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Cerimonial no Ambiente Legislativo - completo

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saberes.senado.leg.br
Cerimonial no
Ambiente Legislativo
 
Sumário 
MÓDULO I - História e Conceitos Básicos ..................................................................................... 1 
Unidade 1 - A importância do cerimonial nas organizações modernas .................................... 2 
Unidade 2 - Evolução Histórica ................................................................................................. 8 
Unidade 3 – Conceitos ............................................................................................................ 18 
Unidade 4 - Fundamentos da Etiqueta, do Protocolo e do Cerimonial .................................. 25 
MÓDULO II - Cerimonial Público ................................................................................................. 36 
Unidade 1 -Precedência, a base do cerimonial público .......................................................... 37 
Unidade 2 - O Decreto nº 70.274 ............................................................................................ 47 
Unidade 3 - A Precedência no Âmbito Oficial ......................................................................... 53 
Unidade 4 - O Emprego da Precedência, situações cotidianas ............................................... 61 
MÓDULO III - O uso e emprego de símbolos: nacionais, estaduais e municipais ....................... 74 
Unidade 1 - Os Símbolos Nacionais ......................................................................................... 75 
Unidade 2 - A Bandeira Nacional ............................................................................................ 82 
Unidade 3 - O Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo .................................................... 91 
Unidade 4 - O emprego correto dos símbolos ...................................................................... 101 
Módulo IV - Planejamento de Cerimônias ................................................................................ 110 
Unidade 1 - Tipos de Eventos ................................................................................................ 111 
Unidade 2 - A organização de eventos .................................................................................. 121 
Unidade 3 - O "Check-list". Convites. Roteiro para locutor. ................................................. 128 
Unidade 4 - A Mesa ............................................................................................................... 137 
Conclusão .............................................................................................................................. 147 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
1 
 
 
 
MÓDULO I - História e Conceitos Básicos 
 
 
 
 
Ao final deste Módulo, o aluno será capaz de: 
o discriminar a importância do cerimonial nas organizações modernas; 
o contextualizar suscintamente a evolução histórica do cerimonial; 
o diferenciar os conceitos cerimonial, protocolo e etiqueta; e, 
o diferenciar particularidades dos fundamentos do cerimonial, do 
protocolo e da etiqueta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
2 
 
Unidade 1 - A importância do cerimonial nas 
organizações modernas 
 
 
“Ao longo da carreira, aprendi que a principal característica 
das atividades de protocolo consiste, ao mesmo tempo, na importância 
das sutilezas e em que tudo passe despercebido, o que é um desafio 
mais complicado do que aparenta a um olhar leigo.” 
Embaixador Sebastião do Rego Barros 
 
 
 
 
Olá! 
Você está pronto (a) para iniciarmos o nosso curso? 
Então, mãos à obra! 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
3 
 
 Para começar, vamos refletir um pouco sobre a importância do cerimonial. 
Destacar a necessidade da sua correta utilização nas organizações não é 
muito difícil. O seu significado já extrapolou o ambiente oficial e faz parte da 
vida das pessoas. 
 Hoje em dia todo mundo fala de cerimonial e protocolo com uma certa 
intimidade, não é? Até parece que todo mundo entende do assunto ou é 
obrigado a entender. Por outro lado, vemos profissionais de outras áreas 
envolvidos na organização de solenidades e cerimônias, sem o menor 
conhecimento das técnicas e instrumentos utilizados, e até da legislação que 
rege as atividades oficiais. 
 Vamos fazer um teste? Pegue um papel e uma caneta e procure listar as 
situações, em seu ambiente de trabalho ou fora dele, em que você presenciou 
ou vivenciou o uso incorreto das normas de cerimonial. 
 A lista é grande, não é? Cerimônias de casamento, confraternizações, 
composição de mesas erradas, formaturas, cerimônias escolares, seqüência 
da cerimônia trocada, precedências erradas, bandeiras postas em lugares 
indevidos, atraso de autoridades, etc. Os exemplos parecem não ter fim. 
 Mas, apesar dessa universalização e aparente massificação, a atividade 
de cerimonial vem se consolidando como uma atividade de suma importância 
no dia a dia de todas as organizações, notadamente as públicas. 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
4 
 
 
 No legislativo federal, estadual e municipal o seu exercício é determinante 
para o bom andamento dos variados eventos que caracterizam a natureza de 
nosso Parlamento, Assembléias e Câmaras Municipais. São sessões solenes, 
especiais, compromissos constitucionais, cerimônias de instalação, 
lançamentos, visitas oficiais e de cortesia, ou seja, uma sucessão de fatos 
solenes ou não, em que o responsável pelo cerimonial tem de conduzir o seu 
andamento de forma a garantir o sucesso do evento e não comprometer a 
imagem da instituição e da autoridade que a preside. 
Por isso, é necessário que o profissional responsável ou envolvido com as 
atividades de cerimonial de uma casa legislativa estude, pesquise e se 
atualize sempre sobre o assunto. 
 
A razão da importância 
 O mundo vem passando por um processo de desenvolvimento em todos 
os aspectos e setores, fato sem precedentes na história da civilização. 
 As pessoas no âmbito pessoal, profissional ou coletivo são bombardeadas, 
continuamente, por um volume de informações que se propaga em 
progressão geométrica. A reação a este movimento é uma natural procura 
por mais informação devido ao interesse despertado. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
5 
 
 
 O tão falado processo de globalização incrementou e tornou as 
comunicações instantâneas, aproximando e estreitando os laços entre os 
indivíduos seja em escala local, regional ou mesmo mundial. 
 Em função disso, você deve estar reparando que, hoje, as pessoas se 
relacionam mais, e, em consequência, há um aumento natural das relações 
entre as organizações, o que resulta numa maior visibilidade e significação 
das atividades oficiais. 
 Hoje, cada vez mais, a sociedade, como um todo, exige e clama por 
transparência em relação aos assuntos públicos e oficiais. 
Não há justificativa para a existência de organizações públicas fechadas e 
distantes da população, e afastadas da opinião pública pelo isolamento de 
seus atos. E no Legislativo, onde se encontram os representantes da 
população, essa situação é simplesmente impensável, concorda? 
 As organizações, na busca constante pela excelência, pela transparência, 
por relações duradouras com seus públicos e pela conquista de uma boa 
imagem perante a opinião pública, começam a reconhecer a importância da 
ação do cerimonial. 
 Os resultados de sua ação direta na organização de solenidades, 
programas de visitas, agenda de autoridades e recepções oficiais, contribuem 
de maneira concreta para o estabelecimento de relações oficiais e 
institucionais sólidas, equilibradas e de respeito mútuo. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
6 
 
 
O Cerimonial hoje 
 
 Nos dias de hoje,de acordo com o Embaixador Augusto Estellita Lins 
(1991:13), podemos identificar duas correntes ou escolas: a escola 
formalista segue regras estritas para cada circunstância. Seu exemplo 
máximo é o protocolo de corte encontrado no Vaticano, em casas reais 
européias e na Corte Japonesa. 
 
 A outra corrente é da escola política ou utilitária, mais adaptada às 
implicações econômicas, sociais e políticas modernas, que simplifica o 
protocolo e o adapta a outros interesses. 
 Na verdade, num mundo em que o conceito de tempo extrapolou a sua 
significância original, medidor da passagem da vida, para ser uma referência 
de valor econômico e medidor qualitativo de atuação profissional, a visão de 
longas cerimônias, almoços e banquetes com horas de duração, solenidades 
com início determinado e sem término previsto, tornaram-se totalmente 
anacrônicas. 
 Por isso, observa-se, cada vez mais, uma tendência que tende a moldar 
o dia a dia do cidadão, bem como das instituições. O profissional envolvido 
com os assuntos de cerimonial não pode deixar de estar atento a este 
movimento universal que objetiva simplificar o cotidiano das instituições e 
organizações. 
 Ou seja, a palavra de ordem nas relações, hoje em dia, é simplificação, 
o que não implica na redução de importância das instituições ou autoridades 
que as representam ou a elas estão ligados. 
 Como bem coloca Lins (1991:14), esta simplificação de procedimentos 
não implica no abandono dos atributos de educação, discrição e bom gosto, 
que devem permear toda e qualquer ação de cerimonial, bem como o 
entendimento, claro, de que os princípios que regem a ação do profissional 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
7 
 
aqui tratado, obrigatoriamente, devem ser o de generosidade, humildade e 
real interesse pelas pessoas. 
 
 Recapitulando, vimos nesta unidade o relevo das ações do cerimonial, e 
como elas são importantes numa casa legislativa. Deu para você perceber 
como é necessário estar bem preparado para atuar na área? Que bom! Então 
podemos continuar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
8 
 
 
Unidade 2 - Evolução Histórica 
 
 “Não acreditamos que haja cérebro que possa guardar nos mínimos 
detalhes as disposições vigentes dos cerimoniais. Acreditamos, entretanto, 
que é preciso sentir seus princípios básicos e sua origem e história para 
num determinado momento estarmos aptos a decidir, e por que não – 
improvisar, dentro de uma linguagem onde a tônica constante é o respeito 
recíproco e a solidariedade” 
Nelson Speers 
 
 
 O Kwaryp kamaiurá na aldeia de Ipavu 
Carmen Junqueira e Vaneska Taciana Vitti 
 
 
 
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/988279/mod_book/chapter/72437/O%20kwaryp%20kamaiura.pdf
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
9 
 
Apresentação 
 
 É muito importante estudar as origens do cerimonial, a sua história, de 
forma a entendermos melhor a aplicação das regras e normas atualmente 
empregadas. 
 Na primeira unidade, você estudou sobre a importância do cerimonial para 
as organizações modernas, e que a grande tendência é um processo de 
simplificação em função das características do mundo moderno. 
 Mas, nem sempre foi assim. Os códigos e normas de cerimonial eram 
muito mais complicados. Você deve lembrar que, nas civilizações antigas, os 
reis e imperadores eram identificados com o Deus de suas crenças, ou seja, 
eram a própria divindade na terra. Daí você pode imaginar a complexidade 
dos rituais e cerimônias. 
 Mas, onde estão as origens do cerimonial e do protocolo? Onde encontrá-
las? Vamos pesquisar? 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
10 
 
Os primeiros registros 
 Nos registros encontrados das primeiras grandes civilizações (egípcia, 
chinesa, persa, indiana, mesopotâmica, grega, romana, etc), vamos 
encontrar códigos, conjuntos de normas e preceitos, bem como sistemas 
estruturados e rígidos de práticas de cerimonial voltados para o dia a dia das 
cortes, da burocracia oficial e religiosa e até para os cidadãos comuns. 
 
