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SISTEMA DE ENSINO
LEGISLAÇÃO 
PENAL ESPECIAL
Crimes Hediondos
Livro Eletrônico
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Sérgio Bautzer
Crimes Hediondos
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Hediondos e Equiparados – Lei n. 8.072/1990 ................................................................. 3
Apresentação ................................................................................................................................................... 3
Conceito de Crime Hediondo ..................................................................................................................... 3
Previsão Constitucional ............................................................................................................................... 4
Sistemas .............................................................................................................................................................5
Tentativa e Consumação .............................................................................................................................5
Rol dos Crimes Hediondos .........................................................................................................................6
Resumo ............................................................................................................................................................ 43
Exercícios......................................................................................................................................................... 53
Gabarito .......................................................................................................................................................... 69
Gabarito Comentado .................................................................................................................................. 70
Referências Bibliográficas ..................................................................................................................... 102
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Sérgio Bautzer
Crimes Hediondos
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS – LEI N. 8.072/1990
ApresentAção
Olá, meu(minha) caro(a) aluno(a), eu sou o professor Sérgio Bautzer, Delegado de Polícia 
Civil do Distrito Federal e leciono as Leis Penais e Processuais Penais há 15 anos. Estou desde 
a fundação no Gran Online, que atualmente é o maior, melhor e mais completo curso virtual 
preparatório para concursos públicos do país. A seguir, você terá a aula sobre os Crimes He‑
diondos e Equiparados. É um tema importante para os concursos das carreiras jurídicas, ainda 
mais com o advento do Pacote Anticrime que tornou mais rigorosa a punição de tais delitos no 
país. Você verá o conceito de crime hediondo e o sistema adotado no Brasil para etiquetá-lo 
como tal. Coloquei um mapa mental com todos os crimes hediondos que estão previstos no 
rol taxativo, e sugiro desde já que você o memorize. O outro mapa mental, faz com que você 
lembre os rigores que a norma impões aos delitos hediondos e equiparados. Eu já ia me esque‑
cendo: os assemelhados aos hediondos são de fácil memorização, basta você se lembra da le‑
tra “T”. Você verá logo mais. Procurei propor questões de acordo com o Pacote Anticrime, para 
que você se familiarize com o assunto. Revisei a prisão temporária nas infrações em comento, 
uma vez que o assunto pode ser cobrado em uma prova subjetiva, em que o examinador exija 
do candidato a elaboração de uma peça prática. Em relação às questões de concursos públi‑
cos já realizados, com temas vinculados à Lei n. 8.072/1990, que você eventualmente resolva,, 
sugiro muito cuidado, uma vez que desde 2009, a norma passou por diversas alterações legis‑
lativas, tendo inclusive entendimentos jurisprudenciais dos mais diversos. Ao final da nossa 
aula, há um resumo e a “letra da lei”, que deve ser lida pelo menos uma vez a cada quinze dias. 
Ah, e não se esqueça, você também deverá ler o Pacote Anticrime pelo menos uma vez por 
semana.
ConCeito de Crime Hediondo
O crime hediondo é aquele considerado repugnante, bárbaro, que causa asco na sociedade.
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Crimes Hediondos
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previsão ConstituCionAl
Dispõe o art. 5º, inciso XLIII, da Lei Fundamental:
Art. 5º A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, 
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, 
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
O dispositivo “supra” é de suma importância, e ele deve ser memorizado tanto para as pro‑
vas de Direito Constitucional como para as provas que versem sobre Leis Penais e Processuais 
Penais Especiais.
Ao dispor sobre os crimes hediondos e equiparados, o Constituinte Originário determinou 
que tais delitos tivessem um tratamento mais rigoroso que os demais.
Além do comando a ser seguido, a Lei Fundamental também determinou que os crimes de 
tráfico de drogas, terrorismo e tortura recebessem o mesmo tratamento rigoroso dado aos cri‑
mes hediondos. Assim, tais infrações foram consideradas como equiparadas aos hediondos. 
Em algumas provas, ao invés de cair a expressão “equiparados”, o examinador pode usar no 
lugar “assemelhados”.
Você deverá memorizar num primeiro momento quais são os crimes equiparados aos he‑
diondos.
Crimes Hediondos
Crimes Equiparados
aos Hediondos
Os previstos no art.  1º 
da Lei n. 8.072/1990, 
tanto na forma tentada 
quanto na forma consu‑
mada.
Tráfico de drogas
Terrorismo
Tortura
Para facilitar a memorização de quais são os crimes equiparados aos hediondos, você 
deve se lembrar que todos começam com a letra “T”.
Acredito que nas próximas provas, o examinador continue cobrando o fato de o crime de 
tráfico de drogas na modalidade privilegiada, ter deixado de ser considerado equiparado ao 
hediondo pelos Tribunais Superiores.
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Crimes Hediondos
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
O “Pacote Anticrime” alterou o art. 112 da Lei de Execução Penal e de maneira expressa de‑
terminou aos operadores do Direito que não o crime de tráfico de drogas, quando privilegiado, 
não deve ser considerado hediondo.
O Tráfico de Drogas na modalidade privilegiada está previsto no §4º do artigo 33 da Lei n. 
11.343/2006 e é aquele que o réu é primário e de bons antecedentes, não se dedica a ativida‑
des criminosas e não pertence ao crime organizado.
Você deve ficar atento ao fato de que o privilégio na verdade é uma causa de redução de 
pena e não um delito que foi inserido no ordenamento jurídico pátrio com a edição da Lei n. 
11.343/2006
Nos anos 2000, o Cespe e outras bancas cobraram dos candidatos muitas questões sobre 
o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência que o crime de associação para o 
tráfico drogas, previsto no artigo35 da Lei n. 11.343/2006, não ser equiparado ao hediondo.
sistemAs
Para se etiquetar um crime como hediondo, há três sistemas básicos. São eles:
• Sistema Legal: cabe ao legislador definir quais são os crimes considerados hediondos.
• Sistema Judicial: cabe ao juiz, de acordo com o caso concreto, estabelecer os delitos 
que serão considerados hediondos.
• Sistema Misto: como o próprio nome sugere, neste sistema, a lei define os crimes he‑
diondos, facultando ao juiz, diante do caso em concreto, estabelecer outros delitos.
De forma bem clara, no nosso ordenamento jurídico, o caráter hediondo de um crime de‑
pende de previsão legal, sendo assim editada a Lei n. 8.072/1990, ou seja, é vedado ao magis‑
trado ampliar o rol previsto, não podendo conferir hediondez a crime não constante do elenco, 
tampouco desclassificá-lo de hediondo diante de um caso concreto.
tentAtivA e ConsumAção
Como rege a cabeça do art. 1º da Lei n. 8.072/1990, consideram-se hediondos todos os 
crimes arrolados neste artigo, consumados ou tentados.
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Crimes Hediondos
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Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no DecretoLei n.2.848, de 
7 de dezembro de 1940 – Código Penal, consumados ou tentados [...] (Grifo nosso).
Ex: Se o estupro é considerado crime hediondo, a tentativa de estupro também será.
rol dos Crimes Hediondos
É primordial que o(a) candidato(a) memorize o rol dos crimes hediondos. São eles:
• Homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente.
O homicídio simples somente é considerado delito hediondo quando praticado em ativida‑
de típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só autor. A Lei n.12.720, de 2012 
acrescentou o § 6º ao art. 121 do Código Penal: 
§6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, 
sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
• Homicídio qualificado.
