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Seleção de Exercícios de Português - Banca Consulplan

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Paula M

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CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato 
www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 1 
 
 
 
 
SELEÇÃO DE EXERCÍCIOS 
CONSULPLAN 
 
 
Autora: Jacira Fernandes Granato 
 
 
 
 
 
http://www.portuguessemlimites.com.br/
CURSO ONLINE CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS – CONSULPLAN - Prof. Jacira Fernandes Granato 
www.portuguessemlimites.com.br Reprodução Proibida. Direitos Reservados. Página 2 
BATERIA BÔNUS DE EXERCÍCIOS/ASSUNTOS TRATADOS: Recursos Linguísticos/ Recursos 
Argumentativos/Dicas de Interpretação de Texto/Aspectos da Linguagem/Ponto de 
Vista/Grau do Adjetivo/Pressupostos/Reescritura/Discurso/ Fonética (dígrafo, encontro 
consonantal, ditongo e acentuação gráfica) 
Texto para responder à questão a seguir 
Feliz aniversário 
[...] E à cabeceira da mesa grande a aniversariante que fazia hoje oitenta e nove anos. 
Zilda, a dona da casa, arrumara a mesa cedo, enchera-a de guardanapos de papel colorido e 
copos de papelão alusivos à data, espalhara balões sungados pelo teto em alguns dos quais 
estava escrito “Happy Birthday!”, em outros “Feliz Aniversário!”. No centro havia disposto o 
enorme bolo açucarado. Para adiantar o expediente, enfeitara a mesa logo depois do almoço, 
encostara as cadeiras à parede, mandara os meninos brincar no vizinho para não desarrumar a 
mesa. 
E, para adiantar o expediente, vestira a aniversariante logo depois do almoço. Pusera-lhe 
desde então a presilha em torno do pescoço e o broche, borrifara-lhe um pouco de água-de-
colônia para disfarçar aquele seu cheiro de guardado — sentara-a à mesa. E desde as duas horas 
a aniversariante estava sentada à cabeceira da longa mesa vazia, tesa na sala silenciosa. 
De vez em quando consciente dos guardanapos coloridos. Olhando curiosa um ou outro 
balão estremecer aos carros que passavam. E de vez em quando aquela angústia muda: quando 
acompanhava, fascinada e impotente, o voo da mosca em torno do bolo. [...] 
Os músculos do rosto da aniversariante não a interpretavam mais, de modo que ninguém 
podia saber se ela estava alegre. Estava era posta à cabeceira. Tratava-se de uma velha grande, 
magra, imponente e morena. Parecia oca. 
— Oitenta e nove anos, sim senhor! disse José, filho mais velho agora que Jonga tinha 
morrido. — Oitenta e nove anos, sim senhora! disse esfregando as mãos em admiração pública e 
como sinal imperceptível para todos. 
Todos se interromperam atentos e olharam a aniversariante de um modo mais oficial. 
Alguns abanaram a cabeça em admiração como a um recorde. Cada ano vencido pela 
aniversariante era uma vaga etapa da família toda. Sim senhor! disseram alguns sorrindo 
timidamente. 
— Oitenta e nove anos!, ecoou Manoel que era sócio de José. É um brotinho!, disse 
espirituoso e nervoso, e todos riram, menos sua esposa. 
A velha não se manifestava. 
Alguns não lhe haviam trazido presente nenhum. Outros trouxeram saboneteira, uma 
combinação de jérsei, um broche de fantasia, um vasinho de cactos — nada, nada que a dona da 
casa pudesse aproveitar para si mesma ou para seus filhos, nada que a própria aniversariante 
pudesse realmente aproveitar constituindo assim uma economia: a dona da casa guardava os 
presentes, amarga, irônica. 
 — Oitenta e nove anos! repetiu Manoel aflito, olhando para a esposa. A velha não se 
manifestava... 
(Clarice Lispector. “Laços de Família”, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1998. Fragmento.) 
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109. (Consulplan/2017/Assistente Social- AEB/ Prefeitura de Sabará/MG) Tendo em vista 
que para a construção do período “E à cabeceira da mesa grande a aniversariante que fazia hoje 
oitenta e nove anos.” (1º§) utilizou-se a omissão de termo subentendido a partir do contexto. 
Assinale a reescrita cuja preservação do sentido e da correção gramatical estão presentes. 
a) A aniversariante que fazia hoje oitenta e nove anos sentada na mesa grande. 
b) Fazia-se, hoje, oitenta e nove anos; junto a cabeceira da mesa grande a aniversariante. 
c) E, à cabeceira da mesa grande, estava a aniversariante que fazia hoje oitenta e nove anos. 
d) E a aniversariante que fazia hoje oitenta e nove anos, próxima a cabeceira da mesa grande. 
 
