Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
29/03/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/9 Autonomia do Direito de Informática O Direito da Informática consiste no desenvolvimento do uso do computador e das novas tecnologias, assim como em estudos específicos de proteção e salvaguarda jurídica que devem ser desenvolvidas como um ramo autônomo do direito. Para tanto há necessidade de debates, estudos, conferências, envolvendo juristas de notório saber. Trata-se da análise dos conflitos que surgem com o desenvolvimento da tecnologia e com a sua utilização, para investigar, de forma científica, salvaguardas jurídicas de proteção para a sociedade. Há desafios a serem enfrentados pelo direito da informática. O direito da informática é a ciência que estuda as novas tecnologias e seus reflexos nos aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais, para solucionar os conflitos com a criação de regulamentação de salvaguarda jurídica, para a utilização da informática. O Direito da Informática é uma ciência, considerado um ramo autônomo do direito, mas de característica sui generis e com reflexos em vários outros ramos do direito. O Direito de Informática é interdisciplinar, uma vez que atinge simultaneamente numerosos campos do Direito. A polêmica que se instala é: O Direito da Informática é um ramo autônomo do direito ou apenas uma especialidade que influência diversas áreas do direito? Tem fontes próprias? Princípios próprios? Metodologia própria? Sim. Então é um ramo autônomo do direito. A Recomendação R(80)3 da Comunidade Européia orientou os países membros a inserir o Direito da Informática como disciplina autônoma nos cursos de direito das Universidades Européias. Alguns países entendem que o Direito da Informática pertence à um dos ramos do Direito Público, por meio de leis especiais, outros estudam sob o ponto de vista do Direito Privado e Direito Internacional Privado no caso de jurisdição aplicável aos contratos internacionais. A importância da proteção legal quanto aos aspectos do Direito Intelectual, p. ex.: o sigilo dos segredos industriais deve ser assegurado incentivando a indústria no desenvolvimento da tecnologia de “ponta”, proporcionando um avanço a cada dia. Fontes 29/03/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/9 As fontes específicas do direito da informática são escassas, mas podemos citar as legislações existentes, tais como o atual Marco Civil da Internet, ou a Lei do Software; os costumes; a doutrina específica desta área, tais como os comentários interpretando as legislações, e a jurisprudência, que diariamente enfrenta novos desafios nesta seara tecnológica. Atualmente encontram-se os contratos eletrônicos, os documentos eletrônicos, o processo judicial eletrônico. Princípios – Segundo Mario Antonio Lobato de Paiva São princípios do Direito da Informática: a) Princípio da equivalência funcional: Não poderá haver restrições que não existam fora do setor tecnológico, as duas realidades existentes devem ser equivalentes. b) Princípio da existência concreta – deverá predominar as relações concretas em um contrato eletrônico, trata-se da realidade sobre a documentação escrita ou virtual. O que deve ser levado em consideração nas relações virtuais é aquilo que verdadeiramente ocorre e não aquilo que é estipulado em contratos virtuais. Informativo n. 5 do TST - princípio da existência concreta, recurso de embargos interposto por meio do sistema E-DOC que restou subscrito por advogado diverso daquele que procedeu à assinatura digital. Por esse princípio que externou a SDI- 1, nas relações virtuais predomina aquilo que verdadeiramente ocorre e não aquilo que é estipulado. O TST decidiu que se aposto nome de advogado diverso daquele que assinou digitalmente o recurso, o efetivo subscritor do apelo é aquele cuja chave de assinatura foi registrada, responsabilizando-se pela petição entregue, desde que devidamente constituído nos autos. c) Princípio da racionalidade – A razão deve ser priorizada nas relações virtuais, a norma não alcança todos os casos, portanto deverá haver proporcionalidade e razoabilidade, um freio e uma elasticidade na aplicação do direito para que haja uma flexibilidade do entendimento razoável do preceito. d) Princípio da lealdade – Consiste na conseqüência da boa-fé, todo homem deve agir conforme a boa-fé, lealdade, confiança e respeito mútuo para o fiel cumprimento das obrigações estabelecidas ou pactuadas. A boa fé objetiva diz respeito ao cumprimento honesto das obrigações, e se distingue da boa fé subjetiva que abrangente o erro ou falsa crença, significa lealdade de conduta nas relações virtuais. Ao princípio da boa-fé pode-se traduzir o interesse social de segurança das relações jurídicas. O Código Civil alemão determina que as partes devem agir com lealdade e confiança recíprocas. 29/03/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/9 Nos contratos deve existir harmonia do objetivo da relação jurídica contratual, mesmo que haja interesses opostos das partes contratantes, deve haver observância da ética contratual, vedando o emprego da deslealdade e impondo a observância da boa-fé e lealdade, tanto na manifestação da vontade (criação do negócio jurídico) como na interpretação e execução do contrato. O interprete, em todo e qualquer contrato, tem de se preocupar mais com o espírito das convenções do que com sua letra. Segundo art. 85 do Código Civil "nas declarações de vontade” se atenderá mais à sua intenção que ao sentido literal da linguagem. e) Princípio da intervenção estatal – a intervenção direta do Estado visa garantir efetividade nas relações virtuais, assegurando o acesso e a qualidade do produtos e serviços disponíveis, garantindo a segurança, durabilidade e o desempenho. f) Princípio da Subsidiariedade – considerando-se a carência de normas e institutos que ainda devem demorar muitos anos para surgirem, este princípio é fundamental para o desenvolvimento do direito da informática. Porém as regras gerais, hermenêutica, princípios gerais do direito, utilização de outras normas, estudos e doutrina só poderão ser aplicados se: a) não esteja aqui regulado de outro