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TCC curso de pedagogia educação no sistema prisional

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DE BOM DESPACHO 
 
 
 
ELIANA APARECIDA COSTA 
LILIANE PAULA SILVA DE JESUS 
 
 
 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO E A SUA 
IMPORTÂNCIA NA RESSOCIALIZAÇÃO DE PESSOAS EM 
PRIVAÇÃO DA LIBERDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOM DESPACHO 
2020 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DE BOM DESPACHO 
 
 
 
ELIANA APARECIDA COSTA 
LILIANE PAULA SILVA DE JESUS 
 
 
 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO E A SUA 
IMPORTÂNCIA NA RESSOCIALIZAÇÃO DE PESSOAS EM 
PRIVAÇÃO DA LIBERDADE 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado na 
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, da 
Universidade Una de Nova Serrana, como parte 
dos requisitos para obtenção do título em 
licenciatura em Pedagogia. 
 
Orientadora: Geralda Pinto Ferreira 
 
 
 
 
 
BOM DESPACHO 
2020 
 
ELIANA APARECDA COSTA 
LILIANE PAULA SILVA DE JESUS 
 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 
E SUA IMPORTÂNCIA NA RESSOCIALIZAÇÃO DE PESSOAS EM 
PRIVAÇÃO DA LIBERDADE. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Una de Bom 
Despacho, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em 
Pedagogia. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_____________________________________________________ 
Prof.ª Orientadora Geralda Pinto Ferreira 
Centro Universitário Una de Bom Despacho 
 
________________________________________________ 
Prof.ª Avaliadora Cassia Pereira 
Centro Universitário Una de Bom Despacho 
 
________________________________________________ 
Prof.ª Avaliadora 
Centro Universitário Una de Bom Despacho 
 
Aprovado em ___/___/___ 
4 
A EDUCAÇÃO NO SISTEMA PENITENCIÁRIO E SUA IMPORTÂNCIA NA 
RESSOCIALIZAÇÃO DE PESSOAS EM PRIVAÇÃO DA LIBERDADE 
 
Eliana Aparecida Costa1 
Liliane Paula Silva de Jesus2 
 
RESUMO 
 A relevância da educação prisional como instrumento de ressocialização e de 
desenvolvimento de habilidades e de educação para a empregabilidade é notória no 
sentido de auxiliar os reclusos a reconstruir um futuro melhor durante e após o 
cumprimento da sentença. Os objetivos de encarceramento ultrapassam as 
questões de punição, isolamento e detenção. A educação auxilia e permite a 
obtenção dos objetivos centrais de reabilitação que incidem em resgate social e 
educação libertadora numa dimensão de autonomia, sustentabilidade e minimização 
de discriminação social. 
Palavras-chave: Educação Prisional; Recuperação; Ressocialização. 
 
ABSTRACT 
 The relevance of prison education as a tool for resocialization and skill development 
and education for employability is notorious in helping prisoners rebuild a better 
future during and after the sentence is served. Incarceration goals go beyond the 
issues of 'punishment, isolation and detention. Education helps and enables the 
attainment of the central objectives of rehabilitation that focus on social rescue and 
liberating education in a dimension of autonomy, sustainability and minimization of 
social discrimination. 
Keywords: Prison Education, Recovery, Resocialization. 
 
 
 
 
 
 
1 Graduanda em Pedagogia – eliana36costa@hotmail.com 
2 Graduanda em Pedagogia – lilianedejesus2014@gmail.com 
mailto:eliana36costa@hotmail.com
mailto:lilianedejesus2014@gmail.com
5 
1. INTRODUÇÃO 
 
O processo de ressocialização, o qual inclui ações educacionais nos presídios, tem 
por finalidade fazer com que o infrator retorne para a sociedade a fim de ter uma 
vida digna. A inserção desse indivíduo no contexto educacional prisional é um 
dever do estado. Além de ser uma das formas de prevenção para que o preso não 
venha a cometer novos delitos em desfavor da pessoa vitimada ou do próprio 
estado. De acordo com a Lei de Execução Penal, os presos têm direito a cursos, a 
graduações, entre outros, isto é, têm direito de acesso a aprendizagem. Contudo, 
ao se olhar o contexto de ressocialização, de acordo com dados nacionais, a 
pedido do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a cada quatro ex-sentenciados um 
volta a ser condenado por algum crime no prazo de cinco anos, esta taxa 
correspode a 24,4% . 
 
