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Análise de Retorno de Investimentos

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90
Unidade III
Unidade III
5 ANÁLISE DE RETORNO DE INVESTIMENTOS
A análise de retorno de investimentos refere-se basicamente às decisões de aplicações em projetos de 
investimento que prometem retornos por vários períodos consecutivos, ou seja, é uma análise financeira 
de longo prazo (ASSAF NETO, 1992). Essas decisões são chamadas de decisões de investimento de longo 
prazo ou, também, de decisões de investimentos de capital, e são decisões estratégicas que envolvem o 
capital da empresa por um longo período e, por isso, demandam boa parte do tempo dos executivos de 
finanças (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2010). 
As decisões de investimento de uma empresa são tomadas a partir da apresentação de um projeto 
de investimento, que é uma proposta de utilização de recursos para obtenção de lucro. Esse documento 
apresenta o montante de recursos a aplicar (custos), o cálculo dos benefícios futuros esperados ao longo 
do tempo (lucros), as condições de financiamento do investimento e as condições técnicas para atingir 
os objetivos do investimento (SOARES et al., 2015).
O processo de análise de investimentos de longo prazo é chamado de orçamento de capital, 
pelo qual as empresas avaliam, classificam e selecionam investimentos de longo prazo que envolvem 
grande volume de capital por meio da análise de projetos em suas várias fases: geração de propostas, 
determinação das alternativas viáveis, tomada de decisão, implantação e avaliação de desempenho 
(LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2010).
Segundo Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 160-161), o orçamento de capital é um instrumento 
importante para a decisão de investimento de capital devido a vários fatores:
1. O impacto da decisão é de longo prazo – Quando a empresa decide 
implantar uma nova fábrica com vida útil de 10, 15 ou 20 anos, suas 
operações serão afetadas ao longo desse período. Suas previsões de vendas 
deverão abranger esse período, assim como a necessidade de matéria-prima, 
de energia, de pessoal especializado e treinado, de assistência técnica e 
atualização tecnológica, e assim por diante.
2. O risco envolvido é alto – O dimensionamento inadequado de mercado 
ou de tecnologia pode causar grandes prejuízos. O financiamento 
impróprio, a dependência de poucos fornecedores ou de poucos clientes, 
a má localização, a falta de energia, ou mudanças nas políticas públicas, 
as ações de concorrentes, dentre outros, são fatores que devem ser 
cuidadosamente considerados.
91
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
3. O momento adequado do investimento – Há grande dificuldade em se 
conhecer o momento adequado para o investimento. A máxima de se investir 
nos momentos de recessão como preparação para atender a demanda na 
vinda do crescimento seria válida somente se se conhecesse com alguma 
precisão e com antecedência a dimensão dos períodos de recessão e 
crescimento, fato que não acontece. A primeira montadora de veículos 
implantada no Brasil foi a Volkswagen, em 1956. Depois vieram a General 
Motors e a Ford, e somente em 1973/74, a Fiat se instalou em Minas Gerais. 
O país ficou muitos anos sendo atendido por essas quatro empresas. Com 
a abertura da economia, somente na década de 1990, mais de dez outras 
montadoras entraram no país para disputar o mercado interno: Toyota, 
Honda, Renault, Citroën-Peugeot, Daimler-Chrysler, Mitsubishi e Nissan. 
4. Racionalidade na decisão de investimento – Ao utilizar o orçamento 
de capital, a empresa pode gerar alternativas não analisadas inicialmente, 
como trocas de fornecedores, novos equipamentos, construção modular, 
terceirização de mão de obra, alianças estratégicas e novas fontes 
de financiamento.
5. Decisão de financiamento – Dependendo do montante envolvido, é possível 
analisar a viabilidade de lançar ações, captar recursos no exterior, buscar novos 
sócios ou mesmo financiamentos junto a fornecedores. Essa decisão procura 
menor custo de capital, prazos compatíveis e estrutura de capital adequada. 
O orçamento de capital propicia a análise completa desses aspectos.
As informações fundamentais para a adoção das técnicas de orçamento de capital são a estimativa 
dos fluxos de caixa livres de cada projeto e a determinação do custo de capital a ser considerado para 
descontar esses fluxos.
Segundo Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 161), “quanto maior for o risco do projeto, maior 
deverá ser o custo de capital considerado, tendo em vista que o custo de capital é afetado pelo risco do 
negócio e pelo risco financeiro de cada projeto”.
O orçamento de capital auxilia no alcance dos objetivos empresariais estratégicos, fundamentais 
para o sucesso ou para o fracasso de uma organização, como ilustrado a seguir.
92
Unidade III
Maximizar a riqueza do acionista mediante 
investimentos nos projetos mais rentáveis
Substituir ativos obsoletos, 
desgastados e antieconômicos
Criar sinergia entre 
os diversos projetos
Proteger o mercado
Dominar novos mercados
Inibir concorrentes
Aproveitar recursos existentes 
e potencial de crédito
Reduzir custos e deficiências
Aproveitar novas oportunidades, mudar o 
ritmo dos gastos e utilizar ativos de terceiros
Ob
je
tiv
os
 e
st
ra
té
gi
co
s
Figura 19 – Objetivos estratégicos de uma organização
Adaptada de: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010).
O processo de orçamento de capital consiste em cinco fases, conforme podemos observar no 
quadro a seguir.
Quadro 11 – Fases do processo de orçamento de capital
Geração de 
propostas 
— Geralmente ocorre na própria empresa a partir de ideias de investimento.
— Ideias sobre novos produtos, tecnologias e sistemas podem vir de relacionamento com os clientes 
e com o mercado.
— Visitas a feiras de negócios podem gerar uma série de novas ideias. 
Determinação das 
alternativas viáveis 
— Definição das alternativas viáveis a serem analisadas, segundo as estratégias globais da empresa.
— Qualquer decisão a ser tomada implica na escolha entre duas ou mais alternativas viáveis, tendo 
sido considerados os aspectos econômicos, tecnológicos, ambientais, éticos etc.
— Geração de relatório chamado de análise de viabilidade econômica e financeira, recomendando ou 
desaconselhando a aprovação do projeto. 
— Para comparação dos diferentes projetos, são utilizados diversos métodos de avaliação.
93
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
Tomada de decisão 
— Comprometimento de recursos para o projeto. 
— As decisões são baseadas em previsões sobre o futuro.
— As previsões podem não se confirmar, portanto é fundamental considerar as consequências de 
desvios (riscos).
— A redução dos riscos pode ser feita pela análise de diferentes cenários.
— Alguns projetos podem apresentar vantagens reais, mas difíceis de quantificar (conveniência, 
qualidade, imagem, penetração de novos mercados).
Implantação
— Exige gestão de projetos.
— Pode ser mais ou menos complexa, dependendo da natureza e do porte do projeto.
Avaliação de 
desempenho 
— Controle dos projetos em implantação.
— Avaliação a posteriori dos investimentos (em geral, um ano após a implantação).
— Avaliação do desempenho operacional. 
— O objetivo desta fase é garantir que os objetivos sejam alcançados e até ultrapassados.
Adaptado de: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010).
Existem alguns indicadores utilizados para a análise de retorno de investimentos. A seguir, 
abordaremos alguns deles.
5.1 Cálculo de Retorno sobre o Investimento (ROI)
Um dos indicadores utilizados para a análise de retorno de investimentos é o Cálculo de Retorno 
sobre o Investimento (Return on Investment – ROI). 
ROI é a medida da relação entre o valor ganho (ou perdido) como resultado de um investimento 
e o valor aplicado nesse investimento, geralmente expresso em percentagem (LEMES JÚNIOR; RIGO; 
CHEROBIM, 2010). 
O cálculo do ROI pode ser utilizado como uma forma de prever o retorno de um investimento (antes 
de investir) ou para calcular a lucratividade real do investimento realizado (após o investimento). Para o 
cálculo, é preciso subtrair o ganho obtido com oinvestimento (ou o ganho previsto) pelo valor investido 
e dividir o resultado pelo valor de investimento.
Ganho obtido – investimento
ROI 1 00
Investimento 
= ×
O resultado é expresso em percentagem.
Como exemplo, se uma aplicação rendeu ou tem a previsão de render R$ 10.000,00, tendo um 
investimento inicial de R$ 20.000,00:
40.000 – 20.000
ROI 100 100%
20.000 
= × =
94
Unidade III
Isso significa que o retorno foi ou será de 1 vez o valor investido.
