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Sífilis: Importância, Aspectos Clínicos e Imunopatogenia

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Sífilis 
IMUNOLOGIA CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
IMPORTÂNCIA DA SÍFILIS 
 
A Sífilis é a doença mais importante causada 
entre as subespécies de treponema devido: 
 
 Ao caráter cosmopolita. 
 À elevada virulência e capacidade de invasão 
do Treponema pallidum. 
 À transmissão sexual, parenteral e vertical. 
 À forma congênita grave. 
 À evolução crônica de forma inaparente. 
 A não ocorrer imunidade protetora. 
 
É uma infecção de fácil diagnóstico e 
tratamento. 
 
 
ASPECTOS CLÍNICOS-
EPIDEMIOLÓGICOS 
 
A sífilis é uma IST cuja via de transmissão é o 
contato direto com a pele, mucosa ou tecidos 
íntegros ou lesados que permita a penetração 
da bactéria. O doente não tratado pode ser 
transmissor por um longo período de tempo. 
 
A transmissão via sanguínea é mais eficiente se 
o portador transmissor está na fase de 
disseminação sistêmica com elevada 
bacteremia. É possível ocorrer infecção 
perinatal através do contato com o sangue 
infectado durante o parto, mas é menos 
provável que ocorra na amamentação. 
 
A capacidade invasiva do T. pallidum e a 
facilidade de aderência à fibronectina resultam 
no tropismo bacteriano por tecido placentário. 
A invasão do tecido fetal embrionário ocorre 
com facilidade. O que determina quadros mais 
ou menos graves no feto é o período 
gestacional em que ele foi infectado. Na 
ausência de tratamento, a infecção prossegue 
danosa aos tecidos em desenvolvimento. 
 
 
IMUNOPATOGENIA DA SÍFILIS 
 
A virulência do Treponema pallidum 
desencadeia intensa resposta inflamatória que, 
embora não consiga eliminar o patógeno, 
acaba desencadeando uma reação de 
hipersensibilidade tardia granulomatosa. 
Enquanto isso, o treponema continua 
invadindo outros tecidos, escapando da 
eliminação e iniciando novas lesões. 
 
O treponema produz mucopolissacarídeos que 
dificultam a fagocitose e que atuam como 
imunossupressores. A resposta imune celular e 
humoral, embora seja apenas parcialmente 
protetora, controla o processo infeccioso. 
 
SÍFILIS PRIMÁRIA 
 
Após o período de incubação de 10 a 90 dias, 
pode ser observada a lesão primária no local de 
inoculação. Essa ulceração, chamada de cancro 
duro, é geralmente única, indolor, com bordas 
salientes, firmes e endurecidas. A cicatrização 
completa da lesão primária é espontânea, e 
ocorre de quatro a seis semanas. Nesse meio-
tempo, o T. pallidum já atingiu a corrente 
sanguínea e iniciou sua disseminação. Os 
anticorpos são detectados em até 10 dias após 
o início da lesão. O diagnóstico nessa fase da 
infecção se dá através de raspado de pele e 
posterior esfregaço em lâmina. 
 
 
SÍFILIS SECUNDÁRIA 
 
Assim que o T. pallidum invade a corrente 
sanguínea e linfática, ocorre uma disseminação 
para todos os tecidos e órgãos. As lesões se 
repetem como ocorreu na fase primária, mas 
agora de maneira generalizada. Algumas 
semanas após a cicatrização da lesão primária 
pode-se evidenciar o processo de lesões em 
pele, mucosas, fígado, baço, rim, coração, 
ossos e articulações. São relatadas lesões 
cutâneas indolores e não pruriginosas. O 
diagnóstico clínico dermatológico pode 
confirmar a sífilis. As lesões cicatrizam 
espontaneamente e podem reaparecer na 
etapa seguinte (fase latente). 
 
A fase secundária é altamente infectante e o T. 
pallidum pode ser isolado de lesões cutâneas, 
sangue, LCR e leite materno em altas 
concentrações. Anticorpos IgM e IgG estão 
presentes em altas concentrações. É fácil fazer 
cultura nessa fase devido à altas concentrações 
do T. pallidum. 
 
 
SÍFILIS LATENTE 
 
FASE LATENTE PRECOCE: ocorre nos primeiros 
anos após o secundarismo e é caracterizada 
pela ausência de sintomas e presença de 
anticorpos em elevada concentração. É uma 
fase bastante infectante e pode ocorrer 
reincidência de lesões mucocutâneas. 
 
FASE LATENTE TARDIA: ocorre na ausência de 
tratamento, como prosseguimento da fase 
precoce. Possui duração variável e termina 
quando os sintomas da fase terciária aparecem. 
Os treponemas que invadem o SNC e os tecidos 
vasculares determinam as consequências da 
sífilis. Os testes imunológicos detectam a 
maioria dos pacientes nessa fase. 
 