Diante disso, questiona-se se essas ações educacionais no cárcere são eficazes 
para auxiliar a ressocialização? Pode-se entender a ressocialização como sendo o 
conjunto de atributos que permite ao indivíduo tornar-se útil a si mesmo, a sua 
família e a sociedade. Wacquant (1999), em seu livro, As prisões da miséria, cita 
que uma política pública com mobilidade social é difícil de ser implementada, 
definindo-se que o combate a violência é parte essencial da formulação de 
estratégia para resolvê-la, pois verifica-se através da trajetória histórica do homem, 
a violência sendo um fator determinante para soluções e implementações de novas 
legislações sempre mais punitivas. 
 
Segundo Paulo Freire (1968) o mais célebre educador brasileiro, autor da obra 
“pedagogia do oprimido”, o objetivo da escola é ensinar o aluno “a ler o mundo para 
poder transformá-lo”. Isto é o que se espera da educação formal e não formal. 
Ainda segundo MIRABETE (2007) qualquer pessoa não importando sua idade nem 
tampouco seu status jurídico, tem o direito de receber educação, desde que careça 
qualitativa ou quantitativamente desta, devendo o Estado garantir e prover a 
educação aos presos e internados se não o tiver feito favoravelmente no lar e na 
escola. 
 
6 
Nosso trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma, com o tema: A 
educação no sistema penitenciário e sua importância na ressocialização de 
pessoas em privação da liberdade. Tendo como problemática, a ressocialização 
do preso, por meio da educação é possível no sistema penitenciário brasileiro? 
 
Segundo, (SILVA JUNIOR, 2011) as escolas que funcionam nos 
estabelecimentos prisionais não podem furtar-se da sua função social 
diferenciada, preocupadas tão somente em transmitir conteúdos e possibilitar 
mobilidade social. Sua função, seu Projeto Político-Pedagógico, tem como 
exigência, contribuir também para que os sujeitos encarcerados tenham novas 
oportunidades, compreendam e reflitam sobre os processos de encarceramento, 
desenvolvam estratégias de sobrevivência e reinserção de reintegrar-se 
socialmente, com mínimas possibilidades de reincidências no cometimento de 
crimes. 
 
Na situação problema da pesquisa se questiona se a ressocialização do preso, 
POR MEIO DA EDUCACÃO, é possível no sistema penitenciário brasileiro? A Lei 
de Execução Penal, em seu artigo 1.º, apresenta dupla finalidade, quais sejam, 
executar a pena imposta ao condenado e dar condições efetivas para sua 
reintegração à sociedade. Entretanto, no Brasil as prisões não apresentam 
condições para a realização do trabalho de recuperação dos presos. Diante da 
dificuldade e da realidade que se tem no Sistema Prisional Brasileiro constitui-se 
como um desafio, para a educação a ressocialização dos detentos. 
 
O trabalho tem o objetivo de analisar por meio de pesquisa bibliográfica a eficácia 
das políticas de educação adotadas no sistema prisional para a ressocialização. 
Como nos diz o grande pensador Piaget (1947) o ideal da educação não é 
aprender ao máximo, maximizar os resultados, mas é antes de tudo aprender a 
aprender, é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se desenvolver 
depois da escola. Os Objetivos específicos são; Revisar e analisar pesquisas que 
relatam se os presidiários que participam das atividades educacionais no sistema 
prisional, alcançam os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento humano 
possíveis, ressocializando-se adequadamente. No tocante à metodologia, 
7 
fundamenta-se em um estudo bibliográfico. 
 