 Em cada civilização, as normas definiam, em maior ou menor grau de 
complexidade e detalhamento, o comportamento nas cortes, a maneira de se 
dirigir aos governantes, as relações entre governos com outros povos, a troca 
de presentes, cerimônias do dia-a-dia, do casamento ao funeral, dentre 
outras situações. 
 Onde você imagina que são encontrados esses registros? Pense um pouco 
e responda. 
 Muito bem! Acredito que você tenha respondido algum dos seguintes 
registros: na literatura, no Antigo Testamento, em documentos históricos e 
nos registros em monumentos. Nos exemplos dados são encontradas 
diversas referências ao enfoque dado ao cerimonial pelos antigos, 
principalmente nos assuntos de precedência, normas ritualísticas e de 
comportamento. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
11 
 
 
Alguns exemplos nas civilizações antigas 
 
 Agora vamos conhecer alguns exemplos de situações de cerimonial e 
protocolo ao longo da história da civilização. 
 Do terceiro milênio antes de Cristo, existem registros da civilização 
suméria, que tinha, já naquela época, indícios de uma organização de 
protocolo: 
 
“Na cidade de Mari, o palácio tinha uma área superior a 3 hectares e possuía 
quase trezentos aposentos. Em meio a tanto esplendor, instalado num 
trono sobre uma plataforma elevada, o lugar conduzia os negócios de 
governo, recebia emissários de outras cidades-estado ...” 
(Editores Time-Life Livros, 1989:27) 
 
 
Ainda, no Palácio de Mari: 
“... o rei, frequentemente, recebe os grandes personagens do império, os 
chefes costumeiros e os reis vassalos, bem como os representantes dos 
soberanos vizinhos, para banquetes que acontecem à noite na corte, e 
talvez na grande sala adjacente ao pátio interno. Um cerimonial rigoroso 
comanda o desenrolar do banquete: o rei é servido primeiro e, quando quer 
honrar um de seus convidados, ele mesmo lhe apresenta o prato do qual 
acabou de se servir. Em geral, os comensais ficam reunidos em grupos 
definidos com antecedência e correspondendo a seu estado, profissão ou, 
para os embaixadores, seu país de origem”. JOANNES (1998:59) 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
12 
 
 Muito avançado para a época, você não acha? 
 
 
 
 
 
 
 A pompa das cortes dos faraós no antigo Egito é de conhecimento 
generalizado, não é mesmo? Segundo SPEERS (2004:39): 
“O Rito da Casa da Manhã previa o banho do Faraó com água sagrada, 
simbolizando diretamente, um novo nascimento. Era função de dois 
sacerdotes, que faziam com máscaras: uma do touro IBIS, outra do falcão 
HORUS; ao vesti-lo e ungi-lo, investiam-no simbolicamente com os poderes 
dessas duas divindades. A seguir, o Faraó dirigia-se ao templo de RA, onde 
rompia o lacre de argila da porta, simbolizando a abertura do céu, com sua 
identidade de SOL. Aí, então, despertava o deus RA, oferecia-lhe alimentos, 
paramentava-o luxuosamente, pintava seu rosto e colocava emblemas 
reais. Feito isso, retirava-se lacrando a porta novamente com argila e 
apagando seus passos com uma folha de palmeira” 
 
 Já para os assuntos de Estado, o Faraó considerava o comércio como uma 
questão diplomática, a ponto de que os acordos comerciais entre o Egito com 
outros povos eram realizados pelos embaixadores egípcios ao trocarem 
presentes com os monarcas estrangeiros. 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
13 
 
 Os hititas que se estabeleceram na Anatólia (região entre o Mar Negro e 
o Mar Mediterrâneo) por volta de 1.500 a.C. eram detentores de um código 
de leis bem definido e, mesmo sendo um povo extremamente guerreiro, 
foram pioneiros da arte da diplomacia. Pode-se afirmarque eram 
especialistas na arte de negociar e estabelecer tratados. 
 Mais ou menos um século depois, por volta de 1.400 A.C., os olmecas se 
estabeleceram no Golfo do México e desenvolveram uma complexa civilização 
que privilegiava extensos centros cerimoniais e, além das conquistas, 
operavam uma espécie de “consulado comercial”. 
 O historiador Heródoto relata que, no século VII a.C., o rei dos medos, 
povo que deu origem à antiga Pérsia, “governava a partir de uma fortaleza 
no topo de uma colina em Ecbátana ... ninguém podia rir ou cuspir na 
presença do rei e toda a comunicação com este se fazia por um intermediário” 
(Editores Time-Life Livros, 1989:13) 
 Você sabia que um dos sistemas mais completos e complexos de 
cerimonial conhecido das civilizações antigas é da época de Chou Kung, 
fundador da dinastia Chou, da China do século XII a.C.? É SPEERS(2004:40) 
quem relata: 
 
“Estevão Cruz, em sua “História Universal da Literatura”, dá-nos notícia do 
Chu-Li e I-Li ... obras importantes para o conhecimento da história chinesa 
no que respeita ao governo da dinastia Chu. O primeiro descreve o 
complicado sistema administrativo e o segundo, em 17 livros, trata do ritual 
a ser observado nas cerimônias religiosas e profanas” 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
14 
 
 
 Você deve ter reparado que com toda esta preocupação em ordenar tanto 
a vida da corte, como também a vida do cidadão comum, os chineses, no 
passado, foram os grandes mestres da arte do cerimonial. 
 Mas, vamos continuar, com mais dois exemplos de civilizações antigas. 
 Há registro de que entre os celtas, 600 a.C., a disposição dos participantes 
nos banquetes era definida por um protocolo extremamente rígido: membros 
da alta nobreza, mais corajosos, mais ricos, e melhores contadores de 
história. 
 Em 500 a.C., sempre que o Imperador Dario da Pérsia se deslocava de 
uma capital para outra: 
“se fazia acompanhar por um prodigioso séquito. Havia um secretário para 
assuntos administrativos, um mestre de cerimônia para o protocolo, um 
provador que experimentava a comida do imperador, o condutor do carro 
real, um par de nobres que carregavam a lança e o arco reais, um grupo 
de sacerdotes magi, dezenas de nobres ... comandantes militares e um 
corpo de guarda com mil soldados ... suas seis esposas, 360 concubinas, e 
os eunucos para servi-las” (Editores Time-Life Livros, 1989:32) 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
15 
 
Dá para imaginar o trabalho desse mestre de cerimônia para o protocolo! 
 
Da Idade Média à Revolução Industrial 
 
 Vamos dar um salto no tempo. As relações são outras, mas você ainda irá 
encontrar um componente de força muito explícito nas relações entre os 
estados. A precedência entre nações e seus representantes ainda é pelo 
critério da força, como veremos mais a frente quando estudarmos 
precedência. 
 
 
 Mesmo assim, na Idade Média tem origem o comportamento cortesão e 
castelão, que vai se consolidar no Renascimento. É nesta época que se 
desenvolvem o código de cavalaria e também as regras e princípios da 
Heráldica. A influência do Império Romano no Oriente se faz sentir nas cortes 
europeias. 
 O esplendor de Bizâncio é fonte de inspiração para o movimento de 
ostentação que se inicia nas referidas cortes, notadamente na francesa e na 
Santa Sé, espalhando-se por toda a Europa. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
16 
 
 
 
 
 
 Chegamos a era Napoleônica, e de acordo com LINS (1991:23): 
“a fúria codificadora de Napoleão e o volume crescente de negociações, 
reuniões, conferências e congressos internacionais contribuíram para 
disciplinar e regulamentar o protocolo e o cerimonial de todos os países, 
consagrado as normas estabelecidas pela tradição e pelo costume e 
estabelecendo outras mais racionais ou decorrentes de novos conceitos”. 
 
 Com a Revolução Industrial, temos a crise das elites e o aparecimento dos 
regimes republicanos, que mudaram não só os regimes de governo, mas 
também alteraram as normas de convívio social para um ordenamento menos 
formal, o que afetou diretamente as normas de cerimonial e protocolo. 
 
 
Século XX e XXI 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
17 
 
 
 Para você, não deve ser novidade o fato de que durante o desenvolver do 
século XX e o início deste século presencia-se uma influência cada vez maior 
da mídia no dia a dia das pessoas, o acentuado processo de globalização e o 
desenvolvimento, numa escala nunca antes vista, das comunicações 
organizacionais e pessoais propiciadas pelo advento da internet e da telefonia 
celular. 
 
 Tal processo midiático da sociedade alterou significativamente a etiqueta 
e as normas protocolares, propiciando uma maior interação e aproximação 
entre as nações, as organizações e fundamentalmente entre as pessoas. 
 
