Free Online Dictionary, progresso 
significa “melhoria constante em uma sociedade ou civilização”. 
É um termo relativo; de que forma melhorar algo é totalmentc 
subjetivo. Mas quando falamos de mulheres na América, progresso 
nunca é definido, debatido ou classificado. O tópico é ilusório 
já logo de início. Mm
Nas últimas décadas, tem sido amplamente aceito qUe as mulh 
nos Estados Unidos com frequência, se não sempre, ficarn **** 
a menor fatia do bolo. De acordo com as feministas, as m u lh ^ 
assim como os negros têm sido oprimidas por séculos. Falaram pa^ 
gente que não houve progresso o bastante e que a sociedade ainda 
não criou condições de igualdade. Essa filosofia está tão incrustada 
em nossa cultura que os americanos nem questionam. Nem sequer 
rotulamos pensar dessa forma como ser “feminista”; é simplesmente 
comum acreditar que as mulheres sofrem discriminação. Ligue 
a televisão, folheie uma revista ou sintonize uma rádio americana, 
e você será imerso em casos de mulheres que querem saber como 
satisfazer suas necessidades da melhor maneira ou como equilibrar 
melhor suas vidas ou como podem lidar com a miríade de problemas 
e perigos que enfrentam. As queixas femininas predominam.
Mas queixas são como ervas daninhas: quanto mais calor elas 
recebem, mais elas se espalham. E é exatamente o que aconteceu 
com a mulher moderna. As organizações feministas até estimulam 
o crescimento das queixas com sessões de grupos de reflexão, em 
que as feministas partilham histórias de como um homem qualquer 
as maltratou e qual deve ser o papel do governo como forma de 
compensação. (Ver Resoluções da NOW sobre a Emenda dos 
Direitos Iguais no Apêndice C.)
Enquanto isso, escondida por detrás das aparências jaz a verdade: 
as mulheres americanas são os seres humanos mais afortunados que 
já existiram. Ninguém vive melhor. Ninguém.
Essa é uma visão nova para um debate antigo, aquele que provoca 
espanto. Até mesmo soa errado num pedaço de papel ou saindo da 
ponta da língua. Isso porque os americanos foram condicionados 
a acreditar no contrário. Milhões de americanos acreditam que 
para o progresso existir é necessária a lib e r ta ç ã o das mulheres —" 
libertar-se dos homens, dos filhos, dos conceitos da sociedade, de
tjiiaac tudo que faça a mulher se sentir moralmente obrigada a 
alguém ou alguma coisa que não seja ela mesma. A parte mais 
triste dessa visão equivocada da natureza humana é que isso 
não tem tornado as mulheres mais felizes. Na verdade, tem feito 
justanunte o contrário. De acordo com o relatório de 2007 do 
Departamento Nacional de Pesquisa Econômica, “conforme as 
mulheres conquistaram mais autonomia, mais educação e mais 
poder, elas se tornaram menos felizes”.1
Os autores desse relatório, Betsey Stevenson e Justin Wolfers, 
revelam que o auge do movimento das mulheres alimentou 
a euforia na década de 1970 que se dissipou nos anos seguintes”.2 
Não é de se surpreender. A maior parte das mulheres nos Estados 
Unidos é um bando de centro-direita e não quer o mesmo que 
as mulheres de esquerda. A maioria das mulheres neste país 
é tradicionalista e não quer mudar a América.
As feministas, sim. Por décadas elas tentam convencer as mulheres 
de que a América precisa abrir espaço para elas, dessa forma as 
mulheres serão desacorrentadas, libertas e supostamente felizes. 
É um conceito encantador. Claro que as mulheres gostam da ideia 
de se livrarem das responsabilidades ocasionalmente; elas podem 
gostar do pensamento de ficar livre dos maridos e dos filhos de vez 
em quando. Quem não gostaria? Casamento e maternidade exigem 
muito trabalho e sacrifício. Mas as mulheres não querem ser “livres” 
se isso significar ser solteira, dependente do governo ou mesmo ser 
uma força soberana sem tempo para a família. Nos Estados Unidos, 
muitas mulheres desejam o que qualquer pessoa sensata deseja: 
uma família para amar e, sim, até mesmo ser dependente.
As esquerdistas querem algo mais. À medida que nos 
aproximamos de um novo século — e de um novo milênio — são 
os homens que têm de progredir através de uma nova maneira 
de pensar sobre si mesmos e a sociedade”, escreveu Betty Friedan
33
„a edição dc 2001 de seu famoso livro de 1963: Mtsiicn hmuUiu,
"f, uma pena que as mulheres não possam fazer isso por dc„ (U| ̂
muito mais longe sem eles, porque é impressionante observar com« 
as mulheres mudaram as possibilidades de nossas vidas desde qvie 
rompemos a mística feminina apenas duas gerações atrás,"'
Hssas poderosas palavras ajudaram a moldar uma geraçfto de 
mulheres americanas. Está implícito na visão de mundo de Friedan 
— uma visão que muitos americanos foram ensinados a aceitar 
a ideia dc que as mulheres são oprimidas, e os homens são aqueles 
que precisam mudar. A Friedan acreditava que as condições eram 
severamente desfavoráveis para as mulheres. A única maneira de 
acabar com a opressão feminina, ela disse, é mudando o homem e 
a sociedade, a fim de criar uma América diferente, uma América que 
seja mais favorável e justa para as mulheres.
Aqueles convencidos de que Betty Friedan saiu da moda, não 
deveriam. Suas palavras ainda vivem nas mentes de esquerdistas 
femininas influentes cujos objetivos não são diferentes dos 
objetivos da Friedan. Em novembro de 2009, Maria Shriver, 
junto com o think tank de esquerda do Centro para o Progresso 
Americano, produziu um documento com exaustivas quatrocentas 
páginas intitulado The Shriver Report: A W om arís N ation Cfuinges 
hverything. Seu argumento principal é que as políticas e leis 
governamentais “continuam dependentes do modelo ultrapassado 
da família americana”.4
Shriver e companhia — da qual inclui Oprah Winfrey — buscam
remediar esse suposto problema mostrando que não vivemos mais
em um mundo masculino” e que agora vivemos em um "mundo
feminino. Elas consideram a família tradicional uma coisa do
\ assado, o que para elas é ótimo já que o que as feministas querem
mesmo é um matriarcado. E agora elas admitiram. The Shrhvr 
Report se orgulha:
À medida que entramos para essa fase que chamamos nação da 
mulher, as mulheres podem transformar seu papel principal de 
assalariadas, consuimdoras, chefes, formadoras de opinião, parceira, 
de mesmon.vel em tudo o que fazemos numa força poderosa em
busca da mudança. O poder da economia emergente dá às mulheres 
um novo lugar à mesa — a ponta da mesa.5
Em cada mtervalo de alguns anos, a Time e a Newsweek 
perguntam: “O feminismo morreu?” Não morreu. Embora as 
pessoas associam o feminismo com a revolução da década dc 
1960, quando o feminismo começou, o feminismo e as feministas 
não desapareceram só porque não fazem mais passeatas nas ruas. 
Elas simplesmente se livraram dos protestos barulhentos c se 
transformaram na essência da sociedade. A política de esquerda 
ofereceu às feministas um lar, um lugar onde das poderiam ficar 
à vontade (junto com os Barack Obamas do mundo) e traçar sua 
estratégia para “transformar radicalmente” a América.
