Moral, Justiça e Filosofia Antes da Revolução Industrial, no século XVIII, a atividade econômica era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e Ética. A Economia era orientada por princípios morais e de justiça. Ainda hoje, as encíclicas papais refletem a aplicação da filosofia moral e cristã às relações econômicas entre homens e nações. Prof. Marcia Julião 71 Divisão do Estudo Econômico A análise econômica é dividida em quatro áreas de estudo. Microeconomia ou Teoria de Formação de Preços: É o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores (consumidores) e vendedores (produtores )de tais bens. Estuda o comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados específicos. ExO nível de vendas do varejo, numa capital. Prof. Marcia Julião 72 Macroeconomia É o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento como um todo, procurando identificar e medir as variáveis (agregadas) que determinam o volume da produção total (crescimento econômico), o nível de emprego e o nível geral dos preços (Inflação) do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial. Ex.: PIB, investimento, poupança, inflação. Prof. Marcia Julião 73 Economia Internacional Estuda as relações de troca entre países (transações de bens e serviços e transações monetárias). Trata-se da determinação da taxa de câmbio, do comércio exterior, e das relações financeiras internacionais. Analisa também as relações econômicas entre residentes e não residentes do país. Prof. Marcia Julião 74 Desenvolvimento Econômico Estuda modelos de desenvolvimento que levam à elevação do padrão de vida (bem estar) da coletividade. Questões estruturais, de longo prazo (crescimento da renda per capita, distribuição de renda, evolução tecnológica. O enfoque é Macroeconômico. Prof. Marcia Julião 75 Capítulo 2 Evolução do Pensamento Econômico Breve Retrospecto Prof. Marcia Julião 76 Prof. Marcia Julião 77 Durante muito tempo a economia constituiu um conjunto de soluções adaptadas a problemas particulares. Termo econômico (oikos = casa e nomos =lei). Administração Doméstica Na antiguidade Romana – intensivo comércio, navegação dos romanos – só limitaram-se fundamentalmente à política, mas a contribuição à economia quase nula. Idade Média, principalmente século XI e XIV, surgiu uma atividade econômica regional e inter-regional – com feiras periódicas que se tornaram célebres. Preocupação: dignidade do trabalho (manual e intelectual) Condenação taxa de juros (Lei da usura) Percussores: Aristóteles, Platão e Xenofontes. Precursores da Teoria Econômica 1. Antiguidade Precursores da Teoria Econômica Prof. Marcia Julião 78 Na Grécia Antiga, as primeiras referências conhecidas à Economia aparecem no trabalho de Aristóteles(384-322a.C.); Também encontramos algumas considerações de ordem econômica nos escritos de Platão e Xenofontes. Antiguidade Prof. Marcia Julião 79 Roma não deixou nenhum escrito notável na área de Economia; Nos séculos seguintes até a época dos descobrimentos, encontramos poucos trabalhos de destaque, permeados de questões referentes a justiça e a moral (lei da usura, lucro justo, etc...) Prof. Marcia Julião 80 2.2.2 Mercantilismo Séc. XVI nasce primeira escola econômica voltada para a acumulação de riquezas de uma nação e forte presença do Estado em assuntos econômicos; Não representava um conjunto técnico homogêneo; O governo de um país seria mais forte e poderoso quanto maior fosse seu estoque de metais preciosos; estimulou guerras. Jean Baptiste Colbert (1619-83) representa o coração e alma do mercantilismo. Apoiava a expansão de exportações, redução de importações e leis que impedissem a saída de ouro do país. Prof. Marcia Julião 81 2.2.3 Fisiocracia Séc. XVIII nasce a escola de pensamento francesa que coloca que a terra é a única fonte de riqueza e há uma ordem natural que faz o universo ser regido por leis naturais,absolutas, imutáveis e universais; Dr. François Quesnay(1694-1774) foi o fundador e líder da Escola, elaborou o Tableau Economique que caracterizava um fluxo circular de bens e de moeda em uma economia ideal livremente competitiva. Fisiocracia A Fisiocracia surgiu como reação ao Mercantilismo. Sugeria que era desnecessária a regulamentação governamental, pois a lei da natureza era suprema, e tudo que fosse contra ela seria derrotado. Para os fisiocratas, a riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da natureza (fisiocracia significa “regras da natureza”) em atividades econômicas como a lavoura, a pesca e a mineração. Portanto, encorajava-se a agricultura e exigia-se que as pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fossem reduzidas ao menor número possível. Prof. Marcia Julião 82 Fisiocracia Em um mundo, constantemente ameaçado pela falta de alimentos, com excesso de regulamentação e intervenção governamental, uma economia com significativo desenvolvimento comercial e financeiro não se ajustava às necessidades da expansão econômica. Só a terra tinha capacidade de multiplicar a riqueza. Quesnay – que era médico e fisiocrata (organicistas) associaram conceitos de Medicina à Economia. Prof. Marcia Julião 83 Prof. Marcia Julião 84 2.2.4 Os clássicos O início da Escola Clássica pode ser datada em 1776, com a publicação da grande obra A Riqueza das Nações; O livro é um tratado muito abrangente sobre questões econômicas que vão desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendações políticas; Adam Smith(1723-90): O mercado é como que guiado por uma “mão invisível”, a partir da livre iniciativa (laissez-faire), do trabalho humano, levando em conta a produtividade e a proteção à sociedade; Adam Smith Em sua visão harmônica do mundo real, Smith, renomado professor, entendia que a atuação da livre concorrência, sem qualquer interferência, levaria a sociedade ao crescimento econômico, como que guiada por uma “mão invisível”, e então esta mão orientaria todas as decisões da economia, sem a necessidade da atuação do Estado. É o princípio do Liberalismo. Prof. Marcia Julião 85 Adam Smith Considerava-se que a causa da riqueza das nações é o trabalho humano (a chamada teoria do valor-trabalho) e que um dos fatores decisivos para aumentar a produção é a divisão de trabalho, isto é, os trabalhadores deveriam especializar-se em algumas tarefas. A aplicação desse princípio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia de tempo e condições favoráveis para o aperfeiçoamento e invento de novas máquinas e técnicas. Para Smith a Produtividade decorre da divisão de trabalho e essa por sua vez, decorre da tendência inata da troca, que finalmente é estimulada pela ampliação dos mercados. Prof. Marcia Julião 86 Prof. Marcia Julião 87 2.2.4 Os clássicos David Ricardo(1772-1822): Partindo das idéias de Smith, desenvolveu alguns modelos econômicos com grande potencial analítico; Aprimora a tese de que todos os custos se reduzem a custos de trabalho e mostra como acumulação de capital, acompanhada de aumentos populacionais, provoca uma elevação da renda; Sua análise de distribuição do rendimento da terra foi um trabalho seminal de muitas da idéias do chamado Período Neoclássico. Prof. Marcia Julião 88 2.2.4 Os clássicos – David Ricardo Ricardo estudou e analisou por que as nações negociam entre si – comércio internacional – e desenvolveu a Teoria das vantagens comparativas. A maioria dos estudiosos considera que os estudos de Ricardo deram origem a duas correntes antagônicas: a corrente neoclássica, por suas abstrações simplificadoras, e a corrente marxista, pela ênfase dada à questão distributiva e aos aspectos sociais na repartição da terra. Prof. Marcia Julião 89 2.2.4 Os clássicos John Stuart Mill(1806-1873): sintetizador do pensamento clássico; Sua obra consolida o exposto anteriormente e avança