Assim, este artigo está organizado da seguinte forma: o primeiro capítulo 
apresenta a introdução, o segundo compõe o referencial teórico, este possui dois 
subtítulos, sendo, Contexto Históricoda Instituição Prisional, e a Educação no 
Sistema Penitenciário Nacional Brasileiro, nos quais apresentamos e dialogamos 
sobre a história do sistema prisional desde a sua origem e toda sua evolução e a 
educação dentro deste sistema; o terceiro capítulo descreve a metodologia e no 
quarto capítulo, analisamos o referencial teórico para por fim apresentamos a 
conclusão e as referencias. 
 
A abordagem buscou um melhor entendimento sobre a educação no sistema 
prisional. O trabalho conclusivo de curso permite de forma embasada que o 
estudante demonstre sua capacidade de realizar pesquisas, assim como exercitar 
os conhecimentos acadêmicos adquiridos na graduação, e para aqueles que 
desejam investir em concursos, públicos ou não, este poderá representar pontos à 
frente da concorrência, já que alguns editais preveem a representação do trabalho 
de conclusão como item relevante na prova de títulos. 
 
Fica claro, então, a relevância deste trabalho em relação à nossa formação, 
sendo um rico momento de socialização dos estudos, troca de experiência 
acadêmica, extensão e formação através de pesquisas , objetivo maior e principal 
do Ensino Superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1. Contexto Histórico da Instituição Prisional 
O processo da sociedade capitalista esteve amparado na economia, no aumento das 
riquezas materiais, garantindo progresso na ampliação tecnológica e no bem-estar 
de uma parcela da sociedade. Em contrapartida, provocou os extremos de pobreza e 
marginalização social para grande parte da população dessa mesma sociedade, 
reduzindo a participação de um número significativo da população trabalhadora tanto 
no que se refere à disponibilidade de trabalho como ao usufruto dos bens 
produzidos, produzindo marginalização social e miséria. A exclusão social se refere 
à perda da identidade do trabalhador, à completa ausência do sentimento de 
pertencimento e de esperança de que as situações possam se reverter. De acordo 
com Gomes (2014), a desumanização do trabalhador provocada pela sociedade e 
seu sistema capitalista de produção, onde o principal objetivo é o acúmulo de 
riqueza a qualquer custo, traz para essa mesma sociedade conflitos de ordem 
econômica, social e política, cujas principais expressões são a violência e o medo, 
agressão física, mas também a violência simbólica, confirmada no temor daquilo que 
está oculto e que não vemos. 
Para Adorno (2000, p. 99), a partir de 1985 houve um 
aumento considerável da violência em nossa sociedade, 
o que provocou um sentimento coletivo de medo e 
insegurança e (...) as prisões não constituem 
instrumentos de reeducação de cidadãos condenados 
pela justiça. 
 
Segundo o autor é preciso buscar meios de lidar com esta violência e de amenizar 
seus prejuízos sociais. É essencial a luta pela construção de uma sociedade justa, 
principalmente quando assistimos a sociedade desprotegida e insegura com o 
aumento de homicídios, sequestros, roubos e da violência em geral. Para Onofre 
(2007, p. 12): 
Os presos fazem parte da população dos empobrecidos, 
produzidos por modelos econômicos excludentes e 
privados de seus direitos fundamentais de vida. 
Ideologicamente, como os “pobres”, são jogados em um 
9 
conflito entre as necessidades básicas vitais e os centros 
de poder e decisão que as negam. São, com certeza, 
produtos da segregação e do desajuste social, da miséria 
e das drogas, do egoísmo e da perda de valores 
humanitários. Pela condição de presos, seus lugares na 
pirâmide social são reduzidos à categoria de “marginais”, 
“bandidos”, duplamente excluídos, massacrados, 
odiados. 
 
