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< DESCRIÇÃO Os métodos de formação da imagem radiográfica. Identificação dos processos físicos da formação das imagens, dos equipamentos e assessórios que auxiliam a formação da imagem, assim como suas funções no processo. PROPÓSITO Compreender os diferentes métodos de formação de imagem radiográfica, identificando a funcionalidade dos assessórios e componentes dos sistemas de imagem e diferenciando as metodologias na aquisição de imagem. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer cada componente responsável pela confecção da imagem radiográfica analógica em filme e suas funções MÓDULO 2 Identificar a técnica de aquisição de imagens radiológicas digitais obtidas pelo método computadorizado (CR), assim como os equipamentos que participam desse processo MÓDULO 3 Conhecer a técnica e os itens de obtenção de imagem radiográfica digital (DR) INTRODUÇÃO Os receptores de imagem são componentes imprescindíveis para formação dos estudos radiográficos. Sua aplicação se baseia na produção de registros visuais da anatomia interna do paciente, após a exposição dos fótons de radiação, por meio da aplicação da técnica de transmissão. Os registros das imagens são reproduzidos com base nas características relativas à densidade de massa e espessura da região exposta no diagnóstico, que serão definidas por meio de tratamentos químicos ou análise de dados eletrônicos, dependendo do tipo de receptor de imagem. Com a evolução da radiologia, os métodos de aquisição de imagem também se modificaram, aprimorando características diagnósticas, partindo cronologicamente do modelo analógico em filmes para imagens radiológicas computadorizadas (CR) e, posteriormente, imagens digitais (DR). Apresentaremos cada uma dessas modalidades, bem como seus processos físicos e componentes que auxiliam na formação das imagens. MÓDULO 1 Reconhecer cada componente responsável pela confecção da imagem radiográfica analógica em filme e suas funções Iniciaremos o estudo sobre receptores de imagem radiográfica com os sistemas tradicionais, compostos pelo conjunto de componentes e assessórios do tipo chassi, écran e filme. O sistema será definido neste módulo como aquele baseado na produção de estudos diagnósticos em filmes, específicos para imagens radiológicas. Para que a visualização da imagem seja possível, é necessário que exista um local apropriado para o tratamento químico de revelação das películas, após interação dos fótons de raios X com a região sensível das películas e, assim, transformar imagens latentes em imagens reais. Vejamos os componentes desse processo: 1 Filmes radiográficos. 2 Écrans. 3 Chassis. 4 Soluções químicas (revelador e fixador). 5 Processadora de filme radiográfico. 6 javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Câmara escura. Figura 1: Típico sistema tradicional de imagem mamografia. FILME RADIOGRÁFICO (PELÍCULA) Quando esse componente é exposto à radiação, será obtido registro não visível, denominado imagem latente. A variação da intensidade da radiação que interage na película determinará seu grau de enegrecimento (densidade óptica). Para que a imagem latente se torne visível, é necessário que haja um processamento químico automatizado. Figura 2: Películas radiográfica: a) pré-processamento químico; b) virgem e pós- processamento químico; e c) película velada (hiperexposta) e pós-processamento químico. O filme radiográfico é sensível a diversos tipos de agentes externos como, por exemplo, radiação eletromagnética, luz, calor, umidade, produtos químicos e manuseio inadequado. Quando o filme é submetido a algum desses agentes, ele sofre alterações químico-físicas em sua estrutura. COMPONENTES DA PELÍCULA BASE DO FILME Formado por material plástico, levemente azulado e com espessura de 0,175mm, confeccionado em acetato de celulose ou polietileno teratalato. Sua principal função é manter a estrutura da película radiográfica rígida e permitir uma maior estabilidade dimensional. EMULSÃO (ESPESSURA 0,03 A 0,05MM) Em filmes radiográficos, essa região estará presente em um ou nos dois lados da base, dependendo da sua aplicação. Sua função é distribuir e fixar, uniformemente, os microcristais de haletos de prata cúbicos. Possui boa permeabilidade para que os agentes químicos da revelação consigam penetrar em sua superfície. Podem ser encontradas duas diferentes moléculas na emulsão, o brometo de prata AgBr (na grande maioria, maior que 90%) e o iodeto de prata, AgI (em uma quantidade extremamente inferior). CAMADA PROTETORA É uma fina película, cuja função é proteger a emulsão durante a manipulação. CHASSI (CONJUNTO PORTA-FILME) Sua principal utilização é o transporte individual da película radiográfica para que seja exposta somente à radiação durante um exame, sem que haja interferência dos fótons de luz e demais agentes. Podem ter diferentes tamanhos, que serão relativos aos tamanhos dos filmes utilizados para o exame. Tamanho dos chassis Área total m² Mamografia Radiografia 13cm × 18cm 0,0234 Não Sim – coluna 18cm × 24cm 0,0432 Sim – mamas pequenas Sim – face, extremidades distais e pediatria 24cm × 30cm 0,072 Sim – mamas grandes Sim – face/crânio e extremidades distais e pediatria 30cm × 40cm 0,12 Não Sim – extremidades proximais e membros bilaterais 35cm × 35cm 0,127 Não Sim – tórax padrão 35,6cm × 43,2cm 0,154 Não Abdome e tórax grandes Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal QUADRO 1: Tamanhos retangulares e quadrados de chassis e suas principais utilizações. A face anterior do chassi deve ter o menor índice de absorção de fótons. Enquanto isso, a face posterior apresenta alta densidade para que haja absorção dos fótons que já interagiram com o filme. Suas duas faces internas, onde o écran será posicionado, são revestidas de espuma, proporcionando o contato adequado entre o filme e a tela intensificadora (écran). Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 3: Chassi de radiografia (duplo écran) e mama (écran único) abertos CONTROLE DA QUALIDADE DE PELÍCULAS RADIOGRÁFICAS E CHASSIS As caixas de filmes e os chassis carregados devem ser armazenados em ambientes controlados com temperatura entre 4°C e 25°C) e umidade (30% a 60% RH). Seu armazenamento pode ser no interior da câmara escura ou em áreas livres da ação das radiações dispersas. Para evitar a produção de eletricidade estática (eletricidade produzida por atrito), as caixas devem ser mantidas na posição vertical. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 4: Radiográfica com presença de artefato de eletricidade estática As caixas de filmes devem ser acomodadas em uma bancada, posicionadas em paredes que não sejam as adjacentes às salas de exames, evitando o contato da radiação com as películas nas caixas ainda virgens. TELAS INTENSIFICADORAS (ÉCRANS) É uma lâmina de plástico flexível com característica fosforescente e tamanho congruente ao dos filmes e chassis. Sua função é converter os fótons de radiação em fótons de luz visível em uma proporção tipicamente descrita como 1 para 4.000. Com a utilização de écrans, algumas vantagens são obtidas, como: 1 Redução da dose de radiação no paciente. 2 Aumento da vida útil do tubo de raios x. 3 Diminuição do tempo de exposição. Com isso, reduz-se a chance de produção de artefatos de movimentos do paciente. TIPOS DE ÉCRANS (MATERIAIS DE COMPOSIÇÃO) TUNGSTATO DE CÁLCIO Emite luz azul e ultravioleta (não é mais utilizado). TERRAS RARAS Emite luz verde e passou a ser utilizado a partir dos anos 1970, devido à sua eficiência 50% superior em conversão. ATENÇÃO Como a película radiográfica de mamografia possui apenas um lado sensível, é imprescindível que o profissional demande atenção na reposição dos filmes no chassi. Seu lado sensível deverá coincidir com o lado anterior do chassi, onde está posicionado o écran. PROCESSAMENTO QUÍMICO DAS IMAGENS RADIOGRÁFICAS javascript:void(0) javascript:void(0)No processo de revelação das películas radiográficas – para que sejam transformadas de imagem latente em imagens reais –, será necessário um processamento químico composto por algumas etapas. É nesse momento que as soluções químicas vão interagir com os cristais de haleto de prata, transformando os grãos para diferentes graus de enegrecimento ou retirando-os do filme radiográfico, caso não tenham sido sensibilizados. Após sofrer algum tipo de interação com a radiação e o processamento químico, o efeito sofrido pelos grãos de prata é modificado a fim de permitir a ampliação do efeito produzido pela radiação eletromagnética em até 1 bilhão de vezes. Isso possibilita ao olho humano perceber as alterações físicas sofridas pela emulsão. Durante o processo de revelação, algumas etapas com agentes químicos distintos serão cumpridas com objetivos bem delimitados. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 5: Típico produto revelador radiográfico ATENÇÃO O processamento químico de películas mamográficas são mais longos quando comparados com a revelação de películas radiográficas de procedimentos convencionais. Agente químico Função geral Função objetiva Metol ou fenidona Agente redutor Produzir os tons de cinza na imagem Os agentes reveladores convertem os cristais de brometo de prata expostos em prata metálica Hidroquinona Ativador Produz lentamente os tons negros e o contraste na imagem Carbonato de sódio Ativador Incha e suaviza a emulsão para que os agentes redutores possam atingir os grãos expostos. Proporciona a alcalinidade necessária para os agentes redutores Brometo de potássio Restritor Evita que os agentes redutores produzam velamento Sulfito de sódio Preservativo Evita a oxidação rápida dos agentes reveladores Água Solvente Líquido para dissolver os produtos químicos Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal QUADRO 2: Composição química do revelador. Agente químico Função geral Função objetiva Tiossulfato de amônia Fixador Elimina os cristais de brometo de prata não expostos Ácido acético Neutralizador Determina a suspensão da revelação, neutralizando o revelador; fornece a acidez requerida Sulfito de sódio Preservativo Mantém o equilíbrio químico entre as substâncias no fixador Alúmen de cromo Endurecedor Contrai e endurece a emulsão Água Solvente Líquido para dissolver os produtos químicos Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal QUADRO 3: Composição e função do fixador. LAVAGEM Retira da película o excesso de soluções químicas para que ela permaneça estável por longo tempo. SECAGEM Deixa o filme em condições de ser manipulado, laudado e guardado. REVELAÇÃO AUTOMÁTICA A revelação automática é feita por um equipamento eletromecânico com quatro diferentes compartimentos, cujo objetivo é realizar o processo químico de modo automático, a partir da condução do filme, por meio de sistemas denominados racks, de um tanque para o outro. Os compartimentos da processadora são dispostos com diversos preenchimentos – revelador, fixador, lavagem e secagem –, e em cada compartimento existe um sistema específico de racks. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 6: Processadora automática com seus respectivos tanques de inox Um rack é composto basicamente por rolos, molas e engrenagens, que permitem a locomoção dos filmes radiográficos por todos os compartimentos da processadora. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 7: Típico rack de processadora radiográfica TERMOSTATO É o equipamento responsável pelo controle de temperatura da solução química (revelador) e da secadora. CAMPAINHA É responsável pelo aviso sonoro, indicando que a processadora já pode ser novamente alimentada com uma nova película. MANGUEIRA Conduz o químico virgem da bombona para os respectivos tanques dentro da processadora. BOMBONA Confecciona as soluções químicas e torna-se fonte de revelador e fixador para que haja reposição das soluções químicas dentro da processadora. MOTOR O motor de tração é responsável pela movimentação de todas as engrenagens e, por consequência, dos filmes nos racks; o sistema de ventilação reproduz ar aquecido, que será responsável pela secagem das películas. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 8: Vista lateral da processadora aberta radiográfica Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 9: Bombona de 50 litros: fixador e revelador CÂMARA ESCURA É o ambiente em que ocorre o manuseio e a revelação química das películas radiográficas. As condições desse ambiente devem ser controladas durante o manuseio das películas, principalmente pela ausência de luz natural, sendo permitida somente a presença de luz artificial de baixa intensidade (luz de segurança). Essa sala encontra-se preferencialmente em anexo à sala de exame, ou o mais próximo dela, para que haja um encurtamento do processo de revelação. Seu tamanho (área mínima 4m2) deve ser planejado de acordo com o tipo e a quantidade de películas radiográficas reveladas. Com foco na proteção radiológica, suas paredes adjacentes à sala de exames devem cumprir os requisitos de blindagem, seguindo orientações das normas de radioproteção vigentes, considerando a classificação de área controlada que determina uma taxa de dose máxima de 5mSv/ano. Ainda sobre a segurança dos profissionais que atuam em uma câmara escura, além de requisitos ligados à proteção radiológica, cuidados relativos aos riscos químicos devem ser controlados. Para isso, é obrigatório que haja um eficiente sistema de exaustão. ILUMINAÇÃO DE SEGURANÇA NA CÂMARA ESCURA Recomenda-se a utilização de lâmpada ou filtro de cor âmbar, com potência inferior a 15W, sendo recomendado pelos fabricantes de filme a potência entre 6,5 e 10W. O suporte com a lâmpada deve ser posicionado acima da bancada, fixado a uma altura de, no mínimo, 1,5m. A presença da iluminação de segurança permite que o profissional tenha alguma condição de visualização dentro da câmara escura sem que haja danos para as películas ainda não reveladas. Após serem expostos aos raios X, os filmes radiográficos tornam-se mais sensíveis a incidências de luz, portanto, o seu manuseio deve ser o mais rápido e cuidadoso possível. Foto: Shutterstock.com Figura 10: Lâmpada de segurança NEGATOSCÓPIO É o instrumento essencial para melhorar a visualização da anatomia nas radiografias já expostas. A luminosidade realçará o contraste anatômico pela diferença de densidade óptica (D.O.), ou seja, mais fótons de luz serão transmitidos nas regiões de baixa D.O. (tons de cinza- claro e transparentes) e menos fótons de luz serão transmitidos em regiões escuras, de alta D.O. (preto e cinza-escuro). Foto: Shutterstock.com Figura 11: Imagem radiográfica no negatoscópio Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre o processo de revelação. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. SOBRE OS CUIDADOS NECESSÁRIOS A RESPEITO DO MODO COMO CAIXAS DE FILMES RADIOLÓGICOS VIRGENS SÃO CONDICIONADOS, QUAL DAS OPÇÕES A SEGUIR É FALSA QUANDO SE AVALIAM OS POSSÍVEIS DANOS EM UMA PELÍCULA? A) Minimizar ao máximo o contato da caixa aberta aos fótons de luz. B) Controlar a umidade no ambiente em que as caixas são guardadas. C) Controlar a temperatura no ambiente em que as caixas são guardadas. D) Manter a caixa distante dos fótons de radiação. E) Guardar as caixas sempre na posição horizontal. 2. SOBRE A FORMAÇÃO DA IMAGEM RADIOGRÁFICA POR UM SISTEMA TRADICIONAL, QUAL COMPONENTE DO FILME É SENSÍVEL NA FORMAÇÃO DAS IMAGENS RADIOGRÁFICAS? A) Gelatina B) Haletos de prata C) Base D) Capa protetora E) Écrans GABARITO 1. Sobre os cuidados necessários a respeito do modo como caixas de filmes radiológicos virgens são condicionados, qual das opções a seguir é falsa quando se avaliam os possíveis danos em uma película? A alternativa "E " está correta. As caixas de filme sempre devem ser guardadas na posição vertical, evitando a produção de eletricidadeestática (eletricidade produzida por atrito entre as películas). 2. Sobre a formação da imagem radiográfica por um sistema tradicional, qual componente do filme é sensível na formação das imagens radiográficas? A alternativa "B " está correta. Os haletos de prata do tipo brometo de prata (AgBr) e iodeto de prata (AgI) são alterados por fótons, transformando-os em prata metálica. Em seguida, o processo de revelação química vai enegrecer em diferentes níveis os grãos de prata sensibilizados e retirar os grãos de prata não sensibilizados. MÓDULO 2 Identificar a técnica de aquisição de imagens radiológicas digitais obtidas pelo método computadorizado (CR), assim como os equipamentos que participam desse processo IMAGENS RADIOGRÁFICAS DIGITAIS As imagens radiográficas digitais são aquelas reproduzidas em uma tela de monitor de computadores. Para que sejam obtidas, é necessário adotar uma linguagem apropriada, por meio de um sistema de numeração formado por apenas dois algarismos, o 0 (zero) e o 1 (um), denominado código binário. Por entender que a imagem radiológica será reproduzida de maneira inversamente proporcional à densidade média e espessura da trajetória que os fótons de raios X atravessaram, a formação da imagem será composta por inúmeros sinais, com as mais diversas intensidades, determinando o tom de cinza da imagem. Fonte: Flávio Borges Figura 12: Imagem ilustrativa de uma matriz reproduzindo um objeto Para que a imagem anatômica radiográfica possa ser reproduzida em um monitor em forma de um elemento matricial, os sinais gerados precisam ser decodificados e ordenados em uma base eletrônica por algoritmos matemáticos. Embora seja possível observar um amplo avanço da radiologia digital, sua aplicação já ocorre há algumas décadas. Em 1981, a empresa japonesa Fuji desenvolveu o primeiro sistema de imagem digital comercial que, após alguns aprimoramentos, foi aceito pelo mercado devido às suas amplas vantagens. ELEMENTOS DA IMAGEM DIGITAL A matriz é constituída por inúmeros pontos denominados de pixels (junção das palavras picture e element), formados pela interseção de duas linhas e duas colunas da matriz, e que podem assumir a forma quadrada ou retangular. Os pixels são considerados o menor elemento bidimensional de uma imagem e apresentam largura e altura. Há também elementos tridimensionais denominados voxel, presentes apenas em estudos seccionais como: 1 Tomografia computadorizada. 