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Geografia crítica

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Geografia crítica: legado histórico ou abordagem histórica? (Resumo)
Uma crítica atual ou radical à Geografia desenvolveu, não o Brasil, um traje notável do ponto de vista da abordagem acadêmica, para desvendar processos que alimentam ou o debate político em um delicado momento nacional. Este artigo tem como objetivo discordar sobre essa corrente, abordando suas origens em diferentes países, conceitos, bases metodológicas, objeto de análise e sua evolução, particularmente não o Brasil. Considerando posições díspares em relação ao seu traje contemporâneo e produção teórica, tente fazer uma breve leitura de seu significado e importância para uma ciência geográfica no Brasil, entre tantas correntes cujos seguidores postulam hegemonia fora do âmbito da análise geográfica.
Palavras - chave : geografia crítica, geografia radical, nova geografia, marxismo na geografia
Geografia crítica: legado histórico ou abordagem recorrente? (Resumo)
A corrente crítica ou radical da Geografia desenvolveu, no Brasil, uma trajetória notável do ponto de vista da abordagem acadêmica, no desdobramento de processos que enriqueceu o debate político em um delicado momento nacional. Este artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre essa corrente, desde suas origens em diferentes países, concepções, fundamentos metodológicos, objeto de análise, evolução e as posições contraditórias sobre sua produção teórica e contribuição para a Geografia, particularmente no Brasil. Propõe-se ainda fazer uma breve leitura de seu significado e importância para a ciência geográfica, diante de outras correntes com adeptos que postulam a hegemonia da análise na geografia.
Palavras - chave : geografia crítica, geografia radical, nova geografia, marxismo na geografia
Geografia crítica: legado histórico ou uso atual? (Resumo)
A corrente crítica ou radical da Geografia desenvolveu, no Brasil, notável trajetória a partir da ótica da abordagem acadêmica, revelando processos que enriqueceram o debate político no delicado momento nacional. O presente artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre essa corrente, desde suas origens, concepções, fundamentos metodológicos, objeto de análise, evolução e o diálogo contraditório sobre sua produção teórica e contribuição para a Geografia, em particular no Brasil. Resta ainda fazer uma breve leitura de seu significado para a ciência geográfica, enfrentando muitas correntes que postulam a supremacia na análise geográfica. 
Palavras-chave : geografia crítica, geografia radical, nova geografia, marxismo na geografia
Origens e principais concepções
A geografia crítica sucede a uma corrente de pensamento geográfico denominada nova geografia ou geografia quantitativa, que surgiu durante a Guerra Fria, no século XX na Inglaterra, nos Estados Unidos e na Suécia - corrente que, baseada em métodos quantitativos, personifica ou compromisso ideológico para justificar expansão capitalista sem apertar a essência da realidade social. Esse contexto de dominação pelo uso ideológico da informação, bem como do agravamento das tensões sociais nos países centrais e dos movimentos pela independência nos países subdesenvolvidos, que emerge da geografia crítica como uma corrente que se contrapõe ao quantitativo.
Ou interesse dois geógrafos nas obras de como o socialismo ressurgiu na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Segundo Andrade (1987), o trabalho dos geógrafos foi estimulante e apresentou avanços significativos. Portanto, com a invasão da Hungria pelas tropas soviéticas, em 1956, grande parte dos grupos profissionais ruiu para o marxismo, ao mesmo tempo em que se iniciaram os contatos com outros segmentos profissionais.
O não pós-guerra abre perspectivas de planejamento, consolidando políticas desencadeadas durante a guerra, como o Urbanismo e o Território , na Inglaterra, ou o Aménagement du Territoire, na França e na Bélgica, tentaremos dar a essa prática uma dimensão histórica e geográfica. Essas perspectivas remontam a um geógrafo, mais intimamente ligado ou de certo modo isolado, ou ao desafio de "adaptar-se a um sistema de trabalho realizado em comum e em colaboração com outros especialistas, procurando atingir objetivos pragmáticos" (Andrade, 1987: 95). As disciplinas do conhecimento geográfico passarão pela economia, sociologia, antropologia, e também por uma transposição da centralidade do tema agrícola para o urbano. Além disso, esse período se destaca, pela importância dos contatos de geógrafos como filósofos, como Henry Lefebvre e Louis Althusser, como planejadores urbanos, como Manuel Castells, ou economistas, como Charles Bettelheim.
A geografia crítica se posiciona como “uma revolução que busca romper, de um lado, com uma geografia tradicional e, de outro, com uma geografia teórico-quantitativa” (Corrêa, 2001: 23), o que tem motivado intenso debate entre os geógrafos marxistas. e não-marxistas. Ela evidencia a ação do Estado e de dois outros agentes da organização espacial - os latifundiários, os industriais, os incorporadores -, ao mesmo tempo em que assume as relações casa-natureza e o enfoque regional. Procura responder às profundas mudanças na organização espacial, devido à intensa urbanização, industrialização e expansão do capital, que não encontram respostas para o não determinismo, possibilidade e método regional.
Porém, a geografia quantitativa está preparada para se comportar segundo um sistema de pensamento, por estar subordinada a uma visão matemática do mundo, negligenciando a dimensão do tempo. Para Santos (1996: 170), uma corrente quantitativa redireciona os chamados estudos marxistas para que “voltassem e se tornassem uma das colunas fundamentais da chamada 'geografia crítica', que, aliás, não é exclusivamente de dois marxistas”. Refere-se a "geógrafos socialmente iludidos", norte-americanos, que não usam muitos marxistas para criticar a visão anterior da geografia e propor uma perspectiva diferente.
É preciso todo um corpo de estudo como uma postura crítica radical em face da geografia existente, tradicional ou pragmática, proponho uma ruptura total com pensamentos anteriores. Segundo Moraes (1999), não de nível acadêmico, geógrafos críticos opõem-se oo empirismo exarcebado da geografia tradicional, além de refutar sua análise padronizada no mundo das "aparências", consistente com o fundamento positivista, que visa a busca de um objeto automatizado, Como ideia absoluta de lei, não estou preocupado com a diferenciação das diferentes qualidades de dois fenômenos humanos, entre outros. Uma geografia pragmática, também de base neopositivista, é fortemente criticada por ser acrítica, “alienante”, ligada à legitimidade do poder do Estado burguês.
Vários autores da geografia crítica posicionam-se exatamente em termos de uma transformação da realidade social, traçando ou conhecendo como uma arma importante para esse processo. Nesse caso, o conhecimento científico ou científico assume um conteúdo fortemente político e, portanto, a geografia deve ser militante, ou seja, lutar por uma sociedade mais justa e servir como instrumento de liberdade do lar (Moraes, 1999). Ao mesmo tempo, faz parte do objetivo de validar plenamente as contradições inerentes ao sistema capitalista de produção, desvelando, segundo Moreira (1982a), as “máscaras sociais” desse sistema.
Ou o movimento da geografia crítica, em suas várias veias, reproduz o ataque ideológico contemporâneo da luta de classes na sociedade. Os geógrafos críticos, nas suas várias orientações, assumem uma perspectiva popular, de transformação de uma ordem social. Por isso, busca uma geografia mais generosa em um espaço mais justo, que se organiza em função de dois interesses, duas famílias na capital (Moraes, 1999).
Influência francesa
Uma das raízes da geografia crítica está na ala progressista da geografia regional francesa, que introduziu, há poucos anos, uma análise da organização do espaço aos processos econômicos e sociais, inaugurando uma nova discussão política de dois estudos geográficos, e abordando a história dodia. Jean Dresch anuncia esse movimento, para incorporar um discurso político em seus estudos, nas décadas de 1930 e 1940.
Na França, uma manifestação clara de renovação crítica encontrada na Geografia Ativa, de Pierre George, Yves Lacoste, Bernard Kayser e Raymond Guglielmo (1966), obra que marca uma geração de geógrafos, ou se opõe à geografia aplicada, portanto hegemônica. Temo como proposta a elaboração de uma análise regional que desvende as contradições do modo de produção capitalista, neste caso, inaugurando uma geografia de denúncias de realidades espaciais injustas e contraditórias. Critica severamente a abordagem descritiva e enumerativa da geografia, baseando-se na necessidade de uma informação objetiva, que permita traçar perspectivas que embasem as decisões tomadas. Ligada ao historicismo, os seus autores consideram a geografia como um prolongamento da história, mais com métodos próprios, saindo do seu papel meramente contemplativo e assumindo um papel dinâmico e atento, porque a chamam de "geografia ativa".
Essa concepção deixa por trás de um conceito “tenso” de uma geografia que está sujeita à preocupação com os fatos de que se é, constatado, “relutante em enfrentar as incertezas das previsões mais tímidas” terreno não prático, como afirmam os tradutores, nas notas da contracapa da publicação brasileira. Nessas nota, resumem dois autores ou objetivo da geografia: “perceber as tendências e as perspectivas de evolução a curto prazo, medir em intensidade e em projeção espacial as relações entre as tendências de desenvolvimento e como seus antagonistas, definir e avaliar o eficácia de dois períodos e obstáculos. É por isso que a geografia pode levar à aplicação ”(George et al ., 1966).
Apesar de ter uma leitura crítica da realidade, a geografia ativa não rompe, em termos metodológicos, com a análise tradicional, mas permanece descritiva e empirista. Para Moraes (1999), essa ruptura ocorreria anos depois, com a obra de Pierre George, que tem grande mérito em introduzir conceitos marxistas na discussão geográfica, a fim de tentar uma conciliação do materialismo histórico na análise regional. Em suas obras, insurgiu-se na contramão das correntes atuais, buscando conciliar os postulados marxista e lablachiano, aprofundando-se na discussão das relações de produção, relações de trabalho, ação do grande capital, forças produtivas etc.
