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Estágio Supervisionado - VIVÊNCIA EM APOIO À GESTÃO DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL

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Prévia do material em texto

I 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
CAMPUS DE BOTUCATU 
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS 
 
 
VIVÊNCIA EM APOIO À GESTÃO DE UMA UNIDADE DE 
CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL 
 
 
 ALUNA: EMILY TOLEDO COUTINHO 
 ORIENTADORA: RENATA CRISTINA BATISTA FONSECA 
 SUPERVISOR: EDISON RODRIGUES DO NASCIMENTO 
 INSTITUIÇÃO: FUNDAÇÃO FLORESTAL – PARQUE ESTADUAL DA ILHA DO 
CARDOSO 
 
 
 
Relatório do Estágio Curricular Supervisionado apresentado a Faculdade de 
Ciências Agronômicas para a obtenção do título de Engenheira Florestal 
 
 
 
 
 
Botucatu - SP 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
CAMPUS DE BOTUCATU 
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS 
 
 
 
 
 
 
Relatório do Estágio Curricular Supervisionado, realizado junto à Fundação 
Florestal – Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Cananéia, São Paulo. 
 
 
Emily Toledo Coutinho 
 
 
 
 
 
Orientadora: Renata Cristina Batista Fonseca 
Supervisor: Edison Rodrigues do Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
Botucatu – SP
III 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
Uma graduação feita por muitas mãos. 
 
 
 
Quando paro para refletir sobre todos os anos dessa caminhada na faculdade, não me vem 
outro pensamento na mente além do quão importante foi ter tantas pessoas de bom coração 
e energias ao meu lado que fizeram e fazem parte de momentos importantes da minha vida e 
o quão grata eu sou por ter um pedacinho de cada um nessa história, sempre me apoiando 
das mais diferentes formas a chegar nesta etapa de renovação de ciclo. 
 
 
 
A cada um de vocês, a minha mais sincera e pura gratidão. 
 
IV 
 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1 
2. DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO .................................................................................................. 2 
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................................................... 5 
3.1 PROGRAMA DE VISITAÇÃO PÚBLICA/EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................. 5 
3.1.1 Ações de Educação Ambiental ................................................................................................... 5 
3.1.2 Ações de visitação pública - Monitoramento e ordenamento da Praia do Itacuruçá/Pereirinha . 7 
3.1.3 Coordenação do Programa de Voluntariado 2018/2019 ............................................................. 8 
3.2 PROGRAMA DE PESQUISA CIENTÍFICA ........................................................................... 9 
3.2.1 Ordenamento das pesquisas científicas realizadas no Parque Estadual da Ilha do Cardoso ....... 9 
3.2.2 Projeto de pesquisa para monitoramento, controle e erradicação da espécie exótica invasora 
(EEI) Casuarina equisetifolia L. ........................................................................................................ 11 
3.3 PROGRAMA DE INTERAÇÃO SOCIOAMBIENTAL ....................................................... 12 
3.3.1 Apoio às comunidades tradicionais........................................................................................... 12 
3.3.2 Sistema de Informação Geográfica ........................................................................................... 13 
3.4 PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA .......................................................... 14 
3.4.1 Ocupantes não tradicionais ....................................................................................................... 14 
3.4.2 Realocação da Comunidade tradicional da Vila Rápida ........................................................... 15 
3.5 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO ................................................................................... 17 
3.5.1 Apoio às ações do Conselho Consultivo ................................................................................... 17 
3.5.2 Apoio nas oficinas de zoneamento para criação do Plano de Manejo da APA Marinha Litoral 
Sul ...................................................................................................................................................... 18 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 19 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 20 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O Brasil, reconhecido mundialmente tanto pela sua riqueza em biodiversidade quanto 
pelo seu destaque e liderança na produção de papel e celulose, proporciona ao profissional de 
Engenharia Florestal, além da responsabilidade de zelar por estes reconhecimentos, a 
oportunidade de atuar em uma ampla variedade de atividades, sempre buscando exercer o 
manejo dos recursos naturais de forma sustentável e/ou desenvolvendo técnicas para que assim 
o seja. 
Tendo em vista a variedade de atuação do profissional da área, vale ressaltar a 
importância do estágio curricular obrigatório ao final dos ensinamentos teóricos da graduação. 
É neste estágio que o graduando tem a oportunidade de pôr a prova seus conhecimentos 
adquiridos ao longo de todos os anos do curso, além de vivenciar a realidade do setor – público 
ou privado – e todas as dificuldades que poderá vir a ter como profissional. 
 Além disso, é neste momento da proximidade do estudante com o mercado de trabalho, 
que se nota um amadurecimento em grupo com os demais colegas de graduação havendo, em 
diversas ocasiões, a troca de experiências entre diferentes empresas/instituições durante o 
período de estágio, contribuindo positivamente para que o momento final da graduação seja 
enriquecedor para todos. 
 No Estado de São Paulo, a Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do 
Estado de São Paulo (Fundação Florestal), órgão público que atua direta e indiretamente com a 
proteção da biodiversidade do Estado, é um dos locais onde o profissional de Engenharia 
2 
 