2 Ressonância magnética. 3 Tomossíntese mamária. Serão os menores elementos tridimensionais presentes em imagens de estudos volumétricos. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 13: Demonstração de pixel e voxel javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) VANTAGENS DOS ESTUDOS RADIOGRÁFICOS DIGITAIS Embora haja um alto custo inicial no processo de implementação de um serviço digital e informatizado, os custos operacionais podem ser reduzidos com a descontinuidade do uso de insumos, que são essenciais para produção das imagens em películas. Vale ressaltar que a obtenção do diagnóstico clínico é possível por todos os sistemas radiográficos existentes. São notórias as vantagens obtidas por meio da digitalização das imagens radiográficas, que estarão presentes na qualidade da imagem, nas melhorias no fluxo de trabalho e até na preservação do meio ambiente. As principais vantagens são observadas a seguir. MELHORIA DIAGNÓSTICA As imagens digitais superam a qualidade das reproduzidas em películas em diversos aspectos, como a resolução espacial e maior resolução de contraste. POSSIBILIDADE DE PÓS-PROCESSAMENTO Permite a manipulação das imagens, de modo a personalizar as necessidades de cada paciente, além de melhorar aspectos qualitativos sem que haja repetição de exposição. IMPACTOS AMBIENTAIS Sistemas digitais reduzem drasticamente a produção de resíduos químicos e comuns produzidos em larga escala em sistemas tradicionais, minimizando exposição dos IOEs (Indivíduos ocupacionalmente expostos.) e do meio ambiente. MELHORIA NO FLUXO DAS INFORMAÇÕES As imagens são transmitidas para qualquer lugar e ao mesmo tempo para diversos profissionais, que podem, assim, proceder de maneira ágil com o atendimento. CRIAR UMA MEMÓRIA DE FÁCIL ACESSO Facilita o acesso rápido aos exames anteriores realizados na mesma unidade médica, facilitando comparações e o acompanhamento do desenvolvimento de patologias. MINIMIZAR OS ESPAÇOS FÍSICOS NECESSÁRIOS Alguns ambientes, como o setor de câmara escura e arquivamento de prontuários, podem ser utilizados para outro propósito, visto que na radiologia digital eles seriam desnecessários. TIPOS DE ESTUDOS DIGITAIS As imagens radiográficas digitais podem ser obtidas por dois diferentes sistemas: CR e DR. Apesar da semelhança entre os estudos obtidos, os equipamentos utilizados, suas metodologias de aquisição e assessórios são completamente distintos. SISTEMAS DE RADIOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS (CR) Todos os métodos de diagnósticos radiográficos podem ter a modalidade de aquisição de imagem digital CR. Após a exposição de placas fosforescentes contidas em um suporte denominado cassete, os dados serão avaliados por uma leitora. Por ser definido como um método de formação de imagem indireta, o sistema CR necessita, fundamentalmente, da participação de uma leitora de cassete para que as imagens sejam reproduzidas no monitor da workstation. COMENTÁRIO Sua principal função é converter os fótons de radiação armazenados no plate em sinal elétrico e, posteriormente, em imagem. Comumente denominadas de placas de fósforo, esses itens radiológicos fotoestimuláveis podem ser compostos pelos seguintes elementos químicos: 1 Oxissulfeto de gadolíneo (Gd2O2S). 2 Brometo de césio ativado com európio (csbr:Eu²+). 3 Fluoreto de bário ativado com európio (bafi:Eu²). 4 Fluorobrometo de bário ativado com tálio (BaFBr:Eu²+). Sua definição denota as características fosforescentes desses materiais, não a presença do elemento químico fósforo. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 14: Sistema digital CR e workstation COMPONENTES DAS PLACAS FOTOESTIMULÁVEL OU DETECTOR FOSFÓRICO FOTOESTIMULÁVEL (PHOTOSTIMULABLE PHOSPHORS DETECTOR – PSP) Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 15: Ilustração de plate CR com espessuras de cada camada. À esquerda, temos a imagem real de uma placa PSP e, ao lado, uma ilustração com as suas camadas e dimensões Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 16: Típico cassete aberto com plate CAMADA PROTETORA (ELETRONIC BEAM CURING – EBC) Essa região é definida como a camada anteriormente externa. É composta por um polímero de alta densidade com a função de proteger a superfície sensível fosforescente contra agentes químicos e físicos que degradam a funcionalidade do sistema. REGIÃO FOTOESTIMULÁVEL É composta por cristais fosforescentes, de dimensões variadas, dispostos de maneira homogênea na superfície da camada. Geralmente, os materiais utilizados são Gd2O2S, CsBr:Eu2+, BaFI:Eu2 e BaFBr:Eu2+. Além desses, uma espécie de polímero orgânico realiza a função de unir os grãos de cristal. É nessa região que a formação da imagem se inicia, pois é lá que os fótons ficam temporariamente armazenados para que então sejam convertidos em imagens reais após o processo da leitura da placa. Comumente dizemos que os fótons ficam armazenados, mas na verdade eles transferem energia para os cristais. Quando o fóton de raio X atinge o cristal, os elétrons do cristal migram para um estado energético maior. Ao receberem outra energia externa, que pode