Yves Lacoste, em um momento de crise que alcançou a geografia, diante das novas tendências, retoma os debates inspirados nas obras de Élisée Réclus [1] , para discutir a dialética hegeliana e sua vinculação com a geografia (Andrade, 1987). Em 1976, Lacoste criou a revista HerodoteTrata-se, aliás, de análises diversas sobre inúmeras questões geográficas, como os problemas ideológicos, a paisagem, o trabalho no campo, o urbano, o imperialismo ligado à colonização, entre outros. Apostólica ou trigésima edição da revista, Lacoste convida geógrafos a participarem de uma importante atuação na esfera política e de revisão ou conselho de geopolítica. Para isso, não só a geografia como outras ciências foram utilizadas pelos nazistas para justificar expansões territoriais sobre outras pessoas. Lacoste (1989) tenta mostrar que a geopolítica, dotada de Estados, também poderia ser empreendida de forma que as poucas conquistas fossem a liberdade nacional, e não o plano externo, e a liberdade interna.
Ou radicalismo anglo-americano
Nos países anglo-americanos, no final dos dois anos 1960, uma crítica atual à demarcação ou coleção de geógrafos embarcando em processos de transformação social em andamento. Movimentos contra a Guerra do Vietnã, lutas anticoloniais nos países do sul, movimentos diretos de cabelo civil e de gênero associados às revoltas internacionais de 1968.
Cobarrubias (2006) reflete as observações de Peet (1977, apud Cobarrubias 2006) de que a ciência radical em geral e a geografia radical em particular são, pelo menos na América do Norte, produtos desses eventos de dois anos de 1960, ou que são complementados por Harvey e Smith ( 1984, apudCobarrubias, 2006), que afirmam que os geógrafos foram obrigados a questionar os eventos com base na natureza conceitual e prática de sua disciplina. Nessa época, a geografia era vista como uma ciência espacial imersiva em uma revolução quantitativa. Muitos geógrafos relatam a estudos de geógrafos anarquistas, como Kropotkin e Réclus, não houve corpo de produção ou autores representativos, grupos menores ou iniciativas particulares desenvolvendo trabalhos que não pudessem ser chamados de “críticos”, muito menos “radicais”.
Baseando-se em Harvey (2001, apud Cobarrubias, 2006), esse autor menciona os efeitos contraditórios do macarthismo e aponta que alguns geógrafos progressistas passam a expressar preocupação social, por conta de sua suposta neutralidade do “escudo positivista”. Uma aparente calma foi rompida por uma ampla crise social, “uma crise mais grave enfrentada pela sociedade capitalista”, como destacou de Blaut (1979: 159, apud Cobarrubias, 2006), fazendo como uma emergência radical da geografia. São as convulsões e mobilizações que afetam a sociedade dos geógrafos, que elevam seus recursos científicos para seus esforços.
Obras de geógrafos, principalmente norte-americanos e canadenses, voltadas para problemas sociais, circularão e adquirirão certa relevância. Com base em Blaut (1979), Cobarrubias (2006) aponta como data de referência do surgimento do corrente ou ano de 1969, ele não encontrou a American Association of Geography, que reunia dois movimentos locais, entre eles a Detroit Geographical Expedition (DGE) .eo grupo responsável pela publicação Antipode , da Clark University.
Andrade (1987), analisando a obra de Kirk Mattson, reitera essa ordem de eventos, como movimentos paralelos e convergentes, agregando a eles a Fundação da União dos Geografos Socialistas. Confirma que a geografia crítica avançou nos Estados Unidos devido ao desejo de alguns geógrafos de se aprofundar na realidade existente e verificar as injustiças sociais que o cercam. O próprio Mattson (1978) pondera que
Ainda não existe uma história adequada da geografia radical, uma vez que não é uma escola em si, mas se desenvolveu a partir de fontes muito diferentes e em direções diferentes. Também não se pode dizer que a "radicalização" da geografia é um fenômeno inerente à disciplina, mas faz parte de uma tendência geral dentro das ciências sociais; Este fenômeno também não responde a uma ideologia política específica, mas responde a um problema político específico.
Os projetos da Expedição reúnem experiências de preocupação e mobilização da comunidade para conhecer as pesquisas acadêmicas, que nos procuram para entrar na academia. Expoente desse grupo, William Bunge (1977, apudCobarrubias, 2006) se dedica a visitar a Black Bay of Fitzgerald, localizada em Detroit, a fim de realizar investigações e fazer contato com seus habitantes. Ano de lidar com a realidade local, a Bunge verifica que o nível de vida da população do bairro era muito precioso e que as reivindicações de dois de seus moradores não foram consideradas geógrafos e planejadores em nossos estudos de governo, concluindo que o plano deve ser adequado para servir às comunidades. A partir de agora, organiza aulas de campo de e para o país, com ampla interação entre alunos e residentes. Ao tomar tal atitude, foi despedido da universidade, passando a residir em Toronto, onde repete a experiência - segundo Mattson (1978), o mais ambicioso de todos -, sendo novamente despedido. Não é o fim da vida, Bunge vira taxista e não recorre a bancos acadêmicos.
Mattson (1978) endossa que suas experiências não foram um fracasso, mas seus resultados devem ser avaliados com prudência, pois são emitidos assim que funcionam ao contaminar com total confiança e cooperação da comunidade e atendendo aos seus interesses, com “paternalismo profissional ”,“ Turismo emocional ”, nem“ vanguardismo político ”. Observe que, como resultado dessas experiências, um novo thermo passou para enriquecer o vocabuláriogeográfico, “ advocacy ”, que
Implica um compromisso real com os problemas da cidade no interesse de seus habitantes; problemas cotidianos como distribuição de parques, acidentes de trânsito que prejudicam crianças, etc ... Essa atitude de comprometimento com os problemas humanos e políticos contrastava com a atitude de outros geógrafos que por vezes estudavam a cidade a serviço dos incorporadores e especuladores. de distanciamento e frieza profissional que evidenciava a fragilidade ética da geografia estabelecida.
A revista Antipode , organizada em 1969, teve como objetivo inicial divulgar o trabalho de campo da Bunge, passando a fazer uma crítica radical tanto à geografia tradicional, quanto à geografia teórica, como nota Andrade (1987), tendo sido concebida como uma voz de Uma alternativa geografia, preocupada com problemas locais e regionais, como sugeriu Mattson (1978).
Eu já em Primeiro seu número manifestou postura claramente radical, Movimento que produzia em outras Ciências Sociais como Pode ser confirmado em resgate histórico de publicações da unindo-se ao Antipode hairs Notebooks Critical Human Geography ( Geo Critical ) - Este também uma publicação que amplia a debate crítico internacional, traçando-o para a língua espanhola. Conforme exposto por David Stea [2] ,
Nosso objetivo é uma mudança radical, a substituição das instituições e o ajuste institucional de nossa sociedade, instituições que não podem mais responder às mudanças nas necessidades da sociedade, que sufocam as tentativas de nos dar padrões de vida mais viáveis, que muitas vezes não servem mais do que Para o propósito de autoperpetuação, Não tentamos substituir instituições existentes por outras que inevitavelmente tomarão a mesma forma; em vez disso, tentamos encontrar um novo arranjo de mídia de acordo com um novo conjunto de objetivos.
A revista Antipode tem grande óleo, pois permitiu a abertura de novos horizontes para novos geógrafos, já que no máximo dois colaboradores foram devastados por geógrafos quantitativos como método matemático-estatístico. À medida que evoluiu e se desenvolveu, surgiu como uma questão do método e do papel da ideologia na geografia.
Em 1974, em plena evolução e busca teórica, a revista levantou a necessidade de explorar o campo do marxismo e estimular pesquisas e contribuições de países do terceiro mundo. Nesse processo os objetivos foram esclarecidos e as perspectivas ampliadas, ganhando leitores fora da América do Norte, mas perdendo também, ao longo do caminho, muitos dos primeiros leitores liberais, ainda assustados com a palavra “marxismo” (Mattson, 1978).
O terceiro movimento apontado, ao Sindicato dos Geógrafos Socialistas, tentará divulgar ideias que busquem renovar o conhecimento geográfico. Formada em 1974, essa organização não tem caráter político-militante profissional, buscando apenas discutir a geografia e, por meio dela, conquistar as mudanças sociais. Além de contribuir organizando e trabalhando por uma mudança radical nas comunidades, pretendemos desenvolver a teoria geográfica para contribuir com uma luta revolucionária, conforme transcrições de Mattson (1978), tendo como fonte o Boletim USG (v. 3, n. 1).
Além de Bunge, outro grande líder da geografia radical norte-americana, no final da década de 1960, foi David Harvey, ambos neopositivistas. Influenciados pelo contexto de crise da sociedade capitalista, esses geógrafos buscam novos caminhos socialistas, novas alternativas científicas e sociopolíticas para os estudos geográficos.
Na década de 1960, Harvey trabalhou principalmente com problemas relacionados à filosofia e metodologia da geografia. Essa etapa positivista foi substituída por uma marxista e dualista, coincidindo com sua transferência para a John Hopkins University , onde seu interesse se concentrou nos processos de urbanização e empobrecimento de algumas cidades norte-americanas. Seus pensamentos relacionados à geografia humana também levam ao interesse por mudanças na política econômica, processos de urbanização em países capitalistas, formas alternativas de urbanização e justiça ambiental. Assim, rompe radicalmente com o neopositivismo de vanguarda, aderindo à geografia crítica. Neste aspecto, na obra A justiça social e a cidade(1973), ou o autor apresenta uma autocrítica em relação à sua produção anterior e uma crítica às teorias dadas "liberais" sobre a cidade, assumindo uma postura fortemente socialista.