 Saiba mais
Para mais informações sobre como calcular o ROI, assista ao vídeo:
ROI: o que é ROI? Como calcular o ROI? [s.d.]. 1 vídeo (5 min). Publicado 
pelo canal Instituto Montanari. Disponível em: https://bit.ly/3yDqlZW. 
Acesso em: 9 ago. 2021. 
5.2 Cálculo de payback simples e descontado
Segundo Gitman (2010), o período de payback é o tempo necessário para que uma empresa recupere 
o investimento inicial em um projeto, calculado a partir das entradas de caixa. 
Existem dois tipos de cálculo de payback: simples e descontado. O objetivo dos dois é avaliar os 
investimentos, no processo da análise de viabilidade ou análise de investimentos, de forma a se tomar 
a decisão mais adequada.
5.2.1 Payback simples
É o número de períodos (anos, meses, semanas) para se recuperar o investimento inicial. Para 
calcular, somamos os valores dos fluxos de caixa de cada período até que a soma seja igual ao valor do 
investimento inicial.
Vamos observar exemplos de projetos de investimento para compreender como o cálculo do 
payback funciona.
Exemplo 1
Um projeto demandará um investimento inicial de R$ 100.000,00, retornando um fluxo de caixa 
anual de R$ 50.000,00, após um ano de seu início, conforme representado no diagrama da figura a seguir.
R$ 50.000,00
R$ 100.000,00
Anos543210
Figura 20 – Diagrama de fluxo de caixa
95
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
O projeto do exemplo 1 tem um desembolso inicial de R$ 100.000,00, que será gradualmente recuperado 
ao longo dos anos posteriores pelas entradas de caixa anuais de R$ 50.000,00. Após o primeiro ano, haverá o 
retorno de R$ 50.000,00, e, no 2º ano, o retorno será de R$ 100.000,00 (50.000 do primeiro ano + 50.000 do 
2º ano), e assim sucessivamente. Nesse exemplo, com fluxos de caixa anuais positivos no valor de R$ 50.000,00 
cada, o retorno do investimento inicial se dará em dois anos. Após esse período, todo o dinheiro investido 
inicialmente no projeto terá retornado ao caixa da empresa. Portanto, o payback desse projeto é de 2 anos. 
Vamos fazer esse cálculo usando uma planilha eletrônica, como na tabela a seguir.
Tabela 7 – Cálculo em planilha eletrônica
Investimento inicial - R$ 100.000,00 Payback
Recuperado 1° ano R$ 50.000,00 R$ 50.000,00
Recuperado 2° ano R$ 50.000,00 R$ 100.000,00
Total R$ 0,00
Observe que o valor do investimento está com sinal negativo, pois é uma saída de caixa. Na coluna 
do payback, realizamos a soma ano a ano. Na linha total e na coluna payback, temos a soma entre 
o valor recuperado total e o investimento inicial, o objetivo é obter um valor igual a zero (como no 
exemplo) ou um valor superior a zero (o que demonstra uma recuperação total do investimento e, 
ainda, um lucro adicional).
Um projeto não costuma ter um fluxo de caixa uniforme como o do exemplo. O mais comum é 
que os fluxos de caixa ocorram com valores diferentes ao longo do tempo. O retorno dos primeiros 
períodos costuma ser menor que o dos períodos seguintes e apresentar um crescimento ao longo 
do tempo. Outras vezes, os valores dos recebimentos gerados variam para mais ou para menos ao 
longo do tempo. O exemplo 2, a seguir, mostra o fluxo de caixa de um projeto desse tipo.
Exemplo 2
Um projeto demandará um investimento inicial de R$ 200.000,00, retornando um fluxo de 
caixa variável anual de R$ 50.000,00 após o primeiro ano de seu início, e demais retornos conforme 
o diagrama da figura a seguir.
(200.000)
Anos
50.000 50.00050.000
25.000 25.000
50.000
543210
Figura 21 – Diagrama de fluxo de caixa
96
Unidade III
O payback desse projeto pode ser calculado conforme apresentado na tabela a seguir.
Tabela 8 – Cálculo do payback
Investimento inicial - R$ 200.000,00 Payback
Recuperado 1° ano R$ 50.000,00 R$ 50.000,00
Recuperado 2° ano R$ 25.000,00 R$ 75.000,00
Recuperado 3° ano R$ 25.000,00 R$ 100.000,00
Recuperado 4° ano R$ 50.000,00 R$ 150.000,00
Recuperado 5° ano R$ 50.000,00 R$ 200.000,00
Total R$ 0,00
Podemos perceber pela tabela que o dinheiro investido inicialmente só retorna para a empresa 
após o quinto ano. Portanto, o payback desse projeto é de 5 anos.
Os recebimentos de uma empresa não ocorrem uma única vez ao ano. Normalmente, eles são 
contabilizados mensalmente. Assim, se o valor recuperado no quinto ano fosse maior, por exemplo, 
se o recuperado fosse de R$ 250.000,00, e R$ 200.000,00 retornassem para a empresa no mês 9 
(setembro), poderíamos dizer que o payback é de 4 anos e 9 meses.
O payback é utilizado para a avaliação de um projeto, comparando-se o seu valor com o tempo 
máximo aceito pela empresa para o retorno em um investimento qualquer. 
Se a empresa decidisse não efetuar investimentos com tempo de retorno maior que 4 anos, o projeto 
do exemplo 2 seria rejeitado, enquanto o projeto do exemplo 1 seria aprovado, segundo esse critério. 
O prazo máximo de retorno de investimento varia de empresa para empresa e depende do risco 
do projeto e de outros critérios menos objetivos. Por exemplo, em épocas em que a empresa dispõe de 
menos recursos financeiros ou em épocas de problemas na economia do país, as empresas tendem 
a reduzir o prazo aceitável de retorno do investimento.
O método do payback simples, apesar de bastante utilizado para a análise de investimentos, 
apresenta algumas limitações práticas, uma vez que o retorno futuro não pode ser garantido. 
No entanto, ele é utilizado em conjunto com outras formas de avaliação, sendo um dos itens 
considerados na avaliação e na classificação de um projeto. Alguns exemplos dessas limitações 
podem ser observados nos fluxos de caixa dos dois projetos apresentados na tabela a seguir.
Tabela 9 – Fluxo de caixa
Fluxos de caixa Investimento inicial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Projeto 1 - 200.000,00 50.000,00 70.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00
Resultado - 150.000,00 - 80.000,00 0,00 80.000,00 160.000,00
Projeto 2 - 200.000,00 50.000,00 50.000,00 100.000,00 50.000,00 50.000,00
Resultado - 150.000,00 - 100.000,00 0,00 50.000,00 100.000,00
97
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
No método do payback simples não se leva em consideração a distribuição dos fluxos de caixa 
ao longo do tempo, apenas a quantidade de períodos necessários para o retorno do investimento. 
Essa é uma limitação do método.
Ambos os projetos de investimento apresentados na tabela têm um payback de 3 anos (ambos 
obtêm um valor zero no ano 3). Assim, se o prazo máximo para retorno dos investimentos definido 
pela empresa for igual ou maior a 3 anos, ambos os projetos podem ser aprovados. 
Outra limitação do método é a grande diferença entre os dois projetos quanto ao retorno 
do projeto após o payback. Vemos que, em ambos os projetos, 25% do capital retorna ao caixa da 
empresa ao final do primeiro ano. No projeto 1, 60% do capital investido retorna ao caixa da empresa no 
segundo ano, enquanto no projeto 2 apenas 50% retornam no mesmo período. Além do mais, após 
o terceiro ano, o projeto 1 passa a retornar valores maiores ao caixa da empresa. Portanto, os dois 
projetos apresentam grandes diferenças de fluxo de caixa. Podemos concluir que o primeiro projeto 
seria certamente o mais vantajoso para a empresa, se analisássemos a distribuição dos fluxos de 
caixa além do payback. 
O método do payback simples é útil e tem aplicação prática, principalmente por ser bastante 
simples e fácil de calcular. Porém, deve ser utilizado em conjunto com outras ferramentas de 
análise que possam fornecer mais informações importantes sobre a viabilidade e a rentabilidade 
do investimento proposto.
5.2.2 Payback descontado
É calculadoa partir do fluxo de caixa, acrescentando uma taxa de desconto para a correção dos 
valores no período. Geralmente, é utilizada a Taxa Mínima de Atratividade (TMA).
