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APONTAMENTOS - DC III - OBRIGAÇÕES II- 2020-2

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1 
 
1 
 
APONTAMENTOS DE DIREITO CIVIL III- OBRIGAÇÕES II– 2020-2 
CURSO DE DIREITO 
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO - UNICID 
 
Prof. Emérito/Me Eduardo Ganymedes Costa 
 
EMENTA: 
 1. Conhecer das relações obrigacionais, em suas modalidades, características e efeitos sob o contexto 
jurídico das relações privadas disciplinadas pelo Código Civil; 
2. Impingir ao discente o estímulo ao desenvolvimento de habilidades necessárias à vida profissional, por 
meio da interpretação de texto e a criação de argumentos sustentáveis; 
3. Propiciar ao aluno o cotejamento, a interdisciplinaridade do Direito Civil, com outros ramos do direito, 
em especial com o Direito Constitucional, e com o Direito Penal nos seus reflexos civis; 
4. Interpretar textos com a finalidade de alcançar o dilema posto em debate, construindo argumentos, 
fundados em conhecimentos científicos e legais, que possam sustentar-se, como razoáveis, quando 
questionados; 
 
OBJETIVOS: 
 COGNITIVOS: 
1. Desenvolver habilidades na vida prática associadas ao conceito teórico 
2. Exercitar a argumentação baseado em textos legislativos e jurisprudência 
3. Fazer a reflexão necessária para distinguir a diferença entre textos legislativos e a prática do Judiciário 
4. Associar os conhecimentos adquiridos na disciplina em relação às demais áreas do Direito 
5. Refletir sobre a aplicação do direito teórico em casos práticos 
 HABILIDADES: 
1. Valorizar o conhecimento em sua vida pessoal 
2. Refletir sobre os valores jurídicos aplicados à sociedade 
3. Valorizar o conhecimento e a necessidade de expandi-lo 
4. Ter raciocínio analítico crítico 
5. Ter consciência de direitos e deveres de cidadania 
6. Ser ético em suas relações profissionais e pessoais 
 
ESTRATÉGIA DE ENSINO 
Apresentar o conteúdo programático por meio de aulas expositivas, para as quais serão apresentados 
casos práticos para alinhamento da teoria com a prática, suscitando no aluno o senso crítico com vistas a 
possibilitar sua reflexão quanto à ciência do Direito. 
CONTEÚDO 
 Expresso em Plano de Estudo. 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
GAGLIANO. P. S.; PAMPLONA FILHO. R. Novo curso de direito civil, 16ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. 
GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro: 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
TARTUCE. P. Manual de direito civil. 7. ed. São Paulo: Método, 2017. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
2 
 
2 
 
FERNANDES, A. C. Direito civil: obrigações. Caxias do Sul: Educs, 2010. (e-book) 
LISBOA. R. S. Manual de direito civil. 6. ed. São Paulo, Saraiva, 2012 (e-book). 
PEREIRA. C. M. instituições de direito civil. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2015 (e-book). 
MONTEIRO, W. de B. Curso de direito civil: direito das obrigações, 2ª parte. 
41.ed. São Paulo: Saraiva, 2014 
PIVA, R.C. Direito civil: parte geral, obrigações, contratos, atos unilaterais, 
responsabilidade civil, direito das coisas. Barueri: Manole, 2012. (e-book) 
TARTUCE, F. Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. 12. ed. São Paulo: Método, 2017. (e-book). 
TARTUCE, F. Manual de direito civil. São Paulo: Método. 7. ed. São Paulo: Método, 2017. (e-book). 
 
BIBLIOGRAFIA – LIVRO TEXTO 
GAGLIANO, Pablo Stolze e PANPLONA FILHO, Rodolfo, Novo Curso de Direito Civil, volume 2: obrigações, 
14 ed. rev., atul. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2013 
 
GAGLIANO, Pablo Stolze e PANPLONA FILHO, Rodolfo, Manual de Direito Civil, volume único 2: – São 
Paulo: Saraiva, 2017 
 
SISTEMA DE AVALIAÇÃO 
 
O sistema de avaliação se consiste: 
 
A1 – PROVA REGIMENTAL 
Avaliação institucional a ser realizada por meio exclusivo de avaliação escrita (prova), com ou sem consulta a 
critério do professor, em calendário a ser fixado pela Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD, valendo até 5,0 
(cinco) pontos. 
 
A2 – ATIVIDADES AVALIATIVAS 
Conjunto de atividades avaliativas atribuído pelo professor da disciplina, no mínimo de duas atividades (avaliação 
escrita, seminário, pesquisas, fichas de esboço, resumos e outras). Avaliações escrita com prestígio em estudo 
de casos reais ou hipotéticos, com ou sem consulta à legislação não anotada ou comentada, uma valendo até 
dois pontos e a outra até 3 pontos. A soma das atividades e avaliação escrita será de até 5,0 pontos. 
 
A Nota Final (NF) corresponde à soma aritmética da A1 e A2, sendo a nota mínima para aprovação 6,0 (seis), com 
no mínimo 75% (setenta e cinco por cento) de frequência. 
 
AF – AVALIAÇÃO FINAL 
Avaliação escrita final, com ou sem consulta, a critério do professor da disciplina, a ser designada por ato da Pró-
Reitoria de Graduação, valendo 5,0 (cinco) pontos. Está nota substituirá, se maior, a menor das notas obtidas nas 
avaliações A1 (Regimental) ou A2 (avaliações continuadas - resultado). 
 
Esta avaliação é facultada somente aos discentes com nota inferior à aprovação na disciplina e com frequência 
mínima exigida. 
 
O regime de exceção estará atrelado às disposições legais pertinentes (na A1 e AF), mediante protocolo e 
procedimentos da IES, sendo que na avaliação A2 fica a critério do professor da disciplina a forma da aplicação 
(oral, escrita etc.). 
 
3 
 
3 
 
Anota-se que, na eventualidade de não realização de avaliação A2 (valendo 2 ou 3 pontos), a justificativa deverá 
ser realizada na forma expressa escrita e devidamente entregue para o professor da disciplina, na aula seguinte 
à da aplicação da prova, para a devida análise. A data/hora/local de nova oportunidade será fixada para o final 
do semestre, podendo ser na pré-aula ou pós-aula. Somente será permitida uma única avaliação em caráter de 
reposição. A avaliação de reposição poderá ser determinada na forma oral. 
 
Anota-se mais e ainda, sem prejuízo de outros requisitos e critérios, que para as avaliações e atividades, o 
discente deve estar preparado para realizá-la com consulta à legislação não comentada ou anotada (legislação 
seca), sendo vedado: (i) o empréstimo de qualquer tipo de material; (ii) utilização de qualquer tipo de material 
eletroeletrônico (celular, smart-phone, computador, tablet e outros) e (iii) utilização de caneta esferográfica, na 
cor preta ou azul, com tinta indelével. 
 
Relembra-se que a permanência em sala de aula nas avaliações será de, no mínimo, 30 (trinta) minutos, sem 
prejuízo de outro critério do Professor. 
 
COMUNICAÇÃO E DISPONIBILIZAÇÃO DE MATERIAL: 
 
Pelo sistema da Universidade – Black-Board, a gerar a obrigação do Acadêmico de consultar o sistema com 
assiduidade. 
 
ORIENTAÇÃO GERAL 
 
MATERIAL OBRIGATÓRIO EM SALA DE AULA 
- VADE MECUM 
- APONTAMENTOS DE DIREITO CIVIL III (PLANO DE ESTUDO) 
 
COMPLEMENTO DE ESTUDO E ATIVIDADES DE APOIO 
<> ANEXO ESPECIAL – QUADRO ESQUEMÁTICO 4 - DONIZETTI, Elpídio e QUINTELLA, Felipe, Curso 
didático de Direito Civil, 5ª. ed., rev. e atual., São Paulo: Editora Atlas, 2016, p. 361-363. 
<> ANEXO 1 - TERMOS DA ORAÇÃO - QUADRO – PORTUGUÊS 
<> ANEXO 2 - ANÁLISE SINTÁTICA – (http://www.interaula.com/portugues/an.lisesint.tica.defini..o.htm) 
<> ANEXO 3 - MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO – QUADRO 3 (http://direitonovobrasil.blogspot.com.br/2011/01/quem-fez-o-que-quando-como-
 onde-e-por.html) 
<> ANEXO 4 – RACIOCÍNIO JURÍDICO 
<> ANEXO 5 – Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1988 - Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e 
a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas 
para a consolidação dos atos normativos que menciona. 
 
ESTUDOS DE CASOS, LEITURAS COMPLEMENTARES E TRABALHOS 
As atividades “Extra-sala” (Estudos de Casos, Leituras complementares com ficha de esboço, Leituras de Sentenças ou Acórdãos, com os 
devidos resumos ou Fichas de Esboço), orientadas ao longo do semestre, com determinação de prazo de entrega, com folha de rosto, na 
forma manuscrita, em papel almaço. 
 
 
http://www.interaula.com/portugues/an.lisesint.tica.defini..o.htm
http://direitonovobrasil.blogspot.com.br/2011/01/quem-fez-o-que-quando-como-http://direitonovobrasil.blogspot.com.br/2011/01/quem-fez-o-que-quando-como-
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4 
 
PARTE INTRODUTÓRIA 
 
(*) Costa, Eduardo Ganymedes. Instituições de Direito/Eduardo Ganymedes Costa – Curitiba: IESD Brasil S.A, 
2007, ISBN 978-85-7638-750-3. 
 
Introdução ao estudo do Direito1 
 
Objetivo 
 
Introduzir o estudante na ciência do Direito, para sua compreensão e inserção no mundo social, não 
somente sob o aspecto da lei em si, mas como instrumento da realização da Justiça e da pacificação dos 
indivíduos em sociedade, quer nas relações individuais, quer na relação com o Estado Democrático de Direito. 
 
Definição 
 
O Direito é inerente a existência da sociedade organizada, com regras de convivência pacífica entre os 
componentes dessa união, submissos aos poderes constituídos para a garantia de sua existência. 
 
Para bem entender a ciência do Direito, é necessário atentar-se para os vários sentidos da palavra direito. 
 
Muitas são as definições de direito, mas aqui lança mão da elaborada pelo ilustre Miguel Reale, em Curso 
de Filosofia do Direito (apud PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 28): “Direito é a vinculação bilateral atributiva da 
conduta para a realização ordenada dos valores de convivência”. 
 