Uma abordagem do conteúdo da geografia pode ser sintetizada a partir das observações de Peet (1982: 226), citadas por Henrique (2002):
A ciência radical mostra desvios, explica as explicações existentes para a crítica, fornece explicações alternativas que traçam a relação entre os problemas sociais, a superfície e as causas sociais profundas, e encoraja as pessoas a se engajarem na construção de sua própria teoria. Com base nas explicações alternativas resultantes, foi estabelecido um programa político radical para a reestruturação da sociedade dentro deste programa, desenvolvendo uma cultura que reflete a experiência de uma população recém-desperta. Uma ciência radical é, então, ou agente consciente da mudança política revolucionária. E a Geografia Radical é uma parte da, partilhando à mesma aspiração, recorrendo ao mesmo método, um conjunto mais especializado de relações de quatro dias a uma sociedade e a poucos.
Peet (1988, apud Silva, 2000), reitera essa geografia radical a partir do contexto de rejeição da geografia quantitativa e da geografia humanista, construindo um novo paradigma que sustenta as questões sociais. Também responde à importância da Antípoda , ao publicar os primeiros trabalhos da atual, sobre temas como pobreza urbana e regional, discriminação contra mulheres e grupos minoritários, desigualdade de acesso a serviços, subdesenvolvimento, etc. Ele pondera que sujeitar a geografia radical mais tarde (nos anos 1970) ao marxista, a mesma coisa, preservando mais fases nas abordagens temáticas do que o materialismo e a dialética. Sofreu uma segunda transformação terminou dois anos 1970, com a obra de Harvey, como Os limites do capital(1982), e por Neil Smith, com Desenvolvimento Uniforme (1984), bem como pela influência das ideias de Henri Lefebvre.
Em oposição aos Estados Unidos, uma geografia crítica ou radical da Europa começou com a análise de obras do século XIX, escritas principalmente por Karl Marx, Friedrich Engels, Karl Kautsky, Vladimir I. Lênin, Èlisée Réclus e Kropotkin, sendo este último , Quase sempre cortada pelas escolas tradicionais e pelas escolas modernas da dita "nova geografia".
Para Andrade (1987), os geógrafos passam a se interessar pela obra de Marx, principalmente quando o autor analisa alguns conceitos que interessam ao seu campo de estudos como modo de produção, formação econômico-social, relação cidade / campo e evolução da sociedade. pelo meio das lutas de classe. Já uma contribuição de Engels além das questões geográficas, para discutir as transformações naturais e os problemas urbanos. Kautsky, por sua vez, analisa o problema azedo, tornando-se clássico nas ciências sociais.
Ou movimento dois geógrafos sul-americanos
Ou o debate por uma corrente alternativa analítica em geografia também se toma corporativo na América do Sul. Na Argentina e não no Uruguai, essa corrente se pauta por uma agenda estruturada em princípios valorativos que evidenciam “o compromisso intelectual a serviço da sociedade, o tratamento dos contratempos ao desenvolvimento latino-americano, outra forma de compreender o processo de ensino e aprendizagem, como a necessidade de fazer política com os instrumentos e conhecimentos proporcionados pela ciência ”(Cicalese, 2007). Essa nova linha de reflexão que surge na academia utiliza o pensamento social latino-americano, inspirado nas teorias do desenvolvimento, e aproveita os conceitos clássicos do marxismo para compreender e intervir no território. Na geografia,[3] .
Como os espaços de difusão de ideias e de trabalho eram escassos, tal corrente se organiza a partir de encontros,como o I Encontro Latino-Americano da Nova Geografia , que ocorre em 1973, em Salto, não Uruguai, convocado pela Associação de Professores da Geografia do Uruguai, com aproximadamente cem participantes. O Segundo Encontro Latino-Americano da Nova Geografia acontece na Universidade Nacional de Comahue, em Neuquén, Argentina, com mais ou o dobro de participantes. Isso aconteceu em fevereiro de 1974, na esteira de uma cena política que se fecharia rapidamente.
Cicalese (2007) é apoiado por Elena Chiozza [4] para revelar este Encontro:
... foi um congresso muito agitado. Numa época de peronismo triunfante e de peronismo também avassalador. E para os geógrafos tradicionais foi um congresso revolucionário, teve um conteúdo revolucionário porque começou a tomar consciência de que realmente não podíamos repetir apenas as posições teórico-ideológicas que nos olhavam do mundo desenvolvido sem compreender a natureza de todos os fatores que veio trabalhando através da história para configurar nossa geografia como ela é. Então, diante daquela tradição apegar-se ao que se pensava de fora, e isso era a única coisa que valia, é claro, reivindicar outras formas de abordar o conhecimento era revolucionário ...
Foram convidados para este Segundo Encontro, Pierre George, como referência europeia, e Milton Santos, como referência latino-americana, promotores, entre os jovens geógrafos, de ideias comprometidas com a realidade social (Martínez, 2002), bem como um grande número Delegação do Uruguai, entre os quatro Germán Wettstein e Danilo Antón, e geógrafos argentinos, notadamente Elena Chiozza e Carlos Reboratti, da Universidade de Buenos Aires, e Ricardo Capitanelli, da Universidade Nacional de Cuyo. Trataremos de questões sobre o papel do geógrafo como profissional, entre outras que marcarão a realidade, indicando a preocupação de dois participantes em emergir de outra Geografia, mais comprometida.
Incapaz de estar presente, Pierre George enviou um texto Pourquoi la Geographie? , lido por Milton Santos. Destaca o papel da ciência como conhecimento estratégico do governo para ação e decisão, e mostra a necessidade de vincular seus conteúdos a outras ciências, intercâmbio essencial para evitar retratos regionais excessivamente estáticos. Em relação ao texto, Cicalese (2007) observa que: “Embora tenha permanecido em certa medida dentro dos esquemas clássicos da geografia regional francesa, lançou uma crítica interna à corrente, mostrando a sua inadequação metodológica para o exercício da ação sobre o território. "
Milton Santos defendeu a necessidade da construção de um corpo teórico latino-americano para compreender, analisar e denunciar os problemas regionais comuns ao Terceiro Mundo, enfatizando as desigualdades e contrastes sociais à medida que o Ocidente se desenvolvia. Essa visão marcará a diferença socioeconômica do mundo ocidental. Sua presença gerou uma impressão sólida e incontornável dos geógrafos cariocas. Martínez (2002) destaca que:
Deve-se destacar que este II Encontro de Neuquén marcou um marco na história da Geografia Latino-americana, e especialmente na Geografia Argentina, pois pela primeira vez se estabeleceu o contato humano direto com aqueles que estavam iniciando uma outra visão na disciplina. Sem dúvida, isso permitiu a abertura do conhecimento geográfico para outra forma de construir ciência, já que apenas autores e cientistas tradicionais como Federico Daus e Rey Balmaceda eram conhecidos. Nesse contexto, Milton mostrou a necessidade de construir um corpo teórico a partir da América Latina, que permitisse analisar, compreender e denunciar os complexos processos territoriais em curso.
O Encontro de Neuquén continuou com o entusiasmo de uma parte do movimento estudantil e dois convidados, que apresentaram animadas palestras pela esperança de transformação que se inaugurou no processo político argentino. As propostas da Nova Geografia coincidem com outras manifestações de geógrafos latino-americanos, especialmente uruguaios, que foram expostos a processos políticos autoritários. German Wettstein, em sua palestra A contribuição da geografia para o desenvolvimento e a integração latino-americana, expôs um plano de profissionalização e qualificação de dois geógrafos para uma nova geografia latino-americana, destacando as discrepâncias com a geografia tradicional. Wettstein recomendou a articulação de dois centros e grupos de pesquisa em geografia com outras redes interdisciplinares, para superar as condições de “subdesenvolvimento da geografia”, rompendo o isolamento que era comum na disciplina. Enfatizou a acriticidade de dois geógrafos, acrescentando, sem questionamento, grandes paradigmas, como por exemplo sem perguntar "a que fins políticos eles responderam ou cooperaram" (Cicalese, 2007).
Como Cicalese (2007) observa, geógrafos uruguaios da Equipe de Geografia Integrada apontam como uma estrutura atual considerada uma alternativa à publicação Le métier de géographe en pays sous-développé; Um ensaio metodológico , de Milton Santos, publicado em Paris, pela Ophrys (1971), por se colocar como uma intervenção crítica na geografia regional francesa clássica e pleitear a demanda de um aprofundamento na geografia geral. Outro autor notável é Rigoberto García, geógrafo colombiano, em sua publicação Outra Geografia Latino-Americana: Algumas Reflexões Críticas sobre a Metodologia , publicada na Revista Ibero-americana (v. IV, n. 2, 1974). Para Cicalese (2007),
García julgou negativamente o que chamou de doença da descrição e defendeu um refinamento metodológico e filosófico com uma reformulação concreta dos problemas. Ele acusou o abuso que a Geografia Quantitativa fez de suas técnicas formais, transformando meios em fins. Expressava a escassa relevância científica de uma tarefa voltada para a aplicação de modelos matemáticos e geométricos para dar conta do espaço, pois argumentava que era necessário enfrentar realidades e necessidades mais urgentes do que nos limitarmos a verificar modelos que pouco serviam para entendimento.