Para as provas de concurso, você deve seguir o entendimento majoritário da doutrina e da 
jurisprudência de que o homicídio privilegiado qualificado não é hediondo. Vejamos:
Penal. Habeas corpus. Art. 121, §§ 1º e 2º, incisos III e IV, do Código Penal. Progressão 
de regime. Crime hediondo. Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, 
o homicídio qualificado privilegiado não integra o rol dos denominados crimes hediondos 
(Precedentes). Writ concedido. (STJ – HC n.36.317/RJ, 5ª Turma)
Habeas corpus. Homicídio qualificado privilegiado. Tentativa. Crime não elencado como 
hediondo. Regime prisional. Adequação. Possibilidade de progressão.
1. O homicídio qualificado privilegiado não figura no rol dos crimes hediondos. Preceden‑
tes do STJ.
2. Afastada a incidência da Lei n.8.072/1990, o  regime prisional deve ser fixado nos 
termos do disposto no art. 33, § 3º, c/c o art. 59, ambos do Código Penal.
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3. In casu, a pena aplicada ao réu foi de seis anos, dois meses e vinte dias de reclusão, 
e  as instâncias ordinárias consideraram as circunstâncias judiciais favoráveis ao réu. 
Logo, deve ser estabelecido o regime prisional intermediário, consoante dispõe a alínea b 
do § 2º do art. 33 do Código Penal.
4. Ordem concedida para, afastada a hediondez do crime em tela, fixar o regime inicial 
semiaberto para o cumprimento da pena infligida ao ora paciente, garantindo-se lhe a pro‑
gressão, nas condições estabelecidas em lei, a serem oportunamente aferidas pelo Juízo 
das Execuções Penais. (STJ – HC n.41.579/SP, 5ª Turma)
Habeas corpus. Direito Penal. Homicídio qualificado privilegiado. Progressão de regime. 
Possibilidade.
1. O homicídio qualificado privilegiado não é crime hediondo, não se lhe aplicando norma 
que estabelece o regime fechado para o integral cumprimento da pena privativa de liber‑
dade (Lei n.8.072/1990, arts. 1º e 2º, § 1º).
2. Ordem concedida. (STJ – HC n.43.043/MG, 6ª Turma)
Vale lembrar que a Lei n. 13.104/2015, alterou o artigo 121 do Código Penal, para prever o 
feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei n. 8.072, 
de 25 de julho de 1990, para incluí-lo no rol dos crimes hediondos.
A Lei n. 13.142/2015 incluiu o homicídio, a lesão corporal gravíssima e lesão corporal se-
guida de morte, quando praticados contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro 
ou parente consanguíneo até 3º grau, no elenco taxativo de crimes hediondos.
Com o Pacote Anticrime, foi incluído no rol dos crimes do artigo 121, §2º, o inciso VII. Po‑
rém, o Presidente da República havia vetado este dispositivo. No entanto, em abril de 2021 o 
Congresso Nacional derrubou o veto, sendo que agora o inciso VIII está em vigor como espécie 
de crime hediondo, conforme artigo 1º, inciso I, da Lei n. 8.072/90. O aluno deve ficar atento, 
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pois concursos costumam exigir o conhecimento de novidades legislativas. Vejamos o que 
dispõe este inciso:
Art. 121...
§2º Se o homicídio é cometido:
(...)
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido.
• Latrocínio
O crime de latrocínio está tipificado no art. 157, § 3º, do Código Penal. O latrocínio é crime 
contra o patrimônio, pois a finalidade do agente é a apropriação de bem alheio móvel, embora 
seja a vítima atingida diretamente, ou seja, o roubo é o crime-fim, enquanto o homicídio carac‑
teriza‑se como crime‑meio.
A doutrina considera o latrocínio um crime complexo, pois contém dois tipos penais na sua 
descrição, o que faz gerar as seguintes hipóteses:
SUBTRAÇÃO MORTE Artigo 157, §  3º, do Código 
Penal (latrocínio)
Consumada Consumada Consumado
Tentada Tentada Tentado
Consumada Tentada Tentado
Tentada Consumada Consumado (STF – 
súmula 610)
Você deve memorizar a tabela “supra”, por conta da grande importância do assunto em 
provas de concursos públicos.
Para que você entenda a tabela acima, trago a primorosa lição de Guilherme de Souza Nuc‑
ci (2009, p. 713):
Neste último caso, dever se ia falar em latrocínio tentado, pois o crime patrimonial não atingiu a 
concretização, embora da violência tenha resultado a morte. Entretanto, como a vida humana está 
acima dos interesses patrimoniais, soa mais justa a punição do agente por latrocínio consumado, 
até mesmo porque o tipo penal menciona “se da violência resulta morte”, seja ela exercida numa 
tentativa ou num delito consumado anterior. É a posição esposada pela Súmula n.610 do Supremo 
Tribunal Federal (“Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o 
agente a subtraçãode bens da vítima”) e da maioria da jurisprudência.
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Crimes Hediondos
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Na preocupação de possibilitar para você o conhecimento da jurisprudência do STF, é in‑
dispensável à leitura do Informativo n.520, em que restou firmada posição diversa da anterior‑
mente explanada.
Com o advento do Pacote Anticrime, outras modalidades de roubo passaram a sofrer os 
rigores da Lei dos Crimes Hediondos:
•	 Roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo 
emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
•	 Roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
•	 Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal;
Apesar de não ser crime hediondo, você deverá guardar para as provas dos concursos que 
o “Pacote Anticrime” fez com que o delito de roubo com emprego “branca” deixasse de ser 
considerado simples e voltasse a ser considerado a forma majorada do crime. Assim, roubo 
se tornou MAJORADO quando há o emprego de arma branca (faca, adaga, punhal), porém 
continua não sendo hediondo.
• Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal 
ou morte
A antiga redação da Lei dos Crimes Hediondos dizia que era apenas hediondo a extorsão 
qualificada pela morte.
Em primeiro lugar, você deve memorizar que o crime de extorsão na forma simples não é 
crime hediondo. Exemplo: gerente do banco é constrangido com emprego de violência para en‑
tregar a senha que dá acesso ao cofre. Até então, estamos diante de um crime de extorsão na 
forma simples. Se houver um resultado morte no contexto daí poderemos falar da hediondez 
do crime.
A extorsão também constitui crime contra o patrimônio, pois tutela, sobretudo, a inviolabi‑
lidade patrimonial e, de forma secundária, a vida, tratando-se de crime complexo. A violação à 
vida da pessoa é meio executório para o ganho da vantagem patrimonial.
Como diferenciar o roubo da extorsão?
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ROUBO EXTORSÃO
Despojamento dos bens da 
vítima.
Há uma mínima contribuição da vítima. 
Exemplo: para acessar o numerário do 
caixa de autoatendimento, o  extorsio‑
nário constrange a vítima, com emprego 
de grave ameaça, para que ela lhe entre‑
gue a senha.
A conduta da vítima é dispen‑
sável.
A conduta da vítima é indispensável.
A vantagem almejada é ime‑
diata.
A vantagem mediata é mediata.
Há previsão da forma cir‑
cunstanciada pela restrição 
de liberdade.
Há previsão da forma qualificada pela 
restrição de liberdade.
O resultado morte faz com 
que haja a incidência da Lei 
8072/90.
