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Interpretação e compreensão de textos

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INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS
Segundo Platão e Fiorin, “não é amontoando os ingredientes que se prepara um receita; assim também não é superpondo frases que se constrói um texto”. Essa assertiva desses consagrados professores marca como uma epígrafe este tópico, pois um texto nunca é um emaranhado de frases. Um texto é um conjunto de frases que “dialogam” entre si, estabelecendo determinadas relações de sentido. Às vezes, um texto pode ser formado por uma só frase, uma só palavra. O fato é que, em um texto, o todo é o que importa, e não suas partes, pois frases soltas podem gerar interpretações equivocadas.
É certo que existem certas estratégias para facilitar ainda mais a leitura e compreensão de um texto. Uma delas é o reconhecimento dos modos de organização discursiva, tipologia textual. Saber as características de um tipo de texto e também de um gênero textual facilita muito a vida de quem pretende “decifrar” um texto. Antes, porém, quero destacar alguns conceitos notáveis, os quais nos auxiliam na melhor apreensão de sentido de um texto: operadores argumentativos e pressupostos e subentendidos.
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Os operadores argumentativos são certos elementos da língua – normalmente invariáveis, como advérbio, conjunção, preposição e palavra denotativa – os quais estabelecem determinadas relações de sentido e concatenam as ideias dentro do texto. Servem para introduzir diversos tipos de argumentos, que, dentre outras funções, apontam para determinadas inferências. Sem eles, a clareza ou a inteligibilidade de um texto ficaria comprometida. Nada como bons exemplos para entendermos com facilidade o que se diz. Veja estas quatro frases e os respectivos comentários acerca delas:
1. No mundo todo, ainda há pessoas sendo exploradas como escravos.
Note que o advérbio ainda nos leva a inferir (deduzir, concluir) que, antes do momento da declaração, já havia pessoas sendo exploradas como escravos.Embora muitos vivam em lugares sem infraestrutura, a felicidade não os abandona.
Note que a conjunção embora introduz argumento de valor negativo que se contrapõe, como ressalva/restrição, ao conteúdo de valor positivo da oração seguinte.
2. Até o presidente faz “vista grossa” para o problema do trabalho infantil.
Note que a palavra denotativa de inclusão até indica que outras pessoas, além do presidente, ignoram o problema.
3. Além do tráfico de drogas e de armas, o tráfico de pessoas é um dos mais chocantes.
Note que a locução prepositiva além de indica um acréscimo de informações, reforçando a argumentação.
TABELA DE CIRCUNSTÂNCIAS
	AFIRMAÇÃO
	SIM; DECERTO; CERTO; MESMO; DEVERAS; COM EFEITO; SEM DÚVIDA (ALGUMA); COM CERTEZA; NA REALIDADE; DE FATO; POR CERTO; CERTAMENTE; POSITIVAMENTE; REALMENTE.
	NEGAÇÃO
	NÃO; TAMPOUCO (= TAMBÉM NÃO); NEM; SEQUER; DE MODO ALGUM; DE MANEIRA ALGUMA, DE FORMA ALGUMA; DE MODO NENHUM; POR NADA; DE NADA; EM HIPÓTESE ALGUMA; ABSOLUTAMENTE.
	MODO
	ASSIM; BEM; MAL; TAL; COMO; DEPRESSA; DEVAGAR; OUTROSSIM; ADREDE (DE PROPÓSITO); DEBALDE (EM VÃO); MELHOR; PIOR; ALERTA; MÁXIME (PRINCIPALMENTE), DE PROPÓSITO; À TOA; À VONTADE; AO CONTRÁRIO; COM AMOR; DE COR; EM VÃO; GOTA A GOTA; POR ACASO; ALTO E BOM TOM; GROSSO MODO.
	TEMPO
	AFINAL; AGORA; AMANHÃ; AMIÚDE (FREQUENTEMENTE); ANTES; ONTEM; CEDO; DEPOIS; ENFIM; ENTREMENTES (ENQUANTO ISSO); HOJE JAMAIS; NUNCA; SEMPRE; OUTRORA; TARDE; JÁ; MAIS; DORAVANTE; LOGO; EMBORA; QUANDO; ANTEONTEM; BREVE; ENTÃO.