Cicalese (2007) concluiu que a geografia alternativa explorou novos campos e importantes produtos editoriais, especialmente a possibilidade de se desenvolver como avanços em uma geografia crítica, distanciada das diretrizes da ortodoxia, com enfoque não social e com outros instrumentos, a Argentina fracassou.
As experiências de trabalho à luz do marxismo, da teoria da dependência e de outros desenvolvimentos epistemológicos latino-americanos ou do Terceiro Mundo foram reduzidas a uma expressão mínima. Ocorridoque as determinações de um contexto hostil e repressivo não permitiam a ocupação de posições de campo e seu desenvolvimento. O atual, embora expressasse um quadro de valores de ponto de partida, o caminho que parecia estar caminhando se examinarmos as proclamações políticas como a lista de temas prioritários que já se insinuavam, frustrava-se a possibilidade de um nível aceitável de desenvolvimento teórico. Como desenvolvimento teórico, entendemos a construção de um ponto de vista admissível e adequado para abordar a realidade e produzir um bom número de trabalhos empíricos. Em suma, um caminho de dupla comunicação entre ciência e política para redefinir as demandas vindas do campo político e social, transcender sua retórica para transformá-las em regras e práticas do comércio geográfico.
Geografia crítica no Brasil
Assim, as diferentes formas de interpretar a geografia na década de 1970, tanto na Europa quanto nas Américas, trouxeram consigo uma ampla gama de influências na geografia brasileira. Porém, Andrade (1987) chama a atenção para o fato de que a preocupação com os aspectos sociais surgiu na geografia brasileira desde a década de 1940, nos conta Caio Prado Jr., tanto em artigos publicados na revista Geografia , quanto em sua obra Formação do Brasil Contemporâneo . Destacam-se também as obras de Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, além de Orlando Valverde, que demonstram preocupação com os problemas sociais e aprofundam a análise das causas, raízesde dois problemas.
Manuel Correia de Andrade é outra nota digna de nota deste período, expressando grande preocupação social nos artigos, alguns publicados não no Boletim Paulista de Geografia (Andrade, 1977), monografias e livros, portanto, devendo ser revistos por geógrafos - o seu principal livro na época, Um gado em estado selvagem em Pernambuco , fui mais aplaudido por historiadores e sociólogos.
Essa época, ou silêncio imposto pelo regime militar brasileiro e as políticas de desenvolvimento adotadas, facilitará a inserção da corrente da geografia crítica não país, não final de dois anos 1970. Inicialmente sufocada pelo regime autoritário, bem como pela institucionalização da disciplina , essa corrente significou um momento de ruptura não só política, como epistemológica.
Andrade (1987) narra que durante a vida militar houve um acerto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a política econômica do governo, utilizando abstração matemática-estatística. Na linha de atuação atribuída pela Instituição, despreza os problemas sociais e ambientais, atendendo ao limite da destruição do Conselho Nacional de Geografia.
Esse contexto brasileiro foi propício para os geógrafos buscarem novos caminhos para a geografia. Com a consideração das revistas Antipode e Herodote , com a participação de Milton Santos no corpo editorial, os debates em torno da crítica à geografia se intensificaram. No mesmo período, Milton Santos publica Por uma Geografia Nova (1978), obra considerada, por muitos geógrafos, como uma das primeiras propostas de renovação da geografia brasileira, tendo um conteúdo claramente normativo, endossando criticamente a geografia tradicional, uma crítica pensamento geográfico Estas são as ideias principais de renovação, efetuadas pela geografia pragmática.
Outras publicações relevantes de cada crítica vem apoiando o país, com destaque para o Boletim Paulista de Geografia , além de Território Livre , Terra Livre , Geonordeste , entre outros.
Carlos (2002: 164) traça um panorama da geografia no Brasil, a partir do fato de ter sido publicado no Boletim Paulista de Geografia . Em relação ao momento de emergência da geografia crítica, afirma que
A década de 1960 marca um momento da geografia brasileira em que duas grandes tendências se contrapõem. Nem o Rio de Janeiro se desenvolveu, nem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) chamado Nova Geografia ou Geografia Quantitativa que passa a influenciar a maior parte da pesquisa. Do ponto de vista matemático, esses trabalhos viam a realidade na perspectiva da regularidade de dois fenômenos não espaciais, conduzindo a mesma técnica ao mesmo tempo, dentro da Universidade de São Paulo, pois a pesquisa toma um rumo diferente. Oponho às ideias algemadas por Berry e à escola francesa de interpretação da realidade, desenvolve-se a investigação a partir dos fundamentos da Active Geography, a partir da influência de Pierre George, que nasce da constatação da extrema mobilidade de situações atuais,
Para Andrade (1987), a renovação da geografia esteve presente no Brasil com pesquisas no Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais da Universidade da Bahia, criado por Milton Santos e recebendo muitas influências de Jean Tricart. Em Recife, um convênio entre o Instituto Joaquim Nabuco e a Universidade do Recife possibilita a realização de pesquisas sobre a poluição das águas devido às condições industriais.
Santos (1996), além de destacar a importância do Boletim Paulista de Geografia , na década de 1970, não o qual os geógrafos “estão no comando” usarão a publicação para lançar ou movimentar e marcar a afirmação da atualidade no Brasil, nota também An artigo da sua autoria, criticando a geografia quantitativa de Manuel Correia de Andrade - um momento que colocava uma posição de liderança e não um movimento que se iniciava. O próprio Milton Santos publicou vários artigos representativos da atual abordagem crítica a este Boletim.
Nomeação de Moreira (1992) ou 3º Encontro de Geógrafos, organizado pela Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), realizado em 1978, em Fortaleza, como representante daquele momento de renovação da geografia. O AGB merece destaque sua importância, dado seu papel como divulgador de novas ideias e tendências em geografia, tendo publicado em números da época do Boletim Paulista de Geografia como idéias dos protagonistas dessa atualidade. Outros veículos do AGB também contribuem para a difusão, como o Projeto nº 1, Teoria e Método da Geografia , bem como uma série Seleção de Textos que divulga obras clássicas obrigadas, pelo regime dominante, à circulação restrita no Brasil (Zusman , 1996).
Um esforço considerável para disseminar uma nova abordagem da geografia a partir da tradução para o português da obra A Geografia Ativa (George et al ., 1966), de professores da Universidade de São Paulo: Gil Toledo, Manuel Seabra, Nelson de La Corte e Vicenzo Bochichio - equipe que registra a presença de professores de disciplinas relacionadas à geografia humana, física e cartografia.
Concomitantemente com a construção da obra, vem no Brasil a preocupação com os estudos urbanos, temáticas associadas à cidade e à região, bem como às relações da cidade no campo, a par de trabalhos de investigação que irão promover um aumento significativo de teses. produzidos em universidades brasileiras.
Paralelamente, Milton Santos foi recentemente reintegrado à vida acadêmica brasileira, devastada pelo país há 13 anos, em decorrência da imposição do regime militar - período em que foi membro do USG e da comissão de redação de Herodote , sobre top de ter editado um número Antipode , como destaca Mattson (1978), que se autodenomina “um dos mais prolíficos e viajantes geógrafos radicais”. Sua experiência internacional leva à tentativa de aprofundar sua reflexão sobre o Terceiro Mundo, a partir do arcabouço teórico de outras disciplinas, em particular do marxismo, aliadas à visão existencialista de Sartre. Segundo Zusman (1996), essa perspectiva filosófica sustenta ou objetivo teleológico de sua prática científica: a reconstrução social para uma libertação do homem.
Na instauração desse renovador processo, Milton Santos busca abordar as "falhas epistemológicas" da geografia e apontar "rumores" para a superação dessas fraturas disciplinares. Reconhece ou vincula a geografia como Estado e seu papel “propagandístico” na formação de dois Estados Nacionais e na expansão colonial; institucionalização disciplinar e escolha de uma estratégia epistemológica baseada em conceitos das ciências naturais, o que significa desistoricização e, portanto, desumanização de dois processos sociais; ou empirismo abstrato, que se refere à substituição de relações entre objetos por relações sociais; e o diálogo reduzido com outros saberes ou isolacionismo da geografia (Santos, 1996). Moraes (1999) afirma que em relação a Milton Santos ele é mais extenso e finalizado com a geografia crítica,
Carlos (2002) afirma que a geografia radical passa a fundamentar, não o Brasil, em maior medida duas obras na área da geografia humana, violentamente contrastadas com o neopositivismo assumido pela geografia quantitativa. Um lugar atual no conhecimento xeque ou geográfico, abrindo perspectivas para pensar a espacialidade das relações sociais.
O seu maior mérito foi, sem dúvida, uma preocupação teórica que surge com toda força e marca ou época. 'Uma cidade que não teoriza uma cidade de segunda classe' e o poder da geografia se dá pela sua capacidade de compreender a realidade em que vivemos, afirma, na época, o Professor Milton Santos ”(Carlos, 2002: 164) .
Para Andrade (1987: 101), a geografia crítica provoca ou renasce a geografia política, desvinculada da geopolítica, que ele voltou a considerar o papel do Estado na produção e reprodução de seu espaço interno, em “estudos que viessem contribuir para o desenvolvimento de um homem muito tecnocrático, passou a trazer à tona características e interesses regionais e locais ”. O autor destaca as potencialidadesexistentes em nossos estudos envolvendo política, pois, por outro lado, ou o contexto do Brasil vis-à-vis os países africanos da América do Sul ou lugares como grandes líderes nas relações internacionais. Por outro lado, os projetos de ocupação da Amazônia no Centro-Oeste do país demandam dois geógrafos em números estudados visando a viabilização dos projetos e os impactos decorrentes dois em áreas de alta fragilidade. Ele concluiu que:
Lembra é o autor, que para a geografia crítica não promove a transformação da geografia humana tão bem como da geografia física. Tricart passou a defender princípios de zonas em processos geomorfológicos, dinâmica climática, etc. Essa dualidade da geografia é atentamente considerada por Sposito (2002), a ou remete a uma crítica atual, que reforça a condição de indissociabilidade entre ambiental e social, recomendando que, nessa unidade, não seja considerada ou natural como objeto ou ser humano como um assunto.