 Observação
A TMA é uma taxa de juros que representa o mínimo que um investidor 
se propõe a ganhar quando faz um investimento.
Esse método corrige uma das principais falhas do payback simples, que é de não considerar o valor 
do dinheiro no tempo, porém ainda não leva em consideração os fluxos de caixa após o payback (LEMES 
JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2010).
Exemplo 3
Vamos considerar os mesmos fluxos de caixa do Exemplo 2, conforme a figura a seguir. Quanto 
tempo levará para recuperar o capital investido se descontarmos o valor do dinheiro no tempo trazendo 
o valor presente ao custo de capital de 15%?
98
Unidade III
(200.000)
Anos
50.000 50.00050.000
25.000 25.000
50.000
543210
Figura 22 – Fluxo de caixa
Para calcular o payback descontado, precisamos trazer os fluxos para a data zero (início do 
investimento) usando a taxa de desconto e calculando os juros compostos.
Lembrando que a fórmula de juros compostos é:
( )nVF VP 1 i = +
Em que:
VF = valor futuro 
VP = valor presente
n = número de períodos de capitalização
i = taxa de juros
Ajustamos a fórmula para calcular o valor descontado:
( )n
VF
VP 
1 i
=
+
Aplicamos a fórmula para cada período:
Recuperado 1° ano: 
( )1
50.000
VP 43.478,26
1 0,15
= =
+
Recuperado 2° ano: 
( )2
25.000
VP 18.903,59
1 0,15
= =
+
99
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
Recuperado 3° ano: 3
25.000
VP 16.437,91
(1 0,15)
= =
+
Recuperado 4° ano: 
( )4
50.000
VP 28.587,66
1 0,15
= =
+
Recuperado 5° ano: 
( )5
50.000
VP 24.858,84
1 0,15
= =
+
Podemos realizar esses cálculos em uma planilha eletrônica para facilitar, como apresentado na 
figura a seguir.
Figura 23 – Cálculo em planilha eletrônica
O resultado pode ser observado na tabela a seguir:
Tabela 10 – Resultados
Investimento inicial - R$ 200.000,00 Payback simples Payback descontado
Recuperado 1° ano + R$ 50.000,00 R$ 50.000,00 R$ 43.478,26
Recuperado 2° ano + R$ 25.000,00 R$ 75.000,00 R$ 62.381,85
Recuperado 3° ano + R$ 25.000,00 R$ 100.000,00 R$ 78.819,76
Recuperado 4° ano + R$ 50.000,00 R$ 150.000,00 R$ 107.407,40
Recuperado 5° ano + R$ 50.000,00 R$ 200.000,00 R$ 132.266,30
A conclusão, nesse caso, é de que o valor investido não será recuperado até o quinto ano. 
Portanto, com o cálculo do payback descontado, vemos como os juros afetam o tempo de retorno 
de um investimento. Para determinar o tempo de payback, devemos continuar o cálculo até 
encontrar o período no qual acontecerá o retorno do investimento. Portanto, vamos supor, para 
fins de exemplo, que haverá um valor recuperado de R$ 85.000,00 nos anos seguintes e calcular o 
payback descontado, como mostra a tabela a seguir.
100
Unidade III
Tabela 11 – Cálculo do payback
Investimento inicial - R$ 200.000,00 Payback simples Payback descontado
Recuperado 1° ano + R$ 50.000,00 R$ 50.000,00 R$ 43.478,26
Recuperado 2° ano + R$ 25.000,00 R$ 75.000,00 R$ 62.381,85
Recuperado 3° ano + R$ 25.000,00 R$ 100.000,00 R$ 78.819,76
Recuperado 4° ano + R$ 50.000,00 R$ 150.000,00 R$ 107.407,40
Recuperado 5° ano + R$ 50.000,00 R$ 200.000,00 R$ 132.266,30
Recuperado 6° ano + R$ 85.000,00 R$ 285.000,00 R$ 169.014,10
Recuperado 7° ano + R$ 85.000,00 R$ 370.000,00 R$ 200.968,80
A conclusão é que, pelo método do payback descontado, levando em consideração a taxa de 
retorno de 15% ao ano, o retorno do investimento ocorrerá ao final do sétimo período. 
A vantagem de usar o cálculo do payback descontado é fornecer uma visão mais realista do 
retorno de um investimento. Porém, dependendo do caso, o cálculo pode ser mais complexo, uma 
vez que diversos fatores podem influenciar o fluxo de caixa.
 Saiba mais
Para saber mais sobre como calcular o payback, assista ao vídeo:
COMO calcular o payback. [s.d.]. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal 
Fabricando Resultados. Disponível em: https://bit.ly/37zY4r8. Acesso em: 
9 ago. 2021.
5.3 Cálculo de Valor Presente Líquido (VPL)
O método do VPL consiste em calcular o valor presente de cada movimentação do fluxo de caixa do 
projeto, somando todos os valores calculados e subtraindo desse total o valor do investimento inicial.
A fórmula para o cálculo do VPL de um projeto é semelhante à fórmula para cálculo do valor presente. 
A diferença é que o cálculo deve ser realizado para todo o fluxo de caixa, incluindo o investimento inicial. 
A fórmula do VPL é:
( )
n
t
0t
t 1
FC
VPL I
1 i=
 
= − 
 + 
∑
n
t 1=
=∑ somatório desde o tempo t = 1 até o tempo n
101
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
VPL = valor presente líquido
FCt = fluxo de caixa de cada período
n = número de períodos do projeto
i = taxa de juros
I0 = investimento inicial do projeto
A fórmula indica que o VPL é o somatório dos valores presentes dos fluxos de caixa do projeto. 
A notação:
n
t 1
 
=
∑
indica que devemos fazer essa somatória considerando todos os componentes do fluxo de caixa, 
desde o momento t = 1 até o momento n, que é o último período do projeto. Do resultado dessa soma, 
subtraímos o valor do investimento inicial (I0), e o resultado final será o VPL do projeto em questão.
Na fórmula do VPL, consideramos que todo o investimento feito no projeto equivale ao investimento 
inicial. No entanto, se houver investimentos intermediários, ou seja, não somente entradas de caixa, 
mas também saídas de caixa ao longo do tempo do projeto, também será necessário calcular o VP 
desses fluxos. 
Quando o VPL do projeto é positivo, ele indica que o investimento feito apresentará rentabilidade 
maior do que a taxa mínima aceitável para a empresa. Assim, os recebimentos que ocorrerão compensarão 
o investimento inicial, considerando-se a taxa mínima de atratividade da empresa. 
Por exemplo, um projeto precisa de um investimento inicial de R$ 1.500.000,00 e terá a duração 
de 3 anos. Durante esse período, serão recebidos como resultado das vendas do projeto três valores: 
R$ 500.000,00, R$ 300.000,00 e R$ 700.000,00, respectivamente. A taxa de juros mínima aceita pela 
empresa para que um investimento seja considerado atrativo é de 2% a.a. A figura a seguir representa 
o fluxo de caixa.
102
Unidade III
(1.500.000)
700.000
t (anos)
500.000
300.000
3210
Figura 24 – Fluxo de caixa
A análise da viabilidade do projeto pelo método do VPL é feita considerando-se o valor presente no 
instante zero, isto é, no momento seu do início. 
É preciso calcular o valor presente (no momento zero) de cada um dos fluxos de caixa do projeto e 
somá-los. Como o valor do investimento inicial ocorre no instante zero, não é preciso aplicar nenhuma 
taxa de juros para descontá-lo, basta subtraí-lo do total calculado para os demais valores. 
Vamos utilizar a fórmula para o cálculo do valor presente para cada um dos fluxos relativos à de 
cada um dos três recebimentos que ocorrerão ao longo do tempo do projeto, utilizando a taxa definida.
( )1 1
500.000
VP 490.196,08
1 0,02
= =
+
( )2 2
300.000
VP 288.350,63
1 0,02
= =
+
( )3 3
700.000
VP 659.625,63
1 0,02
= =
+
1 2 3VP VP VP 490.196,08 288.350,63 659.625,63 1.438.172,34+ + = + + =
1 2 3 0VPL (VP VP VP ) I= + + −
VPL 1.438.172,34 1.500.000,00 61.827,65= − = −
Podemos realizar esses cálculos numa planilha eletrônica, como nas figuras a seguir.
