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SUZANNE VENKER é autora de diversos livros, como The W ar on M en , H ow to Choose a H u sban d e 7 M yths o f W orking M others. É colaboradora frequente de veículos jornalísticos, incluindo Fox News e New York Post. Vive com a família em St. Louis, Missouri. S U Z A N N E V E N K E R O O U T R O L A D O D O F E M I N I S M O P H Y L L I S S C H L A F L Y S I M O N S E N O O U T R O L A D O D O F E M I N I S M O Eu não devo nada ao movimento de libertação das mulheres. — Margaret Thatcher O feminismo tem muito a responder por denegrir os homens e encorajar as mulheres a buscar independência seja qual for o custo às suas famílias. É hora de dar um basta ao mito. — Rebecca Walker, filha da autora de A Cor Púrpura, Alice Walker Prefiro lhe dizer a verdade e aborrecê-lo a lhe mentir e fazê-lo perder o respeito por minha integridade. Você pode não gostar do que eu digo, mas se você se ofender, terá que resolver isso consigo mesmo. — Andre Harper, autor do livro Political Emancipation SUMÁRIO Nota das au to ra s .................................................................................. 13 INTRODUÇÃO: conservadores pioneiros porSuzanneVenker.... 19 1. Lavagem cerebral ........................................................................... ... 2 Feminismo para iniciantes: sem censura.................................. 47 3 Sexo casual e desilusão.................................................................... gj 4 Por que o casamento se esquiva da geração m oderna.........95 5. Quando as mães trab a lh am .......................................................... 123 6. Satisfazer as vontades da esquerda feminina - às suas custas... 154 7. O macho dispensável................................................................. 8. Um novo caminho para as m ulheres...................................201 APÊNDICE A: Os Dez Mandamentos Feministas................. 220 APÊNDICE B: Razão e Sexualidade: um guia para as universitárias sobre a verdadeira proteção em um mundo de sexo casual por Dra. Miriam Grossman...............................................................220 APÊNDICE C: Resoluções NOW 1991 ......................................224 BIBLIOGRAFIA............................................................................229 NOTAS 234 NOTA DAS AUTORAS Este é um livro sobre o impact0 que as mu causaram na sociedade americana. A ide I • escluerda contrária ao que pensa a maioria dos am ericanlf3 deSSC é no dogma feminista que atualmente controlo d n ^ lmpregnada em quase todos os setores da vida american °, 13 °8° e a narrativa esquerda detêm grande poder. ’ ̂ ^Ue as mu^eres de Como resultado de sua influência, homens e mulheres de ambos o; lados do corredor político têm dificuldade em compreender ondt o feminismo se encaixa em suas vidas, se é que se encaixa. Muito; classificam seus pontos de vista pela distinção entre diferente« tipos de feminismo. Alguns defendem que o feminismo merece c crédito pela liberdade e oportunidades que as mulheres usufruerr. nos dias de hoje, mas uma vez que já conquistamos a igualdade não precisamos mais do feminismo. Outros apoiam a afirmativE de que o feminismo tem três categorias: primeira onda (sufragista; do século XIX), segunda onda (feministas da década de 1960) e e terceira onda (feministas da atualidade). Alguns até tentaram renovar o feminismo alegando que mulheres conservadoras pertencem a algo chamado “novo feminismo” ou até mesmo “feminismo pró-vida” (Sarah Palin vem à mente), como se existisse tal coisa. Quando começou a fazer sucesso, Dana Loesch escreveu no Washington Examiner: “Não deveria surpreender ninguém que muitas mulheres conservadoras contrariam o pensamento de que o liberalismo tem o direito de propriedade sobre o ‘feminismo’(...) A ideia liberal do feminismo fracassou” 1 13 O Outro Lado do Feminismo põe um fim na confusà papel do feminismo em nossas vidas. Apesar do livro t° 0 trabalho conjunto do começo ao fim, somente a S uzanne * ° Um a introdução. Compartilhamos a história dela como um CSCreVcu fundo à submissão da geração moderna ao movimento femhf ° ^ \ i r> O O U T R O L A D O D O F E M I N I S M O INTRODUÇÃO CONSERVADORES PIONEIROS por Suzanne Venker Ser de esquerda é moleza. Vocé não precisa fazer nada para ser de esquerda. Basta ficar de boca fechada e acompanhar a multidão. — Jon Voight Sou rotulada de conservadora desde que me conheço por gente — e isso nunca foi dirigido a mim como um elogio. O liberalismo estava arrastando o país quando eu atingi a maioridade, portanto, ser conservadora era careta, sem dúvida. Muitos dos meus contemporâneos foram criados por pais da geração baby boomer, que instilaram nos filhos uma visão de mundo esquerdista. Meus pais, porém, vieram da grande geração (aqueles que passaram pela Grande Depressão). Assim, fui criada com um conjunto diferente de valores. É bem verdade que nem sempre gostei de ter pais mais velhos (como minha mãe vai confirmar), mas hoje sou grata, pois a sabedoria deles tem me ajudado bastante. Embora os pais “legais” fossem menos rigorosos e, aparentemente, mais divertidos, muitos deles ensinaram aos filhos (de forma direta ou indireta) uma ideia desgastada sobre homens, mulheres e sociedade. Eu não tive nada disso. Cresci na área central de um bairro nobre de St. Louis, Missouri. Creio que minha família seria considerada classe média alta, mas não conte isso pra minha mãe. Para ela, prosperidade de qualquer tipo não é algo para se falar ou se exibir. Ela acredita que 1 er dinheiro extra que uma pessoa acumule na vida é para ser poupado e investido, não gasto. De fato, ela leva a ideia de Poupança 1f) extremo. p é por essa razão que minha mãe nao consegue gastar um tão em nada que não seja totalmente necessário. Ir almoçar fora I n d o há comida na geladeira? É desperdício. Comprar roupas? Só se estiverem esburacadas. Ir para livraria quando há uma biblioteca muito boa a um quarteirão de distância? Absurdo. Minha mãe é tão pão-duro que quando vou à casa dela depois de deixar meus filhos na escola, tenho que pensar duas vezes antes de entrar na Starbucks. Seria inútil dizer a ela que é em casa onde mais bebo o meu café (e onde mais almoço), porque ela vai se lembrar das dez vezes que comprei café no ano passado e anotar como extravagante. Embora a parcimônia de minha mãe seja difícil de lidar, eu a compreendo. Ela é resultado da Grande Depressão. O pai dela perdeu o emprego quando ela era jovem, e minha avó teve que ir trabalhar para colocar comida na mesa — literalmente. Eles até precisaram se mudar de St. Louis para Califórnia para morar temporariamente com o tio de minha avó. Meus avós nunca tiveram casa própria, e o principal meio de transporte da minha mãe era a bicicleta ou o bonde. Três gerações moravam num apartamento pequeno com três quartos, um banheiro e sem ar-condicionado. Nem posso dizer a você quantas lições de vida minha mãe enfiou na minha cabeça ao longo dos anos por causa de sua juventude. “A sua avó conseguia esticar dez centavos em um dólar”, ela dizia gesticulando cheia de mãos para enfatizar a questão. “Ela cozinhava rosbife no domingo e fazia durar a semana toda.” A maioria dos mantras de minha mãe tinham relação com dinheiro e sacrifício, como. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. O melhor de todos, o que mais ouvi enquanto crescia, era: “Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada”. 20 Meus pa,s t o a m hmonada o tempo todo. Nenhum dos dois reagtu aos problemas bebendo demais, tomando an.idcprcssivos ' ernpan,urrando de comida ou acreditando que eram vítimas Na verdade, não consigo me lembrar de um único dia em que meus pais ficaram na cama até tarde, o que muitos de nós fariam se a vida jogasse um balde de água fria em nossos planos. Meus pais eram (neste caso, m.nha mãe ainda é-meu pai faleceu em 2008) pessoas constantemente resilientes, capazesde acordar todos os dias com uma atitude positiva e com novo ânimo para tornar tudo melhor. Parte disso graças à personalidade deles, mas também por causa da geração em que foram criados. Na época, era preciso tal otimismo para não se sobrecarregar com as dificuldades da vida cotidiana. A máxima era necessária para lembrar às pessoas do que elas tinham, ao invés do que não tinham. Ficar com pena de si mesmo, perder tempo e se lamuriar da realidade não era opção lá em casa. Nem repousar sobre os louros. A promessa era clara: trabalhar duro e perseverar, e será vitorioso. Tristemente, essa não foi a mensagem que colhi da sociedade. Conforme crescia, a América se tornava mais e mais liberal. E quanto mais liberal o país se tornava, mais deslocada eu me sentia. Quando ingressei na Universidade de Boston, na metade dos anos 1980, me sentia muito sozinha. Por sorte, faço amigos com facilidade e gosto de me divertir (imagine: ser conservadora ese divertir), então isso nunca foi problema. Mas, obviamente, eu era vista como “aquela garota conservadora do Meio-Oeste”. A maioria dos meus amigos vinham da Costa Leste, e encarávamos a vida de maneira um tanto diferente. Embora não tivesse sido criada numa família religiosa (e nem meus amigos, a não ser que fossem judeus), desenvolvi fortes crenças sobre o certo e o errado e nunca me intimidei em compartilhá-las. Também impus limites em minha conduta. Eu não usava* ■ V . .lroR1,s pesadas. por exemplo (embora bebesse e fumasse de forma considerável - naquele tempo, fumar não era constderado maligno eonu. é hoje), gcralmente ia dormir antes da meia-noite e era bastante criticada por isso. Meus amigos eram um bando de despreocupados, sem dúvida, mas nunca considerei isso incomum ou mesmo ruim. Eram assim que as coisas funcionavam naquela época. Mas política era um problema com certeza. Muitas das pessoas que eu conhecia votaram para o Michael Dukakis, enquanto eu votei \w \\\ o primeiro