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Trabalho TGD- Resenha Crítica - Teoria Pura do Direito - Hans Kelsen

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Universidade Estadual de Feira de Santana
Curso: Direito 
Disciplina: Teoria do Direito I 
Docente: Dra. Adriana Nogueira Vieira Lima
 
Discentes: 
Adalberto Mário Bispo dos Santos
Carine Sampaio C. Sodré
Carlos Rafael Santos da Silva 
Fernanda Lima Almeida 
Marcelo Magalhães Costa 
Resenha Crítica
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Credencial do autor: Hans Kelsen, foi um conceituado Jurista, nascido na Áustria, iniciou o Direito na esfera científica, sua principal obra, Teoria Pura do Direito tem vinculação com o Direito Positivo. 
No capítulo V do livro Teoria Pura do Direito, o autor expõe de maneira detalhada um modelo analítico sobre a Dinâmica Jurídica, onde explica o fundamento de validade de uma ordem normativa. Através de uma análise densa e bem fundamentada ele nos mostra que cada norma está agregada a outra norma, presumida como superior e classificada por ele como uma norma fundamental. Kelsen preocupou-se em detalhar os tipos de sistemas em que as normas estão vinculadas em estático (inferido de uma norma fundamental) e dinâmico (onde há o estabelecimento de uma entidade geradora de normas jurídicas).
Em seguida, o autor diz que uma norma jurídica é criada por um aspecto determinado, ou seja, por uma norma fundamental que é estabelecida pela maioria e serve de parâmetro de validez para as normas que estão em questão, sendo de fundamental importância para o fim da visão subjetiva de Direito, passando a considerá-lo assim como uma ciência. Por conseguinte, entendemos que a norma fundamental é como se fosse um conjunto de regras definidas que são oriundas de costumes e práticas dentro de uma sociedade. Condutas essas que não precisam estar prescritas em ordenamento jurídico, pois são de consenso geral e auxiliam na vivência da coletividade.  
No mais, foi observado que a justificativa para a legalidade de uma norma positiva que dita uma ação, vem de um procedimento silogístico, ou seja, por meio de uma linha de pensamento dedutiva e estruturada formalmente. Por isso, podemos concluir que as ideias maiores são existentes a séculos e cumprem com as exigências de um indivíduo, já ideias menores são a declaração de um fato na qual uma pessoa decidiu que se realizasse de determinada forma. 
Diante disso, torna-se evidente que ao longo do texto existiu um conflito entre normas jurídicas, que é resultado das divergências de ideias, as quais surgem quando um pensamento regulamentado como lei vai de encontro a outro. Posteriormente, o escritor classifica isso como uma contradição lógica sem sentido, já que para ele deve existir harmonia entre esses espectros. Sendo assim, é possível extrair desse pensamento que uma relação mútua entre Leis e a sociedade direciona ao caminho do progresso, já que promove conformidade de opiniões e não intrigas entre os representantes das nações. Paralelamente, é indubitável que a análise crítica nos leva a inferir que esse problema pode ser solucionado através da interpretação. Se torna, portanto, indiscutível que essas discordâncias serão evitadas ao ocorrer um diálogo entre os órgãos que controlam o direito, sendo o órgão menos importante subordinado ao mais importante. 
Adiante, o autor aprofunda sua visão sobre as normas jurídicas, ao afirmar que a validade de tal norma é determinada por essa mesma prerrogativa, ou até ser substituída por outra, assim sendo, nos levar a entender que o poder de modificar o direito fica detido em mãos específicas. Como consequência, as Leis muitas vezes emanam com o intuito de favorecer classes dominantes, deixando à margem uma parcela da sociedade que não é efetivamente representada. Portanto, a mais correta maneira de romper com essas delimitações seria por meio de uma revolução, que resultaria na interrupção da continuidade na maneira em que as leis são impostas atualmente. Por fim, os argumentos presentes na escrita deixa claro que a nova constituição outorgada após a revolução deverá ser absoluta, com isto, a Constituição e políticos passados deverão ser ignorados para o melhor funcionamento da sociedade.
Posteriormente, é citada a relação entre a validade (dever ser) e eficácia (o ser) do Direito, assunto o qual leva a teses extremistas, das quais a primeira defende a não conexão entre ambas, enquanto a segunda afirma que a validade do Direito se identifica com sua eficácia. Contudo, sabe-se que existe sim a conexão entre o dever ser da norma e o ser da realidade, pois para a norma ser válida, ter fundamento, é necessário que se baseie nos fenômenos da sociedade, nos comportamentos e na conduta humana, indo do plano do dever ser para o do ser de forma que esteja realmente condizente com a realidade. Ademais, há casos em que as normas jurídicas são consideradas válidas, mesmo que não sejam eficazes, a prova disso é a existência de normas, as  quais não condizem com a realidade da sociedade, não realizam os efeitos sociais pelos quais foram elaboradas, não sendo assim concretas na prática. Para Kelsen, o que confere o fundamento de validade das normas é a norma fundamental, no entanto, se a Constituição perde sua eficácia como um todo, a ordem jurídica que se apoia nela perde a validade. Logo, a eficácia pode não ser um fundamento de validade, porém é de fundamental importância para promover efeitos concretos da sociedade. No mais, cita que as normas devem ser observadas e aplicadas e consideradas no aspecto global, já que não deixa de ser válida se não for eficaz de modo particular. Portanto, devido às características heterogêneas de cada sociedade é preciso analisar de maneira ampla.
Ademais, outro tema abordado é o Direito Internacional, o qual possui fundamental importância para o respeito entre os indivíduos e Estados, sendo responsável pela realização de tratados e convenções para aproximá-los. No livro é defendido o ideal de que o Direito Internacional é uma parte integrante da ordem jurídica estatal e é visto como soberano, sendo criado pelos atos de costumes dos Estados. Dessa forma, as ordens estaduais devem estar de acordo com o Direito Internacional, sendo visto como ordem jurídica superior.
Por trás de uma pena ou punição existe uma justificativa, um critério ético-político, esse critério pode ser entendido como ordem normativa. No entanto, seguir apenas um critério, a norma fundamental, não basta e é essa a questão que Kelsen nos traz, pois, as relações humanas não são normativas, não podemos nos prender à norma, por isso ele chama atenção para o direito natural que não necessariamente está escrito, não estando preso a estrutura fixa, dos que comandam e dos que obedecem, como oposição ao direito positivo que consiste no oposto, sendo aquele representado pelo conjunto de normas, leis da sociedade, o direito posto. E em meio a essas duas vertentes qual tem validade? É um desafio saber em qual das duas devemos nos apoiar para saber o que é justiça ou injustiça. Nesse sentido, a norma não basta mas podemos nos apoiar nela, o direito positivo é válido mas não podemos rejeitar outros fundamentos.

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