Não estamos exagerando. The Shriver Report foi entregue a todos 
os diretores executivos da Fortune 500, a todos os 535 membros do 
congresso e ao presidente Obama, que respondeu: “Quando penso 
em política, penso constantemente sobre como podemos oferecer 
mais recursos para que as mulheres possam prosperar
Se o feminismo parece estar morto, é somente porque a mídia
raramente usa o termo feminista, já que isso faz com que o feminismo 
pareça uma corrente predominante, em vez de um movimento não
convencional.
Nos campi universitários por toda a América, entretanto, 
o feminismo é corrente predominante. Abundam cursos sobre 
Estudos das Mulheres, e milhões de mulheres impress.onáve.s se 
matriculam nesses cursos. Mas repare que eles "»o chamam os 
cursos de Estudos Feministas (o que sena o titulo c , P<> <1 
o termo mulheres sugere que todas as mulheres pensam da mesma
35
,oinUi ou drvem p*n**r nyr*m‘' *omu1, ( l*»iwb6 ii é por j,^ 
X{M < preíerívd vlianiar "nmvimfitlo da* mulluwii" a “movimento 
IrmioiM»!*') Apesar disso, ' m *°* ilc l »»tiuíoh <I»is Mulheres mao 
tlUaen\ grande parle das mulheres o» uiim .h não iAo nada m«i» 
1|Ue doutrinado feminista, Os professores ensinam que género 
uAo é um taU> natural ou determinado biologicamente, e sim 
um conceito social ou «unblcnlal criado pelo ensino tradicional 
estereotipado, Assim eles consideram supondo que as mulheres tém 
sido subordinadas e discriminadas por um patriarcado masculino 
injusto e que é necessAria a as Ao do governo através das assembleias 
legislativas e tribunais para dar As mulheres os seus direitos.
Algumas universidades admitem publicamcntc seu viés. Um 
curso na Universidade de Missouri afirma que as instituições dos 
Fartados Unidos, especialmente a mídia, o sistema jurídico c os 
grupos profissionais de medicina, exercem um controle social 
sobre as mulheres para promover as desigualdades de género. 
Os cursos da Universidade de Missouri atacam a feminilidade como 
"uma ferramenta de auto opressão" , e os cursos sAo francamente 
descritos como "um c urso de formação para feministas radicais cm
feminismo radicar."
O departamento de Estudos das Mulheres da Universidade Miami 
em Ohio também deixa claro que seus cursos sAo organizados cm 
torno da teoria feminista radical. Para obter o diploma de Estudos 
das Mulheres, o primeiro requisito para a tese de graduação é que 
esta deve incluir as perspectivas feministas".* As leituras obrigatórias 
comuns da l Iniversidade do Arizona sAo: ('opita list Patriarchyand the 
( iix* for Sooiilist Irm in isn i, Sexiuil Dcm ocnuy: Wonten, Oppression 
ohJ h n v lu tio n e / /ie RoJicol Futuro of l.iborul Fctninistn.
O que acontece depois que as estudantes participam desses cursos? 
Muitas mulheres ficam desanimadas ou confusas. Afinal de contas, 
o título Estudos das Mulheres soa inocente — as alunas pensam que
vão estudar coisas importantes ou de seu interesse, como a história 
do papel da mulher na sociedade, casamento, trabalho, maternidade 
e as conquistas femininas. Elas não percebem que estão entrando 
na cova dos leões, onde professoras descontentes encherão suas 
cabeças com propaganda de esquerda.
É o que a Megan Basham afirmou ter acontecido com ela. Em seu 
livro de 2009, Before Every Successful Many a autora escreveu sobre 
a vontade de depender da renda do marido para que ela pudesse 
viver uma vida em ritmo mais lento e concentrada na família. 
Recém-casada e sem filhos na época, Basham se sentia confusa com 
sua vontade. Ela sabia que queria uma vida que permitisse ficar 
em casa com os futuros filhos e ter a flexibilidade para se dedicar 
a outros desejos que pudesse ter, mas ela se sentia desconfortável 
por ter apenas uma fonte de renda na família, já que os costumes 
asseguram ser um objetivo irrealista.
Estava preocupada, pois se havia alguém para nos tirar da vida de 
ter dinheiro só para pagar as contas, essa pessoa seria eu; e apesar de 
ouvir a voz da minha professora do curso de Estudos das Mulheres 
gritando na minha cabeça: “Ora, e por que não deveria ser você?”, 
essa possibilidade despertava em mim uma amargura leve, porém 
crescente.10
O viés feminista no campus universitário não é relegado às 
aulas de Estudos das Mulheres. A maioria dos programas de artes 
liberais defendem essa mesma ideologia, portanto a reprimenda 
também atinge os homens. E quando as universidades convidam 
palestrantes mulheres, geralmente elas são feministas. Lauren 
Rhodes, estudante universitária, assistiu a uma das tais palestras. 
Aos dezenove anos, Rhodes estava convencida a contrariar o status 
quo e esperar para ter relações sexuais até que encontrasse “o alguém 
especial”. Infelizmente, ela assistiu a uma palestra da blogueira e 
autora feminista Jessica Valenti. Rhodes não sabia o que realmente
37
unw feminista. Ela imaginava que Valenti fosse fortalecer a ideia 
sltMV manter*sc firme com sua decisão e fazer o que sentia que fosse 
o melhor para ela como mulher.
No fim da palestra, Rhodes estava desanimada e revoltada.
A VMenti passou grande parte de uma hora dizendo para as 
estudantes que a mulher deve se sentir à vontade para ter vários 
parceiros sexuais sem ser criticada. A única razão pela qual algumas 
mulheres hesitam em se envolver em relacionamentos sexuais 
passageiros é porque os conservadores consideram a castidade 
com o algo a aspirar, ou porque eles dizem às mulheres que o sexo 
casual e perigoso. Ela disse que essa é uma manobra assustadora, 
usada para reprimir as mulheres e mantê-las virginais.
C asos como os de Basham e Rhodes são exemplos de manuais 
de como as americanas foram ensinadas a pensar de uma forma 
que vai contra os seus valores. A atual cultura feminista tem sido 
tão implacável e traiçoeira que é impossível as mulheres evitarem 
a pressão. Elas são bombardeadas com a retórica e as suposições 
feministas por todos os lados — das próprias mães baby boomers 
ate as professoras da faculdade, das chefes até as mulheres na mídia.