Gcorge Bush, e quando todas as minhas amigas participavam das reuniões do movimento pró-escolha, eu ficava de fora, IX' fato* minha universidade era, e continua, tão liberal quanto X minhas »uvugíis. Os estudantes achavam que a America era um lugar horrível, cheio de injustiça, desigualdade e hipocrisia. Acreditavam ser um país onde as pessoas trabalhavam arduamente, mas não chegavam a lugar algum porque “o cara” os reprimia. Hssa atitude era especialmente difundida quando se tratava dc mulheres. Apesar de meus pais me ensinarem a ver o mundo em minhas mãos, a cultura que eu encontrara na universidade via as mulheres como vítimas; c as pessoas que supostamente deveriam me tirar da desesperança eram feministas. “Você não sabia que as feministas sào as responsáveis pela liberdade que temos hoje?”, perguntou minha colega de quarto. Como filha de uma feminista fiel, minha colega e eu não concordávamos com muitas coisas. “Olha, na prática, isso não é verdade", eu respondi. Nessa hora, ela olhou para iiini como se cu tivesse três cabeças. Acho que ela pensou que eu "C saldo de dentro dc uma caverna, já que nunca tinha escutado ninguém afirmar tal coisa. Por mais que eu tentasse explicar a falácia do movtmemo das mulheres, ela não me dava ouvidos. Nao demorou muito até eu perceber que tinha crescido com um e> depois, dããã, ex-marido), que por engano pensei ter valores em comum. Ele não era antigoverno como meus outros amigos — ele se formara pela Faculdade de Administração da Universidade de Boston, pelo amor de Deus, que é longe de ser um baluarte de radicais e ambos participamos da eleição do George H. W. Bush. Mesmo assim, no fim das contas, meu namorado era tão liberal quanto todos os outros, eu só não percebi na época. Não sabia que as pessoas podiam votar no Partido Republicano e continuar liberais. Hoje, para mim isso é óbvio. Provavelmente deveria ter percebido o grau de nossas diferenças quando falávamos sobre sexo. Eu sabia que ele tinha “bastante experiência na área”, o que não era incomum na minha geração. Lembro de criticá-lo pela quantidade de mulheres (garotas, devo dizer) que ele tinha levado pra cama durante o ensino médio. Toda vez que ele se deparava com uma mulher conhecida daquela época, eu perguntava: “Você também transou com ela?” Como a maioria dos homens decentes, ele não era de contar sobre os casos dele, mas sua maneira de se retratar o entregava. Meu namorado era um rapaz atraente, divertido e carismático que se entregou à ideologia liberal — até o ponto de achar esquisito eu não ter ido pra cama com todo mundo no ensino médio. Acho que ele considerava isso bonitinho. Ele não conhecia nenhuma mulher que não tivesse se envolvido em sexo casual. “Não tem nada de mais. Amigos fazem sexo o tempo todo”, ele dizia. Além da minha suposta frigidez, eu era diferente das minhas amigas de outra forma. Elas não consideravam o casamento e a maternidade em seus planos de vida, ao passo que eu cogitava que o casamento e a maternidade seriam o centro da minha vida. Assim, escolhi uma carreira (naquela ocasião, magistério) que melhor se adaptava à maternidade. Sempre soube que trabalharia fora, mas nunca esperei que a carreira se tornasse minha vida. Foi quando, suponho cu, o rótulo dc conservadora come 0 ndo fosse uma feminista subestimando o pape^d ^ qUe * * com planos dc ter uma carreira estimulante pari ’T **' « lar, então cu só podia ser uma conservadora, o ra lL '1''" '* do questão: quando se trata de independência das mulh ° * conservadorismo se encaixa? es’ on̂ e o 1 te acordo com a elite da mídia (principais jornais, revistas dc televisão que definem a agenda de notícias), o co n se rv a d o r^ nào tem voz na discussão sobre o aumento do poder femin- ° Quando as mulheres na mídia (das quais grande parte é femi • devota) debatem sobre a situação das mulheres nos Estados Unidos é sempre a partir de uma perspectiva esquerdista. Elas falam sem parar sobre a dívida para com as “mulheres que vieram antes de nós” (as feministas pioneiras) e têm convencido as mulheres, até mesmo as conservadoras, de que as feministas são as responsáveis pela liberdade e pelas oportunidades que as mulheres usufruem hoje. Em um extenso relatório feito pelo Centro para o Progresso Americano (do qual discutimos no capítulo 1), a jornalista Maria Shrivcr escreveu sobre a situação dos Estados Unidos com relação ã mudança no papel das mulheres. Ela relatou: “Minha mãe foi(...) uma pioneira das mulheres americanas. Ela não caiu na propaganda da época de que as mulheres tinham que ser tolerantes, submissas e ficar nos bastidores(...) Minha mãe se deu conta do poder e o descjou(...) Seus ídolos todos eram mulheres(...) Ela me contava as histórias dessas mulheres, porque queria que eu reconhecesse o dom e o poder feminino para mudar o discurso, o tempo e a natureza do mundo”.1 A teoria por detrás do discurso como o da Shriver, que é pa nos meios de comunicação, é que ele leva uma mulher uma democrata ou uma feminista) a ser forte, independente sucedida. As feministas adoram a Nancy Pelosi, por exemp detestam a Saiah Palin, apesar de ambas representarem a versão feminista do ter uma vida perfeita”. As esquerdistas não devotas louvam as conservadoras como a Dra. Laura Schlessinger, Michelle Malkin, Saiah Palin, Michele Bachmann e até mesmo Margaret 1 hatcher, apesar do fato de terem, ou terem tido, uma vida perfeita, h por isso que o dito movimento das mulheres (termo enganoso, já que sugere que todas as mulheres estão no mesmo time) é falso. O movimento feminista nunca foi a favor de todas as mulheres, apenas das liberais. Não foi idealizado para criar condições de igualdade, e sim para reorganizar a sociedade a fim de tornar a vida mais conveniente para as feministas. O movimento foi idealizado “para mudar o discurso, o tempo e a natureza do mundo”.1 Aqui vai uma ironia: e se você for uma mulher que não seja “tolerante e submissa”, mas acha que a América é maravilhosa?E se você for uma mulher forte, independente, como as feministas alegam que as mulheres devem ser, mas não acredita que as mulheres sejam vítimas? Minha mãe foi uma pioneira. Ela obteve um diploma de mestrado pela Radcliffe College em 1952. E confie em mim: ninguém pode acusar minha mãe de ser “tolerante”, “submissa” ou “de ficar nos bastidores”. Pelo contrário, ela foi corajosa o bastante para ingressar no mundo de domínio masculino dos corretores de ações, na Merrill Lynch, nos anos 1950. Quando ela se viu diante do sexismo escancarado, não ficou reclamando ou desistiu; ela foi trabalhar na G. H. Walker (outro banco de investimento), onde os homens ficaram felizes em trabalhar com ela. “Aqueles que alcançam o sucesso, não esperam que todas as empresas os recompense de forma justa. Eles selecionam as empresas que os recompensarão por sua contribuição”, escreveu Warren Farrell, Ph.D em The Myth of Male Power.2 Na verdade, as adversidade, elas não mulheres inteligentes avançam perante à param para reclamar sobre serem maltratadas. 25 i ! Como minha mãe sempre me dizia: "Sempiv haverá Ronlo qucreml,, derrubar você. Não permita que laçam «*'"• »••>« '•>'«. no ti.ll. Walker por dezesseis anos antes de pedir as contas para lu ar cm casa com minha irmã e eu. Mas minha mãe é conservadora. Aliás, assim são todas as mulheres na minha família, c todas «no mulheres fortes e instruídas. Até minha avó obteve diploma de bacharelado por uma renomada universidade mista em W/0. Mas ao ouvir a mídia, você acha que as liberais sao as únicas mulheres que foram para faculdade e se tornaram alguma voisa na vida. O que diferencia as mulheres conservadoras da minha lamtlia das mulheres como Eunice Kennedy e que as da minha lamtlia nao nasceram em berço de ouro. Elas sabem o significado do trabalho árduo e sabem se virar, e normalmente esse t ipo de experiência leva ao conservadorismo. As mulheres conservadoras nao se queixam da América. Elas não querem se unir com um grupo de mulheres e tentar “mudar o discurso, o tempo e a natureza do mundo". Elas são independentes de nascença, c sua compreensão de mundo está entre o dever, a honra, o sacrifício e a gratidão. Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada. Eu tive outra vantagem sobre os meus contem porâneos: a Phyllis Schlafly é irmã de minha mãe (e única irm ã). Com o a antileminista mais importante do século XX, Phyllis é mais conhecida por sua luta contra a Emenda dos Direitos Iguais dos anos 1970. Soa horrível, não? Que tipo de mulher seria contra os direitos das mulheres? As feministas atuam assim: elas usam um a term inologia favorável direitos das mulheres, direitos de reprodução, violência contra as mulheres para atrair a comoção das pessoas e marginalizar aqueles que discordam, fazendo-os parecer atrasados ou provincianos. Mas a Phyllis não é uma discípula e não se intimidou» o que gnifica que ainda muito jovem fui exposta a uma perspectiva 26 alternatha sobre os problemas das mulheres. Eu assistia Fox News em \ez de CBS. quando a maioria das pessoas foram ensinadas a pensar de um jeito, fui apresentada a uma perspectiva diferente. O trabalho da Phyllis me mostrou desde cedo que o feminismo é uma mentira, e a combinação entre a vida profissional dela e o exemplo de minha mãe foi a razão pela qual não acabei como tantas mulheres modernas, cheia de culpa, estressada e sobrecarregada com uma necessidade psicológica de provar a minha importância no mundo. Talvez o motivo da Phyllis ser impassível diante dos ataques feministas seja devido ao fato de ela ter trabalhado para poder pagar seus estudos, 48 horas por semana no turno da noite, disparando munição de calibre .30 e .50 como teste para ser aceita pelo governo. Depois de se graduar como bacharel, ela foi fazer pós-graduação em Harvard, onde recebeu seu diploma de mestre em Ciências Políticas em 1945. Isso não é para insinuar que a Phyllis seja melhor que ninguém, mas