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OSG.: 1138/21 Página 2 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) MERRIAM-WEBSTER ADDS “SECOND GENTLEMAN” TO DESCRIBE DOUG EMHOFF'S ROLE By Kate Bennett, CNN January 28, 2021 Doug Emhoff is racking up several firsts as second gentleman of the United States. He is the first male spouse of a vice president; he is the first Jewish spouse of an American vice president; and on Thursday he became the catalyst for a first dictionary entry. Merriam-Webster added “second gentleman” to its esteemed dictionary, defining the term as, “the husband or male partner of a vice president or second in command of a country or jurisdiction.” Emhoff noted the addition tweeting: “Well, now it's official.” Emhoff, a lawyer formerly based in Los Angeles, has been married to Vice President Kamala Harris since 2014. On Inauguration Day, he severed all ties with his law firm DLA Piper, where he had practiced law in intellectual property and technology and its media, sports and entertainment sector, according to the firm website. BENNETT, K. Disponível em: https://edition.cnn.com. Acesso em: 2 fev. 2021. A eleição de Kamala Harris para vice-presidente dos Estados Unidos foi histórica por diversos motivos. Um deles, foi a definição oficial no dicionário Merriam-Webster para o papel de Douglas Emhoff, marido da vice-presidente. Com base na leitura do texto, o autor associa o termo “Second Gentleman” A à ligação de Douglas Emhoff com a religião judaica em sua trajetória política. B ao descaso com que Douglas Emhoff se refere à posição que ele agora ocupa. C à recusa de Douglas Emhoff de receber um “rótulo” por seu vínculo matrimonial. D ao ineditismo de ter um homem na posição de cônjuge de uma vice-presidente. E à decisão de Douglas Emhoff de continuar exercendo, normalmente, a advocacia. HOW SELF-STORAGE BECAME A $22 BILLION BUSINESS By Shawn Baldwin, CNBC January 15, 2021 With people relocating out of cities due to the coronavirus pandemic, you’d think the self-storage industry would be thriving. Beyond a need to store excess stuff, demand in self- -storage historically comes from what industry insiders refer to as the four D’s: death, divorce, displacement and disaster. One company that consumers and businesses have turned to repeatedly to park their goods is Public Storage. Public Storage is the world’s largest owner and operator of self-storage facilities, with nearly 2,500 locations across the U.S. In November, the company reported fiscal third-quarter revenue for same store facilities fell 2.7% from a year earlier. That drop was due mainly to lower rents and reduced late charges. Despite headwinds due to Covid, Public Storage CEO Joseph Russell told analysts in November that a robust housing market, employees working from home and a move out of pricey urban markets were beginning to help boost demand. BALDWIN, S. Disponível em: https://www.cnbc.com. Acesso em: 2 fev. 2021. Novas formas de utilização dos espaços prometem aquecer o mercado imobiliário nos próximos anos. Entre estas tendências, está o “self-storage”, atividade que garante a locação de boxes individuais para o armazenamento de documentos e bens de pessoas físicas e empresas. Com base no texto acima, o mercado de “self-storage” A possui, historicamente, uma demanda ligada a quatro fatores básicos. B originou-se com uma empresa americana denominada Public Storage. C ganhou um impulso significativo com a pandemia do novo coronavírus. D está condenada a desaparecer completamente nas próximas décadas. QUESTÃO 02 QUESTÃO 01 OSG.: 1138/21 Página 3 E sofreu uma redução significativa na demanda por causa do home office. MICROSOFT PATENTED A CHATBOT THAT WOULD LET YOU TALK TO DEAD PEOPLE. IT WAS TOO DISTURBING FOR PRODUCTION By Clare Duffy, CNN Business January 27, 2021 The internet is buzzing over a new technology created by Microsoft developers that could make it possible to have a virtual conversation with a deceased loved one (well, kind of). A patent granted to Microsoft last month details a method for creating a conversational chatbot modeled after a specific person — a "past or present entity... such as a friend, a relative, an acquaintance, a celebrity, a fictional character, a historical figure," according to the filing with the US Patent and Trademark Office. The technology is reminiscent of a fictional app in the dystopian TV series "Black Mirror" that allowed a character to continue chatting with her boyfriend after he dies in an accident, by pulling information from his social media. Want to talk music with David Bowie? Or get some words of wisdom from your late grandmother? This tool would theoretically make that possible. But don't get too excited, or freaked out for that matter: The company isn't planning to turn the technology into an actual product. DUFFY, C. Disponível em: https://edition.cnn.com. Acesso em: 2 fev. 2021. A Microsoft obteve a patente de um sistema de chatbot que poderia até mesmo simular a personalidade de pessoas mortas. O chatbot é um robô de conversa digital, como os assistentes virtuais usados por diversas empresas no atendimento a clientes via redes sociais. De acordo com o texto, a empresa em questão A encontrou inspiração para o seu produto em um episódio de um famoso seriado de televisão. B promete que será possível conversar com celebridades da cultura popular como David Bowie. C planeja lançar, ainda no ano de 2021, um protótipo que possa ser comercializado pela internet. D pretende desenvolver um produto que seja voltado apenas para diálogos com familiares mortos. E obteve a patente em dezembro de 2020, concedida pelo órgão responsável nos Estados Unidos. Disponível em: https://www.lessplastic.org.uk. Acesso em: 2 fev. 2021. A poluição causada pelo descarte de objetos de plástico é um dos grandes desafios da atualidade. De acordo com a ONU, são necessários pelo menos 450 anos para que uma garrafa de plástico se decomponha e desapareça do meio ambiente. Com base na imagem, o propósito do texto é A propor o abandono imediato do uso de qualquer tipo de embalagem plástica. B chamar a atenção da sociedade para o impacto negativo do plástico na saúde. C defender o uso do plástico como um elemento imprescindível para a economia. D promover uma reflexão sobre a necessidade de recusar o plástico de uso único. QUESTÃO 04 QUESTÃO 03 OSG.: 1138/21 Página 4 E sugerir o boicote a empresas que insistem em utilizar comercialmente o plástico. THE HILL WE CLIMB We've seen a force that would shatter our nation rather than share it. Would destroy our country if it meant delaying democracy. And this effort very nearly succeeded. But while democracy can be periodically delayed, it can never be permanently defeated. In this truth, in this faith we trust. For while we have our eyes on the future, history has its eyes on us. GORMAN, A. Disponível em: https://www.townandcountrymag.com. Acesso em: 2 fev. 2021. A escritora Amanda Gorman foi destaque na cerimônia de posse do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A jovem de 22 anos fez história como a mais jovem escritora a recitar um poema durante uma cerimônia de posse presidencial. Com base no poema, o eu lírico A reconhece que uma força poderosa destruiu a democracia em seu país. B receia o julgamento que a história fará, um dia, da sociedade americana. C declara que a democracia nunca poderá ser permanentemente derrotada. D desconfia de pessoas que usam a fé como instrumento meramente político. E afirma que é preciso olhar para o futuro e não se preocupar com o passado. QUESTÃO 05 OSG.: 1138/21 Página 5 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol)Castellano o español – ambos nombres designan esta lengua exquisita, dulce y musical, en que fue escrito el Don Quijote, obra maestra de la literatura universal. Tambien se habla, en España, otras lenguas, con importantes literaturas: el catalán (de Cataluña), el gallego (de Galicia) y el vascuence (del País Vasco). Están también dialectos como el andaluz, el leonés, el asturiano etc. Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/22352647. O autor transmite a ideia de que A uma obra-prima foi escrita por Dom Quixote. B o espanhol é um povo esquisito. C o espanhol e o castelhano são dois nomes da mesma língua. D uma língua esquisita era falada por Dom Quixote. E o espanhol é uma língua estranha. Nació en Castilla (“región de castillos”), prevaleció sobre los dialectos y se fue extendiendo – salvo en Portugal – por toda la Península Ibérica, hasta imponerse como idioma culto nacional. Más tarde se propagó a las inmensas regiones descubiertas y civilizadas por los españoles en América y Oceanía. (…) Hace cuatro siglos, con las audaces carabelas de Colón, llegó el castellano al Nuevo Mundo y se derramó por el Continente, desde Méjico hasta Tierra del Fuego, exceptuando el Brasil y las Guianas. Y hoy diecinueve países hablan la lengua de Cervantes. Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/22352647 É correto dizer, segundo o autor do texto, que A as caravelas viajaram durante quatro séculos. B a língua castelhana é falada por toda a América. C o espanhol é falado por dezenove países, incluindo o Brasil. D o castelhano se espalhou por todo o continente europeu. E o espanhol chegou ao Novo Mundo com Colombo. Los familiares Juan D. Luque Durán Tobías tenía unos familiares en el extranjero. Un día recibió un telegrama de ellos en que le decían que, como hacía tanto tiempo que no se veían, estaban deseando ir al pueblo para ver a Tobías y a su familia, en las vacaciones de julio. A los pocos meses llegaron los familiares en un coche último modelo y al bajarse todo el mundo vio que iban lujosamente vestidos. La mujer y las hijas del familiar de Tobías llevaban numerosas joyas. Todo esto demostraba que en el extranjero habían trabajado mucho y habían ganado mucho dinero. Al verlos llegar así, la mujer de Tobías le dijo en voz baja a su marido: – A mí me parece que tus parientes no vienen a vernos, sino a que los veamos. Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/27371584#:~:text=en%20el%20extranjero. No início do texto, se compreende que Tobias A fez uma visita a uns familiares durante as férias de julho. B foi visitado por uns parentes nas férias do mês de julho. C tencionava visitar alguns parentes que moravam no estrangeiro. QUESTÃO 03 QUESTÃO 02 QUESTÃO 01 OSG.: 1138/21 Página 6 D enviou um telegrama a uns familiares no estrangeiro. E tinha uns familiares que desejavam ir ao estrangeiro. Consejos para que tu teléfono móvil dure más Protector de pantalla: Usar un protector de pantalla es importante. Puedes fabricarlo tú mismo con cinta adhesiva transparente. Con ello evitarás que la pantalla se rompa por alguna caída. Cambia su batería: Cuando la batería de tu teléfono no funciona bien, lo mejor es que la cambies. Evita que se caliente: Es importante que evites excesos de temperatura en teléfono móvil mientras carga o lo utilizas. No utilices fundas de plástico o silicón: Además de evitar temperaturas excesivas al cargar la batería, el dispositivo móvil estará menos vulnerable a dejar de funcionar por alguna sobrecarga en su sistema operativo producido por el plástico o silicón. CONSEJOS para que tu teléfono móvil dure más. Diario de México. Disponível em: http://www.diariodemexico.com.mx. Acesso em: 6 out. 2016 (adaptado). De acordo com o texto, para que um celular dure mais, é necessário, dentre outras recomendações, A trocar a bateria a cada dois anos. B utilizar um estojo de plástico ou silicone. C usar um protetor de tela adquirido no mercado. D comprar uma capa diretamente com o fabricante. E evitar excesso de temperatura enquanto o recarrega. Los niños y el trabajo (Anónimo) Algunos niños trabajan en los sitios más visibles, en las calles de las ciudades y pueblos de todo el mundo. En su lucha por la subsistencia los niños buscan materiales reciclables en los vertederos de basura, lustran zapatos frente a los hoteles, acarrean equipaje, lavan y cuidan automóviles, venden chucherías y mendigan. (…) Los niños que trabajan necesitan contar con acceso a la educación, y sus padres requieren empleos que les ofrezcan salarios con los que puedan mantener a sus familias, para que no tengan que enviar a sus hijos a trabajar. Disponível em: http://white.lim.ilo.org/ipec/pagina.php?pagina=173. A expressão “vertederos de basura” equivale, em português, a A vendedores de vassoura. B limpadores das ruas ou garis. C rampas de lixo ou lixões. D esgotos a céu aberto. E recicladores de plásticos. QUESTÃO 05 QUESTÃO 04 OSG.: 1138/21 Página 7 Questões de 06 a 45 Disponível em: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/CKhEzc2BZJpUvnjMinzO9uY6bY5OyQqSPg5t7s3kB6VzBd7mJRdHgA9aG6bYr0S7YD2N373dgW8jh UZXYi0pBDjJmTx9Yef3uSxBe09cUIbO. Acesso em: 23 fev. 2021. Analisando a tirinha acima, percebe-se que o humor deriva da A apresentação de um conjunto de novas tecnologias. B identificação da televisão como um símbolo do atraso tecnológico. C relação entre real e virtual na formulação dos canais de TV. D contradição da personagem de buscar o “real” sem perceber a realidade que o circunda. E dificuldade do sujeito em compreender os manuais. TEXTO I A intergenericidade trata-se de um fenômeno segundo o qual um gênero pode assumir a forma de outro gênero, tendo em vista o propósito da comunicação, finalidade maior de todos os atos de fala. Essa hibri- dização (outra denominação para a interge- nericidade) pode ser facilmente encontrada em anúncios publicitários, tirinhas e até mesmo em artigos de opinião. Disponível em: https://tinyurl.com/4tdnaut6 TEXTO II Veja. São Paulo, Abril, ano 45, n. 52, 26 dez. 2012, ed. 2.301. Com base na definição de intergenericidade no texto I, pode-se identificar que há esse processo no texto II, o qual assume as características dos gêneros A apólogo e fábula. B novela e artigo de opinião. C miniconto e anúncio publicitário. QUESTÃO 07 QUESTÃO 06 https://lh3.googleusercontent.com/proxy/CKhEzc2BZJpUvnjMinzO9uY6bY5OyQqSPg5t7s3kB6VzBd7mJRdHgA9aG6bYr0S7YD2N373dgW8jh OSG.: 1138/21 Página 8 D texto publicitário e carta do leitor. E crônica narrativa e anúncio televisivo. Tristeza do Jeca Nestes versos tão singelos Minha bela, meu amor Pra você quero contar O meu sofrer e a minha dor Sou igual a um sabiá Que quando canta é só tristeza Desde o galho onde ele está Nesta viola canto e gemo de verdade Cada toada representa uma saudade Eu nasci naquela serra Num ranchinho beira-chão Todo cheio de buracos Onde a lua faz clarão Quando chega a madrugada Lá no mato a passarada Principia um barulhão Nesta viola, canto e gemo de verdade Cada toada representa uma saudade Lá no mato tudo é triste Desde o jeito de falar Pois o Jeca quando canta Dá vontade de chorar E o choro que vai caindo Devagar vai-se sumindo Como as águas vão pro mar E o choro que vai caindo Devagar vai-se sumindo Como as águas vão pro mar Angelino de Oliveira A letra acima caracteriza a voz de um homem simples, e que muito sofre das dores do amor. Esse homem busca metaforizar seus sofrimentos a partir de A uma vontade de reencontrar a amada que um dia partiu. B um encontro novo entre passado e futuro. C ações autodescritivas em que se nota grande sofrimento. D apelos confessionais constantes à amada. E aproximação com os elementos da natureza. Calvim an Hobbes 1993 Watterson.Reprinted with permission of Universal Uclick. All rights reserved. As tirinhas, além do seu papel lúdico e recreativo, também podem promover uma crítica a determinados segmentos sociais. Com base na tirinha acima, pode-se perceber implicitamente uma crítica A às pessoas que leem artigos acadêmicos e menosprezam seu conteúdo. B aos desprovidos de uma alfabetização proficiente que não procuram entender textos mais complexos do cotidiano. C aos processos defasados de letramento nas escolas, pois não dão conta de promover um senso crítico nos alunos. QUESTÃO 09 QUESTÃO 08 OSG.: 1138/21 Página 9 D aos processos de produção textual, que, muitas vezes, utilizam-se de uma linguagem rebuscada para suprir uma argumentação deficitária. E às instituições de educação superior e básica, pois, muitas vezes, elas promovem um academicismo rebuscado na elaboração de seus materiais. Estes os olhos são da minha amada, Que belos, que gentis e que formosos! Não são para os mortais tão preciosos Os doces frutos da estação dourada. Por eles a alegria derramada Tornam-se os campos de prazer gostosos. Em zéfiros suaves e mimosos Toda esta região se vê banhada. Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo Do rosto do meu bem as prendas belas, Dai alívio ao mal que estou gemendo. Mas ah! Delírio meu que me atropelas! Os olhos que eu cuidei que estava vendo, Eram (quem crera tal!) duas estrelas. COSTA, Claudio Manuel Da. Zéfiro, titã filho de Eos e Astreu, é um dos quatro ventos segundo a mitologia. No soneto lido, o eu lírico, como representante do Arcadismo brasileiro, cita a brisa leve para A ridicularizar o sentimento de amor pela amada por ele aguardada. B retomar a perspectiva pessimista e mórbida do Barroco. C caracterizar o desejo pelo idílio amoroso. D demonstrar a preocupação em retomar elementos clássicos mórbidos. E prenunciar a escola romântica por meio da exaltação da natureza. O sertanejo O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. […] O homem transfigura-se. Empertiga-se […] e da figura vulgar do tabaréu canhestro, reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinária. CUNHA, Euclides da. Os sertões. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 179-180. Diversos críticos apontam características linguísticas intrigantes na obra máxima de Euclides da Cunha. Dizem que o romance Os sertões é foneticamente altissonante e tematicamente paradoxal. A primeira característica (marcada por hipérboles e uso de proparoxítonas) deu ao texto um caráter de denúncia, como um grito. A segunda deu um aspecto neobarroco, um traço paradoxal. O caráter paradoxal deste excerto é demonstrado na utilização do vocábulo A “neurastênico”, um adjetivo que revela o nervosismo do homem da cidade em oposição ao aspecto calmo do homem do sertão. B “sertanejo”, que indica ser o homem de que fala o texto alguém que é “fraco” e “forte” ao mesmo tempo. QUESTÃO 11 QUESTÃO 10 OSG.: 1138/21 Página 10 C “tabaréu”, substantivo que trata por extensão alguém que é rude ao mesmo tempo em que é um sábio. D “nada”, um advérbio que estabelece uma negação explícita de tudo aquilo que o homem sertanejo é ou representa. E “entretanto”, conjunção que estabelece de forma reiterada valores positivos sobre o sertanejo em contraposição aos valores negativos antes citados. Correm, depois de crê-lo, ao pasto horrendo, E, retalhando o corpo em mil pedaços, Vai cada um famélico trazendo, Qual um pé, qual a mão, qual outros os braços: Outro na crua carne iam comendo, Tanto na infame gula eram devassos. Tais há que as assam nos ardentes fossos; Alguns torrando estão na chama os ossos. Que horror da humanidade! ver tragada Da própria espécie a carne já corrupta! Quando não deve a Europa abençoada A fé do Redentor, que humilde escuta? DURÃO, Santa Rita. Caramuru. Canto I, estrofes 17 e 18 Escrito em 1781, Caramuru é um poema épico do frei Santa Rita Durão que narra o descobrimento da Bahia. No trecho acima, a imagem do índio é, nas palavras do eu lírico, A idealizada e exaltada como herói nacional. B ridicularizada e vinculada ao viés romântico. C rebaixada à situação de antropófago. D amena e amistosa com os nativos rivais. E voltada à visão eurocêntrica. Senhor, eu vivo coitada Senhor, eu vivo coitada vida, des quando vos non vi: mais, pois vós queredes assi, por Deus, senhor ben talhada, querede-vos de mim doer ou ar leixade-mir morrer. Vós sodes tan poderosa de min que meu mal e meu ben en vós é todo; [e] por en, por Deus, mha senhor fremosa, querede-vos de mim doer ou ar leixade-mir morrer. Eu vivo por vós tal vida que nunca estes olhos meus dormen, mnha senhor; e, por Deus, que vos fez de ben comprida, querede-vos de mim doer ou ar leixade-mir morrer. Ca, senhor, todo m é prazer quant i vós quiserdes fazer. Dom Diniz (1261-1325) Sobre os aspectos semânticos e linguísticos do texto acima, pode-se inferir que A evidencia que a linguagem, enquanto função, deseja persuadir o interlocutor. B a língua portuguesa, à época, era totalmente diferente do modelo que se tem hoje. QUESTÃO 13 QUESTÃO 12 OSG.: 1138/21 Página 11 C diferentemente do que se pode notar pelos vocábulos do poema, a língua portuguesa, hoje, encontra-se estabilizada enquanto sistema linguístico e global. D a variação linguística é um processo de renovação e aperfeiçoamento de um modelo de língua ainda em esboço. E é possível deduzir, pela grafia das palavras, que o sistema fonológico, à época, também era diferente do sistema fonológico do português falado, hoje, no Brasil. Por que o pão francês tem esse nome? O pão francês das padarias brasileiras, na verdade, não tem tanto a ver com os pães feitos na França. Acontece que o pãozinho também conhecido como pãozinho (São Paulo), pão massa grossa (Maranhão), cacetinho (Rio Grande do Sul, Bahia), pão careca (Pará), média (Baixada Santista), filão, pão jacó (Sergipe), pão aguado (Paraíba), pão de sal, ou pão carioquinha (Ceará), e que a maior parte do Brasil chama de “francês”, não existe na França. No início do século 19, o pão popular da França era curto, cilíndrico, com miolo duro e a casca dourada – um precursor da baguete, que só consolidou a forma comprida no século 20. Enquanto isso, no Brasil, o pão comum era um com miolo e casca escuros, uma versão tropical do pão italiano. Acontece que, quando a elite brasileira viajava para Paris, provavelmente perto da 1ª Guerra Mundial, voltava descrevendo o pãozinho para seus padeiros, que faziam o possível para reproduzir a receita pela descrição. Dessa gastronomia oral saiu o “pão francês brasileiro”, que difere de sua fonte de inspiração europeia, sobretudo por poder levar até açúcar e gordura na massa. Assim como o arroz à grega e o café carioca, a homenagem é alheia ao homenageado. Disponível em: http://www.esopave.com.br/2012/07/voce-sabe-por-que-o-pao-frances-tem-esse-nome/ De acordo com o texto, há, no Brasil, uma variedade de nomes para o pão francês. Esse fenômeno revela que A pão jacó é nome específico para a espécie existente na região Norte. B existem variedades regionais para designar uma mesma espécie do produto. C carioquinha e pãozinho são designações específicas para o produto na região Nordeste. D os nomes designam formas diferentes do mesmo produto, conforme a região em que o encontramos. E o produto é nomeado conforme as particularidades que apresenta,devido às condições sociais de cada região. Ao dia do Juízo O alegre do dia entristecido, O silêncio da noite perturbado O resplendor do sol todo eclipsado, E o luzente da lua desmentido! Rompa todo o criado em um gemido, Que é de ti mundo? Onde tens parado? Se tudo neste instante está acabado, Tanto importa o não ser, como haver sido. Soa a trombeta da maior altura, A que a vivos e mortos traz o aviso Da desventura de uns, d’outros ventura. Acabe o mundo, porque é já preciso, Erga-se o morto, deixe a sepultura, Porque é chegado o dia do juízo. MATOS, Gregório de. Contextualizado no período da Contrarreforma, o poema acima destaca importantes características dessa escola literária, a saber: QUESTÃO 15 QUESTÃO 14 OSG.: 1138/21 Página 12 A antítese e crítica social violenta. B refinamento poético e antítese C carpe diem e emoção D conceptismo e hipérbato E cultismo e crítica social Nas reflexões sobre a categoria da linguagem usada pelas personagens, é possível depreender que A não é a estrutura sintática que varia (pois ela permanece habitual e corrente), mas apenas os componentes fonéticos que representam as palavras. B os registros de uma variação dão prova de que a eficiência de uma língua depende do uso particular que se faz dela. C a estrutura sintática, fonética e semântica sofre variação, pois uma língua é um todo organizado e ligado entre si. D as variações de uma língua se relacionam, proporcionalmente, à carga cultural de seus falantes. E os erros gramaticais são superados pelo humor e empatia das personagens. Cálice Pai, Pai! Afasta de mim esse cálice (Pai!) Afasta de mim esse cálice (Pai!) Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como é difícil acordar calado Se na calada da noite eu me dano Quero lançar um grito desumano Que é uma maneira de ser escutado Esse silêncio todo me atordoa Atordoado eu permaneço atento Na arquibancada pra a qualquer momento Ver emergir o monstro da lagoa Pai, Pai! Afasta de mim esse cálice (Pai!) Afasta de mim esse cálice (Pai!) Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue BUARQUE, Chico. Considerando o contexto histórico da composição e as imagens associadas, é possível compreender este texto como uma crítica A poética. QUESTÃO 17 QUESTÃO 16 OSG.: 1138/21 Página 13 B teológica. C social. D cultural. E política. Barroco é o estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII, inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos da Europa e da América, antes de atingir, em uma forma modificada, as áreas protestantes e alguns pontos do Oriente. Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contrarreforma, distingue-se pelo esplendor exuberante. A imagem que corresponde a esse movimento é: A Cena da Paixão de Cristo no Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas (MG). Essa obra foi produzida por Aleijadinho entre 1796 e 1799. C A Última Ceia, afresco de Leonardo da Vinci, 1495–1498. E Auto Pastoral, François Boucher, 1749. B O Nascimento de Vênus, Botticelli, 1485–1486. D Vênus de Milo ou Vénus de Milo, Alexandre de Antioquia, 130 a.C. O laço de fita Não sabes, criança? 'Stou louco de amores... Prendi meus afetos, formosa Pepita. Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?! Não rias, prendi-me Num laço de fita. Na selva sombria de tuas madeixas, Nos negros cabelos de moça bonita, Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem, Formoso enroscava-se O laço de fita. [...] Pois bem! Quando um dia na sombra do vale Abrirem-me a cova... formosa Pepita! Ao menos arranca meus louros da fronte, E dá-me por c'roa... Teu laço de fita. ALVES, C. Espumas flutuantes. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2015 (fragmento). O uso das formas “’Stou”, “qu’enlaça” e “c’roa” indica que houve QUESTÃO 19 QUESTÃO 18 OSG.: 1138/21 Página 14 A erro ortográfico intencional. B uso de variante diatópica com propósitos líricos. C manipulação de fonemas a partir de recursos gráficos. D tentativa de atualizar o padrão culto. E desejo de tornar o texto mais hermético. É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza, Com presunção de Fênix generosa, Galhardias apresta, alentos preza: Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? MATOS, Gregório de. Grande ícone da literatura seiscentista, Gregório de Matos, no texto acima, faz uma reflexão por meio da A sátira social, ridicularizando o ser humano que, ao ser vaidoso, se torna arrogante. B sátira filosófica, criando um interlocutor imaginário para, pedagogicamente convencer o leitor de que de nada vale ser vaidoso. C lírica religiosa, exaltando uma visão cristã, a qual está em harmonia com o pensamento da Contrarreforma. D lírica amorosa, mostrando os sentimentos passionais de Fábio pela mulher amada. E lírica filosófica, evidenciando a fragilidade da vaidade, ao compará-la com a nau, a planta e a rosa. Casamento Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como 'este foi difícil' 'prateou no ar dando rabanadas' e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva. O texto de Adélia Prado configura-se formalmente como um poema, mas pode ser interpretado conteudisticamente como um(a) A crônica romântica B bula machista C resenha elogiosa. D fábula perversa E conto feminista. QUESTÃO 21 QUESTÃO 20 OSG.: 1138/21 Página 15 PAPOS – Me disseram... – Disseram-me – Hein? – O correto é ‘disseram-me’. Não ‘me disseram’. – Eu falo como quero. E te digo mais... Ou ‘digo-te’? – O quê? – Digo-te que você... – O ‘te’ e o ‘você’ não combinam. – Lhe digo? – Também não. O que você ia me dizer? – Que você tá sendo grosseiro, pedante e chato. E que vou te partir a cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz? Aaahh. – Partir-te a cara. – Pois é. Partir-la-ei se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me. – É para o seu bem. – Dispenso as suas correções. Vê se esquece- me. Falo como bem entender. Mas uma correção e eu... – O quê? – O mato. – Que mato? – Mato-o. Mato-lhe. Matar- lhe- ei- te. Ouviu bem? – Eu só estava querendo... – Pois esqueça-o e para- te. Pronome no lugar certo é elitismo. – Se você prefere falar errado... – Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem- me? – No caso... Não sei. – Ah, não sabes? Não o sabes? Sabes-lo não? – Esquece. – Não. Como ‘esquece’ ou ‘esqueça’? Ilumine- me. Me diga. Ensines-lo-me. Vamos! – Depende. – Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesse, mas não sabes-o. – Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser. – Agradeço-lhe a permissão para falar errado que me dás. Mas não posso mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia. – Por quê? – Porque, como todo esse papo, esqueci-lo. VERISSIMO, Luis Fernando. Novas comédias da vida pública – a versão dos afogados. Porto Alegre: L&PM, 1997. A bem-humorada crônica de Luis Fernando Verissimo propõe uma reflexão sobre os conceitosde língua e linguagem. Com base nisso, pode-se depreender que A a língua, para o autor, não pode se sobrepor à linguagem, uma vez que esta tem regras próprias e organizadas, ao passo que aquela é fria e unilateral. B a língua, em sua modalidade não padrão, é mais eficiente do que os arranjos improvisados de qualquer outra variação. C dominar a norma-padrão é, também, dominar um poder. Na crônica, a personagem culta usa o seu poder para estancar a mensagem de seu interlocutor e fazê-lo, simbolicamente, desaparecer. D o uso da norma-padrão dever ser, sempre que necessário, utilizado para fins educativos, como no exemplo da crônica. E o uso da norma culta deveria ser sempre valorizado, pois só assim a comunicação não sofreria tantas interferências no pensamento. QUESTÃO 22 OSG.: 1138/21 Página 16 LIRA XIX Enquanto pasta alegre o manso gado, minha bela Marília, nos sentemos à sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos na regular beleza, que em tudo quanto vive nos descobre a sábia Natureza. Atende como aquela vaca preta o novilhinho seu dos mais separa, e o lambe, enquanto chupa a lisa teta. Atende mais, ó cara, como a ruiva cadela suporta que lhe morda o filho o corpo, e salte em cima dela. Repara como, cheia de ternura, entre as asas ao filho essa ave aquenta, como aquela esgravata a terra dura, e os seus assim sustenta; como se encoleriza, e salta sem receio a todo o vulto, que junto dele pisa. Que gosto não terá a esposa amante, quando der ao filhinho o peito brando e refletir então no seu semblante! Quando, Marília, quando disser consigo: "É esta de teu querido pai a mesma barba, a mesma boca e testa." GONZAGA, Tomás Antônio. O Neoclassicismo foi um movimento artístico que retomou valores clássicos bem como fez uso da poesia campestre e bucólica. No poema lido, o eu lírico ratifica a visão idílica tão defendida no Arcadismo quando A defende o carpe diem como uma forma racional de aproveitar a vida em companhia da mulher amada. B debocha da relação da mãe e do filho, comparando-os, respectivamente, à vaca e ao novilho. C idealiza a mulher, oferecendo a ela uma vida de cheia de riqueza e conforto após o casamento. D cria uma imagem poética composta pelos amantes à sombra de uma árvore, em plena harmonia com a natureza. E constrói uma atmosfera hedonista por meio da qual os prazeres terrenos são superiores aos celestiais. Disponível em: Fonte: https://i0.wp.com/virusdaarte.net/wp-content/uploads/2014/10/crian%C3%A7a-morta-port..jpg QUESTÃO 24 QUESTÃO 23 OSG.: 1138/21 Página 17 Ao analisarmos a tela do pintor brasileiro Candido Portinari, Criança Morta, de 1944, pode-se estabelecer relações com a(s) A ideias integralistas dos verde-amarelistas. B doutrina social da hierarquia da Igreja católica. C propaganda oficial das políticas sociais do governo Vargas. D desesperança típica do pós-guerra. E postura de engajamento e crítica social. Poema à Virgem Maria Ó doce chaga, que repara os corações feridos, Abrindo larga estrada para o Coração de CRISTO. Prova do novo amor que nos conduz a união! (Amai uns aos outros como EU vos amo) Porto do mar que protege o barco de afundar! Em TI todos se refugiam dos inimigos que ameaçam: TU, SENHOR, és medicina presente a todo mal! Quem se acabrunha em tristeza, em consolo se alegra: A dor da tristeza coloca um fardo no coração! Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança, Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança! Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo, Jorrando água para a vida eterna! Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua, Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar. Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança, Para que possa viver no Coração do meu SENHOR! (...) ANCHIETA, São José de. O poema acima, escrito em 1563, na ocasião de sua prisão pelos índios Tamoios, evidencia que Anchieta criou um poema definido por ser um exemplar da literatura A de informação, pois há um relato poético de um fato histórico. B de viagem, porque o eu lírico pede ajuda a seres sobrenaturais. C catequética, pois há pouco valor estético. D jesuítica, porque o texto apresenta valor estético. E quinhentista, pois descreve a preocupação social. Última crônica A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome. Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a QUESTÃO 26 QUESTÃO 25 OSG.: 1138/21 Página 18 reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. SABINO, Fernando. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1999. O excerto lido foi extraído de uma crônica. Há no texto uma atitude de preocupação social comum a este gênero específico. Essa postura está relacionada principalmente A às muitas afirmações pontuais feitas sobre o ato de escrever. B à atitude do cronista de listar somente fatos do cotidiano. C ao caráter simbólico que o texto narrativo adquire. D à presença de pessoas humildes como destaque na narrativa. E às muitas dificuldades que o autor sente para desenvolver seu texto. Aos poetas clássicos Poetas niversitário, Poetas de Cademia, De rico vocabularo Cheio de mitologia Se a gente canta o que pensa, Eu quero pedir licença, Pois mesmo sem português Neste livrinho apresento O prazê e o sofrimento De um poeta camponês. Eu nasci aqui no mato, Vivi sempre a trabaiá, Neste meu pobre recato, Eu não pude estudá No verdô de minha idade, Só tive a felicidade De dá um pequeno insaio In dois livro do iscritô, O famoso professô Filisberto de Carvaio. [...] Se um dotô me perguntá Se o verso sem rima presta, Calado eu não vou ficá, A minha resposta é esta: — Sem a rima, a poesia Perde arguma simpatia E uma parte do primô; Não merece munta parma, É como o corpo sem arma E o coração sem amô. [...] ASSARÉ, Patativa do. Patativa do Assaré,em seu poema, preserva as marcas originais de uma linguagem e de uma identidade regionais. Essas características regionais exploradas no texto manifestam-se, principalmente, no(a) A fonologia. B uso do léxico. C grau de formalidade. D organização sintática. E estruturação morfológica. QUESTÃO 28 QUESTÃO 27 OSG.: 1138/21 Página 19 Disponível em: https://i2.wp.com/cpg.com.br/site/wp-content/uploads/2019/03/contemporanea.jpg?fit=1140%2C400&ssl=1. Acesso em: 23 fev. 2021. Observando a cena acima de um espetáculo de dança contemporânea, percebe-se que há um(a) A conjunto de técnicas predefinidas e padronizadas. B série de limitações de movimentos e vestuário. C valorização constante de experimentação e inovação. D desvalorização da criação coreográfica individual. E desvinculação entre sentimento e coreografia. Quando olhei a terra ardendo Com a fogueira de São João Eu perguntei a Deus do céu, uai "Por que tamanha judiação?" [...] Por farta d'água, perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Inté mesmo a asa branca Bateu asas do sertão Entonce eu disse, adeus, Rosinha Guarda contigo meu coração [...] Hoje longe, muitas léguas Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo Pra mim vortar, ir pro meu sertão Disponível em: https://www.letras.mus.br/luiz-gonzaga/47081/ Com relação ao que ocorre no texto do poema, é possível inferir que a pronúncia da palavra A “farta” revela um encontro de dois sons vocálicos, formado pelo fonema /r/. B “fogueira” omite a semivogal i e apresenta duas letras com um som consonantal. C “fogueira” impossibilita a omissão da semivogal, gerando um encontro de três vogais. D “entonce” revela dois encontros de duas letras que se fundem em um som próprio de consoante nasal. E “vortar” reforça o ditongo existente na escrita-padrão da palavra, configurando o encontro de uma vogal e uma semivogal. QUESTÃO 30 QUESTÃO 29 OSG.: 1138/21 Página 20 “Também há uma fruta que lhe chamam bananas, e pela língua dos índios, pacovas, há na terra muita abundância delas: parecem-se na feição com pepinos, nascem numas árvores muito tenras e não são muito altas, nem têm ramos senão folhas muito compridas e largas. Estas bananas criam-se em cachos, algum se acha que tem de cento e cinquenta para cima, e muitas vezes é tão grande o peso delas que faz quebrar a árvore pelo meio; como são de vez colhem estes cachos, e depois de colhidos amadurecem, e tanto que estas árvores dão uma fruta, logo as cortam porque não frutificam mais que a primeira vez, e tornam a rebentar pelos pés outras novas. Esta é uma fruta muito saborosa e das boas que há na terra, tem uma pele como de figo, a qual lhes lançam fora quando as querem comer e se come muitas delas fazem dano à saúde e causam febre a quem se desmanda nelas.” Tratado da Terra do Brasil por Pero de Magalhães Gândavo. Tratado Segundo, Capítulo VI: Das fruitas da terra (adaptado). No período do Quinhentismo, os textos escritos no Brasil tinham finalidades específicas. O objetivo do texto lido acima era A informar ao rei as características da terra descoberta, por meio de descrições e comparações. B enaltecer o trabalho dos jesuítas, que educaram os índios e ensinaram aos nativos o novo idioma. C apresentar a fauna e a flora da terra descoberta, iniciando o processo de supremacia do Brasil sobre Portugal. D criar uma narrativa poética e subjetiva, por meio da qual a terra descoberta fosse exaltada. E intensificar o sentimento de nacionalismo brasileiro através de uma parceria luso-brasileira com viés político. SONETO DE FIDELIDADE De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. De acordo com o texto, admite-se de sua leitura que A aborda indiretamente o tema do amor. B faz da morte o segundo maior tema. C ter amado é um grande privilégio. D desenvolve raciocínio aleatório. E faz da figura feminina seu objetivo. “Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que saiu o pregador evangélico a semear a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus. Não só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia QUESTÃO 32 QUESTÃO 31 OSG.: 1138/21 Página 21 da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. O Mundo, aos que lavrais com ele, nem vos satisfaz o que dispendeis, nem vos paga o que andais. Deus não é assim. Para quem lavra com Deus até o sair é semear, porque também das passadas colhe fruto. Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah! Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare.” VIEIRA, Padre Antônio de. Sermão da Sexagésima. No trecho acima, padre Antônio Vieira chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá frutos no plano terreno, a responsabilidade é dos pregadores que não cumprem direito a sua função. Em seu sermão, o narrador esclarece esse ponto de vista por meio de artifícios estruturais que dão ao texto uma organização peculiar. Essa estratégia inclui A linguagem simples e acessível para ouvintes de diferentes idades. B organização sintática excelente, argumentação didática e cultismo. C conceptismo e a ideologia do carpe diem. D preferência pela forma em detrimento do conteúdo. E uso de hipérbatos e circunlóquios, dificultando a compreensão dos leitores. Procura da Poesia Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra e seu poder de silêncio. Não forces o poema a desprender-se do limbo. Não colhas no chão o poema que se perdeu. Não adules o poema. Aceita-o como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço. Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível que lhe deres: Trouxeste a chave? Este poema de Carlos Drummond de Andrade é marcado, principalmente, por seu potencial A semântico. B sintático. C morfológico. D psicológico. QUESTÃO 33 OSG.: 1138/21 Página 22 E filosófico. Não há coisa segura. Tudo quanto se vê se vai passando. A vida não tem dura. O bem se vai gastando. Toda criatura passa voando ........................................................... Contente assim, minh´ alma do doce amor de Deus toda ferida o mundo deixa em calma, buscando a outra vida, na qual deseja ser absorvida. Padre Anchieta. Em Deus, meu Criador. Os missionários da Companhia de Jesus uniram à sua fé um zelo constante pela conversão do gentio por meio de seus Autos. Nos poemas, a temática é diferente daquela retratada nas peças. No texto acima, a temática é a A visão do mundo arredia emrelação aos bens terrenos. B consciência de que o paganismo é o meio para se atingir o equilíbrio. C valorização dos bens em detrimento da fé. D defesa da fé cristã para alcançar a vida eterna. E a contradição entre vida e morte. Disponível em: https://64.media.tumblr.com/54fbd9c650d51a25f255c417e6f665d6/tumblr_nqtcbodJo51u1iysqo1_1280.png Considerando os elementos verbais e não verbais do texto, pode-se identificar que A a falta de educação é um problema sério e flagrante que assola a população brasileira. B a violência impõe barreiras e impede as crianças de ascenderem no universo educacional. C o ódio gratuito à classe pobre e trabalhadora impede a igualdade social. D quanto mais igualdade social há numa comunidade, menores serão seus índices de violência. E a consciência de classe da personagem a impede de compreender a relação entre violência e igualdade social. Enfim, um indivíduo de ideias abertas A coceira no ouvido atormentava. Pegou o molho de chaves, enfiou a mais fininha na cavidade. Coçou de leve o pavilhão, depois afundou no orifício encerado. E rodou, virou a pontinha da chave em beatitude, à procura daquele ponto exato em que cessaria a coceira. Até que, traque, ouviu o leve estalo e a chave enfim no seu encaixe percebeu que a cabeça lentamente se abria. COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgado. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 11. QUESTÃO 36 QUESTÃO 35 QUESTÃO 34 OSG.: 1138/21 Página 23 Sobre o entendimento do texto ou sua interpretação, pode-se dizer que surpreende o leitor pela A imediata falta de lógica. B presença de figuras de linguagem. C quebra da racionalidade. D presença do sentido alegórico. E relativização do cotidiano. Pipoca Moderna E era nada de nem noite de negro não E era nê de nunca mais E era noite de nê nunca de nada mais E era nem de negro não Porém parece que a golpes de pê, de pé, de pão De parecer poder (E era não de nada nem) Pipoca ali, aqui, pipoca além Desanoitece a manhã Tudo mudou VELOSO, Caetano. Disponível em: https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/565095/ A partir da leitura de Pipoca Moderna, constata-se que A o emprego reiterado do fonema /p/, que, ao ser produzido encontra um obstáculo, sugere as dificuldades da época. B um grupo de palavras em que aparece o fonema /n/ implica, do ponto de vista semântico, a ideia de alegria trazida pela pipoca. C um grupo de palavras em que aparece o fonema /p/ sugere, do ponto de vista social ou político, o prazer em que as pessoas tinham em comer pipoca. D uma crítica por meio de um texto em verso, pelo fato de alguns autores utilizarem itens lexicais que possuem o mesmo fonema, é típico da variedade não padrão. E o poema é dividido em duas partes: nos versos 1 a 8, ocorre o estouro da pipoca, alterando o quadro inicial e, nos versos 9 e 10, as palavras descrevem a noite negra. QUESTÃO 38 QUESTÃO 37 OSG.: 1138/21 Página 24 A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. A Carta de Caminha a D. Manuel, dando notícia da terra descoberta, insere-se em um gênero copiosamente representado durante todo o século XV em Portugal e na Espanha, que é a literatura de viagens. A interpretação do narrador do fragmento lido indica que ele é A observador e mantém um posicionamento eurocêntrico quanto aos comportamentos. B agressivo e defende um comportamento provinciano por parte dos nativos. C liberal quanto ao hábito de andar nu e questiona o comportamento europeu. D romântico na forma como descreve os hábitos dos índios. E religioso, defendendo uma visão cristã de que o nu é a forma apropriada. Instruções para chorar... Deixando de lado os motivos, atenhamo-nos à maneira correta de chorar, entendendo por isto um choro que não penetre no escândalo, que não insulte o sorriso com sua semelhança desajeitada e paralela. O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energicamente. * * * Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isto lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, pense num pato coberto de formigas ou nesses golfos do estreito de Magalhães nos quais não entra ninguém, nunca. Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com a palma para dentro. As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro, três minutos. Julio Cortázar, in Histórias de Cronópios e de Famas. O texto lido é uma narração, mas desenvolve-se com marcas pontuais do tipo textual injuntivo (aquele que se caracteriza por orientar procedimentos), conforme pode-se identificar na seguinte passagem: A “Deixando de lado os motivos.” B “Duração média do choro, três minutos.” C “As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara.” D “Pense num pato coberto de formigas ou nesses golfos do estreito de Magalhães.” E “Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza.” QUESTÃO 40 QUESTÃO 39 OSG.: 1138/21 Página 25 Disponível em: https://tinyurl.com/947hscv6 Feito com a lama de Brumadinho, o painel do artista Mundano é uma releitura da obra Operários, de 1933, de Tarsila do Amaral, e tem como um de seus principais intuitos A levantar reflexões sobre os operários da São Paulo dos anos 20 do século XX. B expor as desigualdades entre os trabalhadores rurais e citadinos do sudeste brasileiro. C por em evidência as grandes tragédias que assolam a memória nacional. D denunciar a condição dos imigrantes nordestinos que abandonam sua terra natal. E evidenciar o descaso das autoridades com as grandes tragédias do interior paulista. Estado de Poesia Para viver em estado de poesia Me entranharia nestes sertões de você Para deixar a vida que eu vivia De cigania antes de te conhecer De enganos livres que eu tinha porque queria Por não saber que mais dia menos dia Eu todo me encantaria pelo todo do teu ser Pra misturar meia-noite, meio-dia E enfim saber que cantaria a cantoria Que há tanto tempo queria A canção do bem querer É belo, vês o amor sem anestesia Dói de bom, arde de doce Queima, acalma Mata, cria Chega tem vez que a pessoa que enamora Se pega e chora do que ontem mesmo ria Chega tem hora que ri de dentro pra fora Não fica nem vai embora É o estado de poesia CÉSAR, Chico. Disponível em: https://www.letras.mus.br/chico-cesar/estado-de-poesia/ QUESTÃO 41 OSG.: 1138/21 Página 26 Na letra da canção, o eu lírico demonstra a pretensão de colocar-se em um estado constante de contemplação poética por meio da devoção à pessoa amada, abrindo mão até de um estado de não pertencimento a um lugar, o que pode ser constatado pelos seguintes versos: A “Para deixar a vida que eu vivia/De cigania antes de te conhecer.” B “De enganos livres que eu tinha porque queria/Por não saber que mais dia menos dia.” C “Pra misturar meia-noite, meio-dia/E enfim saber que cantaria a cantoria.” D “É belo vês o amor sem anestesia/Dói de bom, arde de doce.” E “Chega tem hora que ri de dentro pra fora/Não fica nem vai embora.” Tudo isto sai do sangue e do suor dos tristes índios, aos quais trata como tão escravos seus, que nenhum tem liberdade nem para deixar de servir a ele nem para poder servir a outrem; o que, além da injustiça que se faz aos índios, é ocasião de padecerem muitas necessidades os portugueses e de perecerem os pobres. Emuma capitania destas confessei uma pobre mulher, das que vieram das Ilhas, a qual me disse com muitas lágrimas que, dos nove filhos que tivera, lhe morreram em três meses cinco filhos, de pura fome e desamparo; e, consolando-a eu pela morte de tantos filhos, respondeu-me: “Padre, não são esses os por que eu choro, senão pelos quatro que tenho vivos sem ter com que os sustentar, e peço a Deus todos os dias que me os leve também.” São lastimosas as misérias que passa esta pobre gente das Ilhas, porque, como não têm com que agradecer, se algum índio se reparte não lhe chega a eles, senão aos poderosos; e é este um desamparo a que V. M. por piedade deverá mandar acudir. RODRIGUES, Sérgio (org.). Cartas brasileiras, 2017 (adaptado). O trecho lido é de uma carta enviada por Padre Antônio Vieira ao rei D. João IV em 4 de abril de 1654. Representante do Barroco, Vieira, no texto lido, confirma as características dessa escola porque A utiliza uma linguagem simples e coloquial, prenunciando a estrutura sintática do Arcadismo. B demonstra compaixão pelos pobres, os quais são preteridos por Dom João IV e pelos padres missionários. C mostra preocupação com a estrutura sintática, por meio de uma organização cuidadosa de palavras e de uma escolha vocabular bem selecionada. D ocorre uma seleção arbitrária de palavras, evidenciando o drama e a vulnerabilidade do homem da época. E defende o pensamento mórbido do carpe diem, com a finalidade de amenizar o sofrimento da mulher que perdeu os filhos. Dedicatória Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas. ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas, São Paulo, Ática, 2015. Da leitura atenta da famosa epígrafe de Memórias Póstumas de Brás Cubas infere-se que A despreza relações contextuais. B tem marcas de impessoalidade. C desenvolve-se em primeira pessoa. D emite um juízo de valor. E possui um contexto histórico. O que é variação linguística? A variação linguística é um fenômeno natural que ocorre pela diversificação dos sistemas de uma língua em relação às possibilidades de mudança de seus elementos (vocabulário, pronúncia, morfologia, sintaxe). Ela existe porque as línguas possuem a característica de serem dinâmicas e sensíveis a fatores como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social do falante e o grau de formalidade do contexto da comunicação. É importante observar que toda variação linguística é adequada para atender às necessidades comunicativas e cognitivas do falante. Assim, quando julgamos errada determinada variedade, estamos emitindo um juízo de valor sobre os seus falantes e, portanto, agindo com preconceito linguístico. QUESTÃO 44 QUESTÃO 43 QUESTÃO 42 OSG.: 1138/21 Página 27 Sobre a breve definição de variação linguística acima e sobre seus conhecimentos sobre o assunto, pode-se dizer que é coerente A ratificar que variação linguística e preconceito linguístico são esferas ligadas, porém, em alguns casos, apresentam propostas paradoxais. B discordar do fato de que a língua muda demais, pois uma língua se caracteriza pela unidade. C concordar com a ideia de que, assim como as pessoas são diferentes, como as situações na vida são diferentes, uma língua pode, perfeitamente, se adaptar e variar em relação a essas diferenças. D mitigar o preconceito linguístico por força do constante entendimento e tolerância que, no Brasil, cada vez se nota, principalmente em relação às minorias. E afirmar que os conceitos de variação linguística deturpam a norma-padrão, uma vez que, aos poucos, há interferências notórias nas construções sociais dos falantes e produtores de texto. A um poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço: e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua Rica, mas sóbria, como um templo grego Não se mostre na fábrica o suplicio Do mestre. E natural, o efeito agrade Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. BILAC, Olavo. A leitura do texto de Olavo Bilac nos leva a compreendê-lo como um tipo de A reprimenda a escritores experientes. B orientação a escritores iniciantes. C conselho a jovens imaturos. D prescrição a homens não letrados. E alusão direta a poetas famosos. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 A geografia alicerçada nas ideias positivistas de Augusto Comte fundamenta-se no método científico desenvolvido por meio da observação, da descrição e da classificação dos fatos, restringindo-se aos aspectos visíveis. Desenvolve-se um estudo fragmentado do quadro natural e humano, eliminando qualquer relação entre eles, não se preocupando com a análise das relações sociais, mas sim, com o estudo dos aspectos visíveis e dos fenômenos mensuráveis. O texto se refere à geografia A cultural. B crítica. C dialética. D tradicional. E humanística. “...todos os gêneros produzidos junto ao mar podiam conduzir-se para a Europa facilmente e os do sertão, pelo QUESTÃO 47 QUESTÃO 46 QUESTÃO 45 OSG.: 1138/21 Página 28 contrário, nunca chegariam a portos onde os embarcassem, ou, se chegassem, seria com despesas tais que aos lavradores não faria conta largá-los pelo preço por que se vendessem os da Marinha. Estes foram os motivos de antepor a povoação da costa à do sertão.” Frei Gaspar da Madre de Deus, em 1797. O texto mostra A o desconhecimento dos colonos das desvantagens de se ocupar o interior. B o caráter litorâneo da colonização portuguesa da América. C que àquela altura ainda poucos sabiam sobre as desvantagens do sertão. D o contraste entre o povoamento do nordeste e o do sudeste. E o estranhamento do autor sobre o que se passava na região das Minas. Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo. A reflexão filosófica é radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento. Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos essas relações tanto por meio da linguagem quanto por meio de gestos e ações. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Editora Ática, 5ª edição, São Paulo-SP, 1996, p. 12. Observando atentamente o exposto acima, é válido afirmar que a reflexão filosófica traduz uma A estratégia de validação do pensamento. B alternativa fantasiosa ao conhecimento. C ferramenta de anulação do raciocínio. D instituição do dogma como verdade. E expressão irracional das emoções. A partir da análise da gravura, pode-se inferir que a(s) A natureza é uma barreira na formação e construção do espaço. B configuração do espaço se limita aos aspectos visíveis da paisagem. C paisagens que vemos são manifestações físicas da natureza. D sociedade industrial deixa sua marca em diferentes paisagens do planeta. E paisagem natural não pode ser transformada em paisagem humanizada, pois as duas se diferenciam. QUESTÃO 49 QUESTÃO 48 OSG.: 1138/21 Página 29 E o Senhor Deus confundiu as línguas na torre de Babel, ponderou Filo Hebreu que todos ficaram mudos e surdos, porque, ainda que todos falassem e todos ouvissem, nenhum entendia o outro. Na antiga Babel, houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das Amazonas, já se conhecem mais de cento e cinquenta. E assim, quando lá chegamos, todos nós somos mudose todos eles, surdos. Vede agora quanto estudo e quanto trabalho serão necessários para que esses mudos falem e esses surdos ouçam. VIEIRA, A. Sermões pregados no Brasil. In: RODRIGUES. J. H. História viva. São Paulo: Global, 1985 (adaptado). As tentativas de resolução do problema apontado pelo padre Antônio Vieira durante a colonização portuguesa na América resultaram na A ampliação da pacificação das guerras intertribais. B desistência da evangelização dos povos nativos. C indiferença dos jesuítas em relação à diversidade étnica americana. D pressão da Metrópole pelo abandono da catequese nas regiões de difícil acesso. E sistematização gramatical das línguas nativas facilitadora da catequese. Antes do nascimento da filosofia, os poetas tinham importância extraordinária na educação e na formação espiritual do homem grego, muito mais do que tiveram entre outros povos. O helenismo inicial buscou alimento espiritual de modo predominante nos poemas homéricos, ou seja, na Ilíada e na Odisseia (que, conforme se sabe, exerceram nos gregos influência análoga à que a Bíblia exerceu entre os hebreus, uma vez que não havia textos sagrados na Grécia), em Hesíodo e nos poetas gnômicos dos séculos VII e VI a.C. REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia, Filosofia pagã antiga, Vol. 1, São Paulo, Paulus, 2003, pp. 6-7 A mitologia, dentro do processo de nascimento de formação da civilização grega, representa uma espécie de A expressão do saber racional. B narrativa de caráter fantástico. C forma de repelir o conhecimento. D explicação científica da realidade. E linguagem de caráter cosmológico. Minha vida é andar Por esse país Pra ver se um dia Descanso feliz Guardando as recordações Das terras onde passei Andando pelos sertões E dos amigos que lá deixei GONZAGA, L.; CORDOVIL. H. A vida de viajante, 1953. Disponível em: www.recife.pe.gov.br. Acesso em: 20 fev. 2012 (fragmento). Na letra da canção A vida de viajante, de composição Herve Cordovil e Luiz Gonzaga, a expressão “Guardando as recordações das terras onde passei” tem o sentido geográfico de A paisagem, espaço delimitado pelo alcance visual. B território, espaço definido por fronteiras. C lugar, pois está revestido da ideia de espaço vivido. D região, pois se refere a uma área do espaço mais ou menos delimitada. E espaço, pois se refere ao produto das ações humanas na interação com o meio. QUESTÃO 52 QUESTÃO 51 QUESTÃO 50 OSG.: 1138/21 Página 30 Festa do Pau da Bandeira de Barbalha é registrada como patrimônio imaterial Misto de cultura popular e fé católica, a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha, no município do sul cearense, entrou para a lista das celebrações registradas como patrimônio imaterial brasileiro. Os festejos de Santo Antônio remontam ao fim do século XVIII e se relacionam à própria origem da cidade de Barbalha, com a construção de uma capela em devoção ao santo. Atualmente, as celebrações duram 13 dias (de 31 de maio a 13 de junho, Dia de Santo Antônio) e têm como ponto alto o Carregamento e Hasteamento do Pau da Bandeira, sempre no domingo mais próximo do dia 31 de maio. A tradição do Pau da Bandeira começou em 1928. Trata-se do tronco de uma árvore previamente escolhida, simbolizando a promessa e a devoção ao santo casamenteiro. Os carregadores formam uma espécie de irmandade e centenas de homens se revezam para levar o pau sobre os ombros por cerca de 6 quilômetros até a frente da Igreja Matriz de Barbalha, onde é hasteado com a bandeira de Santo Antônio, numa demonstração de força e fé. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2015-09/festa-do-pau-da-bandeira-de-barbalha-e-registrada-como-patrimonio-imaterial. Acesso em: 18 maio 2016. O tombamento da Festa do Pau da Bandeira de Santo Antonio de Barbalha pode ser justificado pela(o) A reunião de celebrações e formas de expressão de diferentes grupos locais. B predominância de elementos identitários africanos. C afirmação de valores ligados ao Catolicismo Oficial. D forte apelo comercial do turismo religioso. E dimensão de estratégia de propagação da fé católica. No que se refere ao método, a filosofia procura ser “explicação puramente racional daquela totalidade” que tem por objeto. O que vale em filosofia é o argumento da razão, a motivação lógica, o logos. Não basta à filosofia constatar, determinar dados de fato ou reunir experiências: ela deve ir além do fato e além das experiências, para encontrar a causa ou as causas apenas com a razão. É justamente este o caráter que confere “cientificidade” à filosofia. Pode-se dizer que tal caráter é comum também às outras ciências, que, enquanto tais, nunca são mera constatação empírica, mas são sempre pesquisa de causas e de razões. REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia, Filosofia pagã antiga, Vol. 1, São Paulo, Paulus, 2003, p. 11. Acerca da estrutura do pensamento filosófico, tomando como referência o excerto acima, é válido afirmar que a Filosofia A resgata de modo radical o caráter epistemológico da mitologia. B registra uma total submissão aos dogmas de natureza religiosa. C representa um modelo de pensamento apoiado na racionalidade. D reproduz uma expressão de conhecimento dissociado da ciência. E reflete uma forma de validação da realidade restrita à experiência. QUESTÃO 55 QUESTÃO 54 QUESTÃO 53 http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2015-09/festa-do-pau-da-bandeira-de-barbalha-e-registrada-como-patrimonio-imaterial OSG.: 1138/21 Página 31 O enfraquecimento e a desorganização política da União Soviética refletiram-se nos países-satélites socialistas. Em 1991, com a criação da CEI, a Ordem Bipolar chegou ao fim. A Guerra Fria teve seu desfecho final com a abertura de novos horizontes geopolíticos e econômicos que dariam início a uma