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Xilo – 2018 -LVII 5 Anatomia dos dentes molares superiores · Baseado nos slides da aula e no livro “Anatomia do dente” do Madeira, com algumas imagens retiradas do livro “anatomia dos dentes permanentes” de Glauco Fionarelli. · Molares Superiores (16-18 / 26-28) · Primeiro molar superior (16/26): Se observarmos em sua coroa pela face vestibular, veremos um contorno trapezoidal de base maior oclusal, de modo que os contornos mesial e distal convergem das áreas de contato à cervical. A borda mesial é mais plana e alta, em razão de sua área de contato, bem como a borda distal é um pouco mais convexa e menor por causa da área de contato. Todo o lado mesial será maior. Dessa forma, vemos que a cúspide mésio-lingual é maior e a borda mesial é mais alta e reta. Um sulco descerá da borda oclusal até o terço médio da coroa, podendo ser imperceptível. A linha cervical possuirá uma curvatura mínima, e nela terá uma projeção do esmalte sobre a raiz: a ponta de esmalte. Mesial Distal A face lingual (ou palatina), apesar de semelhante a vestibular, é maior. Tal fato contraria a regra geral. Conforme os conceitos, nessa face, a cúspide mésio-lingual é maior que a disto-lingual (a menor das cúspides). Podemos observar a presença de um sulco arqueado que desce da face oclusal até quase atingir a metade da face, onde se torna retilínea até o sulco da raiz. Uma variação interessante, e que ajuda a identificar o dente, é o tubérculo de Carabelli. Essa estrutura pode variar de tamanho, podendo até compor um quinto cúspide ou ser uma pequena depressão próxima ao sulco arqueado. Apenas em 60% dos casos apresentam esse tubérculo e outros 10% podem compor uma cúspide. Essa estrutura se situa aderida à face lingual da cúspide ML. As faces proximais são mais retangulares e alargadas no sentido vestíbulo-lingual. Podemos observar uma face mesial mais achatada e uma face distal mais convexa. Voltando - como sempre - à regra geral, a face mesial é mais alta e em razão disso podemos observá-la por uma vista distal. A borda lingual será completamente convexa, enquanto a vestibular é convexa no terço cervical (bossa) e se torna plana do terço médio para cima. Face mesial. Veja que nem se pode observar a distal Face distal. Podemos observar, ao fundo, a projeção da face mesial. A face oclusal tem formato de losango, onde os ângulos agudos são os disto-linguais e mésio-vestibulares (maior diagonal). As cúspides têm tamanhos diferentes, seguindo a seguinte ordem: ML>MV>DV>DL. Novamente, as cúspides mesiais são maiores juntamente à crista marginal mais longa e alta. A cúspide disto-lingual, além de ser a menor, é mais arredondada. As fossetas e sulcos têm um arranjo irregular em H, divididas por uma ponte de esmalte. Se “debulharmos” essas sequencias de sulcos e fossetas, obtemos a seguinte descrição (conforme a imagem abaixo retratada, da direita para a esquerda): por entre as cúspides mesiais sai um sulco no sentido mésio-distal, partindo da fosseta mesial e indo a central. Por entre as cúspides vestibulares passa um sulco que liga o sulco vestibular à fosseta central. O sulco arqueado da face lingual se conecta à fosseta distal, próximo à crista marginal, dividindo as cúspides linguais. Esse sulco distal se ligaria à fosseta central por outro sulco da longa diagonal (sentido DL à MV), mas em muitos casos a ponte de esmalte é muito proeminente. · Na primeira imagem, foi desenhada a descrição feita. Na segunda imagem, mostra-se a ponte de esmalte ligando as cúspides disto-vestibular à mésio-lingual. A Raiz do primeiro molar superior parte de um bulbo radicular. Podemos observar a formação de 2 raízes vestibulares (mésio e disto) e uma lingual. A lingual, por ser única, se diferencia das vestibulares por ser mais cônica e fora do eixo do dente. A raiz lingual é sulcada e não se inclina à distal. As vestibulares são achatadas no sentido mésio-distal, onde a mésio-vestibular é mais larga. As raízes vestibulares, apesar de percorrerem toda sua extensão paralelemente, inclinam-se uma ao encontro da outra no terço apical. As três raízes não podem se fusionar. Apesar disso, podemos encontrar 2 canais radiculares na raízes mésio-vestibulares. · Segundo molar superior (17 ou 27): É bem menor que seu antecessor em todas as suas proporções. A cúspide disto-lingual é muito menor que a mésio-vestibular, fazendo com que a borda oclusal tenha uma inclinação cervical abrupta de mesial à lingual. A Face lingual é bem mais reduzida que a vestibular, de modo que a cúspide vestíbulo-lingual pode não existir. Dessa forma, o molar torna-se tricuspidado. O sulco lingual, proeminente no primeiro molar, é raso e quase irrelevante. Vale ressaltar que, nesse dente, inexiste o tubérculo de carabelli. As faces proximais são como as do primeiro molar, só diferem por não ter o tubérculo. Ao observar a face oclusal, podemos observar uma acentuada convergência proximal à lingual, se comparado ao primeiro molar, uma vez que a cúspide disto-lingual é mínima. Em razão disso, a convergência das faces livres será à distal. Em casos de ausência da cúspide DL, a convergência se acentua mais. A descrição dos sulcos e fossas para esse molar é quase a mesma do primeiro molar. Contudo, as fossetas central e distal se conectam por um sulco que não havia no primeiro molar. Isso ocorre porque, no segundo molar, a ponte de esmalte é menor, sendo transpassada por um sulco principal. A sequência em “H” se mantém, podendo ser em “T” caso a cúspide DL suma. · Em poucos casos, o segundo molar superior pode apresentar forma de compressão, onde as cúspides mésio-linguais e disto-vestibulares se unem. As raízes do segundo molar são menores que as raízes do primeiro molar. São 3 raízes. Os vestibulares, 2 delas, descem muito próximas e paralelas, se curvando para a distal. · Terceiro molar superior (18/28): É menor que todos os outros molares em todas as suas proporções. Dessa forma, pode apresentar menos cúspides e menos raízes (se compararmos com o terceiro inferior, que se soma cúspides e raízes, tornando-o maior). Os numerosos sulcos secundários em sua oclusal o dão um caráter de enrugado. Assim como seu homônimo inferior, esse dente possui variadas modificações que tornam sua identificação e descrição confusa demais, bem como um sistema de cúspides e sulcos totalmente peculiar. As variações podem envolver aumento no número de cúspides ou simplificação. A face distal é mais convexa do que nos outros superiores, com normal ocorrência de hipocalcificação em sua coroa. As raízes são como as dos outros superiores, podendo apresentar coalescência.