Nesse sentido, repensar a conduta das instituições penais que se propõem a fazer a 
recuperação de seus internos e internas, reeducando-os, é de fundamental 
importância, já que somente com oportunidades concretas de reinserção social, 
enquanto sujeitos de direitos, é que será possível a cada um deles construir novos 
caminhos através da educação (ONOFRE, 2007). 
 
A educação está inserida dentro do Sistema Penitenciário há mais de 60 anos. Silva 
Junior (2011), afirma que antes da década de 1950 não havia proposta de estudos 
aos presos, uma vez que a cadeia era um local de detenção de pessoas que 
aguardavam uma decisão judicial. Ao longo das últimas décadas do século XX foram 
criados vários mecanismos para implementação do ensino nas prisões, cumprindo 
assim o que determina a lei, pois utilizar a educação no período do pagamento da 
pena contribui para que o encarcerado adquira oportunidades para reflexão e para 
adquirir conhecimento e melhoria da condição de vida dentro da prisão. 
 
O Brasil apresenta três tipos de penas, sendo que estão presentes no artigo 32 do 
Código Penal. Sendo elas: privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa. 
Após estabelecer o sistema prisional, no início do século XX, a prisões ganharam 
variações para acolherem a legitimidade social e garantir um maior controle da 
população carcerária. Surgindo então, modelos modernos de prisões adequadas à 
qualificação do preso segundo categoriais criminais: contraventores, menores, 
processados, loucos e mulheres (MACHADO et al, 2013). 
 
 
 
10 
2.2. Educação No Sistema Penitenciário Nacional Brasileiro 
Paulo Freire (2002) a Educação Prisional, deve também estar atenta à construção 
de ambiente propício à construção de saberes, habilidades e competências para 
uma atuação profissional, em termos pedagógicos, voltada para a mudança, ou 
mudanças, no modo de interagir o homem reeducando-o com a sociedade. Para 
tanto a educação prisional deve ainda atenuar-se às complexidades e dimensões da 
realidade sociocultural do contexto intra e extramuros do sistema penitenciário, na 
medida em que o processo de formação e qualificação profissional requer, de 
maneira dialética, a busca pelo conhecimento. 
Conhecer, na dimensão humana, (...) não é o ato através 
do qual um sujeito, transformado em objeto, recebe, dócil 
e passivamente, os conteúdos que outro lhe dá ou impõe. 
(...) O conhecimento, pelo contrário, exige uma presença 
curiosa do sujeito em face do mundo requer sua ação 
transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca 
constante. Implica em invenção e em reinvenção. 
Reclama a reflexão crítica de cada um sobre o ato 
mesmo de conhecer, pelo qual se reconhece conhecendo 
e, ao reconhecer-se assim, percebe o ‘como’ de seu 
conhecer e os condicionamentos a que está submetido 
seu ato. (...) conhecer é tarefa de sujeitos, não de 
objetos. E é como sujeito, e somente enquanto sujeito, 
que o homem pode realmente conhecer (FREIRE, 2002 
p. 27). 
 
Segundo o autor, tais princípios não devem causar prejuízo à consolidação de uma 
cultura prisional focada na ética, na segurança e na manutenção da ordem incluídos 
a defesa de valores, como: reconhecimento e respeito à autoridade e a hierarquia, a 
obediência às normas. A educação tem que oferecer necessidades básicas, a fim de 
que todas as pessoas que se encontram na prisão, independentemente do tempo, 
possam aprender habilidades, tais como, ler, escrever, fazer cálculos básicos que 
contribuirão para a sua sobrevivência no mundo exterior (COYLE, 2002 p,189). 
 