Texto para responder à questão a seguir 
Dona Valentina e sua dor 
Dona Valentina conseguiu cochilar um pouquinho. O relógio marcava quase cinco da 
manhã quando ela abriu os olhos. Estava ligeiramente feliz. Sonhou com as goiabeiras de sua 
casa na roça; ela, menina, correndo de pés no chão e brincando com os irmãos que apanhavam 
goiabas maduras no pé. Goiabas vermelhas, suculentas, sem bichos. O sonho foi tão real que ela 
acordou com gostinho de goiaba na boca. 
Fazia um pouco de frio porque chovera à noite, chuvinha fina, boba. Porém, dona 
Valentina era prevenida: levara na sacola a capa e a sombrinha desmilinguida – mas que ainda 
serviam. A fila crescera durante a madrugada, e o falatório dos que acordaram cedo, como ela, 
misturava-se com o ronco de dois ou três que ainda dormiam. 
Fila de hospital até que era divertida – pensava ela. O povo conversava pra passar o 
tempo; cada um contava suas doenças; falavam sobre médicos e remédios; a conversa esticava, e 
aí vinham os assuntos de família, casos de filhos, maridos, noras e genros. Valia a distração. Mas 
ruim mesmo era aquela dor nos quadris. Bastou dona Valentina virar-se na almofada que lhe 
servia de apoio no muro para a fincada voltar. Ui! De novo! 
Dona Valentina já estava acostumada. Afinal, ela e sua dor nas cadeiras já tinham ido e 
voltado e esperado e retornado e remarcado naquela fila há quase um ano. O hospital ficava 
longe; precisava pegar o primeiro ônibus, descer no centro; andar até o ponto do segundo 
ônibus; viajar mais meia hora nele; e andar mais quatro quarteirões. Por isso, no último mês 
passou a dormir na fila, era mais fácil e mais barato. Ela e sua dor. A almofada velha ajudava; 
aprendera a encaixá-la de um jeito sob a coxa e a esticar a perna. Nesta posição meio torta e 
esquisita, a dor também dormia, dava um alívio. 
O funcionário, sonolento, abriu a porta de vidro; deu um “bom dia” quase inaudível e 
pediu ordem na calçada: 
– Pessoal, respeitem quem chegou primeiro. A fila é deste lado, vamos lá. 
Não demorou muito, e a mocinha sorridente, de uniforme branco, passou distribuindo as 
senhas. Todos gostavam dela. Alegre, animada, até cumprimentava alguns pelo nome, de tanta 
convivência. Dona Valentina recebeu a ficha 03, seria uma das primeiras no atendimento. Quem 
sabe a coisa resolveria desta vez? 
– Senha número três! 
Dona Valentina ergueu-se da cadeira com a ajuda de um rapaz e caminhou até a sala. O 
doutor – jovem, simpático – cumprimentou-a e pediu que ela se sentasse. Em seguida, correu os 
olhos pela ficha, fez algumas perguntas sobre a evolução da dor e os remédios que ela tomava. 
Daí, preencheu uma nova receita, carimbou e assinou: 
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Nota
uso do "na" muda sentido = ideia do lugar onde ela se sentou.
Na frase esta: á mesa (modo)
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Nota
Faltou a crase:
Junto a algo - pede prep.
cabeceira = palavra fem. pede artigo 'a'.
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Lápis
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Nota
Falta preposição:
Quem esta próximo? Esta próximo a algo/ a alguma coisa. Pede preposição 'a'. 
Cabeceira palavra fem. usa artigo 'a'. 
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– Olha, dona Valentina, vamos mudar a medicação, essa aqui é mais forte. Mas seu caso é 
mesmo cirúrgico. O problema é que o hospital não tem condições de fazer a cirurgia de imediato. 
A senhora sabe: muitospacientes, falta verba, equipamento, dinheiro curto... 
Ela sentiu um aperto no coração. E um pouco de raiva, raivinha, coisa passageira. Mas o 
doutor era tão simpático, de olheiras, de uniforme amarrotado, que ela sorriu, decepcionada: 
– Posso marcar meu retorno? 
– Claro, claro, fala com a moça da portaria. Dona Valentina e sua dor pegaram os dois 
ônibus de volta. Pelo menos a chuva havia parado, um sol gostoso aquecia seus ombros através 