103
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
Figura 25 
6
Figura 26 
Segundo o critério do VPL, os investimentos em projetos que apresentem um VPL igual ou maior do 
que zero são considerados atrativos, e os que apresentam valor menor que zero são considerados não 
atrativos para a empresa. 
Quanto maior for a taxa utilizada para o cálculo do VPL, isto é, quanto maior for a taxa mínima 
aceita pela empresa para seus investimentos, menor será o valor final do VPL. 
 Observação
A taxa mínima aceita como retorno para um investimento não pode ser 
menor do que o custo do seu capital, ou a empresa estaria pagando mais 
pelo dinheiro investido doque o que ela receberia como retorno. 
104
Unidade III
A escolha da estrutura de capital correta que resulte em um custo de capital mais baixo possível 
é essencial para viabilizar os projetos, uma vez que eles terão seus retornos comparados com o custo 
calculado pelo método do VPL. Por isso, quando as taxas de juros no país são altas, isso implica em altos 
custos de capital e inviabiliza um grande número de projetos de investimentos das empresas. 
A figura a seguir mostra graficamente como o VPL diminui com o aumento da taxa de desconto 
utilizada para seu cálculo.
Taxa de descontoVPL < 0
VPL > 0
VPL
Figura 27 – Diminuição do VPL com o aumento da taxa de desconto
 Saiba mais
Para conhecer mais sobre como calcular o VPL, assista ao vídeo:
ANÁLISE de investimentos e VPL. [s.d.]. 1 vídeo (9 min). Publicado 
pelo canal Fabricando Resultados. Disponível em: https://bit.ly/3m5uti3. 
Acesso em: 9 ago. 2021.
5.4 Cálculo de Taxa Interna de Retorno (TIR)
O VPL de um projeto diminui à medida que aumenta o valor da taxa de desconto. Quando o VPL é 
igual a zero, chamamos a taxa utilizada de Taxa Interna de Retorno (TIR). Ou seja, é a taxa que iguala o 
valor presente dos recebimentos e dos gastos em um projeto. 
Quando avaliamos o investimento em um projeto, comparamos a TIR calculada com a taxa mínima 
de retorno aceita pela empresa. Se a TIR for menor que essa taxa, o projeto não é considerado atrativo, 
e, se a TIR for igual ou maior, o projeto é considerado rentável. Assim, o projeto mais atrativo será aquele 
que apresentar o maior valor de TIR. 
105
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
O cálculo da TIR pode ser efetuado a partir da fórmula para o cálculo do VPL, que deverá resultar em 
um VPL igual a zero: 
( )
n
t
0t
t 1
FC
VPL I 0
1 i=
= − =
+
∑
Para realizar o cálculo manualmente, ele deve ser feito de forma interativa, por tentativas 
e aproximações sucessivas, e utilizando diversos valores de taxa i até que se aproxime de VPL = 0. 
Normalmente, para efetuar esse cálculo, utiliza-se uma calculadora financeira ou planilhas eletrônicas, 
que possuem fórmulas internas para o cálculo facilitado da TIR.
Exemplo 1
Um projeto demandará um investimento inicial de R$ 1.500.000,00, retornando um fluxo de caixa 
variável anual de R$ 500.000,00 após o 1° ano de seu início, R$ 300.000,00 após o segundo ano e 
R$ 800.000,00 após o terceiro ano. Na figura a seguir, vemos o cálculo da TIR realizado em planilha 
eletrônica utilizando a fórmula financeira da planilha, como apresentado na figura a seguir.
Figura 28 – Cálculo da TIR em planilha eletrônica
Na figura, vemos que o valor da TIR para o projeto apresentado é de aproximadamente 3% a.a. 
Quando utilizamos esse valor como taxa i para o cálculo do VPL, o resultado deve ser aproximadamente 
igual a zero. 
Esses são os principais métodos para a classificação e avaliação de projetos de investimento, segundo 
critérios financeiros. Esses critérios devem ser utilizados para verificação da viabilidade financeira, 
efetuando os ajustes necessários para que eles sejam rentáveis para a empresa.
106
Unidade III
 Saiba mais
Para aprender mais sobre como calcular a TIR, assista ao vídeo:
TAXA Interna de Retorno (TIR): o que é? Como calcular? 2020. 1 vídeo 
(3 min). Publicado pelo canal João André Arcanjo Lino. Disponível em: 
https://bit.ly/3s8CFyE. Acesso em: 9 ago. 2021.
6 DECISÕES DE FINANCIAMENTO
Enquanto as decisões de investimentos estão relacionadas ao processo de identificação, avaliação 
e seleção das opções de aplicação dos recursos de uma empresa, as decisões de financiamento estão 
relacionadas à definição da natureza dos fundos aplicados.
As decisões de financiamento estão relacionadas com a definição das fontes de financiamentos 
a serem utilizadas nas atividades da empresa e nos projetos de investimento (LEMES JÚNIOR; RIGO; 
CHEROBIM, 2010). Elas envolvem:
• escolha da estrutura de capital;
• determinação do custo de capital;
• captação de recursos.
Em uma empresa, o financiamento das atividades é realizado por meio do uso de diferentes tipos 
de fundos, que podem ser obtidos externamente ou gerados pelas operações da própria empresa. 
Os principais tipos de financiamento disponíveis são:
• empréstimos bancários;
• financiamentos e leasing;
• recursos próprios;
• dividendos pagos.
Segundo Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010), no campo de decisões de investimento, as empresas 
criam, recebem e desenvolvem alternativas, buscando sempre a maximização da riqueza dos acionistas.
No Brasil, os financiamentos são oferecidos pelas instituições financeiras. As organizações 
costumam utilizar os agentes governamentais como o BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do 
Brasil, que são organizações que têm por objetivo principal o desenvolvimento do país. Uma das linhas 
107
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
de financiamento do BNDS, por exemplo, é a Finame, que é destinada à compra de equipamentos 
novos de fabricação nacional.
As opções de financiamento podem ser classificadas em duas categorias: 
• Capital próprio: todo o capital líquido da empresa, ou seja, todo o patrimônio da empresa e os 
dividendos que os sócios-proprietários e acionistas recebem.
• Capital de terceiros: recursos obtidos a partir de instituições financeiras.
Tanto para os aspectos de investimento como de financiamento, o custo de capital é muito importante 
na tomada de decisão, sendo uma das principais e mais importantes variáveis no estudo da estrutura de 
capital e, por conseguinte, das fontes e tipos de financiamento.
6.1 Custo de capital e seus tipos
O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa precisa obter nos projetos em que investe, 
de forma a manter o valor de mercado de sua ação. Uma outra forma de entender o custo de capital é 
como a taxa de retorno que os fornecedores de capital exigem no mercado para que seus fundos sejam 
atraídos para a empresa (GITMAN, 2010). 
Dessa forma, se considerarmos que o risco é constante (não há variação nos riscos durante o período 
do investimento/financiamento), os projetos que apresentam taxa de retorno superior ao custo de 
capital farão elevar o valor da empresa, enquanto os que apresentam taxa de retorno inferior farão 
reduzir o valor da empresa (GITMAN, 2010).
Nas decisões de investimento, o custo de capital estabelece um limite inferior ou mínimo para 
comparação entre os investimentos propostos. Assim, o custo de capital é usado para decidir se um 
investimento proposto poderá aumentar ou diminuir o preço da ação da empresa.
Nas decisões de financiamento, o custo de capital está relacionado com a composição da estrutura 
de capital, portanto, deve haver um equilíbrio entre capital próprio e de terceiros de forma a minimizar 
o custo do capital global e, dessa forma, maximizar o valor da empresa e a riqueza dos acionistas.
Há diversos fatores que podem afetar o custo de capital de uma empresa. Alguns estão além do 
controle da empresa, como o nível das taxas de juros e os impostos, enquanto outros são influenciados 
pelas políticas de financiamento e de investimento da empresa (regras definidas por cada empresa), 
como sua política de estrutura de capital, sua política de dividendos e sua política de investimento.
O custo de capital equivale ao custo de cada tipo de capital (próprio ou de terceiros) ponderado pela 
proporção desse tipo de capital na estrutura de capital da empresa e é determinado fundamentalmente 
com base no risco da decisão financeira.