Ordenamento jurídico 
 
 IMPÉRIO DA VONTADE IMPÉRIO DA LEI 
 
 norma 
liberdade indisponível 
 de = 
 escolha razão 
 cogente 
(vontade das partes) (vontade da lei) 
 
 
1 COSTA, Eduardo Ganymedes. Instituições de Direito/Eduardo Ganymedes Costa – Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2007, ISBN: 978-85-7638-750-3: É proibida a 
reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem a autorização do autor e dos detentores dos direitos autorais (IESDE). 
PODE SER DEVE SER 
 
CIVIL, EMPRESARIAL TRIBUTÁRIO 
TRABALHISTA PROCESSUAL 
COMERCIAL 
TRABALHISTA PENAL 
 ADMINISTRATIVO 
 RELAÇÃO CONSUMO 
5 
 
5 
 
A norma de conduta pode ser positiva ou negativa, sob o aspecto dos direitos fundamentais do ser social, 
expressos no artigo 5.o da Constituição Federal (CF de 1988), que se pode resumir em direitos individuais, de 
propriedade e de atividade. 
 
Para facilitar o entendimento, vale observar que essa indicação positiva ou negativa encontra vértice no 
artigo 5.o, II, da CF: 
 
Art. 5.o [...] 
II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; [...] 
 
Impõe-se anotar que o império da lei deve se colocar a serviço da sociedade, regrando ações e omissões 
de conduta, visando ao bem comum e a convivência pacífica dos indivíduos do grupamento social. 
 
Em exercício de reflexão sobre o tema, considere-se a seguinte situação: 
 
“Observando seu direito fundamental de ir e vir, um indivíduo utilizando um veículo automotor, ao 
longo de seu trajeto, encontra um sinal (farol ou semáforo) vermelho e, em um outro ponto, um 
verde”. Em quais das situações estará diante de norma de conduta social negativa? E positiva? O 
desrespeito da norma posta, em ambos os casos, ira lhe causar a sanção de multa pela autoridade 
competente?” 
 
Comentário: a conduta em ambos os casos é cogente (obrigatória), baixo a sanção de multa. No caso 
do farol vermelho, é negativa ao direito de ir e vir; no caso do farol verde, é positiva ao direito de ir 
e vir. 
 
O regramento ora abordado sofre constantes alterações com base na evolução da própria sociedade, 
principalmente da efervescente interação do ser humano no seio social, com a aquisição de conhecimento do 
mundo que o rodeia e oriundo da evolução tecnológica, que altera comportamentos e facilita a inserção do 
homem na vida social. 
 
Quem de nós, há 30 anos, poderia imaginar que fatos ocorridos em terras longínquas seriam quase que 
instantaneamente conhecidos pela quase totalidade dos indivíduos do Planeta? 
 
Essa efervescência, por outro lado, tem interferido nos limites dos direitos fundamentais dos indivíduos, 
impondo condicionamentos e restrições a esses direitos. As restrições limitam os direitos fundamentais, sendo 
certo, porem, que as condições postas não inibem o Exercício desses direitos, mas o normatizam, em benefício 
do coletivo, sob o poder estatal de polícia administrativa, em regra. 
 
Para a consolidação do quanto posto, vale refletir sobre as seguintes situações sob o crivo dos direitos 
fundamentais, para perfeita identificação da condição e da restrição. 
 
Exercício de fixação 1: um individua, que possui o direito de transitar em todo o território nacional, 
por diferentes modos (a pé, de bicicleta, de automóvel), toma a direção de seu veículo e vai a uma 
cidade distante 80 quilômetros de onde se encontra. Na utilização desse direito, o individuo deve 
possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e, embora seu veículo tenha a capacidade de 
desenvolver 250 quilômetros por hora, em uma estrada estadual ele tem que observar a velocidade 
máxima de 120 quilômetros por hora. 
6 
 
6 
 
 
Comentário: a condição ao direito de ir e vir dirigindo um veículo automotor é a obtenção da Carteira 
Nacional de Habilitação e a restrição é a limitação da velocidade, o regramento de estacionar etc. 
 
Exercício de fixação 2: ao quitar o preço correspondente à aquisição de um terreno, localizado em 
um grande centro urbano, com 10 metros de testada e 50 de fundos, o individuo “A”, observado 
seus direitos fundamentais de propriedade e de construir, resolve erigir uma casa plana, com uma 
área de 500 metros quadrados (utilizando todo o terreno). Entretanto, é alertado pelo engenheiro 
da inviabilidade da construção, diante das leis de posturas municipais e de zoneamento. Referido 
profissional – em resposta ao questionamento da inviabilidade de utilização da propriedade em sua 
totalidade –, informa a necessidade de haver um recuo mínimo de 5 metros na frente, como reserva 
para eventual desapropriação, bem como de 1,5 metros de cada lado e, ainda, de uma área nos 
fundos do terreno, para insolação e aeração natural; dessa forma, é possível realizar-se uma 
construção assobradada de área de 200 metros quadrados, com início mediante autorização da 
autoridade competente (alvará de construção) e apresentação de uma série de documentos (planta 
baixa, perfil e fachada, rede elétrica e hidráulica, escritura ou documento de posse, cédula de 
identidade etc.). 
 
Comentário: a condição é a obtenção do alvará de construção, com a apresentação de uma série de 
documentos, plantas e todo o mais exigido pela legislação; a restrição está nos limites do construir, 
tudo a depender da Lei de Postura Municipal e Código de Obras. 
 
Repita-se a lição de Rudolf von Lhering: o Direito “é um conjunto de normas, coativamente garantidas 
pelo poder publico” (apud SIQUEIRA JUNIOR, 2003, p. 11). 
 
Assim, o Direito visa a realização da justiça por meio de princípios de conduta social, com obrigação 
coercitiva. 
 
Quando esses princípios são sustentados em afirmações teóricas, temos a Ciência Jurídica, em cuja 
cúpula encontra-se a Filosofia do Direito. 
 
Quando esses princípios são concretizados em normas jurídicas, temos o Direito Positivo, expresso na 
legislação 
 
A sistematização dos princípios em normas legais constitui a OrdemJurídica, ou seja, o sistema legal 
adotado para assegurar a existência do Estado e a coexistência pacífica dos indivíduos na comunidade. Dai a 
existência de duas ordens jurídicas: a interna e a internacional. 
 
Direito objetivo, subjetivo, elementos e relação de Direito 
 
Direito objetivo: “Direito norma” 
 
O Direito, objetivamente considerado, é o conjunto de normas de conduta social coativamente imposta 
pelo Estado. 
 
Segundo Roberto de Ruggiero (apud PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 28): 
 
7 
 
7 
 
O Direito objetivo pode definir-se como o complexo das regras impostas aos indivíduos nas suas relações 
externas, com caráter de universalidade, emanadas dos órgãos competentes segundo a constituição e tornadas 
obrigatórias mediante a coação. 
 
Direito subjetivo: “Direito faculdade” 
 
O Direito subjetivo, segundo Lhering e “o interesse juridicamente protegido” (apud PINHO; 
NASCIMENTO, 2004, p. 28). 
 
Clovis Bevilacqua, em seu livro Teoria Geral do Direito, ensina que “o Direito subjetivamente considerado 
é o poder de ação assegurado pela ordem jurídica” (apud PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 28). 
 
A diferença entre Direito objetivo e Direito subjetivo pode ser facilmente compreendida quando 
observamos as palavras do inesquecível Jose Cretella Junior (1987), que define o Direito objetivo como “o 
conjunto de regras obrigatórias, em vigor no país, numa dada época”, e o Direito subjetivo como “a faculdade ou 
possibilidade que tem uma pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada num interesse”. 
Assim podemos tomar como exemplo a locação de imóvel urbano para fins residenciais: há norma dispondo 
sobre a matéria (a Lei do Inquilinato que, como lei, compõe o Direito objetivo). 
 
No momento em que duas pessoas – locador e locatário – firmam o contrato de locação, esse pacto esta 
sob a luz de norma jurídica expressa; se uma das partes deixa de cumprir com o contratado, a outra pode 
ingressar em juízo e, invocando os preceitos normativos que a amparam, exigir do outro a satisfação de sua 
obrigação e/ou a imposição de uma sanção (Direito subjetivo). 
 
Elementos e relação de Direito 
 
Em linhas gerais, o Direito compreende um sujeito, um objeto e uma relação (que assim é o “elemento 
de ligação” entre os outros). 
 
Os sujeitos do Direito são as pessoas naturais e jurídicas; logo, o sujeito do Direito é a pessoa em sua 
posição ativa. 
 
O objeto do Direito é o bem ou vantagem sobre o qual o sujeito exerce o poder conferido pela ordem 
jurídica, como (PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 19): os modos de ser da própria pessoa na vida social (v.g. a 
existência, a liberdade, a honra etc.); as ações humanas; as coisas corpóreas e incorpóreas. 
 
Assim, objeto é o bem tangível ou intangível sobre o qual recai a manifestação da vontade. 
 
A relação de Direito é o elo entre o objeto e o sujeito. Para tratarmos dela, observando sua constituição 
e seus efeitos, adequado se faz conceituarmos esse tipo de relação. Dessa forma, mister se faz colacionarmos o 
que preleciona Edvaldo Brito (1999, p. 105), como segue: 
 
Na sua vida social, os homens travam certas relações ou sofrem as consequências de certos fatos 
ocorridos na sociedade, que precisam ser ordenados, regulados, disciplinados, para que se torne possível a 
coexistência social. Essa regulamentação de tais relações se faz através de normas jurídicas. [...] A relação jurídica 
é, portanto, uma relação de caráter social que adquire substância jurídica, exatamente porque é regulada pela 
ordem jurídica. 
8 
 
8 
 
 
Vários doutrinadores ensinam que a relação de Direito somente se dá entre as pessoas; outros fazem 
distinção entre a atuação sobre objetos naturais e a ligação de pessoas entre si, a qual denominam de direitos 
de dominação, que impõem deveres diretos a outras pessoas. 
 
Por seu turno, Nelson Palaia (2005, p. 18) ensina: 
 
Relação jurídica é a vinculação direta ou indireta de duas ou mais pessoas a circunstância de fato, ou a 
um bem da vida, disciplinada pela norma jurídica positiva. As pessoas se relacionam em função das atividades 
sociais, profissionais e pessoais, em razão de seus mútuos interesses e visando certas finalidades. Tais relações, 
enquanto de cunho meramente pessoal, envolvendo fatos não controvertidos e sem envolver pretensões ou 
interesses atuais ou futuros, podem ser consideradas meras relações sociais. Se, contudo, tais relações sociais 
envolverem interesses pessoais ou reais, vantagens, prerrogativas, faculdades, deveres ou obrigações, 
disciplinados pela norma jurídica, estaremos diante de uma relação jurídica. 
 
Assim, um simples “olá” ao dono da mercearia é um ato de relação social; porém, se há a aquisição de 
mercadoria, contra o pagamento de determinado preço, aperfeiçoa-se uma operação de compra e venda, uma 
relação jurídica, um contrato de compra e venda, que tem previsão e regulação em norma jurídica. 
 