O resultado morte faz com que haja a 
incidência da Lei 8072/90
O crime de “sequestro‑relâmpago”, que é uma forma de extorsão com restrição de liberda‑
de, introduzido no Código Penal em 2009, está previsto no § 3º do artigo em estudo:
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessá‑
ria para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além 
da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º 
e 3º, respectivamente. (Incluído pela Lei n.11.923, de 2009)
Ainda sobre o parágrafo em estudo, cumpre ressaltar que o crime de sequestro‑relâmpago 
tornou-se hediondo, pois o “Pacote Anticrime” o incluiu no rol taxativo do artigo 1º da Lei n. 
8072/1990.
O crime de extorsão com restrição de liberdade (“sequestro‑relâmpago”) também será con‑
siderado hediondo quando for qualificada pelo resultado morte.
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Antes das alterações promovidas pelo “Pacote Anticrime” já havia quem sustentasse na 
doutrina que a extorsão com restrição de liberdade com resultado morte seria um crime he‑
diondo. Nesse sentido Luiz Flávio Gomes e Rogério Sanches:
Concluindo: o crime de extorsão previsto no § 3º do art. 158 do CP, quando resulta morte, é crime 
hediondo, por força de uma interpretação extensiva do § 2º. Mas nem todas as disposições da lei 
dos crimes hediondos são aplicáveis, ou seja, somente as constitucionalmente legítimas é que po‑
dem ser sustentadas no Estado humanista de Direito, que é a síntese do Estado legal, constitucional 
e internacional de Direito.
Em síntese, entendo que as seguintes modalidades do crime de extorsão são consideradas 
hediondas:
•	 Extorsão com restrição de liberdade com resultado lesão grave;
•	 Extorsão com restrição de liberdade com resultado morte.
• Extorsão mediante sequestro na forma simples e na forma qualificada
O crime de extorsão mediante sequestro é considerado hediondo tanto na forma simples 
como na forma qualificada.
A forma simples está expressa na cabeça do artigo 159 do Estatuto Penal:
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como 
condição ou preço do resgate:
Pena – reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada pela Lei n.8.072, de 25.7.1990)
Trata-se de um crime permanente, que é aquele em que a conduta se prolonga no tempo. 
Enquanto não cessar a permanência, é cabível a prisão em flagrante dos criminosos. Tal tema 
já foi cobrado nos certames que envolvem as carreiras da Polícia Federal.
Nos parágrafos 1º, 2º e 3º do crime em estudo estão dispostas as formas qualificadas do 
crime em estudo:
“§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (de‑
zoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei 
n.8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei n.10.741, de 2003)
Pena – reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei n.8.072, de 25.7.1990)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei n.8.072, de 25.7.90
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Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei n.8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei n.8.072, de 25.7.90
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei n.8.072, de 25.7.1990)”
Haverá a forma simples do crime de extorsão mediante sequestro quando não estiverem 
presentes nenhuma das hipóteses previstas nos parágrafos mencionados.
No § 4º do artigo 159 do Código Penal há a previsão de uma forma de delação premiada:
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando 
a libertação do sequestrado, terá suapena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei 
n.9.269, de 1996)
Voltarei a falar sobre a delação premiada nas próximas aulas.
Resumindo:
A forma simples do crime em comento está no caput do art. 159 do Código Penal que dis‑
põe: “Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como 
condição ou preço do resgate”.
Já as formas qualificadas estão previstas nos parágrafos do dispositivo ora em estudo: 1) 
se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, 2) se o sequestrado é menor de 18 (de‑
zoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, 3) se o crime é cometido por bando ou quadrilha, 4) se 
do fato resulta lesão corporal de natureza grave ou 5) se resulta a morte da vítima.
A grande celeuma que eu não vi ainda manifestação da jurisprudência é o fato de o crime 
de quadrilha ou bando ter dado lugar para o de associação criminosa. Quando o legislador 
alterou a redação do art. 288 do Código Penal, ele não o fez em relação a outros artigos que 
mencionavam a formação de quadrilha ou bando.
Uma menção importante que eu devo fazer é em relação à previsão na Lei dos Crimes He‑
diondos do delito de formação de quadrilha para a prática de crimes hediondo ou equiparados. 
Mesmo com alteração da redação do art. 288 do CP, houve silenciamento em relação ao crime 
previsto no art. 8º da Lei n. 8.072/1990:
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando 
se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou 
terrorismo.
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Crimes Hediondos
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Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, 
possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
Mesmo sendo antiga a redação do tipo, levando em conta as alterações legislativas, no 
ano de 2019, o STJ publicou onze teses (não confunda com Súmulas) sobre a Lei de Drogas e 
dentre elas, há uma que fala sobre a aplicação do art. 8º “supra”, no caso concreto, por conta 
de conflito aparente de normas:
Tratando-se de condenado pelo delito previsto no artigo 14 da Lei n. 6.368/1976, deve-se observar 
as reprimendas mínima e máxima estabelecidas pelo artigo 8º da Lei n. 8.072/1990 (3 a 6 anos de 
reclusão), por ser norma penal mais benéfica ao réu, impondo-se, inclusive, se for o caso, a exclusão 
da pena de multa.
• Estupro
O crime de estupro está descrito no art. 213 do Código Penal, que dispõe:
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a  ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) 
ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2º Se da conduta resulta morte:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
São considerados hediondos tanto o estupro na forma simples (quando resulta lesão leve 
na vítima ou há o emprego de grave ameaça) como na qualificada (quando resulta lesão grave 
ou morte da vítima).
O crime de estupro previsto no Código Penal Militar não é hediondo.
No passado, por conta da antiga redação da Lei n. 8072/1990, havia quem entendesse não 
ser hediondo o estupro cometido na forma simples, no entanto, não era a posição que prevale‑
cia no Supremo Tribunal Federal, senão vejamos:
Ementa: Habeas corpus. Estupro. Atentado violento ao pudor. Tipo penal básico ou forma 
simples. Inocorrência de lesões corporais graves ou do evento morte. Caracterização, 
ainda assim, da natureza hedionda de tais ilícitos penais (Lei n.8.072/1990). Pedido inde‑
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ferido. Os delitos de estupro e de atentado violento ao pudor, ainda que em sua forma 
simples, configuram modalidades de crime hediondo, sendo irrelevante que a prática de 
qualquer desses ilícitos penais tenha causado, ou não, lesões corporais de natureza grave 
ou morte, que traduzem, nesse contexto, resultados qualificadores do tipo penal, não 
constituindo, por isso mesmo, elementos essenciais e necessários ao reconhecimento 
do caráter hediondo de tais infrações delituosas. Precedentes. Doutrina. (HC n.89.554/
DF, 2ª Turma).
Ementa: Habeas corpus. Processual penal. Atentado violento ao pudor. Forma simples. 
Crime hediondo. Livramento condicional. Requisito objetivo não satisfeito. Exigência. 
Cumprimento de 2/3 da pena. Ausência de plausibilidade jurídica incontestável. Habeas 
corpus denegado. 1. A  decisão do Superior Tribunal de Justiça, questionada neste 
habeas corpus, está em perfeita consonância com o entendimento deste Supremo sobre 
a hediondez dos crimes de estupro e atentado violento ao pudor, mesmo que praticados 
na sua forma simples. Precedentes. 2. Não há sustentação jurídica nos argumentos apre‑
sentados pelo Impetrante para assegurar a concessão do benefício de livramento con‑
dicional ao Paciente, pois não satisfeito o requisito objetivo de cumprimento de 2/3 da 
pena imposta. 3. Habeas corpus denegado. (HC n.90.706/BA, 1ª Turma)
Sobre a hediondez da forma simples do revogado atentado violento ao pudor decidiu a 5ª 
Turma do Superior Tribunal de Justiça:
O delito de atentado violento ao pudor praticado antes da vigência da Lei n. 12.015/2009, 
ainda que na sua forma simples e com violência presumida, configura crime hediondo. 