prova uma coisa: qualquer mulher que esteja disposta a se dedicar para ser bem-sucedida, será. E a Phyllis é bem-sucedida, o que é outra razão para que ela seja alvo dos ataques feministas. As feministas não acreditam que as mulheres possam ser bem-sucedidas no “patriarcado”, e em qualquer medida que sejam, elas devem isso ao movimento feminista. Mas a Phyllis conseguiu ter êxito e um grupo nacional de adeptos antes do movimento feminista criar asas. Ela escreveu e editou seu primeiro livro, A Choice Not an Echo, em 1964 e vendeu inacreditáveis três milhões de cópias. Embora grande parte das mulheres — grande parte das pessoas — não seja tão ambiciosa quanto a Phyllis (aos 86 anos, ela continua a trabalhar dia e noite), o caso dela prova que ninguém barra as mulheres se elas quiserem conquistar o mesmo nível de sucesso. Ainda assim, a decisão de escrever um livn Phyllis não foi fácil. Eu não só estava preocu em conjunto com a 27 cie nepotismo (nunca tinha trabalhado com a Phyllis cic nenhuma forma nem pedi a ela para fazer qualquer coisa em meu nome), a phyllis é uma conservadora convicta. Eu sabia que, ao pedir a cla que escrevesse um livro comigo, eu seria acusada por associação, c não tinha certeza se queria passar por isso. Diferente da Phyllis, cu não sou o que voce chamaria de conservadora fiel. Eu sou mais o tipo de conservadora independente, se é que isso existe. Para ser bem honesta, nem sempre quis que as pessoas soubessem que eu era sobrinha da Phyllis. Lembro-me do nome dela surgir durante uma aula da faculdade. Embora não me recorde o que meu professor disse sobre ela, posso lhe garantir que não foi nada positivo ou gentil. Claramente, meus colegas de classe concordaram com a opinião negativa do professor sobre a Phyllis (as mães feministas tinham lhes ensinado direitinho), pois todos reviraram os olhos e riram — nessa hora eu me encolhi rapidamente na cadeira. Eu já não me encolho mais na cadeira. Você (ou mais provavelmente sua mãe) concordando ou não com a política da Phyllis Schlafly, uma coisa é indiscutível: a Phyllis sabia que o feminismo era uma farsa muito antes de outras pessoas trazerem isso à tona. Ela também sabia que tinha um monte de modelos exemplares femininos que não seguiam as regras feministas. “Para uma mulher encontrar sua identidade no mundo moderno, ela precisa seguir o caminho das mulheres confiantes que encontraram a estrada e têm o mapa, em vez de seguir aquelas que não encontraram”, Phyllis escreveu em seu livro: The Power of the Positive Woman. Ela redigiu essas palavras em 1977, depois de ter tido seis filhos e antes de se form ar em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Washington.3 O que faz da Phyllis um excelente modelo para os conservadores de hoje é que ela não teve medo de falar a verdade na frente do império da imprensa liberal, e por causa disso ela foi ridicularizada. I ,,í o '" hi uma imnrmlíi coragem para enfrentar as mulheres (h mí' ),a naM,,,*líl *1” k-i. I.cinbrc-sc: isso foi antes da Fox News, internet e programa', de entrevistas de rádio. A Phyllis sabia tudo '.obre o i \(-s rriídiát i( o antes dele se oficializar, e, corno Sarah Palin, ela foi at,n ada, liuifiilliaíla e ridicularizada. A mídia vai fazer o que for po /,í /el para minara causa conservadora, especialmente quando for confrontada por mulheres fortes, de mentalidade tradicional. A Pbyllís e eu tenros mais uma coisa em comum: eu, também, eeí o que '• eer alvo do viés feminista. Publiquei meu primeiro livro, 7 t /lylh'. of Workíny Molhers, em 2004. Nele, eu abordei o conflito natural entre ter filhos pequenos e carreiras exigentes. De maneira nada surpreendente, a mídia não ficou nenhum pouco feliz com o livro, (barol Un, âncora da CNN na época, me disse que meu livro "causou um alvoroço em todas as mulheres na CNN”. A revista (Aamour classificou meu livro como “Don’t” [evitar] em sua seção "Dos and Don’ts” [o que fazer c o que evitar]. Logo abaixo do The War on Choice, umlivro pró-aborto que as editoras recomendavam corn veemência. Quando se trata de falar o que se pensa nos Estados Unidos, a mensagem é evidente: é melhor você ser politicamente correta (uma feminista; ou tome cuidado. Nunca diga o que a mídia não quer ouvir ou eles vão persegui-lo com ímpeto. Felíz.mente, as conservadoras têm estrutura de ferro. Isso porque sua crença é fundamentada no bom senso, na sapiência e no raciocínio independente. As mulheres modernas trazem uma interpretação particular ao conservadorismo. A embalagem pode ser diferente (vestido simples e salto alto estão ultrapassados; roupa de ginástica e tênis estão na moda), mas a marca é a mesma. Esperamos sinceramente que este livro ajude a apoiar os americanos que não acreditam que as mulheres neste país são oprimidas, que sabem que o governo não é a solução para os 29 problemas das mulheres, que não acreditam que o casamento e a maternidade são instituições antiquadas, que acham que os homens são tão importantes quanto as mulheres, que pensam que os papéis de gênero são virtuosos c existem por uma razão e que veem a grande mídia pelo o que ela é. Você não precisa concordar com tudo o que estiver nestas páginas — as conservadoras sabem aceitar opiniões que não estejam de acordo com as delas — você só precisa ter a cabeça aberta o bastante para considerar uma perspectiva diferente. E essa perspectiva é- você pode ser uma mulher forte, poderosa e até mesmo liberada — e ainda ser conservadora. Eu sempre soube. Está na hora da América saber disso também. LAVAGEH CEREBRAL Quando o povo adota um ponto de vista em massa, se interrompe todo o pensamento crítico. — William Powers Quando se fala de mulheres nos Estados Unidos, progresso é a palavra-chave. De acordo com o Free Online Dictionary, progresso significa “melhoria constante em uma sociedade ou civilização”. É um termo relativo; de que forma melhorar algo é totalmentc subjetivo. Mas quando falamos de mulheres na América, progresso nunca é definido, debatido ou classificado. O tópico é ilusório já logo de início. Mm Nas últimas décadas, tem sido amplamente aceito qUe as mulh nos Estados Unidos com frequência, se não sempre, ficarn **** a menor fatia do bolo. De acordo com as feministas, as m u lh ^ assim como os negros têm sido oprimidas por séculos. Falaram pa^ gente que não houve progresso o bastante e que a sociedade ainda não criou condições de igualdade. Essa filosofia está tão incrustada em nossa cultura que os americanos nem questionam. Nem sequer rotulamos pensar dessa forma como ser “feminista”; é simplesmente comum acreditar que as mulheres sofrem discriminação. Ligue a televisão, folheie uma revista ou sintonize uma rádio americana, e você será imerso em casos de mulheres que querem saber como satisfazer suas necessidades da melhor maneira ou como equilibrar melhor suas vidas ou como podem lidar com a miríade de problemas e perigos que enfrentam. As queixas femininas predominam. Mas queixas são como ervas daninhas: quanto mais calor elas recebem, mais elas se espalham. E é exatamente o que aconteceu com a mulher moderna. As organizações feministas até estimulam o crescimento das queixas com sessões de grupos de reflexão, em que as feministas partilham histórias de como um homem qualquer as maltratou e qual deve ser o papel do governo como forma de compensação. (Ver Resoluções da NOW sobre a Emenda dos Direitos Iguais no Apêndice C.) Enquanto isso, escondida por detrás das aparências jaz a verdade: as mulheres americanas são os seres humanos mais afortunados que já existiram. Ninguém vive melhor. Ninguém. Essa é uma visão nova para um debate antigo, aquele que provoca espanto. Até mesmo soa errado num pedaço de papel ou saindo da ponta da língua. Isso porque os americanos foram condicionados a acreditar no contrário. Milhões de americanos acreditam que para o progresso existir é necessária a lib e r ta ç ã o das mulheres —" libertar-se dos homens, dos filhos, dos conceitos da sociedade, de tjiiaac tudo que faça a mulher se sentir moralmente obrigada a alguém ou alguma coisa que não seja ela mesma. A parte mais triste dessa visão equivocada da natureza humana é que isso não tem tornado as mulheres mais felizes. Na verdade, tem feito justanunte o contrário. De acordo com o relatório de 2007 do Departamento Nacional de Pesquisa Econômica, “conforme as mulheres conquistaram mais autonomia, mais educação e mais poder, elas se tornaram menos felizes”.1 Os autores desse relatório, Betsey Stevenson e Justin Wolfers, revelam que o auge do movimento das mulheres alimentou a euforia na década de 1970 que se dissipou nos anos seguintes”.2 Não é de se surpreender. A maior parte das mulheres nos Estados Unidos é um bando de centro-direita e não quer o mesmo que as mulheres de esquerda. A maioria das mulheres neste país é tradicionalista e não quer mudar a América. As feministas, sim. Por décadas elas tentam convencer as mulheres de que a América precisa abrir espaço para elas, dessa forma as mulheres serão desacorrentadas, libertas e supostamente felizes. É um conceito encantador. Claro que as mulheres gostam da ideia de se livrarem das responsabilidades ocasionalmente; elas podem gostar do pensamento de ficar livre dos maridos e dos filhos de vez em quando. Quem não gostaria? Casamento e maternidade exigem muito trabalho e sacrifício. Mas as mulheres não querem ser “livres” se isso significar ser solteira, dependente do governo ou mesmo ser uma força soberana sem tempo para a família. Nos Estados Unidos, muitas mulheres desejam o que qualquer pessoa sensata deseja: uma família para amar e, sim, até mesmo ser dependente. As esquerdistas querem algo mais. À medida que nos aproximamos de um novo século — e de um novo milênio — são os homens que têm de progredir através de uma nova maneira de pensar sobre si mesmos e a sociedade”, escreveu Betty Friedan 33 „a edição dc 2001 de seu famoso