As mulheres de hoje são criadas em uma sociedade que as 
incentiva a fazer o que acham que vai torná-las felizes. É uma 
tendência que desmente o senso comum, a sapiência e um senso 
básico de equidade. Também está em contraste gritante com 
a lorma como as gerações anteriores de mulheres foram criadas, 
ainda condenada. A noção do bem da família (uma filosofia 
enfaticamente conservadora) foi suplantada pela visão esquerdista 
de ser fiel a si mesmo. “A mensagem feminista às mulheres está 
inextricavelmentc ligada à mensagem individualista”, escreveu 
a autora e palestrante tamosa Dra. Jean Twenge no Generation Me. "
A TIR CEIR A o n d a d e f e m in is t a s
EXTREMISTAS
Há dois grupos dc feministas nos Estados Unidos: as feministas 
extremistas c as feministas de elite. As feministas extremistas 
orgulhosamente referem a si mesmas de feministas e se rotulam 
de terceira o n d a ’, a fim de distinguirem-se entre suas mães baby 
boomers, que são chamadas de feministas da “segunda onda”. Essas 
feministas extremistas são mulheres na casa dos vinte e trinta anos 
como a Jessica Valenti, que falam sem parar sobre a erradicação do 
sexismo. A senhora Valenti lança várias vezes a palavra “misoginia” 
(ódio às mulheres) e está sempre dizendo àsamericanas que elas são 
oprimidas: “Agimos como se o ódio dirigido às mulheres fosse algo 
que pudesse ser tratado com uma conversa dura e severa, como se 
a misoginia embutida na nossa cultura fosse uma criança rebelde 
em vez de opressão sistemática”.12
Outras feministas extremistas são mulheres como as 
autoras/ativistas Jennifer Baumgardner e Amy Richards. Apesar 
dessas mulheres terem um grupo de adeptas, seus valores nunca 
serão aceitos pelas americanas comuns, pois elas exageram demais 
na visão dc esquerda. Por exemplo, Richards, que mora em 
M anhattan, escreveu um artigo em 2004 para o New York Times 
falando sobre sua descoberta em estar grávida de trigêmeos (sem 
o uso de medicamentos para fertilidade). Sem ser casada (e satisfeita, 
já que Richards cresceu sem pai e insiste em dizer que não sente 
falta de algo que nunca teve), Richards ficou grávida do namorado
de longa data, Peter.
Q uando foram a uma consulta com o obstetra para fazer um 
ultrassom e Richards descobriu que estava grávida de trigêmeos, 
ela se virou para o médico e perguntou: “Será que é possível se livrar 
de um deles? Ou dois?” 'J Richards relatou com ousadia o episódio
39
• do New York Time. c dccrcvru .... fr.«,*.» «»«vl.l-,
nUm ar" f fin,,« sabendo do . trigém «*. • « " « O " foi! ........
QUín ° mudar para Staten l»land. Num., n u k vou po.lw .„ |t , |.zzz* «■*— ^ * r ...r*
Afazer compras no Costco e comprar pole. gHpmtc. dr .......... .
f P momentos em que pen»ci ler o . t r í . f.lHo., .10 fiimloAté mesmo nos momentos em h y
acho que jamais levei isso em cons.deraSâo.
Richards pode ser uma anomalia até m c .n o par. «. frm lnkl« , 
mas nenhuma esquerdista que K pre/e lhe neRari. o "dlMln" 
de fazer aborto ou a redução seletiva mamo que cm ara. lo de forni, 
tão egoísta e ultrajante. É fato consumado que a mulher gMvId. 
agora pode “considerar” se quer ou não trazer um bebé par. c..e 
mundo. No entanto, pró-escolha ou náo, a maioria tias amerhanas 
expressa choque com a atitude c comportamento de mulheres 
como Richards. É por isso que as feministas extremistas mio sAo 
o problema.
É com o outro grupo que precisamos nos preocupar.
A ELITE FEMINISTA
“Algo especial acontece quando se reúne um grupo de mulheres 
poderosas em uma sala... e fecha-se a porta.”11 Assim comera 
o livro publicado em 2010, Secrets o f Powerful Wornctt, uma colégio 
de ensaios feitos por mulheres esquerdistas, muitas das quais 
sao políticas. O livro compartilha histórias dc mulheres de SUtCSHO 
e incentiva as jovens a seguir suas ambições profissionais. O livro 
ma representar ambas filosofias políticas, mas tal coisa mio 
e. Dentre mais de vinte mulheres, somente uma minoria é 
^ J Cana e n*° somente qualquer republicana, c sim feminiíMs
40
t ' mulher de ser dona do próprio corpo é totalmente
fondamental pai a o nosso sucesso como civilização. Os regimes mais 
opressivo* do immdo miram naqueles que libertam as mulheres 
do* grilhões da ignorância ou servidão. O que inclui a “servidão” 
ivprodutiva, e paralelos podem .ser traçados em nosso próprio 
pais* esv reveu Susan Hevan, co-presidente da Republican Majority 
tor t houe,^
As americanas de hoje sabem que a mídia é, por via de regra, 
liberal, se nao abertamente esquerdista. (Para colocar o viés 
midiativo em perspectiva, durante o ano eleitoral de 2008, 1,160 
luucioUiUios vias très principais redes de comunicação — ABC, 
NIU ' e ( BS contribuiram com mais de um milhão de dólares 
para os candidatos democratas. Hm contrapartida, apenas 193 
tutu tonai ios contribuiram com um total de US$ 142.863 para 
os candidatos republicanos.) Mas quando pensamos na mídia, 
muitas ve/es pensamos só em televisão e rádio. Outro braço do 
vies liberal e o setor editorial, que conta com livros como Secrets 
ol l\nvertul Wotnen, tanto quanto dezenas de revistas femininas 
que sao uma parte signiticantc da instituição liberal. Myrna Blyth, 
e\ editora da Hnlies' Home journal desmascarou suas ex-colegas 
no livro Sfnn Sisters: How the Women ofthe Media Sell Unhappiness 
and l d'craltsm to the Women of America. Ela escreveu: “As revistas 
femininas, um setor de quase US$ 7 bilhões por ano, se baseiam 
em contar para as mulheres que suas vidas são muito duras e que 
elas deveriam sentir pena de si mesmas. Essa visão distorcida da 
vida e totalmente maluca”.1
A esta altura, muitos compreendem que existe uma guerra 
cultural na América entre pessoas de direita que querem preservar 
as tradições do país e as pessoas de esquerda que querem mudar 
a América, mas o viés fem in ista no geral não é reconhecido como 
uma parte essencial do viés midiático. No entanto, uma parcela
significativa da política de esquerda nos Estados Unidos é do * X() 
feminino, e elas convenceram os americanos que as mulheres sào 
vítimas de uma sociedade patriarcal injusta e que devem esperar 
que o governo repare as injustiças.
Para ter uma ideia de quanto impregnante está o viés feminista, 
avalie este comentário feito pelo autor campeão de vendas e ex- 
jornalista da CBS, Bernard Goldberg: “Conheço alguns dos principais 
produtores homens que preferem cam inhar descalços sobre cacos de 
vidro e beber desentupidor de ralo a ter que enfrentar a patroa em 
casa depois de aprovar matéria sobre os exageros do feminismo’’.18
Além de influenciar produtores de mídia, a elite feminista tem 
outra vantagem: os hum anos são suscetíveis ao complexo de vítima.
Já que é bem mais fácil fazer acusações que aceitar críticas, para 
as feministas não é difícil unir forças. Após a Suzanne escrever em 
seu blog um artigo depreciativo sobre o argum ento do secretário 
de educação Arne Duncan de que as escolas nos Estados Unidos 
deveriam ficar abertas “quatorze horas por dia, sete dias por 
semana, onze a doze meses por ano”, um hom em comentou que 
permitir que as mães deixem os filhos na escola o tempo todo seria 
uma boa ideia, já que isso as libertariam . Ele escreveu: “Sua querida 
‘família americana’ vai bem, se é que um dia isso realmente existiu. 
Talvez para você valha a pena m anter as mulheres reprimidas, 
assim elas podem se sentir presas a casam entos sem amor, gerando 
descendentes do marido, mas eu concordo que gente seja autorizada 
a ser gente”. É evidente que esse leitor enxerga as mulheres como 
vítimas da instituição familiar.