ser luz ou calor, os elétrons retornam para seu estado energético original e, geralmente, emitem luz na proporção da energia que o fóton depositou no material. Essa luz é detectada por um fotocatodo, gerando corrente elétrica (sinal), proporcional à energia inicial dos raios X. FOTOCATODO Material que, ao receber luz, gera corrente elétrica. CAMADA DE SUPORTE javascript:void(0) Região que define a forma do plate e, ao mesmo tempo, oferece flexibilidadedurante a sua condução no interior da leitora de cassete sem que haja danos físicos e, por consequência, problemas na formação das imagens. Confeccionada em papel cartonado ou polietileno, contribui também na proteção dos cristais fosforescentes. SISTEMA DE CASSETE (CR) É o componente que atuará como depósito dos plates, para protegê-lo de qualquer ação dos agentes nocivos à qualidade e durabilidade, aumentando a vida útil do sistema, além de preservar a qualidade das imagens neles produzidos. Assim como em sistemas analógicos com o conjunto (chassi/écrans/filmes), os cassetes são disponibilizados com tamanhos congruentes às dimensões dos plates e serão utilizados de acordo com a dimensão da região anatômica. Tratando-se de sistemas mamográficos, os cassetes são comercializados nos tamanhos 24 × 30cm e 18 × 24cm. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 17: Este sistema possui um identificador do tipo, código de barras, para que haja uma fiel atribuição das imagens formadas ao seu respectivo paciente na worklist LEITORA DE CASSETE Sem a participação desse componente, não existiria a formação da imagem. Durante o processo de leitura das placas CR, ocorreram eventos físicos sequenciais responsáveis por liberar a energia que ficou armazenada na placa durante a exposição do paciente. Posteriormente, haverá conversão em sinal elétrico e produção da imagem. Após o processo de leitura, sempre ocorrerá uma exposição a uma luz branca de alta intensidade para que qualquer energia residual ainda presente na placa seja totalmente apagada e permita que o plate esteja disponível para uma nova exposição. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 18: Indicado na imagem o processo de apagamento de dados residuais no plate As leitoras de cassete funcionam a partir de um conjunto de componentes mecânico-ópticos e podem ser de dois tipos: mono e multicassete. Sua principal diferença está no modo operacional. MONOCASSETE A leitura e o posterior apagamento de dados ocorrerão em um cassete por vez, e a reposição dos cassetes ocorre de forma manual pelo operador do equipamento. MULTICASSETE Existe uma bandeja que pode acomodar algumas placas, que serão sucessivamente lidas e apagadas pelo aparelho. Nesse equipamento, a reposição dos cassetes é automática. Figura 19: Modelos de leitora multicassete e monocassete PROCESSO FÍSICO DA LEITURA DOS CASSETES CR Para que haja a formação das imagens radiográficas por meio de um sistema CR, será necessário irradiar um corpo com um cassete imediatamente após a região exposta. A intensidade dos fótons que vão interagir na placa está diretamente relacionada com as características de cada região anatômica (densidade, espessura e energia do fóton). Desse modo, a atenuação dos fótons nos diferentes tecidos que compõem o corpo determina a energia que ficará absorvida em cada região da superfície da placa CR. Logo após esse processo, o receptor de imagem será levado até o leitor de cassete. É no interior desse equipamento que a placa fosforescente será extraída e movimentada para que ocorra um escaneamento por um canhão de laser, cujo objetivo é proporcionar a difração do laser, de modo que alcance toda a dimensão da placa. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 20: Display eletrônico com os comandos da leitora de cassete Devido à interação, haverá um estímulo para que a energia armazenada seja emitida em forma de luz na cor azul, que logo em seguida será coletada por um guia de fibra óptica. Durante essa coleta, os fótons de luz são amplificados em um tubo fotomultiplicador para que o sinal luminoso seja convertido em sinal elétrico, sendo digitalizado, armazenado e transformado em imagem. Foto: Bushong (2010). Figura 21: Formação da imagem em leitoras CR. Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre sistema CR. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUAL DAS ALTERNATIVAS APRESENTADAS A SEGUIR É FALSA SOBRE O FUNCIONAMENTO DE UM SISTEMA DE IMAGEM RADIOGRÁFICA DIGITAL CR? A) É considerado um método de formação da imagem radiográfica indireta. B) É recomendado o uso de leitoras multicassete devido a sua eficiência na leitura. C) Utiliza-se para a formação de imagens placas fotoestimuláveis. D) Utilizam-se placas contendo detectores de radiação para a formação de imagens. E) As placas utilizadas no interior dos cassetes possuem característica fosforescente. 2. SOBRE AS VANTAGENS OBTIDAS APÓS O PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DE UM SETOR DE RADIODIAGNÓSTICO, QUAL DAS OPÇÕES A SEGUIR NÃO REPRESENTA UMA VANTAGEM OBTIDA A PARTIR DESSE PROCESSO? A) Minimiza o risco químico em funcionários e meio ambiente. B) Melhoria na qualidade das imagens radiológicas. C) Não representa um custo investir na digitalização de um setor, pois os valores gastos em radiologia analógica são idênticos aos da radiologia digital. D) Possibilita a transmissão de imagens entre diferentes locais. E) Possibilita pós-processamento das imagens com possíveis melhorias nos parâmetros qualitativos da imagem. GABARITO 1. Qual das alternativas apresentadas a seguir é falsa sobre o funcionamento de um sistema de imagem radiográfica digital CR? A alternativa "D " está correta. As placas contendo detectores de radiação são componentes utilizados em sistemas DR (método de formação direta de imagens radiológicas). 