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Roteiro de estudo 02: Estrutura das membranas celulares Membran� plasmátic� Introdução Funções ● As membranas celulares são cruciais para a vida da célula → A membrana plasmática circunda a célula, define seus limites e mantém as diferenças essenciais entre o citosol e o ambiente extracelular. ● As membranas das organelas membranosas mantêm as diferenças características entre o conteúdo de cada organela e o citosol. ● Gradientes eletroquímicos que atravessam a membrana → estabelecidos pela atividade de proteínas especializadas desta → utilizados para (1) sintetizar ATP, (2) coordenar o transporte de solutos através da membrana ou (3) produzir e transmitir impulsos nervosos nos músculos e nervos, por exemplo. ● Contêm proteínas que atuam como sensores de sinais externos → permite que as células mudem seu comportamento em resposta aos estímulos ambientais → essas proteínas transferem informações, em vez de moléculas, através da membrana. Estrutura Todas as membranas biológicas apresentam uma estrutura comum→ cada uma é constituída por uma fina película de moléculas de lípidios e proteínas unidas, principalmente, por interações não covalentes. ● As membranas celulares são estruturas dinâmicas, fluidas e a maioria de suas moléculas move-se no plano da membrana. ● As moléculas lipídicas são organizadas como uma dupla camada contínua → bicamada lipídica → proporciona a estrutura fluida básica da membrana e atua como barreira relativamente impermeável à passagem da maioria das moléculas solúveis em água. ● Maioria das proteínas de membrana → atravessam a bicamada lipídica e medeiam quase todas a funções de membrana→ como (1) transporte específico de moléculas e a (2) catálise de reações associadas à membrana, como a síntese de ATP → algumas ainda (3) atuam como ligações estruturais que conectam o citoesqueleto através da bicamada lipídica à matriz extracelular ou a uma célula adjacente, enquanto outras (4) atuam como receptores para conectar e traduzir sinais químicos do ambiente celular. Bicamada lipídica A bicamada lipídica forma a estrutura básica de todas as membranas celulares → sua estrutura de camada dupla é atribuída a propriedades especiais das moléculas lipídicas → se reúnem espontaneamente em bicamadas. Fosfolipídios, esfingolipídios e esteróis são os principais lipídios das membranas celulares. ● Todas as moléculas lipídicas da membrana são anfifílicas ou anfipáticas → possuem uma porção hidrofílica e uma porção hidrofóbica; ● Os mais abundantes lipídeos da membrana são os fosfolipídeos → possuem um grupamento da cabeça polar - hidrofílica - contendo um grupo fosfato e duas camadas hidrocarbonadas hidrofóbicas. ○ As caudas geralmente são são ácidos graxos e podem diferir em comprimento→ geralmente uma cauda possui uma ou mais ligações duplas cis-atuantes - insaturada - enquanto a outra cauda não possui essa ligação - saturada. As diferenças no comprimento e na saturação das caudas dos ácidos graxos influenciam como as moléculas de fosfolipídios encaixam-se umas às outras → afeta a fluidez da membrana. ● Os principais fosfolipídios da maioria das membranas das células animais são os fosfoglicerídeos → cadeia principal de glicerol de três carbonos → duas longas cadeias de ácidos graxos são unidas por pontes de ésteres, o terceiro átomo de carbono do glicerol se liga a um grupo fosfato, o qual se liga a um entre vários tipos de grupamentos de cabeças. Combinando diferentes tipos de ácidos graxos e grupamentos de cabeças → produz-se diferentes fosfolipídeos. Principais fosfoglicerídeos das membranas Fosfoglicerídeo Função Fosfatidiletanolamina Sinalização celular; Fosfatidilserina Apoptose → mudança do folheto interno para o folheto externo; Fosfatidilcolina Estoque de colina ● Outra importante classe de fosfolipídeos são os esfingolipídeos, que são constituídos por uma esfingosina no lugar do glicerol → na esfingomielina, o esfingolipídio mais comum, uma cauda de ácido graxo é ligada ao grupo amino e um grupo fosfocolina é ligado ao grupo hidroxila terminal. Principal esfingolipídio das membranas Esfingolipídeo Função Esfingomielina Balsas lipídicas; bainha de mielina; (1) Camada externa da membrana plasmática → fosfatidilcolina e esfingomielina (2) Camada interna da membrana plasmática → fosfatidiletanolamina e fosfatidilserina ● Além de fosfolipídeos, a bicamada lipídica contém