livro de 1963: Mtsiicn hmuUiu, "f, uma pena que as mulheres não possam fazer isso por dc„ (U| ̂ muito mais longe sem eles, porque é impressionante observar com« as mulheres mudaram as possibilidades de nossas vidas desde qvie rompemos a mística feminina apenas duas gerações atrás,"' Hssas poderosas palavras ajudaram a moldar uma geraçfto de mulheres americanas. Está implícito na visão de mundo de Friedan — uma visão que muitos americanos foram ensinados a aceitar a ideia dc que as mulheres são oprimidas, e os homens são aqueles que precisam mudar. A Friedan acreditava que as condições eram severamente desfavoráveis para as mulheres. A única maneira de acabar com a opressão feminina, ela disse, é mudando o homem e a sociedade, a fim de criar uma América diferente, uma América que seja mais favorável e justa para as mulheres. Aqueles convencidos de que Betty Friedan saiu da moda, não deveriam. Suas palavras ainda vivem nas mentes de esquerdistas femininas influentes cujos objetivos não são diferentes dos objetivos da Friedan. Em novembro de 2009, Maria Shriver, junto com o think tank de esquerda do Centro para o Progresso Americano, produziu um documento com exaustivas quatrocentas páginas intitulado The Shriver Report: A W om arís N ation Cfuinges hverything. Seu argumento principal é que as políticas e leis governamentais “continuam dependentes do modelo ultrapassado da família americana”.4 Shriver e companhia — da qual inclui Oprah Winfrey — buscam remediar esse suposto problema mostrando que não vivemos mais em um mundo masculino” e que agora vivemos em um "mundo feminino. Elas consideram a família tradicional uma coisa do \ assado, o que para elas é ótimo já que o que as feministas querem mesmo é um matriarcado. E agora elas admitiram. The Shrhvr Report se orgulha: À medida que entramos para essa fase que chamamos nação da mulher, as mulheres podem transformar seu papel principal de assalariadas, consuimdoras, chefes, formadoras de opinião, parceira, de mesmon.vel em tudo o que fazemos numa força poderosa em busca da mudança. O poder da economia emergente dá às mulheres um novo lugar à mesa — a ponta da mesa.5 Em cada mtervalo de alguns anos, a Time e a Newsweek perguntam: “O feminismo morreu?” Não morreu. Embora as pessoas associam o feminismo com a revolução da década dc 1960, quando o feminismo começou, o feminismo e as feministas não desapareceram só porque não fazem mais passeatas nas ruas. Elas simplesmente se livraram dos protestos barulhentos c se transformaram na essência da sociedade. A política de esquerda ofereceu às feministas um lar, um lugar onde das poderiam ficar à vontade (junto com os Barack Obamas do mundo) e traçar sua estratégia para “transformar radicalmente” a América. Não estamos exagerando. The Shriver Report foi entregue a todos os diretores executivos da Fortune 500, a todos os 535 membros do congresso e ao presidente Obama, que respondeu: “Quando penso em política, penso constantemente sobre como podemos oferecer mais recursos para que as mulheres possam prosperar Se o feminismo parece estar morto, é somente porque a mídia raramente usa o termo feminista, já que isso faz com que o feminismo pareça uma corrente predominante, em vez de um movimento não convencional. Nos campi universitários por toda a América, entretanto, o feminismo é corrente predominante. Abundam cursos sobre Estudos das Mulheres, e milhões de mulheres impress.onáve.s se matriculam nesses cursos. Mas repare que eles "»o chamam os cursos de Estudos Feministas (o que sena o titulo c , P<> <1 o termo mulheres sugere que todas as mulheres pensam da mesma 35 ,oinUi ou drvem p*n**r nyr*m‘' *omu1, ( l*»iwb6 ii é por j,^ X{M < preíerívd vlianiar "nmvimfitlo da* mulluwii" a “movimento IrmioiM»!*') Apesar disso, ' m *°* ilc l »»tiuíoh <I»is Mulheres mao tlUaen\ grande parle das mulheres o» uiim .h não iAo nada m«i» 1|Ue doutrinado feminista, Os professores ensinam que género uAo é um taU> natural ou determinado biologicamente, e sim um conceito social ou «unblcnlal criado pelo ensino tradicional estereotipado, Assim eles consideram supondo que as mulheres tém sido subordinadas e discriminadas por um patriarcado masculino injusto e que é necessAria a as Ao do governo através das assembleias legislativas e tribunais para dar As mulheres os seus direitos. Algumas universidades admitem publicamcntc seu viés. Um curso na Universidade de Missouri afirma que as instituições dos Fartados Unidos, especialmente a mídia, o sistema jurídico c os grupos profissionais de medicina, exercem um controle social sobre as mulheres para promover as desigualdades de género. Os cursos da Universidade de Missouri atacam a feminilidade como "uma ferramenta de auto opressão" , e os cursos sAo francamente descritos como "um c urso de formação para feministas radicais cm feminismo radicar." O departamento de Estudos das Mulheres da Universidade Miami em Ohio também deixa claro que seus cursos sAo organizados cm torno da teoria feminista radical. Para obter o diploma de Estudos das Mulheres, o primeiro requisito para a tese de graduação é que esta deve incluir as perspectivas feministas".* As leituras obrigatórias comuns da l Iniversidade do Arizona sAo: ('opita list Patriarchyand the ( iix* for Sooiilist Irm in isn i, Sexiuil Dcm ocnuy: Wonten, Oppression ohJ h n v lu tio n e / /ie RoJicol Futuro of l.iborul Fctninistn. O que acontece depois que as estudantes participam desses cursos? Muitas mulheres ficam desanimadas ou confusas. Afinal de contas, o título Estudos das Mulheres soa inocente — as alunas pensam que vão estudar coisas importantes ou de seu interesse, como a história do papel da mulher na sociedade, casamento, trabalho, maternidade e as conquistas femininas. Elas não percebem que estão entrando na cova dos leões, onde professoras descontentes encherão suas cabeças com propaganda de esquerda. É o que a Megan Basham afirmou ter acontecido com ela. Em seu livro de 2009, Before Every Successful Many a autora escreveu sobre a vontade de depender da renda do marido para que ela pudesse viver uma vida em ritmo mais lento e concentrada na família. Recém-casada e sem filhos na época, Basham se sentia confusa com sua vontade. Ela sabia que queria uma vida que permitisse ficar em casa com os futuros filhos e ter a flexibilidade para se dedicar a outros desejos que pudesse ter, mas ela se sentia desconfortável por ter apenas uma fonte de renda na família, já que os costumes asseguram ser um objetivo irrealista. Estava preocupada, pois se havia alguém para nos tirar da vida de ter dinheiro só para pagar as contas, essa pessoa seria eu; e apesar de ouvir a voz da minha professora do curso de Estudos das Mulheres gritando na minha cabeça: “Ora, e por que não deveria ser você?”, essa possibilidade despertava em mim uma amargura leve, porém crescente.10 O viés feminista no campus universitário não é relegado às aulas de Estudos das Mulheres. A maioria dos programas de artes liberais defendem essa mesma ideologia, portanto a reprimenda também atinge os homens. E quando as universidades convidam palestrantes mulheres, geralmente elas são feministas. Lauren Rhodes, estudante universitária, assistiu a uma das tais palestras. Aos dezenove anos, Rhodes estava convencida a contrariar o status quo e esperar para ter relações sexuais até que encontrasse “o alguém especial”. Infelizmente, ela assistiu a uma palestra da blogueira e autora feminista Jessica Valenti. Rhodes não sabia o que realmente 37 unw feminista. Ela imaginava que Valenti fosse fortalecer a ideia sltMV manter*sc firme com sua decisão e fazer o que sentia que fosse o melhor para ela como mulher. No fim da palestra, Rhodes estava desanimada e revoltada. A VMenti passou grande parte de uma hora dizendo para as estudantes que a mulher deve se sentir à vontade para ter vários parceiros sexuais sem ser criticada. A única razão pela qual algumas mulheres hesitam em se envolver em relacionamentos sexuais passageiros é porque os conservadores consideram a castidade com o algo a aspirar, ou porque eles dizem às mulheres que o sexo casual e perigoso. Ela disse que essa é uma manobra assustadora, usada para reprimir as mulheres e mantê-las virginais. C asos como os de Basham e Rhodes são exemplos de manuais de como as americanas foram ensinadas a pensar de uma forma que vai contra os seus valores. A atual cultura feminista tem sido tão implacável e traiçoeira que é impossível as mulheres evitarem a pressão. Elas são bombardeadas com a retórica e as suposições feministas por todos os lados — das próprias mães baby boomers ate as professoras da faculdade, das chefes até as mulheres na mídia. As mulheres de hoje são criadas em uma sociedade que as incentiva a fazer o que acham que vai torná-las felizes. É uma tendência que desmente o senso comum, a sapiência e um senso básico de equidade. Também está em contraste gritante com a lorma como as gerações anteriores de mulheres foram criadas, ainda condenada. A noção do bem da família (uma filosofia enfaticamente conservadora) foi suplantada pela visão esquerdista de ser fiel a si mesmo. “A mensagem feminista às mulheres está inextricavelmentc ligada à mensagem individualista”, escreveu a autora e palestrante tamosa Dra. Jean Twenge no Generation Me. " A TIR CEIR A o n d a d e f e m in is t a s EXTREMISTAS Há dois grupos dc feministas nos Estados Unidos: as feministas extremistas c as feministas de elite. As feministas extremistas orgulhosamente referem a si mesmas de feministas e se rotulam de terceira o n d a ’, a fim de distinguirem-se entre suas mães baby boomers, que são chamadas de feministas da “segunda onda”. Essas feministas extremistas são mulheres na casa dos vinte e trinta anos como a Jessica Valenti, que falam sem parar sobre a erradicação do sexismo. A senhora Valenti lança várias vezes a palavra “misoginia” (ódio às mulheres) e está sempre dizendo àsamericanas que elas são oprimidas: “Agimos como se o ódio dirigido às mulheres fosse algo que pudesse ser tratado com uma conversa dura e severa, como se a misoginia embutida na nossa cultura fosse uma criança rebelde em vez de opressão sistemática”.12 Outras feministas extremistas são mulheres como as autoras/ativistas Jennifer Baumgardner e Amy Richards. Apesar dessas mulheres terem um grupo de adeptas, seus valores nunca serão aceitos pelas americanas comuns, pois elas exageram demais na visão dc esquerda. Por exemplo, Richards, que mora em M anhattan, escreveu um artigo em 2004 para o New York Times falando sobre sua descoberta em estar grávida de trigêmeos (sem o uso de medicamentos para fertilidade). Sem ser casada (e satisfeita, já que Richards cresceu sem pai e insiste em dizer que não sente falta de algo que nunca teve), Richards ficou grávida do namorado de longa data, Peter. Q uando foram a uma consulta com o obstetra para fazer um ultrassom e Richards descobriu que estava grávida de trigêmeos, ela se virou para o médico e perguntou: “Será que é possível se livrar de um deles? Ou dois?” 