Precedentes citados: do STJ, AgRg no REsp 1.201.806-MG, Quinta Turma, DJe 20/9/2012, 
e HC 232.337-ES, Quinta Turma, DJe 3/4/2012; e do STF: HC 99.406-RS, Segunda Turma, 
DJe 9/9/2010, e HC 101.860-RS, Primeira Turma, DJe 17/5/2011. AgRg no HC 250.451-
MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/3/2013.
Vale destacar que, com a nova redação dada ao crime de estupro, restou revogado o crime 
de atentado violento ao pudor (antigo art. 214 do CP), pois o tipo penal do art. 213, caput, abar‑
ca tanto uma quanto outra conduta. Senão vejamos:
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Quando a lei fala em conjunção carnal, está referindo-se ao sexo convencional e quando 
se fala em ato libidinoso diverso de conjunção carnal, está referindo-se aos atos sexuais não 
convencionais tais como os sexos anal, oral, toque etc.
Assim, não há mais que falar da existência do crime de atentado violento ao pudor no or‑
denamento jurídico nacional.
É de suma importância que você leia os julgados do STF e do STJ sobre as Leis Penais e 
Processuais Penais Especiais, que estão previstas no edital, uma vez que o Cespe, em algu-
mas provas, cobrou o entendimento de tais tribunais sobre a matéria. Além de ler a jurispru-
dência sobre o assunto, o candidato deverá memorizar as súmulas do STF e do STJ sobre o 
conteúdo estudado.
• Estupro de Vulnerável
Tanto ocrime de estupro de vulnerável na forma simples como na forma qualificada são 
considerados hediondos.
Por vulnerável entende se o menor de 14 (catorze) anos, aquele que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qual‑
quer outra causa, não pode oferecer resistência.
São as antigas hipóteses da violência presumida previstas no art. 224 do Código Penal.
Além disso, cumpre ressaltar que a Suprema Corte também considerava hediondo o crime 
de estupro cometido com violência presumida, cabendo citar algumas decisões:
Ementa: Habeas corpus. Crimes descritos nos arts. 240 e 241 do Estatuto da Criança e 
do Adolescente e no art. 214, c/c o art. 224 do Código Penal. Continuidade delitiva. Ino‑
corrência: espaço de tempo igual a seis meses entre as séries delitivas. Atentado vio‑
lento ao pudor com violência presumida: crime hediondo. Progressão de regime. Ordem 
concedida de ofício. 1. A continuidade delitiva deve ser reconhecida “quando o agente, 
mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie 
e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro” (CP, art. 71). Evidenciado que 
as séries delituosas estão separadas por espaço temporal igual a seis meses, não se há 
de falar em crime continuado, mas em reiteração criminosa, incidindo a regra do concurso 
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material. 2. O atentado violento ao pudor é considerado hediondo em quaisquer de suas 
formas (precedente do Pleno). 3. O Pleno do Supremo Tribunal Federal, em Sessão reali‑
zada em 23/2/2006, declarou inconstitucional o § 1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990 (HC 
n. 82.959, Pleno). Ordem concedida, de ofício, para possibilitar a progressão do regime de 
cumprimento da pena do paciente, quanto ao crime de atentado violento ao pudor. (HC n. 
87.495/SP, 1ª Turma)
Ementa: Penal. Processual Penal. Habeas corpus. Crime hediondo. Estupro simples com 
violência presumida. Falta de fundamentação: constrangimento ilegal. Inocorrência. Pro‑
gressão de regime prisional. Possibilidade. I – Não há falar em falta de fundamentação 
do acórdão impugnado quanto ao regime de cumprimento da pena, se há referência 
expressa à Lei n. 8.072/1990. II – A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sen‑
tido de que “os crimes de estupro e de atentado violento ao pudor, tanto nas suas formas 
simples, Código Penal, arts. 213 e 214, como nas qualificadas (Código Penal, art. 223, 
caput e parágrafo único), são crimes hediondos. Leis n. 8.072/1990, redação da Lei n. 
8.930/1994, art. 1º, V e VI.” HC n. 81.288/SC, Plenário, Rel. p/ acórdão Min. Carlos Velloso, 
DJU 25/4/2003. III – Após o julgamento do HC n. 82.929/SP pelo Plenário do STF, não 
mais é vedada a progressão de regime prisional aos condenados pela prática de crimes 
hediondos. IV – Ordem parcialmente concedida. (HC n. 87.281/MG, 1ª Turma)’.
Cumpre ressaltar que a Lei n. 12.015/2009 revogou o art. 224 do Código Penal, não ha‑
vendo que falar mais em violência presumida. Senão vejamos recente julgado do Supremo 
Tribunal Federal:
O eventual consentimento da ofendida – menor de 14 anos – e mesmo sua experiência 
anterior não elidem a presunção de violência para a caracterização do delito de atentado 
violento ao pudor. Com base nesse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus em 
que condenado pela prática do crime de atentado violento ao pudor alegava que o fato 
de a ofendida já ter mantido relações anteriores e haver consentido com a prática dos 
atos imputados ao paciente impediria a configuração do mencionado crime, dado que a 
presunção de violência prevista na alínea a do art. 224 do CP seria relativa. Inicialmente, 
enfatizou-se que a Lei n.12.015/2009, dentre outras alterações, criou o delito de estupro 
de vulnerável, que se caracteriza pela prática de qualquer ato libidinoso com menor de 14 
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anos ou com pessoa que, por enfermidade ou deficiência mental, não tenha o necessário 
discernimento ou não possa oferecer resistência. Frisou-se que o novel diploma também 
revogara o art. 224 do CP, que cuidava das hipóteses de violência presumida, as quais 
passaram a constituir elementos do estupro de vulnerável, com pena mais severa, aban‑
donando-se, desse modo, o sistema da presunção, sendo inserido tipo penal específico 
para tais situações. Em seguida, esclareceu‑se, contudo, que a situação do paciente não 
fora alcançada pelas mudanças promovidas pelo novo diploma, já que a conduta passara 
a ser tratada com mais rigor, sendo incabível a retroatividade da lei penal mais gravosa. 
Considerou-se, por fim, que o acórdão impugnado estaria em consonância com a jurispru‑
dência desta Corte. HC n. 99.993/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, 24/11/2009. 
(HC n. 99.993).
Sobre a modalidade tentada do estupro de vulnerável (que é hedionda, diga‑se de passa‑
gem), a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu:
Na hipótese em que tenha havido a prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal 
contra vulnerável, não é possível ao magistrado – sob o fundamento de aplicação do 
princípio da proporcionalidade – desclassificar o delito para a forma tentada em razão 
de eventual menor gravidade da conduta. De fato, conforme o art. 217-A do CP, a prática 
de atos libidinosos diversos da conjunção carnal contra vulnerável constitui a consuma‑
ção do delito de estupro de vulnerável. Entende o STJ ser inadmissível que o julgador, de 
forma manifestamente contrária à lei e utilizando‑se dos princípios da razoabilidade e 
da proporcionalidade, reconheça a forma tentada do delito, em razão da alegada menor 
gravidade da conduta (REsp 1.313.369-RS, Sexta Turma, DJe 5/8/2013). Nesse contexto, 
o magistrado, ao aplicar a pena, deve sopesar os fatos ante os limites mínimo e máximo 
da reprimenda penal abstratamente prevista, o  que já é suficiente para garantir que a 
pena aplicada seja proporcional à gravidade concreta do comportamento do criminoso. 