Mais recentemente, uma crítica atual à geografia brasileira tem desempenhado um papel importante em nossos debates sobre o estado atual do capitalismo e o fortalecimento das desigualdades sociais e territoriais. Uma série de eventos científicos realizados, principalmente na Universidade de São Paulo [5] , reativam a discussão disciplinar para compreender as mudanças no mundo contemporâneo sem o processo de globalização. Milton Santos tem papel central na organização de eventos, tendo sido homenageado no Encontro Internacional O mundo do Cidadão. Um cidadão do Mundo , cujo trabalho não foi discutido.
Os resultados desses momentos de debate terão repercussão na comunidade acadêmica latino-americana. Martínez (2002) situa esses encontros como verdadeiros laboratórios de trabalho intelectual onde se construiu a Geografia.
Assim, houve um intercâmbio fértil entre a nossa pesquisa e o conhecimento daqueles geógrafos (...). Estiveram presentes nas reuniões Paul Claval, Oliver Dollfus da França, Horacio Capel, Joan-Eugení Sanchez, Joaquín Bosque Maurel e Aurora García Ballesteros da Espanha, Richard Peet, Neil Smith, Saskia Sassen e Eduard Soja dos Estados Unidos, Renato Ortiz, Otavio Ianni e Manoel Correia de Andrade do Brasil, Graciela Uribe Ortega do México, entre outros. Esse contato direto significou presenciar a construção de uma nova forma de fazer Geografia. Sem dúvida, esses encontros marcaram mais uma forma de estudar, investigar, transmitir e compreender o mundo contemporâneo por meio da Geografia.
Uma concepção marxista em geografia
Com a instigante pergunta "Por que uma geografia radical seria marxista?", Folke (1972) discute o artigo " Teoria revolucionária e contra-revolucionária na geografia e o problema da formação de guetos " de Harvey, publicado na Antipode em 1972, que abre novos vias no campo da geografia [6]. Considera que o desenvolvimento teórico das ciências sociais, incluindo a geografia, reflete os interesses da classe dominante. Portanto, as relações entre as classes e a própria base material da empresa estão em constante mudança, devido ao impacto de crescentes contradições, tensões econômicas e sociais. “Junto com as mudanças nas bases materiais, novas possibilidades se abrem para o desenvolvimento de uma ciência social diferente que pode servir de guia para uma mudança social posterior”.
É esse argumento que inspira Harvey a reconsiderar que o paradigma da geografia de base positivista está maduro para ser falho, porque “há muitas anomalias entre o que queremos explicar e manipular e o que está acontecendo atualmente” (Harvey, 1972). Folke (1972) aponta que Harvey descarta as alternativas fenomenológicas e idealistas, assumindo que qualquer um dos pensamentos marxistas é mais correto para a criação de um novo paradigma geográfico. Alguns trechos selecionados do próprio texto de Harvey (1972) tornam essa posição clara.
Como e por que faríamos uma revolução no pensamento geográfico? A revolução quantitativa está esgotada e, aparentemente, os resultados são cada vez menos interessantes [...]. Além disso, existem pessoas mais jovens agora, ambiciosas como os "quantificadores" eram no início dos anos 1960, um pouco sedentas e um tanto famintas por coisas interessantes para fazer. [...] Mais importante ainda é a existência de uma disparidade clara entre o sofisticado arcabouço teórico e metodológico que estamos usando e nossa capacidade de dizer algo realmente significativo sobre os eventos que se desenrolam ao nosso redor. [...] As condições sociais objetivas exigem que digamos algo sensato e coerente ou que (por falta de credibilidade ou, pior ainda, devido à subsequente deterioração das condições sociais objetivas) que permanecemos em silêncio para sempre. São as condições sociais objetivas emergentes e nossa aparente incapacidade de lidar com elas que explicam essencialmente a necessidade de uma revolução no pensamento geográfico.
Com base apenas na análise da apropriação e uso do urbano, Harvey passa a demonstrar a impotência da teoria tradicional em face do problema da formação de guetos e da possibilidade de compreensão aberta sob o sistema marxista. Posteriormente, conforme destacado por Soja (1993: 58), Harvey (1985: 144, apud Soja, 1993) afirma: “a geografia histórica do capitalismo deve ser o objeto de nossa teorização, o materialismo histórico-geográfico, ou o método de investigação ". Como efeito, ou debate crítico, é visto como expressão da afirmação de um materialismo histórico profundamente espacializado.
Diniz Filho (2002: 83) aponta para uma influência decisiva que o marxismo exerce na gênese da geografia crítica, manifestando-se em quatro esferas intimamente complementares:
a) não um plano epistemológico, subsidiando os esforços de redefinição do objeto da disciplina, proporcionando um método de análise que se buscou aplicar a esse objeto e também um discurso que atribuiu ao método marxista uma questão científica;
b) não um plano teórico, para oferecer uma ampla teoria crítica do capitalismo e um sistema de conceitos e teorias passivas mais específicas de serem aplicadas ao estudo de questões geográficas;
c) uma esfera ideológica, moldando (e ao mesmo tempo moldando) a cosmovisão de dois geógrafos, isto é, às representações e valores simbólicos que orientam as suas posições políticas;
d) não plano deontológico, estabelecendo a existência de um vínculo estrito entre ciência, ética e política e enfatizando a necessidade da ação militante, que deve se basear nos pressupostos teóricos e metodológicos mencionados para assumir um caráter científico e transformador.
Dialética, tempo e espaço
Componente fundamental da base teórico-metodológica da geografia crítica, a dialética origina-se da dialegina , que significa discutir e espremer idéias opostas . Segundo Engels (1950: 392, apud Politzer et al. , 1970: 28), “a dialética considera as coisas e os conceitos não o seu encadeamento; suas relações mútuas, sua ação recíproca e as diferentes modificações mútuas, seu nascimento, seu desenvolvimento, seu declínio ”. Sua origem neste método se dá exatamente quando a ciência avança ou é suficiente para abranger ou estudar sistematicamente dois elementos naturais, suas modificações não dão natureza própria, colocando em xeque a concepção sustentada pela metafísica.
A dialética deve ser entendida como uma ciência dos leis gerais do movimento e do desenvolvimento da natureza e do pensamento humanos, orientando a transformação da quantidade em qualidade, unidade e interpretação de dois opostos e negação da negação (Sposito, 2002). O pressuposto das ideias dominantes se dá na forma ideológica, dá sua importância para explicar os conflitos latentes entre classes ou diferentes grupos na sociedade capitalista e a intermediação do Estado como mediador e como atenuante das possibilidades de conflito.
Para Sposito (2002), a interpretação geográfica dos problemas espaciais baseia-se nos princípios da doutrina, como a relação causa-efeito, ou seja, o princípio da determinação e indeterminação, que cria uma dinâmica territorial, diferenciandoprocesso e cronologia, e a princípio da auto-regulação, que gera novas ordens. Esse conjunto embute epistemologicamente as transformações ocasionadas pela incorporação, apropriação e transformação da natureza nas últimas duas décadas, dadas as relações de produção.
Nas análises de geografia crítica ou dimensionamento temporal e recorrente. Sposito (2002) busca em Bourdieu o argumento de que o conhecimento científico se inspira na convicção de que não é possível captar a lógica mais profunda do mundo social, em vez de ficar submerso na particularidade de uma realidade empírica, historicamente situada e datada.
Uma dimensão histórico-temporal precisa ser abordada dialeticamente, a partir de uma teoria da totalidade concreta. A complexidade da apreensão desse método está em seu próprio entendimento de que é uma totalidade concreta: um princípio metodológico da pesquisa dialética da realidade social.
Um fenômeno social é um fato histórico, na medida em que foi examinado como um momento de tudo. Para Lefebvre (1995: 9), ou “conhecimento deve, em todos os seus domínios, a partir da unidade de dois aspectos contraditórios do universo: ou o fenomenal essencialmente, íntima e objetivamente, misto. A análise quebra e separa a totalidade que logo devemos encontrar novamente. "
Santos (1996), considerando que uma determinada totalidade se voltou para responder à questão “ou o que é uma realidade?”, Defende que ou tudo é uma realidade fugaz, pois está sempre esmaecendo para se virar de cara. Refuta autores que alegam a inexistência de tudo, afirmando que só resta a sua construção, pois seria inalcançável. Explica que, na realidade, existe uma totalidade concreta de acontecimentos e acontecimentos, do mundo em movimento, tal como a geografia revela e procura explicar. Este acontecimento contínuo ocorre em momentos diferentes. Assim, ou tempo é uma base indispensável para entender ou espaço.