da janela. Fazer o quê? – pensava ela. Esperar mais, claro. Quem sabe um dia os poderosos, os 
políticos, os engravatados davam um jeito no hospital? E agendavam a cirurgia? E ela se livrava 
da dor? E poderia brincar com os netos, carregá-los no colo, sem a maldita fincada nas costas? 
De noite, dona Valentina se acomodou no velho sofá esburacado para ver a novela – sua 
distração favorita que a fazia se esquecer da dor. No intervalo, veio a propaganda: crianças 
sorrindo, jovens se abraçando, pessoas felizes de todo tipo. A voz poderosa do locutor disse à 
dona Valentina que tudo ia muito bem, que a vida era boa, que o governo era bonzinho, que 
trabalhava pelo povo acima de tudo. E que a saúde das pessoas, dos mais pobres, era o mais 
importante! E que para todo mundo ficar sabendo, o governo preferiu usar a dinheirama nas 
propagandas em vez de comprar remédios ou equipamentos que faltavam no hospital, por 
exemplo. Questão de prioridade estratégica da área da Comunicação. O resto poderia esperar – 
como esperavam, dóceis e conformadas, dona Valentina e sua dor. 
(FABBRINI, Fernando. Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/fernando-
fabbrini/dona-valentina-e-sua-dor-1.1412175. Acesso em: 16/12/2016.) 
110. (Consulplan/2017/Fiscal Municipal/Prefeitura de Sabará/MG) No trecho “O 
funcionário, sonolento, abriu a porta de vidro; deu um ‘bom dia’ quase inaudível e pediu ordem 
na calçada:...” (5º§), a palavra “inaudível” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por: 
a) Nítido. 
b) Audível. 
 c) Perceptível. 
d) Imperceptível. 
Texto para responder à questão a seguir 
* Final do romance “Vidas Secas” que narra a família de Fabiano, mais uma vez, se 
retirando para algum outro lugar, em virtude da seca: 
Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-se-iam num 
sítio pequeno, o que parecia difícil a Fabiano, criado solto no mato. Cultivariam um pedaço de 
terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade, e os meninos frequentariam escolas, seriam 
diferentes deles. Sinhá Vitória esquentava-se. Fabiano ria, tinha desejo de esfregar as mãos 
agarradas à boca do saco e à coronha da espingarda de pederneira. 
Não sentia a espingarda, o saco, as pedras miúdas que lhe entravam nas alpercatas, o 
cheiro de carniças que empestavam o caminho. As palavras de Sinhá Vitória encantavam-no. 
Iriam para diante, alcançariam uma terra desconhecida. Fabiano estava contente e 
acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era nem onde era. Repetia docilmente as 
palavras de Sinhá Vitória, as palavras que Sinhá Vitória murmurava porque tinha confiança nele. 
E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes. Os 
meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se 
como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? 
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Nota
Interpretar o sentido dentro da frase.
Medida de sinais +/-.
Palavra geralmente apresenta sentido diferente do dicionário.
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Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam 
presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade 
homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá Vitoria e os dois meninos. 
(Vidas Secas, Graciliano Ramos.) 
111. (Consulplan/2017Analista Judiciário/Área Administrativa/TRF 2ª Região/ ES/RJ) 
Em “Eles dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia.” 
(3°§) a construção apresentada é feita empregando-se, como recurso linguístico, 
a) a evidência de oposição estabelecida através de uma relação comparativa entre elementos 
distintos. 
b) uma palavra em sentido figurado, baseando-se em uma comparação subentendida entre dois 
termos. 
c) o exagero do sentido com o objetivo de conferir ênfase à informação apresentada, 
constituindo uma variação de metáfora. 
d) uma relação de semelhança entre dois termos atribuindo características de um a outro por 
meio de um elemento comparativo explícito. 
 