LUGAR
AQUI; CÁ; ALI; AÍ; LÁ; ACOLÁ; ABAIXO; ACIMA; ADENTRO; ADIANTE; AVANTE; AFORA; ALÉM; AQUÉM; ATRÁS; FORA; DENTRO; EMBAIXO; LONGE; PERTO; DETRÁS; DEFRONTE, EM DOMICÍLIO; DE LONGE; DE PERTO; À DIREITA.
INSTRUMENTO
EX.: CORTEI O PÃO COM A FACA.
ASSUNTO
EX.: ELE SÓ FALA SOBRE POLÍTICA.
DÚVIDA
ACASO; PORVENTURA; TALVEZ; QUIÇA; POR VENTURA; POR ACASO; POSSIVELMENTE; PROVAVELMENTE; SUPOSTAMENTE.
COMPANHIA
EX.: O PRESIDENTE TERÁ DE VIAJAR SEM SEUS MINISTROS.
INTENSIDADE
ASSAZ; BASTANTE; DEMAIS; MAIS; MEIO; TODO; MENOS; NADA; MUITO; TÃO; QUANTO; TANTO; QUÃO; QUASE; ALGO; POUCO; SOBREMODO; SOBREMANEIRA; QUE; COMO; DE TODO; DE MUITO; DE POUCO; EM EXCESSO; POR COMPLETO; DEMASIADAMENTE; ABSOLUTAMENTE.
PREÇO
EX.: PAGUEI BARATO POR AQUELE RELÓGIO.
QUANTIDADE
EX.: MEU TIME PERDEU POR TRÊS A ZERO.
CAUSA
Ex.: Ele estuda por necessidade
O homem suava com aquele calor carioca
REFERÊNCIA
EX.: NUNCA FUI BOM ALUNO EM MATEMÁTICA.
CONCESSÃO
EX.: ELE SEMPRE CHEGA, APESAR DO TRÂNSITO.
ORDEM
EX.: MEU ALUNO SE CLASSIFICOU EM SEGUNDO LUGAR.
MEDIDA
EX.: O HOMEM MEDE DOIS METROS.
CONFORMIDADE
EX.: FAÇA TUDO CONFORME OS REGULAMENTOS
MATÉRIA
EX.: FABRICAMOS COM PLÁSTICO ESSES COPOS.
PROPORÇÃO
EX.: A NOVELA ESTÁ PARA O BRASIL ASSIM COMO O CINEMA ESTÁ PARA OS ESTADOS UNIDOS.
CONDIÇÃO
EX.: SEM EDUCAÇÃO, NÃO HÁ PROGRESSO.
MEIO
EX.: JÁ VIAJEI MUITO DE TREM QUANDO TRABALHAVA EM NOVA IGUAÇU.
	FINALIDADE
EX.: ELE VIAJOU A NEGÓCIOS
PESO
EX.: O HOMEM PESA CEM QUILOS.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
CONCLUSIVAS
LOGO; PORTANTO; POR ISSO; ASSIM; POIS; POR CONSEGUINTE; ENTÃO; EM VISTA DISSO.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
EXPLICATIVAS
PORQUE; QUE; PORQUANTO; POIS (ANTES DO VERBO)
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
INTEGRANTES
SÓ TEMOS DUAS CONJUNÇÕES INTEGRANTES: QUE e SE. ELAS INTRODUZEM ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS. PODEM SER SUBSTITUÍDAS POR “ISTO”/”ISSO”.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS CAUSAIS
PORQUE; QUE; PORQUANTO; POIS; COMO (= VISTO QUE; SÓ NO INÍCIO DA ORAÇÃO); POIS QUE (USO MAIS LITERÁRIO); DADO QUE; VISTO QUE; VISTO COMO; JÁ QUE; UMA VEZ QUE; NA MEDIDA EM QUE; SENDO QUE.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS COMPARATIVAS
TAL QUAL; TAL E QUE; QUAL; TAL COMO; (TÃO)... COMO/QUANTO; TANTO...COMO; COMO; ASSIM COMO; COMO SE.
	RECIPROCIDADE
	EX.: ENTRE MIM E TI SEMPRE HOUVE AMOR.