 Para terminar esta unidade é interessante ressaltar que as mudanças na 
etiqueta e normas de cerimonial e protocolo da sociedade ocidental, estão 
intimamente ligadas às trajetórias percorridas pelas suas elites ao longo dos 
últimos séculos, como podemos observar no seguinte esquema: 
 
 
 
 Ao concluir, acredito que esta pequena revisão histórica o ajudou a 
conhecer um pouco das raízes do cerimonial e a entender que as normas e 
procedimentos que adotamos no nosso dia a dia profissional têm uma razão 
de ser e estão diretamente ligadas ao nosso processo evolutivo. 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
18 
 
Unidade 3 – Conceitos 
 
“Quando dizemos que algo é protocolar, damos ao termo o sentido de algo 
artificialmente formal. Já cerimonioso dá ideia de formas exteriores tais 
como mesuras, gentilezas, manifestações de respeito em linguagem de 
elite” 
Embaixador Augusto Estellita Lins 
 
 
O império da lei: ensaio sobre o cerimonial de sagração de D. 
Pedro I (1822) 
Eduardo Romero de Oliveira 
 
Apresentação 
 
 Vamos agora estudar as definições e conceitos de cerimonial, protocolo e 
etiqueta. 
 Como você verificou na unidade anterior, a sociedade evolui ao longo do 
tempo e assim também as formas de se comportar e de se relacionar. 
 
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/988279/mod_book/chapter/72436/O%20imperio%20da%20lei.pdf
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/988279/mod_book/chapter/72436/O%20imperio%20da%20lei.pdf
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
19 
 
 
 
 Todo este conjunto de práticas está diretamente relacionado e constitui o 
que normalmente a maioria das pessoas conhece como etiqueta, protocolo e 
cerimonial. 
 Neste processo, toda sociedade, ao longo de seu desenvolvimento, reúne 
um conjunto de normas jurídicas aliadas a regras de comportamento 
acordadas de forma consensual pelo grupo ou conjunto social. Estas se 
associam a tradições, normalmente transmitidas de forma oral de geração 
em geração, aos atos e costumes de uso geral, e à moda, hábitos, crenças, 
mitos e tabus, que caracterizam e particularizam cada nível social. 
 
Uma breve introdução 
 
 Cerimonial, protocolo e etiqueta são termos usualmente utilizados como 
sinônimos. Esta confusão é natural, visto que a maioria dos especialistas que 
trata do assunto difere nas suas abordagens. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
20 
 
 Tal divergência não surpreende, pois tanto o cerimonial, quanto o 
protocolo e a etiqueta são códigos que se estruturaram a partir das relações 
humanas e tiveram por base os costumes aceitos por uma determinada 
sociedade, num determinado período. 
 O objetivo comum destes três conceitos é sistematizar as relações sociais, 
servindo de parâmetro para a atuação dos indivíduos, organizações e 
governos. 
 
 Quem faz uma ótima descrição sobre o tema é MELLO (1962:298): 
 
“Protocolo e cerimonial em sentido amplo são expressões sinônimas cuja 
finalidade consiste, principalmente, em resolver o problema dasprecedências. Este, por sua vez, reúne-se numa questão de ordem de 
lugares. Em sentido restrito, significam o nome da seção ou divisão que, 
no Ministério das Relações Exteriores, entre outras atividades, tem a zelar 
pelo cumprimento do cerimonial do País” 
 
 Como você já deve ter percebido, os termos cerimonial e protocolo, 
apesar de distintos, são empregados de maneira indiscriminada. 
 
 
Os conceitos 
 
 Agora, vamos aos conceitos: 
 O Cerimonial, em termos gerais, estabelece a sucessão dos atos de uma 
cerimônia ou evento. Trata-se de um roteiro geral a ser aplicado e respeitado 
por todos aqueles que participarão do ato. 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
21 
 
 
 Por suas características intrínsecas, o cerimonial tem a responsabilidade 
de promover a harmonia entre todos os participantes, respeitando os níveis 
hierárquicos das autoridades presentes, por meio do uso adequado da 
precedência, seu principal instrumento de orientação. 
 Podemos afirmar que é uma síntese dos usos e costumes, das tradições 
e principalmente das leis e normas adotadas na diplomacia, e, na maior parte 
das vezes, consagradas em acordos e tratados internacionais. 
 Protocolo é o conjunto de normas, regras e códigos utilizados nas 
cerimônias e atos oficiais. É reconhecido internacionalmente como um 
sistema de cortesia. Refere-se tanto às práticas adotadas por um país no seu 
relacionamento com as demais nações estrangeiras, quanto às práticas dos 
atos oficiais do governo no âmbito interno. 
 
 Pode-se definir etiqueta como o conjunto de normas e padrões de 
comportamento social adotados por uma sociedade. Em decorrência da 
dinâmica social, as regras de etiqueta estão em constante processo de 
transformação e adequação. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
22 
 
 
 A etiqueta é o sistema que indica a forma adequada de um indivíduo viver 
e conviver em sociedade, abordando aspectos como: vestuário, alimentação, 
como convidar e ser convidado, a comunicação pelo uso da linguagem escrita, 
oral e gestual etc. Dessa forma, possibilita que o convívio social se recubra 
de uma atmosfera agradável e harmoniosa, evitando situações de embaraço 
e conflito. 
“A etiqueta é um fenômeno de cultura popular. Os ingredientes culturais da 
etiqueta são a cordialidade e a hospitalidade.” 
LINS (1995:25) 
 
 
Conclusão 
 
 A partir dessas definições podemos estabelecer a seguinte 
correspondência: 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
23 
 
 
 
 
 O CERIMONIAL é a FORMA no sentido de estruturar, organizar e 
caracterizar uma solenidade, cerimônia ou evento; o PROTOCOLO é a NORMA 
que diz respeito às leis e regulamentos a serem obedecidos e aplicados; e, a 
ETIQUETA corresponde à CONDUTA que os participantes dos eventos e 
solenidades devem seguir. 
 Com as definições acima, você já tem condições e elementos para concluir 
que o profissional que atua na área de cerimonial de uma Assembleia 
Legislativa ou Câmara Municipal, quando planeja uma cerimônia, tem que ter 
em mente a diferenciação apresentada. 
 
 Com esse entendimento, ficará mais fácil você planejar o evento e saber 
que instrumentos empregar, além de auxiliar os participantes do evento, 
autoridades e convidados, com o fornecimento das informações corretas de 
forma a evitar constrangimentos ou embaraços do tipo “Eu não sabia” ou 
“Não fui informado”, que com certeza estragam o brilho de qualquer 
cerimônia e estressam a equipe e as autoridades envolvidas. 
 
 Outro aspecto importante a ser observado é que se você conduzir e 
organizar uma solenidade de forma correta, a instituição sairá valorizada e 
com uma boa imagem perante a opinião pública. O que contribuirá para que 
a Casa Legislativa atinja os seus objetivos e atenda os interesses da 
comunidade onde ela se insere. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
24 
 
 Atuando com essa compreensão, ficará mais fácil para você dar o 
destaque e a posição correta que as autoridades têm direito e tornará mais 
clara para os demais convidados a razão dessa diferenciação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
25 
 
 
Unidade 4 - Fundamentos da Etiqueta, do Protocolo e 
do Cerimonial 
 
“Rituais existem e é bom que sejam respeitados. Mas tudo tem hora e razão 
de ser. Exigir um comportamento formal sem motivo não faz nenhum 
sentido” 
Gloria Kalil 
 
 
 
 Na unidade anterior, você aprendeu as diferenças conceituais entre 
etiqueta, protocolo e cerimonial, e como os termos são utilizados, 
indiscriminadamente, em muitas situações. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
26 
 
 Esta situação se deve ao fato de que as ações de cerimonial se 
fundamentam em valores que a sociedade estabelece como padrão de 
conduta. LINS (1991:27) faz uma colocação precisa sobre o assunto: 
 
“Os usos e costumes podem assumir a expressão de normas e regras de 
conduta que reduzem a preceito tudo aquilo que se verifica pela experiência 
ancestral que é benéfico ao grupo e as relações com os demais grupos. 
Nesse conjunto de preceitos estão em geral incluídas regras de asseio e 
higiene, bom-tom à mesa, respeito entre as pessoas para preservar a 
estrutura social, culto aos antepassados e, finalmente, honras aos deuses 
ou aos espirítos, ao rei e às autoridades” 
 
 Pare e pense a respeito do que você acabou de ler. 
 
Para refletir: 
 Você concorda com a opinião do autor? 
 
Depois dessa reflexão, você está pronto para estudar algumas funções 
humanas que, segundo o autor, dão origem à etiqueta e fundamentam as 
ações de protocolo e cerimonial: a alimentação e o vestuário. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
27 
 
 
 
 
Alimentação 
 
 Como é do seu conhecimento, a alimentação é a função básica de 
sobrevivência da espécie humana. Mas, ao longo do tempo, as diversas 
civilizações desenvolveram rituais e recobriram o ato de se alimentar de uma 
significância além da sobrevivência, como atestam as comemorações, as 
celebrações, as festas e os banquetes. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
28 
 
 
 As normas e procedimentos relacionados com a alimentação variam de 
cultura para cultura. Cada sociedade estabelece, com base no senso comum 
às regras de boas maneiras à mesa, as receitas, a ordem dos pratos, os 
menus, a relação e adequação das comidas e bebidas e o serviço. 
 Tudo isso é muito importante. Mas, o mais importante é que você, como 
encarregado do cerimonial, deve ter sempre em mente que nem sempre o 
orçamento e as condições de infra-estrutura do local permitem organizar 
aquele banquete no almoço, uma recepção sem precedentes ou um grande 
jantar de gala. 
 O que fazer, então? Planejar com cuidado e realizar com o maior capricho 
aquilo que é possível executar. Se não tem garçons e “maitres” suficientes 
para servir, então não é viável empregar o serviço francês ou inglês. Por que 
não optar pelo serviço americano, onde as pessoas se dirigem ao ”buffet” 
para se servir? Bem mais simples, não? 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
29 
 
 
 
 Se os convidados são menos solenes e mais informais, talvez uma boa 
peixada ou um prato típico da região, que as cozinheiras locais são mestras 
em preparar, faça mais sucesso do que um “menu” com receitas estrangeiras 
e de difícil preparo. 
 