glicolipídios e colesterol. ○ Os glicolipídeos assemelham-se aos esfingolipídeos, mas no lugar do grupo fosfato ligado à cabeça, há um açúcar. ○ A membrana plasmática animal contém, especialmente, colesterol - até uma molécula para cada molécula de fosfolipídio. ■ O colesterol é um esterol→ contém uma estrutura de anel rígida a qual se liga um único grupamento hidroxila polar e a uma pequena cadeia de hidrocarboneto apolar; A bicamada lipídica é um fluido bidimensional As moléculas lipídicas individuais são capazes de se difundirem livremente no plano de uma bicamada lipídica → Modelo do mosaico fluido→ Singer e Nicolson (1973). ● O componente lipídico de uma membrana biológica é um líquido bidimensional no qual no qual as moléculas constituintes estão livres para se moverem lateralmente→ origina uma rápida difusão lateral → além disso, as moléculas fosfolipídicas também giram rapidamente ao redor de seus eixos e suas cadeias de hidrocarbonetos são flexíveis; ● Moléculas individuais de fosfolipídeos geralmente estão confinadas em sua própria monocamada → cria um problema para sua síntese → as moléculas de fosfolipídeos costumam ser produzidas em apenas uma monocamada de uma membrana, principalmente na monocamada citosólica da membrana do RE → proteínas de membrana especiais, denominadas translocadoras de fosfolipídeos ou flipases catalisam o rápido flip-flop dos fosfolipídeos de uma camada para outra. ● O processo de flip-flop (migrar e retornar à camada de origem) de uma camada para a outra da membrana ocorre em poucas horas em qualquer molécula, embora o colesterol seja uma exceção e possa retornar rapidamente. ● A camada de proteção aquosa - formada pela ligação das cabeças polares dos lipídios de membrana com as moléculas de água - impede a fusão descontrolada membranas internas das células eucarióticas → para que a fusão de membranas ocorra, as moléculas de água precisam ser deslocadas→ todos os eventos de fusão de membrana celular são catalisados por proteínas de fusão → expulsam a camada de água que mantém as bicamadas distantes umas das outras. A fluidez de uma bicamada lipídica depende de sua composição A fluidez das membranas celulares tem que ser precisamente regulada → certos processos de transporte através das membranas e atividades enzimáticas cessam quando a viscosidade é aumentada acima de um nível limítrofe. ● O colesterol modula as propriedades da bicamada lipídica→ quando misturado com fosfolipídeos, aumenta a propriedade de barreira permeável da bicamada lipídica→ colesterol se insere na bicamada com seu grupamento hidroxila próximo às cabeças polares dos fosfolipídeos → seus rígidos anéis de esteróides interagem e parcialmente imobilizam a região dos hidrocarbonetos próximas às cabeças polares→ torna a bicamada lipídica menos deformável nessa região→ reduz a permeabilidade da bicamada a pequenas moléculas solúveis em água. ○ Embora o colesterol aumente o empacotamento dos lipídeos da bicamada, isso não torna as membranas menos fluidas → o colesterol, na verdade, impede que as cadeias de hidrocarbonetos agrupem-se e se cristalizem. ● As membranas celulares contêm uma variedade impressionante de talvez 500-2000 diferentes espécies de lipídios → parte dessa complexidade reflete a (1) variação combinatória das cabeças, o (2) comprimento das cadeias de hidrocarbonos e a (3) desnaturação das principais classes de fosfolipídios. ○ Além disso, algumas membranas contém lípídeos secundários estruturalmente distintos, alguns com funções importantes. Os fosfolipídeos inositol, por exemplo, estão presentes em pequenas quantidades nas membranas das células animaise possuem funções cruciais na orientação do tráfego de membrana e sinalização celular → destaque para fosfatidilinositol Apesar de sua fluidez, as bicamadas lipídicas podem formar domínios de composições distintas → balsas lipídicas Lipídios e proteínas específicos de membrana estão concentrados de maneira dinâmica e temporária por interações proteína-proteína, permitindo a formação provisória de regiões especializadas da membrana → balsas lipídicas → promovem a organização e concentração de proteínas para o transporte nas vesículas ou para trabalharem juntas na reunião das proteínas, quando convertem sinais extracelulares em intracelulares, por exemplo. As gotas lipídicas são circundadas por uma monocamada fosfolipídica ● A maioria das células armazena um excesso de lipídeos