Para que o apenado tenha ocupação e superar as dificuldades vividas na prisão, 
utilizar parte do período do dia com atividades laborativas como, por exemplo, o 
11 
estudo, a capacitação profissional e o trabalho, podem ser aproveitados para 
melhorar o nível de aprendizado e qualificação, de modo que, quando voltarem ao 
convívio fora da prisão, tenham um leque maior de oportunidades, mas para isso é 
preciso dedicação, superação e força de vontade no resgate da libertação em busca 
do saber que seja capaz de transformar o meio em que vive. (SILVA JUNIOR, 2011). 
Conforme o Manual de Administração Penitenciaria Lei nº 733/2013. 
 Art. 54. Será garantida aos apenados suafrequência aos 
cursos ministrados, bem como sua inscrição aos Exames 
Supletivos, Exame Nacional de Certificação e 
Competência de Educação de Jovens e Adultos - 
ENCCEJA e Exame Nacional de Ensino Médio-ENEM, 
oferecidos anualmente pela Secretaria de Estado de 
Educação e Ministério de Educação e Cultura. 
 
A capacitação dos reeducando se estabelece como uma forma de mudança de 
paradigmas, tendo em vista que a qualificação tem natureza preventiva e inclusiva. 
Assim sendo, a qualificação tem como base aliar também uma conduta que combina 
valores econômicos e sociais, vencer a desconfiança da sociedade é uma tarefa que 
exige um conjunto de ações não só do governo, mas de programas de educação, 
sociais e determinação do apenado em seguir outro caminho, (OLIVEIRA 
NASCIMENTO, 2009). 
 
Cabe ao Estado a prestação de serviços que visem a promoção e a assistência aos 
apenados, sobretudo a profissionalização, para que sejam integrados ao mercado de 
trabalho pois, assim será possível que eles possam gerar seu sustento e de sua 
família, e proporcionar condições para a harmônica integração social possibilitando 
mudanças no sistema prisional (MIRABETE, 2000). 
 
No entanto, o investimento é mínimo por parte do governo, sem falar que a 
sociedade é em grande maioria contra os programas de financiamento de 
capacitação, educação e demais iniciativas na reabilitação do preso. A sociedade 
nutriu o desejo de vingança, pelos atos criminosos praticados pelo preso, não 
creditando a possibilidade de recuperação dos mesmos, o mesmo conceito além de 
12 
prejudicar a ressocialização, prejudica a reinserção em sociedade que acaba por 
contribuir para o retorno do sujeito para o crime. 
 
A educação do sistema penitenciário brasileiro vem sofrendo uma precariedade 
absoluta em unidades cada vez mais superlotadas, com pouca capacidade de 
estrutura física adequada para atender os reeducandos e dar-lhes um ensino de 
qualidade, faltando investimentos de políticas públicas por parte de nossos 
governantes em melhorias da infraestrutura nos sistemas penitenciários, (SILVA E 
MOREIRA, 2008). 
 
A falta de políticas públicas para atendimento aos presos que pagam suas dívidas 
com a justiça e retornam às ruas dispostos a levar uma vida normal, ajuda a 
alimentar a criminalidade, pois em uma avaliação mais aprofundada dos fatos, 
poucas são as propostas do estado existentes para tal. A Lei de Execuções Penais, 
por exemplo, exige que todos os condenados exerçam algum tipo de trabalho, bem 
como que os presos tenham garantido o acesso ao Ensino Fundamental. Mas 
apenas 26% participam de alguma atividade laborativa e 17,3% estudam, 
(ALMEIDA, 2012). 
 O Art. 3º diz que “ao condenado e ao internado serão 
assegurados todos os direitos não atingidos pela 
sentença ou pela lei”. Ora, se o direito à educação não é 
alcançado pela sentença, por que razão a mesma lei 
menciona, de forma muita tímida, como será promovida a 
assistência educacional nos estabelecimentos prisionais? 
Se a constituição garante, no Art. 205, que a educação é 
um direito de todos e um dever do Estado, portanto, 
“todos”, sem distinção, são sujeitos de direito, (LEP, 
1997). 
 
Por fim, como afirma Oliveira (2003), o que se deve discutir, agora, é como esse 
direito vai se efetivar na prática. Também é preciso haver mobilização para a 
questão que deve ser colocada, e, de igual importância, o tipo de educação que se 
oferecerá nas prisões. 
 