 Hoje, colocar as travessas diretamente em cima da mesa do almoço ou 
jantar, já é aceito e característico do serviço brasileiro. Mas, cuidado! Este 
tipo de serviço é apropriado apenas para ocasiões informais. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
30 
 
 Outro cuidado que se deve ter, com respeito à alimentação, é não servir 
pratos e comidas ou bebidas exóticas demais ao paladar. Lembre-se que, 
talvez, a autoridade ou o visitante ilustre não esteja acostumado a 
determinado tipo de alimentoou tenha até restrições médicas ou alérgicas. 
 
Uma dica: o sucesso está no simples e bem feito. 
 
 A cenografia também faz parte. Aproveite para valorizar a cultura e as 
características regionais e locais na definição da decoração e dos arranjos 
florais, na escolha das toalhas e da louça, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
31 
 
Vestuário 
 
 As normas de conduta não têm prazo de validade e tampouco são 
estabelecidas de forma uniforme e ao mesmo tempo, com data de início de 
vigência, como as leis. O vestuário é uma das funções em que isto pode ser 
considerado quase como uma regra, em função da dinâmica das mudanças 
sociais. 
 A função vestiário é uma eterna preocupação, não é mesmo? De acordo 
com LINS (1991:20), nela são observados os estilos e qualidades das roupas, 
os trajes de gala e de cerimônia; os trajes de ocasião e os sinais distintivos. 
 
 
 
 Para você ter uma ideia de quanto o assunto é sério, os PADRES 
SALESIANOS (1926) afirmavam, naquele tempo, que “No vestir, mais do que 
em outras coisas, deve-se guardar um razoável meio termo, evitando os 
exageros, isto é, o excessivo cuidado e o desleixo”. 
 Com base no que foi comentado até agora, vamos fazer uma reflexão. 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
32 
 
Usar roupas e acessórios em perfeito estado de conservação; 
 
Para refletir: 
 Em sua opinião, qual(is) a(s) regra(s) básica(s) que as pessoas que 
trabalham numa Casa Legislativa, principalmente na área de 
relações públicas, cerimonial ou eventos deve(m) seguir com relação 
a maneira de vestir? 
 
 Como você percebeu, as regras e normas podem ser muitas e variadas, 
mas uma coisa é certa: modismos, exageros e exotismos não são permitidos 
nunca. Lembre-se sempre que o nosso ambiente de trabalho é público e 
oficial, o que exige uma dose elevada de sobriedade e discrição. 
 Você deve estar se perguntando: então como definir o traje para uma 
cerimônia ou evento? 
 
 As relações públicas ou o encarregado do cerimonial deve ter em mente 
os seguintes pontos ao definir o traje para uma determinada cerimônia ou 
evento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ser sóbrio e simples; 
Seguir a moda apenas no que cai bem ao tipo físico; 
Respeitar a idade e características físicas próprias; 
Fugir de extravagâncias; 
 
Cuidados com a higiene e asseio pessoal; e 
Observar a ocasião e o horário. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
33 
 
 Uma criteriosa análise dos itens acima deve ser observada no 
planejamento do evento de forma a evitar-se a ocorrência de situações 
constrangedoras ou deselegantes. 
 Ultimamente, em nome de uma modernidade duvidosa, alguns autores 
(poucos, ainda bem) afirmam que não se usa mais a indicação do traje no 
convite, que isso é ultrapassado. Não é. A indicação do traje no convite é 
uma informação extremamente importante para quem é convidado para um 
evento. Pelo traje indicado, a pessoa sabe como será o evento. 
 Só para exemplificar a importância dessa indicação, vamos fazer um 
exercício mental: você deve lembrar de algum evento no qual um homem 
passa por uma situação constrangedora por estar totalmente informal numa 
cerimônia em que estão todos engravatados, ou daquela senhora que chega 
numa festa numa produção luxuosa e todas as mulheres estão informalmente 
de jeans, ambos por não terem recebido a informação correta sobre o evento. 
 Vamos conhecer a classificação dos trajes? 
 
Figura à esquerda: Traje Esporte 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
34 
 
Figura à direita: Traje Passeio (Tenue de Ville) 
 
 
 
 
Figura à esquerda: Traje Passeio Completo ou Social 
Figura à direita: Traje Black-tie ou Traje a Rigor 
 
Trajes de Gala e de Cerimônia 
 Aqui vale um comentário: a casaca, o fraque e as fardas de gala são trajes 
praticamente abolidos do dia a dia. Os últimos só são superados pelos trajes 
de corte usados em cerimônias em que se leva coroa, tiaras, manto, capa e 
espada ou cetro, como no Vaticano e em outras cortes europeias. 
 Não se esqueça que os militares têm um uniforme para cada tipo de 
ocasião. Então, como proceder? Você não é obrigado a saber qual é o 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
35 
 
Usar roupas e acessórios em perfeito estado de conservação; 
uniforme do dia ou qual é a sua denominação. A solução é simples: no 
convite, ao indicar o traje, colocar a expressão “uniforme correspondente”. 
 Por fim, para evitar erros, siga as recomendações abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 Nesta unidade, você teve a oportunidade de refletir sobre a importância 
de duas funções humanas que fundamentam, a partir de suas características 
próprias, o protocolo, o cerimonial e a etiqueta. 
 Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I de estudo do curso Cerimonial 
no Ambiente Legislativo. 
 Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma 
releitura do mesmo e responda aos Exercícios de Fixação. O resultado não 
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o 
seu domínio do conteúdo. Lembramos, ainda, que a plataforma de ensino faz 
a correção imediata das suas respostas! 
 
 
Ser sóbrio e simples; 
Seguir a moda apenas no que cai bem ao tipo físico; 
Respeitar a idade e características físicas próprias; 
Fugir de extravagâncias; 
 
Cuidados com a higiene e asseio pessoal; e 
Observar a ocasião e o horário. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
36 
 
MÓDULO II - Cerimonial Público 
 
 
 
Ao final deste Módulo, o aluno será capaz de: 
o caracterizar os critérios de precedência; 
o reconhecer particularidades do Decreto nº 70.274; 
o diferenciar o uso dos critérios de precedência no âmbito oficial; e, 
o conhecer o emprego da precedência em situações cotidianas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
37 
 
Unidade 1 -Precedência, a base do cerimonial público 
 
 
“Guerras foram declaradas e 
tronos foram perdidos 
em decorrência do assunto precedência” 
Lilian Eichler 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
38 
 
Introdução ao Cerimonial Público 
 
 No módulo I você aprendeu a diferença conceitual existente entre os 
termos cerimonial, protocolo e etiqueta, bem como os seus fundamentos. 
 Agora vamos compreender mais um conceito: o de cerimonial público. 
 
 O cerimonial público rege o trato formal entre os Estados. 
 O cerimonial público trata das honras, das precedências, dos privilégios e 
imunidades dos agentes diplomáticos e consulares, das normas protocolares 
e das cerimônias oficiais. 
 De acordo com LUZ (2000:5), o cerimonial público também é denominado 
cerimonial de Estado. 
 Por seu caráter oficial, o cerimonial público, aqui no Brasil, é regido por 
lei -o Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, que estabelece as “Normas 
do Cerimonial Público da República Federativa do Brasil e a Ordem Geral de 
Precedência”. Você vai estudá-lo, mais detalhadamente, na próxima unidade. 
 Portanto, você já deve ter concluído que as ações de cerimonial na área 
pública, por sua natureza oficial, diferem das ações de cerimonial praticadas 
no setor privado (empresas e instituições privadas) ou mesmo daquelas 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
39 
 
ações realizadas em âmbito particular ou familiar (cerimônias de casamento, 
festas de 15 anos, formaturas, festas de confraternização). 
 