como gotas lipídicas → de onde pode ser obtida a matéria prima para a síntese de membranas ou uma fonte de energia. ● Os adipócitos, células especializadas no armazenamento de lipídeos, possuem gotas lipídicas que ocupam quase todo o citoplasma → os demais tipos celulares possuem muitas gotas lipídicas espalhadas pelo seu citoplasma→ tamanho e quantidade variam conforme o estado metabólico → ácidos graxos podem ser liberados das gotas lipídicas quando necessário e exportados para outras células pela corrente sanguínea. ● As gotas lipídicas armazenam lipídeos neutros como → triacilglicerídeos e ésteres de colesterol → sintetizados a partir de ácidos graxos e colesterol por enzimas da membrana do RE. ● As gotas lipídicas são organelas únicas → circundadas por uma monocamada fosfolipídica → a qual contém uma variedade de proteínas → essas gotas se formam rapidamente quando as células estão expostas a altas concentrações de ácidos graxos. A assimetria da bicamada lipídica é funcionalmente importante As composições de lipídeos das duas monocamadas da bicamada lipídica são surpreendentemente distintas. ● A assimetria lipídica é funcionalmente importante na conversão de sinais extracelulares em intracelulares, por exemplo → a membrana plasmática contém várias fosfolipases que são ativadas por sinais extracelulares para clivar moléculas de fosfolipídicas específicas, gerando fragmentos dessas moléculas que se tornam sinalizadores celulares de vida curta. Os animais exploram a assimetria dos fosfolipídeos para distinguir entre células vivas e células mortas (Células mortas ainda desempenham funções? O que define uma célula viva e uma célula morta? A morte celular (apoptose) não seria mediada a partir da exposição desse lipídeo?)→ quando uma célula sofre apoptose, a fosfatidilserina, que geralmente está confinada ao folheto interno da bicamada lipídica, migra para o folheto externo → a fosfatidilserina exposta na superfície celular sinaliza para as células vizinhas, como os macrófagos, para fagocitar e digerir a célula morta. Acredita-se que esta ocorra por dois mecanismos: (1) Inativação do translocador de fosfolipídeo, que normalmente transporta esse lipídeo da monocamada externa para a monocamada interna. (2) Ativação da scramblase, que transfere fosfolipídeos de forma inespecífica nas duas direções entre as duas monocamadas. Os glicolipídeos são encontrados na superfície de todas as membranas plasmáticas eucarióticas As moléculas lipídicas que contêm açúcar, denominadas glicolipídeos, possuem uma simetria exagerada em sua distribuição na membrana→ são encontrados exclusivamente na monocamada mais distante do citosol. ● Nas células animais, os glicolipídeos são constituídos de esfingosina, exatamente como os esfingolipídeos → se associam-se parcialmente através de ligações de hidrogênio entre seus açúcares e parcialmente através de ligações dipolo-induzido entre suas longas e retas cadeias de hidrocarbonos → faz se dividirem em fases de balsas lipídicas → assim que expostos na superfície celular após sua produção no aparelho de Golgi, desempenham importantes funções nas interações das células com suas vizinhas. Correlação clínica Alguns glicolipídeos são a porta de entrada para determinadas toxinas bacterianas e vírus. O gangliosídeo GM1, por exemplo, atua como um receptor de superfície celular para a toxina bacteriana que causa a diarreia debilitante da cólera. As toxinas da cólera se ligam e entram somente naquelas células que possuem GM1 em sua superfície, incluindo as células epiteliais intestinais. Sua entrada na célula causa um aumento na concentração do AMP cíclico intracelular que, por sua vez, provoca um grande efluxo de Cl- , levando a secreção de Na+ , K+ , HCO3 – e água no intestino. Proteínas de membrana As proteínas de membrana desempenham a maior parte das funções específicas da membrana plasmática→ fornecem a cada tipo de membrana celular suas características e propriedades funcionais. ● As quantidades e tipos de proteína das membranas são altamente variáveis. ● As proteínas de membrana variam amplamente em estrutura e no modo como se associam com a bicamada lipídica → reflete suas funções distintas. As proteínas de membrana podem se associar à bicamada lipídica de diversas maneiras. ● Como seus vizinhos lipídicos, as proteínas de membrana são anfipáticas → possuindo uma região hidrofóbica e uma hidrofílica. ● Muitas proteínas de