Florestal pode atuar auxiliando a promover a conservação, manejo e ampliação de florestas 
remanescentes. 
 Este estágio curricular obrigatório foi realizado na Fundação para a Conservação e a 
Produção Florestal do Estado de São Paulo, sob a supervisão do biólogo Edison Rodrigues do 
Nascimento, atual gestor da Unidade de Conservação de Proteção Integral Parque Estadual da 
Ilha do Cardoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO 
 
 A Fundação Florestal – Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado 
de São Paulo, órgão vinculado a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, foi instituída 
pela Lei Estadual nº 5.208, de 1º de julho de 1.986, sendo seu estatuto aprovado pelo Decreto 
Estadual nº 25.952, de 29 de setembro de 1.986. 
 Atua apoiando, promovendo e executando ações integradas voltadas para a conservação 
ambiental, a proteção da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável, a recuperação de áreas 
degradadas e o reflorestamento de locais ambientalmente vulneráveis, através de parcerias com 
órgãos governamentais e instituições da sociedade civil. Também é responsável pela 
comercialização de produtos extraídos de florestas plantadas em áreas pertencentes ou 
possuídas pelo patrimônio do Estado. 
3 
 
 Atualmente, a Fundação Florestal é responsável pela gestão de 94 Unidades de 
Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável, dentre elas, o Parque Estadual da Ilha 
do Cardoso (PEIC), que foi criado em 1962 pelo Decreto nº 40.319 de 03/07/1962 e que, 
atualmente, possui diversos reconhecimentos em relação à sua biodiversidade que justificam a 
sua criação. Além de integrar o maior remanescente contínuo de Mata Atlântica do Brasil, o 
PEIC também está inserido no Complexo Estuarino-Lagunarde Iguape, Cananéia e Paranaguá, 
que é considerado o terceiro maior estuário do mundo pela União Internacional de Conservação 
da Natureza (IUCN). A região ainda é reconhecida como Sítio do Patrimônio Mundial Natural 
e Zona Núcleo da Reserva da Biosfera. 
O PE Ilha do Cardoso está localizado no litoral sul do Estado de São Paulo (Figura 1), 
e conta com 13600 hectares de área protegida, sete comunidades tradicionais caiçaras e uma 
aldeia indígena Guarani M'bya. No que se refere à sua biodiversidade de flora e fauna, o Parque 
apresenta um complexo conjunto de ecossistemas, onde já foram catalogadas 986 espécies de 
vegetais, destacando-se 147 espécies de orquídeas e 41 espécies de bromélias e onde se 
encontram muitos animais ameaçados de extinção, como o papagaio-de-cara-roxa, jacaré-de-
papo-amarelo, o bugio, o veado-mateiro, a lontra, a queixada, o papagaio-de-cara-roxa, a 
araponga, o guará-vermelho entre outros. 
 