ETIQUETA : símbolo de "controle social" na corte de Luiz XIV 
 Antonio Carlos Frasson 
 No momento, é importante você saber que as ações de cerimonial 
realizadas no âmbito dos Poderes Executivo e Legislativo (nos níveis federal, 
estadual e municipal) e do Poder Judiciário (nos níveis federal e estadual) 
referem-se ao Cerimonial Público.Feito este esclarecimento a respeito do cerimonial público, você agora irá 
estudar a questão da precedência. 
Pronto? 
Precedência 
 A precedência é um elemento chave na atividade do cerimonial. O termo 
se origina do latim praecedentia, que significa ordem de preferência ou 
primazia. Em linguagem mais simples: quem vem em primeiro lugar, quem 
ocupa a principal posição, quem preside. 
http://saberes.senado.leg.br/pluginfile.php/988281/mod_book/chapter/72482/A%20etiqueta.pdf
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
40 
 
 Ao longo da história, observa–se a ocorrência freqüente de pequenos e 
grandes conflitos, normalmente decorrentes de disputas por precedência. 
 Os registros sobre questão de precedência encontram–se relacionados às 
primeiras civilizações. Mas, pode–se dizer que, até o século XIX, a 
precedência sempre foi estabelecida ou pelo critério da força ou pelo critério 
econômico, quando não pelos dois critérios conjuntamente. 
 Para você ter uma idéia de como a questão era levada a sério, SPEERS 
(2004:67) cita, entre vários casos históricos pesquisados, os seguintes: 
 
 “ -Em 1661, o enviado espanhol ataca a carruagem do embaixador francês 
nas ruas de Londres, desbaratando seus cavalos e matando seus homens, 
para garantir-lhe a chegada ao palácio em primeiro lugar. 
 -A História conta-nos que dois enviados, um de Gênova e um de 
Brandenburgo, lutaram no quarto do Rei em Versailles, porque nenhum 
queria dar ao outro a precedência para a primeira audiência. 
 -Há, ainda, a história de dois embaixadores que se encontraram cara a 
cara sobre uma ponte em Praga e lá ficaram o dia inteiro, porque ambos 
acreditavam que ao dar ao outro a precedência seria levar seu país à 
desgraça. ” 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
41 
 
 É LUZ (2000:8) quem relata: 
 “Em 1713, durante o congresso de Utrech, realizado para decidir a 
sucessão do trono de Espanha (Felipe V) com a participação da França, 
Espanha, Inglaterra e Países Baixos, foi utilizada, por primeira vez, uma mesa 
redonda, para evitar inconvenientes de precedências o que, igualmente gerou 
problemas, porque o lugar de honra é aquele que está de frente para a 
entrada.” 
 Somente em 1815, com a realização do Congresso de Viena, é 
estabelecida a base da precedência entre os Estados Modernos: 
internamente, cada país estabelece a precedência dos representantes 
diplomáticos de acordo com a data de apresentação de suas credenciais ao 
Chefe da Nação. 
 Com o Protocolo da Conferência de Aix-la-Chapele, em 1818, reconhece-
se o princípio da igualdade jurídica dos Estados e a precedência pela ordem 
de chegada das delegações, missões estrangeiras ou embaixadores nos 
eventos internacionais. 
 
Critérios de Precedência 
 Como você deve ter observado, o critério mais antigo foi o da força, 
empregado desde os primórdios da civilização. Fazia prevalecer a precedência 
em função da força individual ou do grupo. Caiu definitivamente na 
Conferência de Viena, de 1815. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
42 
 
 
 
 
 Outro critério, também em desuso, é o econômico, aliado historicamente 
ao critério da força. Traduzido pela relevância dada ao poderio econômico 
entre nações e organizações, e empregado entre indivíduos como fator 
divisório das classes econômicas, é ainda utilizado, mas de forma velada. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
43 
 
 
 Hoje, em sua atividade, você poderá dispor de uma série de critérios, que 
poderão ser empregados de forma isolada ou combinada. Vamos conhecê-
los? 
 Já o critério hierárquico, como o próprio nome diz, hierarquiza os 
membros de uma determinada estrutura. Você verá sua rígida aplicação nas 
Forças Armadas, na Igreja Católica e no Poder Judiciário, por exemplo. 
 Outro critério, de uso mais restrito, é o nobiliárquico, utilizado em 
função dos títulos existentes nos reinos, monarquias, e, também na 
hierarquia religiosa. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
44 
 
 
 Um critério muito usado é o da antiguidade histórica, onde a data de 
criação das organizações ou unidades administrativas é utilizada para 
determinar a precedência entre organizações. 
 O cultural é um critério mais civilizado, prestigia o saber. A precedência é 
dada em função do grau de conhecimento acadêmico ou de relevância cultural 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
45 
 
pela qual a personalidade é reconhecida, exemplo: Fernanda Montenegro no 
meio artístico. 
 O critério de antiguidade ou antecedência refere-se a uma posição 
hierarquicamente determinada. É usado normalmente para determinar a 
precedência dos representantes diplomáticos num país. 
 
 Você não está sentindo falta de nenhum critério? Pare e reflita. Pense em 
suas atividades. Quais, na sua opinião são os dois critérios mais utilizados no 
dia a dia? 
 
 Muito bem! É isso mesmo! 
 São os critérios de idade e de ordem alfabética. 
 No critério de idade, a precedência é definida de acordo com a idade das 
autoridades presentes, o mais idoso precede o mais jovem. 
 Já o critério de ordem alfabética, além de ser prático, mostra um 
profundo amadurecimento das relações entre países, instituições e pessoas. 
Por ser simples e objetivo, pode ser empregado no ordenamento de pessoas, 
organizações e estados. É muito comum, por exemplo, em eventos esportivos 
internacionais, que reúnem delegações de vários países – Olimpíadas, Copa 
do Mundo. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
46 
 
 Este critério pode ser empregado em conjunto com outros critérios, como 
o de rodízio periódico, atualmente adotado por vários organismos 
internacionais: a precedência dos embaixadores creditados na ONU, por 
exemplo, é determinada, em intervalos regulares; da mesma forma, o 
MERCOSUL adota esta sistemática. Recapitulando, você percebeu que a 
precedência é um conceito muito importante na relação entre as organizações 
e as pessoas, principalmente na esfera pública e oficial. Saber empregar 
corretamente os diversos critérios para o estabelecimento da precedência é 
fundamental para a realização de atos e cerimônias harmoniosos e corretos. 
 
 O critério da ordem alfabética é muito útil na elaboração de listas de 
autoridades como, por exemplo, a lista dos parlamentares de uma Casa 
legislativa. 
 Exato. Normalmente, na abertura das sessões legislativas, o senador, 
deputado ou vereador mais idoso é quem preside a sessão, de acordo com o 
Regimento Interno da casa legislativa. Em qual situação é muito usado este 
critério nas casas legislativas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
47 
 
Unidade 2 - O Decreto nº 70.274 
 
“A precedência é o ponto crucial e a base do cerimonial. 
É reconhecer a primazia de uma hierarquia sobre a outra, 
e tem sido, desde os tempos mais antigos, 
e em todas as partes, motivo de normas escritas, 
cuja falta de acatamento provoca desgraças” 
Embaixador Dom Jorge G Blanco Villalta 
 
 
 Como você foi informado (a) na unidade anterior, aqui no Brasil, a 
precedência é regida pelo Decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, que 
aprova as “Normas do Cerimonial Público da República Federativa do Brasil e 
a Ordem Geral de Precedência”. 
 Você deve ter observado que o Decreto dispõe, de maneira extensiva, 
sobre as questões que permeiam o cerimonial público, mais especificamente 
os assuntos da esfera do executivo federal. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
48 
 
Cerimônias oficiais de caráter federal, na capital da República; 
 Sua aplicação dá-se nas seguintes situações: 
 
 
 
 
 
 
Pág. 3 
Alterações do Decreto nº 70.274 
 
 É importante você ter em mente que esta lei foi elaborada no tempo do 
regime militar. Portanto, algumas situações nele encontradas refletem a 
relação de poder existente àépoca. 
 O texto da lei, apesar de seu anacronismo em relação a algumas situações 
de precedência, continua em vigor, tendo sofrido poucas alterações ao longo 
dos anos, que você irá conhecer agora: 
 Decreto nº 83.186, de 19 de fevereiro de 1979 -Inclui na ordem de 
constituição histórica das unidades da federação, listada no artigo 8º, o recém 
criado Estado do Mato Grosso do Sul, logo após o Estado do Acre, e retira o 
Estado da Guanabara em função de sua fusão com o Estado do Rio de Janeiro. 
 Decreto nº 672, de 21 de outubro de 1992 - acrescenta ao artigo 88 um 
parágrafo único, em função do desaparecimento do corpo do Dr. Ulisses 
Guimarães, em trágico acidente. O texto é o seguinte: 
Cerimônias oficiais com a presença de autoridades federais, nos 
Estados; 
Cerimônias oficiais de caráter estadual. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
49 
 
 
 
 Decreto nº 3.765, de 6 de março de 2001 -acrescenta ao artigo 88 um § 
2º, renumerando o parágrafo único para 1º. O texto é o seguinte: 
 
 
 Decreto nº 3.780, de 2 de abril de 2001 -menos de um mês após o decreto 
anterior ter sido publicado, este decreto revoga o decreto anterior. 
Acrescenta ao artigo 88 um § 2º, renumerando o parágrafo único para 1º. 
O texto é o seguinte: 
 
E foram estas as alterações processadas. 
A situação hoje 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
50 
 
 
“A evolução dos 
costumes e das 
relações 
institucionais entre 
Poderes, seus 
órgãos e 
dirigentes, foi, aos 
poucos, fazendo de 
alguns artigos do 
Decreto 
verdadeiras letras mortas. Extinção de cargos, troca de denominações e 
ausência de revisões no Decreto original, de há muito, recomendam a 
atualização do dispositivo legal, que regula os atos do Cerimonial Público.” 
 
 Outro exemplo: quando da redação do texto da Lei, não existia o Superior 
Tribunal de Justiça. E como era uma época de restrição democrática, os 
Prefeitos das capitais e de cidades com população entre 500 mil e 1 milhão 
de habitantes e os Presidentes das Câmaras Municipais das cidades de mais 
de 1 milhão de habitantes, em termos de precedência, vinham bem depois 
dos membros da Academia Brasileira de Letras, dos membros da Academia 
Brasileira de Ciências e dos coronéis das três forças armadas, o que hoje não 
faz sentido. 
 Outra corrente não concorda com a ideia, pois acredita que as 
atualizações da Ordem Geral de Precedência não devem ser matéria de lei, 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
51 
 
“O Presidente da República presidirá sempre a cerimônia a que comparecer” (Art. 1º); 
em função do dinamismo das relações institucionais e sociais, como também 
da própria dinâmica de mudanças na estrutura do Estado. CORRÊA (1996:71) 
resume de maneira clara a situação: 
 Para o seu conhecimento, existe uma corrente de profissionais que 
acredita que o Decreto 70.274 tenha que ser revisto e uma nova lei deva 
substituí-lo, principalmente no que diz respeito à Ordem Geral de Precedência 
nele prevista. 
 