As ações em um conjunto de objetos são descartadas em um segundo momento, não há história; ou o mundo seria imóvel. Mundo mais ou móvel, em transformação permanente - formando uma totalidade em processo de mudança para emergir amanhã como uma totalidade nova (Santos, 1996: 167)
[Diz ainda,] nem sempre alcançamos ou TUDO CONCRETO, embora ou vamos sempre pesquisar. Ou todo o concreto estaria na superfície da Terra. Mais do que isso, chegamos a um pedaço da Terra, uma fração de acontecimentos humanos. (p. 164)
Historizando a geografia marxista e a teoria social crítica, desconsiderando o conceito de espaço e como ele está associado ao materialismo histórico-geográfico como método de pesquisa, Soja (1993) demonstra que uma relação não é espaço e composta por uma dialética socioespacial, sobre O espaço é ativo tanto quanto a própria empresa, sendo impossível a existência de uma “determinação unidirecional” entre esses elementos. Em sua crítica, ele argumenta que a geografia passou por um período de isolacionismo ao mesmo tempo em que o marxismo "esconde" a imaginação geográfica, uma notória "despacialização" do discurso. Soja (1993: 21) afirma que como “primeiras vozes insistentes da geografia crítica” surgirão não depois de dois anos de 1960, permanecendo por mais de uma década na reafirmação da primazia da história sobre a geografia. Ou historicismo, em suas palavras,
Entre as vozes que ecoaram, Henri Lefebvre aponta Soja (1993: 24) como "mais persistente, insistente e coerente", como fonte primária de ataque ao historicismo e reafirmação do espaço na teoria social crítica, como uma teorização sobre a produção social do espaço . Michel Foucault também se destaca, por suas observações explícitas e reveladoras sobre a importância relativa do espaço e do tempo. Desse autor, Soja (1993: 17) responde a uma observação sintetizadora da obsessão como tempo e história presente, não pensamento crítico do século XIX: “Ou o espaço era tratado como morto, ou fixo, ou não dialético, ou imóvel. O tempo, o ano ao contrário, foi para a riqueza, para a fecundidade, para a vida, para a dialética ”(Foucault, 1980: 70, apud Soja, 1993).
Soja (1993: 25) lembra que “Foucault concentra a nossa atenção numa outra espacialidade da vida social, num 'espaço externo' - ou espaço vivido (e socialmente produzido) duas localizações e relações (...)”, e que Foucault assume ou o espaço como fundamental para qualquer forma de vida comunitária, bem como para qualquer exercício de poder, e sai da intersecção entre o tempo e o espaço.
No que diz respeito à geografia crítica e ao debate em torno do espaço, na categoria de análise, assumimos uma dimensão filosófica. Para Carlos (2002: 164), “a superação da ideia de espaço na caixa da atividade humana cria a condição de analisar a realidade de seu plano fenomenal, colocando em debate a articulação dialética entre o homem e a natureza; com isso, abre uma nova perspectiva para a geografia. " O autor afirma que a posição positivista do "mistério da origem do fenômeno" está quebrada; A mesma ideia de correspondência e solidariedade entre os fenômenos, desenvolvida por Vidal de La Blache.
Ou materialismo dialético estrutural baseado no conhecimento da adequação do pensamento e do ser; A partir de um conhecimento que não se reduziria a um pensamento abstrato, antes ou se articulando a uma dimensão da prática social em termos de conteúdos reais, suscitando a compreensão do caráter contraditório das relações que produzem o espaço geográfico, permitindo orientar ou pensar para a ação, uma série de esforços para compreender o Conteúdo teórico da sociedade em seu contraditório processo de humanização / desumanização do lar em suas condições específicas de existência. Nessa perspectiva, o espaço é entendido como produto de um processo de relações reais que a empresa se estabelece como natureza (primeira ou segunda). A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um processo dialético entre os dois que reproduz constantemente o espaço e a sociedade,
Nesse sentido, ou espaço e humano não porque ou homem ou habita, mas porque ou produzido. Um produto desigual e contraditório à imagem e semelhança da sociedade que ou produziu com a sua obra. Por enquanto, tenho sido visto como um membro indissociável da sociedade de classes populares em suas contradições, introduzindo a ideia de envolvimento consciente do pequeno processo histórico, que faz parte de uma vida coletiva, membro de um grupo homogêneo. , implodindo, por exemplo, como o conteúdo da geografia da população ”(Carlos, 2002: 165).
Além disso, é uma crítica à abordagem espacial da teoria marxista que qualquer um dos espaços consolida sua centralidade nesta corrente da geografia. Segundo Corrêa (2001: 24), concomitantemente ao debate desencadeado por Claval (1977 e 1987, apud Corrêa, 2001), Harvey, em 1975, revela artigo “não o que pretende construir geograficamente à teoria marxista, cuja dimensão espacial era amplamente ignorado ". Em 1979, tal negligência foi assumida por Soja e Hadjimichalis, para os quais, também segundo Corrêa (2001: 24), “os marxistas tinham se aproximado ou se espaçado de maneira semelhante aos da ciência burguesa, considerando-o como receptáculo ou como um feitiço externo da sociedade ”. Soja aprofunda essa discussão em seu Post-modern Geographies (1993).
Corrêa (2001: 24) também afirma que “ou você viu o antiespacialismo” do marxismo por outro motivo, pois “remonta à crítica de Marx no início de que Hegel dá espaço, reificado e fetichizado na forma do Estado territorial. Marx tenta enfatizar o tempo e a temporalidade, que foram elevados à primazia da filosofia e da ciência ocidentais. Foi criada pelo capitalismo há dois anos 1960, o que apresentava múltiplas contradições espaciais, o que daria origem à “necessidade de exercer maior controle sobre a reprodução das relações de produção em todos os níveis espaciais” (Corrêa, 2001: 25).
Lefebvre elevados colocados ou espaço análise na marxista, argumentando em seu espaço de trabalho e política (1976, apud Corrêa, 2001) que o espaço tem ou papel decisivo de totalidade uma na estruturação.Segunda Corrêa (2001: 25):
Ou o espaço entendido como um espaço social, vivido, em estreita correlação com a prática social, não deve ser visto como um espaço absoluto, 'vazio e puro, um lugar por excelência dois números e proporções' (Lefebvre, 1976: 29), nem mesmo que um produto da sociedade, "ponto de reunião dois objetos produzidos, ou conjunto de coisas que ocupam de seus subconjuntos, efetuados, objetivados, portanto funcionais " (Lefebvre, 1976: 30). O espaço não é nem ou ponto de partida (espaço absoluto), nem ou ponto de verificação (o espaço como produto social).
Prossegue Corrêa (2001), mostrando que ou o espaço tampouco é um instrumento político ou um campo de ação vinculado ao processo de reprodução do trabalho forçado, por meio do consumo. Transcreve de Lefebvre (1976: 34, apud Corrêa, 2001) para afirmar que o espaço ultrapassa tudo isso, estando "essencialmente ligado à reprodução das relações (sociais) de produção". Seria, pois ou locus da reprodução da sociedade.
Santos, como forte inspiração em Lefebvre, quanto à concepção de espaço social, estabelece ou conceito de formação socioespacial, admitindo, segundo Corrêa (2001: 26) “não será possível conceber uma determinada formação socioeconómica se assim for ser coberto no espaço. Segundo ele, modo de produção, formação socioeconômica e espaço em categorias interdependentes ”.
Para Santos (1977: 5, apudCorrêa, 2001), “como formas espaciais constituem uma linguagem dois modos de produção”. Sociedade e espaço não são instituições separadas, mais uma formação, e também, uma sociedade só se concretiza através do seu espaço. Segundo a autora (1996: 170), ao tratar do espaço, nessa corrente, devo responder à indagação: "Como ocupar o espaço?" Trabalhar o espaço não deve significar apenas categorizá-lo, buscar categorias analíticas que ou contemplem, não guardem apenas o discurso do espaço, ou que não permitam análises. Uma construção teórica deve ser diferente do discurso, ou deve ser promovida “em busca de um sistema de instrumentos de análise que proporcionem uma visão da realidade e que permitam, por um lado, intervir na realidade como pensador e, por outro , para reconstruir permanentemente aquilo que se chamar ou não de teoria ”(Santos, 1996: 171).
Com uma observação contundente sobre a dificuldade de produzir um discurso que contemplasse as especificidades do espaço, Santos alerta para a necessidade de se desenhar a geografia a partir de “viuvez” do espaço, ou seja, como esclarece Zusman (1996: 31), “legitimar ou conhecer com base sobre um determinado corpo teórico em torno da questão do espaço ”. A adoção da metáfora da “viuvez”, presente em By a Geografia Nova (Santos, 1996), segundo Corrêa (2001), menciona dois geógrafos a negligenciar como espaço, apresentando-o como fator social, não como reflexão.
Milton Santos também argumenta que é necessário discutir o espaço social e ver a produção do espaço como um objeto. Um tal espaço histórico, obra de trabalho, casa a casa, sendo uma categoria de compreensão da realidade. Afirma que esse espaço também é um fator, na medida em que se caracteriza como uma acumulação de trabalho, uma incorporação de capital à superfície do terreno, criando formas duras, chamadas de “rugosidade”. Esses crimes são impostos a uma ação presente na sociedade, sendo uma “inércia dinâmica” (tempo incorporado na paisagem) que dura mais do que o processo que se cria, sendo também uma ativação espacial, que influencia não presente. Por isso, ou o espaço também uma instituição, tem uma estrutura fixa como a determinação de que não há movimento de totalidade social.
A respeito de uma atividade produtiva não espacial, Milton Santos argumenta que implica também uma ação sobre a superfície da terra, que está sempre crescendo em novas formas, de tal forma que “produzir e produzir ou espaço”. Nesse caso, a organização do espaço é determinada pela tecnologia, cultura e organização da sociedade. Não no caso do modo de produção capitalista, ou da imposição ou taxa de acumulação que implique uma dotação diferencial de instrumentos de trabalho, e a comissão resulta numa distribuição que não é do espaço “desigual e combinado”.