108
Unidade III
Segundo Gitman (2010), o custo de capital é um conceito dinâmico, e podemos adotar algumas 
premissas quanto ao risco e ao imposto de renda para identificar a estrutura básica do custo de 
capital, como:
• Presumir que o risco econômico seja constante, o que implica que a aceitação de um determinado 
projeto não afete a capacidade de a empresa arcar com o custo operacional.
• Presumir que o risco financeiro (juros, aluguéis, dividendos preferenciais) seja constante, o que 
implica que os projetos serão financiadosde tal maneira que a capacidade de a empresa honrar 
seus custos de financiamento seja constante.
• Apurar os custos relevantes após o imposto de renda (medir o custo de capital depois do 
imposto de renda).
O custo de capital total de uma empresa é calculado considerando os dois componentes de 
financiamento: capital de terceiros (empréstimos) e capital próprio (recursos dos acionistas).
6.1.1 Capital de terceiros
O custo do capital de terceiros (custo do empréstimo) são os juros que os fornecedores de capital 
(bancos, financeiras) cobram quando emprestam recursos a uma empresa. Por exemplo, um banco 
cobra 18% a.a. de juros para liberar um financiamento a uma empresa, esse é o custo anual da dívida 
da empresa. 
 Observação
É importante notar que a aplicação dos recursos captados de terceiros 
deve promover um retorno superior ao custo da dívida, de forma a 
remunerar as expectativas de ganhos das fontes de capital.
Existem vantagens tributárias maiores no uso de capital de terceiros. Quanto maior a alíquota de IR, 
maior a vantagem da empresa em utilizar recursos de terceiros, pois o custo real dos juros é inteiramente 
dedutível da base de cálculo de IR.
6.1.2 Capital próprio
O custo de capital próprio é um custo implícito, calculado sobre os recursos que pertencem à 
empresa. Esse custo é um custo de oportunidade, ou seja, trata-se do retorno da melhor oportunidade 
financeira que o investidor renuncia ao preferir utilizar seus recursos em outra alternativa de aplicação.
O custo de capital próprio é um estudo complexo nas finanças corporativas, pois devem ser 
assumidas diversas hipóteses e abstrações teóricas para seu cálculo (ASSAF NETO, 1992). Esse custo 
109
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
pode ser definido pela taxa mínima de retorno a ser obtida pela empresa para manter constante o preço 
de mercado da ação.
A taxa mínima de retorno está relacionada com o custo da melhor oportunidade que será perdida 
pelos acionistas, já que o acionista desiste de aplicar seu dinheiro no mercado financeiro e quer ter, 
no mínimo, uma expectativa de conseguir esse retorno nas ações da empresa (já que irá investir nela). 
Por isso, o cálculo do custo de capital próprio apresenta grandes dificuldades, pois existem a dificuldade 
na previsão dos lucros futuros, que se convertem em dividendos, e a dificuldade de previsão dos 
preços das ações.
O financiamento com utilização de recursos próprios pode ocorrer mediante a retenção de lucros 
e/ou da emissão de ações ordinárias e preferenciais, negociadas no mercado de capitais.
 Observação
O capital de terceiros, de forma geral, é mais barato que o capital próprio. 
Isso ocorre porque quem empresta recurso não corre risco operacional 
(possibilidade de ocorrência de perda resultante de falha, deficiência ou 
inadequação de quaisquer processos internos envolvendo pessoas, sistemas 
ou de eventos externos e inesperados). O capital próprio, por sua vez, conta 
com a participação de sócios e acionistas, que correm esse risco operacional 
junto com a empresa.
A empresa deve sempre avaliar, mediante a relação risco-retorno, as formas de financiamento que 
melhor se ajustam às suas necessidades. A melhor combinação de recursos e formação da estrutura 
ótima de capital deve ser uma composição em que o custo de capital seja mínimo e a riqueza dos sócios 
seja maximizada.
6.1.3 Análise de investimento baseada no custo de financiamento
Para entender como funciona a análise de investimento baseada no custo de financiamento, vamos 
supor, por exemplo, que uma empresa possui duas oportunidades de investimento em que o custo será 
de R$ 1.000.000,00 com uma vida útil de 15 anos:
• Projeto 1: TIR de 15%, custo do capital de terceiros de 12% a.a. 
• Projeto 2: TIR de 20%, custo do capital próprio de 22% a.a.
Em uma primeira análise, a empresa decide investir no projeto 1, uma vez que o retorno de 15% é 
maior do que o custo do capital de 12%, e decide não investir no projeto 2, uma vez que o retorno de 
20% é menor do que o custo do capital de 22%. Assim, foi aceito um projeto com retorno de 15% e 
rejeitado um de 20%. 
110
Unidade III
Será que a decisão foi acertada e atendeu aos interesses dos sócios? Será que existe uma solução 
melhor? Há uma solução: se a empresa usar um custo de capital combinado, poderá obter taxas mais 
atraentes e tomar decisões melhores no longo prazo. Para isso, devemos ponderar o custo de cada fonte 
de financiamento por sua proporção de utilização ideal na estrutura de capital da empresa, obtendo 
um custo médio ponderado. Assim, supondo que a meta da empresa seja um mix de 50% de capital de 
terceiros e 50% de capital próprio, o custo médio ponderado de capital seria:
Custo médio ponderado = (0,50 × 0,12) + (0,50 × 0,22) = 0,17 ou 17%
Em uma nova análise, portanto, o projeto 1 seria rejeitado, já que TIR < custo médio ponderado 
(15% < 17%), e o projeto 2 seria aprovado, pois TIR > custo médio ponderado (20% > 17%). Dessa 
forma, a empresa optaria por um projeto mais lucrativo.
6.2 Estrutura de capital
O conceito de estrutura de capital trata da combinação de fontes de financiamento de longo prazo, 
capital próprio ou de terceiros que a empresa possui, ou seja, descreve a combinação dos diferentes 
tipos de recursos utilizados por uma empresa.
Segundo Gitman (2010, p. 433): 
 
O custo de capital é estimado em um momento específico. Reflete o custo 
futuro médio esperado dos fundos no longo prazo. Embora as empresas 
costumem levantar dinheiro em lotes, o custo de capital deve refletir 
a inter-relação das atividades de financiamento. Por exemplo, se uma 
empresa levantar fundos de terceiros (empréstimos) agora, é provável que 
algum tipo de capital próprio, como ações ordinárias, tenha que ser usado 
da próxima vez que necessitar de recursos. A maioria das empresas procura 
manter um mix ideal de capital de terceiros e capital próprio. Na prática, 
essa combinação costuma ser uma faixa, digamos “entre 40% e 50% de 
capital de terceiros”, não um ponto, como “55% de capital de terceiros”. 
A isso chamamos estrutura de capital ideal.
Uma empresa é composta por duas variações de capital: o capital proveniente do investimento dos 
sócios (capital social) e o capital proveniente de terceiros (dívidas, financiamentos). Cada tipo de capital 
possui características, custos, tributos e disponibilidades distintas.
 Observação
Para investidores, a análise dos índices de estrutura de capital das 
empresas permite comparar as empresas entre si e descobrir quais 
apresentam uma gestão de endividamento mais equilibrada de forma a 
escolher melhor em que empresas investir.
111
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
O Balanço Patrimonial da empresa, com a somatória do capital social e do passivo não circulante, 
demonstra a estrutura de capital, que pode variar em função de seu tamanho, lucratividade e 
estratégias da empresa.
A estrutura de capital é planejada, criada e alterada pela empresa conforme o arranjo que mais 
favorece a realização dos seus objetivos organizacionais, levando em conta o contexto econômico (alta 
ou baixa dos juros) e os planos internos (expansões, fusões).
A escolha pela fonte de recursos e pela taxa de distribuição depende das condições internas da 
empresa. As condições que mais interferem na decisão estão descritas na figura a seguir.
Quanto maior é o horizonte de crescimento de uma 
empresa, maior é a possibilidade de ela buscar o capital 
externo para viabilizar e acelerar a expansão, uma vez que 
o capital externo costuma ser mais barato
Quanto maior a projeção de acréscimo na lucratividade 
de uma empresa, maior a facilidade de acesso ao crédito 
externo, já que o credor (quem empresta) vê uma 
maior possibilidade de novos financiamentos e pouca 
possibilidade de não receber
Quanto maior a volatilidade de uma empresa (variação do 
valor da ação), menor é a facilidade de acesso ao capital 
externo devido ao risco que apresenta aos credores
Condições internas 
da empresa
Crescimento potencial
LucratividadeVolatilidade
Figura 29 – Condições que interferem na decisão de escolha
Segundo Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 221):
 
A estrutura ótima de capital procura atingir dois objetivos: maximizar o valor 
das ações e minimizar o custo de capital. Esses dois objetivos se confundem, 
pois à medida que se reduz custo de capital, podem-se aprovar mais projetos 
que contribuam para o aumento da riqueza. A busca da estrutura ótima de 
capital é contínua, pois o mercado é dinâmico e as condições de negócios 
mudam constantemente.