	FAVOR
	EX.: POR OBSÉQUIO, SAIA DAQUI!
	EXCLUSÃO
	EX.: AFORA ESSA QUESTÃO, CONCORDAMOS EM TUDO.
	INCLUSÃO
	EX.: PREENCHA TODOS OS SEUS DADOS, INCLUSIVE, TELEFONE.
	CONSEQUÊNCIA/CONCLUSÃO
	EX.: O CONSUMO AUMENTOU E, CONSEQUENTEMENTE/CONSEGUINTEMENTE, A PRODUÇÃO E AS VENDAS SUBIRAM.
TABELA DE CONJUNÇÕES
	CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
	ADITIVAS
	E; NEM (E NÃO); NEM...NEM; TAMPOUCO; NÃO SÓ...MAS TAMBÉM; NÃO SÓ...MAS AINDA; NÃO SÓ...BEM COMO; BEM COMO; NÃO SÓ...COMO TAMBÉM; NÃO SÓ...COMO AINDA; NÃO SÓ...SENÃO TAMBÉM; NÃO SÓ...SE NÃO AINDA; TANTO...QUANTO; TANTO.COMO.
	CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
	ADVERSATIVAS
	MAS; PORÉM CONTUDO; TODAVIA; ENTRETANTO; NO ENTANTO, NÃO OBSTANTE; SÓ QUE; SENÃO; AGORA; ANTES; AINDA ASSIM.
	CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
	ALTERNATIVA
	OU; OU...OU; ORA...ORA; SEJA...SEJA; JÁ...JÁ; UMAS VEZES...OUTRAS	VEZES;	QUER...QUER; TALVEZ...TALVEZ.
	CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS CONCESSIVAS
EMBORA; MALGRADO; CONQUANTO; AINDA QUE/QUANDO; MESMO QUE; SE BEM QUE; POSTO QUE; NEM QUE; APESAR DE QUE; POR (MAIS, MENOS, MELHOR, PIOR, MAIOR, MENOR, MUITO) QUE (INDICA GRAU).
QUANDO; ENQUANTO; MAI (= LOGO QUE); APENAS (= LOGO QUE); DEPOIS QUE; ANTES QUE; SEMPRE QUE; LOGO QUE; ASSIM QUE; AGORA QUE; TODAS AS VEZES QUE; CADA VEZ QUE; AO MESMO TEMPO QUE; PRIMEIRO
QUE (= ANTES QUE); ATÉ QUE; DESDE QUE (VERBO NO INDICATIVO).
	CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
	ADVERBIAIS FINAIS
	PARA QUE; A FIM DE QUE; PORQUE (=PARA QUE; NÃO USUAL); DE MODO/MANEIRA/FORMA/SORTE QUE (=PARA QUE; NÃO USUAL).
PRONOME DEMONSTRATIVOCONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS CONDICIONAIS
SE; CASO; CONTANTO QUE; EXCETO SE; SALVO SE; DESDE QUE (SEGUIDO DE SUBJUNTIVO); A MENOS QUE; A NÃO SER QUE; SEM QUE; UMA VEZ QUE (SEGUIDO DE SUBJUNTIVO).
Marcam a posição temporal ou espacial de um ser em relação a uma das três pessoas do discurso, fora do texto ou dentro do texto.CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS CONFORMATIVAS
CONFORME;	CONSOANTE;	SEGUNDO,	COMO	(= CONFORME).
1ª pessoa: este (a/s), isto. 2ª pessoa: esse (a/s), isso.
3ª pessoa: aquele (a/s), aquilo.
· Valor discurso do emprego dos demonstrativos
1. Função espacialCONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS CONSECUTIVASTÃO...QUE; TANTO...QUE; TAMANHO...QUE; TAL...QUE; DE TAL MODO/MANEIRA...QUE; A TAL PONTO...QUE; TANTO ASSIM...QUE; DE SORTE QUE; DE MODO QUE; DE MANEIRA QUE; DE FORMA QUE.
Este (a/s), isto: refere-se a um ser que está próximo do falante ou que o falante toma como tal.
Ex.: Esta camisa aqui é minha.
Esses (a/s), isso: refere-se a um ser que está próximo do ouvinte ou que o falante toma como tal.