 
SÍFILIS TERCIÁRIA 
 
É uma fase pouco infectante devido ao menor 
número de treponemas circulantes, 
confirmando a imunidade parcialmente 
protetora. Entretanto, as lesões dos tecidos 
nervoso e vascular comprometem todos os 
órgãos. A fase tardia é chamada de fase 
destrutiva e é decorrente do processo crônico 
e imunoinflamatório. 
 
A forma benigna da sífilis terciária é chamada 
de gomosa. Ocorre em pacientes não tratados, 
que apresentam lesões granulomatosas em 
olhos, vísceras (coração, fígado e SNC) e pele. 
 
FORMA CARDIOVASCULAR: consiste em 
vasculites e aneurismas graves. 
 
NEUROSSÍFILIS: aparece em indivíduos 
imunocompetentes até 30 anos após a 
infecção. Sinais e sintomas graves: demência, 
psicoses, distúrbios neurológicos periféricos, 
AVCs e meningites. O isolamento do treponema 
em LCR confirma o diagnóstico de neurossífilis. 
Outro marcador de diagnóstico é a presença de 
anticorpos específicos de produção intratecal 
no LCR por métodos como ELISA. 
 
 
SÍFILIS CONGÊNITA 
 
Gestantes com sífilis não tratada, em especial 
nas fases secundária e latente precoce, 
apresentam probabilidade de 70% a 100% de 
transmissão placentária. 
 
A sífilis congênita pode manifestar-se de forma 
precoce, ao nascimento, semelhante à fase 
secundária, com lesões mucocutâneas, 
linfadenopatia difusa, hepatoesplenomegalia, 
lesões oculares, comprometimento renal e do 
SNC. Alguns sintomas podem aparecer após 
alguns anos, como neurossífilis, surdez, 
comprometimento vascular, fronte olímpica, 
nariz em sela, tíbia em sabre, esses últimos 
como consequência de malformações ósseas e 
de cartilagens. 
 
Cerca de 40% dos casos de sífilis congênita 
evoluem para morte fetal. 
 
 
IMUNIDADE NA SÍFILIS 
 
Embora não haja imunidade totalmente 
protetora, a resposta imune na sífilis induz um 
estado de resistência parcial à reinfecção. Os 
anticorpos produzidos são da classe IgM, IgG, 
IgA e IgE. A resposta celular produz lesões nos 
tecidos. 
 
O conteúdo mucopolissacarídico do envoltório 
de T. pallidum é potencialmente 
imunossupressor e pouco imunogênico. 
Entretanto, anticorpos, linfócitos, macrófagos 
e mucopolissacaridase produzida pelo 
hospedeiro acabam bloqueando a adesão do 
treponema aos tecidos e determinam a 
cicatrização das lesões. Porém, a capacidade de 
invasão de T. pallidum consegue fugir dessa 
defesa, estabelecendo a bactéria em tecidos 
próximos. 
 
 
DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO 
 
 Microscopia em campo escuro: 
 É feito principalmente na sífilis primária. 
 É bastante doroloroso, pois é feito um 
raspado de pele da lesão e observado ao 
microscópio. 
 É necessário observar o movimento da 
bactéria para distinguir de outras 
espiroquetas. 
 Não há meio de cultura para o T. 
pallidum. A amostra é coletada e 
inoculada em coelhos. 
 A detecção de anticorpos é o método de 
diagnóstico de escolha. 
 
 
TESTES CARDIOLIPÍNICOS 
 
A cardiolipina é uma lipoproteína presente no 
treponema. Na presença de anticorpos 
anticardiolipínicos ocorre uma aglutinação da 
cardiolipina, chamada de floculação por não 
existir uma partícula no teste. Os cristais de 
colesterol aos quais está adsorvida a 
cardiolipina se agregam, formando microflocos, 
visíveis com o auxílio de lupa ou de 
microscópio. 
 
 VDRL – floculação na presença de 
anticorpos anti-cardiolipina (reaginas). 
 Utiliza uma suspensão antigênica que 
contém cardiolipina, colesterol e lectina. 
 No preparo da suspensão antigênica, a 
ligação desses componentes ocorre ao 
acaso e resulta na formação de micelas. 
Essas micelas contém cardiolipina. 
 Indivíduos com sífilis produzem 
anticorpos anti-cardiolipina.Nesse caso, 
as micelas “se juntam” no teste. 
 
 
 
 
 RPR – micropartículas de carvão. Há uma 
facilidade maior de leitura a olho nu em 
fundo branco. 
 
 
 
 
 
TESTES TREPONÊMICOS 
 
 Usam antígenos do T. pallidum de difícil 
obtenção e alto custo. 
 Usados para confirmar VDRL positivo. 
 Podem diferenciar IgG e IgM. 
 Continuam positivos por vários anos. 
 Necessidade de absorver os anticorpos 
antitreponemas saprófitas (T. phagedenis). 
 Podem ser feitos: 
 Hemaglutinação 
 Imunofluorescência indireta – FTA abs 
(mais comum). 
o Teste de absorção de anticorpos 
treponêmicos fluorescentes. 
o É o primeiro teste a positivar após a 
infecção. 
o Permanece positivo durante toda a 
vida do paciente. 
 ELISA

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