Princípios gerais 
 No seu Capítulo I, o decreto estabelece princípios gerais de precedência, 
que norteiam a atividade de cerimonial no País, e que você, em sua atividade, 
não pode deixar de conhecer. 
 São eles: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não comparecendo o Presidente da República, o Vice-Presidente da República presidirá a 
cerimônia a que estiver presente”; (Art. 2º) 
A precedência entre os estados e ministérios é definida pelo critério histórico de criação (Art. 
4º e Art. 8º) 
 
Nas unidades da federação “o Governador presidirá as solenidades a que comparecer, salvo 
as dos Poderes Legislativos e Judiciário, e as de caráter exclusivamente militar.” (Art. 6º); 
 
“Nos municípios, o Prefeito presidirá as solenidades municipais” (Art. 10) 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
52 
 
 
 
 
 
 
 Com o que aprendeu nesta unidade, você já está pronto para começar a 
entender e aplicar os critérios de precedência em diversas situações. Mas, 
antes de avançar para as próximas unidades, que tal fazer uma reflexão e 
leitura, com calma, do Decreto nº 70.274? 
 
 
 Afinal, quando se trata de precedência no Brasil, ele é “a” referência. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
53 
 
 
Unidade 3 - A Precedência no Âmbito Oficial 
 
“Protocolo, etiqueta e cerimonial são o 
cerne de qualquer evento público ou empresarial, 
dando-lhes forma e conteúdo” 
Gilda Fleury Meirelles 
 
 
 
 Na unidade anterior, você aprendeu o fundamento legal do cerimonial 
público e tomou conhecimento da “Ordem Geral de Precedência” no nosso 
país. Nesta unidade, você verificará como são utilizados os critérios de 
precedência em situações oficiais. 
 
Nos Estados 
 A ordem de constituição histórica dos Estados é: 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
54 
 
 Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará, Pernambuco, São Paulo, Minas 
Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Ceará, Paraíba, Espírito 
Santo, Piauí, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe, 
Amazonas, Paraná, Acre, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins, Amapá, 
Roraima, Distrito Federal. 
 Esta ordem é a que determina a precedência entre os governadores. 
 Você deve observar que o Decreto nº 70.274, em seu Art. 94, estabelece 
duas situações gerais de precedência em cerimônias no Estado, abaixo 
apresentadas: 
 Cerimônias oficiais nos Estados da União, com a presença de autoridades 
federais: 
1 -Presidente da República 
2 – Vice-Presidente da República 
Governador do Estado da União em que se processa a cerimônia 
Cardeais 
Embaixadores Estrangeiros 
3 – Presidente do Congresso Nacional 
Presidente da Câmara dos Deputados 
Presidente do Supremo Tribunal Federal 
4 – Ministros de Estados 
Vice-Governador do Estado da União 
Presidente da Assembleia Legislativa 
Presidente do Tribunal de Justiça 
Cerimônias oficiais de caráter estadual: 
1 – Governador 
Cardeais 
2 – Vice-Governador 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
55 
 
3 – Presidente da Assembleia Legislativa 
 Presidente do Tribunal de Justiça 
4 – Almirantes de Esquadra 
Generais de Exército 
Tenentes-Brigadeiros e Prefeito da Capital 
 
 
 
Na Esplanada dos Ministérios 
 Como você observou, a precedência estabelecida entre os Ministros de 
Estado pelo Decreto nº 70.274, em seu Art. 4º, é determinada pelo critério 
histórico de criação do respectivo Ministério. 
 
 Mas, como já foi mencionado, ministérios são criados e outros são 
extintos e, além do mais, existem as diversas Secretarias de Estado, cujos 
titulares têm prerrogativas de Ministro, para efeitos protocolares. 
 Evidente que você não é obrigado a saber a precedência de cor. Então, o 
que fazer? Sempre que tiver que estabelecer a precedência entre Ministros 
de Estado, consulte o site da Presidência da República. 
 
No Estado e no Município 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
56 
 
 Não são poucas as vezes que você tem que organizar cerimônias com a 
presença de Secretários de Estado e Secretários Municipais. Como proceder 
para não incorrer em erros e ferir suscetibilidades? 
 
 Alguns estados possuem legislação específica que rege o cerimonial do 
estado e estabelece a sua precedência. No Estado de São Paulo, por exemplo, 
o cerimonial é regido pelo Decreto 11.074 de 05/01/78. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
57 
 
 Os municípios, em geral, não têm legislação sobre a matéria. Você poderá 
procurar saber se existe alguma norma a respeito junto ao Cerimonial da 
Prefeitura ou Gabinete do Prefeito. 
 Caso não haja nenhuma norma ou regulamentação a respeito, você 
poderá, então, estabelecer a precedência dos Secretários Municipais, 
empregando o critério histórico de criação das Secretarias Municipais. 
 
 
No Legislativo 
 A precedência para o Poder Legislativoestá estabelecida no Decreto nº 
70.274 em seu Art. 9º: 
“A precedência entre membros do Congresso Nacional e entre membros 
das Assembleias Legislativas é determinada pela ordem de criação da 
unidade federativa a que pertemçam e, dentro da mesma unidade, 
sucessivamente pela data da diplomação ou pela idade”. 
 
 A partir do que estipula o artigo 9º você pode determinar a precedência 
entre parlamentares no 
Legislativo Brasileiro da seguinte forma: 
1 – Presidente do Congresso Nacional 
2 – Presidente da Câmara dos Deputados 
3 – Senadores 
(critério: criação da unidade da federação, diplomação, idade) 
4 – Deputados Federais 
(critério: criação da unidade da federação, diplomação, idade) 
5 – Presidentes de Assembléias Legislativas 
(critério: criação da unidade da federação) 
6 – Deputados Estaduais 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
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(critério: diplomação, idade) 
7 – Presidentes de Câmaras Municipais 
(critério: criação da unidade da federação, ordem alfabética) 
8 – Vereadores 
(critério: criação da unidade da federação, diplomação, idade) 
 
 Este ordenamento não significa nenhum tipo de linha de subordinação, 
visto os Poderes Legislativos Federal, Estadual e Municipal serem 
independentes entre si, como estabelece a Constituição Federal. 
 Outra questão importante que você deve estar atento é: os membros das 
Mesas Diretoras, excetuando-se o Presidente e o Vice-Presidente, não têm 
precedência sobre os demais parlamentares da Casa Legislativa, pois a mesa 
diretora é um órgão colegiado. 
Ainda sobre o Poder Legislativo existe uma questão que causa uma certa 
confusão. Diz respeito à precedência entre os presidentes do Senado Federal 
e da Câmara dos Deputados. O Presidente do Senado Federal, por ser o 
Presidente do Congresso Nacional, portanto Chefe de Poder, passa à frente 
do Presidente da Câmara dos Deputados. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
59 
 
Supremo Tribunal Federal - STF; 
 Já na lista de sucessão à Presidência da República, o Presidente da 
Câmara dos Deputados passa à frente do Presidente do Senado Federal. Ou 
seja, cuidado para não confundir ordem de precedência com ordem de 
sucessão. 
 Você no âmbito do Legislativo, poderá adotar os seguintes critérios para 
autoridades na mesma posição: 
 
 
 
No Judiciário 
O Decreto 70.274/72 não dispõe de nenhum artigo específico relacionado ao 
Poder Judiciário, a não ser o posicionamento de seus titulares na Ordem Geral 
de Precedência. Na área federal o Poder Judiciário está assim constituído: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Superior Tribunal de Justiça - STJ; 
Tribunal Superior do Trabalho - TST; 
Tribunal Superior Eleitoral - TSE; 
Superior Tribunal Militar - STM; 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
60 
 
 Podemos concluir afirmando que nesta unidade você aprendeu como 
aplicar os critérios de precedência em situações oficiais. Lembre-se que a 
precedência no âmbito oficial é regida por lei, e por tanto deve ser matéria 
da maior atenção. 
 Você deve se inteirar junto ao Tribunal de Justiça do seu Estado se existe 
alguma norma que discipline o Cerimonial do Poder Judiciário do Estado. E 
nas unidades da federação encontram-se os Tribunais Regionais Federais -
TRF, os Tribunais Regionais do Trabalho -TRT, os Tribunais Regionais 
Eleitorais -TER, os Conselhos de Justiça Militar e os Juízes Federais, Eleitorais 
e Militares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
61 
 
 
Unidade 4 - O Emprego da Precedência, situações 
cotidianas 
 
“Só pode ceder a precedência quem a tem” 
Embaixador Augusto Estellita Lins 
 
 
 O mundo de hoje é muito mais informal do que era até meados dos anos 
60 do século XX. Mas, isto não quer dizer que na área pública ocorra um 
processo generalizado de revestir as ações de um caráter informal. 
 Você deve lembrar o que estudou no módulo I: a tendência é a 
simplificação. Não se pode tornar informal o que é oficial. KALIL (2007:25) 
expressa bem a questão ao afirmar que "lugares públicos pedem uma 
etiqueta diferente do espaço privado. Isso é a regra base de uma sociedade 
civilizada". 
 Na unidade anterior você aprendeu a definir a precedência entre as 
autoridades dos três Poderes, de acordo com a legislação federal. Agora você 
terá a oportunidade de estudar a aplicação da precedência em algumas 
situações cotidianas. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
62 
 
O mais velho passa à frente do mais jovem; 
 Vamos lá? 
Princípios gerais de precedência 
 
