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Aula 4 - Investimentos Permanentes

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INVESTIMENTOS 
PERMANENTES
Prof. Daniel Angelim
1. AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E
CONTROLADAS
➢ Regulamentação: CPC 18 aprovado pela Deliberação CVM nº 605 de
26/11/2009
✓ Um investimento ou uma participação de uma entidade em
instrumentos patrimoniais (normalmente ações ou cotas do capital
social) de outra entidade deve ser contabilizado de acordo com a
essência do relacionamento entre Investidora e Investida.
✓ Os grupos de empresas, ou grupos societários são classificados como
"de fato" e "de direito".
✓ Os grupos "de fato" se estabelecem entre sociedades coligadas e
controladas, conforme suas descrições pela Lei 6.404/76.
✓ Já os grupos classificados como "de direito” são aqueles criados pela
vontade de diversas empresas de combinar esforços ou participar em
atividades ou empreendimentos comuns, mediante a assinatura de
uma convenção expressa que formaliza e disciplina toda a relação
estabelecida.
✓ Os grupos de sociedades podem ser caracterizados pela existência de
pessoas jurídicas ligadas entre si através de participações societárias
de uma empresa em outra.
✓ Estas participações são reconhecidas pela contabilidade como
INVESTIMENTOS.
✓ A empresa que adquire quotas ou ações de outra empresa, passa a ser
sua sócia ou acionista e é chamada de INVESTIDORA ou
ADQUIRENTE.
✓ Já a empresa que tem parte ou o total de seu capital pertencente à
outra empresa é denominada INVESTIDA ou ADQUIRIDA.
2. Investimentos Permanentes
➢ A contabilidade define como INVESTIMENTOS todo gasto
realizado pela empresa que tenha embutido benefícios futuros, tenha
resguardado a propriedade ou posse e que seja consequência de
transações ou eventos presentes ou passados.
➢ Todo investimento é um ATIVO.
Ativo Não Circulante 
Ativo Realizável a Longo Prazo 
Investimentos
Imobilizado 
Intangível 
2.1 Participações Permanentes em Outras Sociedades
➢ Subgrupo específico de contas que figura dentro do grupo
Investimentos – Ativo Não Circulante: as Participações Permanentes em
Outras Sociedades;
➢ Neste subgrupo estão classificados os investimentos em outras
empresas, na forma de ações ou de quotas;
➢ Incluem-se somente aqueles investimentos que tenham a característica
de aplicação de capital onde os investidores tenham intenção efetiva de
usufruir os rendimentos proporcionados por esses investimentos de
forma permanente e não como uma especulação financeira.
2.1 Participações Permanentes em Outras Sociedades
➢Participações Permanentes em Outras Empresas é definido como Ativo
que representa as participações societárias de uma empresa (investidora)
em outra empresa (investida);
➢ Existe a intenção de permanência normalmente motivada por interesse
em diversificação de risco, segmentação da atividade ou aumento na
participação no mercado;
➢ Contabilmente é classificado no grupo Ativo Não Circulante, sub
grupo Investimentos.
2.1 Participações Permanentes em Outras Sociedades
➢As aplicações de capital em outras sociedades são de natureza
voluntária, representando uma espécie de extensão da atividade
econômica da própria empresa;
➢ Exemplo: uma empresa A cuja finalidade seja a produção de um
produto X pode participar de uma empresa B que tenha como objetivo
distribuir os produtos da empresa A ou vice-versa;
➢ Outros exemplos são investimentos realizados para diversificação do
risco, através da pulverização das atividades econômicas ou por intenção
de crescimento na participação no mercado da qual a investidora
participa.
2.1 Participações Permanentes em Outras Sociedades
➢ Tais investimentos representam uma ampliação voluntária da atividade
econômica, que é realizada por meio da constituição ou aquisição
(parcial ou total) de outra empresa, em vez de se efetuar a ampliação da
própria investidora;
➢ Estes aspectos dão a estes tipos de investimentos valores muito
significativos e, consequentemente, retorno e benefícios futuros
esperados. Daí, a característica de permanência destes investimentos;
➢A empresa investidora poderá decidir, a qualquer momento, vender
estes investimentos;
➢ Contudo, a classificação como um Ativo Não Circulante se dá pela
intenção existente no ato da aquisição da participação.
2.2 Tipos de Participações Permanentes
➢ Segundo a Deliberação CVM 618 de 22/12/2009, uma participação de
uma entidade em instrumentos patrimoniais de outra entidade pode se
qualificar como um investimento em:
a) Controlada;
b) Coligada;
c) Joint venture (controlada em conjunto);
d) Instrumento financeiro;
e) Coligada, em controlada ou em joint venture apresentado em
demonstração separada.
2.2 Tipos de Participações Permanentes
➢ Lei 6.404/76:
Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os
investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e
mencionar as modificações ocorridas durante o exercício.