Exercício de fixação 1: refletir e indicar o Direito objetivo, o subjetivo e os sujeitos 
 
“A”, mediante pagamento em parcela única, liquidada por meio de cheque nominal, adquire da Casa 
Comercial “X” um aparelho de som da marca “Z”, com tradição imediata. Ao chegar a sua residência, 
efetua atenta leitura do manual de instalação e uso para após, ligá-lo corretamente. Verifica, então, 
que o aparelho está com defeito. Imediatamente volta a Casa Comercial, visando a troca. Para tanto, 
leva a nota fiscal, na qual estava consignada a garantia de substituição, em caso de defeito, no prazo 
de 7 (sete) dias da compra. Entretanto, a troca lhe foi negada pelo gerente da loja, que se limitou a 
dizer que o aparelho deveria ser levado a uma oficina de assistência técnica autorizada pelo 
fabricante para conserto, sem custo de mão-de-obra e peças. Não concordando com a postura da 
Casa Comercial, "A” propõe uma reclamação perante o Procon exigindo a troca do bem ou a 
devolução do preço pago com juros e correção monetária. 
 
Base legal: Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990) 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados 
ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da 
disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem 
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a 
substituição das partes viciadas. 
 
§1º Não sendo o vicio sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e a sua escolha: 
 
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; 
 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos; 
9 
 
9 
 
 
III - o abatimento proporcional do preço. 
 
§2º Poderão partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, 
não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. 
 
Nos contratos de adesão a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de 
manifestação expressa do consumidor. [...] 
 
Comentário: o Direito objetivo é a própria previsão legal de troca do bem e o direito subjetivo é a 
faculdade de exigir aquilo que está posto no ordenamento jurídico. Note que, no caso, “A” poderia, 
por qualquer razão, ter preferido levar e custear o conserto em uma oficina especializada ou ir à 
assistência técnica. 
Não é uma obrigação, mas uma faculdade que deve ser exercida em um determinado tempo, sob 
pena de incidência da prescrição ou decadência. 
 
Exercício de fixação 2: refletir e indicar o direito objetivo, o subjetivo e os sujeitos 
 
“B”, viúvo, por meio de Escritura Publica, constitui usufruto vitalício de um de seus bens consistente 
no apartamento105-A do Edifício “N” (que lhe tocou individualmente após o inventario dos bens de 
sua falecida mulher) para a sua progenitora, com encargo de mantença no estado recebido, 
pagamento de impostos, taxas, contribuições de melhoria e taxas condominiais (ordinárias e 
extraordinárias).Sobrevindo o falecimento de “B”, a nua-propriedade do referido imóvel coube, 
observada a quota-parte, aos seus 4 (quatro) filhos. Passados 18 (dezoito) meses do término do 
inventário, os detentores da nua-propriedade foram notificados de débitos de IPTU pela prefeitura 
e, logo em seguida, foram citados de ação executiva de débitos condominiais. Com base em tais 
fatos, os detentores da nua-propriedade propõem ação de desconstituição de usufruto pelo não 
cumprimento das obrigações pela usufrutuária, cuja omissão esta a colocar o bem em perigo 
iminente. 
 
Base legal: Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002): 
 
Art. 1.403. Incumbem ao usufrutuário: 
I - as despesas ordinárias de conservação dos bens no estado em que os recebeu; 
II - as prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimentos da coisa usufruída. 
 
Comentário: o Direito objetivo é a norma que impõe o pagamento das despesas pela usufrutuária, 
sendo que o Direito subjetivo é a faculdade de exigir o cumprimento da obrigação. No caso, um dos 
detentores da nua-propriedade (ou todos em concurso) poderia ter decidido em quitar as 
obrigações em aberto em respeito e solidariedade à ascendente usufrutuaria. 
 
 
 
 
 
Direito e moral 
 
10 
 
10 
 
A moral é interna (unilateral), e impõe ao sujeito uma escolha entre ações que pode praticar, mas diz 
respeito ao próprio sujeito, não impondo regras imperativas nem sanção legal, e sim a da própria consciência 
(SIQUEIRA JUNIOR, 2003, p. 5). 
 
O Direito é bilateral e impõe conduta (ação ou omissão) para a convivência pacífica entre os indivíduos 
em sociedade, sendo imperativa e impondo sanção e repressão externa e objetiva (SIQUEIRA JUNIOR, 2003, p. 
5). 
 
Ramos do Direito 
 
O Direito é uno, mas com o passar do tempo e com base em princípios peculiares, sofreu ramificações, 
sem, entretanto, perder de vista a sua unicidade, sendo isso um fato de extrema relevância para podermos 
proceder ao seu estudo. 
 
Para a visualização dos ramos do Direito, remetemos o aluno para o quadro que segue: 
 
(segue folha seguinte o quadro) 
 
11 
 
11 
 
 
DIREITO 
POSITIVO 
(lei regulamentando as relações entre 
as pessoas) 
INTERNACIONAL 
(lei entre países) 
PÚBLICO 
(leis e tratados 
PRIVADO 
(esfera contratual 
entre empresas 
e/ou instituições) 
NACIONAL 
OU 
INTERNO 
PÚBLICO 
PRIVADO 
COMERCIAL 
(estuda as relações entre 
as sociedades 
empresariais, pessoas 
jurídicas e físicas 
equiparadas) 
TRABALHISTA 
(estuda a relação de 
emprego/capital x 
trabalho, com grande 
incidência de normas 
de ordem pública na 
proteção do 
hipossuficiente) 
CIVIL 
(estuda a relação entre 
as pessoas, 
notadamente no 
concernente à sua 
capacidade e liberdade 
de agir, proceder e 
contratar, sob a 
proteção de normas 
públicas que visam 
manter o equilíbrio 
entre elas). 
NATURAL 
(norma que antecede a lei, observando a 
natureza das coisas) 
PENAL 
(estuda os crimes) 
PROCESSUAL PENAL 
(encerra o elenco de normas e 
rito aplicáveis no Exercício da 
jurisdição relativa aos 
processos de natureza 
criminal) 
PROCESSUAL CIVIL 
(encerra as normas e rito 
aplicáveis no Exercício da 
jurisdição relativa aos 
processos de natureza civil) 
CONSTITUCIONAL 
(estuda a constituição 
desde a sua formação) 
FINANCEIRO/TRIBUTÁRIO 
(estuda as finanças do estado quanto a 
arrecadação, gerenciamento e 
despesas) 
ADMINISTRATIVO 
(estuda o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as 
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados 
pelo Estado) 
12 
 
12 
 
Fontes do Direito 
 
A palavra fonte significa o lugar de onde provém alguma coisa. 
 
Edgar Magalhães Noronha (apud PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 39) esclarece: é o lugar onde 
perenemente nasce água. Em sentido figurado é sinônimo de origem, princípio e causa. 
 
Por ser uma criação social, a origem do Direito está na própria sociedade, fato que enseja que a pesquisa 
das fontes do Direito se estriba no estudo da origem da norma jurídica. 
 
Assim, as fontes do direito, são: lei; costumes; doutrina; jurisprudência. 
 
Além dessas, temos as formas de integração da norma jurídica: analogia, equidade e princípios gerais de 
Direito. 
 
Lei 
 
Para São Tomas de Aquino, a lei “é uma ordenação ou prescrição da razão ao bem comum, promulgada 
por aquele que tem a seu cargo o cuidado da comunidade.” 
 
Em Direito, a palavra lei tem dois sentidos: 
 
<>formal – é a disposição cogente emanada da autoridade competente (função legislativa); 
 
<>material – é toda disposição geral e abstrata pertinente a uma disposição de Direito objetivo. 
 
Para a eficácia da lei, é necessária a existência de uma sanção (privação de liberdade, multa 
administrativa, embargo de atividade, interdição etc.). 
 
Costumes 
 
Grosso modo, podemos definir costume como a postura normalmente aceita e adotada pela sociedade, 
em grau de consciente coletivo, perante determinada situação; é a norma jurídica criada na e pela própria 
sociedade, de forma espontânea e apta a gerar uma prática geral. Os costumes podem ser: contra legem (quando 
há comum e reiterada desobediência a um comando legal, na crença da inefetividade da lei); praeter legem (com 
a adoção de conduta ou prática que não tem previsão nem proibição na lei); e secundum legem (quando 
constituem prática com previsão na lei, que remete ao costume a solução do caso). 
 
 
Outrora, sem lei positiva nesse sentido, pelo costume, em nossa sociedade havia o hábito de o homem 
render homenagem a mulher, dando-lhe o direito de preferência para tomar assento em coletivos. Hoje, no 
sistema de transporte coletivo do município de São Paulo, por exemplo, o costume passou para o ordenamento 
jurídico, que determina, destacando-se com cor diferenciada, a reserva de assento para uso preferencial de 
mulheres em gestação, pessoas com crianças de colo, idosos etc. 
 
 
 
13 
 
13 
 
 
Jurisprudência 
 
Vale notar que a expressão jurisprudência vem de iurisprudentia, do latim, onde ius é direito, iuris é do 
direito, e prudentia (para nós, prudência) significa circunspecção. 
 
Então, quando determinada ação chega aos tribunais, a matéria nela encerrada é submetida a uma 
criteriosa apreciação, dando-se uma decisão que, na interpretação dos membros do tribunal, obedece a melhor 
exegese do texto legal aplicado aos fatos; um só julgado em certo sentido constitui precedente; na medida em 
que cresce o número de ações tratando da mesma matéria e os feitos vão sendo apreciados e decididos pela 
mesma forma, sempre no mesmo sentido, esse elenco de decisões forma uma orientação, denominada 
jurisprudência. 
 
É a reiteração de decisões proferidas em um mesmo sentido pelo Poder Judiciário, em processos diversos 
envolvendo a mesma matéria. Conforme se vê do Novo Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira 
(1995), jurisprudência é a “interpretação reiterada que os tribunais dão a lei, nos casos concretos submetidos ao 
seu julgamento.” 
 
Importante observar que, como dito, esse elenco de julgados compõe uma orientação, servindo para 
nortear a todos os operadores do Direito (juízes, advogados, promotores etc.). Mas, como o cerne da 
jurisprudência é a interpretação (ou seja: a forma pela qual se entende melhor aplicável a lei ao fato concreto), 
a jurisprudência não compõe regra obrigatória e inflexível. 
 
Ao longo do tempo, o sentido dos julgados varia, adequando o Direito as mudanças sociais. 
 
Doutrina 
 
Doutrina é o conjunto de princípios que servem de base para um sistema jurídico, compondo-sedas obras 
escritas, dos preceitos, opiniões ou ensinamentos dos diversos autores e estudiosos das Ciências jurídicas e 
sociais, na produção ou elaboração de conceitos, teses e explicações dos institutos jurídicos. 
 
E, portanto, o estudo reflexivo do sistema jurídico (normas e princípios) elaborado pelos juristas. 
 