4 
 
Figura 1 – Localização da Unidade de Conservação Parque Estadual da Ilha do Cardoso – 
município de Cananéia, Litoral Sul do Estado de São Paulo. 
 A sede administrativa do Parque Estadual da Ilha do Cardoso está localizada em uma 
edificação conhecida como “Núcleo Integrado de Cananéia”. Este Núcleo é a base 
administrativa de quase todas as Unidades de Conservação do entorno do município, reunindo 
os gestores da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Sul, Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável Itapanhapima, Reserva Extrativista da Ilha do Tumba, Parque 
Estadual do Lagamar de Cananéia, um pesquisador do Instituto Florestal e uma representante 
da Coordenadoria de Planejamento Ambiental, tornando o ambiente rico em trocas de 
experiências entre as UCs. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
3.1 PROGRAMA DE VISITAÇÃO PÚBLICA/EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
3.1.1 Ações de Educação Ambiental 
 
Em conjunto com os monitores do Núcleo Integrado de Cananéia, foram realizadas 
atividades de Educação Ambiental em três escolas do município de Cananéia (Figura 2). As 
atividades foram aplicadas às turmas dos terceiros anos primários, onde os monitores realizaram 
um jogo de tabuleiro chamado “Jogo da Água – Da Nascente ao Oceano”, com o objetivo de 
explicar, de forma lúdica, a importância da água, suas formas de utilização e economia, além 
da importância das Unidades de Conservação. 
 
 
 
Figura 2 – Atividade de conscientização sobre a importância da água e das Unidades de 
Conservação, realizada numa escola municipal para alunos do 3° ano. 
 
 Outra atividade organizada pela equipe do PEIC foi a apresentação de teatro nomeada 
“A Lenda do Bruxo”, realizada na escola multisseriada da Comunidade do Marujá para crianças 
6 
 
de 06 a 12 anos (Figura 3). A apresentação tratava-se de um musical com informações sobre a 
conservação da natureza. 
 
 
 
Figura 3 – Alunos da escola da Comunidade do Marujá após a apresentação de teatro realizada 
pelo ator Hélio. 
 
Há 20 anos, a equipe do PEIC organiza o Programa de Educação Ambiental “Cananéia 
Tem Parque” com uma proposta voltada à necessidade de se apresentar Cananéia aos 
cananeenses (Figura 4). Os princípios básicos do Programa são a sensibilização e a emoção ao 
se conhecer os ambientes naturais do Núcleo Perequê no Parque Estadual da Ilha do Cardoso e 
o programa ocorre em parceira com diversos atores da região (barqueiros, restaurantes, 
monitores ambientais). O público-alvo são estudantes da Rede Pública, os quais são conduzidos 
com práticas de cidadania e respeito à vida através da interação com o meio ambiente. 
7 
 
 
 
Figura 4 – Monitor ambiental Ilso explicando aos estudantes sobre os ecossistemas litorâneos 
durante uma das etapas da realização do PEA “Cananéia Tem Parque”. 
3.1.2 Ações de visitação pública - Monitoramento e ordenamento da Praia do 
Itacuruçá/Pereirinha 
 
O Programa de Manejo “Visitação Pública e Educação Ambiental” do Plano de Manejo 
do Parque Estadual da Ilha do Cardoso frisa que as atividades de visitação pública devem ser 
compatibilizadas com a fragilidade dos ambientes do parque (zoneamento, recursos humanos, 
infraestrutura e características dos atrativos) e regulamentadas em cada área/atrativo, com a 
definição de normas e procedimentos voltados para o público que visita a Unidade de 
Conservação (SÃO PAULO, 2001). 
No ano de 2013, o Parque registrou em seus dados de visitação, o aumento no número 
de pessoas por dia que visitam a Praia do Itacuruçá/Pereirinha, chegando a picos de 2.500 
pessoas em um único dia. Na temporada 2014/2015 o número de pessoas chegou a mais de 
4.000 pessoas em um único dia (estatística de visitantes PEIC – não publicado). Tendo em vista 
o crescimento desordenado do turismo nesta praia, acarretando em danos à UC (quebra de 
galhos, abertura de trilhas irregulares, e à população de botos-cinza (Sotalia guianensis). A 
8 
 
solução para este impasse veio através de uma série de oficinas participativas em 2016 com 
diversos atores, o que resultou no consenso da limitação emergencial da Praia do 
Itacuruçá/Pereirinha em 1000 visitantes por dia, além do ordenamento de embarque e 
desembarque. 
O monitoramento da praia se intensifica durante a alta temporada, feriados e finais de 
semana. Nestes períodos, ocorre um revezamento entre funcionários para realizar os plantões 
para contabilização de visitantes e prestar informações sobre a Unidade de Conservação. 
3.1.3 Coordenação do Programa de Voluntariado 2018/2019 
 