§ 1o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência
significativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009);
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora,
diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio
que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
Definição de Coligada
➢ Uma empresa é coligada quando sua investidora detém influência
significativa sobre a investida sem, contudo, chegar a haver controle por
parte desta investidora.
➢A legislação presume a influência significativa quando a investidora
detém 20% ou mais do capital votante;
➢ Considera-se influência significativa quando a investidora detém ou
exerce o poder de participar nas decisões políticas, financeiras ou
operacionais da investida, sem controlá-la.
➢O conceito de coligada está suportado pelo enfoque da influência
significativa objetiva ou subjetiva, quando o que prevalece é a influência
que a investidora exerce sobre as investidas, independente de sua
participação.
➢ Conforme o CPC 18, “se o investidor mantém direta ou indiretamente
(por exemplo, por meio de controladas), vinte por cento ou mais do
poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência
significativa, a menos que possa ser claramente demonstrado o contrário.
➢ Por outro lado, se o investidor detém, direta ou indiretamente (por
meio de controladas, por exemplo), menos de vinte por cento do poder
de voto da investida, presume-se que ele não tenha influência
significativa, a menos que essa influência possa ser claramente
demonstrada.
➢A propriedade substancial ou majoritária da investida por outro
investidor não necessariamente impede que o investidor minoritário
tenha influência significativa.”
➢O CPC 18 determina que a existência de influência significativa por
investidor geralmente é evidenciada por um ou mais das seguintes
formas:
(a) Representação no conselho de administração ou na diretoria da
investida;
(b) Participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em
decisões sobre dividendos e outras distribuições;
(c) Operações materiais entre o investidor e a investida;
(d) Intercâmbio de diretores ou gerentes;
(e) Fornecimento de informação técnica essencial; ou
(f) Potenciais direitos de voto exercíveis ou conversíveis até uma data
futura ou até a ocorrência de evento futuro.
➢De acordo com o CPC 18, a entidade perde a influência significativa
sobre a investida quando ela perde o poder de participar nas decisões
sobre as políticas financeiras e operacionais da investida.
➢A perda da influência significativa pode ocorrer com ou sem uma
mudança no nível de participação acionária absoluta ou relativa.
Definição de Controlada
➢ Considera-se Controlada a sociedade na qual a controladora (empresa
adquirente), diretamente ou através de outras controladas (empresa
adquirida), é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, preponderâncianas deliberações sociais e o poder de eleger
a maioria dos administradores.
➢As sociedades anônimas são compostas de ações com e sem direito a
voto. Os direitos que asseguram o controle são conferidos a empresa
controladora através da propriedade da maioria ou da maior concentração
de ações com direito a voto ou através de acordo de acionistas;
➢ No Brasil, a Lei 10.303/01 alterou a composição de ações das
sociedades anônimas e, atualmente, a composição acionária das empresas
obrigatoriamente precisa conter o mínimo de 50% de capital votante.
➢ Segundo o CPC 36 – Demonstrações Consolidadas - o controle
também pode existir no caso de a controladora possuir metade ou menos
da metade do poder de voto da entidade, quando houver:
(a) poder sobre mais da metade dos direitos de voto por meio de acordo
com outros investidores;
(b) poder para governar as políticas financeiras e operacionais da
entidade conforme especificado em estatuto ou acordo;
(c) poder para nomear ou destituir a maioria dos membros da diretoria ou
conselho de administração, quando o controle da entidade é exercido
por esses órgãos;
(d) poder para mobilizar a maioria dos votos nas reuniões da diretoria ou
conselho de administração, quando o controle da entidade é exercido
por essa diretoria ou conselho.
Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou
jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob
controle comum, que:
a) É o titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral e o
poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e
b) Usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar
o funcionamento dos órgãos da companhia.
Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de
fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e
tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da
empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua,
cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender.
Exemplos:
➢ Uma empresa composta de 1.000 ações, sendo 50% com direito a voto
e 50% sem direito a voto. Sua controladora detém 50% + 1 das ações
com direito a voto, ou seja, 251 ações. Este investidor tem o controle
acionário, mesmo representando 25,10% do capital total.
➢ Outra situação frequente em que existe a figura da controlada é a de
empresas que tenham seu capital muito pulverizado, ou seja, muitos
acionistas com pequenos investimentos individuais.
Nesse caso, pode ocorrer que um acionista, mesmo tendo somente 20%
do capital votante, ainda detenha a preponderância nas deliberações
sociais, pois os demais 80% do capital votante estão espalhados por
muitos pequenos acionistas que, individualmente, não ultrapassam os
20% detidos por um só acionista.
➢ O controle de uma empresa sobre a outra pode ser DIRETO ou
INDIRETO;
➢ Suponha que a Empresa A tenha 100% das ações com direito a voto de
uma Empresa B. Assim, a Empresa A é controladora da Empresa B
diretamente.