Nova Ordem Mundial – a Ordem Multipolar. Nesse sentido, podem-se identificar como características relativas à nova ordem mundial o(a) A aprofundamento das disparidades políticas, sociais e econômicas, resultantes de uma elevação dos deficits público e comercial e da melhoria da distribuição de renda nos países subdesenvolvidos. B manutenção da organização do espaço, colocando fim à presença de muros que delimitam territórios nacionais, impedindo a entrada dos indesejados imigrantes oriundos dos países pobres. C diminuição da circulação do capital no sistema financeiro internacional, assim como o decréscimo ao incentivo à pesquisa, fato esse que levou a uma decadência no surgimento de novos avanços tecnológicos. D encerramento das ditaduras de partido único e a exclusividade da propriedade estatal, retirando o poder político da iniciativa privada e valorizando o papel do Estado. E abertura de novos espaços para um mundo multipolar, com destaque e valorização de projetos direcionados à mundialização do sistema financeiro. O uso da escravidão não é algo que permaneça apesar do sucesso das três revoluções liberais, a inglesa, a norte-americana e a francesa; ao contrário, ela conhece o seu máximo desenvolvimento em virtude desse sucesso. O que contribui de forma decisiva para o crescimento dessa instituição, que é sinônimo de poder absoluto do homem sobre o homem, é o mundo liberal. Losurdo, D. Contra-história do liberalismo. Aparecida: Ideias & Letras, 2006 (adaptado). O texto aponta para uma relação entre escravidão e capitalismo no século XIX. Essa relação é a A imposição da escravidão à América pelo liberalismo. B escravidão na América levando à supressão do capitalismo. C contribuição da escravidão para o desenvolvimento do sistema capitalista. D superação do ideário capitalista em razão do regime escravocrata. E fusão dos sistemas escravocrata e capitalista, originando um novo sistema. O pensamento filosófico-científico representaassim uma ruptura bastante radical com o pensamento mítico, enquanto forma de explicar a realidade. Entretanto, se o pensamento filosófico-científico surge por volta do séc.VI a.C., essa ruptura com o pensamento mítico não se dá de forma completa e imediata. Ou seja, o surgimento desse novo tipo de explicação não significa o desaparecimento por completo do mito, do qual aliás sobrevivem muitos elementos mesmo em nossa sociedade contemporânea, em nossas crenças, superstições, fantasias etc., isto é, em nosso imaginário. O mito sobrevive ainda que vá progressivamente mudando de função, passando a ser antes parte da tradição cultural do povo grego do que a forma básica de explicação da realidade. Contudo, sua influência permanece, mesmo em escolas de pensamento filosófico como o pitagorismo e na obra de Platão. É nesse sentido que devemos entender a permanência da referência aos deuses nos filósofos gregos daquele período. MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia, Dos Pré-Socráticos a Wittgenstein, 15ª reimpressão, Editora Zahar, Rio de Janeiro, 2007, p. Na relação epistemológica existente entre o mito e a filosofia, é possível afirmar que, de uma certa forma, houve uma A preservação do mito no imaginário coletivo. B eliminação da presença religiosa na filosofia. C oposição entre narrativa mítica e imaginação. D superação da narrativa racional pela fantasia. QUESTÃO 57 QUESTÃO 56 OSG.: 1138/21 Página 32 E banalização do pensamento de viés racional. Vinte anos após fim da URSS, Transnístria vive no limbo A região tem presidente, ministros, moeda, bandeira, Constituição, Parlamento e controles fronteiriços próprios. Mas a sua independência não é reconhecida nem mesmo pela aliada Rússia, que mantém algumas centenas de soldados ali há 20 anos. Com uma área de 4,1 mil km² (pouco menor que o Distrito Federal) e população de 500 mil habitantes, a Transnístria, de maioria eslava e idioma russo, pertence formalmente à Moldova, de maioria étnica romena. “Ninguém sabe o que é a Transnístria. Nem na Europa sabem o que é isso”, diz o taxista Gennaddi Vihristina, 40, que já morou em Portugal. Em 1992, uma tentativa do governo central de impor a língua romena a todo o país desatou uma guerra civil. Desde então, o Exército russo faz a vigilância da fronteira, marcada pelo rio Dniester. Folha on-line (adaptado). A notícia apresenta a região pouco conhecida da Transnístria como sendo um exemplo daquilo que pode ser diretamente relacionado ao(a) A uma consequência direta da crise econômica pela qual a União Europeia vem passando desde 2008 e que levou diversos países a uma falência econômica. B uma nova fase expansionista por parte da Rússia que, em aliança com a China, busca anexar territorialmente pequenas nações vizinhas. C má distribuição de renda existente entre as nações da União Europeia, que terminam por isolar países menos desenvolvidos como ela. D fato de que o socialismo presente de forma tão imperiosa durante a Guerra Fria ainda existe em diversos países da Europa, tanto ocidental quanto oriental. E um vestígio da antiga Ordem Bipolar durante a Guerra Fria e que, após o fim da União Soviética, ainda não conseguiu se enquadrar em um mundo multipolar. TEXTO I Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente, no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro. SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado). TEXTO II Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005. QUESTÃO 59 QUESTÃO 58 OSG.: 1138/21 Página 33 Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da A concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado. B percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias. C compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados. D transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval. E visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. A água ou o úmido é o princípio de todo o universo, e a grandeza de Tales está em que não pergunta (como o mito perguntava) qual era a qualidade ou coisa primitiva, mas afirma qual é (antes, agora e sempre) a qualidade ou o ser primordial, isto é, aquilo de que o mundo é feito. CHAUÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia, Vol. 2, As Escolas Helenísticas. Companhia das Letras, 1ª reimpressão, São Paulo, 2010. O início da Filosofia, enquanto forma de pensamento, em sua fase pré-socrática, buscava A referendar a incapacidade da racionalidade. B encontrar uma origem racional da natureza. C explicitar de forma dogmática a cosmogonia. D identificar uma visão mítica sobre a realidade. E registrar o caráter imutável de todo o universo. Robô Perseverance da nasa pousa em Marte após sete meses de viagem Objetivo da missão é buscar vestígios de vida em uma cratera do planeta que já foi um lago há bilhões de anos. Perseverance é o robô explorador mais sofisticado já enviado ao espaço. QUESTÃO 61 QUESTÃO 60 OSG.: 1138/21 Página 34 O robô explorador Perseverance, da nasa, pousou na superfície de Marte no final da tarde desta quinta-feira (18), sete meses depois de a missão ter partido da Terra. Disponível em: G1.globo.com.br. Acesso em: 18 fev. 2021. O feito alcançado pelo robô Perseverance resulta, dentre vários fatores, dos investimentos feitos pelos Estados Unidos e pela antiga União Soviética no decorrer da Velha Ordem Mundial, caracterizada pela Guerra Fria, período em que a corrida espacial obteve várias conquistas como o A astronauta Yuri Alekseievitch Gagarin, o primeiro homem a viajar pelo espaço, que, apesar de soviético, participou da missão norte americana Apolo 1. B lançamento do Sputnik 1, o primeiro satélite artificial produzido pelo programa soviético, que aconteceu em outubro de 1957 e deu início à corrida espacial. C desenvolvimento, por parte dos Estados Unidos, do ônibus espacial, vaivém, um sofisticado veículo parcialmente reutilizável usado pela NASA como veículo lançador de satélites, tendo sido um sucesso e não registrando nenhum acidente durante o uso desta tecnologia. D Programa Apolo, desenvolvido pela NASA com o apoio de empresas chineses, responsável pelas missões de envio do homem à Lua, o que se concretizou no final dos anos 60. E lançamento primeira estação espacial da história, a Salyut, no início dos anos 70, projeto em que americanos e soviéticos uniram forças, representando o fim da corrida espacial. Patrimônio cultural é todo “conjunto de bens oficialmente protegidos, tangíveis e intangíveis, que participam da construção do pertencimento, das identidades e da continuidade da experiência social, no âmbito dos processos de formação e transformação das nações contemporâneas e das relações internacionais”. ARANTES, Antonio Augusto. Patrimônio cultural: desafios e perspectivas atuais In Patrimônio imaterial: política e instrumentos
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