A Fundação Florestal exige um padrão de documentos para a realização das inscrições 
no Programa de Voluntariado, entretanto, há uma grande variedade de atividades que os 
voluntários podem desenvolver dependendo da Unidade de Conservação de interesse. 
Em virtude da intensificação do fluxo de visitantes no PE Ilha do Cardoso durante o 
verão, as inscrições para a realização de trabalhos voluntários na ilha ocorrem em meados do 
segundo semestre para buscar interessados em apoiar durante a alta temporada com atividades 
de uso público, educação ambiental e apoio às comunidades tradicionais. 
A atividade de coordenação do programa de voluntariado consistiu em acompanhar a 
abertura, divulgação das inscrições e seleção da equipe de voluntários, realizar reuniões com os 
parceiros do programa (Prefeitura, Associação de monitores ambientais de Cananéia, 
Associação dos Moradores do Itacuruçá e Pereirinha, Associação dos Moradores do Marujá), 
coordenar as atividades dos voluntários alojados no Núcleo Perequê (Figura 5) – direcionando 
suas ações de acordo com as demandas da Unidade – e acompanhar as reuniões de encerramento 
e feedbacks. 
9 
 
 
 
Figura 5 – Atividade de educação ambiental “teia dos ecossistemas” realizada com a equipe de 
voluntários na Comunidade do Itacuruçá/Pereirinha (Núcleo Perequê) e equipe de voluntários 
do Núcleo Marujá. 
3.2 PROGRAMA DE PESQUISA CIENTÍFICA 
3.2.1 Ordenamento das pesquisas científicas realizadas no Parque Estadual 
da Ilha do Cardoso 
 
Para realizar uma pesquisa científica em qualquer Unidade de Conservação do Estado, 
o pesquisador precisa realizar a submissão do projeto de pesquisa para a Comissão Técnico-
Científica do Instituto Florestal (COTEC), com cadastro no SISBIO/SISGEN, caso o projeto 
de pesquisa envolva coleta. Esta Comissão é responsável por encaminhar tal solicitação para o 
gestor da UC para análise e manifestação, seguida de aprovação. 
O PE Ilha do Cardoso é uma das 10 Unidades de Conservação mais pesquisadas do 
Estado de São Paulo, constando em seu banco de dados cerca de 418 pesquisas realizadas desde 
1993 até o presente momento, mantendo uma média de 15 pesquisas aprovadas por ano. 
A gestão das pesquisas científicas é de suma importância para a Unidade de 
Conservação, pois vai de encontro com um dos principais objetivos de sua criação, podendo 
além de contribuir para avanços do conhecimento na sociedade, gerardevolutivas que auxiliem 
na melhoria da execução das propostas existentes em cada Programa do Plano de Manejo e 
melhorias para as comunidades residentes na ilha e no entorno. 
10 
 
 A atividade desenvolvida consistiu em realizar o ordenamento do banco de dados 
existente, organizando os dados dos pesquisadores desde 1993 até o ano atual. Além disso, as 
pesquisas começaram a ser categorizadas por seus macrotemas, temas e setores de pesquisa na 
ilha, a fim de gerar dados dos locais mais utilizados para pesquisa na ilha e os assuntos mais 
abordados (Gráfico 1), de modo a compreender quais as lacunas de pesquisa na UC e como as 
pesquisas já existentes podem contribuir para melhorias na gestão da Unidade. 
 
 
Gráfico 1 – Banco de pesquisas realizadas no Parque Estadual da Ilha do Cardoso entre os anos 
de 2007 e 2019. (Dados não publicados – arquivo PEIC) 
 
 Como resultado prévio deste ordenamento, pode-se notar observando o gráfico 1 que, 
em um banco de dados de mais de 10 anos de pesquisa – contendo cerca de 250 pesquisas 
científicas realizadas – os assuntos mais pesquisados na UC estão relacionados à fauna e flora 
da Ilha, o que indica que há um grande conteúdo já disponível para analisar a biodiversidade 
do PEIC, em contraponto com os demais temas apresentados. 
Esta constatação auxilia a gestão do PEIC a enxergar quais são as pesquisas científicas 
que poderiam apoiar a suprir demandas e problemáticas existentes no parque. Como exemplo, 
pode-se citar a baixa porcentagem de pesquisas sobre Uso Público e Meio antrópico 
11 
 