'J Richards relatou com ousadia o episódio 39 • do New York Time. c dccrcvru .... fr.«,*.» «»«vl.l-, nUm ar" f fin,,« sabendo do . trigém «*. • « " « O " foi! ........ QUín ° mudar para Staten l»land. Num., n u k vou po.lw .„ |t , |.zzz* «■*— ^ * r ...r* Afazer compras no Costco e comprar pole. gHpmtc. dr .......... . f P momentos em que pen»ci ler o . t r í . f.lHo., .10 fiimloAté mesmo nos momentos em h y acho que jamais levei isso em cons.deraSâo. Richards pode ser uma anomalia até m c .n o par. «. frm lnkl« , mas nenhuma esquerdista que K pre/e lhe neRari. o "dlMln" de fazer aborto ou a redução seletiva mamo que cm ara. lo de forni, tão egoísta e ultrajante. É fato consumado que a mulher gMvId. agora pode “considerar” se quer ou não trazer um bebé par. c..e mundo. No entanto, pró-escolha ou náo, a maioria tias amerhanas expressa choque com a atitude c comportamento de mulheres como Richards. É por isso que as feministas extremistas mio sAo o problema. É com o outro grupo que precisamos nos preocupar. A ELITE FEMINISTA “Algo especial acontece quando se reúne um grupo de mulheres poderosas em uma sala... e fecha-se a porta.”11 Assim comera o livro publicado em 2010, Secrets o f Powerful Wornctt, uma colégio de ensaios feitos por mulheres esquerdistas, muitas das quais sao políticas. O livro compartilha histórias dc mulheres de SUtCSHO e incentiva as jovens a seguir suas ambições profissionais. O livro ma representar ambas filosofias políticas, mas tal coisa mio e. Dentre mais de vinte mulheres, somente uma minoria é ^ J Cana e n*° somente qualquer republicana, c sim feminiíMs 40 t ' mulher de ser dona do próprio corpo é totalmente fondamental pai a o nosso sucesso como civilização. Os regimes mais opressivo* do immdo miram naqueles que libertam as mulheres do* grilhões da ignorância ou servidão. O que inclui a “servidão” ivprodutiva, e paralelos podem .ser traçados em nosso próprio pais* esv reveu Susan Hevan, co-presidente da Republican Majority tor t houe,^ As americanas de hoje sabem que a mídia é, por via de regra, liberal, se nao abertamente esquerdista. (Para colocar o viés midiativo em perspectiva, durante o ano eleitoral de 2008, 1,160 luucioUiUios vias très principais redes de comunicação — ABC, NIU ' e ( BS contribuiram com mais de um milhão de dólares para os candidatos democratas. Hm contrapartida, apenas 193 tutu tonai ios contribuiram com um total de US$ 142.863 para os candidatos republicanos.) Mas quando pensamos na mídia, muitas ve/es pensamos só em televisão e rádio. Outro braço do vies liberal e o setor editorial, que conta com livros como Secrets ol l\nvertul Wotnen, tanto quanto dezenas de revistas femininas que sao uma parte signiticantc da instituição liberal. Myrna Blyth, e\ editora da Hnlies' Home journal desmascarou suas ex-colegas no livro Sfnn Sisters: How the Women ofthe Media Sell Unhappiness and l d'craltsm to the Women of America. Ela escreveu: “As revistas femininas, um setor de quase US$ 7 bilhões por ano, se baseiam em contar para as mulheres que suas vidas são muito duras e que elas deveriam sentir pena de si mesmas. Essa visão distorcida da vida e totalmente maluca”.1 A esta altura, muitos compreendem que existe uma guerra cultural na América entre pessoas de direita que querem preservar as tradições do país e as pessoas de esquerda que querem mudar a América, mas o viés fem in ista no geral não é reconhecido como uma parte essencial do viés midiático. No entanto, uma parcela significativa da política de esquerda nos Estados Unidos é do * X() feminino, e elas convenceram os americanos que as mulheres sào vítimas de uma sociedade patriarcal injusta e que devem esperar que o governo repare as injustiças. Para ter uma ideia de quanto impregnante está o viés feminista, avalie este comentário feito pelo autor campeão de vendas e ex- jornalista da CBS, Bernard Goldberg: “Conheço alguns dos principais produtores homens que preferem cam inhar descalços sobre cacos de vidro e beber desentupidor de ralo a ter que enfrentar a patroa em casa depois de aprovar matéria sobre os exageros do feminismo’’.18 Além de influenciar produtores de mídia, a elite feminista tem outra vantagem: os hum anos são suscetíveis ao complexo de vítima. Já que é bem mais fácil fazer acusações que aceitar críticas, para as feministas não é difícil unir forças. Após a Suzanne escrever em seu blog um artigo depreciativo sobre o argum ento do secretário de educação Arne Duncan de que as escolas nos Estados Unidos deveriam ficar abertas “quatorze horas por dia, sete dias por semana, onze a doze meses por ano”, um hom em comentou que permitir que as mães deixem os filhos na escola o tempo todo seria uma boa ideia, já que isso as libertariam . Ele escreveu: “Sua querida ‘família americana’ vai bem, se é que um dia isso realmente existiu. Talvez para você valha a pena m anter as mulheres reprimidas, assim elas podem se sentir presas a casam entos sem amor, gerando descendentes do marido, mas eu concordo que gente seja autorizada a ser gente”. É evidente que esse leitor enxerga as mulheres como vítimas da instituição familiar. De fato, as feministas têm m anipulado a natureza humana em seu proveito: elas sabem que é fácil as pessoas sucumbirem à vitimização. E é por essa razão que se você pedir a um a feminista para definir o feminismo, ela lhe dará a resposta clássica e fictícia: Feminismo consiste nos direitos iguais para as m ulheres. 42 Kssa definição benigna, mas muito errada, dá às pessoas a impressão de que o feminismo í algo bom. Afinal de contas, quem é que não acredita em direitos iguais? Mas o feminismo não consiste em direitos iguais de jeito nenhum. Feminismo consiste em poder às mulheres de esquerda. F, por isso que você raramente ouve as mulheres na mídia vangloriarem mulheres bem-sucedidas como a Condoleezza Rict. Não importa quanto rica ou importante ou inteligente ou privilegiada uma mulher possa ser, as feministas ensinam que o sucesso está além do alcance dela, pois o machismo institucional a oprime. E quando uma mulher conquista o sucesso tanto como mãe, quanto esposa e profissional, as feministas se sentem diretamente ameaçadas, pois isso prova que a maternidade não é opressiva. Quando Hillary Clinton perdeu a indicação de candidatura à presidência pelo Partido Democrata para o Barack Obama, as feministas protestaram contra a injustiça daquilo. A Gloria Steinem deu sua opinião à CNN dizendo que “é claro que existe um forte machismo”. Ela lamentou que Hilary não tinha como quebrar a “barreira à ascensão”, pois “ainda existem preconceitos e obstáculos por aí”, e se queixou que as mulheres acham “difícil ser competente, bem-sucedida e aceita”.19 Pelo contrário, mulheres não são malvistas por serem competentes e bem-sucedidas. Elas sãomalvistas quando choramingam por serem oprimidas, porque grande parte dos americanos sabe que isso é falso. O que separa as feministas de elite das feministas extremistas é que as feministas de elite não referem a si mesmas como feministas. Essas mulheres são jogadoras políticas astutas. Ao evitar o termo, elas fazem a agenda feminista parecer convencional. Algumas dessas mulheres expressam abertamente suas opiniões (sem citar o palavrão que começa com a letra F), outras atuam nos bastidores para reunir forças às suas causas de esquerda. Elas se reúnem com o comitê de 43 revisáo para dar su b sid io federais um as as outras a fim de anafe* jssuntos que somente interessam a elas mesmas. Cada nova lei qUe Cl .s criam carrega centenas de milhões de dólares para despesa de clientelismo feminista", escreveu a jornalista e autora Kate O Beirne no Women Who Make the World Worse.» Elas também lutam contra subsídios para pesquisadores que possam descobrir informações que as feministas não querem que as pessoas saibam. O que as feministas de elite fazem é insidioso; é por isso que elas são mais perigosas que as feministas extremistas, que pelo menos são honestas com o que elas defendem. Por ou tro lado, as feministas de elite são furtivas — e vivem cm tam anha bolha que acreditam honestamente que o que elas pensam é o que qualquer ser humano racional pensaria. Esse é o motivo principal do viés m idiático liberal. Como Bernard Goldberg explica em seu livro de 2001, Parcialidade, o viés liberal não equivale a um bando de liberais à toa conspirando como eles distorcerão os fatos e m entirão para os am ericanos, o que seria fácil identificar. O viés midiático é enganoso. Refere-se à arrogância dos jornalistas e a maneira sutil como eles m anipulam as notícias. Essa turma não distorce os fatos de propósito; eles realmente acreditam que todos pensam da mesma forma que eles. Eles não conseguem entender que existe uma perspectiva alternativa na qual se pode enxergar um assunto, sobretudo se tra tando de mulheres. E é por esse motivo que eles vão atacar o livro que você está lendo agora. “A maioria dos jornalistas com quem conversei vivem em tam anha brum a que nem sequer consideram a O rg an ização Nacional das Mulheres como um grupo liberal de interesse especial”, escreveu Goldberg.21 Quem são as feministas de elite? Elas são professoras, advogadas, jornal,stas, escritoras, juízas, atrizes, burocratas, psicólogas e ativistas - e contam com muitos nomes conhecidos: M aria Shriver, 44 Vk v v vV.Nv M<it v i b o n u s , \ \ hoopi Goldberg, Joy Behar, Hillary v \ a l\soea. M ichelle Obama, Ruth Bader Ginsburg, V si' 'a . •.a.rv.