13 
3. METODOLOGIA 
 
Antes de explicitar especificamente os resultados, descrevemos os caminhos 
metodológicos que permitiram a produção do material empírico desta pesquisa. A 
investigação da pesquisa para este artigo foi operacionalizada por meio de uma 
pesquisa quanti-qualitativa, bibliográfica. (GIL, 2002). 
 
As técnicas de coletas de dados utilizadas serão aquelas próprias da pesquisa 
bibliográfica. De acordo com (GIL, 2002) pesquisa bibliográfica “é a pesquisa 
desenvolvida com base em material já desenvolvido, como livros, jornais, artigos 
científicos e internet, com propósito de cimentar o assunto pesquisado”. Assim, foi 
feito um levantamento da bibliografia especializada sobre o tema através do google 
acadêmico, bem como nas bibliotecas virtuais acessíveis para em seguida 
proceder-se à leitura e fichamento daqueles textos e autores julgados mais 
relevantes, e, finalmente, proceder-se-á análise das informações específicas e a 
elaboração de um artigo sobre o tema. 
 
Aliás, são inúmeras as demonstrações de falência do sistema prisional, visto que os 
órgãos de comunicação diariamente noticiam problemas de superlotação atrelados a 
rebeliões, motins e fugas, que acabam por estampar de forma pública e notória a 
total ineficiência do estado na recuperação e ressocialização do apenado dando 
mostras cabais do caos vivido pelo sistema penitenciário brasileiro. 
 
A solução para que a ressocialização se efetive é uma política carcerária que 
garanta dignidade ao preso em todos os sentidos, desde a prática de atividade física 
até o acesso ao trabalho profissionalizante. É através da educação e da 
profissionalização do condenado que se tornará possível oferecer condições para o 
reingresso no mundo do trabalho e consequentemente no convívio social. 
 
 
 
 
 
14 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A educação inserida nos centros penitenciários é de suma importância não só para 
àqueles que estão submetidos à pena restritiva de liberdade, mas também para toda 
a sociedade, uma vez que, inserindo conhecimento para as pessoas que tiveram um 
comportamento anti-social, reprovado por toda a sociedade, será mais eficaz a 
tentativa de se reeducar tais indivíduos, possibilitando melhor convivência quando 
em retorno à sociedade e permitindo maior chance para o mercado de trabalho. 
 
Assim, a educação no sentido mais pleno tem que ter como objetivo o 
desenvolvimento integral da pessoa humana, levando-se em conta seus aspectos 
sociais, culturais e econômicos, devendo incluir para as pessoas presas acesso a 
livros, aulas e atividades culturais, para que possam estimular o presidiário a se 
desenvolver como pessoa, facilitando seu retorno à sociedade quanto finda sua 
pena, integrando e garantindo ingressar no mercado de trabalho, para que por fim, 
possam contribuir no desenvolvimento social, reduzindo a taxa de reincidência e 
conseqüentemente à prevenção da criminalidade (COYLE, 2002). 
 
Paulo Freire (2002) a Educação Prisional, deve também estar atenta à construção 
de ambiente propício à construção de saberes, habilidades e competências para 
uma atuação profissional, em termos pedagógicos, voltada para a mudança, ou 
mudanças, no modo de interagir homem o reeducando com a sociedade. Para 
tanto a educação prisional deve ainda antenar-se às complexidades e dimensões 
da realidade sociocultural do contexto intra e extramuros do sistema penitenciário, 
na medida em que o processo de formação e qualificação profissional requer, de 
maneira dialética, a busca pelo conhecimento. Ao retomar o pensamento sobre a 
educação não podemos deixar de constatar que esta está sendo utilizada, como 
condição, não para mudança de um paradigma, mas para a garantia e manutenção 
da ordem vigente do processo político social. Continuamos a reproduzir os 
benefícios da “Produtividade da Escola Improdutiva” de Gaudêncio Frigotto (1993). 
 