2. Sobre as vantagens obtidas após o processo de digitalização e informatização de um setor de radiodiagnóstico, qual das opções a seguir não representa uma vantagem obtida a partir desse processo? A alternativa "A " está correta. Existe um alto custo inicial para implementação da digitalização e informatização da unidade de saúde. Contudo, o custo operacional será menor. Isso se justifica pela inutilização de insumos como filmes e químicos. MÓDULO 3 Conhecer a técnica e os itens de obtenção de imagem radiográfica digital (DR) SISTEMA DR Apesar de se tratar de imagens digitais, o sistema DR se diferencia do CR por meio dos processos físicos na formação das imagens, assim como nos equipamentos utilizados para desenvolvimento dessa prática. Algumas vantagens podem ser facilmente observadas no sistema DR quando se compara a qualidade das imagens, principalmente realizando-se comparação com sistemas CR por meio de testes de controle da qualidade de imagens mamográficas, além da maior efetivação no fluxo de trabalho proporcionado pela implementação de equipamentos DR. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 22: Receptor DR, vista anterior e posterior VANTAGENS NO FLUXO DE TRABALHO O fluxo de trabalho também é conhecido pelo termo em inglês workflow, podendo ser definido como a forma com que os processos estão sendo realizados por determinada organização. Assim, ele consiste nas atividades realizadas por uma unidade de saúde a partir de um padrão reprodutível e sequencial. No setor de radiodiagnóstico, esse fluxo será simplificado pelo conjunto de atividades envolvidas na realização de um exame, como: 1 A elaboração de uma solicitação médica. 2 O agendamento. 3 A chegada do paciente ao setor. 4 O atendimento do paciente. 5 A produção das imagens. 6 A finalização com entrega dos exames. É incontestável como a radiologia digital em um setor informatizado otimiza todas essas etapas, principalmente nos sistemas DR, onde a formação da imagem ocorrerá apenas a partir da interação dos fótons de radiação com o receptor de imagem. Esse processo dispensa qualquer tipo de revelação ou leitura de dados. Notem na imagem a seguir como, quantitativamente, as diferentes formas de obtenção de imagem podem ser comparadas pelo tempo necessário para finalizar os processos. Foto: ALMEIDA, W. G. Gráfico 1 Tempo, em minutos, de aquisição para diferentes tipos de receptores de imagem TIPOS DE SISTEMAS DE RADIOGRAFIAS DIGITAIS (DR) Para que haja formação de imagens em sistemas DR, são necessários detectores de radiação, que podem variar quanto ao método de interação, aos componentes e à formação da imagem, conforme quadroa seguir. Tipos de sistema digitais em radiologia CR (Radiografia computadorizada) RPV (Radiografia de projeção por varredura) DR (Si amorfo Indireta) DR (CCD) DR (Fotocondutor de a-Se direta) Apresentado no módulo 2 (plates fotoestimuláveis) Utilizado para radiografias de referência em TC (Tomografia computadorizada ) (Cintilador de NaI – fotodiodo) Cintilador de CsI, GdOs (Transistor de filme fino) CsI (Dispositivo de carga acoplada) (Transistor de filme fino) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 4: Sistemas digitais em radiologia DETECTOR DE RADIAÇÃO POR CINTILAÇÃO Detectores de tela plana possuem quatro partes principais: cintilador, arranjo de diodos, transistor e a eletrônica de leitura. Logo após a ocorrência de uma exposição, o feixe será absorvido e posteriormente convertido em luz visível. Imediatamente, o fotomultiplicador amplificará o sinal recebido, transformando-o numa corrente elétrica de pequena intensidade e, em seguida, em sinal digital armazenado no computador. Imagem: Flávio Borges Figura 23: Ilustração de detector de cintilação FOTOCONDUTOR DE SELÊNIO AMORFO (DR) Nesse sistema, o selênio amorfo (a-Se) terá a função de elemento de absorção da radiação incidente devido a seu alto número atômico. Não será necessário utilizar material cintilador para transformar os fótons de raios X em luz e, por isso, é definido como formação direta de imagem. COMENTÁRIO Quando um fóton de radiação interage na superfície sensível de um receptor de a-Se, há ionização do selênio e formação de um par de cargas (elétron – buraco), e então ocorre a coleta e o armazenamento em um capacitor. Após essa ação, um transistor de filme fino será ativado, de modo que a carga coletada seja liberada pela linha de varredura da matriz para que haja conversão em sinal digital. O receptor de imagem de a-Se possui uma finíssima camada de aproximadamente 200μm de espessura, disposto de forma intercalada entre dois eletrodos carregados. Seu arranjo proporciona ótima resolução espacial, principalmente para procedimentos que necessitam de maior detalhamento anatômico, como a mamografia. ATENÇÃO A resolução espacial de sistemas digitais sempre estará diretamente ligada ao tamanho do pixel do receptor em sistemas tradicionais (filmes com grãos de íons de prata). Por conta de sua característica na formação da imagem, podemos conseguir melhores relações na resolução espacial. FOTOCONDUTOR DE SILÍCIO AMORFO (A-SI) (DR) Seu modo de funcionamento é baseado pela cobertura de uma camada cintiladora que pode ser de iodeto de césio (CsI) e oxissulfeto de gadolínio (Gd2O2S). A função dessa camada é transformar cada fóton de radiação em fótons de luz, que posteriormente se chocarão em diodos para que haja a conversão em elétrons e, assim, ocorra um armazenamento em um capacitor para posterior liberação e leitura em forma de sinal elétrico. COMENTÁRIO O silício é um semicondutor com alta captura fotoelétrica, proporcionando redução da dose no paciente. Ele possui forma de fluido e está disposto em uma superfície de apoio, posicionado entre dois materiais como um transistor de filme fino. Esse receptor de imagem apresenta forma matricial com a face anterior de cada pixel sensível à luz composta de