De fato, as feministas têm m anipulado a natureza humana 
em seu proveito: elas sabem que é fácil as pessoas sucumbirem 
à vitimização. E é por essa razão que se você pedir a um a feminista 
para definir o feminismo, ela lhe dará a resposta clássica e fictícia:
Feminismo consiste nos direitos iguais para as m ulheres.
42
Kssa definição benigna, mas muito errada, dá às pessoas a impressão 
de que o feminismo í algo bom. Afinal de contas, quem é que não 
acredita em direitos iguais? Mas o feminismo não consiste em 
direitos iguais de jeito nenhum.
Feminismo consiste em poder às mulheres de esquerda.
F, por isso que você raramente ouve as mulheres na mídia 
vangloriarem mulheres bem-sucedidas como a Condoleezza 
Rict. Não importa quanto rica ou importante ou inteligente 
ou privilegiada uma mulher possa ser, as feministas ensinam que 
o sucesso está além do alcance dela, pois o machismo institucional a 
oprime. E quando uma mulher conquista o sucesso tanto como mãe, 
quanto esposa e profissional, as feministas se sentem diretamente 
ameaçadas, pois isso prova que a maternidade não é opressiva.
Quando Hillary Clinton perdeu a indicação de candidatura 
à presidência pelo Partido Democrata para o Barack Obama, as 
feministas protestaram contra a injustiça daquilo. A Gloria Steinem 
deu sua opinião à CNN dizendo que “é claro que existe um forte 
machismo”. Ela lamentou que Hilary não tinha como quebrar 
a “barreira à ascensão”, pois “ainda existem preconceitos e obstáculos 
por aí”, e se queixou que as mulheres acham “difícil ser competente, 
bem-sucedida e aceita”.19 Pelo contrário, mulheres não são malvistas 
por serem competentes e bem-sucedidas. Elas sãomalvistas quando 
choramingam por serem oprimidas, porque grande parte dos 
americanos sabe que isso é falso.
O que separa as feministas de elite das feministas extremistas 
é que as feministas de elite não referem a si mesmas como feministas. 
Essas mulheres são jogadoras políticas astutas. Ao evitar o termo, 
elas fazem a agenda feminista parecer convencional. Algumas dessas 
mulheres expressam abertamente suas opiniões (sem citar o palavrão 
que começa com a letra F), outras atuam nos bastidores para reunir 
forças às suas causas de esquerda. Elas se reúnem com o comitê de
43
revisáo para dar su b sid io federais um as as outras a fim de anafe* 
jssuntos que somente interessam a elas mesmas. Cada nova lei qUe 
Cl .s criam carrega centenas de milhões de dólares para despesa 
de clientelismo feminista", escreveu a jornalista e autora Kate 
O Beirne no Women Who Make the World Worse.» Elas também 
lutam contra subsídios para pesquisadores que possam descobrir 
informações que as feministas não querem que as pessoas saibam.
O que as feministas de elite fazem é insidioso; é por isso que elas 
são mais perigosas que as feministas extremistas, que pelo menos 
são honestas com o que elas defendem. Por ou tro lado, as feministas 
de elite são furtivas — e vivem cm tam anha bolha que acreditam 
honestamente que o que elas pensam é o que qualquer ser humano
racional pensaria.
Esse é o motivo principal do viés m idiático liberal. Como Bernard
Goldberg explica em seu livro de 2001, Parcialidade, o viés liberal
não equivale a um bando de liberais à toa conspirando como eles
distorcerão os fatos e m entirão para os am ericanos, o que seria fácil
identificar. O viés midiático é enganoso. Refere-se à arrogância dos
jornalistas e a maneira sutil como eles m anipulam as notícias. Essa
turma não distorce os fatos de propósito; eles realmente acreditam
que todos pensam da mesma forma que eles. Eles não conseguem
entender que existe uma perspectiva alternativa na qual se pode
enxergar um assunto, sobretudo se tra tando de mulheres. E é por
esse motivo que eles vão atacar o livro que você está lendo agora.
“A maioria dos jornalistas com quem conversei vivem em tam anha
brum a que nem sequer consideram a O rg an ização Nacional das
Mulheres como um grupo liberal de interesse especial”, escreveu 
Goldberg.21
Quem são as feministas de elite? Elas são professoras, advogadas, 
jornal,stas, escritoras, juízas, atrizes, burocratas, psicólogas e 
ativistas - e contam com muitos nomes conhecidos: M aria Shriver,
44
Vk v v vV.Nv M<it v i b o n u s , \ \ hoopi Goldberg, Joy Behar, Hillary 
v \ a l\soea. M ichelle Obama, Ruth Bader Ginsburg,
V si' 'a . •.a.rv.^toa, xdoria Steinern, Susan Sarandon, Patricia 
V'st *v\ Martha Mark protesto fracassado sobre o Torneio Masters 
sV v v'’ * v 's- v l ' rJ-• stvii, Barbara \ \ alters, Meredith Vieira, Diane 
Sa^'o:, va.e V s v ò n a n , Eleanor Smeal, Maureen Dowd, Naomi 
•'s', : 'v : 'vs‘: Co m rame A te nólogps du Vagina), Susan Douglas,
. v j :• s""*\i:'. v atoi Evans e tam bém a Oprah. Além de quase 
v o a s .;> **. "v. es sie H o.lvw ood e do m undo académico.
V itrr.uètKU e o que tussas mulheres tèm em comum,
e eus JKrev. tam que sabem o que e melhor para as mulheres.
"tente. toda a sua visão de mundo (sobre homens, sexo, 
traba v \ casamento, maternidade e política) é alimentada pelo 
“a hmv.-.Hsta A orno lí lo na Steinem reiterou em um discurso 
,v abertura via terceira conferencia anual da Woman and Power: 
“ V rbamos slogans mora\ ilhosos. como: estamos nos tornando os 
v::wv< que queremos nos casar”.” ) Ja que a elite feminista pensa 
q. e sabe tudo. elas são cruéis com qualquer um que pensar de forma 
yi.terente. O .Virets et Pewertul Wotneri contém apenas feministas 
cvvno e\empk\s reais de empreendedoras e conta tudo o que você
precisa saber sobre o viés da elite feminista.
B:’.l O Reilb esta certo: existe uma guerra cultural nos Estados 
1'mdos, mas não e apenas entre conservadores e liberais (ou, nas 
palavras dele. tradicionalistas e progressistas). Essa guerra também 
existe entre as mulheres conservadoras e as mulheres liberais.
Professor de Política da Universidade de Virgínia, Steven Rhoads 
escreveu em seu livro Takniç Sex Differences Seriously: “As mulheres 
estão divididas entre uma maioria que e tradicionalmente feminina 
e outras que são mais parecidas com os homens .* As mulheres 
que são “mais parecidas com os homens são teministas elas 
tem deseiado a vida dos homens desde o começo.