Texto para responder à questão a seguir 
História de bem-te-vi 
Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que 
passarinho é coisa de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antiguidade de 
museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde 
haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma árvore. Bom será que essa 
árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos. 
Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, 
maracanãs e “querejuás todos azuis de cor finíssima...”. Nós esquecemos tudo: quando um poeta 
fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura... 
Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar. 
E é pena, pois com esse nome que tem – e que é a sua própria voz – devia estar em todas 
as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento oportuno anunciar a sua 
presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém 
se aborreceria. 
O que leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a 
observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos vizinhos, 
apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas 
tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: “...te-vi! ...te-vi”, com a maior irreverência 
gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras, achei 
natural que também os passarinhos estivessem contagiados pelo novo estilo humano. 
Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão – como posso saber, com a 
folhagem cerrada da mangueira? – animou-se a uma audácia maior. Não quis saber das duas 
sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: “...vi! ...vi!...” o que me 
pareceu divertido, nesta era do twist. 
O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado 
com o seu team de futebol – que se não há de pensar de bem-te-vis assim progressistas, que 
rompem com o canto da família e mudam o leme dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado 
por esses crioulos fortes que agora saem do mato de repente e disparam sem razão nenhuma no 
primeiro indivíduo que encontram. 
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Nota
Obeserva: adjetivos/advérbios.
Velhinhos = Caracteriza "Eles dois".
Como = comparação/analogia/semelhança entre eles.
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Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar. E cantava assim: “Bem-bem-bem...te –vi!” Pensei: “É 
uma nova escola poética que se eleva da mangueira!...” Depois, o passarinho mudou. E fez: “Bem-
te-te-te...vi!” Tornei a refletir: “Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando...” E o 
passarinho: “Bem-bem-bem...te-te-te... vi-vi-vi!” 
Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma 
coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos assuntos,ouviram, 
pensaram e disseram: “Queengraçado! Um bem-te-vi gago!” 
(É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...) 
(MEIRELES, Cecília. 1901-1964 – Escolha o seu sonho: (crônicas) – 26ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2005.) 
112. (Consulplan/2017/CFESS/Assistente Técnico Administrativo) Das frases a seguir, 
apenas uma apresenta adjetivo no superlativo absoluto sintético. Assinale-a. 
a) O bem-te-vi é tão grande quanto o sabiá. 
b) O bem-te-vi é o maior pássaro dessa mangueira. 
c) “… querejuás todos azuis de cor finíssima…” (2º§) 
d) “… andam muito rebeldes e novidadeiras,…” (5º§) 
 