a-Si, um capacitor, além de um transistor. Cada conjunto será responsável pela formação de um pequeno ponto da imagem, proporcional ao tamanho do pixel, que também é extremamente reduzido. Outro ponto primordial é o fator de preenchimento, que determina em porcentagem a região sensível à radiação de cada pixel, a qual deve estar em torno de 80%. Imagem: Flávio Borges Figura 25: Configuração do método de conversão direto e indireto DISPOSITIVO DE CARGA ACOPLADA (CHARGE-COUPLED DEVICE – CCD) Trata-se de uma espécie de chip eletrônico (sensor) que contém elementos sensíveis à luz, similarmente aos CCDs, encontrados em câmeras fotográficas. Devido ao tamanho pequeno, são dispostos em forma de matriz composta por diferentes tipos de CCDs com pequenas dimensões. Para que haja formação de imagem nesse arranjo, é necessária uma interação com fótons transmitidos através de um objeto que interage com o material cintilador (iodeto de césio dopado com tálio, CsI:Tl, ou oxissulfeto de gadolínio, Gd2O2S). A função do cintilador é converter a energia dos raios X em luz. A luz interage com o sensor CCD e é transformada em cargas elétricas. Esse sinal analógico, em forma de cargas, é convertido em sinal digital. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 26: Típico CCD ASSESSÓRIOS DO SISTEMA DR Apesar de sua estrutura minimalista em relação a componentes, para que um sistema DR funcione em sua plenitude, deve haver a participação de alguns acessórios, como o receptor de imagem, a bateria e o carregador de bateria. Cada item será descrito de acordo com suas características e funcionalidades. SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA POR BATERIA Para que haja a alimentação elétrica dos receptores de imagem que proporcionam conexão entre a workstation e os detectores, é preciso utilizar uma bateria recarregável, cuja autonomia e cujo tempo de carregamento podem variar drasticamente entre modelos e fabricantes. ATENÇÃO Por conta de seu papel imprescindível na formação das imagens, é recomendado que os estabelecimentos possuam uma bateria reserva para que o atendimento seja ininterrupto. A bateria do cassete é desacoplável para proporcionar troca e recarga. Alguns fabricantes disponibilizam um autoteste para que o profissional possa averiguar o nível de carga da bateria. Para substituí-la, basta desacoplar a bateria descarregada e trocá-la por uma nova, colocando-a no local correto e acionando a trava, ligando o receptor em seguida e aguardando o restabelecimento da comunicação entre workstation e receptor. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 27: Imagem com destaque para a bateria removível, autoteste de carga (retângulo amarelo) e trava (retângulo vermelho) O nível da bateria, assim como a conexão com a workstation, pode ser verificado pelos ícones da imagem a seguir. Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 28: Destaque para ícones de status da bateria e conexão (retângulo amarelo) Soluções inovadoras para melhoria do desempenho da bateria vêm sendo pensadas para proporcionar economia de energia (5,5 horas de atuação para 200 imagens) e agilidade na recarga (30 minutos para carregamento completo). Para que isso seja possível, é utilizado um capacitor de íons de lítio que possui uma vida útil estimada entre 5 e 7 anos. COMENTÁRIO Alguns sistemas comercializados disponibilizam um método de recarga rápida para obter mais de dez imagens, após o capacitor ser recarregado por apenas três minutos. CARREGADOR DE BATERIA Foto: ALMEIDA, W. G. Figura 29: Dois modelos de carregador de bateria de sistemas DR Um carregador padrão funciona a partir da transmissão de energia da tomada para o carregador e do carregador para a bateria que está sendo carregada. Existe um transformador que reduz a tensão recebida e a estabiliza para uma quantidade compatível com a bateria utilizada. Existem diferentes modelos de carregadores de bateria e alguns são capazes de carregar até três baterias simultaneamente, enquanto outros carregam uma por vez. Cada um apresentará diferente metodologia de indicação luminosa para indicar a recarga. SISTEMAS INTEGRANTES DA INFORMATIZAÇÃO DO SERVIÇO DE RADIOLOGIA O conceito de “digitalizado” é aplicado comumente com equivalência à “informatização”, porém trata-se de conceitos distintos, apesar de complementares. COMENTÁRIO Enquanto a digitalização é o processo de transformar imagens radiológicas em tecnologias digitais, a informatização é o processo que permite a comunicação entre computadores através de rede a fim de transmitir dados para a mesma unidade. Apesar de ser possível a digitalização sem a informatização, esse processo acarreta inúmerasdesvantagens. Além do prejuízo à qualidade das imagens impressas em folha de papel, deve ser considerado o aumento do custo operacional devido a gastos com os insumos necessários ao registro da imagem. Com a informatização, é possível potencializar todas as vantagens no fluxo de atividades e de informações, além de contribuir para a redução dos custos do processo. SISTEMA PACS (PICTURE ARCHIVING AND COMMUNICATION SYSTEM) É o responsável pelo arquivamento e pela comunicação dos dados médicos, inclusive das imagens radiológicas. DICOM (DIGITAL IMAGE AND COMMUNICATIONS IN MEDICINE) É um protocolo de imagens médicas cujo objetivo é a unificação para facilitar a manipulação e transferência desses arquivos entre os diversos equipamentos e setores de um hospital. HIS (HOSPITAL INFORMATION SYSTEM) É o sistema de banco de dados que contém as informações necessárias para que o PACS funcione de forma correta e integre os exames e demais informações no hospital ou na clínica. RIS (RADIOLOGY INFORMATION SYSTEM) É um sistema de banco de dados que contém informações relativas ao setor de radiologia. PEP (PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE) É um banco de