45
o problema é que a maioria das mulheres nos Estados Unidos 
não tem poder — as feministas têm. E as feministas influenciam 
tanto liberais quanto conservadores para obedecerem à mensagem 
feminista. A melhor definição do feminismo foi apresentada 
recentemente pelo Feministing de Jessica Valenti no Washington 
Post. “O feminismo é uma análise estrutural de um mundo 
que oprime as mulheres, uma ideologia baseada na ideia de que o
patriarcado existe e precisa acabar .*4
Embora essa visão negativa das mulheres e de seu papel
na sociedade não seja identificada pela maioria das mulheres
americanas (a maioria das mulheres na América não se sente
oprimida), a elite feminista continua a promover sua agenda pessoal
em vez da agenda do povo americano. É por isso que é fundamental
que os americanos percebam que as feministas são a força motriz
por trás de grande parte da mudança deste país, e elas têm o Barack
Obama como um amigo poderoso. A menos que os conservadores
percebam e desmascarem as esquerdistas pelo que são — e pel
O que estão fazendo - é provável que as esquerdistas consigam o
que desejam. 6
E ° que elas <lueren1> conforme uma nova pesquisa confirm
não torna as mulheres felizes. ™ a’
46
2.
FEMINISMO PARA INICIANTES: SEM CENSURA
De todas as tiranias, aquela praticada sinceramente em prol de 
suas vítimas talvez seja a mais opressiva.
— G S. Lewis
As feministas querem que as pessoas acreditem que o feminismo 
começou com as sufragistas do século XIX, mas não começou. 
A palavra feminista não se tornou clichê até a revolução 
contracultural dos anos 1960, quando as mulheres saíram às ruas 
em nome da “igualdade” e “liberação”.
Betty Friedan é reconhecida por ser a líder do que hoje se entende 
como a “segunda onda do feminismo”. Baseia-se nas feministas da
47
de I *60 que supostamente retomaram de onde as sufragistas 
pararam. IV tato* os dois grupos nào tém nada em comum.
A$sufragistas lutaram (e venceram em 1920) pelo direito de voto das 
mulheres em todos os cinquenta estados, mas elas eram mulheres 
que se baseavam na família e nào tinham vontade de erradicar 
a nature/a feminina* Definitivamente, elas também eram contra 
o aborto. As feministas dos anos 1960 (e posteriores), por outro 
lado* nào sào a favor da família. Além de enxergarem o aborto 
como uma questào de "direitos" das mulheres, elas veem o lar 
como uma prisào.
Com a mudança da obrigação moral para autorrealização 
arrastando o país* Friedan identificou o que ela chamou de 
"o problema que nào tem nome": o drama da dona de casa 
suburbana* que, de acordo com a Friedan, se sentia enjaulada, 
sozinha e entediada. Isso foi tema de seu livro publicado em 1963, 
Misticii FcrniniruL
O livro de Friedan foi dirigido às donas de casa dos Estados 
Unidos* ia que ela pensava que sabia como era a vida dessas 
mulheres. Màe de très filhos* Friedan descreveu sua vida doméstica 
da seguinte maneira: "A mulher americana não pode negar que, 
como dona de casa, o mundo passa correndo pela porta enquanto ela 
so senta e assiste. O medo que ela sente é real”. Ela também escreveu 
que é possível aliviar a angústia da dona de casa com pílulas, mas 
o desespero e um aviso de que sua vida está em perigo”.1
Hssa e uma declaração séria. Será que a Friedan realmente estudou 
a maioria das mulheres daquela época, como os americanos foram 
levados a acreditar, ou ela descobriu algo sobre si mesma e sua 
P pria vida. Afinal* Friedan nào era uma dona de casa comum (ela
envolveucom política marxista antes de se casar).
. . . P ~ nào percebem que todo movimento das mulheres 
em uma \ isào marxista do mundo. O feminismo é um
rumo do socialismo, ou coletivismo, inspirado num movimento 
soòopohtko que tenta criar uma sociedade sem estado, em que 
as decisões políticas seguem o que é (supostamente) melhor para 
a sociedade. O feminismo, igual o comunismo, depende da 
aceitarão de uma classe oprimida. “O feminismo encontrou uma 
causa comum com a ideologia comunista. Acabar com a família 
não toi incidental, e sim fundamental para essa ideologia”, escreveu 
a autora e jornalista Kathleen Parker em seu livro revolucionário 
Ntve the Males.1
Na verdade, Betty Friedan não era uma mulher comum. Ela veio 
de uma família instável e entrou em outra família instável quando se 
casou com Cari Friedan. O casamento deles foi um desastre (ambos 
se agrediam fisicamente), e as necessidades dos filhos a desarmou. 
Para Friedan, a vida doméstica foi opressiva, então ela presumiu 
que a vida doméstica de todas as mães fossem opressivas. Em vez 
de tentar superar os problemas e oferecer às mulheres soluções de 
superação, Friedan forjou um problema social. Ela afirmou que 
a sociedade tinha culpa pela situação da dona de casa americana, 
que vivia em um “campo de concentração confortável”, escreveu.3 
(Aí está o marxismo de novo.)
Sabendo que não poderia atrair as mulheres defendendo o 
marxismo, Friedan tirou proveito de algo do qual sabia que as 
mulheres poderiam se relacionar: o esgotamento físico e mental de 
criar filhos pequenos. No livro Mística Feminina, ela afirmou que 
a devoção de uma mulher ao marido e aos filhos é um sacrifício de 
tanta grandeza que, inevitavelmente, atrasa seu crescimento como 
indivíduo. Criar filhos, declarou Friedan, é uma ocupação ingrata 
que não permite que as mulheres usem sua inteligência de uma 
forma que beneficie a sociedade. Ela não reconhecia a vantagem 
económica de qualquer sociedade quando as maes, por puro 
dever e amor, executam a maravilhosa tarefa de criar bebês para se
49
. lllUos amadurecidos. Devido ao fato de Betty Fnedan 
tornarem * > fo. incapa7 dc dar de bom grado sem esperai
desetar va u as. <. • conseguia entender como outras
«" alg« cm tro e a ^ ̂ com sacrlfíoo
mulher«» outras pessoas, con. g .
' Z ver de obter ajuda pessoal que preosava ela conclum que 
«s mulheres americanas viviam em um patriarcado. As mulheres nào 
Z iguais aos homens, ela afirmou. Os hom ens podem satr e levar 
tmwvida independente, enquanto as m ulheres ficam presas em casa 
com os filhos. Nunca se considerou que a vtda dos hom ens possa 
<cr „ 0 insatisfatória ou estressante (em bora de form a dtferentej.
De «conto com Eriedan, existe som ente um a razão para 
"o problema que nào tem nome : as m ulheres são oprimidas.
A forma dc remediar essa injustiça, segundo ela, é as mulheres 
renunciarem totalmentc cuidar dos filhos e buscarem carreiras 
gratificantes. Em resumo, Mística Feminina propõe um a fuga 
às mulheres americanas, uma fuga das responsabilidades maternas.
Desde que o movimento feminista se consolidou na América, 
as expectativas sociais das mulheres m udaram drasticamente.
As mulheres que captaram a mensagem de Friedan, de forma 
consciente ou inconsciente, já não se sentem m oralm ente obrigadas 
a cuidar dos próprios filhos. Conform e o personagem de ]ohn 
Malkovich em A Troca diz: “Uma vez que você dá às pessoas 
a liberdade para fazerem o que quiserem, conform e Deus constatou, 
elas vão fazer exatamente o mesmo que fizeram no jardim do Éden".
O sucesso das feministas em norm alizar a ausência dos pais na 
criação dos filhos é evidente em toda a parte. O bserve Colleen. Mãe 
de seis filhos entre as idades de três meses a doze anos (na época). 