➢ Suponhamos que a empresa A adquire 60% do capital votante da
empresa B, tornando-se, assim, a empresa A controladora direta da
empresa B. Se a empresa B, em seguida, adquire 90% do capital votante
da empresa C, a empresa A passa a ter, indiretamente, 54% do capital
votante da empresa C, ou seja, A torna-se controladora indireta da
empresa C.
2.3 Outros Investimentos
➢ É quando existe a aquisição (ou manutenção) de investimentos que
não sejam classificados como Controlada e nem Coligada mas que, ainda
sim, tenham intenção de permanência.
➢ Uma empresa pode adquirir um investimento onde a participação seja
menor que 20% do capital votante ou até nem ser capital votante onde
não há características de influência, contudo, há intenção de
permanência.
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
III - em investimentos: as participações permanentes em outras
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo
circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da
companhia ou da empresa;
Exemplo:
A empresa ZAZA S/A é uma sociedade anônima e em 31 de dezembro de
2009 sua contabilidade evidenciava a propriedade dos investimentos em
participações societárias nas empresas de A a E relacionadas na coluna
(a) da tabela que segue.
• As empresas investidas tem seu capital divido em 50% de capital
votante e 50% não votante;
• No caso da investida D a ZAZA tem representação no conselho de
administração da mesma; e
• No caso das investidas B, C e D há outros acionistas com maior
concentração de ações com direito a voto.
Investidas Tipos de Ação
Participação % Tipo de 
Investimento 
PermanenteTipo de Ações No total do Capital
A Votante 52
B Votante 22
C Não Votante 24
D Votante 14
E Votante 66
Resumo do Tipo de classificação
Relacionamento da Investidora com a 
Investida
Classificação no Balanço
da Investidora
Pouca/Nenhuma influência Instrumento Financeiro
Influência Significativa Coligada
Controle Conjunto Controlada em Conjunto
Controle Controlada
Exercícios
➢ Utilizando as informações contidas na tabela abaixo, responda as
questões a seguir:
Composição do Capital
Empresas Cia. Itararé Cia. Caxias
Outros
Acionistas
Total das 
Ações
Cia. Mauá 2.000 4.000 4.000 10.000
Cia Rondom 16.000 2.000 2.000 20.000
Cia. Caxias 35.000 ------- 15.000 50.000
1 - O percentual de participação indireta da Cia. Itararé nas empresas
Mauá e Rondon é:
a) 28% de Cia. Mauá e 20% na Cia Rondon;
b) 7% de Cia. Mauá e 70% na Cia Rondon;
c) 28% de Cia. Mauá e 7% na Cia Rondon;
d) 18% de Cia. Mauá e 77% na Cia Rondon;
e) 8% de Cia. Mauá e 28% na Cia Rondon.
2 – A Cia. Itararé tem uma participação total nas investidas na seguinte
ordem:
a) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 38% na Cia. Mauá;
b) 87% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 48% na Cia. Mauá;
c) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 38% na Cia. Mauá;
d) 67% na Cia. Rondon, 30% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá;
e) 10% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá.
3 – Se uma companhia adquire participações no capital de outra
companhia, a classificação deve ser feita:
a) No ativo não circulante, Intangível, por se tratar de ação;
b) No ativo circulante, se existir a intenção de alienação até o exercício
seguinte ao da aquisição;
c) No ativo não circulante, realizável a longo prazo, se a intenção for de
alienação a longo prazo;
d) No ativo não circulante, investimentos, por não se tratar de
especulação financeira.
4 – Companhias investidas nas quais não se verifica a possibilidade de
modo permanente, de forma direta ou indireta, de um acionista
isoladamente exercer os poderes de preponderância nas deliberações
sociais ou ainda de eleger ou destituir a maioria dos administradores, são
denominadas:
a) Consórcio, sucursal ou subsidiária;
b) Sucursais, filial ou dependências no exterior;
c) Sociedades equiparadas a controladas;
d) Empresa subsidiária integral;
e) Sociedades controladas em conjunto.
A configuração gráfica do conglomerado alfabético é a seguinte:
CIA. A
CIA. C
CIA. E
CIA.B
CIA.G
CIA. F
CIA.D
CIA. H
Outros
CIA. I
20%
10%
100%
100%
30%
60%
70%
25%
20%
30%
55%
Com base no gráfico, responda as seguintes questões:
5 – De acordo com a figura apresentada, pode-se afirmar que:
a) A Cia. G é controlada indireta da Cia. B;
b) As empresas C e I são controladas da Cia. A;
c) A Cia. A participa indiretamente na Cia. I com 9%;
d) A participação indireta da Cia. A na Cia H é de 51%;
e) A participação indireta de Cia A nas empresas F e H é idêntica.
6 – Sendo o percentual de participação da Cia. A na Cia B relativo ao
capital total e apenas em ações com direito a voto, pode-se afirmar que:
a) A Cia B é equiparada a controlada de “A”;
b) A Cia B é coligada de “A”;
c) A participação de “A” em “B” é relevante;d) A Cia A é controlada de “B”;
e) É irrelevante se “B” for dependente da tecnologia de “A”.

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