^toa, xdoria Steinern, Susan Sarandon, Patricia V'st *v\ Martha Mark protesto fracassado sobre o Torneio Masters sV v v'’ * v 's- v l ' rJ-• stvii, Barbara \ \ alters, Meredith Vieira, Diane Sa^'o:, va.e V s v ò n a n , Eleanor Smeal, Maureen Dowd, Naomi •'s', : 'v : 'vs‘: Co m rame A te nólogps du Vagina), Susan Douglas, . v j :• s""*\i:'. v atoi Evans e tam bém a Oprah. Além de quase v o a s .;> **. "v. es sie H o.lvw ood e do m undo académico. V itrr.uètKU e o que tussas mulheres tèm em comum, e eus JKrev. tam que sabem o que e melhor para as mulheres. "tente. toda a sua visão de mundo (sobre homens, sexo, traba v \ casamento, maternidade e política) é alimentada pelo “a hmv.-.Hsta A orno lí lo na Steinem reiterou em um discurso ,v abertura via terceira conferencia anual da Woman and Power: “ V rbamos slogans mora\ ilhosos. como: estamos nos tornando os v::wv< que queremos nos casar”.” ) Ja que a elite feminista pensa q. e sabe tudo. elas são cruéis com qualquer um que pensar de forma yi.terente. O .Virets et Pewertul Wotneri contém apenas feministas cvvno e\empk\s reais de empreendedoras e conta tudo o que você precisa saber sobre o viés da elite feminista. B:’.l O Reilb esta certo: existe uma guerra cultural nos Estados 1'mdos, mas não e apenas entre conservadores e liberais (ou, nas palavras dele. tradicionalistas e progressistas). Essa guerra também existe entre as mulheres conservadoras e as mulheres liberais. Professor de Política da Universidade de Virgínia, Steven Rhoads escreveu em seu livro Takniç Sex Differences Seriously: “As mulheres estão divididas entre uma maioria que e tradicionalmente feminina e outras que são mais parecidas com os homens .* As mulheres que são “mais parecidas com os homens são teministas elas tem deseiado a vida dos homens desde o começo. 45 o problema é que a maioria das mulheres nos Estados Unidos não tem poder — as feministas têm. E as feministas influenciam tanto liberais quanto conservadores para obedecerem à mensagem feminista. A melhor definição do feminismo foi apresentada recentemente pelo Feministing de Jessica Valenti no Washington Post. “O feminismo é uma análise estrutural de um mundo que oprime as mulheres, uma ideologia baseada na ideia de que o patriarcado existe e precisa acabar .*4 Embora essa visão negativa das mulheres e de seu papel na sociedade não seja identificada pela maioria das mulheres americanas (a maioria das mulheres na América não se sente oprimida), a elite feminista continua a promover sua agenda pessoal em vez da agenda do povo americano. É por isso que é fundamental que os americanos percebam que as feministas são a força motriz por trás de grande parte da mudança deste país, e elas têm o Barack Obama como um amigo poderoso. A menos que os conservadores percebam e desmascarem as esquerdistas pelo que são — e pel O que estão fazendo - é provável que as esquerdistas consigam o que desejam. 6 E ° que elas <lueren1> conforme uma nova pesquisa confirm não torna as mulheres felizes. ™ a’ 46 2. FEMINISMO PARA INICIANTES: SEM CENSURA De todas as tiranias, aquela praticada sinceramente em prol de suas vítimas talvez seja a mais opressiva. — G S. Lewis As feministas querem que as pessoas acreditem que o feminismo começou com as sufragistas do século XIX, mas não começou. A palavra feminista não se tornou clichê até a revolução contracultural dos anos 1960, quando as mulheres saíram às ruas em nome da “igualdade” e “liberação”. Betty Friedan é reconhecida por ser a líder do que hoje se entende como a “segunda onda do feminismo”. Baseia-se nas feministas da 47 de I *60 que supostamente retomaram de onde as sufragistas pararam. IV tato* os dois grupos nào tém nada em comum. A$sufragistas lutaram (e venceram em 1920) pelo direito de voto das mulheres em todos os cinquenta estados, mas elas eram mulheres que se baseavam na família e nào tinham vontade de erradicar a nature/a feminina* Definitivamente, elas também eram contra o aborto. As feministas dos anos 1960 (e posteriores), por outro lado* nào sào a favor da família. Além de enxergarem o aborto como uma questào de "direitos" das mulheres, elas veem o lar como uma prisào. Com a mudança da obrigação moral para autorrealização arrastando o país* Friedan identificou o que ela chamou de "o problema que nào tem nome": o drama da dona de casa suburbana* que, de acordo com a Friedan, se sentia enjaulada, sozinha e entediada. Isso foi tema de seu livro publicado em 1963, Misticii FcrniniruL O livro de Friedan foi dirigido às donas de casa dos Estados Unidos* ia que ela pensava que sabia como era a vida dessas mulheres. Màe de très filhos* Friedan descreveu sua vida doméstica da seguinte maneira: "A mulher americana não pode negar que, como dona de casa, o mundo passa correndo pela porta enquanto ela so senta e assiste. O medo que ela sente é real”. Ela também escreveu que é possível aliviar a angústia da dona de casa com pílulas, mas o desespero e um aviso de que sua vida está em perigo”.1 Hssa e uma declaração séria. Será que a Friedan realmente estudou a maioria das mulheres daquela época, como os americanos foram levados a acreditar, ou ela descobriu algo sobre si mesma e sua P pria vida. Afinal* Friedan nào era uma dona de casa comum (ela envolveucom política marxista antes de se casar). . . . P ~ nào percebem que todo movimento das mulheres em uma \ isào marxista do mundo. O feminismo é um rumo do socialismo, ou coletivismo, inspirado num movimento soòopohtko que tenta criar uma sociedade sem estado, em que as decisões políticas seguem o que é (supostamente) melhor para a sociedade. O feminismo, igual o comunismo, depende da aceitarão de uma classe oprimida. “O feminismo encontrou uma causa comum com a ideologia comunista. Acabar com a família não toi incidental, e sim fundamental para essa ideologia”, escreveu a autora e jornalista Kathleen Parker em seu livro revolucionário Ntve the Males.1 Na verdade, Betty Friedan não era uma mulher comum. Ela veio de uma família instável e entrou em outra família instável quando se casou com Cari Friedan. O casamento deles foi um desastre (ambos se agrediam fisicamente), e as necessidades dos filhos a desarmou. Para Friedan, a vida doméstica foi opressiva, então ela presumiu que a vida doméstica de todas as mães fossem opressivas. Em vez de tentar superar os problemas e oferecer às mulheres soluções de superação, Friedan forjou um problema social. Ela afirmou que a sociedade tinha culpa pela situação da dona de casa americana, que vivia em um “campo de concentração confortável”, escreveu.3 (Aí está o marxismo de novo.) Sabendo que não poderia atrair as mulheres defendendo o marxismo, Friedan tirou proveito de algo do qual sabia que as mulheres poderiam se relacionar: o esgotamento físico e mental de criar filhos pequenos. No livro Mística Feminina, ela afirmou que a devoção de uma mulher ao marido e aos filhos é um sacrifício de tanta grandeza que, inevitavelmente, atrasa seu crescimento como indivíduo. Criar filhos, declarou Friedan, é uma ocupação ingrata que não permite que as mulheres usem sua inteligência de uma forma que beneficie a sociedade. Ela não reconhecia a vantagem económica de qualquer sociedade quando as maes, por puro dever e amor, executam a maravilhosa tarefa de criar bebês para se 49 . lllUos amadurecidos. Devido ao fato de Betty Fnedan tornarem * > fo. incapa7 dc dar de bom grado sem esperai desetar va u as. <. • conseguia entender como outras «" alg« cm tro e a ^ ̂ com sacrlfíoo mulher«» outras pessoas, con. g . ' Z ver de obter ajuda pessoal que preosava ela conclum que «s mulheres americanas viviam em um patriarcado. As mulheres nào Z iguais aos homens, ela afirmou. Os hom ens podem satr e levar tmwvida independente, enquanto as m ulheres ficam presas em casa com os filhos. Nunca se considerou que a vtda dos hom ens possa <cr „ 0 insatisfatória ou estressante (em bora de form a dtferentej. De «conto com Eriedan, existe som ente um a razão para "o problema que nào tem nome : as m ulheres são oprimidas. A forma dc remediar essa injustiça, segundo ela, é as mulheres renunciarem totalmentc cuidar dos filhos e buscarem carreiras gratificantes. Em resumo, Mística Feminina propõe um a fuga às mulheres americanas, uma fuga das responsabilidades maternas. Desde que o movimento feminista se consolidou na América, as expectativas sociais das mulheres m udaram drasticamente. As mulheres que captaram a mensagem de Friedan, de forma consciente ou inconsciente, já não se sentem m oralm ente obrigadas a cuidar dos próprios filhos. Conform e o personagem de ]ohn Malkovich em A Troca diz: “Uma vez que você dá às pessoas a liberdade para fazerem o que quiserem, conform e Deus constatou, elas vão fazer exatamente o mesmo que fizeram no jardim do Éden". O sucesso das feministas em norm alizar a ausência dos pais na criação dos filhos é evidente em toda a parte. O bserve Colleen. Mãe de seis filhos entre as idades de três meses a doze anos (na época). Ao se consultar com um quiroprático para obter ajuda com as costas, o médico, hom em , perguntou a Colleen sobre sua vida lamiliar. Quando ela respondeu que tinha seis filhos, ele indagou: Onde eles ficam durante o dia?” Colleen in fo rm ou o nome da r escola onde os filhos mais velhos estudavam, mas disse que na época eles estavam de ferias. Logo o médico perguntou: “Então você deixa eles na creche da ACM?” Colleen ficou perplexa. Para ela era óbvio que qualquer mulher que optasse por ter uma família grande ficaria em casa com os filhos. Ela respondeu ao médico que não. Essa situação só poderia existir em um país totalmente absorto na ideologia de esquerda. Partir do princípio que as mães não cuidam mais dos próprios filhos é chocante. Nenhum conservador que se preze deveria tentar se identificar com o feminismo. Em maio de 2009, Larry King passou uma hora discutindo sobre o tema mulheres e am or-próprio” em seu programa. Suas convidadas eram, como seria de esperar, cinco feministas que não se chamam de feministas: a atriz Delia Reese, a jornalista Lisa Ling, a autora Lisa Nichols, Martha Stewart e a psicóloga Cheryl Saban, que tinha acabado de lançar o livro What Is Your Self-Worth? A Womarís Guide to Validation. (Validação é termo padrão. Trinta anos após Friedan expor suas próprias fraquezas, a necessidade de validação continua a ser um aspecto feminista central.) Em seu livro, Saban escreveu: “Meu objetivo é dar prioridade à manifestação do am or-próprio das mulheres, para colocar a im portância de nosso valor em primeiro plano(...) As jovens de hoje em dia se sentem reprimidas e, em alguns casos, dominadas”. 