Texto para responder às questões 113 e 114 
Tempos loucos – Parte 2 
Os adultos que educam hoje vivem na cultura que incentiva ao extremo o consumo. 
Somos levados a consumir de tudo um pouco: além de coisas materiais, consumimos 
informações, ideias, estilos de ser e de viver, conceitos que interferem na vida (qualidade de 
vida, por exemplo), o sexo, músicas, moda, culturas variadas, aparência do corpo, a 
obrigatoriedade de ser feliz etc. Até a educação escolar virou item de consumo agora. A ordem é 
consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo. 
Quem viveu sem usar telefone celular por muito tempo não sabe mais como seria a vida 
sem essa inovação tecnológica, por exemplo. O problema é que a oferta cria a demanda em 
sociedades consumistas, que é o caso atual, e os produtos e as ideias que o mercado oferece 
passam a ser considerados absolutamente necessários a partir de então. 
A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, boa parte das 
vezes sem crítica alguma. Não sabemos mais o que é ter uma vida simples porque almejamos ter 
mais, por isso trabalhamos mais etc. Vejam que a ideia de lazer, hoje, faz todo sentido para quase 
todos nós. Já a ideia do ócio, não. Ou seja: para descansar de uma atividade, nos ocupamos com 
outra. A vadiagem e a preguiça são desvalorizadas. 
Bem, é isso que temos ensinado aos mais novos, mais do que qualquer outra coisa. 
Quando uma criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir o 
que é oferecido; quando um filho pede para o pai levá-la ao show do RBD, e este leva mesmo se 
considera o espetáculo ruim, ensinamos a consumir, seja qual for a estética em questão; quando 
um jovem pede uma roupa de marca para ir a uma festa e os pais dão, ensinamos que o que 
consumimos é mais importante do que o que somos. 
Não há problema em consumir; o problema passa a existir quando o consumo determina 
a vida. Isso é extremamente perigoso, principalmente quando os filhos chegam à adolescência. 
Há um mercado generoso de oferta de drogas. Ensinamos a consumir desde cedo e, nessa hora, 
queremos e esperamos que eles recusem essa oferta. Como?! 
Na educação, essa nossa característica leva a consequências sutis, mas decisivas na 
formação dos mais novos. Como exemplo, podemos lembrar que estes aprendem a avaliar as 
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Máquina de escrever
Comparativo
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Máquina de escrever
 Superlativo Relativo de superioridade
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Máquina de escrever
Superlativo Absoluto Sintético
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Máquina de escrever
 Superlativo Absoluto Analítico
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pessoas pelo que elas aparentam poder consumir e não por aquilo que são e pelas ideias que têm 
e que o grupo social deles é formado por pares que consomem coisas semelhantes. Não é a toa 
que os pequenos furtos são um fenômeno presente em todas as escolas, sejam elas públicas ou 
privadas. 
Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua 
primeira função. Um carro deixa de ser um veículo de transporte, um telefone celular deixa de 
ser um meio de comunicação; ambos passam a significar status, poder de consumo, condição 
social, entre outras coisas. 
A educação tem o objetivo de formar pessoas autônomas e livres. Mas, sob essa cultura 
do consumo, esses dois conceitos se transformaram completamente e perderam o seu sentido 
original. Os jovens hoje acreditam que têm liberdade para escolher qualquer coisa, por exemplo. 
Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das vezes, determinadas pelo consumo e 
pela publicidade. Tempos loucos, ou não? 
(SAYÃO, Rosely. Tempos loucos – Parte 2.Disponível em: 
http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2006-10-01_2006-10-15.html Acesso em: dezembro de 
2015.) 
113. (Consulplan/2016/Combatentes/Praças/Corpo de Bombeiros Militar/PA) 
Considerando o uso adequado da linguagem à situação de comunicação do texto apresentado, 
assinale o trecho selecionado a seguir em que podem ser identificados aspectos informais da 
língua. 
a) “A ordem é consumir, e obedecemos muitas vezes cegamente a esse imperativo.” (1º§) 
b) “Quando uma criança de oito anos pede a seus pais um celular e ganha, ensinamos a consumir 
o que é oferecido;[...]” (4º§) 
c) “Na verdade, as escolhas que fazem estão, na maioria das vezes, determinadas pelo consumo e 
pela publicidade. Tempos loucos, ou não?” (8º§) 
d) “Nessa ideologia consumista, é importante considerar que os objetos perdem sua primeira 
função. Um carro deixa de ser um veículo de transporte,[...]” (7º§) 
e) “O problema é que a oferta cria a demanda em sociedades consumistas, que é o caso atual, e os 
produtos e as ideias que o mercado oferece passam a ser considerados absolutamente 
necessários a partir de então.” (2º§) 
 