Ex.: Essa camisa aí é tua?
Aquele (a/s), aquilo: refere-se a um ser que está distante do ouvinte e do falante ou de algo que se encontra na pessoa de quem se fala.CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS PROPORCIONAIS
À PROPORÇÃO QUE; À MEDIDA QUE; AO PASSO QUE; QUANTO MAIS/MENOS/MENOR/MAIOR/MELHOR/PIOR...(TANTO)MAIS
/MENOS/MENOR/MAIOR/MELHOR/PIOR.
Ex.: Aquele país onde ele mora é lindo.
2. Função temporal
Este: presente, passado recente ou futuro. Ex.: Esta é a hora da verdade.
Esta noite foi sensacional.
Esse: passado recente ou futuro.CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS TEMPORAIS
Ex.: Ninguém se esquecerá dessas palavras que disse. Aquele: passado ou tempo distante (vago).
Ex.: Foi em 1500, naquele ano, que o Brasil surgiu.
3. Função distributiva
Este, referindo-se ao mais próximo ou citado por último. Aquele, referindo-se ao mais afastado ou citado em primeiro lugar. Ambos são anafóricos, pois substituem termos anteriores.
Ex.: Todos nós conhecemos Maria e Cláudia. A imagem
desta tem como reflexo a daquela.
Obs.: Não há respaldo gramatical para o uso, no mesmo contexto, dos termos este, esse e aquele.
4. Função referencial
Este (a/s), isto: referem-se a algo que será dito ou apresentado. Pode também retomar termo antecedente.
Ex.: Esta sentença é verdadeira: “A vida é efêmera”.
Esse (a/s), isso: referem-se sempre a algo já dito ou apresentado (valor anafórico).
Ex.: Isso que você disse não está certo, amigo.
PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS
Esses dois conceitos são importantes para compreendermos bem um texto, afinal, sempre há informações “implícitas” em um texto, que podem ser propositais ou não, facilmente percebidas ou não. Pressupostos Segundo Platão e Fiorin, pressupostos “são ideias não expressas de maneira explícita, que decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase”. Trocando em miúdos: algumas palavras dentro da frase “carregam” informações implícitas.
Observe estas duas frases e os comentários acerca delas:
1. A população supõe que o país vai progredir com o novo presidente.
Note que o verbo supor indica que o sujeito (A população) considera verdadeiro o conteúdo do objeto direto (o país vai progredir com o novo presidente). No entanto, podemos facilmente pressupor (informação implícita) que o autor dessa declaração não se inclui entre “A população”, ou seja, ele não supõe que o país vai progredir com o novo presidente.
A respeito da pressuposição, aqui vai uma “dica” importante de Rodolfo Ilari, em seu livro Introdução à semântica – Brincando com a Gramática: Diz-se que uma informação é pressuposta quando ela se mantém mesmo que neguemos a sentença que a veicula. Se alguém nos disser que o carro parou de trepidar depois que foi ao mecânico, concluímos que o carro morria antes de ir ao mecânico; se esse mesmo alguém nos disser que o carro não parou de trepidar apesar de ter ido ao mecânico, também concluiremos que o carro trepidava antes. Sempre que um certo conteúdo está presente tanto na sentença como em sua negação, dizemos que a sentença pressupõe esse conteúdo.
SUBENTENDIDOS
Os subentendidos são mensagens implícitas deduzidas subjetivamente pelo interlocutor. Justamente por essa ideia de dedução, os subentendidos de uma declaração podem não ser verdadeiros. Vejamos três exemplos de
subentendido, o qual normalmente surge em contextos sociais:
Ana – Vamos ao cinema? Carlos – Mas está chovendo...
Possível subentendido: Carlos sugere que não quer ir ao cinema.
Amigo do Mário – É da casa do Mário?
Mãe do Mário – Ele teve de sair, mas já volta.
Possível subentendido: A mãe do Mário entende que o amigo do filho queria falar com ele.
Para finalizar, segundo Platão e Fiorin, uma informação importante: “Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma afirmação.