REsp 1.353.575-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/12/2013.
Para que você tenha facilidade na hora de ler os julgados do STJ, sugiro que leia com mais 
atenção a parte do julgado, cuja marcação em “negrito” foi realizada pelo responsável em 
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divulgar o conteúdo. Jurisprudência – Crimes Hediondos e Equiparados. O STJ possui várias 
Turmas, sendo que a Quinta e a Sexta julgam matérias criminais. Já a 3ª Seção julga matéria 
referente à competência. O CESPE, por exemplo, tem cobrado, até nas provas de nível médio, 
pasmem, a jurisprudência dos Tribunais Superiores. Logo abaixo, dois julgados, da 5ª e 6ª 
Turma do STJ, respectivamente,sobre os assuntos que estamos estudando na aula de hoje.
DIREITO PENAL. CARÁTER HEDIONDO DO CRIME DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR 
PRATICADO ANTES DA LEI N. 12.015/2009.
O delito de atentado violento ao pudor praticado antes da vigência da Lei n. 12.015/2009, 
ainda que na sua forma simples e com violência presumida, configura crime hediondo. 
Precedentes citados: do STJ, AgRg n. REsp 1.201.806-MG, Quinta Turma, DJe 20/9/2012, 
e HC n. 232.337-ES, Quinta Turma, DJe 3/4/2012; e do STF: HC n. 99.406-RS, Segunda 
Turma, DJe 9/9/2010, e HC n. 101.860-RS, Primeira Turma, DJe 17/5/2011. AgRg n. HC n. 
250.451-MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/3/2013.
DIREITO PENAL. ATOS LIBIDINOSOS DIVERSOS DA CONJUNÇÃO CARNAL CONTRA 
VULNERÁVEL.
Na hipótese em que tenha havido a prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal 
contra vulnerável, não é possível ao magistrado – sob o fundamento de aplicação do 
princípio da proporcionalidade – desclassificar o delito para a forma tentada em razão 
de eventual menor gravidade da conduta. De fato, conforme o art. 217-A do CP, a prática 
de atos libidinosos diversos da conjunção carnal contra vulnerável constitui a consuma‑
ção do delito de estupro de vulnerável. Entende o STJ ser inadmissível que o julgador, de 
forma manifestamente contrária à lei e utilizando‑se dos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade, reconheça a forma tentada do delito, em razão da alegada menor gra‑
vidade da conduta (REsp n. 1.313.369-RS, Sexta Turma, DJe 5/8/2013). Nesse contexto, 
o magistrado, ao aplicar a pena, deve sopesar os fatos ante os limites mínimo e máximo 
da reprimenda penal abstratamente prevista, o  que já é suficiente para garantir que a 
pena aplicada seja proporcional à gravidade concreta do comportamento do criminoso. 
REsp n. 1.353.575-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/12/2013.
• Epidemia com resultado morte
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http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC+250451
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp+1353575
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Entende-se por epidemia a propagação de germes patogênicos. Ressalta-se que basta a 
morte de uma só pessoa para a configuração do crime. A transmissão dolosa do vírus HIV não 
configura o crime ora em comento, mas sim crime de lesão corporal.
Cuidado: O crime de epidemia com resultado lesão grave não é hediondo.
• Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêu-
ticos ou medicinais
O presente inciso foi inserido em 1998, após o escândalo nacional dos contraceptivos de 
“farinha”, que foram colocados no mercado consumidor. Cumpre ressaltar que o estudo da 
letra do art. 273 do Código Penal deve ser feito de maneira integral.
O candidato deve ficar atento aos possíveis questionamentos acerca dos incisos. Por 
exemplo: a falsificação de cosméticos, de saneantes ou de produtos usados em diagnóstico 
são crimes hediondos, por incrível que pareça.
Em 2013, a atribuição para investigar tal delito passou a ser da Polícia Federal, conforme se 
depreende da leitura do inciso V do artigo 1º da Lei n. 10.446/2002:
Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interes‑
tadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do 
Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados 
no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder 
à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:
(...)
falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medi‑
cinais e venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do produto falsificado, corrompido, 
adulterado ou alterado (art. 273 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal). 
(Incluído pela Lei n.12.894, de 2013).
Era questionada a inconstitucionalidade da pena prevista para o crime previsto no inciso 
V, do § 1º-B do art. 273 do CP, por conta de ofensa ao princípio da proporcionalidade, quando 
comparada com outras penas de outros delitos previstos no ordenamento jurídico nacional. 
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Conforme se depreende da leitura do informativo n.559, o STJ decidiu que é inconstitu-
cional a pena do art. 273, § 1º-B, V, do CP (reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa). 
Em substituição a ela, deve-se aplicar ao condenado a pena prevista para o tráfico de drogas 
na modalidade privilegiada, se for o caso. (Corte especial. AI no HC 239.363-PR, Rel. Min. Se‑
bastião Reis Júnior, julgado em 26/2/2015).
O Plenário do STF ainda não se manifestou sobre o tema. No entanto, existem precedentes 
do STF em sentido contrário ao que decidiu o STJ, ou seja, julgados sustentando que o § 1º-B 
do art. 273 é constitucional:
(...) 1. A violação reflexa e oblíqua da Constituição Federal decorrente da necessidade de 
análise de malferimento de dispositivo infraconstitucional torna inadmissível o recurso 
extraordinário.
2. O Poder Judiciário não detém competência para interferir nas opções feitas pelo Poder 
Legislativo a respeito da apenação mais severa daqueles que praticam determinados 
crimes, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes.
3. In casu, o acórdão extraordinariamente recorrido assentou: PENAL. PROCESSO PENAL. 
ARTIGO 273, § 1º e § 1º-B, INCISOS V e VI DO CÓDIGO PENAL. TRANSNACIONALIDADE. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. INCONSTITUCIONALIDADE AFASTADA. AUTORIA 
E MATERIALIDADE COMPROVADAS. DOLO DEMONSTRADO. RECONHECIDO CONCURSO 
FORMAL.
4. Agravo regimental DESPROVIDO. (STF. 1ª Turma. RE 829226 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, 
julgado em 10/02/20150.
(...) Alegação de inconstitucionalidade do art. 273, § 1º-B do Código Penal. Constituciona‑
lidade da imputação. Lesão ao bem jurídico saúde pública. Precedentes. 3. Ausência de 
argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 4. Agravo regimental a que se nega 
provimento.
STF. 2ª Turma. RE 844152 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 02/12/2014.
• Crime de genocídio, tentado ou consumado
Cuidado: o crime de genocídio não é equiparado ao hediondo por estar única e simples‑
mente no parágrafo único do art. 1º da Lei n. 8.072/1992. Lembrando você inclusive que com 
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o Pacote Anticrime ganhou alguns “companheiros”, que com ele estão no mencionado dispo‑
sitivo.
O Plenário Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE n. 351.487/RR, cujo acórdão 
vale a pena ser lido na íntegra caso você esteja prestando concursos para Juiz Federal ouProcurador da República. O julgado ressalta que a lesão à vida, à integridade física ou à liber‑
dade de locomoção são apenas meios de ataque nos diversos meios de ação do criminoso. 
Afirmou-se que o crime de genocídio não visa proteger a vida ou a integridade física, mas sim a 
diversidade humana. Foi asseverado que um eventual homicídio seria mero instrumento para a 
execução do crime de genocídio, enfim, este NÃO é um crime doloso contra a vida, mas contra 
a existência de grupo racial, nacional, étnico e religioso.