(comunidades tradicionais), sendo que estes temas são de grande interesse para resolver 
questões de ordenamento na UC, pois é sabido que a Unidade apresenta um fluxo intenso de 
visitação pública, recebendo uma média de 40 mil visitantes por ano e o receptivo destes é 
realizado, na maior parte das vezes pelos moradores tradicionais. 
3.2.2 Projeto de pesquisa para monitoramento, controle e erradicação da 
espécie exótica invasora (EEI) Casuarina equisetifolia L. 
 
A C. equisetifolia L. é uma espécie exótica invasora que está presente no Parque ao 
longo de toda a margem de praia (Figura 6). Considerando que, em 2016 foi realizada uma ação 
para controle desta espécie na Ilha, sem sucesso, em 2018 foi submetido um projeto de pesquisa 
à COTEC cujo objetivo é diagnosticar qualitativa e quantitativamente a infestação de Casuarina 
equisetifolia L. em restinga do Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC) e analisar diferentes 
métodos de controle mecânico, definindo o mais eficiente para então elaborar e executar Plano 
de Ação para prevenção, erradicação, controle e monitoramento da espécie invasora. Este 
projeto está sendo desenvolvido em parceria entre a Fundação Florestal e pesquisadores do 
Instituto Florestal. 
 
 
Figura 6 – Indivíduos de C. equisetifolia L. ao longo da faixa de praia do Parque Estadual da 
Ilha do Cardoso 
12 
 
No momento atual, a etapa de diagnóstico foi realizada e as áreas para implantação dos 
métodos de controle foram definidas. A implantação dos tratamentos (I. Corte raso do tronco e 
monitoramento de rebrota; II. Corte raso do tronco, cortes transversais cruzados na base e 
anelamento da base; III. Anelamento) está prevista para ocorrer no segundo semestre de 2019 
por conta da logística de embarcações e equipamentos que a ação envolve. 
3.3 PROGRAMA DE INTERAÇÃO SOCIOAMBIENTAL 
3.3.1 Apoio às comunidades tradicionais 
 
 Na vivência em apoio à gestão, a atividade que possuía maior demanda era a de apoio 
às comunidades tradicionais. Este item compreende o atendimento às solicitações de 
autorização feitas pelos moradores tradicionais para realizar intervenções (construções, 
reformas, roças, aproveitamento de madeira caída, etc) na Unidade de Conservação, sendo que 
estes atendimentos incluem a orientação ao morador sobre a legislação vigente, as vistorias em 
campo das áreas solicitadas para intervenção, elaboração de laudo e parecer técnico – incluindo 
informações de zoneamento da UC, caracterização da vegetação e estágio de regeneração 
conforme o descrito no CONAMA 07/96 - relatórios fotográficos e demais anexos, de acordo 
com o solicitado pela Portaria Normativa FF/DE n° 138/2010 que trata dos critérios e 
procedimentos administrativos para este tipo de solicitação. 
O PE Ilha do Cardoso possui muitos processos em andamento sobre as solicitações feitas 
pelos moradores tradicionais que não dependem somente da análise do gestor da UC, mas 
também da análise de toda uma hierarquia – gerente, assessores jurídicos, equipe do núcleo de 
regularização fundiária, núcleo de geoprocessamento e diretor executivo – principalmente 
quando se trata de alguma construção na comunidade. Porém, conforme descrito a seguir pelo 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC - Lei 9.985/2000), em seu artigo 42, 
deve haver um consenso de uso entre moradores e gestão da Unidade: 
Art. 42. As populações tradicionais residentes em unidades de conservação 
nas quais sua permanência não seja permitida serão indenizados ou 
compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo 
Poder Público, em local e condições acordados entre as partes. 
13 
 