 Além dos critérios fixados pela Ordem Geral de Precedência, definida pelo 
Decreto nº 70.274/72, para cerimônias oficiais do Governo, é possível o 
emprego de outros critérios, que podem variar conforme a ocasião, a 
relevância da situação e as autoridades e personalidades envolvidas. 
 A escolha do melhor critério para se estabelecer a precedência leva em 
consideração aspectos subjetivos como o ambiente social, o contexto político 
e, principalmente o bom senso. 
 Um princípio geral de precedência, que você deve conhecer desde criança, 
estipulado pelas normas de cortesia e etiqueta, e adotado pela maioria das 
culturas, estabelece que: 
 
 
 
 
 
 
 
As mulheres precedem os homens; e 
Os adultos precedem as crianças; 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
63 
 
 
 
 
O princípio da direita 
 
De acordo com SPEERS (1984:132): 
 
 
"A direita, desde os tempos antigos, era a posição 
preferida. Na antiga Roma, previa-se bons e maus 
augúrios, observando-se uma ave se dirigia 
respectivamente para a direita (bom) ou para a esquerda 
(mau)." 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
64 
 
 
 
 
A questão da direita consolidou-se ao longo dos anos como a “primazia da 
direita”, ou seja, o lugar de honra é à direita, seja do anfitrião ou do ponto 
central de referência do lugar. 
 Com esta regra um convidado de honra ou homenageado será sempre 
colocado à direita do anfitrião ou da máxima autoridade presente à 
cerimônia. É novamente SPEERS (1984:133) quem explica bem a situação: 
 
 
 Com este entendimento você não terá dificuldade em estabelecer o 
Lugar de Honra, que tem as seguintes características: 
 
 O centro é destinado ao convidado de honra com hierarquia superior ao 
anfitrião, cabendo ao anfitrião ficar à esquerda do homenageado. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
65 
 
 
 
 
Presidência X precedência 
 Tome muito cuidado para não confundir presidência com precedência. 
Normalmente a presidência é do anfitrião, que nem sempre terá a maior 
precedência no evento. 
 
Ordem dos discursos 
 Nas cerimônias em que se faz o uso da palavra, a ordem dos discursos 
seguirá a ordem inversa de precedência dos respectivos oradores, isto é, 
usará da palavra em primeiro lugar a autoridade de menor hierarquia e, 
subsequentemente, os demais oradores até o de precedência mais alta. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
66 
 
 
 
 
 Como é do seu conhecimento a dinâmica do ambiente político muitas 
vezes impede a permanência das pessoas durante todo o desenrolar de uma 
cerimônia. Por isso é sempre bom consultar a maior autoridade para checar 
a sua disponibilidade de tempo. Se o tempo disponível for muito restrito, a 
ordem dos discursos pode ser adaptada. 
 
Assinatura de contratos 
 
 Em cerimônias de assinatura de contratos, acordos e tratados, o primeiro 
a assinar o documento é o representante da instituição favorecida em termos 
financeiros ou técnicos e em seguida a outra autoridade. 
 É usual, também, os dois representantes assinarem o contrato ao mesmo 
tempo. Para tanto devem ser providenciados dois originais do contrato que 
serão apresentados às autoridades por duas pessoas da organização e do 
cerimonial do evento. Após a primeira assinatura, elas recolhemas pastas, 
trocando-as em ato contínuo, e colhem novamente as assinaturas. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
67 
 
 
 
 A colocação de rubricas em todas as páginas não é usual. No entanto, 
quando exigidas, são apostas posteriormente, para não prolongar o evento. 
 Você não pode deixar de prestar atenção a um detalhe muito importante: 
as canetas a serem utilizadas devem ter boa apresentação e boas condições 
de uso, a tinta deve ser azul, e serem apresentadas às autoridades ao mesmo 
tempo em que se indica o local da assinatura. 
 Mas, qual a disposição no documento das assinaturas? Pegue uma folha 
de papel e tente montar três situações: documento com duas assinaturas, 
três assinaturas e quatro assinaturas. 
 A pior coisa que pode acontecer numa cerimônia com assinatura de 
documentos é faltar uma caneta ou a mesma falhar, não é mesmo? Portanto 
nunca deixe de testá-las um pouco antes do início da cerimônia. 
 
 
 
 
Pronto? Vamos verificar os resultados? 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
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Disposição das assinaturas nos documentos: 
 Duas assinaturas 
À direita (do documento) figurará a da pessoa de maior hierarquia 
Assinatura A Assinatura B 
 
 
 Três ou mais assinaturas: 
Em 1º lugar a de maior hierarquia, e as demais por ordem decrescente de 
importância. 
 
Assinatura A 
Assinatura B 
Assinatura C 
Assinatura D 
 
A seguinte disposição também é válida: 
Assinatura A Assinatura B 
Assinatura C Assinatura D 
 assinaturas: 
A de maior hierarquia assina no centro, em nível levemente superior, e as 
demais por ordem decrescente de importância. 
Assinatura A 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
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Assinatura B Assinatura C 
 
 
 
Precedência em veículos 
Em carros, a autoridade de maior importância senta-se à direita do banco 
traseiro, na posição diagonal ao motorista. A autoridade seguinte na 
precedência ocupa o assento à esquerda. O meio do banco traseiro deve ser 
evitado para não haver desconforto e a cadeira ao lado do motorista deve ser 
utilizada apenas por seguranças e assessores. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
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Algumas situações 
Você verificará no desenvolver das suas atividades que existem várias 
situações em que se aplicam critérios de precedência, como por exemplo: 
 Galeria de Retratos 
A mais alta precedência será em função do mandato exercido. 
 Linha Indiana 
A pessoa de alta posição vai à frente e a ela seguem as demais, por 
precedência. 
 Cortejos Formais 
A pessoa de mais alta hierarquia cerra a fileira. 
 Em uma calçada 
Cabe ao de hierarquia inferior ficar mais próximo do meio fio, reservando ao 
mais importante o lado da parede. 
 Cortejos de Carros 
Em deslocamento de comitivas, com vários carros, à frente estará sempre o 
carro com a maior autoridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
71 
 
Nas apresentações 
 
Existem regras, universalmente aceitas, que devem ser seguidas ao se 
fazer apresentações: 
 Quem faz as apresentações são os anfitriões; 
 Os mais jovens são apresentados aos mais velhos; 
 O homem é apresentado à mulher; 
 A mulher solteira é apresentada à mulher casada; 
 A pessoa de menor nível hierárquico é apresentada à pessoa de 
maior nível hierárquico; 
 Cabe ao superior em hierarquia, ao mais idoso ou à senhora estender 
a mão. 
 
 
 
 
 Existe regra também para se apresentar o cônjuge: 
Um homem ao apresentar sua esposa, dirá: “Esta é minha mulher”. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
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A mulher ao apresentar o marido, dirá: “Este é o meu marido”. 
Ao apresentar a esposa de um amigo, dirá: “Esta é a esposa de fulano”. 
 
 
 
Cumprimentos 
 
 
 
 O ato de apresentar alguém resulta na ação de cumprimentar. A maneira 
ocidental de se cumprimentar é com o “aperto de mão”. Mas, existem as 
formas orientais de cumprimento, notadamente a “reverência” utilizada pelos 
japoneses, chineses e coreanos e a saudação “em forma de oração”, à 
maneira dos indianos e tailandeses. 
 
 Ao receber uma comitiva, usa-se a forma ocidental de cumprimento. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
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 Nesta unidade você conheceu várias situações em que são empregados 
critérios de precedência. Nas suas atividades cotidianas você verificará uma 
série de ocasiões nas quais o uso de algum critério será necessário. 
 Mas, você não pode esquecer use o bom senso sempre será o maior 
critério. Até o próximo módulo! 
 Parabéns! Você chegou ao final do Módulo II de estudo do curso 
Cerimonial no 
 Ambiente Legislativo. 
Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma 
releitura do mesmo e responda aos Exercícios de Fixação. O resultado não 
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o 
seu domínio do conteúdo. Lembramos, ainda, que a plataforma de ensino faz 
a correção imediata das suas respostas! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
74 
 
MÓDULO III - O uso e emprego de símbolos: nacionais, estaduais 
e municipais 
 
 
 Ao final deste Módulo, o aluno será capaz de: 
o conhecer a importância dos símbolos nacionais e a base legal que os 
determina; 
o conhecer características físicas, históricas e simbólicas da Bandeira 
Nacional; 
o conhecer a importância, o significado e a forma legal de uso do Hino 
Nacional, das Armas Nacionais e do Selo Nacional; e, 
o conhecer particularidades do emprego correto da Bandeira Nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
75 
 
Unidade 1 - Os Símbolos Nacionais 
 
“Este Brasil fez-se com o seu povo unido na identidade 
dos símbolos nacionais, que em suas cores, 
em seus sons, representam o Brasil e 
recontam a nossa História, louvando a nacionalidade” 
Senador Antonio Carlos Magalhães 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
76 
 
 
 
 Para refletir: 
Você já parou para pensar quantas vezes por ano se preocupa com a 
correta utilização dos Símbolos Nacionais? Tente fazer uma pequena lista, 
vamos lá! 
As atuações são as mais diversas, não é mesmo? 
Mas, o que são Símbolos Nacionais? O que eles representam? O que 
significam? 
 