Segue a ementa:
1. CRIME. Genocídio. Definição legal. Bem jurídico protegido. Tutela penal da existência 
do grupo racial, étnico, nacional ou religioso, a que pertence a pessoa ou pessoas ime‑
diatamente lesionadas. Delito de caráter coletivo ou transindividual. Crime contra a diver‑
sidade humana como tal. Consumação mediante ações que, lesivas à vida, integridade 
física, liberdade de locomoção e a outros bens jurídicos individuais, constituem moda‑
lidade executórias. Inteligência do art. 1º da Lei n. 2.889/1956, e do art. 2º da Conven‑
ção contra o Genocídio, ratificada pelo Decreto n. 30.822/1952. O tipo penal do delito de 
genocídio protege, em todas as suas modalidades, bem jurídico coletivo ou transindivi‑
dual, figurado na existência do grupo racial, étnico ou religioso, a qual é posta em risco 
por ações que podem também ser ofensivas a bens jurídicos individuais, como o direito 
à vida, a integridade física ou mental, a liberdade de locomoção etc. 2. CONCURSO DE 
CRIMES. Genocídio. Crime unitário. Delito praticado mediante execução de doze homicí‑
dios como crime continuado. Concurso aparente de normas. Não caracterização. Caso 
de concurso formal. Penas cumulativas. Ações criminosas resultantes de desígnios autô‑
nomos. Submissão teórica ao art. 70, caput, segunda parte, do Código Penal. Condena‑
ção dos réus apenas pelo delito de genocídio. Recurso exclusivo da defesa. Impossibi‑
lidade de reformatio in peius. Não podem os réus, que cometeram, em concurso formal, 
na execução do delito de genocídio, doze homicídios, receber a pena destes além da 
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pena daquele, no âmbito de recurso exclusivo da defesa. 3. COMPETÊNCIA CRIMINAL. 
Ação penal. Conexão. Concurso formal entre genocídio e homicídios dolosos agravados. 
Feito da competência da Justiça Federal. Julgamento cometido, em tese, ao tribunal do 
júri. Inteligência do art. 5º, XXXVIII, da CF, e art. 78, I, c/c art. 74, § 1º, do Código de Pro‑
cesso Penal. Condenação exclusiva pelo delito de genocídio, no juízo federal monocrá‑
tico. Recurso exclusivo da defesa. Improvimento. Compete ao tribunal do júri da Justiça 
Federal julgar os delitos de genocídio e de homicídio ou homicídios dolosos que constitu‑
íram modalidade de sua execução.
O crime de envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal era crime 
hediondo. Porém, tal delito continua no elenco dos crimes suscetíveis de decretação de prisão 
temporária, sendo que o prazo da detenção cautelar será de 5 dias, prorrogáveis em caso de 
extrema e comprovada necessidade.
• Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º)
A Lei n.12.978/2014 incluiu no rol dos crimes hediondos o delito em comento.
Vale ressaltar que o crime em estudo revogou tacitamente o crime previsto no art. 244-A 
do Estatuto da Criança e do Adolescente.
• Posse ou Porte ilegal de arma de fogo de uso proibido.
No final do ano de 2017, o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito 
foi incluído no rol dos crimes hediondos.
Ocorre que com a edição do “Pacote Anticrime”, o legislador substituiu a expressão “res‑
trito” por “proibido”. Além disto, o legislador retirou a arma de fogo de uso proibido (o objeto 
material do delito, no caso) e criou o §2º do art. 16 do Estatuto do Desarmamento, inclusive au‑
mentando substancialmente a pena, tratando-se de verdade “lei penal mais prejudicial ao réu”.
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Mesmo tendo a oportunidade, o Legislador quando editou a Lei n. 13.964/2019 não re‑
solveu a questão da aplicação ou não dos rigores da Lei dos Crimes Hediondos para com as 
figuras previstas nos incisos do §1º do art. 16, as chamadas condutas assemelhadas à posse 
ou porte ilegal de arma de fogo de uso permitido ou proibido.
A Sexta Turma do tribunal denegou por unanimidade a ordem de habeas corpus impetrado 
com a mesma fundamentação. Para o os Ministros, a Lei n.13.497/2017 não limitou ao caput a 
aplicação dos rigores da Lei dos Crimes Hediondos:
1. O art. 16 da Lei n. 10.826/2003 prevê gravosas condutas de contato com “arma de fogo, 
acessório ou munição de uso proibido ou restrito”, vindo seu parágrafo único a acrescer 
figuras equiparadas – em gravidade e resposta criminal. 2. Ainda que possam algumas 
das condutas equiparadas ser praticadas com armas de uso permitido, o legislador as 
considerou graves ao ponto de lhes fixar reprovação criminal equivalente às condutas do 
caput. 3. Equiparação é tratamento igual para todos os fins, considerando equivalente o 
dano social e equivalente também a necessária resposta penal, salvo ressalva expressa. 
4. Ao ser qualificado como hediondo o art. 16 da Lei n. 10.826/2003, também as condu‑
tas equiparadas, e assim previstas no mesmo artigo, devem receber igual tratamento. 5. 
Praticado o crime equiparado do parágrafo único do art. 16 da Lei n. 10.826/2003 após 
a publicação da Lei n. 13.497/2017, que inseriu a qualificação de hediondez, incide esse 
tratamento mais gravoso ao fato do processo. 6. Habeas corpus denegado (HC 526.916/
SP, j. 01/10/2019).
• Comércio ilegal de arma de fogo.
O “Pacote Anticrime” inseriu o delito de comércio ilegal de arma de fogo no rol dos delitos, 
além de ter aumentado consideravelmente as penas mínima e máxima da infração penal em 
comento.
• Tráfico internacional de arma de fogo.
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No mesmo sentido, o “Pacote Anticrime” inseriu o crime previsto no art. 18 do Estatuto do 
Desarmamento no elenco taxativo de crimes hediondos e ainda aumentou consideravelmente 
as penas mínima e máxima da infração penal em comento.
• Furto com emprego de explosivo.
Interessante que o roubo com emprego de explosivo ou roubo de substâncias explosivas 
ou de acessórios não foram inseridos no rol de crimes hediondos. Vejamos a redação do tipo 
penal (siga sempre a dica do Tio Sérgio Bautzer, leia letra da lei):
Art. 157 Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
§ 2º A pena aumenta-sede 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei n.13.654, de 2018)
(...)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, 
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei n.13.654, de 2018)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei n.13.654, de 2018)
(...)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato 
análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei n.13.654, de 2018). (Grifei)
• O crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou 
equiparado.
No material próprio nós iremos estudar a Lei n. 12.850/2013 e voltaremos a falar no assun‑
to em comento.
Mas desde já você deve ficar atento ao disposto no §2º do art. 310 do CPP, que trouxe de 
volta ao ordenamento jurídico pátrio, a liberdade provisória proibida ou vedada:
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) 
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do 
acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério 
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
.................................................................................................................
(...).
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§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou 
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou 
sem medidas cautelares. (Grifei)
Efeitos jurídicos da aplicação dos rigores da Lei n. 8.072/1990
Dispõe o art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal:
a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o trá‑
fico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por 
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Obs.: � Eu recomendo que você leia a Constituição Federal “seca” todos os dias por uma hora.