114. (Consulplan/2016/Combatentes/Praças/Corpo de Bombeiros Militar/PA) 
Examinando o trecho “A questão é que temos tido comportamento exemplar de consumistas, 
boa parte das vezes sem crítica alguma.” (3º§) em que se manifesta uma opinião pode-se afirmar 
que esse ponto de vista 
a) não foi apresentado como pessoal. 
b) utiliza o emprego do verbo auxiliar que o torna impessoal. 
c) torna o texto impessoal, apresentando uma verdade inquestionável. 
d) é apresentado como pessoal considerando-se o recurso linguístico utilizado. 
e) apresenta-se de forma pessoal assim como todos os discursos argumentativos. 
 
115. (Consulplan/2015/Enfermeiro/Pref. Municipal de Juatuba) “Dinheiro é a coisa mais 
importante do mundo.” (2º§) Nessa frase, há um adjetivo no grau 
a) comparativo de igualdade. 
b) superlativo absoluto analítico. 
c) comparativo de superioridade. 
d) superlativo relativo de superioridade. 
 
 
 
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http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/arch2006%E2%80%9010%E2%80%9001_2006%E2%80%9010%E2%80%9015.html
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Nota
Uso de pronome de tratamento/outras estruturas (girías/você/pergunta) que causa aproximação do leitor c/ o produtor do texto. 
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Texto para responder à questão a seguir 
 
116. (Consulplan/2015/Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina/CBMSC) As 
diferentes funções da linguagem podem ser entendidas como a adequação que o enunciador faz 
da linguagem e ou dos recursos de ênfase, de acordo com sua intenção comunicativa e do 
elemento da comunicação que deseja destacar em uma mensagem específica. Quanto à função de 
linguagem presente no enunciado em análise, predomina a 
a) fática. 
b) conativa. 
c) referencial. 
d) metalinguística 
 
117. (Consulplan/2015/Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina/CBMSC) Diana 
Barros afirma que “ao enunciador é oferecida a possibilidade linguística de jogar com conteúdos 
implícitos, para fazer passar os valores e deles convencer o enunciatário” (1988, p. 99). Assim, 
em um texto argumentativo, o enunciador para implicitar conteúdos vale-se dos seguintes 
expedientesargumentativos: o pressuposto e o subentendido. O ato de pressupor um conteúdo 
consiste em situá-lo como já conhecido do enunciatário e em apresentá-lo como fundo comum, 
no interior do qual o discurso deve prosseguir. Sobre o expediente do pressuposto, analise os 
enunciados I e II a seguir. 
 
I. Os soldados do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina continuam as buscas. 
II. O discurso do tenente-coronel ainda não foi aceito por todos os pares. 
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Nota
Fática: Testa o canal de comunicação. Ver se a pessoa esta atenta a quem fala.
Ex: Oi? Alô.
Referencial Denotativa: Algo + cientícico/certo. Serve de referência ao entendimento de algo. Relação de impessoalidade.
Ex: Material didático.
Metalinguística: Uso recurso em prol dele mesmo.
Ex: Buscar no dicionário uma palavra.
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Assinale a alternativa correta. 
a) Apenas I é exemplo que suscita pressuposto. 
b) Apenas II é exemplo que suscita pressuposto. 
c) I e II são exemplos que suscitam pressupostos. 
d) I e II não são exemplos que suscitam pressupostos. 
 
Texto para responder à questão a seguir 
Todo escritor é útil ou nocivo, um dos dois. É nocivo se escreve coisas inúteis, se deforma 
ou falsifica (mesmo inconscientemente) para obter um efeito ou um escândalo; se se conforma 
sem convicção a opiniões nas quais não acredita. É útil se acrescenta à lucidez do leitor, livra-o 
da timidez ou dos preconceitos, faz com que veja e sinta o que não teria visto nem sentido sem 
ele. Se meus livros são lidos e atingem uma pessoa, uma única, e lhe trazem uma ajuda qualquer, 
ainda que por um momento, considero-me útil. E como acredito na duração infinita de todas as 
pulsões, como tudo prossegue e se reencontra sob uma outra forma, essa utilidade pode 
estender-se bastante longe no tempo. Um livro pode dormir cinquenta anos ou dois mil anos, em 
um canto de biblioteca, e de repente eu o abro, e nele descubro maravilhas ou abismos, uma 
linha que me parece ter sido escrita apenas para mim. O escritor, nisso, não difere do ser 
humano em geral: tudo o que dizemos, tudo o que fazemos se conduz mais ou menos. É preciso 
tentar deixar atrás de nós um mundo um pouco mais limpo, um pouco mais belo do que era, 
mesmo que esse mundo seja apenas um quintal ou uma cozinha. 
(Marguerite Yourcenar. De olhos abertos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.) 
118. (Consulplan/2014/Analista de Gestão – ANG-Administrador/CONSULPLAN/CBTU) “É 
preciso tentar deixar atrás de nós um mundo um pouco mais limpo, um pouco mais belo do que 
era, mesmo que esse mundo seja apenas um quintal ou uma cozinha.” Assinale a alternativa que 
apresenta uma paráfrase do trecho anterior, cuja correção gramatical foi mantida. 
a) Precisamos tentar deixar atrás de nós um mundo um pouco mais limpo, mais belo do que era, 
mesmo que esse mundo seje apenas um quintal ou uma cozinha. 
b) Ainda que esse mundo seja apenas um quintal ou uma cozinha é preciso deixarmos atrás de 
nós um mundo um pouco mais limpo, um pouco mais belo do que éramos. 
c) É necessário tentar deixar atrás de nós um mundo um pouco mais limpo, um pouco mais belo 
do que era, mesmo que nesse mundo existam apenas um quintal ou uma cozinha. 
d) É preciso que haja uma tentativa de deixar atrás de nós um mundo um pouco mais limpo, um 
pouco mais belo do que era, ainda que esse mundo seja apenas um quintal ou uma cozinha. 
 