§ 2º Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata este artigo, 
serão estabelecidas normas e ações especificas destinadas a compatibilizar 
a presença das populações tradicionais residentes com os objetivos da 
unidade, sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos 
locais de moradia destas populações, assegurando-se a sua participação na 
elaboração das referidas normas e ações. 
Com estes processos em andamento e outros novos que surgiram durante o período de 
estágio, foi possível compreender a aplicabilidade de muitas portarias, decretos, leis e políticas 
públicas citadas e não citadas durante o período da graduação. 
3.3.2 Sistema de Informação Geográfica 
 
O programa ArcGIS é utilizado para apoiar em diversas atividades da gestão do Parque 
e se mostrou um campo de extrema importância para a atuação profissional nesta área. 
Durante o período do estágio, o programa foi utilizado para elaborar o mapeamento das 
comunidades tradicionais do PEIC, realizando o levantamento das estruturas já existentes em 
cada comunidade e mapeando as solicitações de novas construções (Figura 07). Esta atividade 
possibilitou, além de atualizar o mapeamento das comunidades para armazenamento em banco 
de dados, a geração das informações quantitativas de área construída em relação à área total da 
UC. 
14 
 
 
 
Figura 7 – Exemplo de um dos mapeamentos elaborados em conjunto com o gestor da UC e a 
Comunidade do Itacuruçá/Pereirinha 
 
3.4 PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA 
3.4.1 Ocupantes não tradicionais 
Após a criação do Parque Estadual em 1962, através do Decreto Estadual nº 40.319, as 
moradias existentes ocupadas por não tradicionais (veranistas) entraram em processo de ação 
demolitória, bem como as moradias construídas por não tradicionais após a data de criação do 
parque. 
De acordo com o laudo de danos ambientais elaborado em 2005, havia na época, 44 
ocupações não tradicionais no Parque, de modo que o Ministério Público abriu 44 Ações Civis 
Públicas contra essas ocupações, solicitando a demolição, retirada de entulhos, retirada de 
espécies exóticas e recuperação florestal da área. 
As ações civis estão em diferentes fases de andamento, sendo que há áreas já 
recuperadas, outras em recuperação e ainda, áreas aguardando para serem demolidas. Deste 
15 
 
modo, a gestão da UC é cobrada periodicamente pelo Ministério Público do Estado sobre 
atualizações dessas áreas. 
 
 
 
Figura 8 – Vistorias realizadas em áreas onde ocupações de não tradicionais já foram demolidas. 
 
Em atendimento à esta solicitação, são realizadas vistorias técnicas (Figura 8) 
informando quais obrigações foram ou não cumpridase, caso o Plano de Recuperação de Área 
Degradada já tenha iniciado, também é informado ao Ministério Público as condições do plantio. 
3.4.2 Realocação da Comunidade tradicional da Vila Rápida 
 
 Em agosto de 2018, um processo erosivo que ocorria na região sul da Ilha do Cardoso 
se intensificou e rompeu o cordão arenoso que mantinha a faixa de praia contínua desde a 
Comunidade do Marujá até a Comunidade do Pontal de Leste. 
16 
 
 
 
Figura 9 – Rompimento do cordão arenosos e formação da barra. Na ponta norte da barra está 
localizada a Comunidade da Vila Rápida, em processo de realocação e na ponta sul da barra, 
está o antigo local da Comunidade da Enseada da Baleia, sendo que metade da área da Enseada 
já se encontra submersa. 
 Sendo o risco deste rompimento conhecido, a Comunidade da Enseada da Baleia já 
havia solicitado sua realocação para outra área dentro do Parque em meados de 2017. A outra 
comunidade presente nesta área de risco, Vila Rápida, havia decidido por não realocar naquele 
momento. Entretanto, após o rompimento do cordão arenoso e o agravamento do processo 
erosivo, esta comunidade precisou iniciar os procedimentos para sua realocação (Figura 9). 
 O processo erosivo ocasionou a abertura de uma barra – hoje com mais de 1,5 km de 
largura – que provocou diversas mudanças no cenário do entorno da ilha. Além do processo de 
realocação da comunidade, notou-se a formação de bancos de areia ao sul da ilha, dificuldades 
de navegação e alterações de áreas de pesca. 
 Este ocorrido possibilitou a experiência de acompanhar um processo de licenciamento 
ambiental na CETESB, além de acompanhar as articulações realizadas pelo gestor com diversos 
órgãos para que a realocação da comunidade fosse feita para outra área dentro da ilha e não 
para fora. 
17 
 