Alguns fatores são determinantes na escolha da estrutura de capital, conforme podemos observar 
no quadro a seguir.
112
Unidade III
Quadro 12 – Fatores determinantes na escolha da estrutura de capital
A Condições gerais da economia
1. Demanda e oferta na economia: crescimento do Produto Interno Bruto; política fiscal; política cambial; queda do 
desemprego; balança comercial.
2. Inflação: comportamento; tendências; metas do governo.
B Condições de mercado
3. Agentes: uma série de restrições contratuais ou de políticas empresariais podem dificultar a emissão de novas 
ações, contratação de novas dívidas, retenção de lucros, ou diluição do controle acionário.
C Decisões operacionais e financeiras
4. Risco de negócio: o mercado avalia o comportamento das receitas e dos custos e despesas, visando avaliar as 
tendências de lucros. Avalia também a capacidade de geração de caixa suficiente para cumprir obrigações.
5. Risco financeiro: a obtenção de lucros operacionais para pagar juros e devolver empréstimos é fundamental 
para evitar insolvência. Um baixo risco financeiro propicia condições para tomada de novos financiamentos ou 
lançamentos de ações.
6. Posição tributária: uma das grandes vantagens da utilização do capital de terceiros é o benefício da dedução do 
Imposto de Renda, se por qualquer motivo a empresa não puder se beneficiar dessa vantagem, o endividamento 
deixa de ser interessante.
7. Informações: a empresa deve preocupar-se em prestar informações que possam permitir ao mercado avaliar 
adequadamente a sua posição de risco. Por outro lado, deve estar bem informada sobre as condições dos mercados 
de capital e financeiro, em termos de fontes de financiamento disponíveis e a melhor oportunidade para captá-las.
8. Sincronia: deve haver equilíbrio entre o vencimento dos juros e a entrada de recursos. Todo administrador 
financeiro deve cuidar para que os compromissos sejam honrados nos prazos e nas condições contratados.
9. Vontade do acionista controlador: a preferência do acionista deve ser levada em consideração na determinação 
da estrutura de capital. Em algumas ocasiões, o controlador prefere uma alavancagem menor que o despreocupe da 
necessidade periódica de produzir resultados suficientes para cobrir o pagamento fixo mensal de juros.
D Volume de recursos a serem financiados
10. Demanda de recursos: constantes tomadas de recursos podem sinalizar ao mercado dificuldades financeiras 
explícitas ou implícitas, em vez de sinalizar capacidade de gerar e aproveitar oportunidades de negócio.
Adaptado de: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010, p. 222).
6.2.1 Indicadores de estrutura de capital
Os indicadores de estrutura de capital servem para demonstrar qual o grau de dependência de uma 
empresa de fontes externas (capital de terceiros) e internas (capital próprio) de recursos de capital, além 
de demonstrar seu grau de risco financeiro.
As empresas que dependem muito de capital de terceiros apresentam um maior risco, exigindo mais 
garantias e remuneração para liberação dos financiamentos.
As fórmulas para cálculo do endividamento de uma empresa são:
a) Endividamento Geral (EG):
( )PC PNC
EG
AT
+
=
113
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
b) Endividamento com Terceiros (ET):
( )PC PNC
ET
PL
+
=
c) Composição do Endividamento (CE):
( )
PC
CE
PC PNC
=
+
d) Imobilização de Recursos não Recorrentes (IRNC):
AP
IRNC
PNC PL
=
+
Em que: 
AT = Ativo Total
AP = Ativo Permanente
PC = Passivo Circulante
PNC = Passivo não Circulante
PL = Patrimônio Líquido
Vamos utilizar como exemplo os dados de uma empresa fictícia listada em bolsa de valores para 
cálculo dos índices de endividamento (valores em milhões de reais):
AT = 35.000
AP = 15.000
PC = 10.500
PNC = 15.500
PL = 7.500
114
Unidade III
e) Endividamento Geral (EG):
( )10.500 15.500
EG 0,74 ou 74%
35.000
+
= =
f) Endividamento com Terceiros (ET):
( )10.500 15.500
ET 3,47 ou 350%
7.500
+
= =
g) Composição do Endividamento (CE):
( )
10.500
CE 0,40 ou 40%
10.500 15.500
= =
+
h) Imobilização de Recursos não Recorrentes (IRNC):
15.000
IRNC 0,65 ou 65%
15.500 7.500
= =
+
6.2.2 Estrutura de capital ideal
Estrutura de capital ideal é a combinação ótima de financiamento desejada utilizando capital de 
terceiros e capital próprio que a maioria das empresas procura manter (GITMAN, 2010).
Mas qual o motivo de se desejar manter uma combinação de financiamentos?
Já vimos anteriormente que o capital de terceiros custa mais barato que o capital próprio, assim, 
seria lógico pensar em financiar todos os investimentos de uma empresa somente com recursos de 
terceiros. No entanto, não há como ter certeza absoluta de que haverá sempre geração de caixa 
operacional. Assim, se uma empresa decidir financiar todos os investimentos com recursos de terceiros, 
ela provavelmente vai quebrar (falir) quando tiver que pagar suas dívidas em períodos de fluxo de caixa 
operacional reduzido (como é observado em tempos de crise).
A ponderação adequada entre o capital próprio e o capital de terceiros é aquela na qual o custo 
médio ponderado do capital é o menor possível. Esse custo deve ser calculado para cada caso.
6.3 Fontes e tipos de financiamento
Uma empresa pode necessitar de financiamento em diversos momentos e para diferentes finalidades, 
desde uma reforma até a expansão das atividades da empresa. Em função disto, existem tipos de 
financiamento diferentes no mercado para ampliar as opções de escolha.
115
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
 Lembrete
Há duas fontes de financiamento: capital próprio e capital de terceiros. 
Essas fontes permitem tipos diferentes de financiamento e diferentes prazos.
Exemplo de aplicação
Exemplo 1
A ponderação adequada entre o capital próprio e o capital de terceiros é aquela na qual 
o custo médio ponderado do capital é o menor possível. Com base nessa informação, analise as 
afirmativas a seguir:
I – A combinação específica entre capital próprio utilizado pela empresa para financiar suas operações 
e capital de terceiros a longo prazo é chamada de capital total.
II – A estrutura de capital trata da combinação dos diferentes tipos de recursos utilizados por 
uma empresa.
III – O financiamento das atividades empresariais é realizado com o uso de diferentes tipos de 
fundos, que podem ser obtidos externamente ou gerados pelas operações da própria empresa.
As afirmativas corretas são:
A) I, II e III.
B) Apenas I e II.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
E) Nenhuma das afirmativas está correta.
Resolução 
A resposta correta é a alternativa D. A afirmativa I está incorreta. A combinação específica entre 
capital próprio, utilizado pela empresa para financiar suas operações, e capital de terceiros a longo prazo 
é chamada de estrutura de capital.
116
Unidade III
Exemplo 2
O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa precisa obter nos projetos em que investe, 
de forma a manter o valor de mercado de sua ação. Com base nessa informação, analise as afirmativas 
a seguir:
I – Nas decisões de financiamento, o custo de capital está relacionado com a composição da 
estrutura de capital.
II – O custo de capital equivale ao custo de cada tipo de capital (próprio ou de terceiros) ponderado 
pela proporção desse tipo de capital na estrutura de capital da empresa.
III – O nível das taxas de juros e os impostos podem afetar o custo de capital.
As afirmativas corretas são:
A) I, II e III.
B) Apenas I e II.
C) Apenas I e III.
D) ApenasII e III.
E) Nenhuma das afirmativas está correta.
Resolução 
A resposta correta é a alternativa A. Todas as afirmativas estão corretas.
A seguir vamos falar sobre alguns tipos de financiamento disponíveis no mercado.