membrana atravessam a bicamada lipídica → proteínas transmembrana → possuem uma porção em cada um dos lados. ○ Regiões hidrofóbicas → passam pela membrana e interagem com as caudas hidrofóbicas das moléculas lipídicas no interior da bicamada, onde são mantidas fora da água. ○ Regiões hidrofílicas → expostas à água nos dois lados da membrana. ○ A ligação covalente da cadeia de ácidos graxos que se inserem na monocamada citosólica da bicamada lipídica aumenta a hidrofobicidade de algumas dessas proteínas da membrana. ● Outras proteínas estão inteiramente localizadas no citosol e estão anexadas à monocamada citosólica da bicamada lipídica por diferentes formas: (1) α-hélices anfifílicas expostas na superfície da proteína; (2) uma ou mais cadeias lipídicas covalentemente ligadas; ● Há ainda as proteínas que estão completamente expostas na superfície extracelular→ ligadas à bicamada lipídica apenas por uma ligação covalente a um lipídio de ancoragem na monocamada externa → por meio de um oligossacarídeo específico. As proteínas ligadas aos lipídios são constituídas de proteí solúveis no citosol e estão subsequentemente ancoradas membranas por uma ligação covalente ao grupo lipídico. ● Ainda há proteínas, como a do exemplo 6, que passam uma única vez pela membrana, produzidas no RE, na qual o segmento transmembrana é liberado por clivagem e uma âncora de glicosilfosfatidilinositol (GPI) é adicionada → deixa a proteína ligada à superfície não-citosólica da membrana do RE somente por essa âncora → vesículas de transporte levam, então, essa proteína para a membrana plasmática. ● Proteínas associadas à membrana → não se estendem para o interior hidrofóbico da bicamada lipídica → ficam ligadas a uma das faces da membrana por meio de interações não covalentes com outras proteínas da membrana. ○ Muitas proteínas desse tipo podem ser liberadas da membrana por procedimentos de extração suaves → interferem nas interações proteína-proteína, mas deixam a bicamada lipídica intacta→ essas proteínas geralmente são reconhecidas como proteínas periféricas de membrana. ■ A maioria das demais proteínas - transmembrana e aquelas mantidas na bicamada lipídica por grupos lipídicos ou regiões de polipeptídeos hidrofóbicos que se inserem no centro hidrofóbico da bicamada lipídica NÃO podem ser liberadas dessa forma. Várias maneiras pelas quais as proteínas se associam à bicamada lipídica → (1) como uma única a-hélice, (2) como múltiplas α-hélices ou (3) como uma folha-β (um barril-β). Algumas dessas proteínas de “passagem única” e “passagem múltipla” (1) possuem cadeias de ácidos graxos covalentemente ligadas inseridas na monocamada lipídica citosólica → (1) passagem única e (2 e 3) passagem múltipla. Outras proteínas de membrana estão expostas em (4) apenas um lado da membrana→algumas delas estão ancoradas na superfície citosólica por uma α-hélice anfifílica que divide a monocamada citosólica da bicamada lipídica através da face hidrofóbica da hélice. Outras (5) estão ligadas à bicamada apenas por uma cadeia lipídica covalentemente ligada – uma camada de ácido graxo ou um grupo prenila – à monocamada citosólica ou, (6) por meio de um oligossacarídeo ligante ao fosfatidilinositol, à monocamada não citosólica – denominado âncora de GPI. Finalmente, proteínas associadas à membrana (7 e 8) são ligadas à membrana somente por interações não covalentes com outras proteínas da membrana. As âncoras lipídicas controlam a localização de algumas proteínas de sinalização da membrana Modo como as proteínas de membrana estão associadas à bicamada lipídica→ reflete a função da proteína. ● Somente as proteínas transmembrana podem atuar nos dois lados da bicamada ou transportar moléculas através dela. ○ Os receptores de superfície celular, por exemplo, são geralmente proteínas transmembrana → ligam moléculas sinalizadoras do espaço extracelular e geram sinais intracelulares diferentes do lado oposto da membrana plasmática. ● Proteínas que atuam em um único lado da bicamada → freq. associadas exclusivamente a um dos lados da monocamada lipídica ou a um domínio da proteína daquele lado. ○ Algumas proteínas de sinalização intracelular, por exemplo - que auxiliam na transmissão dos sinais extracelulares para o interior da célula - são ligadas à porção citosólica por um ou mais grupos lipídicos ligados covalentemente, ancorando a proteína mais fortemente à membrana → como uma única âncora não