Formas de integração do Direito 
 
Analogia 
 
 
Diz-se da existência de elementos de semelhança entre coisas diversas entre si. Juridicamente, é o 
processo lógico que autoriza o juiz a adaptar a um caso concreto, não previsto pelo legislador, uma norma que 
possua o mesmo fundamento. Pode-se dizer, ainda, que analogia é a operação pela qual se aplica a um caso não 
previsto, norma que diz respeito a uma situação prevista, havendo entre elas identidade de razoes, de causas ou 
de fins. Sua finalidade e suprir lacunas da lei; dai porque não se refere a interpretação jurídica em si, mas a 
integração da lei (GUIMARAES, 1995, p. 68). 
 
 
 
14 
 
14 
 
 
Equidade 
 
Conjunto de princípios imutáveis de justiça, fundados na igualdade perante a lei, na boa razão e na ética, 
que conduzem o juiz a um critério de moderação ao proferir a sentença, para suprir a imperfeição da lei ou 
modificar o seu rigor, tornando-a mais humana e amoldada a circunstância ocorrente. 
 
É a aplicação ideal da norma no caso concreto, sem o excessivo apelo a letra da lei (GUIMARAES, 1995, 
p. 297). 
 
Princípios gerais de Direito 
 
São critérios maiores, muitas vezes não escritos, que estão presentes em cada ramo do Direito 
(GUIMARAES, 1995 p. 451). Por outro lado, “são ideias fundamentais do ordenamento jurídico”, e “segundo o 
jurisconsulto romano Ulpiano, são preceitos do Direito: viver honestamente, não lesar a outrem e dar a cada um 
o que lhe pertence.” (PINHO; NASCIMENTO, 2004, p. 51) 
 
A lei e sua formação 
 
Lei é a norma geral e abstrata, emanada do poder competente e provida de forca obrigatória. 
 
A força obrigatória da lei é condição de sua eficácia; a lei possui a propriedade de ser genérica, na medida 
em que obriga todos os membros do grupo social a que estende sua eficácia, e é abstrata na medida em que não 
visa a situações particulares ou concretas. 
 
A formação e a consumação da lei compreendem três fases distintas: 
 
- Iniciativa; 
- Aprovação; 
- Execução. 
 
Iniciativa 
 
É a faculdade de se propor um projeto de lei, sendo atribuída a uma pessoa ou a um órgão de forma geral 
ou especial. Como diz a CF de 1988 em seu artigo 61: 
 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, 
ao Superior Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos 
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. 
 
Aprovação 
 
É a fase de estudo e de deliberação da norma jurídica, por meio de debates, emendas e discussões dos 
representantes do povo, visando transformar o projeto em regra obrigatória. 
 
 
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Execução 
 
É a fase de elaboração da lei complementar destinada a formalização da proposição, compreendendo a 
sanção ou veto, a promulgação e a publicação. 
 
Esses institutos são entendidos como segue: 
 
 sanção é o ato de concordância do Poder executivo com o projeto de lei; pode ser expressa ou tácita; 
 
 veto é a oposição do Executivo, devendo ser expresso, retornando o projeto de lei ao Legislativo para 
sua aceitação ou rejeição; 
 
 promulgação é a declaração do chefe do Executivo ou do presidente do Congresso da incorporação da lei ao 
Direito Positivo; 
 
 publicação é o meio de se tornar a lei conhecida e vigente. 
 
Hierarquia das normas 
 
As leis possuem estratificação de importância conforme a natureza da matéria: 
 
a) leis constitucionais federais; 
 
b) leis ordinárias federais; 
 
c) leis constitucionais estaduais; 
 
d) leis ordinárias estaduais; 
 
e) leis municipais. 
 
A noção de hierarquia deve vir, no sistema federativo brasileiro, acompanhada do estudo das 
competências de cada ente administrativo, na medida em que nosso país possui a forma de República Federativa, 
com três níveis de governo (União, Estados e Municípios), com três Poderes distintos (Executivo, Legislativo e 
Judiciário). Como se vê na CF de 1988: 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 
[...] 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
Por outro lado, de modo genérico, a lei tem estratificação em graus verticais, observada, no caso, a forma 
federativa, com três poderes, distintos e harmônicos entre si, em três níveis de governo (CF, art. 59): 
 
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16 
 
a) Constituição; 
b) emendas constitucionais; 
c) leis complementares; 
d) leis ordinárias; 
e) leis delegadas; 
f) medidas provisórias; 
g) decretos legislativos; 
h) decretos; 
i) resoluções. 
 
Vigência da lei 
 
A eficácia de uma lei é sedimentada no seu vigor e abrangência no tempo e no espaço. 
 
Segundo disposições da Constituição Federal (CF) e do Código Civil (CC), a lei começa a vigorar 45 dias 
depois de oficialmente publicada, salvo se o legislador fixar outro prazo; a vacatio legis é o lapso temporal 
contado da data de publicação da lei até a data em que essa lei entra efetivamente em vigor. Nesse intervalo, a 
lei já existe, mas fica dormente, em estado de vacância, não tendo aplicação enquanto não transcorrer o prazo 
nela própria previsto, indicado expressamente. É um prazo destinado a “facilitar” a vida do cidadão, que assim 
tem a oportunidade (“tempo suficiente”) para conhecer a lei (texto e objetivos), preparando-se para dar-lhe o 
adequado e devido cumprimento. 
 
Cessação da obrigatoriedade da lei 
 
A lei, em regra, tem duração indeterminada e só deixa de existir na ocorrência de revogação expressa (lei 
nova estabelece a cessação) ou tácita (a lei nova é incompatível com as disposições da anterior). 
 
Irretroatividade da lei 
 
A lei é expedida para disciplinar fatos futuros, havendo exceções (v.g. aplicação de lei penal 
superveniente, se mais benéfica). 
 
Ampliando seus conhecimentos – 
 
Norma jurídica (LISBOA, 2003, p. 150) 
 
Vicente Ráo observa que toda norma jurídica deve conter as seguintes características: utilidade, clareza, 
possibilidade, brevidade, honestidade e justiça. 
 
A norma jurídica deve regular as relações sociais. Para tanto, deve ser justa, mantendo a igualdade entre 
os seus destinatários, observado o princípio da justiça distributiva. 
 
O abandono da igualdade meramente formal e do critério de justiça comutativa e por demais 
satisfatórios para a sociedade, devendo-se pugnar para que a lei prestigie o asseguramento da proteção da 
dignidade da pessoa humana e a solidariedade social. 
 
17 
 
17 
 
Desse modo, mesmo os pobres poderão ter o asseguramento de seus direitos, garantindo-se em favor 
deles o patrimônio mínimo de subsistência, e assim o Direito civil alcançará a sua real finalidade (proteger a 
pessoa, e não o patrimônio). 
 
A lei não deve conter qualquer elemento contrário à moral permanente, que é vislumbrada pelo 
elaborador da norma conforme a média social. 
 
A lei deve ser útil ao interesse da coletividade em geral (prevalência dos interesses sociais sobre os 
meramente individuais ou egoísticos). O assunto por ela regulado deve ser de factível cumprimento, sob pena de 
anomia ou desuso do dispositivo. O conteúdo da norma deve ser claro e preciso em seus termos. 
 
Além disso, a quantidade de leis em um ordenamento jurídico deve ser reduzida, a fim de que não gere 
insegurança social. A grande quantidade de normas jurídicas e perfeitamente explicável nos sistemas legaisde 
origem romano-germânica, porém a normatização excessiva tem o óbice de gerar a intranquilidade pelo não 
conhecimento real da lei. Em que pese a ignorância da existência de várias leis (ninguém as conhece em sua 
totalidade), prevalece o princípio da inescusabilidade da lei. Segundo ele, ninguém pode deixar de cumprir lei, 
alegando que a desconhece. 
 
Atividades de aplicação 
 
1) Verifique as seguintes situações e informe quando se tratar de condição ou restrição aos direitos fundamentais 
do individuo. 
 
a) Para a obtenção da cédula de identidade, o cidadão deve apresentar à autoridade competente (Delegado de 
Identificação Civil e Criminal) diversos documentos (certidão de nascimento, formulário devidamente preenchido 
etc.). 
b) Para estacionar na denominada zona azul, por determinado período (de uma hora ou duas horas), o cidadão 
deve expor o formulário, devidamente preenchido. 
c)A placa de sinalização indicando a proibição de circulação de veículos por certa via publica, ainda que só em 
determinados dias e/ou horários. 
d)Sabe-se, por um lado, que, para desenvolver regularmente uma atividade comercial, é necessária a obtenção 
de alvará de funcionamento de atividade comercial, e, por outro lado, que o município disciplina o uso da 
ocupação do solo, e, através da lei de zoneamento, demarca áreas comerciais, de indústria, uso misto etc., em 
beneficio do coletivo; nessa conformidade, normatizando e disciplinando construções e atividades, o município 
estabelece determinada(s) área(s) como de uso estritamente residencial. 
 
2. Como classificar de forma sintética os ramos do Direito? 
 
3. “É a fase de estudo e deliberação da norma jurídica por meio dos debates, emendas e discussões dos 
representantes do povo, visando transformar o projeto de lei em regra obrigatória”. Tal assertiva define: 
 
a) A iniciativa da formação da lei. 
b) A execução. 
c) A aprovação. 
d) A sanção. 
[...] 
18 
 
18 
 
CÓDIGO CIVIL - PARTE ESPECIAL 
LIVRO I DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
TÍTULO I DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES 
Capítulo I – Das obrigações de dar 
 – Arts. 233 a 246 
Seção I – Das obrigações de dar coisa certa 
– Arts. 233 a 242 
Seção II – Das obrigações de dar coisa incerta 
– Arts. 243 a 246 
 
Capítulo II – Das obrigações de fazer 
– Arts. 247 a 249 
 
Capítulo III – Das obrigações de não fazer 
– Arts. 250 e 251 
 
Capítulo IV – Das obrigações alternativas 
– Arts. 252 a 256 
 
Capítulo V – Das obrigações divisíveis e indivisíveis 
– Arts. 257 a 263 
 
Capítulo VI – Das obrigações solidárias 
– Arts. 264 a 285 
Seção I – Disposições gerais 
– Arts. 264 a 266 
Seção II – Da solidariedade ativa 
– Arts. 267 a 274 
Seção III – Da solidariedade passiva 
– Arts. 275 a 285 
 
TÍTULO II DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
Capítulo I – Da cessão de crédito 
– Arts. 286 a 298 
 
Capítulo II – Da assunção de dívida 
– Arts. 299 a 303 
 
TÍTULO III DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS 
OBRIGAÇÕES 
Capítulo I – Do pagamento 
– Arts. 304 a 333 
Seção I – De quem deve pagar 
– Arts. 304 a 307 
Seção II – Daqueles a quem se deve pagar 
– Arts. 308 a 312 
Seção III – Do objeto do pagamento e sua prova 
– Arts. 313 a 326 
Seção IV – Do lugar do pagamento 
– Arts. 327 a 330 
Seção V – Do tempo do pagamento 
– Arts. 331 a 333 
Capítulo II – Do pagamento em consignação 
– Arts. 334 a 345 
 