COMPREENDER VERSUS INTERPRETAR
Compreensão e interpretação de textos é um tema que, geralmente, está presente em todos os concursos públicos. Porém, a maioria não atenta para a diferença que há entre compreensão de texto e interpretação	de texto. Compreensão e interpretação de textos são duas coisas completamente diferentes.
Quando o comando da questão trabalha a área de compreensão, aquela informação está no texto. Diante disso, você terá alguns enunciados básicos de questões de compreensão. Porém, se a informação estiver além do texto, fora do texto, trata-se de uma questão de interpretação.
A questão é que é uma informação que, além de estar fora do texto, tem conexão com o texto. É a chamada inferência textual, dedução textual. Ao ler o texto, o leitor consegue inferir, tirar conclusões a partir de ideias que foram explicitadas no texto. Basta ao leitor passar a ter a visão qualificada e apurada de, no enunciado, conseguir visualizar e identificar, qualificar, caracterizar o comando, se é de compreensão (informação que está no texto) ou de interpretação (informação que não está no texto, mas está atrelada ao texto).
· Compreensão de texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar dados do texto. Os comandos de compreensão (está no texto) são:
· Segundo o texto...
· O autor/narrador do texto diz que...
· O texto informa que...
· No texto...
· Tendo em vista o texto...
· De acordo com o texto...
· O autor sugere ainda...
· O autor afirma que...
· Na opinião do autor do texto...
· Interpretação de texto – consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. Os comandos de Interpretação (está fora (além) do texto) são:
· Depreende-se/infere-se/conclui-se	do	texto que...
· O texto permite deduzir que...
· É possível subentender-se a partir do texto que...
· Qual a intenção do autor quando afirma que...
· O texto possibilita o entendimento de que...
· Com o apoio do texto, infere-se que...
· O texto encaminha o leitor para...
· Pretende o texto mostrar que o leitor...
· O texto possibilita deduzir-se que...
Tipologia Textual
Para entendermos mais sobre “o que é um texto” e consequentemente compreendê-lo bem, precisamos ter contato com diferentes tipos de texto, ou modos de organização do discurso. A tipologia textual trata da forma como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clássicos que aparecem em prova. Dos cinco, recomendo que domine a dissertação.
Texto Narrativo e Tipos de Discurso
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo ou intriga – o encadeamento, a sucessão dos fatos, o conflito que se desenvolve, podendo ser linear ou não. Características principais:
· O tempo verbal predominante é o passado.
· Alguns gêneros textuais narrativos: piada, fábula, parábola, epístola (carta com relatos), conto, novela, epopeia, crônica (mix de literatura com jornalismo), romance.
· Quem conta (narrador), o que ocorreu (o enredo), com quem ocorreu (personagem), como ocorreu (conflito/clímax),	quando/onde	ocorreu (tempo/espaço) são elementos presentes neste tipo de texto.
· Foco narrativo com narrador de 1a pessoa (participa da história – onipresente) ou de 3a pessoa (não participa da história – onisciente).
· Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em prosa, não em verso.
Tipos de Discurso
Vale dizer que é extremamente comum figurar em textos narrativos determinados tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre. Certamente você já deve ter estudado isso alguma vez na sua vida. Os tipos de discurso tratam da participação, da fala da personagem dentro da narração. Isso acontece de três maneiras:o narrador apresenta a fala da personagem pela própria personagem (discurso direto), reproduz com sua voz a fala da personagem (discurso
indireto) e apresenta o pensamento da personagem no meio da narração (discurso indireto livre).
· No discurso direto, há a presença de alguns elementos básicos (normalmente todos aparecem): verbo elocutivo (antecipando a fala da personagem), dois-pontos, aspas ou travessão marcando a própria fala.
· No discurso indireto, a fala da personagem por meio do narrador aparece dentro de uma oração subordinada substantiva (normalmente objetiva direta ou subjetiva).
· No discurso indireto livre, a fala da personagem se insere no meio do discurso do narrador, dando a impressão de que se trata do pensamento do narrador, mas na verdade se trata do pensamento da personagem; neste caso, não há marcas linguísticas claras indicando a fala dela. O bom é que, na maioria das provas, o discurso indireto livre vem pontuado por ponto de exclamação ou interrogação.
Texto Descritivo
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, um movimento etc. Características principais:
· Os recursos formais mais encontrados são os de valor adjetivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função caracterizadora.
· Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enumeração.
· A noção temporal é normalmente estática.
· Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a definição.
· Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
· Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anúncio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
Texto Injuntivo
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos, nas leis jurídicas. Características principais:
· Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com verbos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
· Essas características são encontradas em vários gêneros textuais, como horóscopos, receitas de bolo, discursos de autoridades, manual de instruções, livros de autoajuda, leis etc.
· Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2a pessoa ou 1a pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Texto Dialogal
O texto dialogal (ou diálogo, ou dialogismo) normalmente aparece dentro de um texto predominantemente narrativo para materializar o intercâmbio entre personagens (a interlocução), que vão apresentando a história através da conversa; presente no gênero dramático (peças de teatro). Características principais:
· Na organização gráfica, é normal o uso de pontuação (travessões ou aspas) para indicar as
falas das personagens (iniciadas por letra maiúscula), antecipada por verbo dicendi (verbo elocutivo) e dois-pontos; resumindo: discurso direto.
· Pode conter marcas da linguagem oral, como pausas e retomadas.
· Marcadores conversacionais: então, ora pois, pois é, bem, mas vá lá, diz lá, pronto, assim assim, e tal, não pode ser, não me digas, tipo, que tal?, não é (né)?, não é verdade?, não é assim?, não achas?, como assim?, que te parece?, e tu?, como assim?, diz quem? etc.
Texto Dissertativo
Antes de mais nada, o texto dissertativo pode ser expositivo ou argumentativo.
Dissertação Expositiva
Este tipo de texto é caracterizado por esclarecer um assunto de maneira atemporal com o objetivo de explicá-lo de maneira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate. Características principais:
· Apresenta	introdução,	desenvolvimento	e conclusão.
· O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, informar.
· Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
· Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa de ponto de vista.
· Apresenta linguagem clara e imparcial.
Dissertação Argumentativa
Este tipo de texto – muito frequente nas provas de concursos!
Apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu intuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor (leitor ou ouvinte). Características principais:
· Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estratégias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho de autoridade, citações, confronto, comparação, fato-exemplo, enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com sugestão/solução).
· Principais gêneros textuais em que se observam características desse tipo de texto: redação de concursos, artigos de opinião, cartas de leitor , discursos de defesa/acusação, resenhas...
· Utiliza verbos na 1a pessoa (normalmente nas argumentações informais) e na 3a pessoa
· do presente do indicativo (normalmente nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e um caráter de verdade ao que está sendo dito.
· Constitui-se de linguagem cuidada, com estruturas lexicais e sintáticas claras, simples e adequadas ao registro culto.
· Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modalizações discursivas (indicando noções de
possibilidade, certeza ou probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
· Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o desenvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios.
· Às vezes, usam-se elementos de primeira pessoa como recurso retórico para envolver o leitor no pensamento do autor do texto.
· Os verbos normalmente se encontram no presente do indicativo ou no futuro do presente.
Gênero Textual
Gêneros textuais são formas diferentes de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu produtor. Logo, os gêneros desempenham papéis sociais, próprios do dia a dia: telefonema, sermão, cartas (comercial, pessoal, argumentativa, oficial...), romance, conto, crônica, poema, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, panfletos, charges, quadrinhos, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, fábula, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por computador , apostilas, aulas virtuais etc.
Portanto, não confunda tipo de texto com gênero textual. Estes são desdobramentos daqueles (mais fixos). Olhamos para um texto e dizemos que ele é do tipo dissertativo por causa de sua estrutura e de sua função, no entanto esse mesmo texto dissertativo pode se desdobrar em artigos (de opinião ou não), carta de leitor , carta de solicitação, carta argumentativa, discurso de defesa ou de acusação, resenha crítica, resumo, editorial, ensaio, seminário, conferência, palestra, verbete, resenha etc. (todos esses, gêneros textuais).
Alguns gêneros textuais mais cobrados em provas são carta (argumentativa ou não), publicidade, charge, textos literários (poemas, crônicas, fragmentos de contos e romances), quadros e textos jornalísticos (notícias, entrevista, artigo de opinião, reportagem, artigos de opinião, editorial, classificados...).
Fonte: A gramática para concursos públicos

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