4 Larry King abriu o program a perguntando ao grupo: “Como a m ulher pode se sentir autoconfiante? Delia Reese respondeu. “Sugiro ser financeiram ente independente, já que isso dá a liberdade e o em poderam ento para am ar a si mesma prim eiro . (Empoderamento é ou tro term o padrão usado pelas feministas.) “Mas as coisas já não m elhoraram com os direitos das mulheres?”, perguntou King. “Ainda precisam os ser definidas por um homem”, respondeu Ling. “Precisamos nos to rnar independentes. 51 Nichols respondeu com a melhor frase do programa: «Uma vez completa, vocè espera que as outras pessoas em sua vida complementem a sua plenitude . Esse diálogo é o ensinamento clássico feminista. Se você conseguir passar por cima do psicologismo barato (é difícil, sabemos), perceberá que o objetivo não é diferente do objetivo de Friedan. O feminismo consiste em aumento de poder e valorização das mulheres. Consiste em ajudar mulheres inseguras por natureza a se sentirem melhor sobre si mesmas. Mas a solução proposta para o problema — reorganizar a sociedade para acomodar as inseguranças femininas — é absurda. Durante quarenta anos, as mulheres de esquerda defenderam a mesma ideia desgastada de independência feminina: que as mulheres devem ser autossuficientes, sexualmente desinibidas e libertas dos sacrifícios e das demandas do m atrim ônio e da maternidade. Essa ainda relativamente nova visão de mundo é mais do que uma moda passageira; já está firmemente arraigada na cultura americana. A mensagem é jogada na mídia sem parar e tem criado uma geração de jovens mulheres cronicamente insatisfeitas. As mulheres modernas estão num a busca sem fim de suas identidades. Elas estão entediadas com a própria liberdade sexual (apesar da insistência de que uma noite de aventura é libertadora) e desanimadas com a vida desprovida de compromisso. O motivo do dilema é que as feministas ensinaram as mulheres a abandonar os antigos padrões, mas não lhes dão quaisquer novas regras que funcionem. Outro fenômeno social surgiu do feminismo; as guerras das mães. Esse é o conflito entre aqueles que acreditam que as mães devem ficar em casa com os filhos e aqueles que acreditam que essa seja ma tarefa ignorante demais para as mulheres inteligentes. Em vez e aceitar a cnaçao dos filhos como um a responsabüidade social, 52 as feministas colocam a maternidade debaixo das asas do “direito de escolha da mulher”, como se criar os filhos fosse uma questão de o que as mulheres querem, e não o que as crianças precisam. Essaé uma partida dramática do etos cultural de gerações anteriores, em que a criação do filho trazido por alguém a este mundo era considerada uma obrigação moral de boa-fé. Felizmente, nos últimos dez anos, houve um ressurgimento das mães que ficam em casa; mas o motivo da reviravolta parece incerto. Alguns acreditam que a razão pela qual seja possível as mães de hoje ficarem em casa, além do fato de serem supostamente ricas (o que é uma pista falsa, como explicamos no capítulo 5), é porque as feministas como Friedan deram opções às mulheres. Mas Friedan não fez nada do tipo. Muitas das mudanças acolhidas nos panoramas femininos das quais as feministas levam o crédito, já estavam a caminho quando Betty Friedan era uma dona de casa frustrada fervendo de raiva no subúrbio. Em 1963, quase metade das americanas trabalhava fora, buscando oportunidades sozinhas com suas impotências, escreveu Kate (VBeirne.5 O que a Friedan fez, como todas as feministas fazem, foi exteriorizar seus problemas pessoais e culpar a sociedade. Como resultado, as mulheres americanas começaram a acreditar que são mesmo oprimidas. Mas há dois principais problemas na teoria da Friedan. Primeiro, não é bem verdade que na década de 1950 as mulheres americanas eram oprimidas. Opressão é definido como “exercício de autoridade ou poder de forma opressiva, cruel ou injusta”. Ê ridícula a ideia de que havia uma organização em vigor na América que, de modo sistemático, reprimia as mulheres (como a lei da Sharia em alguns países que forçam as mulheres a vestir uma burca ou trabalhar somente em certos tipos de empregos). Milhares de mulheres 53 na América trabalhavam fora e em várias fhnções muito antes do feminismo surgir (mesmo antes da era da Segunda Guerra Mundial). A única razão pela qual as mulheres modernas não sabem disso é porque suas mães, suas professoras da faculdade e suas chefes, juntamente com as mulheres da imprensa, pintam uma falsa imagem da mulher na América, que rejeita as histórias de mulheres de sucesso das quais não se encaixam no molde feminista. Tome como exemplo a Carolyn Graglia. Ela se formou na mesma faculdade de direito que Justice Ruth Bader Ginsburg, vários anos antes. A Justice Ginsburg tem carregado a tocha feminista há muitos anos, discutindo que as mulheres de seu tempo foram tratadas como cidadãs de segunda classe e tiveram que romper o “teto de vidro” (uma ficção arquitetônica que Carly Fiorina demoliu como diretora executiva da Hewlett-Packard). Mas a Graglia disse que sua experiência prova o contrário. “Desde o ginásio, quando decidi que seria advogada, até parar de trabalhar para constituir uma família, recebi infinito apoio e incentivo. Os professores e os conselheiros da escola e da faculdade me ajudaram com disposição, sem nunca questionar se meus sonhos eram pertinentes.”6 Graglia também escreveu que as amigas que optaram por ser donas de casa e mães em nada se assemelhavam com a caricatura que Friedan apresentou no livro Mística Feminina. Essas mulheres estavam completamente satisfeitas com suas vidas do lar e não se sentiam como se não tivessem “nenhuma outra opção” além da maternidade. A discriminação no local de trabalho em nada representou as decisões que muitas de nós fizemos ao sair do mercado de trabalho. Fomos impelidas a ficar com nossos filhos pela forte carga emocional que eles exercem sobre nós e porque achamos que nossa presença era a melhor e única garantia para o bem-estar deles.1 Essa é uma observação que continua importante hoje, já que toca no âmago do remorso da “mãe trabalhadora”, da qual ouvimos bastante (e que discutimos longamente no capítulo 5). Talvez alguns fiquem tentados a dizer que é apenas a experiência de uma mulher, mas não é. É a experiência de uma mulher que dedicou tempo para escrever sobre o assunto. Há muitas outras Carolyn Graglias, como a Phyllis por exemplo, cuja carreira se estende por cinco décadas, ou como a mãe de Suzanne, que teve uma carreira de vinte anos na venda de ações, iniciada na década de 1950. Em um artigo do St. Louis Post-Dispatch (mais ou menos em 1966), sob o título “As mulheres de hoje”, a mãe de Suzanne disse: “Quando ingressei na área de investimento em St. Louis há onze anos, havia apenas três corretoras mulheres. Hoje somos vinte”.8 O artigo afirma que a “fidelidade” da mãe de Suzanne ao seu trabalho é óbvia devido ao fato de que ela estava “imersa em títulos e ações no dia 14 de maio e deu à luz à sua filha no dia 15 de maio. Depois de trabalhar meio período como conselheira de investimento durante o verão, ela pretende voltar para o escritório em tempo integral em setembro”.9 Soa muito parecido com os artigos que lemos hoje em dia. Mas como isso é possível se as mulheres daquela época eram tão oprimidas? Midge Decter é outro exemplo. Aos 83 anos, sua experiência nos anos 1950 também difere bastante das histórias que as feministas contam. Decter não teve problema em achar emprego quando jovem: primeiro trabalhou como editora, depois na CBS Records e mais tarde na revista Harper. Assim como Graglia, a lembrança de Decter de seus anos em casa não se assemelha com a versão de Friedan. Eu conheci muitas mulheres e elas não pareciam estar deprimidas ou oprimidas. Algumas voltaram a trabalhar quando os filhos já eram grandes o bastante; algumas tornaram-se ativas em organizações cívicas locais; e outras se interessaram por política. Morar no 55 subúrbio foi resultado de uma decisão em vez da imposição d sociedade machista.10 Urna O segundo problema com a teoria de Friedan é que ela afirm as donas de casa americanas estavam entediadas, o que é equiV0Cad A necessidade da mulher de fazer algo ou de se preocupar com ° pessoa em vez de cuidar dos filhos não tem nada a ver com a época ou com a cultura em que ela vive. A reação à maternidade é basead em sua personalidade. Qualquer um pode se sentir entediad ou não realizado em praticamente qualquer tipo de trabalh O segredo está em como a pessoa escolhe reagir ao