Capítulo III – Do pagamento com sub-rogação 
– Arts. 346 a 351 
 
Capítulo IV – Da imputação do pagamento 
– Arts. 352 a 355 
 
Capítulo V – Da dação em pagamento 
– Arts. 356 a 359 
 
Capítulo VI – Da novação 
– Arts. 360 a 367 
 
Capítulo VII – Da compensação 
– Arts. 368 a 380 
Capítulo VIII – Da confusão – arts. 381 a 384 
 
Capítulo IX – Da remissão das dívidas 
– Arts. 385 a 388 
 
TÍTULO IV DO INADIMPLEMENTO DAS 
OBRIGAÇÕES 
Capítulo I – Disposições gerais 
– Arts. 389 a 393 
 
Capítulo II – Da mora 
– Arts. 394 a 401 
 
Capítulo III – Das perdas e danos 
– Arts. 402 a 405 
 
Capítulo IV – Dos juros legais 
– Arts. 406 e 407 
 
Capítulo V – Da cláusula penal 
– Arts. 408 a 416 
 
Capítulo VI – Das arras ou sinal 
– Arts. 417 a 420 
 
user
Sublinhado
user
Nota
INTERESSE DO TERCEIRO ASSUMIR A DIVIDA DO DEVEDOR POREM TEM Q SER EXPRESA E ACEITA PELO CREDOR ART 299
transmissão, transferência de poder, por meio da qual um indivíduo concede a outro a tarefa de representá-lo e agir em seu nome; procuração, mandato. 

ART 302 
NAO PODE OPOR AO DEVEDOR 
ART 303
GARANTIA REAL TRES CARACTERISTICAS PROPRIEDADE EM SI O USO E GOZO E O DOMINIO 

PRESUNÇAO ABSOLUTA OU RELATIVA



19 
 
19 
 
PLANO DE ESTUDO 
Preparado pelo Prof. José Júlio Gonçalves de Almeida 
com suprimentos do Prof. Emérito/Me Eduardo Ganymedes Costa 
(extraído do livro texto) 
 
PLANO DE ESTUDO 1 
 
PRINCÍPIO 
AUTONOMIA DA VONTADE 
 
TUTELA 
RELAÇOES DE INTERCÂMBIO ENTRE PESSOAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
REPARAÇÃO DE DANOS QUE UMAS CAUSEM ÀS OUTRAS 
RESTITUIÇÃO DE QUANTIA EM ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA 
 
ESTRUTURA DA RELAÇÃO JURÍDICA OBRIGACIONAL 
RELAÇÃO 
OBRIGACIONAL 
SUJEITO / PESSOA SUJEITO ATIVO / CREDOR 
SUJEITO PASSIVO / DEVEDOR 
OBJETIVO / MATERIAL: A PRESTAÇÃO 
IDEAL / IMATERIAL: VÍNCULO JURÍDICO (ELEMENTO ABASTRATO OU 
ESPIRITUAL) 
(LTEXTO) 
 
VÁRIOS SENTIDOS DA PALAVRA OBRIGAÇÃO E O CONCEITO 
SENTIDOS DO 
TERMO 
SENTIDO AMPLO OU LATO 
 
- Tudo que a lei e a moral determinam a uma pessoa sem que haja 
propriamente um credor (EX: Servir forças armadas) 
 
- Proprietário do imóvel de respeitar as normas administrativas de seu bem 
(EX. pagar IPTU) 
 
- No meio financeiro Obrigação significa título negociável (obrigações do 
Tesouro Nacional) 
SENTIDO ESTRITO (Técnico Jurídico) 
 
CONCEITO: 
“Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre 
credor e devedor e cujo objeto consiste numa prestação econômica, positiva 
ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o 
adimplemento através de seu patrimônio”2 
 
 
 
2 Washington de Barros Monteiro. 
20 
 
20 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS OBRIGAÇÕES 
SUBJETIVOS 
 
 
SUJEITO PASSIVO 
“é a parte a quem incumbe o dever de efetuar a prestação” (Ltexto) 
SUJEITO ATIVO 
“é o titular de direito de crédito, ou seja, é o detentor do poder de 
exigir, em caso de inadimplemento, o cumprimento coercitivo 
(judicial) da prestação pactuada”. (Ltexto) 
IMATERIAL OU ESPIRITUAL = 
VÍNCULO JURÍDICO 
Coercibilidade que possibilita a cobrança 
OBJETIVO OU MATERIAL: 
OBJETO DA PRESTAÇÃO 
Bem sobre o qual recaí a conduta humana (dar, fazer, não fazer) 
Objeto direito ou imediato – direito de crédito – a própria atividade 
positiva (ação) ou omissão – satisfativa do interesse do devedor. 
 
Objeto Indireto ou mediato – o bem da vida – utilidade material 
 
FONTES DO DIREITO BRASILEIRO 
FONTE IMEDIATA A LEI 
FONTE MEDIATA ATOS JURÍDICOS (Decorrem da vontade) 
- Jurídicos negociais (contrato, testamento, declarações unilaterais de 
vontade) 
- Jurídicos não negociais (fatos materiais) – vizinhança 
ATOS ILÍCITOS (Geram o dever de indenizar) 
- Iícitos (abuso de direito e enriquecimento sem causa) 
(LTEXTO) 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
OBRIGAÇÃO 
POSITIVA 
 
DE DAR 
COISA CERTA 
 
COISA 
INCERTA 
DE FAZER 
 
NEGATIVA 
 
DE NÃO 
FAZER 
 
(LTEXTO) 
 
21 
 
21 
 
 
PLANO DE ESTUDO 2 
 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
INTRODUÇÃO 
 
TRANSMISSÃO 
DAS 
OBRIGAÇÕES 
Cessão de crédito 
Cessão de débito 
Cessão de contrato 
 
CESSÃO DE CRÉDITO 
 
“Negócio jurídico por meio do qual o credor (cedente) transmite total ou parcial o seu crédito a um 
terceiro (cessionário), mantendo-se a relação obrigacional primitiva com o mesmo devedor (cedido).” 
 
ONEROSA E GRATUÍTA 
 
MODALIDADES: 
CESSÃO JUDICIAL Decisão judicial 
EX: decisão que atribui ao herdeiro ou legatário um crédito do falecido 
CESSÃO LEGAL Por força de lei 
EX: Como a cessão dos acessórios da dívida – garantia, juros, cláusula penal 
(Art. 287). 
 
Cientificação ao devedor (não aceitação).INTERPRETAÇÃO AO ART. 286 – IMPOSSIBILIDADE DA CESSÃO 
 
- Se a natureza da obrigação for incompatível com a cessão 
 
- Se houver vedação legal. EX alimentos, direitos da personalidade (honra, o nome, a intimidasse). 
Também diante da proibição legal – direito de preferência (Art. 520) e caso do tutor ser cessionário de 
direito contra o tutelado (Art. 1749, II) 
 
- Se houver cláusula contratual proibitiva 
 
NATUREZA JURÍDICA: negocial que enseja a presença da capacidade e legitimidade. 
 
TERCEIROS: Para valer em face de terceiros (Art. 288) imperativa a forma por instrumento público e se 
por instrumento particular há que observar as solenidades previstas no § 1º, do art. 654 (qualificação 
das partes, a data, o seu objeto e conteúdo) 
 
ABRANGE: Acessórios e garantias 
 
CESSÃO pro solvendo 
22 
 
22 
 
CESSÃO pro soluto 
 
CESSÃO DE DÉBITO 
(Assunção de dívida) 
 
“Consiste em um negócio jurídico por meio do qual o devedor, com o expresso consentimento do 
credor, transmite a um terceiro a sua obrigação”. 
 
Quem cala consente – não em sede de Cessão de Crédito. 
 
CONDIÇÕES DE VALIDADE 
 
- A presença de uma relação jurídica obrigacional juridicamente válida (plano do negócio jurídico). 
 
- A substituição do devedor, mantendo-se a relação jurídica originária. 
 
- A anuência expressa do Credor. 
 
EX: Antônio chaves, citado por Sílvio Venosa: venda de estabelecimento comercial ou de fusão de duas 
ou mais pessoas jurídicas e dissolução de sociedade, quando um ou alguns dos sócios assumem dívida 
da pessoa jurídica no próprio nome. 
 
FORMAS: 
 
- Por delegação: negócio pactuado entre devedor originário e o terceiro, com a devida anuência do 
credor. 
 
- Por expromissão: assunção da dívida independentemente do consentimento do devedor primitivo. 
 
CESSÃO DE CONTRATO 
 
Transferência da posição contratual (débitos e créditos) a um terceiro 
 
CONDIÇÕES DE VALIDADE 
 
- Celebração de um negócio jurídico entre cedente e cessionário 
 
- Integralidade da cessão (cessão global) 
 
- A anuência expressa da outra parte (cedido) 
 
EX: Cessão de contrato de pintura de um quadro por um artista – inviável a cessão. 
 
 
PRINCIPAIS CASOS (Silvio Rodrigues) 
 
- Contrato de cessão de locação. 
23 
 
23 
 
 
- Contrato de compromisso de venda e compra (sem anuência haverá responsabilidade solidária) 
 
- Contratos de Empreita 
 
- Contrato de lavra e fornecimento de minérios 
 
- Contrato de mandato (em regra por substabelecimento). 
 
QUANDO DA CESSÃO DE CRÉDITO, DÉBITO E CONTRATO 
(Livro Texto, p. 357) 
 
CESSÃO DE CRÉDITO CESSÃO DE DÉBITO CESSÃO DE CONTRATO 
O credor (cedente) transfere 
total ou parcialmente o seu 
crédito a um terceiro 
(cessionário), mantendo-se a 
mesma relação obrigacional – 
primitiva – com o devedor 
(cedido) 
O devedor (cedido), com 
expresso consentimento do 
credor (cedente), transfere o 
seu débito a terceiro 
(cessionário) 
O cedente transfere ao 
cessionário, de forma global, a 
sua própria posição contratual, 
compreendendo créditos e 
débitos 
A Relação obrigacional é a 
mesma 
A Relação obrigacional é a 
mesma 
Cessão global: integralidade da 
cessão 
A cessão poderá ser onerosa ou 
gratuita 
A anuência do devedor é 
indispensável 
Anuência expressa da outra 
parte (cedida) 
 
 
24 
 
24 
 
PLANO DE ESTUDO 3 
 
TEORIA DO PAGAMENTO 
 
O pagamento em sentido mais amplo é o cumprimento voluntário de uma obrigação. 
 