O art. 2º desta Lei dispõe que os crimes hediondos e os equiparados são insuscetíveis de 
anistia, graça, indulto e de fiança:
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e 
o terrorismo são insuscetíveis de:
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I – anistia, graça e indulto;
II – fiança. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
Anistia
É o “esquecimento” jurídico de uma ou mais infrações penais. Conforme o art. 48 da Cons‑
tituição Federal, é atribuição do Congresso Nacional, por meio de lei federal, a concessão da 
anistia. Todos os efeitos de natureza penal deixam de existir.
É causa extintiva da punibilidade do agente, conforme se depreende pela leitura do art. 107 
do Estatuto Penal.
Graça
É a concessão de “perdão” pelo Presidente da República, por meio de decreto. Trata-se de 
uma espécie de perdão estatal.
É causa extintiva da punibilidade, conforme se depreende pela leitura do art. 107 do Código 
Penal.
É correto afirmar que a graça é o indulto individual.
Indulto
Também é concedido pelo Presidente da República por meio de decreto. É coletivo, pois 
possui um caráter de generalidade, ou seja, abrange várias pessoas que atendam a determina‑
das condições previstos no ato presidencial. Você também deve memorizar que é uma causa 
extintiva de punibilidade, também prevista no já mencionado art. 107 do Estatuto Penal.
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A inclusão do indulto no art. 2º da Lei n. 8.072/1990 provocou discussões acerca da sua 
constitucionalidade, já que no art. 5º, XLIII, da Lei Fundamental, proíbe, tão somente, a conces‑
são de graça, a anistia e a fiança.
Mas você há de concordar comigo que é uma questão de raciocínio: se não é possível a 
concessão da graça, que é individual, com mais razão não será possível a concessão do indul‑
to, que é coletivo.
Entretanto, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, na ADI n. 2.795 MC/DF, declarou cons‑
titucional o art. 2º, I, da Lei n. 8.072/1990.
O Guardião da Constituição entendeu que a concessão de indulto aos condenados a penas 
privativas de liberdade insere-se no exercício do poder discricionário do Presidente da Repúbli‑
ca, limitado à vedação prevista no inciso XLIII do art. 5º da CF, de onde o artigo “supra” funda‑
menta a sua validade. Foi arguido que o termo “graça”, previsto no dispositivo constitucional, 
abrange “indulto” e a “comutação de penas”.
Você deve memorizar que, por delegação do Presidente da República, podem conceder in-
dulto ou comutar penas no caso de crimes não hediondos o Ministro de Estado, o Procurador 
Geral da República e o Advogado Geral da União.
Aliás, memorize o § único do art. 84 da Constituição Federal.
Detalhe, os veículos midiáticos confundem a saída temporária com indulto, por conta da 
época em que o segundo é concedido: no natal. Daí vem a expressão “indulto natalino”, que 
é equivocadamente confundido com a “saída” do condenado (que tem direito) para passar as 
festas de final de ano com familiares.
O Pacote Anticrime alterou a Lei de Execução Penal e passou a vedar a saída temporária 
do condenado por crime hediondo com resultado morte. Vejamos:
Art. 122. (...)
§ 1º .........................................................................................................
§  2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o  caput  deste artigo o condenado que 
cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte. (NR)
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Por fim, vou te lembrar que a comutação de pena significa indulto parcial e que também 
é vedada a concessão quando tratar de crimes hediondos e equiparados. A 6ª Turma do STJ 
decidiu o seguinte:
COMUTAÇÃO. CRIME HEDIONDO. Não há como tachar de ilegal a decisão que indefere 
a comutação de pena (arts. 1º, III, e 2º do Dec. N. 6.294/2007) diante da hediondez do 
crime de latrocínio, visto que o STF reconheceu inconstitucionalidade apenas no tocante 
ao §  1º do art.  2º da Lei n. 8.072/1990 (progressão de regime), deixando incólume a 
vedação do indulto e da comutação. A negativa da comutação, conforme a jurisprudên‑
cia, é discricionariedade conferida ao presidente da República. Precedentes citados: HC 
n. 147.982-MS, DJe 21/6/2010; HC n.137.223-RS, DJe 29/3/2010; HC n. 142.779-RS, DJe 
1º/2/2010, e HC n. 141.211-RS, DJe 23/11/2009. HC n. 126.077-SP, Rel. Min. Maria The‑
reza de Assis Moura, julgado em 5/10/2010.
Quem comete um crime hediondo ou equiparado não pode ser agraciado, anistiado e tam-
bém não pode receber indulto.
Liberdade Provisória
É um dos temas importantes relacionados aos editais dos concursos das carreiras poli‑
ciais.
E vou te contar um segredo: eu tinha muita dificuldade nessa matéria.
A liberdade provisória pode ser concedida ao indiciado ou ao réu preso cautelosamente, 
para que ele responda ao inquérito ou ao processo provisoriamente em liberdade.
É uma garantia constitucional prevista no art. 5º, LXVI, da CF, assim redigido: “ninguém 
será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem 
fiança”.
A Constituição Federal, o Código de Processo Penal e a Lei n. 8.072/1990 dizem expres‑
samente que os crimes hediondos e equiparados são inafiançáveis, ou seja, que é vedada a 
concessão de liberdade provisória com arbitramento de fiança para tais delitos.
A vedação à liberdade provisória, antes expressamente prevista na Lei n. 8.072/1990, não 
impedia o relaxamento do flagrante quando:
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• ocorresse excesso de prazo da prisão durante o tramitar do processo crime;
• não confirmada a situação flagrancial;
• se reconhecida a nulidade na lavratura do auto de prisão.
Quanto ao tema, devemos nos lembrar da Súmula n. 697/STF, que diz: 
A proibição da liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o rela‑
xamento da prisão processual por excesso de prazo.
A Lei n. 11.464/2007, que alterou a Lei dos Crimes Hediondos, possibilitou a concessão de 
liberdade provisória sem arbitramento de fiança, no caso de cometimento de crimes hedion‑
dos ou equiparados.
Nas provas de concurso, você deve ficar atento à expressão “liberdade provisória”, que 
significa que o examinador quer testar os teus conhecimentos acerca da liberdade provisória 
sem fixação de fiança.
Antigamente, existiam vozes que sustentavam, que mesmo com a alteração na Lei dos 
Crimes Hediondos, a proibição de liberdade provisória decorreria da inafiançabilidade prevista 
no art. 5º, XLIII, da CF, ou seja, entende-se que, se a liberdade provisória com fiança não é per‑
mitida, com mais razão não seria a liberdade provisória sem fiança. Nesse sentido, vale citar o 
HC n. 93.229/SP, 1ª Turma, do STF e o HC n. 93.591/MS, 6ª Turma, do STJ.
No que concerne aos crimes de tráfico de drogas, o art. 44 da Lei n. 11.343/2006 também 
vedava de maneira expressa a concessão de liberdade provisória sem fixação de fiança (a cha-
mada “liberdade provisória”, memorize) aos delitos em comento.
O STF chegou a suscitar que a redação conferida ao art. 2º, II, da Lei n. 8.072/1990, pela Lei 
n. 11.464/2007 não preponderava sobre o disposto no art. 44 da Lei n. 11.343/2006, que proibia, 
expressamente, a concessão de liberdade provisória em se tratando de tráfico de drogas – HC 
n. 92.495/PE, 2ª Turma: Informativo n. 508.
No HC n. 94.916/RS (2ª Turma): informativo n. 522, o Ministro Eros Grau enfatizou a excep‑
cionalidade da liberdade provisória nos crimes de tráfico de drogas.
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O mestre Alberto Silva Franco (2002, p. 1.298), antes da alteração promovida pela Lei n. 
11.464/2007, professava:
[...] sob a ótica do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana e dos direitos fundamen‑
tais correlacionados do devido processo legal, da presunção da inocência e da liberdade provisória. 