Ao se consultar com um quiroprático para obter ajuda com as 
costas, o médico, hom em , perguntou a Colleen sobre sua vida 
lamiliar. Quando ela respondeu que tinha seis filhos, ele indagou: 
Onde eles ficam durante o dia?” Colleen in fo rm ou o nome da
r
escola onde os filhos mais velhos estudavam, mas disse que na época 
eles estavam de ferias. Logo o médico perguntou: “Então você deixa 
eles na creche da ACM?” Colleen ficou perplexa. Para ela era óbvio 
que qualquer mulher que optasse por ter uma família grande ficaria 
em casa com os filhos. Ela respondeu ao médico que não.
Essa situação só poderia existir em um país totalmente absorto 
na ideologia de esquerda. Partir do princípio que as mães não 
cuidam mais dos próprios filhos é chocante. Nenhum conservador 
que se preze deveria tentar se identificar com o feminismo.
Em maio de 2009, Larry King passou uma hora discutindo 
sobre o tema mulheres e am or-próprio” em seu programa. Suas 
convidadas eram, como seria de esperar, cinco feministas que não 
se chamam de feministas: a atriz Delia Reese, a jornalista Lisa Ling, 
a autora Lisa Nichols, Martha Stewart e a psicóloga Cheryl Saban, 
que tinha acabado de lançar o livro What Is Your Self-Worth? 
A Womarís Guide to Validation. (Validação é termo padrão. Trinta 
anos após Friedan expor suas próprias fraquezas, a necessidade 
de validação continua a ser um aspecto feminista central.)
Em seu livro, Saban escreveu: “Meu objetivo é dar prioridade 
à manifestação do am or-próprio das mulheres, para colocar 
a im portância de nosso valor em primeiro plano(...) As jovens de 
hoje em dia se sentem reprimidas e, em alguns casos, dominadas”. 4
Larry King abriu o program a perguntando ao grupo: “Como 
a m ulher pode se sentir autoconfiante? Delia Reese respondeu. 
“Sugiro ser financeiram ente independente, já que isso dá 
a liberdade e o em poderam ento para am ar a si mesma prim eiro . 
(Empoderamento é ou tro term o padrão usado pelas feministas.) 
“Mas as coisas já não m elhoraram com os direitos das mulheres?”,
perguntou King.
“Ainda precisam os ser definidas por um homem”, respondeu 
Ling. “Precisamos nos to rnar independentes.
51
Nichols respondeu com a melhor frase do programa: 
«Uma vez completa, vocè espera que as outras pessoas em sua vida
complementem a sua plenitude .
Esse diálogo é o ensinamento clássico feminista. Se você 
conseguir passar por cima do psicologismo barato (é difícil, 
sabemos), perceberá que o objetivo não é diferente do objetivo de 
Friedan. O feminismo consiste em aumento de poder e valorização 
das mulheres. Consiste em ajudar mulheres inseguras por natureza 
a se sentirem melhor sobre si mesmas. Mas a solução proposta 
para o problema — reorganizar a sociedade para acomodar 
as inseguranças femininas — é absurda.
Durante quarenta anos, as mulheres de esquerda defenderam 
a mesma ideia desgastada de independência feminina: que as 
mulheres devem ser autossuficientes, sexualmente desinibidas 
e libertas dos sacrifícios e das demandas do m atrim ônio e da 
maternidade. Essa ainda relativamente nova visão de mundo 
é mais do que uma moda passageira; já está firmemente arraigada 
na cultura americana. A mensagem é jogada na mídia sem parar 
e tem criado uma geração de jovens mulheres cronicamente 
insatisfeitas. As mulheres modernas estão num a busca sem 
fim de suas identidades. Elas estão entediadas com a própria 
liberdade sexual (apesar da insistência de que uma noite de 
aventura é libertadora) e desanimadas com a vida desprovida 
de compromisso. O motivo do dilema é que as feministas 
ensinaram as mulheres a abandonar os antigos padrões, mas não 
lhes dão quaisquer novas regras que funcionem.
Outro fenômeno social surgiu do feminismo; as guerras das mães. 
Esse é o conflito entre aqueles que acreditam que as mães devem 
ficar em casa com os filhos e aqueles que acreditam que essa seja 
ma tarefa ignorante demais para as mulheres inteligentes. Em vez 
e aceitar a cnaçao dos filhos como um a responsabüidade social,
52
as feministas colocam a maternidade debaixo das asas do “direito 
de escolha da mulher”, como se criar os filhos fosse uma questão 
de o que as mulheres querem, e não o que as crianças precisam. 
Essaé uma partida dramática do etos cultural de gerações anteriores, 
em que a criação do filho trazido por alguém a este mundo 
era considerada uma obrigação moral de boa-fé.
Felizmente, nos últimos dez anos, houve um ressurgimento 
das mães que ficam em casa; mas o motivo da reviravolta parece 
incerto. Alguns acreditam que a razão pela qual seja possível as mães 
de hoje ficarem em casa, além do fato de serem supostamente ricas 
(o que é uma pista falsa, como explicamos no capítulo 5), é porque 
as feministas como Friedan deram opções às mulheres. Mas Friedan 
não fez nada do tipo.
Muitas das mudanças acolhidas nos panoramas femininos das 
quais as feministas levam o crédito, já estavam a caminho quando 
Betty Friedan era uma dona de casa frustrada fervendo de raiva no 
subúrbio. Em 1963, quase metade das americanas trabalhava fora, 
buscando oportunidades sozinhas com suas impotências, escreveu 
Kate (VBeirne.5
O que a Friedan fez, como todas as feministas fazem, foi 
exteriorizar seus problemas pessoais e culpar a sociedade. Como 
resultado, as mulheres americanas começaram a acreditar que 
são mesmo oprimidas.
Mas há dois principais problemas na teoria da Friedan. Primeiro, 
não é bem verdade que na década de 1950 as mulheres americanas 
eram oprimidas. Opressão é definido como “exercício de autoridade 
ou poder de forma opressiva, cruel ou injusta”. Ê ridícula a ideia 
de que havia uma organização em vigor na América que, de modo 
sistemático, reprimia as mulheres (como a lei da Sharia em alguns 
países que forçam as mulheres a vestir uma burca ou trabalhar 
somente em certos tipos de empregos). Milhares de mulheres
53
na América trabalhavam fora e em várias fhnções muito antes 
do feminismo surgir (mesmo antes da era da Segunda Guerra 
Mundial). A única razão pela qual as mulheres modernas não 
sabem disso é porque suas mães, suas professoras da faculdade e 
suas chefes, juntamente com as mulheres da imprensa, pintam uma 
falsa imagem da mulher na América, que rejeita as histórias de 
mulheres de sucesso das quais não se encaixam no molde feminista.
Tome como exemplo a Carolyn Graglia. Ela se formou na mesma 
faculdade de direito que Justice Ruth Bader Ginsburg, vários anos 
antes. A Justice Ginsburg tem carregado a tocha feminista há muitos 
anos, discutindo que as mulheres de seu tempo foram tratadas 
como cidadãs de segunda classe e tiveram que romper o “teto de 
vidro” (uma ficção arquitetônica que Carly Fiorina demoliu como 
diretora executiva da Hewlett-Packard).