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS 
VINCULO 
OBRIGACIONAL 
Sem vínculo obrigacional = pagamento indevido 
SUJEITO ATIVO 
(SOLVENS) 
 
SUJEITO PASSIVO 
(ACCIPIENS) 
 
 
NATUREZA JURÍDICA – FATO JURÍDICO 
ATO JURÍDICO EM 
SENTIDO ESTRITO 
por ser um simples comportamento do devedor sem conteúdo negocial 
NEGÓCIO JURÍDICO por se tratar de uma declaração de vontade em animus solvendi 
dentro dessa subteoria, outros indicam a natureza contratual (bilateral) do 
pagamento, em um acordo liberatório entre partes 
NEGÓCIO JURÍDICO 
UNILATERAL 
pois prescinde da anuência da parte credora (accipiens) 
POSIÇÃO 
INTERMEDIÁRIA 
Roberto de Ruggieo: “A verdade, quanto à referida discordância, é que ora um 
negócio jurídico unilateral, conforme a natureza específica da obrigação: 
quando ela consiste numa omissão e mesmo quando consiste em uma ação, 
não é necessária a intervenção do credor; é, pelo contrário, necessário o se 
concurso, se a prestação consiste num dare, pois neste caso há aceitação do 
credor”. 
 
CONDIÇÕES SUBJETIVAS DO PAGAMENTO / DE QUEM DEVE PAGAR 
 
 
 
 
 
 
A QUEM DEVE PAGAR 
SUJEITO ATIVO o devedor que pode ser chamado de devedor natural da relação obrigacional-
base 
TERCEIRO 
INTERESSADO 
1.Art 304 
2.Aquele sem integrar o polo passivo da relação obrigacional-base, encontra-
se juridicamente vinculado ao pagamento da dívida. EX: fiador, subinquilino. 
3.Legitimado a usar meios conducentes à exoneração do devedor, EX: ação de 
consignação em pagamento 
TERCEIRO NÃO 
INTERESSADO 
1.Art 305 
2.Aquele que não guarda vínculo jurídico com a relação obrigacional-base – 
interesse meramente moral 
EX: pai que paga dívida de filho maior ou pagamento de dívida de amigo 
DEVEDOR 
TERCEIRO 
INTERESSADO 
TERCEIRO NÃO 
INTERESSADO 
25 
 
25 
 
duas situações jurídicas: 
2.1. Paga a dívida em nome e à conta do devedor 
2.2. Paga a dívida em seu próprio nome – pode cobrar o que pagou e não se 
sub-roga. EX. garantia real – hipoteca. 
EX: fiança criminal 
importante: não terá direito a reembolso do que pagou se realizar o ato com 
desconhecimento do devedor ou oposição se tinha o devedor meios de elidir 
a ação. 
3.Transferência de domínio – pagamento pelo titula do objeto/coisa. no 
pagamento de coisa infungível a terceiro de boa-fé, existirá a liberação, 
restando situação jurídica a ser resolvida entre o real detentor do domínio e 
aquele que praticou o ato ilícito. 
 
Estudo de Casos: 
 
1.O comerciante Antônio e o Comerciante João disputam em determinada cidade o mercado de cereais. 
João, com o intuito de alavancar seu negócio, toma emprestado de um conhecido um som de R$ 
1000,00, tornando-se inadimplente, mas insolvente. Antônio, cinte da situação, resgata a dívida e se 
coloca na posição de cobrar o que pagou. Está correta a situação em pauta (Exemplo do livro texto, adaptado)? 
 
2. Carla, em doação não onerosa (sem encargo), transmite a Vera, uma conhecida da Faculdade, um 
lanche X, que é consumido no ato. Logo em seguida, Alice, outra colega da sala, reclama o lanche X, por 
ser de sua propriedade, voltando-se em face de Vera, que alega ser terceira de boa-fé e que recebera o 
lanche de Carla em doação. Considerando que Vera é terceira de boa-fé, a ação de Alice em face de 
Vera está correta? 
 
CONDIÇÕES SUBJETIVAS DO PAGAMENTO / DAQUELE A QUEM SE DEVE PAGAR 
 
 
 
 
 
 
DORMIENTIBUS NE SUCURRIT JUS 
 
TEORIA DA APARÊNCIA – CREDOR PUTATIVO 
CAIO MÁRIO: “Chama-se credor putativo a pessoa que, estando na posse do título obrigacional, passa 
aos olhos de todos como sendo a verdadeira titular do crédito (credor aparente).” 
 
Requisitos necessários para a validade do pagamento ao credor putativo (aparente) são: a boa-fé 
(subjetiva) do devedor e a escusabilidade de seu erro. 
 
CONDIÇÕES OBJETIVAS DO PAGAMENTO 
 
 
 
 
 
CREDOR 
REPRESENTANTE 
LEGAL OU 
CONVENCIONAL 
TERCEIRO 
OBJETO PROVA TEMPO LUGAR 
26 
 
26 
 
 
 
EFICÁCIA 
DO 
PAGAMENTO 
 
CONDIÇÕES 
SUBJETIVAS 
QUEM DEVE PAGAR 
 
A QUEM DEVE PAGAR 
 
CONDIÇÕES 
OBJETIVAS 
OBJETO E SUA PROVA 
 
LUGAR DO PAGAMENTO 
 
TEMPO DO PAGAMENTO 
 
OBJETO DO PAGAMENTO E SUA PROVA 
 
- Ninguém é obrigado a receber prestação diversa 
 
- Recebimento da prestação em partes 
 
- Prova do adimplemento – quitação (valor e espécie da dívida) – datada e assinada pelo credor ou representante 
legal (art. 320). Pode o fato de a prova emergir de seus termos ou das circunstâncias. 
 
- Título de crédito – devolução dotítulo 
 
HIPOTESES DE PRESUNÇÃO DE PAGAMENTO – PRESUNÇÃO RELATIVA 
 
- Quotas periódicas 
 
- Quitação de capital, sem reserva dos juros 
 
- Dívidas literais – entrega do título (NP, Cheque, LC). 
 
- Devedor arca despesas com pagamento e quitação 
 
DO LUGAR DO PAGAMENTO 
 
- DOMÍCILIO DO DEVDOR (SUEJTO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO) – QUESÍVEL OU QUÉRABLES 
 
Art. 327: Salvo diversamente ajustado, contrário resultar da lei e natureza da obrigação ou das 
circunstâncias. 
 
EX: Impostos na sede da prefeitura ou banco, contrato de trabalho e contrato de empreita. 
 
- DOMICÍLIO DO CREDOR: DÍVIDA PORTAVEL OU PORTABLE, POR AJUSTE DAS PARTES. 
 
- Dois ou mais lugares para pagamento – escolha do credor 
 
- Imóvel – lugar do bem 
 
- Renúncia – pagamento reiterado em local diverso – força do costume 
 
27 
 
27 
 
VERIFICAR: 
Art. 46 do CPC/2015 
Art. 51 do CDC 
 
DO TEMPO DE PAGAMENTO 
 
- Exigibilidade – dia do vencimento 
 
- Ausente ajuste de imediato nas obrigações puras; se condicionais depende do implemento das 
condições ajustadas. 
 
- Obrigação a termo – possibilidade de antecipação se em favor do devedor e se em favor do credor não 
 
-Hora consagrada habitualmente aos negócios (socorro ao direito alemão – art. 358) 
 
- Antecipação do pagamento: falência do devedor ou concurso de credores; se os bens, hipotecado ou 
empenhados forem penhorados em execução de outro credor e se cessarem ou se tornarem 
insuficientes as garantias do débito, fidejussórias (fiança) ou reais (hipoteca, penhor ou anticrese), se 
devedor intimado negar-se a reforçar as garantias. 
 
28 
 
28 
 
PLANO DE ESTUDO 4 
 
FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO 
 
DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO – ART. 334 / 345 
 
Desoneração do devedor diante da negativa de recebimento por parte do credor ou circunstâncias 
impeditivas 
 
Modalidades – judicial e extrajudicial 
 
Campo de estudo: direito material (art. 334/345) e processual – procedimento especial (art. 539/549) 
 
Natureza jurídica: (i) forma de extinção da obrigação e (ii) uma faculdade e não um dever. 
 
Código civil estabelece as hipóteses em seu art. 335, de caráter não taxativo (EX: 341 e 342). 
 
Requisitos de validade: pessoas, objeto, modo e tempo. 
 
Hipóteses do levantamento do depósito realizado: antes da aceitação ou impugnação (art. 338); depois 
da aceitação ou impugnação (art. 340) e julgado procedente o depósito (art. 339). 
 
Aspectos diante da coisa indeterminada (incerta): art. 543, CPC/2015. 
 
DO PAGAMENTO EM SUB-ROGAÇÃO – ART. 346 / 351 
 
“Ato pelo qual o individuo que paga pelo devedor com o consentimento deste, expressamente 
manifestado ou por fatos donde claramente se deduza, fica investido no direito do credor”. (art. 778 do 
CPC) 
 
Sub-rogação objetiva ou real (gravame de herança com cláusula de inalienabilidade, art. 39, I, 1.446) e 
Sub-rogação subjetiva ou pessoal (fiador). 
 
DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO – ART. 352 /355 
 
Ato de escolha do devedor de qual das dívidas mantidas com o credor deverá ser liquidada no todo ou 
em parte. 
 
Igualdade de sujeitos, liquidez e vencimento de dívida de mesma natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
29 
 
INTERPRETAÇÃO 
ART. 354 E 355 
 
Prioridade dos juros vencidos, em detrimento do capital 
Prioridade para as líquidas e vencidas anteriormente, em detrimento das mais 
recentes 
Prioridade para as mais onerosas, em detrimento das menos vultosas, se 
vencidas e líquidas ao mesmo tempo. 
 
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO – ART. 356 / 359 
 
A dação em cumprimento (datio in solutum), vulgarmenete chamada pelos autores de dação em 
pagamento, consiste na realização de uma prestação diferente da que é devida, com o fim de, mediante 
acordo com o credor, extinguir-se imediatamente a obrigação”. (Antunes Varela) 
 
REQUISITOS 
REQUISITOS 
 
(i) Existência de dívida vencida 
(ii) Consentimento do credor 
(iii) Entrega de coisa diversa 
(iv) O ânimo de solver 
 
DA NOVAÇÃO – ART. 360 / 367 
 
Consiste na substituição de uma prestação por outra 
 
NATUREZA JURÍDICA 
NEGOCIAL 
 
(i) Existência de uma obrigação anterior 
(ii) A criação de uma nova obrigação, substancialmente diversa da primeira 
(iii) Ânimo de novar 
 
ESPÉCIES DE NOVAÇÃO 
OBJETIVA Criação de uma nova obrigação para substituir e extinguir a anterior 
SUBJETIVA Três hipóteses 
(i)por mudança de devedor – novação subjetiva passiva 
-Por expromissão (ART. 362) 
-Por delegação (TERCEIRO INDICADO PARA ASSUMIR O DÉBITO) 
(ii)por mudança de devedor – novação subjetiva ativa 
(iii)por mudança de credor e devedor – novação subjetiva mista 
MISTA Ambos são substituídos (ART 360, II e III) 
 
 
 
30 
 
30 
 
DA COMPENSAÇÃO – ART. 368 / 380 
 
“A compensação é uma forma de extinção das obrigações, em que seus titulares são, reciprocamente, 
credores e devedores”. 
 