119. (Consulplan/2017/CFESS/Assistente Técnico Administrativo) Acentuar corretamente 
as palavras faz parte do apreço que se deve ter com a norma culta na redação de um texto. A 
alternativa que apresenta uma palavra do texto que é acentuada graficamente por motivo 
DISTINTO das demais é: 
a) Últimas. 
b) Zoológico. 
c) Agradável. 
d) Ornitólogo. 
 
120. (Consulplan/2014/Agente de Combate a Endemias/CONSULPLAN/Pref. Municipal de 
Juatuba) As palavras transcritas do texto estão, quanto à acentuação, devidamente justificadas, 
exceto: 
a) último – proparoxítona. 
b) nós – monossílaba tônica. 
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Nota
Uso do verbo "precisamos" indica que entra um sujeito, e no trecho acima não possui sujeito, a informação está genérica no trecho.
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Verbo conjugado como se tivesse sujeito = nós (leitor/produtor do texto). 
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Nota
Palavra "mundo" esta c/ função de lugar = nesse mundo; e no trecho está como sujeito da oração. 
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c) irá – oxítona terminada em “a”. 
d) lágrima – paroxítona terminada em “a”. 
 
121. (Consulplan/2014/Agente de Combate a Endemias/CONSULPLAN/Pref. Municipal de 
Juatuba) Assinale a palavra transcrita do texto que apresenta ditongo. 
a) Semana. 
b) Filho. 
c) Saudade. 
d) Vidinha. 
 
122. (Consulplan/2016/Agente de Combate a Endemias/ CONSULPLAN/ Pref. Municipal 
de Cascavel) São palavras transcritas do texto que apresentam encontro consonantal, exceto: 
a) Filho. 
b) Gravidez. 
c) Enfrentar. 
d) Problema. 
e) Desestruturação. 
 
123. (Consulplan/2015/Auxiliar Administrativo / CONSULPLAN/ Câmara Municipal de 
Caratinga) São palavras transcritas do texto que apresentam dígrafos, exceto: 
a) Caminho. 
b) Discussão. 
c) Corrupção. 
d) Infraestrutura. 
 
124. (Consulplan/2015/Auxiliar Administrativo / CONSULPLAN/ Câmara Municipal de 
Caratinga) São termos transcritos do texto acentuados pela mesma razão, exceto: 
a) Políticas. 
b) Inúmeros. 
c) Ministério. 
d) Oncológicos. 
 