dados que contém todas as informações referentes ao paciente e seu histórico, que pode ser utilizado para facilitar o laudo. Esquematização do funcionamento da informatização hospitalares por meio de sistema PACs CUSTO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA DIGITALIZAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO DO SERVIÇO DE RADIODIAGNÓSTICO O custo inicial para que seja realizado o processo de informatização dependerá de forma direta do porte da unidade hospitalar, do número de equipamentos e de se há ou não filiais para compartilhamento de dados. Apesar do alto investimento necessário para implementar esse processo, o custo operacional após esse investimento será inferior ao custo de um serviço analógico. Isso se justifica pela ausência de insumos (filmes e químicos), que seriam utilizados de maneira constante, caso o processo não seja iniciado. COMENTÁRIO Com isso, podemos entender que, dependendo do volume de exame realizado por essa unidade de saúde, o alto investimento inicial pode ser facilmente compensado por essa economia ao longo de algum tempo de operação do setor. SUSTENTABILIDADE AGREGADA AOS SISTEMAS RADIOLÓGICOS DIGITAIS Além de todas as vantagens já citadas obtidas por meio da implementação de sistemas digitais, podemos incluir o aspecto da sustentabilidade, pois, durante o funcionamento de um serviço de radiodiagnóstico com sistemas tradicionais analógicos, é comum a ocorrência de geração de rejeitos de diferentes naturezas, principalmente os químicos. A exposição a agentes químicos é prevista como fator de risco na Norma Reguladora n. 32 (NR 32) (segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde). Dessa forma, sua mitigação resulta em segurança não só para os profissionais, mas também para o meio ambiente, considerando que descartes inapropriados podem gerar contaminação de rios, lagos e lençóis freáticos. ATENÇÃO O descarte inapropriado de películas radiográficas pode acarretar danos irreparáveis, além do longo tempo de decomposição dos seus componentes plásticos (aproximadamente cem anos). Enquanto isso, devido a sua característica perene, os sistemas digitais CR e DR minimizam drasticamente a geração de rejeitos, pois, em vez de utilizar películas e agentes químicos, o mesmo receptor de imagem pode ser utilizado por um longo intervalo. SISTEMAS CR Entre 2 mil até 6 mil exposições, dependendo da recomendação dos fabricantes. SISTEMAS DR A durabilidade e a estabilidade desses sistemas dependerão diretamente da realização de um efetivo controle de qualidade previsto no Programa de Garantia da Qualidade (PGQ). COMENTÁRIO Reflexão: Caso o objetivo fosse realizar uma comparação, qual volume de rejeitos químicos seria produzido com esse mesmo número de exposição? Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre sistema DR. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUAL DAS ALTERNATIVAS APRESENTADAS A SEGUIR NÃO RETRATA UMA TÉCNICA DE IMAGEM DR? A) Plates fosforescentes B) Técnica RPV C) Selênio amorfo D) CCD E) Silício amorfo 2. COMO PODEMOS CORRETAMENTE RELACIONAR O FLUXO DE ATENDIMENTO COM AS VANTAGENS OBTIDAS POR UM SISTEMA DR EM COMPARAÇÃO AOS DEMAIS MÉTODOS? A) Proporciona modelo de revelação química extremamente otimizado. B) Sua leitora de cassete pode realizar leituras na faixa de poucos segundo. C) Seus filmes são mais sensíveis à radiação. D) No próprio R.I. ocorrerá o processo de formação das imagens visíveis, não sendo necessário qualquer tipo de assessório para realizar a leitura. E) Por possuírem sistemas de écrans fotoestimuláveis que armazenam a energia da radiação, dispensam a revelação química. GABARITO 1. Qual das alternativas apresentadas a seguir não retrata uma técnica de imagem DR? A alternativa "A " está correta. O método que aplica receptores em forma de placas fosforescentes é o método de radiografia computadorizada. Embora também produza uma imagem digital, é definido como CR, não DR. 2. Como podemos corretamente relacionar o fluxo de atendimento com as vantagens obtidas por um sistema DR em comparação aos demais métodos? A alternativa "D " está correta. O sistema DR é o mais rápido entre todos no quesito formação das imagens. Enquanto nos sistemas tradicionais existe a necessidade de um tratamento químico das películas e de interpretar dados eletrônicos em leitoras de cassete, no sistema DR, todo o processo de formação da imagem ocorrerá no próprio receptor, e esse é o principal motivo da redução do tempo operacional. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS A formação das imagens é uma das etapas mais importantes da construção de um estudo diagnóstico. Contudo, no mercado atual, existem diferentes formas de se produzir um estudo radiográfico. Durante o desenvolvimento deste conteúdo, vimos os diferentes modelos de receptores de imagens (IR) existentes nos métodos atuais (convencional, CR e DR). Por se tratar de processos físicos distintos, cada módulo concentrou-se em uma modalidade de IR, onde, de forma detalhada, foram descritos a metodologia de aplicação, a formação das imagens e os componentes/acessórios necessários para cada dinâmica. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BIASOLI JR., Antônio. Técnicas radiográficas. Rio de Janeiro: Rubio, 2006. BONTRANGER, Kenneth L. Tratado de técnica radiológica e base anatômica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. BUSHONG, Stewart Carlyle. Ciência radiológica para tecnólogos. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 EXPLORE+ Para entender melhor a comparação dos métodos CR e DR quanto às etapas necessárias na execução das imagens, assista ao vídeo CR & DR Comparison, disponível no canal Al Fares no YouTube. CONTEUDISTA Wellington Guimarães Almeida CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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