ESPÉCIES: Legal e convencional 
 
REQUISITOS DA COMPENSAÇÃO LEGAL 
RECIPROCIDADE 
DAS OBRIGAÇÕES 
Simultaneidade de obrigações, com inversão dos sujeitos, exceção do Fiador 
(Art. 371) 
LIQUIDEZ DAS 
DÍVIDAS 
Dedução a valores econômicos (art. 1012 do CC/1916) 
EXIGIBILIDADE 
ATUAL DAS 
PRESTAÇÕES 
exigibilidade das obrigações 
FUNGIBILIDADE 
DOS DÉBITOS 
Débitos da mesma natureza em coisas fungíveis. 
Mesmo gênero e qualidade 
Ninguém é obrigado a receber coisa diversa do pactuado. 
 
INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO 
DÍVIDAS Esbulho, furto ou roubo (Art. 373, I) – ilicitude contaminando a validade. 
“A” se apropria de um bem do credor” 
DÍVIDAS Comodato, depósito ou alimentos (Art. 373, II) 
Comodato e depósito = objeto de contratos com corpo certo e determinado, 
inexistindo fungibilidade. 
Alimentos = subsistência, por negar essa essência 
DÍVIDAS Coisa não suscetível de penhora (Art. 373) 
DÍVIDA Em prejuízo de terceiro 
 
Na existência de várias dívidas compensáveis, a regra se prende à imputação do pagamento. 
 
DA CONFUSÃO – ART. 381 / 384 
 
“Opera-se quando as qualidades de credor e devedor são reunidas em uma mesma pessoa”. 
 
TIPOS 
TOTALS 
PARCIAL 
IMPRÓPRIA Confusão de garante (ativo ou passivo) 
EX: Fiança e hipoteca – obrigação acessória 
NA SOLIDARIEDADE ATIVA: Extinção até a concorrência até a respectiva parte do crédito. 
PASSIVA: (Art. 383) 
 
 
 
 
31 
 
31 
 
 
DA REMISSÃO DAS DÍVIDAS – ART. 385 / 388 
 
Perdão da dívida, não sendo admitida em benefício de terceiros, podendo ser expressa ou tácita, sendo 
requisito o ânimo de perdoar e a aceitação do perdão. 
 
Modo de extinção da obrigação. 
 
NOTA: Remição significa resgate (Art. 826 do CPC) 
 
32 
 
32 
 
 
PLANO DE ESTUDO 5 
 
TEORIA DO INADIMPLEMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOÇÕES PRELIMINARES 
DESÍDIA 
 
DEVER DE INDENIZAR 
 
NEGLIGÊNCIA 
INADIMPLEMENTO 
CULPOSO NO CUMPRIMENTO 
DA OBRIGAÇÃO 
DOLO 
 
CARACTERIZAÇÃO DO INADIMPLEMENTO 
OBRIGAÇÃO DE DAR Opera-se quando o devedor recusa a entrega, devolução ou 
restituição da coisa 
OBRIGAÇÃO DE FAZER Quando se deixa de cumprir a atividade devida 
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER Desde o momento em que executar o ato (proibido) 
 
INADIMPLEMENTO FORTUITO DA OBRIGAÇÃO 
 
- Fato não imputável ao devedor – caso fortuito ou força maior 
 
 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
(“Teoria dos três is”) 
FATO SUPERVENIENTE 
i (imprevisto) 
i (imprevisível) 
i (inevitável) 
 
 
RELAÇÃO JURÍDICA PATRIMONIAL QUE 
VINCULA CREDOR E DEVEDOR 
COM OBJETIVO DE CUMPRIMENTO VOLUNTÁRIO 
- PAGAMENTO – 
(OBRIGAÇÃO DE DAR / FAZER / NÃO FAZER) 
 
33 
 
33 
 
INADIMPLEMENTO CULPOSO DA OBRIGAÇÃO 
 
CULPA 
(AÇÃO OU OMISSÃO) 
IMPRUDÊNCIA 
NEGLIGÊNCIA (desídia) 
IMPERÍCIA 
 
- DESCUMPRIMENTO ABSOLUTO: Total (Art. 389). EX: Destruição da coisa 
 
- DESCUMPRIMENTO RELATIVO: Não cumprida no tempo, lugar e forma, podendo ainda ser realizada. 
 
DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO PODE SER: 
 
- CONTRATUAL: prova presumida, em regra 
 
- AQUILIANA: prova pela vítima 
 
PERDAS E DANOS 
 
Significaperdas e danos (Álvaro Villaça Azevedo), em sede de dano material e moral, gerando, por 
consequente, a indenização. 
 
Significa “indenizar aquele que experimentou um prejuízo, uma lesão em seu patrimônio material ou 
moral, por força do comportamento ilícito do transgressor da norma”. 
 
Estudo concentrado dos arts 186, 927 e ss e 944 e ss, bem como art. 402. 
 
JUROS 
 
“rendimento do capital, preço do serviço do seu uso, preço locativo ou aluguel do dinheiro, prêmio pelo 
risco corrido decorrente do empréstimo, cabendo aos economistas o estudo de sua incidência, da taxa 
normal em determinada situação e de suas repercussões na vida do país”. (Arnold Wald) 
 
DIVISÃO: 
 
- Compensatórios – simples fato do desfalque do patrimônio. Sem limitação (Súmula 382 do STJ). 
 
- Moratórios – uma indenização devida por força do retardamento culposo no cumprimento da 
obrigação. Contabilizados dia a dia. Importante o estudo do art. 192 da CF/1988, com a redação da EC 
40/2003. 
 
- Juros legais: art. 406. Na ausência de pactuação dos juros moratórios – 1% ao mês (CTN, art. 161, § 1º. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
34 
 
INADIMPLEMENTO RELATIVO 
 
- ABSOLUTO: quando impossibilita, total ou parcialmente, o credor de receber a prestação devida. 
 
- RELATIVO: Prestação ainda passível de ser realizada, não for cumprida no tempo, lugar e forma 
convencionada, caracterizando a mora. (Art. 394) 
 
- MORA DO DEVEDOR: pressupõe requisitos: Existência de dívida líquida e certa; vencimento e culpa do 
devedor. Efeitos da mora do devedor: Responsabilidade civil (art. 395) e Perpetuatio obligations 
(responsabilidade civil pela integralidade da coisa durante a mora (art. 399). 
 
- MORA DO CREDOR: recusa no recebimento injustificado da prestação no tempo, lugar e forma 
convencionados. Prescinde da aferição de culpa 
 
PURGAÇÃO E CESSÃO DA MORA 
 
REFLETIR: 
 
CLÁUSULA PENAL 
 
“Pacto acessório, pelo qual as partes de determinado negócio jurídico fixam, previamente, a 
indenização devida em caso de descumprimento culposo da obrigação principal, de alguma cláusula do 
contrato ou em caso de mora”. 
 
FINALIDADES: A função de pré-liquidação de dano e a função intimidatória. 
 
ESPÉCIES - INTERPRETAÇÃO – ART. 408 E 409 
 
- CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA: Estipulada para o caso de descumprimento da obrigação 
principal. 
 
- CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA: Estipulada para o caso de haver infringência de qualquer das cláusulas 
do contrato, ou inadimplemento relativo – mora. Descumprimento culposo da própria obrigação. 
 
Cláusula penal + indenização suplementar – previsão contratual (art. 416). 
 
Limite – exceder o valor da obrigação principal (art. 412). 
 
ARRAS 
 
“As arras ou sinal como tudo quanto uma das partes contratantes entrega à outra, como penhor da 
firmeza da obrigação contraída”. 
 
*Penhora aqui como garantia, segurança. 
 
MODALIDADES 
 
35 
 
35 
 
- CONFIRMATÓRIAS: Princípio de pagamento 
 
- PENITENCIAIS: incidente nos pactos com direito de arrependimento, revertendo esta como 
indenização, sem previsão (proibição) de indenização suplementar. 
 
DIFERENÇA ENTRE AS ARRAS CONFIRMATÓRIAS E ARRAS PENITENCIAIS 
 
- FINALIDADE DISTINTA: a primeira confirma a avença e a segunda garante o direito de arrependimento. 
 
- EFEITOS: a primeira gerará direito de indenização e na segunda não há falar-se em indenização 
suplementar. 
 
- FORMA EXPRESSA: 
 
X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 X 
 
 
SEGUE: 
ANEXO ESPECIAL 
DONIZETTI, Elpídio e QUINTELLA, Felipe, Curso didático de Direito Civil, 5ª. ed., rev. e atual., São Paulo: 
Editora Atlas, 2016, p. 361-363. 
 
 
 
36 
 
36 
 
 
 
37 
 
37 
 
 
 
38 
 
38 
 
 
 
39 
 
39 
 
ANEXO 1 
 
DE OLIVEIRA, Nélson Custódio, português ao Alcance de Todos, com ilustrações de João Guilherme C. Ribeiro, 7a. edição, 1966. 
 
40 
 
40 
 
ANEXO 2 
 Análise sintática é uma técnica empregada no estudo da estrutura sintática de uma língua. Ela é útil 
quando se pretende: 
 1. descrever as estruturas sintáticas possíveis ou aceitáveis da língua; ou 
 2. decompor o texto em unidades sintáticas a fim de compreender a maneira pela qual os elementos 
sintáticos são organizados na sentença. 
 
 A compreensão dos vários mecanismos inerentes em uma língua é facilitada pelo procedimento analítico, 
através do qual buscam-se nas unidades menores (por exemplo, a sentença) as razões para certos fenômenos 
detectados nas unidades maiores (por exemplo, o texto). Dessa forma, a Gramática Normativa (aquela que 
prescreve as normas da língua culta) sempre se ocupou em decompor algumas unidades estruturais da língua 
para tornar didática a compreensão de certos fenômenos. No âmbito da fonologia, tem-se a análise fonológica, 
em que a estrutura sonora das palavras é decomposta em unidades mínimas do som (os fonemas); 
em morfologia, tem-se a análise morfológica, da qual se depreendem das palavras as suas unidades mínimas 
dotadas de significado (os morfemas). 
 