Texto para responder às questões de 125 a 130 
Todo filho é pai da morte de seu pai 
Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a 
ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.É quando o pai 
envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso. 
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar 
sozinho. 
É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro 
da respiração para sair de seu lugar. É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, 
hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é 
longe. 
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e 
não lembrará de seus remédios. 
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E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos 
responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em 
paz. 
Todo filho é pai da morte de seu pai. 
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso 
último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de 
décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta. 
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando 
cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais. 
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro. 
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro. A barra é 
emblemática. 
A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas. 
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos denossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos 
braços nas paredes. 
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços 
estarão espalhados, sob a forma de corrimões. 
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo 
sem degraus. 
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e 
desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros 
frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente? 
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de 
cada obstáculo e tapete. 
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente 
no enterro e não se despede um pouco por dia. 
Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos. 
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os 
lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira: 
 — Deixa que eu ajudo. 
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo. 
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito. 
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, 
tremendo. 
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo 
equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável. 
Embalou o pai de um lado para o outro. 
Aninhou o pai. 
Acalmou o pai. 
E apenas dizia, sussurrado: 
— Estou aqui, estou aqui, pai! 
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O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. 
(Autor desconhecido. Disponível em: http://www.contioutra.com/todo-filho-e-pai-da-morte-de-seu-pai/. 
Acesso em: 27/12/2016.) 
125. (Consulplan/2017/Topógrafo/Prefeitura de Sabará/MG) O trecho “É quando aquele 
pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho.” (3º§) é marcado 
por uma: 
a) Condição. 
b) Suposição. 
c) Contradição. 
d) Consequência. 
 
126. (Consulplan/2017/Topógrafo/Prefeitura de Sabará/MG) Assinale o trecho a seguir 
que justifica o título do texto: “Todo filho é pai da morte de seu pai”. 
a) “Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.” (11º§) 
b) “É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, 
devagar, impreciso.” (2º§) 
c) “E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no 
enterro e não se despede um pouco por dia.” (18º§) 
d) “E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos 
responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em 
paz.” (6º§) 
 
127. (Consulplan/2017/Topógrafo/Prefeitura de Sabará/MG) Sobre o texto “Todo filho é 
pai da morte de seu pai”, é incorreto afirmar que: 
a) O autor expõe a sua visão acerca da realidade que o cerca. 
b) A realidade apresentada no texto se aproxima de situações do mundo real. 
c) Parte de um fato do cotidiano com o objetivo de despertar reflexão no leitor. 
d) A história apresentada parte do mundo fictício do autor; portanto, não se trata de um tema 
contemporâneo. 
 
128. (Consulplan/2017/Topógrafo/Prefeitura de Sabará/MG) Em “Há uma quebra na 
história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: 
é quando o filho se torna pai de seu pai.” (1º§) é correto afirmar que “a ordem natural não tem 
sentido” por que: 
a) Os pais deveriam ser eternos. 
b) A ordem natural das coisas seria os pais cuidarem dos filhos. 
c) Os filhos têm a obrigação de cuidarem dos seus pais durante a velhice. 
d) Os filhos, durante a juventude, aprendem a cuidar dos pais quando estiverem envelhecidos. 
 
129. (Consulplan/2017/Topógrafo/Prefeitura de Sabará/MG) O fragmento a seguir 
contextualiza a questão a seguir. Leia-o atentamente. 
“Embalou o pai de um lado para o outro. 
Aninhou o pai. Acalmou o pai. E apenas dizia, sussurrando: 
– Estou aqui, estou aqui, pai!” (26º – 30º§) 
Sobre o trecho anterior, é correto afirmar que: 
a) Ocorre uma reação de uma ação passada. 
b) É um exemplo distante da realidade cotidiana. 
c) Representa uma ação futura recorrente na velhice. 
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d) São ações que estão apresentadas em uma sequência crescente. 
 
130. (Consulplan/2017/Topógrafo/Prefeitura de Sabará/MG) O autor nos afirma que 
“Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados.” (16º§) Esta frustração, de acordo 
com o texto, provém 
a) do fato de não conseguir adaptar a casa às necessidades dos nossos pais. 
b) do arrependimento causado pela decoração da casa e dos objetos adquiridos. 
c) do fato de nos sentirmos estranhos em nossas próprias casas por causa das mudanças 
necessárias. 
d) do fato de ter que realizar as devidas mudanças devido ao fato de nossos pais estarem 
enfermos, ou não possuírem a mesma vitalidade que antes. 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
109-C 110-D 111- D 112-C 113-C 
114-D 115-D 116-B 117-C 118-D 
119-C 120-D 121-C 122-A 123-D 
124-C 125-C 126-D 127-D 128-B 
129-D 130-D 
 
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