Outros autores têm uma concepção semelhante. Segundo Moreira (1982a), ou objeto da geografia e do espaço, constituindo parte de uma totalidade; Já explicar essa “totalidade social historicamente determinada” - definida pelo conceito de “formação econômico-social” (FES) - é o seu objetivo. A investigação de dois arranjos espaciais por meio da FES conferiu à geografia com o objetivo de “desvelar máscaras sociais”, revelando as relações de classes que estabelecem esses arranjos.
Moreira (1982a) argumenta que ou o espaço é “suporte”, “substrato” ou “receptáculo” das ações humanas, nem é confundido com espaço físico. Ou espaço geográfico e um espaço produzido, uma “formação espacial”. Nessa formação, uma "primeira natureza" é uma condição concreta da sua existência social, visto que é uma condição concreta da existência humana. Como a natureza primeira, ela não tem um espaço geográfico, não tem, não muito, um espaço geográfico é, e está sujeito e incorporado a um espaço geográfico quando absorvido pelo processo da história.
Pois a transformação do meio depende necessariamente do trabalho social, que é o agente de mutação do homem de “ser animal” a “ser social”, combinando estes dois momentos em tudo ou na história humana (Moreira, 1982a ) Também, “uma formação espacial, uma verdadeira formação econômico-social”, deriva de um duplo conjunto de interações articuladas: interações homem / meio, “erroneamente chamadas de 'relações geográficas'” e interações homem / homem, “as relações sociais”. Moreira, nessa concepção, não ignora as proposições de Milton Santos, quanto à "formação socioespacial", nem de Henri Lefebvre, que concebe o espaço geográfico como "espaço social", portanto não tem relações entre estas e sua proposição.
Para Moraes e Costa (1982), ou objeto de geografia séria ou processo social de valorização do espaço. Essa valorização se faz necessária pela impossibilidade de o espaço ser tomado por si apenas em sua existência e individualidade, mas deve ser considerado como resultado da relação sociedade / espaço.
Devido a essas concepções, é necessário tentar fazer a diferença na compreensão do espaço, não do escopo de dois geógrafos da linha marxista. Zusman (1996) mostra detalhes sutis da diferença entre as abordagens de Moreira (1982b) e de Moraes e Costa (1982), fornecidas por Milton Santos. Pela primeira vez, “é uma expressão fenomenal do 'modo de socialização' da natureza (...) e da condição de reprodução”. Para outros, a reavaliação do espaço (valor contido) e não do espaço (valor criado) permite a compreensão do papel da propriedade territorial, não do âmbito do exercício do poder, como momento de acumulação de capital.
Da mesma forma que para Santos ou o espaço também é funcional como modo de produção, sua fase cai “nenhum processo de produção do espaço nenhum momento em que a sociedade tome sua própria natureza, um processo que adquire ao mesmo tempo uma globalidade. e caráter diferenciado de diferentes pontos do planeta ”(Zusman, 1996: 31). Supera a polêmica do espaço em termos de fator, instituição da sociedade ou mero reflexo dela, apresentando-o como fato social, e solicitando, a descrição de suas particularidades ou o reconhecimento de seu papel na sociedade. Assim, uma teoria do espaço está subordinada a uma teoria da sociedade (Santos, 1982).
Dessa forma, a geografia passa a pensar ou homem enquanto pouco sujeito, ser social e histórico “que produziu o mundo por direito próprio, sem processo de reprodução, indo além da mera reprodução biológica e material” (Carlos, 2002: 165).
Avançando em sua análise, Santos aponta que as diferenças entre os lugares naturais e históricos, e que a variação na organização do espaço é resultado de um acúmulo desigual do tempo, sendo uma combinação de vários, resíduos vivificados pelo tempo presente e unificados. por estado. Portanto, háum processo contínuo de modernização, que não atinge todos os lugares ao mesmo tempo, obedecendo aos estímulos do Estado e à lógica do capital. Desse ponto de vista, esse processo define os usos de si mesmo, ao adequado caráter, as relações entre os lugares e a organização do espaço como tudo mais, fortemente marcada por desigualdades e seletividades. Além disso, este processo deve ser objeto de preocupação de dois geógrafos, tendo em vista uma geografia mais generosa para observar ou o espaço como local de luta.
Leituras díspares
Apesar do peso do marxismo como orientação atual, a geografia crítica tem princípios e objetivos comuns e bastante claros, coexistindo constantemente com proposições díspares. Além disso, não se trata de um conjunto monolítico, mas, ao contrário, é um agrupamento de perspectivas diferenciadas (Moraes, 1999). A sua unidade manifesta-se numa posição de oposição a uma realidade social e espacial contraditória e injusta, pois este objetivo unitário assenta em procedimentos metodológicos diversificados, considerando, ao mesmo tempo, dois marxistas (nas suas várias nuances), estruturalistas, existencialistas, analítico, eclético, entre outros.
A postura atual para um discurso crítico é baseada na realidade e em um espectro diversificado de autores, como Adorno, Foucault, Mao-Tse-Tung, Lefort, Godelier, Barthes, Lênin, Sartre, entre outros. Portanto, há uma unidade ética pautada por uma diversidade epistemológica que, para Moraes (1999), é bastante benéfica, pois estimula um amplo debate, gerando polêmicas e avançando em seu posicionamento.
Não existe um grupo de dois geógrafos críticos ou radicais norte-americanos em grandes subdivisões: há correntes compostas por geógrafos não marxistas, mais comprometidos com as reformas sociais, sendo alguns de formação anarquista, originalmente ligados aos discursos de Élisée Réclus e Kropotkin, em suas críticas à sociedade, burguês; e uma corrente formada por geógrafos marxistas.
Dois textos, dois geógrafos marxistas, apresentam grande diversificação entre suas postulações, conforme destaca Andrade (1987). Nas linhas gerais, distingue quem usará Marx como pensador, como filósofo e buscará aplicar sua teoria à prática ou analisar as situações que se apresentam para estudo, preocupando-se com os problemas da totalidade, dando grande importância à análise da formação económica -Associar dois modos de produção. Outro aspecto importante desse grupo é que Marx viveu e estudou a Europa no século XIX, não podendo ter dois pensamentos sérios transpostos semi-adaptados, tanto para outros continentes quanto para a época.
Contrariamente a essa ideia, outro grupo de geógrafos usa Marx como governante do marxismo como um dutrino, e seus seguidores buscaram transferir as categorias de Marx para a realidade do século 20 para todos os continentes. Além disso, preocupa-se também em enriquecer ao máximo seus textos, citações de Marx, Kautsky, Lênin etc. Tal comportamento facilita o entendimento ou o motivo de as geógrafas serem taxadas de marxistas ortodoxos, pois em geral, proporcionam uma formação neopositivista e leem Marx por meio de uma formulação positivista, como é o marxismo ou não uma filosofia dialética. Dessa forma, Andrade (1987: 123) afirma que há, "naturalmente, uma distância cada vez maior entre marxistas e marxólogos, entre ortodoxos e heterodoxos".
Sua observação se confirma como não sendo verdade que, na década de 1980, os debates sobre a teorização do espaço e do tempo, em todos os campos do discurso crítico, se expandirão também para a geografia marxista, atraindo para a discussão participantes que não se enquadram no que a O chamar "marxista" foi aceito, enquanto os geógrafos se restringiram aos geógrafos. Uma proposta transformadora da geografia crítica procura compreender a organização do espaço, em consonância com os interesses da sociedade, colocar significados específicos aos conceitos de sociedade, espaço, território, região (diferenças regionais) e lugar - isto, recuperado na obra de Milton Santos, principalmente ao discutir o processo de globalização.
Uma página de geografia crítica
Uma crítica atual pode ser enaltecida como um movimento de renovação do pensamento geográfico, tendo desempenhado um papel notório na evolução da abordagem ao método da geografia. Enquanto isso, foi alvo de severas críticas.
Alguma crítica é que sua construção teórica permanece muito próxima apenas ao nível do discurso, expressando a dificuldade da busca teórica sobre os conceitos fundacionais da geografia. Uma busca um certo caminho “atrofiado”, como diz Santos (1996), uma “preguiça epistemológica”, que causa problemas para a consolidação da corrente. Outros problemas são que sua base, “que seria a história presente, não tem força suficiente”. Prossegue Santos (1996: 171) alertando que “entender o mundo da folha é um problema para os intelectuais brasileiros”. Uma pesquisa concentra-se em abordagens localizadas, perdendo a totalidade de dois eventos, atrasando a elaboração teórica.
Andrade (1987) alerta que os estudos geográficos da corrente radical ou crítica não podem ser considerados como uma nova escola de pensamento, pois não surgindo uniformidade. Portanto, os geógrafos que enquadram essa linha de pensamento ressaltam com consciência dois inúmeros problemas sociais. Para um grupo de dois geógrafos críticos, este autor destaca duas características: primeiro, referindo-se aos profissionais classificados como radicais, procuramos ir às raízes das causas de dois problemas sociais; Em segundo lugar, os chamados geógrafos críticos, que assumem compromissos ideológicos, não estão escondendo dois problemas existentes com falsas neutralidades científicas.