Escolhemos este momento final do trabalho, não para que seja apresentadas 
conclusões gerais ou respostas, mas, para fazer certo diálogo com tudo aquilo que 
15 
foi pesquisado, colhido, a partir das pesquisas, que por sua vez irão atender a 
novas investigações acerca da temática aqui apresentada, pois a busca pelo saber 
é sempiterna. 
 
Podemos perceber qua a educação em unidades prisionais configura-se num 
grande desafio para os profissionais de pedagogia, que refletem, e pensam, no 
mundo contemporâneo sobre práticas educacionais,sendo de suma importância a 
possibilidade deste profissional, aglutinar conhecimentos que vão muito além de 
práticas pedagógicas. Queremos ressaltar que a postura do professor frente à 
educação no sistema penitenciário necessita ser efetivamente reestruturada. 
Retomando, novamente, as falas de dois ícones de nossa educação, Freire afirma 
que é fundamental que o professor tenha “clareza em torno de, a favor de quem e 
do quê, e portanto, contra quem e contra o quê, fazemos a educação” (FREIRE, 
1982), e Gaudêncio Frigotto salienta ainda que o “conhecimento (enquanto 
responde a necessidades concretas) sempre presta um serviço. 
 
Apesar de todas essas dificuldades, vale a pena ressaltar o comprometimento dos 
profissionais em educação, que dão importância ao destino dessas pessoas, que 
por algum motivo enveredaram para o mundo do crime, reconduzindo-as ao 
convívio social, sendo esse comprometimento essencial para uma mudança de 
comportamento dos apenados, atraves das pesquisas feitas podemos destacar 
uma considerável melhoria no comportamento, na elevação da auto-estima e 
ausência de violência nas áreas que são destinadas a educação, haja visto que 
existe respeito entre os apenados e os profissionais da educação. 
 
Um bom exemplo disso é o programa do CNJ Começar de Novo, que visa 
sensibilizar órgãos públicos e a sociedade como um todo para que proporcionem e 
viabilizem vagas no mercado de trabalho e/ou cursos profissionalizantes para os 
ex-presidiários que já pagaram sua dívida com a sociedade. Percebemos nas 
pesquisas que os próprios sujeitos têm uma consciência crítica em relação à 
educação e acreditam que ela juntamente com oportunidades de emprego, é o 
caminho para mudar suas vidas e de suas famílias e um direito à cidadania. 
 
Após análises feitas nas pesquisas sobre o sistema prisional, observamos que é 
16 
difícil o processo de ressocialização através da educação, pois esta não atende 
todos os encarcerados. Atende uma somente uma minoria, o que é insuficiente 
para que haja uma progressão satisfatória destes indivíduos capaz de contribuir 
com o seu retorno à sociedade. 
 
Diante de observações notamos que o interesse maior desses apenados inseridos 
no projeto educacional, a princípio não era de ressocialização e sim de remição de 
pena, necessitando de potencializar o incentivo da ressocialização através dos 
estudos bem como melhores condições de aprendizado, diante da realidade do 
sistema prisional acredita-se que apesar de todos os problemas enfrentados, o 
estudo representa um novo caminho abrindo novos horizontes para muitos desses 
apenados. 
 
Neste trabalho pretendemos, ainda que tenhamos consciência da enorme 
dificuldade da ressocialização, fugir deste paradigma, extrapolar as barreiras do 
preconceito e mostrar que, existe sim mudança, e radical, quando há utilização da 
educação dentro do sistema penitenciário. Diante desta constatação, percebe-se 
que a educação é uma ferramenta potente para quebrar esse ciclo preconceituoso, 
de que não há ressocialização para apenados,cabe ao poder público, aos 
educadores e a sociedade contribuir para que esta ferramenta seja ofertada a toda 
população carcerraria, para que todos acreditem e percebam o quanto a 
ressocialização através da educação pode fazer a diferença na vida da população 
encarcerada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
5. REFERÊNCIAS 
 
 ADORNO, S. Ética e violência: adolescentes, crime e violência. In: ABRAMO, 
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