costuma propiciar uma ligação forte, usualmente um segundo grupo lipídico é adicionado. ● Há ainda muitas proteínas que se ligam temporariamente à membrana→ clássicas proteínas periféricas de membrana que se associam à membrana por interações regulares proteína-proteína. ● Outras proteínas transitam de proteína solúvel do citosol para proteína de membrana por meio de uma alteração conformacional → expõe um peptídeo hidrofóbico ou lipídio de ancoragem covalentemente ligado. A cadeia polipeptídica cruza a bicamada lipídica em uma conformação de α-hélice na maioria das proteínas transmembrana. Uma proteína transmembrana sempre possui uma orientação única na membrana → reflete a maneira assimétrica com que ela se insere na bicamada lipídica do RE durante a sua biossíntese e as diferentes funções nos seus domínios citosólicos e não citosólicos. ● Domínios usualmente separados por segmentos de cadeias polipeptídicas que atravessam a membrana→ contatam o ambiente hidrofóbico da bicamada e são compostos principalmente por aminoácidos com cadeias laterais apolares → todas as ligações peptídicas da bicamada são dirigidas para a formação de ligações de hidrogênio, pois as ligações peptídicas são polares e há ausência de água. [?] ● Há dois tipos de proteína transmembrana: (1) de passagem única e (2) de passagem múltipla: (1) Proteína transmembrana de passagem única: a cadeia polipeptídica cruza apenas uma vez; (2) Proteína transmembrana de passagem múltipla: a cadeia polipeptídica cruza a membrana várias vezes. Muitas proteínas de membrana são glicosiladas. A maioria das proteínas de membrana das células animais é glicosilada. ● Como nos glicolipídios, os resíduos de açúcar são adicionados no lúmen do RE e no aparelho de Golgi → as cadeias de oligossacarídeos estão sempre presentes na porção não citosólica da membrana. ● Os carboidratos revestem a superfície de todas as células eucarióticas → parte extracelular da maioria das proteínas da membrana plasmática é glicosilada. ○ Esses carboidratos ocorrem como cadeias de oligossacarídeos covalentemente ligadas às proteínas de membrana (glicoproteínas) e aos lipídeos (glicolipídeos); também ocorrem como cadeias de polissacarídeos das moléculas de proteoglicanos integrais da membrana. Proteoglicanos → consistem em longas cadeias polissacarídicas ligadas de forma covalente ao centro da proteína→ encontrados principalmente no exterior da célula, como parte da matriz extracelular. ● Em alguns proteoglicanos, as proteínas do centro se estendem através da bicamada lipídica ou estão ligadas à bicamada por uma âncora de GPI. ● Os termos glicocálice ou revestimento celular por vezes são utilizados para descrever uma zona da superfície celular rica em carboidratos. ● Apesar de a maioria dos grupos de açúcares estar ligada a moléculas intrínsecas da membrana plasmática, a camada de carboidratos também contém glicoproteínas e proteoglicanos que são secretados para o espaço extracelular e depois adsorvidos na superfície celular → muitas dessas macromoléculas adsorvidas são componentes da matriz extracelular, e o limite entre a membrana plasmática e a matriz extracelular frequentemente não é bem definido → uma das muitas funções da camada de carboidrato é proteger a célula contra danos químicos ou mecânicos e manter outras células a distância, prevenindo interações indesejáveis célula-célula [me lembra das funções de um biofilme]. ● As cadeias laterais oligossacarídicas das glicoproteínas e dos glicolipídeos são muito diversas na organização de seus açúcares. Embora normalmente contenham menos de 15 açúcares, as (1) cadeias frequentemente são ramificadas, e (2) os açúcares podem ser unidos por vários tipos de ligações covalentes, diferentemente dos aminoácidos de uma cadeia polipeptídica, os quais estão unidos por ligações peptídicas idênticas. Até mesmo três açúcares podem ser unidos para formar centenas de trissacarídeos distintos. A diversidade e a posição dos oligossacarídeos expostos na superfície celular → adequados para atuar no processo de reconhecimento celular. Muitas proteínas de membrana difundem-se no plano da membrana Como a maioria dos lipídeos de membrana, as proteínas de membrana não saltam (flip-flop) através da bicamada lipídica, mas giram sobre um eixo perpendicular ao plano da bicamada (difusão rotacional). Além disso, muitas proteínas de membrana são capazes de se mover lateralmente dentro da