 A análise sintática ocupa um lugar de destaque em muitas gramáticas da língua portuguesa, porque 
grande parte das normas do bem dizer e do bem escrever recaem sobre a estrutura sintática, isto é, sobre 
a organização das palavras na sentença. Para compreender o uso dos pronomes relativos, a colocação 
pronominal, as várias relações de concordância, por exemplo, é importante, antes, promover uma análise 
adequada da sintaxe apresentada pela sentença em questão. Nenhuma regra de conduta da língua culta tem 
sentido sem uma análise sintática da sentença que se estuda. Por isso, antes que se aplique qualquer norma 
gramatical é preciso compreender de que forma os elementos sintáticos estão dispostos naquela sentença 
especial. Isso se dá porque os elementos sintáticos também não são fixos na língua. Por exemplo: uma palavra 
pode funcionar como sujeito em uma sentença e, em outra, funcionar como agente da passiva. Somente a análise 
sintática poderá determinar esse comportamento específico das palavras no contexto da sentença. 
Sendo a análise sintática uma aplicação estritamente voltada para a sentença, parte-se dessa unidade maior para 
alcançar os seus constituintes - os sintagmas – que, por sua vez, são rotulados através das categorias sintáticas. 
Como se vê, é um exercício de decomposição da sentença. Vejamos um exemplo de análise sintática: 
 Teu pai quer que você estude antes de brincar. 
 ...[há três orações] 
 ...[1ª oração: teu pai quer = oração principal] 
 ...[na 1ª oração: sintagma nominal = teu pai; sintagma verbal = quer] 
 ...[sintagma verbal da 1ª oração: formado por um verbo modal] 
 ...[2ª oração: que você estuda = oração subordinada objetiva direta] 
 ...[na 2ª oração: sintagma nominal = você; sintagma verbal = estuda] 
 ...[2ª oração: introduzida pelo pronome relativo que] 
 ...[3ª oração: antes de brincar = oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo] 
 ...[sintagma adverbial: locução adverbial de tempo: antes de] 
 ...[sintagma verbal: brincar] 
 
 Através da análise que desenvolvemos pudemos depreender as várias unidades menores do período, isto 
é, as três orações (ou sentenças), e, além disso, identificamos as funções dos elementos sintáticos presentes em 
cada oração (tipo de verbo, qualidade do pronome, tipos de sintagmas, tipo de advérbio). A partir desses 
resultados é possível verificar um problema de concordância verbal existente na segunda oração. Trata-se da 
norma gramatical que nos informa o seguinte: "se houver uma oração subordinada objetiva direta introduzida 
http://www.interaula.com/portugues/sintagma.htm
41 
 
41 
 
pelo pronome que e, se essa oração complementa um verbo modal, então o verbo dessa oração subordinada 
deve estar no modo subjuntivo". Pela análise sintática vemos que esse é o caso do nosso período. Assim,conseguimos compreender a necessidade de alteração da forma verbal, derivando a sentença abaixo. 
Teu pai quer que você estude antes de brincar. 
Para promovermos essa análise, enfim, foi exigido que conhecêssemos alguns elementos fundamentais da 
sintaxe: 
 o período 
 a frase 
 a oração 
 os termos das orações 
 
 A análise sintática, assim como as outros referentes à língua, é um exercício muito próximo da 
matemática, pois envolve um raciocínio lógico do tipo: "se você encontrar tal elemento, então admita que esse 
elemento é um objeto tal". Promover esse tipo de raciocínio no estudo das sentenças é desenvolver uma análise 
formal, porque as categorias sintáticas são formas que não dependem do conteúdo que expressam. Em outros 
níveis de análise - a análise semântica, a análise discursivae análise estilística - esse tipo de raciocínio lógico é 
bastante complicado, porque envolve elementos cuja representação e estrutura não são fixas. Em todo caso, 
grande parte das correções gramaticais se aplica ao nível de adequação sintática do texto, por isso a 
chamada revisão gramatical. 
 
fonte: http://www.interaula.com/portugues/an.lisesint.tica.defini..o.htm 
 
http://www.interaula.com/portugues/per.odo.htm
http://www.interaula.com/portugues/frase.htm
http://www.interaula.com/portugues/ora..o.htm
http://www.interaula.com/portugues/termosdaora..o.tipos.htm
http://www.interaula.com/portugues/an.lisesint.tica.defini..o.htm
42 
 
42 
 
ANEXO 3 
Quem fez o que, quando, como, onde e por quê? 
 
Quem fez o que, quando, como, onde e por quê? 
Juliano de Camargo, Bacharel em direito, pós-graduando em direito público, concursando. 
 
Diante de uma pergunta dissertativa, escrita, oral, ou mesmo na necessidade de resolução de um problema 
prático, especialmente jurídico, ao tomar decisões, logo de início, a mente pode ficar confusa, tentando 
encontrar os pontos que convirjam para a resposta. Nessa hora é preciso organizar os pensamentos e uma dica 
prática são os 6W (prática usual no jornalismo investigativo). 
W, porque vem das palavras em inglês: 
WHO, WHAT, WHEN, HOW, WHERE, WHY? 
ou melhor esclarecendo: QUEM, O QUE, QUANDO, COMO, ONDE, POR QUE 
 
No trabalho, nos estudos dirigidos, nas provas, tente identificar estas respostas. São indagações 
importantíssimas que focam o pensamento e podem conduzir à solução dos problemas ou simplesmente pode 
ajudar a fixar melhor o conteúdo estudado. 
 
Destaco que tais perguntas nunca serão respondidas com sim ou não; é preciso pensamento e abstração. 
· Sobre quem estou tratando, ou quem escreveu, ou quem são as partes? 
· O que é isso, ou o que devo buscar? 
· Quando ocorreram os fatos, quando foi escrito, quando é aplicável? 
· Como se usa, como se aplica, como é o processo ou procedimento? 
· Onde fica, onde ocorreram os fatos, onde está na lei? 
· Por que disseram isso, por que ocorreu dessa maneira, por que seguiu assim e não de outro jeito? 
 
Os grandes retóricos gregos Platão, Aristóteles e Protágoras foram quem condensaram a ideia 
da persuasão e argumentação retórica, expondo fatos, demonstrando-os e concluindo, com aspectos 
essenciais: brevidade, clareza e verossimilhança. Mas foi o Romano Cícero, em De Inventione, quem explicitou os 
aspectos essenciais de um texto compreensível a todos: 
· quis/persona – quem; 
· quid/factum – o que; 
· ubi/locus – onde; 
· quem admodum/modus – como; 
· quando/tempus – quando; 
· quibus adminiculis/facultas – com que meios; 
· cur/causa – por quê. 
 
Fonte: http://direitonovobrasil.blogspot.com.br/2011/01/quem-fez-o-que-quando-como-onde-e-por.html 
 
 
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ANEXO 4 
 Para Melo Filho (1986, p. 100-111), o Curso de Direito deve caminhar pelo ensino – 
aprendizagem por meio do Raciocínio Jurídico, indicando um diagrama para se alcançar este objetivo. 
A operacionalização do raciocínio jurídico a nível de sala de aula visa a 
implementar o desenvolvimento do poder mental dos alunos de Direito, 
habilitando-os a pensar por si mesmos. A partir de utilização do instrumento 
pedagógico chamado de “Situação-Problema” propicia-se, fundamentalmente, 
o adestramento dos discentes no modus operandi do raciocínio jurídico, 
fazendo-os refletir na busca de soluções para resolver situações fáticas 
concretas e problemas jurídicos específicos. 
 Segundo se depreende do citado autor, o Raciocínio Jurídico aqui não se vincula ao Estágio 
Curricular Supervisionado, sendo esta parte integrante daquele. Ele invoca o pensamento reflexivo e 
indica o meio de “Cases”, consistente de situações reais ocorrentes na sociedade ou hipotéticos, de 
onde se busca a compreensão dos institutos jurídicos, princípios gerais e princípios específicos de cada 
área do Direito ou de institutos próprios, como por exemplo os princípios do Direito Contratual. 
 Melo Filho (1996, p. 75-76) sustenta, assim, o Raciocínio Jurídico e indica as fases ordenadas 
de sua práxis no conhecimento e atuação em um caso jurídico. 
O raciocínio jurídico do advogado não decorre de um puro silogismo, pois a 
regra geral, inicia-se com uma antecipação da conclusão ou objetivo eu 
pretende lograr em favor do constituinte; só depois, passa a articular os 
materiais e premissas jurídicas aplicáveis à situação fática, num mecanismo de 
elaboração mental que, por vezes, atropela a lógica dedutiva, no esforço prático 
de extrair porções relevantes e argumentos convincentes, do ângulo jurídico, na 
busca de uma decisão ou solução mais satisfatória aos interesses do cliente. 
 Para explicitar seu entendimento, Melo Filho (1986, p. 102) elabora um Diagrama: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição do Problema 
Qualificação Jurídica Provisória 
Seleção das Normas Aplicáveis 
Análise das Normas Aplicáveis 
Descrição da Solução 
Verificação do 
Enquadramento 
Jurídico 
Controle Final 
Elaboração da Solução 
user
Nota
ESTUDO DE CASO 1 
 
Alfredo, brasileiro, casado, Administrador de Empresas, legítimo proprietário do imóvel “X”, localizado na Rua “U”, nº 29, no subdistrito de Vila “8”, na cidade de São Paulo, por meio de Instrumento Partícula de Venda e Compra, transfere o referido imóvel para Carla, brasileira, maior, solteira, Biomédica, pelo preço certo e determinado de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), em data de 27 de janeiro de 2020, mediante sinal e princípio de pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e o restante em 4 (quatro) parcelas iguais e sucessivas de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), sendo a primeira para 27.02.2020 e as demais no mesmo dia dos meses subsequentes, representadas por Notas Promissórias sacadas por Carla em seu favor, com tradição imediata do bem. No início de maio de 2020, antes do vencimento da quarta parcela, necessitando de recursos financeiros, para ultimar negócio mercantil de aquisição de materiais de construção para uma casa que estava construindo, Alfredo, por cessão de crédito, transfere o título 04/04 para Alcebíades, um velho conhecido, com a entrega formal deste e com assunção da solvência pela devedora, pelo valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), observando-se todos os requisitos legais. Alcebíades notifica Carla da Cessão de Crédito com repasse do referido instrumento por e-mail, em cautela. Diante do inadimplemento do resgate da Nota Promissória por parte de Carla e caracterizada a insolvência da mesma, Alcebíades se volta em face de Alfredo, observada a garantia de fato prestada, por meio de Execução de Título de Dívida Extrajudicial no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), mais atualização monetária, juros de mora e despesas de cartório de protesto, ai incluindo-se pedido de condenação em custas e despesas processuais, bem como honorários de advogado no porcentual de 20% sobre o valor atualizado da obrigação. Na qualidade de advogado de Alfredo realizar a orientação de sua defesa (Embargos à Execução)


OBG DE DAR
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 A seguir Melo Filho (1986, 103-106)

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