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Introdução à Economia Resumo “Balanço de Pagamentos” [Unidade 6A. Apostila 3. Versiani e Rodrigues] 1. Balanço de Pagamentos Os balanços de pagamentos fornecem o registro contábil de todas as transações comerciais e financeiras de um país com o resto do mundo, durante determinado período (um ano, em geral). Por convenção, as transações associadas a uma entrada de dólares no país (“recebimento”, “tomados”) são registradas com sinal positivo, enquanto aquelas que resultam em saída de dólares (“pagamento”, “remessa”) são registradas com sinal negativo. Estrutura do BP: 1. Transações Correntes (TC) 1.1. Balança Comercial (BC): Exportações – Importações (mercadorias) 1.2. Balança de Serviços e Rendas (BSR) não envolvem bens tangíveis: BS → → transportes (fretes de cargas e passagens de pessoas), viagens internacionais (gastos de turistas com aquisição de bens e serviços), seguros, aluguel de equipamentos, royalties1 e licenças; BR lucros e dividendos de ações, juros (de empréstimos e→ financiamentos); , salários2. 1.3. Transferências Unilaterais (TU): movimentações financeiras sem contrapartida, não há prestação de serviço ou transações de bens (remessas de migrantes para suas famílias no país de origem; doações privadas, governamentais ou por organizações internacionais). [Lista 6A (11a)] 2. Conta Capital e Financeira (CCF): CC cessão de marcas, patentes,→ transferências de patrimônio de imigrantes; CF investimentos diretos (de→ LP, feitos em geral por empresas multinacionais, para estabelecer instalações produtivas em outros países), investimentos em carteira (aplicações em ações, títulos da dívida pública, títulos privados de renda fixa ou variável em bolsas de valores para obter ganhos de CP), derivativos (baseados em expectativas quanto ao valor futuro de um ativo, mercadoria, taxa cambial), outros investimentos (amortização de empréstimos/financiamentos). 3. Erros e Omissões (EO): para compensar superestimações ou subestimações dos componentes registrados, por deficiência de registros estatísticos (gastos de turistas são calculados por estimação e não formalmente). SBP = STC + SCCF + EO 1 Importância cobrada pelo proprietário de uma patente de produto, processo de produção, marca, entre outros, ou pelo autor de uma obra, para permitir seu uso ou comercialização. Uso autorizado de marcas comerciais, patentes, franquias, filmes. 2 Se o país obteve um saldo positivo na BR, então o PNB será maior do que o PIB. O saldo da BR corresponde à renda líquida enviada ao exterior, porém com sinal oposto (SBR= -RLEEx). Dessa forma, tem-se que um saldo positivo na BR corresponde a uma RLEEx negativa (o montante de renda enviado pelo resto do mundo ao Brasil seria superior ao montante enviado do Brasil ao resto do mundo), caso em que o PNB superaria o PIB. [Lista 6A (2)] O saldo pode ser um superávit (+) ou déficit (-), ou pode ser nulo (equilíbrio do BP). O saldo do BP é, por definição, igual à variação das reservas internacionais do país, ou seja, do estoque de moeda estrangeira/divisas detido pelo Banco Central. Um superávit (entrada) indica aumento das reservas, enquanto um déficit (saída) indica redução nas reservas. [Lista 6A (1, 3, 11b, 12)] Método de Partidas Dobradas: SBP + ΔR=0. Do ponto de vista contábil, o Resultado do BP de um país está sempre em equilíbrio, ou seja, formalmente, sempre apresenta resultado final nulo, dado que a contrapartida do déficit ou do superávit do Sbp (isto é, a variação das reservas) é registrada com sinal contrário na conta de R (sendo assim, “+” significa redução das reservas) S→ BP = -ΔR. Isso decorre da prática universalmente adotada em contabilidade de registrar cada transação a crédito de uma conta e a débito de outra, de modo que a soma dos créditos é sempre igual à dos débitos. O crédito representa a origem dos recursos, e o débito sua aplicação. Portanto, a conta R tem débitos quando entra dinheiro, e créditos quando sai dinheiro. Por exemplo, caso o balanço de pagamentos feche o ano de 2003 com um déficit de US$ 2 bilhões, esse montante será sanado automaticamente pela conta das reservas internacionais que, tendo “emprestado” essa quantia para equilibrar o balanço, tem essa variação computada como positiva, como um crédito ou um ativo do qual a conta das reservas internacionais agora dispõe. [Lista 6A (5b)] [Lista 6A (4, 5a=6=9 (+Sccf=Poupança Externa), 8a)] Por que pode ser problemático para um país ter déficits substanciais e crescentes, por anos seguidos, em TC? Porque estes déficits deverão ser compensados por superávits na CCF. De fato, torna-se difícil financiar déficits substanciais e crescentes por um longo período, pois o fluxo de capitais de CP depende, entre outros aspectos, das expectativas dos investidores estrangeiros e uma alteração dessas expectativas pode reduzir consideravelmente o fluxo de capitais para determinado país. [Lista 6A (7)] Portanto, nem todo investimento estrangeiro é igualmente desejável: investimentos diretos (em novas fábricas, por exemplo, trazendo consigo novas tecnologias e gerando emprego) são claramente superiores a aplicações de curto prazo, de natureza especulativa (em carteira e derivativos). [Lista 6A (9)] Além disso, pode provocar perda de R, se o déficit em TC for maior que o superávit na CCF. [Lista 6A (10)]
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