modo, deve haver omissão legal, aplica-se subsidiariamente outra norma; b) não ofendam os princípios do direito informático, a incompatibilidade exclui a aplicação. A permissão para a aplicação enseja compatibilidade, celeridade e simplificação na solução dos conflitos. g) Princípio da efetividade – no caso de incompetência do juiz para julgar aquela demanda, ou a incompetência da justiça brasileira, haverá impossibilidade de executar aquela decisão, o que não impede o exercício do direito face as pessoas que estejam no estrangeiro, mas, dependendo do caso em concreto, poderão estar fora do poder do tribunal brasileiro. O Novo Código de Processo Civil dispõe, entre outras regras, que: Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 29/03/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/9 III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Nos casos em que não é competente a autoridade brasileira, o tribunal deve-se julgar incompetente quando as coisas, ou o sujeito passivo, estejam fora de seu alcance, ou desrespeite a disposição legal. EXERCÍCIO: Relativamente aos princípiosdo Direito da Informática, temos que: I. Princípio da racionalidade – consiste na afirmação essencial de que o ser humano procede e deve proceder nas suas relações virtuais conforme a razão. II. Princípio da lealdade – Todo homem deve agir em boa-fé, deve ser verdadeiro. III. Princípio da intervenção estatal – a intervenção direta do Estado para garantir efetivamente as relações virtuais, não só visando assegurar o acesso a produtos e serviços essenciais como para garantir qualidade e adequação dos produtos e serviços. É CORRETO afirmar que: A) Todas as assertivas estão incorretas. B) Todas as assertivas estão corretas. C) Somente as assertivas I e II estão corretas. D) Somente as assertivas I e III estão corretas. E) Somente as assertivas II e III estão corretas. RESP. B ________________________________________ PAIVA, Mario Antonio Lobato de Paiva. Os Institutos do Direito Informático. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/2571/os-institutos-do-direito- informatico# ixzz27RM1G HnO>. Acesso em: 19.set.2012. 29/03/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/9 Exercício 1: Segundo os princípios do Direito da Informática, as regras de integração e interpretação das normas devem ser aplicadas aos casos omissos, observando as regras de hermenêutica. Assinale a alternativa que indica corretamente quais são os elementos necessários para a aplicação e integração correta da norma e qual é o princípio respectivo. A) Que o juiz é incompetente para proferir sentença; e que não tenha possibilidade de executar. Princípio da racionalidade. B) Que haja intervenção direta do Estado para garantir efetivamente as relações virtuais; e não só visando assegurar o acesso a produtos e serviços essenciais como para garantir qualidade e adequação dos produtos e serviços. Princípio da lealdade. C) Que todo homem deve agir de boa-fé, e também deve ser verdadeiro. Princípio da existência concreta. D) Que não esteja regulado de outro modo; e não ofendam os princípios do direito informático. Princípio da subsidiariedade. E) Nenhuma das alternativas anteriores. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: O princípio da lealdade ou boa-fé norteia todo o ordenamento jurídico e não apenas um ramo autônomo do direito. Assinale a alternativa em que abrange corretamente as duas vertentes desse princípio. A) 29/03/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/9 A boa fé objetiva é o cumprimento honesto e escrupuloso das obrigações, a boa fé subjetiva abrange o erro ou falsa crença, significa lealdade de conduta nas relações virtuais. B) A boa-fé objetiva significa ter consciência da conduta lícita, sem vícios e agir com lealdade e a subjetiva visa ter confiança recíproca no cumprimento leal da obrigação. C) A boa-fé objetiva significa o agir consciente com lealdade e confiança, e a subjetiva trata da necessidade de compreender ou interpretar o contrato cumprindo-o com boa-fé. D) A boa-fé objetiva veda o emprego da astúcia e o agir com deslealdade e a subjetiva significa uma imposição ética. E) Todas as alternativas estão corretas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: Considerando os princípios do Direito da Informática, o TST decidiu que se aposto nome de advogado diverso daquele que assinou digitalmente o recurso, o efetivo subscritor do apelo é aquele cuja chave de assinatura foi registrada, responsabilizando-se pela petição entregue, desde que devidamente constituído nos autos. Foi aplicado qual princípio? A) Lealdade. B) Subsidiariedade. C) 29/03/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/9 Equivalência Funcional. D) Existência Concreta. E) Racionalidade. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: Considerando os princípios do Direito da Informática, não poderá haver restrições no mundo virtual que não existam fora do setor tecnológico, as duas realidades existentes devem ser equivalentes, trata-se do princípio da: A) Efetividade. B) Subsidiariedade. C) Equivalência Funcional. D) Existência Concreta. E) Lealdade. 29/03/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/9 Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: Segundo as regras da autonomia do Direito da Informática, para que haja um ramo autônomo do direito, deverá observar algumas regras, tais como: a doutrina para a realização de contratos eletrônicos, o Marco Civil Regulatório, as decisões judiciais reiteradas de Tribunais, que se referem à (s): A) Hermenêutica. B) Fontes. C) Política. D) Princípios. E) Analogia. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: O direito da informática é uma ciência que estuda as novas tecnologias e os seus reflexos nos diversos aspectos sociais com a finalidade de solucionar os conflitos que surgem com a utilização das tecnologias, criando uma regulamentação específica. Esses aspectos são, EXCETO. Assinale a alternativa INcorreta. A) 29/03/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/9 Sociais. B) Políticos. C) Econômicos. D) Culturais. E) Científico. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Compartilhar