membrana (difusão lateral). Muitas proteínas de membrana difundem-se no plano da membrana A maioria das células confinam proteínas de membrana em regiões específicas na bicamada lipídica contínua → por exemplo, os complexos das ATP sintases da membrana mitocondrial interna se associam em longas linhas duplas. ● Em células epiteliais - como aquelas que revestem o intestino ou os túbulos renais, determinadas enzimas e proteínas de transporte da membrana plasmática estão confinadas na superfície apical das células, enquanto outras estão confinadas nas superfícies lateral e basal→ essa distribuição assimétrica das proteínas de membrana é essencial para as funções do epitélio. ○ A composição lipídica desses dois domínios de membrana também é diferente → indica que células epiteliais podem impedir a difusão de lipídios e de moléculas de proteína entre os domínios → acredita-se que as barreiras sejam formadas por um tipo específico de junção intercelular → junções compactas ou zônulas de oclusão. ● As células também podem criar domínios sem utilizar as junções intercelulares → acredita-se que a regulação das interações proteína-proteína na membrana cria domínios de balsas em nanoescala que atuam na sinalização e tráfego de membrana. O citoesqueleto cortical proporciona força mecânica e restringe a difusão das proteínas de membrana Uma maneira comum pela qual a célula restringe a mobilidade lateral de proteínas específicas de membrana é prendê-las a grupos de moléculas dos dois lados da membrana → por exemplo, a forma bicôncava característica dos eritrócito é resultante das interações entre as proteínas da membrana plasmática com o citoesqueleto adjacente. ● Uma rede de citoesqueleto análoga, porém mais elaborada e altamente dinâmica, é encontrada abaixo da membrana plasmática da maioria das outras células do nosso organismo → forma o córtex da célula → rica em filamentos de actina, os quais estão ligados à membrana plasmática de várias maneiras.● A remodelagem dinâmica da rede de actina cortical → permite que a célula desempenhe muitas funções essenciais, incluindo (1) o movimento celular, (2) a endocitose e (3) a formação temporária de estruturas móveis da membrana plasmática, como os filopódios e lamelopódios, ● Rede cortical do citoesqueleto → restringe a difusão, não somente das proteínas da membrana plasmática que estão diretamente ancoradas a ele → como os filamentos do citoesqueleto podem formar barreiras mecânicas que obstruem a livre difusão das proteínas na membrana. ○ Essas barreiras dividem a membrana em pequenos domínios ou currais, os quais podem ser permanentes,, ou transitórios. ● O grau de restrição da proteína transmembrana a um curral depende de sua associação com outras proteínas e do tamanho de seu domínio citoplasmático → quando o receptor de superfície celular se liga à sua molécula sinalizadora extracelular, ocorre a formação de grandes complexos de proteínas no domínio citosólico do receptor, tornando mais difícil que o receptor escape de seu curral → cercamento auxilia a concentrar tais complexos de sinalização, aumentando a velocidade e eficiência do processo de sinalização. As proteínas de curvatura da membrana deformam as bicamadas A forma da membrana é influenciada por movimentos dinâmicos de puxar e empurrar exercidos pelo citoesqueleto ou estruturas extracelulares → proteínas de curvatura da membrana são cruciais na produção dessas deformações que controlam a curvatura local da membrana → muitos processos celulares essenciais, incluindo (1) o brotamento de vesículas, (2) movimentos celulares e (3) divisão celular, requerem deformações transitórias da membrana. ● A dinâmica do citoesqueleto e as forças das proteínas de curvatura da membrana atuam em conjunto. As proteínas de curvatura da membrana se ligam a regiões específicas da membrana quando necessário e atuam por um ou mais destes três principais mecanismos: (1) Algumas inserem domínios proteicos hidrofóbicos ou ligam âncoras lipídicas em um dos folhetos da bicamada lipídica. O aumento da área de somente um dos folhetos da bicamada causa uma curvatura na membrana; (2) Algumas proteínas de curvatura da membrana formam rígidos arcabouços que deformam a membrana ou estabilizam uma membrana já curvada; (3) Algumas proteínas de curvatura da membrana causam agregação dos lipídeos de membrana, induzindo uma curvatura.
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