Para Carlos (2002: 165), pela dificuldade surgida nesta perspectiva de análise, refere-se ao método, pois, embora ou materialismo histórico baseado na pesquisa, a partir do qual se produziu um quadro econômico para o qual “ou homem” aparece em. que força de trabalhar no espaço como produto direto do estoque de capital. Não há nenhum sentido, negligência ou significado da noção de produção, bem como o sentido social de reprodução. "
Muitos pesquisadores buscarão em Marx categorias analíticas, como análises urbanas, para as quais ele foi transportado para a teoria da terra, desenvolvida por Marx para pensar ou campo; Em muitos casos, o materialismo dialético foi empreendido mais numa "forma de linguagem" do que numa teoria e método capaz de "desvendar o mundo moderno, através da geografia" (Carlos, 2002: 165). Houve, mesmo, uma vulgarização da obra de Marx, um fenômeno da "moda", causando "um forte desvio do pensamento de Marx como o surgimento de n.Marxismos ”, como este pensamento cristalizado, imobilizado em modelos, incapaz de gerar reflexões críticas de seu próprio conteúdo. Trata-se de “não produção de um movimento consistente no sentido de superação de suas ideias, depois que as análises feitas por Marx referem-se a análises do período histórico do capitalismo concorrencial” (Carlos, 2002: 165-166).
Santos (1996: 172) nota que alguns pensadores a partir de agora se voltam para o marxismo de Marx como ideologia, trabalhando “com uma história que não existe mais, dá uma certa fixidez de dois conceitos”. Outros autores se dedicam a uma crítica ao marxismo de dentro, ao legado próprio de Marx, como a via aberta de Henri Lefebvre, em particular no que se refere à cidade e ao ano urbano, como destaca Soja (1993: 57).
A dialética é nova na ordem do dia. Mas não se trata mais da dialética de Marx, assim como a de Marx não era mais sobre Hegel (...). Uma dialética de hoje não adere à historicidade e ao tempo historico, ou a um mecanismo temporal como 'tese-antítese-sintese' ou 'afirmação-negação-negação da negação' (...). Reconfirmar ou espaço, reconfirmar ou o que 'está acontecendo' ali para o que foi usado, e retornar à dialética; A análise revelará as contradições do espaço (Lefebvre, 1976: 14 e 17, apud Corrêa, 2001).
Na direção oposta, houve, também, por parte de alguns geógrafos, umarejeição ao marxismo; Alguns buscarão o caminho do ecletismo, outros ficarão fascinados pela possibilidade da análise fenomenológica, apoiada principalmente por Husserl e Hartman, como observa Carlos (2002).
Diniz Filho (2002: 84-85) argumenta que o “pecado original” da geografia marxista foi uma leitura dogmática das obras de Marx e de dois clássicos do pensamento marxista, sem assimilação por demais simplificada. Admite que ou o marxismo continua a ter grande influência, mais ou o marxismo como os geógrafos que atualmente trabalham nele ou o mesmo marxismo “vulgar e dogmático” característico das décadas de 1970 e 1980. O marxismo, diante da crítica atual, é necessário para revisar suas discussões deontológicas. Para o uso dos jardins marxistas, a ideia de que “todos” os problemas resultam da lógica perversa do capitalismo, uma demonização de palavras como lucro e mercado, uma oposição simplista entre capitalismo e socialismo,
Apesar dessas visões, que sugerem repensar a geografia crítica, admitindo a possibilidade do mercado, a constituição de um espaço social, para muitos geógrafos importantes, a corrente persiste, as possibilidades de compreender a lógica perversa do capitalismo de forma contemporânea. . Para Moreira (2002), a geografia crítica contribuiu para analisar as múltiplas facetas do capitalismo atual. Roberto Lobato Corrêa (1991 e 2001) reitera a preocupação com o futuro, a folha presente na geografia, resultando em dois efeitos da globalização.
Na ênfase à importância da geografia, na sua leitura crítica dois processos actuais, uma obra santista recente e paradigmática. Concebendo a globalização em uma “metáfora”, Santos (1996b e 2000), ensina a espacialização, atribuindo lugar à realização da articulação local / global. Pois o mundo é apenas um conjunto de possibilidades cuja eficácia depende das oportunidades oferecidas pelos lugares, que garantem o movimento do mundo à possibilidade de sua realização mais efetiva. De forma global, busca sua racionalidade em todos os lugares; Mas esse processo é profundamente desigual e contraditório, reproduzindo-se no terceiro mundo “como perversidade”, refletindo ou como se realiza o processo capitalista. Uma análise de Milton Santos desse momento da história aponta outra direção, compreensão ou espaço, folha,
Soja (1993), visa analisar a presença do marxismo não interno à análise geográfica e à geografia, como uma teoria do espaço, não propriamente marxista ocidental, adequada para uma reconstrução da geografia humana crítica, ou sua passagem para a pós-modernidade. Mostra a forte aderência das modalidades geográficas de análise aos debates políticos e teóricos contemporâneos - como nunca aconteceu antes. Entretanto, é ainda "provisório e limitado no seu impacto, devido à espacialização da teoria crítica e à construção de um novo materialismo histórico-geográfico mal configurado" (Soja, 1993: 77).
No contexto não contemporâneo, outra cultura de tempo e espaço está formando e redefinindo a natureza e a experiência da vida cotidiana. Segundo Soja (1993), essas mudanças também redefinem a importância e a centralidade das categorias e fronteiras da pesquisa acadêmica, geralmente, consequentemente da geografia. Ele cita como representantes dessa transformação, novamente, Lefebvre e Foucault, cujos trajes intelectuais “se cruzam na construção e reconstrução contemporânea da modernidade” (Soja, 1993: 78).
Esses autores irão consolidar suas afirmações sobre a importância da espacialidade, em um momento histórico de profunda reestruturação da economia. Reconheceremos que “é mais ou espaço do que ou tempo que esconde as coisas de nós, que a desmistificação da espacialidade e da sua velada instrumentação do poder é uma chave para dar sentido prático, político e teórico a uma era contemporânea” (Soja , 1993: 58).
À geografia e às ciências sociais, como tudo o que procuro fazer, tenho que responder a questões de um mundo em constituição, apostando numa evidente crise teórica, argumenta Carlos (2002), referindo-se à compressão do tempo, em consequência do desenvolvimento da ciência e tecnologia, aplicadas ao processo de produção, causando profundas e amplas transformações espaciais. Destaca-se pela reafirmação do espaço, dada sua crescente importância para as estratégias de reprodução, e pela categoria de lugar, que ultrapassa a ideia de existência particular.
Para Carlos (2002: 177), voltando ao empirismo, para rejeitar o debate teórico em uma pesquisa que se desdobra e se limita ao plano fenomenal, ou mesmo a uma posição que reduz os problemas em mãos a uma possibilidade técnica, possibilitando a produção econômica ( e, como isso, atendendo às necessidades de acumulação), revelou uma crise teórica na geografia.
Invadido, folha, cabelo discurso da pós-modernidade, à Geografia, ao mesmo tempo, sucumbe pela necessidade de não-teorização de dois temas de seu surgimento, ou que revela, ao meu ver, um recurso e coloca uma necessidade. Superar os debates da década de 1970, que propunham a necessidade de se repensar a Geografia e sua contribuição para a destruição do mundo, apelidado não de legado marxista, como fundamento para a construção de um pensamento radical, onde se focalizaria, para as potencialidades de crítica radical, página, In Geografia, quando muitos não conseguem abandonar este legado?
Na mesma direção, ao analisar “confusão intelectual e obscuro discurso teórico da corrente das ciências sociais pós-modernas”, Castro (2005: 12-13) nos alerta para os riscos dessas perspectivas, pois podemos “produzir mais apatia do aquela ação Não há necessidade de informações para a transformação do mundo em direção a uma justiça distributiva maior. ”
Nesse sentido, Santos (1996a: 172) considera que muitas vezes a necessidade de ser crítico opera como é ou fosse dispensável analítico. Para ele, “quando a crítica não vem acompanhada de análise, permite a mobilização, mas não a construção”.
Consolidando e mantendo a reflexão teórica atualizada sobre o assunto, a geografia crítica continua promovendo debates. Henrique (2002), em reportagem sobre a III Conferência Internacional de Geografia Crítica , realizada na Hungria, em 2002, numa promoção do Grupo Internacional de Geografia Crítica, Observa as centralidades da pesquisa no momento, não de importância, mas em abordagens que carecem de uma abordagem metodológica científica. Nomeação ou desconsideração, ou uma aparente marginalidade da geografia crítica, nos nossos dias de navegação, que “pode ser entendida como fruto de um pragmatismo que atinge toda a geografia, onde observamos um crescente abandono da teoria para uma maior aplicação da disciplina definida pelas necessidades dos dois mercados de trabalho atuais ”(Henrique, 2002).
Também destaca o poder renovador e transformador que uma explicação verdadeiramente crítica do espaço geográfico atual pode ser construída, que inclui dois movimentos contraditórios e dialéticos do mundo e é essencial para superar dois processos de dominação e controle, desigualdade e falta de oportunidades, exploração e marginalidade, pobreza e promoção em vigor.
Isso está implícito em alguns capítulos da obra Unificando a geografia - Patrimônio comum, futuro compartilhado (Mathews e Herbert, 2004), que considera a relação entre o lar e a natureza, como um elemento dual e indissociável da geografia, enfatizando uma interação necessária entre a geografia. física e geografia humana. Esses campos de interesse na ciência geográfica estão alimentando o clássico e antigo debate sobre a dualidade e a dicotomia da geografia. Para Mendonça (2005: 139), ambos “são de fundamental importância para a composição do seu estatuto no campo do conhecimento humano, nomeadamente quando da sua consolidação na ciência moderna”.
Nesse aspecto, os dois textos da obra citada Unwin e Rose (2004) constroem um diálogo simbólico entre representantes da geografia física e da geografia humana, concluindo que essa divisão binária é prejudicial ao desenvolvimento da ciência, bem como impede sua verdadeira

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