6.3.1 Financiamento com capital próprio
O capital próprio é representado pelas contas que compõem o Patrimônio Líquido, o que é apresentado 
no lado direito do Balanço Patrimonial, constituído pelos recursos próprios que permanecerão 
indefinidamente na empresa. 
Os tipos de financiamento próprio disponíveis são:
• Subscrição e integralização de aumentos de capital: principal fonte de recursos próprios 
corresponde.
117
GESTÃO FINANCEIRA DE TI
• Ágio na emissão de ações, alienação de bônus de subscrição ou de partes beneficiárias, 
prêmio na emissão de debêntures e doações e subvenções para investimento: recursos 
classificados como Reservas de Capital (não são resultado dos lucros da empresa ou de suas 
atividades operacionais). 
• Lucros não distribuídos: conhecidos contabilmente como Lucros Acumulados e Reservas 
de Lucros.
• Vendas de ativos, reduções dos níveis de estoques, contas a receber e outros ativos: esses 
casos não são novas fontes de financiamento, mas realocação de fundos.
• Salários, contribuições sociais, impostos: diversas obrigações decorrentes das atividades 
operacionais da empresa que podem ser realocadas.
6.3.2 Financiamento com capital de terceiros
Os tipos de financiamento com capital de terceiros mais conhecidos são os financiamentos e 
empréstimos contratados com instituições financeiras ou com outras pessoas jurídicas. 
Outros tipos de financiamento são:
• Colocação de títulos de dívida emitidos pela empresa (debêntures) no mercado de capitais.
• Crédito concedido pelos fornecedores e adiantamentos de clientes relativos a bens ou serviços 
encomendados – fontes externas de recursos de terceiros geradas espontaneamente.
• Operações de arrendamento mercantil (leasing), em que a empresa arrendatária detém a posse e o uso 
de ativos fixos durante a maior parte da sua vida útil, mas a propriedade é da empresa arrendadora.
Alguns tipos de financiamento de terceiros vêm sendo mais utilizados pelas empresas. Veja alguns deles.
Investidor anjo
São investidores que buscam empresas com bom potencial de retorno para aplicar parte do seu 
patrimônio, realizando investimentos na empresa e ajudando na operação com seu conhecimento no 
mundo dos negócios. Esse tipo de financiamento é feito, em geral, por um grupo de investidores anjo 
que estudam cada empresa e, em troca do investimento, ficam com uma porcentagem dela.
Apesar de o empreendedor ceder uma parte da sua empresa para o investidor, ele pode se aproveitar 
do apoio e do conhecimento para impulsionar o negócio.
118
Unidade III
Sócio investidor e sócio capitalista
São investidores que aplicam uma quantia visando ao retorno do capital destinado à empresa com 
visões diferentes:
• Sócio investidor: investe um montante maior, buscando valorização rápida e saída do negócio, 
caso valha a pena para ele vender sua parte.
• Sócio capitalista: realiza investimentos menores, buscando a valorização a longo prazo e 
dividindo os lucros em um futuro com rentabilidade.
Além do aporte financeiro, esses investidores podem ajudar a desenvolver financeiramente o negócio.
Empréstimos bancários
É o tipo de financiamento mais comum no Brasil e depende da análise de crédito feita pela instituição 
financeira escolhida.
Em função dos riscos, quanto maior o prazo, maiores são os juros. Como os juros são bastante altos, 
em caso de inadimplência podem provocar uma grande bola de neve de dívidas. 
Leasing
Modalidade usada no financiamento de equipamentos como veículos, instalações, maquinário, 
mobiliários e outros. Funciona como uma locação em que a empresa que realiza o leasing coloca os bens 
desejados à disposição do locador, recebendo por isso um valor acrescido de juros, comissões e encargos. 
Ao final do contrato, a empresa locadora tem a opção de adquirir o bem por um valor estabelecido 
em contrato.
Crowdfunding
Trata-se de uma iniciativa em que pequenos investidores se juntam em uma plataforma on-line para 
angariar fundos. Para participar, a empresa deve se cadastrar, divulgar o projeto e estimar prazo e valores 
de que precisa como meta. Quando o capital é alcançado, o empreendedor recebe o valor definido, e, se 
não for alcançado, o valor arrecadado é devolvido aos investidores.
Linhas de crédito
É uma linha de financiamento de curto prazo. Trata-se de um valor preestabelecido já disponível 
para uso da empresa em sua conta-corrente sem necessidade de nova análise de crédito, pagando juros 
apenas ao valor gasto por ele no período em que a conta estiver em débito.
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GESTÃO FINANCEIRA DE TI
 Resumo
Enquanto as decisões de investimentos estão relacionadas ao processo 
de identificação, avaliação e seleção das opções de aplicação dos recursos de 
uma empresa, as decisões de financiamento estão relacionadas à definição 
da natureza dos fundos aplicados.
As decisões de financiamento estão relacionadas com a definição das 
fontes de financiamento a serem utilizadas nas atividades da empresa e 
nos projetos de investimento, e envolvem a escolha da estrutura de capital, 
a determinação do custo de capital e a captação de recursos.
Em uma empresa, o financiamento das atividades é realizado com o 
uso de diferentes tipos de fundos, que podem ser obtidos externamente 
ou gerados pelas operações da própria empresa. Os principais tipos de 
financiamento disponíveis são: empréstimos bancários; financiamentos e 
leasing; recursos próprios; e dividendos pagos.
As opções de financiamento podem ser classificadas em duas 
categorias. Na primeira delas, capital próprio, está todo o capital líquido 
da empresa, ou seja, todo o patrimônio da empresa e os dividendos que os 
sócios-proprietários e acionistas recebem. Na segunda, capital de terceiros, 
estão os recursos obtidos a partir de instituições financeiras.
Tanto para os aspectos de investimento como para os de financiamento, 
o custo de capital é muito importante na tomada de decisão, sendo uma das 
principais e mais importantes variáveis no estudo da estrutura de capital e, 
por conseguinte, das fontes e dos tipos de financiamento.
O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa precisa obter nos 
projetos em que investe, de forma a manter o valor de mercado de sua ação.
Nas decisões de financiamento, o custo de capital está relacionado 
com a composição da estrutura de capital, portanto, deve haver um 
equilíbrio entre capital próprio e de terceiros de forma a minimizar o 
custo do capital global e, dessa forma, maximizar o valor da empresa e a 
riqueza dos acionistas.
Há diversos fatores que podem afetar o custo de capital de uma 
empresa. Alguns estão além do controle da empresa, como o nível das 
taxas de juros e os impostos, enquanto outros são influenciados pelas políticas 
de financiamento e de investimento da empresa (regras definidas por 
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Unidade III
cada empresa), como sua política de estrutura de capital, sua política de 
dividendos e sua política de investimento.
O custo de capital total de uma empresa é calculado considerando 
os dois componentes de financiamento. O primeiro, capital de terceiros 
(empréstimos), são os juros que os fornecedores de capital (bancos, 
financeiras) cobram quando emprestam recursos a uma empresa. 
O segundo, capital próprio (recursos dos acionistas), é tudo o que a 
empresa possui (capital ativo).
O conceito de estrutura de capital trata da combinação de fontes 
de financiamento de longo prazo, capital próprio ou de terceiros que a 
empresa possui, ou seja, descreve a combinação dos diferentes tipos de 
recursos utilizados por uma empresa.
Para investidores, a análise dos índices de estrutura de capital das 
empresas permite comparar as empresas entre si e descobrir quais 
apresentam uma gestão de endividamento mais equilibrada de forma a 
escolher melhor em que empresasinvestir.
O Balanço Patrimonial da empresa, com a somatória do capital social 
e do passivo não circulante, demonstra a estrutura de capital, que pode 
variar em função de seu tamanho, lucratividade e estratégia. A escolha pela 
fonte de recursos e pela taxa de distribuição destes depende das condições 
internas da empresa. As condições que mais interferem na decisão de 
escolha são o crescimento potencial, a lucratividade e a volatilidade.
Os fatores determinantes na escolha da estrutura de capital são 
as condições gerais da economia, as condições de mercado, as decisões 
operacionais e financeiras, e o volume de recursos a serem financiados.
Os indicadores de estrutura de capital servem para demonstrar qual 
o grau de dependência de uma empresa de fontes externas (capital 
de terceiros) e internas (capital próprio) de recursos de capital, além de 
demonstrar o grau de risco financeiro.