 Para iniciar o estudo dos Símbolos Nacionais é importante que você reflita 
sobre o significado deles para cada um de nós, cidadãos brasileiros, e para o 
povo brasileiro enquanto Nação. LUZ (1999:9) traduz este sentimento de 
uma maneira bastante clara: 
 
 
 Com esta visão abrangente de significação pode-se afirmar serem estes 
símbolos manifestações gráficas e musicais, de importante valor histórico, 
criadas para transmitir o sentimento de união nacional e mostrar a soberania 
do País. 
 Vamos fazer um teste rápido. Responda: quais são os nossos Símbolos 
Nacionais? 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
77 
 
Muito bem! 
 A Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo 
Nacional são o que há de mais importante em termos de significação para o 
povo brasileiro. Seu emprego não poderia deixar de estar previsto em lei, 
pelo fato de serem representações de nosso país. 
 
 
 
A base legal 
 Enquanto representações da nacionalidade, o seu uso deve ser pautado 
sempre pelo respeito e pelo cumprimento das normas legais que regulam a 
sua utilização. Tudo que diz respeito aos nossos Símbolos Nacionais está 
previsto em lei. 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
78 
 
 Os Símbolos Nacionais são regulados pela Lei n° 5.700, de 1° de 
setembro de 1971, que “Dispõe sobre a forma e a apresentação dos Símbolos 
Nacionais e dá outras providências”. 
 
 A lei está dividida em sete capítulos assim distribuídos: 
 
 Capítulo I – Disposição Preliminar – onde são determinados e 
listados os Símbolos Nacionais. Capítulo II – Da Forma dos Símbolos Nacionais – apresenta como 
padrões dos Símbolos Nacionais os modelos compostos de 
conformidade com as especificações e regras básicas estabelecidas na 
Lei. Especifica os tipos (dimensões) da Bandeira Nacional, e como deve 
ser a feitura da Bandeira Nacional, das Armas da República e do Selo 
Nacional bem como a forma de condução do Hino Nacional. 
 
 
 
 Capítulo III – Da Apresentação dos Símbolos Nacionais – 
Especifica as formas de apresentação da Bandeira Nacional, onde ela 
é hasteada diariamente, situações obrigatórias de hasteamento, como 
ela é apresentada em situações de funeral; como deve ser executado 
o Hino Nacional, a obrigatoriedade das Armas Nacionais; e a utilização 
do Selo Nacional, e define as cores nacionais. 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
79 
 
 Capítulo IV – Das cores Nacionais 
 
 
 Capítulo V – Do Respeito Devido à Bandeira Nacional e ao Hino 
Nacional 
 Capítulo VI – Das Penalidades 
 Capítulo VII – Disposições Gerais 
 
 
Alterações da Lei nº 5.700: 
 
 Ao longo dos anos a Lei nº 5.700 sofreu algumas alterações em seu texto, 
que você irá conhecer agora: 
 
 Lei 5.812, de 13 de outubro de 1972 
 No inciso IV do art.13, que dispõe os locais onde a Bandeira Nacional deve 
ser hasteada diariamente, inclui os Tribunais de Contas da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e no inciso III do art. 18, que 
trata do hasteamento da bandeira em funeral, inclui os ministros e 
conselheiros dos Tribunais de Contas por ocasião do seu falecimento. 
 
 Lei nº 6.913, de 27 de maio de 1981 
 Modifica a redação dos artigos 35 e 36 que trata como contravenção a 
violação de qualquer disposição da lei e define as penalidades a que está 
sujeito o infrator bem como o rito do processo da infração. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
80 
 
 Lei 8.421, de 11 de maio de 1992. Esta lei alterou a redação dos arts. 
1º e 3º, que passaram a vigorar com a seguinte redação: 
“Art. 1º São Símbolos Nacionais: 
I – A Bandeira Nacional; 
II – O Hino Nacional; 
III – as Armas Nacionais; e 
IV – O Selo Nacional. 
Art. 3º A Bandeira Nacional, adotada pelo Decreto nº 4, de 19 de novembro 
de de 1889, com as modificações da Lei nº 5.443, de 28 de maio de 1968, 
fica alterada na forma do Anexo I desta lei, devendo ser atualizada sempre 
que ocorrer a criação ou a extinção de estados. 
§ 1º As constelações que figuram na Bandeira Nacional correspondem ao 
aspecto do céu, na cidade do Rio de Janeiro, às 8 horas e 30 minutos do dia 
15 de novembro de 1889 (doze horas siderais) e devem ser consideradas 
como vistas por um observador situado fora da esfera celeste. 
§ 2º Os novos estados da Federação serão representados por estrelas que 
compõem o aspecto celeste referido no parágrafo anterior, de modo a 
permitir-lhes a inclusão no círculo azul da Bandeira Nacional sem afetar a 
disposição estética original constante do desenho proposto pelo Decreto nº 
4, de 19 de novembro de 1889. 
§ 3º Serão suprimidas da Bandeira Nacional as estrelas correspondentes aos 
estados extintos, permanecendo a designada para representar o novo estado, 
resultante de fusão, observado, em qualquer caso, o disposto na parte final 
do parágrafo anterior. ” 
Também foi alterada a redação do inciso I do art.8º, que determina que o 
número das estrelas de prata da bordadura do escudo das Armas Nacionais 
deverá ser igual ao das estrelas existentes na Bandeira Nacional. 
Outra alteração foi a inclusão dos Corpos de Bombeiros Militares no inciso 
VIII do art. 26. 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
81 
 
 
Bandeira do Mercosul 
 
A partir da Lei nº 12.157, de 23 de dezembro de 2009, passou a ser 
obrigatório o hasteamento da bandeira do Mercosul junto à bandeira do 
Brasil. 
 
Nesta unidade você aprendeu a entender a importância dos Símbolos 
Nacionais, conheceu a sua significação bem como as leis que determinam o 
seu emprego. 
Agora, é importante que você leia atentamente a lei nº 5.700 e suas 
alterações, para que possa dar prosseguimento ao curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
82 
 
Unidade 2 - A Bandeira Nacional 
 
 
 
“A Bandeira é o símbolo ótico da Pátria, 
como o Hino Nacional, 
o seu símbolo acústico” 
Conde Afonso Celso 
 
Vamos iniciar pela Bandeira Nacional, que de acordo com OLENKA LUZ 
(2000:23) “constitui o mais relevante símbolo de um país, devendo ser 
respeitada por nacionais e estrangeiros. 
 
 
 
 
 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
83 
 
Um pouco de história 
 
 A atual Bandeira Nacional é a segunda republicana e é o quarto pavilhão 
oficial do Brasil desde sua independência. Ou seja, tivemos duas versões 
durante o Império e outras duas ao longo da República. 
 
 
 A nossa primeira bandeira foi a Bandeira do Império do Brasil, criada a 
pedido de D. Pedro I por Jean-Baptiste Debret. Nela, alguns elementos de 
caracterização do antigo Reino de Portugal, Brasil e Algarves, como a esfera 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
84 
 
armilar e a Cruz da Ordem de Cristo, foram mantidos. E, foram introduzidas: 
as cores verde e amarela; os ramos de café e tabaco, culturas de destaque 
da nossa economia à época, que hoje são empregados como suporte do 
brasão nacional; a coroa imperial e o círculo com as 19 estrelas 
representando as províncias. 
 Esta configuração sofreu apenas uma alteração, no Segundo Reinado, 
quando o número de estrelas passou a ser 20, em função da perda da 
Província Cisplatina e da criação das Províncias do Amazonas e do Paraná. 
Foi nossa segunda bandeira, que teve a coroa de D. Pedro II substituindo a 
coroa de D. Pedro I. 
 
 
 Com a proclamação da República, Rui Barbosa, um dos líderes do 
movimento, cria uma bandeira inspirada na bandeira americana, é a nossa 
terceira bandeira. Mas, só foi utilizada durante quatro dias, de 15 a 19 de 
novembro de 1889, quando seu emprego foi vetado pelo Marechal Deodoro 
da Fonseca. 
 O mais provável é que o campo verde representasse a Casa de Bragança, 
dinastia a qual D. Pedro pertencia, e o campo amarelo seria da Casa 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
85 
 
Habsburgo, origem de D. Leopoldina. Há controvérsia sobre a questão, visto 
não haver nenhum documento oficial que comprove essa versão. 
 
 
A Bandeira Nacional 
 
De acordo com o site do Governo Brasileiro (www.brasil.gov.br): 
 
Em suas considerações, o Decreto nº 4 afirma: 
 
 
 
 Nossa Bandeira tem por base um retângulo verde na proporção 07:10, 
sobrepondo-se um losango amarelo, tendo em seu centro a esfera celeste 
azul, no meio da qual está atravessada uma faixa branca, em sentido oblíquo 
e descendente da direita para a esquerda, com o lema nacional – “Ordem e 
Progresso” – em letras maiúsculas verdes sendo a letra E central um pouco 
Cerimonial no Ambiente Legislativo 
86 
 
menor; inseridas na esfera celeste estão vinte e sete estrelas brancas, 
representando as unidades da federação. 
 A inscrição “Ordem e Progresso” é uma abreviação do lema positivista de 
autoria do francês Auguste Comte: “O Amor por princípio e a Ordem por base; 
o Progresso por fim”. 
 Além desses significados não existe nenhuma definição oficial sobre o 
simbolismo das cores existentes na bandeira, mas, a tradição popular 
convencionou ser o verde a representação das nossas matas, o amarelo 
simbolizar nossas riquezas minerais, o azul representar o nosso céu e o 
branco significar a paz. 
 Desde a sua data de criação, em 19 de novembro de 1889, a Bandeira 
Nacional teve apenas a adição de algumas estrelas, representantes dos novos 
Estados, e alguns ajustes nas posições das estrelas de forma a que 
correspondessem às coordenadas astronômicas. Como você pode verificar na 
unidade 1 deste módulo. 
 
O Uso da Bandeira Nacional 
 É utilizada

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