Mas a Graglia disse que sua experiência prova o contrário. “Desde 
o ginásio, quando decidi que seria advogada, até parar de trabalhar 
para constituir uma família, recebi infinito apoio e incentivo. 
Os professores e os conselheiros da escola e da faculdade me 
ajudaram com disposição, sem nunca questionar se meus sonhos 
eram pertinentes.”6
Graglia também escreveu que as amigas que optaram por ser 
donas de casa e mães em nada se assemelhavam com a caricatura 
que Friedan apresentou no livro Mística Feminina. Essas mulheres 
estavam completamente satisfeitas com suas vidas do lar e não 
se sentiam como se não tivessem “nenhuma outra opção” além 
da maternidade.
A discriminação no local de trabalho em nada representou 
as decisões que muitas de nós fizemos ao sair do mercado de 
trabalho. Fomos impelidas a ficar com nossos filhos pela forte carga 
emocional que eles exercem sobre nós e porque achamos que nossa 
presença era a melhor e única garantia para o bem-estar deles.1
Essa é uma observação que continua importante hoje, já que 
toca no âmago do remorso da “mãe trabalhadora”, da qual ouvimos 
bastante (e que discutimos longamente no capítulo 5).
Talvez alguns fiquem tentados a dizer que é apenas a experiência 
de uma mulher, mas não é. É a experiência de uma mulher que 
dedicou tempo para escrever sobre o assunto. Há muitas outras Carolyn 
Graglias, como a Phyllis por exemplo, cuja carreira se estende por 
cinco décadas, ou como a mãe de Suzanne, que teve uma carreira 
de vinte anos na venda de ações, iniciada na década de 1950. Em 
um artigo do St. Louis Post-Dispatch (mais ou menos em 1966), sob 
o título “As mulheres de hoje”, a mãe de Suzanne disse: “Quando 
ingressei na área de investimento em St. Louis há onze anos, havia 
apenas três corretoras mulheres. Hoje somos vinte”.8 O artigo afirma 
que a “fidelidade” da mãe de Suzanne ao seu trabalho é óbvia devido 
ao fato de que ela estava “imersa em títulos e ações no dia 14 de 
maio e deu à luz à sua filha no dia 15 de maio. Depois de trabalhar 
meio período como conselheira de investimento durante o verão, ela 
pretende voltar para o escritório em tempo integral em setembro”.9 
Soa muito parecido com os artigos que lemos hoje em dia.
Mas como isso é possível se as mulheres daquela época eram 
tão oprimidas?
Midge Decter é outro exemplo. Aos 83 anos, sua experiência nos 
anos 1950 também difere bastante das histórias que as feministas 
contam. Decter não teve problema em achar emprego quando jovem: 
primeiro trabalhou como editora, depois na CBS Records e mais 
tarde na revista Harper. Assim como Graglia, a lembrança de Decter 
de seus anos em casa não se assemelha com a versão de Friedan.
Eu conheci muitas mulheres e elas não pareciam estar deprimidas 
ou oprimidas. Algumas voltaram a trabalhar quando os filhos já eram 
grandes o bastante; algumas tornaram-se ativas em organizações 
cívicas locais; e outras se interessaram por política. Morar no
55
subúrbio foi resultado de uma decisão em vez da imposição d
sociedade machista.10 Urna
O segundo problema com a teoria de Friedan é que ela afirm
as donas de casa americanas estavam entediadas, o que é equiV0Cad
A necessidade da mulher de fazer algo ou de se preocupar com °
pessoa em vez de cuidar dos filhos não tem nada a ver com a época
ou com a cultura em que ela vive. A reação à maternidade é basead
em sua personalidade. Qualquer um pode se sentir entediad
ou não realizado em praticamente qualquer tipo de trabalh
O segredo está em como a pessoa escolhe reagir ao tédio A maior'
das mulheres são engenhosas: quando dão de cara com o tédio el
encontram um a saída. É um a habilidade essencial. Aqueles que nã
a têm sofrerão, com certeza, mas isso não é problema da sociedade
No entanto, as feministas conseguiram fazer a maioria dos
americanos acreditar que milhões de mulheres da década de 1950
perceberam na mesma hora que tinham o “direito” a uma vida
fora do lar e, daí, expressaram esse desejo somente para encontrar
a discriminação em todos os cantos. O que realmente aconteceu
fo. que os avanços tecnológicos estavam produzindo tantas
maqumas poupadoras de trabalho, como máquinas de lavar louça e
secadoras, que as mulheres não tinham muito tempo para gastar com
os afazeres domésticos. Estavam, portanto, possibilitadas a dar
tinha"0 " ° UtraS C0ÍSaS' QUand° 38 mulhereS Perceberam que 
As m u lh T temP° HVre’ tUd° C° meÇOU 3 mudar naturalmente.
isso sem o 3 ^ ^ 6 fi“ raI"
1950 Í u n tr f Para leVar 3 Crer qUe 3S mulheres da década de
” l e r n a m dÍSCrÍmÍna* ° ’ 6 ■ * * "> for °4 entrentaram, não foi devido a
criada Para manter a mulher n„ , W ° p3tnarCal
homens pensavam dessa for *“ gar' Clar° qUe a‘SU"Sessa forma, mas não a maioria. (Na verdade,
56
os homens sào muito mais gentis do que as feministas querem 
que acreditamos.) Além disso, é um mito feminista a ideia de que 
a típica dona de casa dos anos 1950 era deprimida e/ou subserviente 
ao marido como Hollywood adora retratar nos filmes, como 
Longe do Paraíso, As Horas e Foi Apenas um Sonho. A única razão 
para as pessoas considerarem isso como realidade é que aquelas que 
eram feministas — deprimidas falaram mais alto e insistiram 
muito. Se tivessem sido mulheres mais fortes, teriam enfrentado 
as circunstâncias de forma diferente.
O que muitos americanos não avaliam é que na década de 
1950, para cada mãe infeliz, havia provavelmente cem mães felizes. 
Algumas eram felizes em ser donas de casa, e outras, sem atacara sociedade, encontraram uma saída do confinamento do lar. 
As feministas não são capazes disso.
Na verdade, a maioria das feministas conhecidas estavam 
despreparadas para lidar com a adversidade. Virgínia Woolf, por 
exemplo, foi atormentada por mudanças periódicas de humor 
e problemas emocionais. A mãe dela faleceu de repente quando 
Virgínia tinha treze anos, e a irmã faleceu dois anos depois disso. 
Esses acontecimentos resultaram no primeiro de vários surtos de 
Woolf, e mais tarde foi revelado que ela tinha sido sexualmente 
abusada pelos meios-irmãos. Aos 59 anos, Woolf se suicidou.
Betty Friedan também foi atormentada por problemas familiares. 
Ela escreveu em sua autobiografia, Life So Far, que não importava 
o que fizesse, sua mãe a fazia se sentir “desarrumada, desajeitada, 
incompetente, inválida, malcriada, feia”. Friedan passou anos em 
psicanálise “conversando de forma infinita sobre como eu detestava 
minha mãe e como ela matou meu p a i. Todas as mães deveriam 
ser afogadas ao nascer”, ela costumava a dizer."
Gloria Steinem é ainda outro exemplo. Sua mãe passou longos 
períodos indo e vindo de sanatórios devido à deficiência mental.