Para o cálculo do endividamento de uma empresa, podem ser utilizados 
os seguintes índices: Endividamento Geral (EG); Endividamento com 
Terceiros (ET); Composição do Endividamento (CE); Imobilização de Recursos 
não Recorrentes (IRNC); Endividamento Geral (EG); Endividamento com 
Terceiros (ET); Composição do Endividamento (CE). 
A estrutura de capital ideal é a combinação ótima de financiamento 
utilizando capital de terceiros e capital próprio, o que a maioria das 
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GESTÃO FINANCEIRA DE TI
empresas procura manter. A ponderação adequada entre o capital próprio e 
o capital de terceiros é aquela na qual o custo médio ponderado do capital 
é o menor possível. Esse custo deve ser calculado em cada caso.
Os tipos de financiamento disponíveis no mercado para capital próprio 
são: subscrição e integralização de aumentos de capital; ágio na emissão de 
ações, alienação de bônus de subscrição ou de partes beneficiárias, prêmio 
na emissão de debêntures, doações e subvenções para investimento; lucros 
não distribuídos; vendas de ativos, reduções dos níveis de estoques, contas 
a receber e outros ativos; e salários, contribuições sociais e impostos.
Os tipos de financiamento disponíveis no mercado para capital de 
terceiros são: colocação de títulos de dívida emitidos pela empresa 
(debêntures) no mercado de capitais; crédito concedido pelos fornecedores 
e adiantamentos de clientes relativos a bens ou serviços encomendados 
– fontes externas de recursos de terceiros geradas espontaneamente; 
e operações de arrendamento mercantil (leasing), em que a empresa 
arrendatária detém a posse e o uso de ativos fixos durante a maior parte da 
sua vida útil, mas a propriedade é da empresa arrendadora.
122
Unidade III
 Exercícios
Questão 1. Para analisar a viabilidade de um projeto de investimento, podemos utilizar o método do 
Valor Presente Líquido (VPL). Para isso, primeiramente, estimam-se os fluxos de caixa líquidos gerados 
pelo projeto. Depois, por meio da taxa de retorno, calcula-se o Valor Presente de cada um desses fluxos. 
O valor do investimento inicial é subtraído do somatório dos valores presentes dos fluxos de entrada. 
Ao encontrar um resultado positivo, tem-se o indicativo de que o projeto é economicamente viável, caso 
a estimativa de fluxos de caixa esteja correta e o projeto complete seu prazo.
Um projeto de infraestrutura de TI, de investimento inicial de R$ 55.000,00, apresenta as projeções 
anuais dos fluxos de caixa líquidos mostradas a seguir, para um prazo de 4 anos.
R$ 55.000,00
R$ 10.000,00
R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
R$ 20.000,00
i = 8% a.a. 4321
0
Figura 30 
Considerando que essas projeções são válidas e que a taxa de retorno é de 8% a.a., analise as 
afirmativas.
I – O projeto é inviável, pois o VPL é igual a – R$ 6.272,58.
II – A Taxa Interna de Retorno (TIR) é igual à taxa de 8% a.a. adotada.
III – Para projeto de prazo superior a 3 anos, não é possível calcular o VPL.
Assinale a alternativa que indica as afirmativas corretas:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa A.
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Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta. 
Justificativa: para analisar a veracidade desta afirmativa, vamos calcular o VPL de acordo com o que 
foi estudado. Podemos, também, seguir as instruções do enunciado. Vimos que, para calcular o VPL, 
devemos achar o somatório dos valores presentes e, em seguida, subtrair o investimento inicial. Logo:
( )
n
t
0t
t 1
FC
VPL I
1 i=
 
= − 
 + 
∑
n
t 1=
=∑ somatório desde o tempo t = 1 até o tempo n
VPL = Valor Presente Líquido
tFC = Fluxo de Caixa de cada período
n = número de períodos do projeto = 4 anos
i = taxa de juros = 8% a. a. = 0,08 a.a.
0 I = investimento inicial do projeto = R$ 55.000,00
Vamos resolver o problema passo a passo, calculando individualmente os valores presentes das 
entradas do fluxo de caixa. Os valores estão arredondados para duas casas decimais.
( )1 1
10.000
VP 9.259,26
1 0,08
= =
+
( )2 2
15.000
VP 12.860,08
1 0,08
= =
+
( )3 3
15.000
VP 11.907,48
1 0,08
= =
+
( )4 4
20.000
VP 14.700,60
1 0,08
= =
+
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Unidade III
Agora que já temos os resultados de todas as parcelas do somatório, podemos facilmente 
calcular o VPL. 
1 2 3 4 0VPL (VP VP VP VP ) I= + + + −
( ) VPL 9.259,26 12.860,08 11.907,48 14.700,60 55.000,00= + + + −
VPL 48.727,42 55.000,00= −
VPL 6.272,58= −
Logo, temos VPL igual a – R$ 6.272,58, o que indica a inviabilidade do projeto de infraestrutura 
de TI. 
II – Afirmativa incorreta. 
Justificativa: a Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa que iguala o Valor Presente dos recebimentos e 
dos gastos em um projeto, ou seja, é a taxa para a qual o VPL é nulo. Como conseguimos VPL negativo, 
a taxa de 8% a.a. adotada não é igual à TIR.
III – Afirmativa incorreta. 
Justificativa: não existe um limite de prazo para a análise de projetos utilizando o VPL. Logo, é 
possível calcular o VPL para projetos com prazo superior a 3 anos.
Questão 2. (FGV/2018) Um banco tem como política emprestar dinheiro apenas para sociedades 
empresárias que tenham índice de endividamento geral igual ou menor do que 70%, sem considerar 
o efeito do dinheiro do empréstimo no ativo. Uma sociedade empresária solicitou empréstimo de um 
banco. Seu balanço patrimonial era o mostrado a seguir.
Tabela 12 
Ativo total Passivo total
Ativo circulante 150.000 Passivo circulante 120.000
Ativo não circulante Passivo não circulante 130.000
Ativo realizável a LP 200.000 Patrimônio líquido 400.000
Ativo imobilizado 300.000
Total do ativo 650.000 Passivo + PL 650.000
Assinale a opção que indica o limite estabelecido pelo banco para o empréstimo solicitado.
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A) R$ 5.000.
B) R$ 55.000.
C) R$ 205.000.
D) R$ 325.000.
E) R$ 335.000.
Resposta correta: alternativa C.
Análise da questão
O Balanço Patrimonial (BP) apresentado nos traz valores que utilizaremos no cálculo do índice de 
Endividamento Geral (EG). São eles:
Total do Ativo (AT) = R$ 650.000,00
Passivo Circulante (PC) = R$ 120.000,00
Passivo não Circulante (PNC) = R$ 130.000,00
O cálculo de EG é feito de acordo com a seguinte função:
PC PNC
EG
AT
+=
O EG é capaz de medir a dimensão do endividamento de uma organização em comparação ao seu 
ativo. Como regra geral, quanto menor for o resultado desse índice, melhor será para a organização. 
Quando uma empresa apresenta alto EG, é sinal de que provavelmente destinará grande parte de seu fluxo 
de caixa para o pagamento das dívidas e dos juros. Note que, matematicamente, encontramos a razão 
entre passivo (que se encontra no numerador) e ativo (que se encontra no denominador) da empresa.
No contexto da questão, o banco para o qual a sociedade empresária solicitou o empréstimo exige 
limite máximo para o EG de 70%, sem considerar o efeito do empréstimo no ativo da empresa. 
Temos, então, que considerar que o valor do empréstimo aumentará o passivo da organização. Dessa 
forma, se considerarmos EG = 70% = 0,7, podemos calcular o limite do empréstimo(LE) que será cedido 
pelo banco. O LE, portanto, integrará o numerador da função, pois ele também fará parte do passivo. 
Temos, então:
PC PNC LE
EG
AT
+ +=
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Unidade III
Fazendo a substituição numérica dos valores do contexto, ficamos com:
120.000 130.000 LE
0,7
650.000
+ +=
250.000 LE
0,7
650.000
+=
Para isolar a incógnita LE, podemos multiplicar em cruz:
250.000 LE 0,7 650.000+ = ×
250.000 LE 455.000+ =
LE 455.000 250.000= −
LE 205.000=
Logo, o limite do empréstimo que será concedido pelo banco a essa sociedade empresarial será de 
R$ 205.000,00.

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