Na medida em que o texto da lei ordinária obsta, sem prévia autorização constitucional, a conces‑
são do direito fundamental à liberdade provisória, nos crimes hediondos e a eles equiparados, e na 
medida em que o mesmo texto transforma o caráter instrumental das medidas cautelares em for‑
mas aflitivas de privação da liberdade para atingir objetivos de prevenção penal, a dignidade da pes‑
soa humana, que serve de base a todos os direitos fundamentais, fica em xeque: a prisão cautelar 
transforma‑se numa penalização desnecessária, sem observância do due process of law, passível 
de censura constitucional e, numa rotulagem inapropriada, o indiciado ou acusado ficam equipara‑
dos à condição de culpado, ofendendo-se claramente o princípio da presunção de inocência.
Em 2012, o Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a proibição de 
concessão de liberdade provisória para os que cometerem crimes de tráfico, prevista no artigo 
44 da Lei de Drogas. Era a última modalidade de liberdade provisória proibida ou vedada no 
sistema jurídico brasileiro, que retornou apenas com a edição do Pacote Anticrime, em 2020. 
Vejamos o que dispõe a nova redação do art. 310 do CPP:
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) 
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do 
acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério 
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
.................................................................................................................
(...)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou 
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou 
sem medidas cautelares. (Grifei)
A tabela abaixo deve ser memorizada, pois resume tudo o que estudamos agora sobre as 
questões jurídicas sobre os crimes Hediondos. Além disso, revisamos o concernente aos cri‑
mes de Tráfico de Drogas, Tortura, Racismo e a Ação de Grupo Armado Civil ou Militar contra o 
Estado Democrático e a Ordem Constitucional:
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Crimes
Hediondos e 
Terrorismo
Tráfico de 
Drogas
Tortura Racismo (crime 
de precon-
ceito – Lei n. 
7.716/1989)
Ação de Grupo 
Armado Civil ou 
Militar contra 
Estado Demo-
crático e a 
Ordem Consti-
tucional
I n a f i a n ç á ‑
‑veis
I n a f i a n ç á ‑
‑veis
Inafiançá-vel Inafiançável Inafiançável
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ Imprescritível Imprescritível
I n s u s c e t í ‑
-veis de
1) anistia;
2) graça;
3) indulto.
I n s u s c e t í ‑
-veis de
1) anistia;
2) graça;
3) indulto;
4) “sursis” 
(suspensão 
condicional 
da pena).
Insuscetí-vel de
1) anistia;
2) graça
Punido com 
pena de reclu‑
são
Obs.: � Para a prova, você deve memorizar que cabe liberdade provisória nos crimes hedion‑
dos e equiparados, desde que ausentes os requisitos e fundamentos da prisão preven‑
tiva.
Você deverá ficar atento à mudança feita pelo Pacote Anticrime em relação ao art. 310 
do CPP:
Art. 310. Após receber o auto de prisãoem flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) 
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do 
acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério 
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
.................................................................................................................
(...)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou 
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Entendo que a redação dada ao §2º do art. 310 do CPP traz de volta ao ordenamento jurídi‑
co nacional a liberdade provisória vedada ou proibida. Assim, não é possível que o juiz conceda 
a liberdade provisória com ou sem fixação de fiança ao agente é reincidente ou que integra 
organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá 
denegar a liberdade provisória
Progressão de Regime de Cumprimento de Pena
A antiga redação do art. 2º da Lei n. 8.072/1990 afirmava que a pena privativa de liberdade 
por crime previsto na lei deveria ser cumprida em regime integralmente fechado.
Em 1997, a Lei de Tortura inovou no ordenamento jurídico dispondo que era possível que 
o condenado, por um dos crimes lá previstos (salvo a omissão) pudesse progredir de regime. 
Muitos sustentaram que tal possibilidade deveria ser dada aos demais crimes hediondos e 
equiparados. Porém o Supremo Tribunal Federal, por meio da Súmula n. 698, disse que não se 
estenderia aos demais crimes hediondos e equiparados a admissibilidade de progressão no 
regime de execução da pena aplicada ao crime de tortura.
A súmula n. 698 perdeu a razão de ser com a declaração de inconstitucionalidade da veda‑
ção à progressão de regime prevista na Lei dos Crimes Hediondos e a consequente alteração 
realizada pela Lei n. 11.464, de 2007.
Vale indicar que a antiga redação do art. 2º não encontrava perfeita sintonia com o princí‑
pio constitucional da individualização da pena. Assim, quase 16 anos depois da edição da Lei 
dos Crimes Hediondos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal entendeu, no julgamento do HC 
n. 82.959, que a vedação de progressão de regime ofendia, em sua essência, a regra constitu‑
cional em estudo.
Pena – Regime de cumprimento. Progressão. Razão de ser. A progressão no regime de 
cumprimento da pena, nas espécies fechado, semiaberto e aberto, tem como razão maior 
a ressocialização do preso que, mais dia ou menos dia, voltará ao convívio social. Pena. 
Crimes hediondos. Regime de cumprimento. Progressão. Óbice. Art. 2º, § 1º, da Lei n. 
8.072/1990. Inconstitucionalidade. Evolução Jurisprudencial. Conflita com a garantia da 
individualização da pena – artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal – a imposição, 
mediante norma, do cumprimento da pena em regime integralmente fechado. Nova inte‑
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Crimes Hediondos
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
ligência do princípio da individualização da pena, em evolução jurisprudencial, assentada 
a inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990. (STF – HC n. 82.959/SP, 
Pleno)
Com o advento da Lei n. 11.464/2007, o art. 2º, § 1º, a progressão do regime passou a ser 
expressamente admitida, sendo que o condenado deveria iniciar o cumprimento da pena obri‑
gatoriamente em regime fechado.
Assim, se o apenado for primário, a progressão ocorrerá após o cumprimento de 2/5 (dois 
quintos) da pena; se reincidente, após o cumprimento de 3/5 (três quintos).
Em 2012, o Plenário do Supremo Tribunal Federal entendeu inconstitucional a obrigato‑
riedade do início do cumprimento da pena em regime fechado, no caso de condenação por 
crimes hediondos ou equiparados.
O “Pacote Anticrime”, como já mencionado, alterou a Lei de Execução Penal em seu art. 112, 
que traz regra sobre a progressão de regime de pena no Brasil:
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência 
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
I – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem 
violência à pessoa ou grave ameaça;
II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à 
pessoa ou grave ameaça;
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido 
com violência à pessoa ou grave ameaça;
IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência 
à pessoa ou grave ameaça;
V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo 
ou equiparado, se for primário;
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, 
vedado o livramento condicional;
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada 
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo 
ou equiparado;
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equipa‑
rado com resultado morte, vedado o livramento condicional. (Grifei)
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Sérgio Bautzer
Crimes Hediondos
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§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta 
carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a pro‑
gressão.
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de 
manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na con‑
cessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos 
nas normas vigentes
De agora em diante você deverá memorizar que com a edição do “Pacote Anticrime”, o con‑
denado por crime hediondo ou equiparado deverá cumprir 40% (quarenta por cento) da pena, 
se for primário.
Cumprirá 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for primário e tiver sido con‑
denado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, sendo vedado o 
livramento condicional.
Também cumprirá 50% (cinquenta por cento) da pena, o condenado por exercer o coman‑
do, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hedion‑
do ou equiparado.
Cumprirá 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de 
crime hediondo ou equiparado.

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