57
m sotreu lim colapso nervoso que a deixou inválida, presa em 
fantasias ilusórias que às vezes a tornava violenta. Steinem tinha 
apenas dez anos quando seus pais enfim se divorciaram em 1944, 
c passou seis anos morando com a mãe num a casa em ruínas, em 
Toledo, Ohio, antes de ingressar na faculdade. Quando a revista 
l\vplc pediu a opinião dela sobre casamento e maternidade, 
ela disse: “lã fui mãe bem pequena de um a filha muito grande — 
minha mãe. Não quero acabar cuidando de outra pessoa (Biography. 
com, 2010 A&E Television Networks)”.
Y a lista continua. Simone de Beauvoir foi um a criança mimada 
que costumava a fazer birras para conseguir o que queria — sua irmã 
foi, aparentemente, sua única amiga. O pai de Beauvoir indicava 
que sempre quis, mas nunca teve, um filho homem.
P muito triste que essas mulheres tenham sido criadas em 
ambientes difíceis e foram assombradas ao longo de suas vidas 
— não pretendemos menosprezar o fato. Mas isso não significa, 
e nem pode significar, que a sociedade deveria ser virada de cabeça 
para baixo para acomodar as dores dessas mulheres. Isso também 
não muda o fato de que milhões de outras mulheres na América 
superaram seus problemas pessoais e tiveram um a vida feliz. 
São essas as mulheres que deveríamos ouvir na mídia.
A trase popular,“o particular é político”, foi cunhado na década de 
1%0 e refere-se a transform ar os problem as pessoais das mulheres 
em problemas sociais e uma questão de política pública. Até mesmo 
a Betty Friedan confessa. “Eu quase perdi m inha autoestima 
tentando manter um casamento que já não se baseava mais no
amor, mas no ódio dependente. Era mais fácil pra mim começar 
o movimento das mulheres a mudar minha própria vida.”12 
F uma perspectiva séria.
to, o sucesso do livro de Friedan ganhou vida própria, 
emprt um bando de liberais, aderiu ao movimento
58
K» " ,' KU «*m Pr‘,fusâo e encorajou os americanos a fa«r o mesmo. 
A primeira grande batalha das feministas foi a Emenda dos Direitos 
Iguais, que fornece um excelente vislumbre da estratégia, tatioa e 
obielivos das esquerdistas, assim como seu poder politico e midiatka.
NOS BASTIDORES DA ERA
A Emenda dos Direitos Iguais (ERA), o objetivo legislativo 
feminista tavorito, era uma proposta de emenda à Constituição 
divs Estados Unidos, anunciada como um grande benefício para as 
mulheres: algo que as resgataria dos séculos da cidadania de segunda 
classe e» pela primeira vez, colocaria as mulheres na Constituição. 
As feministas convenceram milhões de americanos a acreditar que 
as mulheres são discriminadas por uma organização social e iundica 
dominada pelos homens, e, assim, a Constituição deveria ser alterada 
para proibir qualquer diferença de tratamento baseada no “sexo”.
A FRA foi intensamente debatida em toda a America entre 
|972 e 1982. Foi aprovada pelo Congresso com apenas 23 dos 433 
representantes e apenas oito de cem senadores votaram contra. 
A KRA foi enviada aos estados em 22 de março de 1972. 
As feministas tiveram a semântica, a mídia e o momento do seu 
lado. A Emenda dos Direitos Iguais soa tão benigna, quem poderia 
ser contra? Nos primeiros doze meses, a emenda foi ratificada em 
trinta estados e precisou de apenas mais oito estados para se tornar 
a vigésima sétima Emenda da Constituição. O apoio à ERA \inha 
de todos aqueles que tinham pretensões ao poder politico desde 
a ala esquerda à ala direita, de Ted Kennedy a George Wallace, 
e três presidentes: Richard Nixon, Gerald Ford e limmy Cárter.
Apenas um único senador entre os cem estava disposto a talar 
abertamente contra a ERA, o senador Sam Ervin, e apenas três
membros da Câmara dentre os 435. Henry Hyde, George Hansen 
e Bob Dornan. A ERA foi ativamente apoiada pelas organizações 
importantes de mulheres, uma associação de 33 revistas femininas, 
várias celebridades da televisão e de Hollywood (como Phil 
Donahue, que chamava a si mesmo de um feminista e era, na 
época, mais famoso na TV que a Oprah), e 99 por cento dos meios 
de comunicação.
Mas um pequeno grupo de senhoras imperturbáveis vestidas de 
vermelho, com broches que diziam Stop ERA, alocadas na cozinha 
de Phyllis Schlafly sobre as ribanceiras do rio Mississippi em Alton, 
Illinois, desafiou todos os grandes nomes da política moderna, 
muito parecido com os Tea Partiers de hoje. No entanto, não tinha 
o Rush Limbaugh alertando sobre as “feminazi” e nem a Fox News 
para dar notícias imparciais e neutras e deixar o público tomar suas 
próprias decisões. As senhoras da campanha Stop ERA nem sequer 
tinham o apoio de revistas conservadoras, porque o pensamento 
convencional dizia que a tarefa era impossível. Elas não tinham 
internet, e-mail ou aparelhos de fax para reunir apoio pela causa. 
Elas tinham apenas o telefone e o Phyllis Schlafly Report, um boletim 
mensal de quatro páginas que iniciou a campanha aparentemente 
perdida com sua edição de fevereiro de 1972 chamada “O que há 
de errado com os direitos iguais para as mulheres?”
Durante dez anos, Phyllis publicou centenas de edições de seu 
boletim mensal e panfletos sobre a ERA. Seus relatórios esclareciam os 
direitos jurídicos que as mulheres perderiam se a ERA fosse ratificada. 
Os relatórios mostravam que a ERA era uma fraude. Fingindo 
beneficiar as mulheres, na verdade a ERA eliminaria os direitos que as 
mulheres tinham até então, como o direito de um a garota de dezoito 
anos não se alistar no serviço militar obrigatório e ser enviada para 
combate e o direito da mulher de ser sustentada pelo marido.
A munição dos adeptos da campanha Stop ERA saiu diretamente
60
dv>» textos de autoridades judiciais da pró-ERA, como o livro da 
advogada da ACLL, Ruth Bader Ginsburg, Sex Bias in the U.S.
( eile , e da ampla análise do professor Thomas I. Emerson de Yale, 
Í4íh Journal O alistamento militar obrigatório provou ser um 
argumento importante, pois os Estados Unidos estavam acabando 
de sair da Guerra do \ ietnã. A maioria dos adeptos da pró-ERA 
tinha idade acima da exigida para o alistamento obrigatório 
e concordavam de maneira entusiasmada que queriam o gênero 
neutro para o recrutamento militar e o envio de garotas para 
a guerra que nem os homens.
As mulheres da Stop Era argumentavam que a ERA daria carta 
branca à justiça tederal para definir os termos sexo e igualdade 
de direitos. A Seção 2 da ERA transferia poderes ao governo federal 
sobre todas as leis que tradicionalmente aceitavam diferenças de 
tratamento devido ao sexo: casamento, imóveis, divórcio, pensão 
alimentícia, guarda dos filhos, adoções, aborto, leis homossexuais, 
crimes sexuais, escolas públicas e privadas, regulamentos prisionais 
e seguros. Para as feministas, “igualdade de sexo” englobava 
casamento com parceiros do mesmo sexo e o direito ao custeio 
de aborto. A ERA não mencionava as mulheres — pedia

Continue navegando