3.5 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO 
3.5.1 Apoio às ações do Conselho Consultivo 
O Parque Estadual da Ilha do Cardoso possui um dos Conselhos mais antigos do Estado, 
sendo instituído antes mesmo da criação do SNUC. Após a renovação do Conselho Consultivo 
do PEIC para o biênio de 2018 a 2020 (Figura 10), em meados de setembro, novos 
representantes dos setores da sociedade civil (associações de moradores tradicionais, associação 
de monitores, associação de barqueiros, instituições de pesquisa e universidades, entre outros) 
e poder público (prefeitura, secretaria de educação, polícia ambiental, ICMBio, Instituto 
Florestal, entre outros) foram apresentados à gestão. 
Esta atividade consistiu em levantar as pautas relevantes para a gestão da UC a serem 
discutidas mensalmente na reunião do Conselho, realizar o convite formal aos membros 
representantes da sociedade civil e poder público, acompanhar e redigir as atas e dar 
prosseguimento aos encaminhamentos formalizados durante a reunião, como a criação de 
Câmaras Temáticas e Grupos de Trabalho para o desenvolvimento de ações mais específicas 
relacionadas à gestão, além de atender às demandas levantadas pelas comunidades tradicionais. 
 
 
Figura 10 – Membros representantes do Conselho Consultivo do PE Ilha do Cardoso, biênio 
2018 – 2020. 
18 
 
 
 Para a gestão da Unidade de Conservação, o dia da reunião do Conselho Consultivo é 
um dos dias mais importantes no mês, visto que todas as dificuldades e desafios da gestão são 
colocadas à mesa para discussão entre vários setores, em busca do melhor prosseguimento para 
cada situação. 
3.5.2 Apoio nas oficinas de zoneamento para criação do Plano de Manejo da 
APA Marinha Litoral Sul 
 
 Em meados de outubro de 2018, a APA Marinha Litoral Sul estava em fase de elaboração 
do plano de manejo, realizando as oficinas participativas de zoneamento. Nesta etapa, 
funcionários de todas as UCs do Núcleo Integrado de Cananéia puderam acompanhar e auxiliar 
na execução das oficinas, que contou com a participação de pescadores artesanais de todo o 
litoral sul, pesquisadores, representantes das prefeituras do litoral, ICMBio, representantes da 
pesca industrial, entre outros participantes, que contribuíram com as mais diversas visões e 
experiências para a construção do zoneamento da APA Marinha Litoral Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O estágio obrigatório possibilitou acompanhar o cotidiano da gestão de uma Unidade 
de Conservação e a desenvolver muitas atividades diretas e indiretas relacionadas à conservação 
da biodiversidade. 
 Apesar de existir muitas políticas ambientais que subsidiam as diversas ações nas 
Unidades de Conservação, é notável como muitos procedimentos administrativos acabam tendo 
entraves desnecessários por conta de normas que estão desatualizadas e acabam não 
contemplando todas as situações existentes ou que dão abertura para diversas interpretações – 
o que acaba sendo perigoso, pois decisões deixam de ser tomadas por lei e passam a ser tomadas 
pela visão de quem está mais à frente na hierarquia – entre outros apontamentos, e que acabam 
gerando frustrações e atrasos em muitas ações importantes para a gestão da UC. 
 O estágio promoveu de forma intensa o estudo e interpretação de legislações ambientais 
que não foi possível obter de forma clara durante a graduação, além de possibilitar uma 
introdução aos programas de sistemas de informação geográfica de modo mais prático. 
Além disso, a vivência em apoio à gestão da UC mostrou-se muito proveitosa, trazendo 
atividades que demandavam muitos conhecimentos interdisciplinares do curso de Engenharia 
Florestal para serem executadas (principalmente ecologia florestal, manejo de áreas silvestres 
e uso, manejo e conservação do solo) e, muitas vezes, conhecimentos de outras áreas (por 
exemplo, ecossistemas litorâneos, biologia marinha e legislação de pesca). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente e Instituto Florestal. Plano de Manejo do Parque 
Estadual da Ilha do Cardoso – Fase 2. São Paulo, 2001. p. 174.

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