tédio A maior' das mulheres são engenhosas: quando dão de cara com o tédio el encontram um a saída. É um a habilidade essencial. Aqueles que nã a têm sofrerão, com certeza, mas isso não é problema da sociedade No entanto, as feministas conseguiram fazer a maioria dos americanos acreditar que milhões de mulheres da década de 1950 perceberam na mesma hora que tinham o “direito” a uma vida fora do lar e, daí, expressaram esse desejo somente para encontrar a discriminação em todos os cantos. O que realmente aconteceu fo. que os avanços tecnológicos estavam produzindo tantas maqumas poupadoras de trabalho, como máquinas de lavar louça e secadoras, que as mulheres não tinham muito tempo para gastar com os afazeres domésticos. Estavam, portanto, possibilitadas a dar tinha"0 " ° UtraS C0ÍSaS' QUand° 38 mulhereS Perceberam que As m u lh T temP° HVre’ tUd° C° meÇOU 3 mudar naturalmente. isso sem o 3 ^ ^ 6 fi“ raI" 1950 Í u n tr f Para leVar 3 Crer qUe 3S mulheres da década de ” l e r n a m dÍSCrÍmÍna* ° ’ 6 ■ * * "> for °4 entrentaram, não foi devido a criada Para manter a mulher n„ , W ° p3tnarCal homens pensavam dessa for *“ gar' Clar° qUe a‘SU"Sessa forma, mas não a maioria. (Na verdade, 56 os homens sào muito mais gentis do que as feministas querem que acreditamos.) Além disso, é um mito feminista a ideia de que a típica dona de casa dos anos 1950 era deprimida e/ou subserviente ao marido como Hollywood adora retratar nos filmes, como Longe do Paraíso, As Horas e Foi Apenas um Sonho. A única razão para as pessoas considerarem isso como realidade é que aquelas que eram feministas — deprimidas falaram mais alto e insistiram muito. Se tivessem sido mulheres mais fortes, teriam enfrentado as circunstâncias de forma diferente. O que muitos americanos não avaliam é que na década de 1950, para cada mãe infeliz, havia provavelmente cem mães felizes. Algumas eram felizes em ser donas de casa, e outras, sem atacara sociedade, encontraram uma saída do confinamento do lar. As feministas não são capazes disso. Na verdade, a maioria das feministas conhecidas estavam despreparadas para lidar com a adversidade. Virgínia Woolf, por exemplo, foi atormentada por mudanças periódicas de humor e problemas emocionais. A mãe dela faleceu de repente quando Virgínia tinha treze anos, e a irmã faleceu dois anos depois disso. Esses acontecimentos resultaram no primeiro de vários surtos de Woolf, e mais tarde foi revelado que ela tinha sido sexualmente abusada pelos meios-irmãos. Aos 59 anos, Woolf se suicidou. Betty Friedan também foi atormentada por problemas familiares. Ela escreveu em sua autobiografia, Life So Far, que não importava o que fizesse, sua mãe a fazia se sentir “desarrumada, desajeitada, incompetente, inválida, malcriada, feia”. Friedan passou anos em psicanálise “conversando de forma infinita sobre como eu detestava minha mãe e como ela matou meu p a i. Todas as mães deveriam ser afogadas ao nascer”, ela costumava a dizer." Gloria Steinem é ainda outro exemplo. Sua mãe passou longos períodos indo e vindo de sanatórios devido à deficiência mental. 57 m sotreu lim colapso nervoso que a deixou inválida, presa em fantasias ilusórias que às vezes a tornava violenta. Steinem tinha apenas dez anos quando seus pais enfim se divorciaram em 1944, c passou seis anos morando com a mãe num a casa em ruínas, em Toledo, Ohio, antes de ingressar na faculdade. Quando a revista l\vplc pediu a opinião dela sobre casamento e maternidade, ela disse: “lã fui mãe bem pequena de um a filha muito grande — minha mãe. Não quero acabar cuidando de outra pessoa (Biography. com, 2010 A&E Television Networks)”. Y a lista continua. Simone de Beauvoir foi um a criança mimada que costumava a fazer birras para conseguir o que queria — sua irmã foi, aparentemente, sua única amiga. O pai de Beauvoir indicava que sempre quis, mas nunca teve, um filho homem. P muito triste que essas mulheres tenham sido criadas em ambientes difíceis e foram assombradas ao longo de suas vidas — não pretendemos menosprezar o fato. Mas isso não significa, e nem pode significar, que a sociedade deveria ser virada de cabeça para baixo para acomodar as dores dessas mulheres. Isso também não muda o fato de que milhões de outras mulheres na América superaram seus problemas pessoais e tiveram um a vida feliz. São essas as mulheres que deveríamos ouvir na mídia. A trase popular,“o particular é político”, foi cunhado na década de 1%0 e refere-se a transform ar os problem as pessoais das mulheres em problemas sociais e uma questão de política pública. Até mesmo a Betty Friedan confessa. “Eu quase perdi m inha autoestima tentando manter um casamento que já não se baseava mais no amor, mas no ódio dependente. Era mais fácil pra mim começar o movimento das mulheres a mudar minha própria vida.”12 F uma perspectiva séria. to, o sucesso do livro de Friedan ganhou vida própria, emprt um bando de liberais, aderiu ao movimento 58 K» " ,' KU «*m Pr‘,fusâo e encorajou os americanos a fa«r o mesmo. A primeira grande batalha das feministas foi a Emenda dos Direitos Iguais, que fornece um excelente vislumbre da estratégia, tatioa e obielivos das esquerdistas, assim como seu poder politico e midiatka. NOS BASTIDORES DA ERA A Emenda dos Direitos Iguais (ERA), o objetivo legislativo feminista tavorito, era uma proposta de emenda à Constituição divs Estados Unidos, anunciada como um grande benefício para as mulheres: algo que as resgataria dos séculos da cidadania de segunda classe e» pela primeira vez, colocaria as mulheres na Constituição. As feministas convenceram milhões de americanos a acreditar que as mulheres são discriminadas por uma organização social e iundica dominada pelos homens, e, assim, a Constituição deveria ser alterada para proibir qualquer diferença de tratamento baseada no “sexo”. A FRA foi intensamente debatida em toda a America entre |972 e 1982. Foi aprovada pelo Congresso com apenas 23 dos 433 representantes e apenas oito de cem senadores votaram contra. A KRA foi enviada aos estados em 22 de março de 1972. As feministas tiveram a semântica, a mídia e o momento do seu lado. A Emenda dos Direitos Iguais soa tão benigna, quem poderia ser contra? Nos primeiros doze meses, a emenda foi ratificada em trinta estados e precisou de apenas mais oito estados para se tornar a vigésima sétima Emenda da Constituição. O apoio à ERA \inha de todos aqueles que tinham pretensões ao poder politico desde a ala esquerda à ala direita, de Ted Kennedy a George Wallace, e três presidentes: Richard Nixon, Gerald Ford e limmy Cárter. Apenas um único senador entre os cem estava disposto a talar abertamente contra a ERA, o senador Sam Ervin, e apenas três membros da Câmara dentre os 435. Henry Hyde, George Hansen e Bob Dornan. A ERA foi ativamente apoiada pelas organizações importantes de mulheres, uma associação de 33 revistas femininas, várias celebridades da televisão e de Hollywood (como Phil Donahue, que chamava a si mesmo de um feminista e era, na época, mais famoso na TV que a Oprah), e 99 por cento dos meios de comunicação. Mas um pequeno grupo de senhoras imperturbáveis vestidas de vermelho, com broches que diziam Stop ERA, alocadas na cozinha de Phyllis Schlafly sobre as ribanceiras do rio Mississippi em Alton, Illinois, desafiou todos os grandes nomes da política moderna, muito parecido com os Tea Partiers de hoje. No entanto, não tinha o Rush Limbaugh alertando sobre as “feminazi” e nem a Fox News para dar notícias imparciais e neutras e deixar o público tomar suas próprias decisões. As senhoras da campanha Stop ERA nem sequer tinham o apoio de revistas conservadoras, porque o pensamento convencional dizia que a tarefa era impossível. Elas não tinham internet, e-mail ou aparelhos de fax para reunir apoio pela causa. Elas tinham apenas o telefone e o Phyllis Schlafly Report, um boletim mensal de quatro páginas que iniciou a campanha aparentemente perdida com sua edição de fevereiro de 1972 chamada “O que há de errado com os direitos iguais para as mulheres?” Durante dez anos, Phyllis publicou centenas de edições de seu boletim mensal e panfletos sobre a ERA. Seus relatórios esclareciam os direitos jurídicos que as mulheres perderiam se a ERA fosse ratificada. Os relatórios mostravam que a ERA era uma fraude. Fingindo beneficiar as mulheres, na verdade a ERA eliminaria os direitos que as mulheres tinham até então, como o direito de um a garota de dezoito anos não se alistar no serviço militar obrigatório e ser enviada para combate e o direito da mulher de ser sustentada pelo marido. A munição dos adeptos da campanha Stop ERA saiu diretamente 60 dv>» textos de autoridades judiciais da pró-ERA, como o livro da advogada da ACLL, Ruth Bader Ginsburg, Sex Bias in the U.S. ( eile , e da ampla análise do professor Thomas I. Emerson de Yale, Í4íh Journal O alistamento militar obrigatório provou ser um argumento importante, pois os Estados Unidos estavam acabando de sair da Guerra do \ ietnã. A maioria dos adeptos da pró-ERA tinha idade acima da exigida para o alistamento obrigatório e concordavam de maneira entusiasmada que queriam o gênero neutro para o recrutamento militar e o envio de garotas para a guerra que nem os homens. As mulheres da Stop Era argumentavam que a ERA daria carta branca à justiça tederal para definir os termos sexo e igualdade de direitos. A Seção 2 da ERA transferia poderes ao governo federal sobre todas as leis que tradicionalmente aceitavam diferenças de tratamento devido ao sexo: casamento, imóveis, divórcio, pensão alimentícia, guarda dos filhos, adoções, aborto, leis homossexuais, crimes sexuais, escolas públicas e privadas, regulamentos prisionais e seguros. Para as feministas, “igualdade de sexo” englobava casamento com parceiros do mesmo sexo e o direito ao custeio de aborto. A ERA não mencionava as mulheres — pedia
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