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Estudo Sobre Os Centros Energéticos - Uma comparação das visões hinduístas, tibetana e taoísta - Shén Lóng Fēng(1)

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Estudo Sobre Os Centros 
Energéticos 
Uma comparação das visões hinduístas, tibetana e taoísta. 
 
 
Projeto Luz do Oriente 
 
 
UM ESTUDO SOBRE CENTROS ENERGÉTICOS 
Uma comparação entre as visões hinduísta, tibetana e taoísta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudo e Edição de: 
Shén Lóng Fēng 
 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicado aos buscadores da verdade e a todos os seres sencientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª edição 
 
 
Nota sobre o Projeto Luz do Oriente 
 
21 de dezembro de 2017: 
O Projeto Luz do Oriente visa difundir a sabedoria oriental no Brasil por meio da 
produção de PDFs em alta qualidade, com tradução e revisão de textos, clássicos e 
modernos, fundamentados, de alguma forma, na sabedoria oriental. Contudo, não 
significa, que vez ou outra, venha a se produzir algo baseado na sabedoria ocidental. 
 O projeto surgiu após, ao buscar pela obra Tratado do Vazio Perfeito de Lie-Tzu 
(uma das principais obras da tradição Taoísta), perceber-se a escassez de livros e 
traduções bem-feitas e fidedignas sobre tais temas. Assim, a primeira produção foi o PDF 
“Chong Xu Zhen Ching - Tratado do Vazio Perfeito - Lie-Tzu” 
 Atualmente há um número razoável de obras a serem revisadas e editadas na lista, 
sem considerar aquelas que nos deparamos pelo caminho de maneira, aparentemente, 
acidental. Por isso, peço a todos aqueles que desejam receber as obras, de maneira a não 
perder nenhuma, que entrem no grupo do Projeto Luz do Oriente no Facebook. De 
qualquer maneira, esforçar-me-ei por difundi-las em outros grupos nessa rede social, 
tornando-as acessíveis a todos. Todas as obras são disponibilizadas gratuitamente pelo 
projeto e não devem ser comercializadas. 
 Peço que difundam tais obras, preciosas demais para permanecerem 
desconhecidas. Assim, juntos, poderemos contribuir na evolução de todos aqueles que 
buscam a verdade e têm fome de sabedoria. 
 - Shén Lóng Fēng 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução ............................................................................................................. 1 
Chakras .................................................................................................................. 2 
Principais Elementos de Cada Chakra ................................................................ 5 
1° Chakra: Muladhara ......................................................................................... 7 
2° Chakra: Svadhishthana ................................................................................. 10 
3° Chakra: Manipura ......................................................................................... 13 
4° Chakra: Anahata ........................................................................................... 16 
5° Chakra: Vishuddha ....................................................................................... 19 
6° Chakra: Ajna ................................................................................................. 22 
7° Chakra: Sahasrara ......................................................................................... 25 
O Ego e os Três Primeiros Chakras .................................................................. 28 
Bindu Visargha ................................................................................................... 29 
Os Nadis ............................................................................................................... 30 
Os Dez Portões .................................................................................................... 34 
Kundalini, O Fogo Serpentino ........................................................................... 35 
Movimentos da Kundalini ................................................................................. 43 
Os Granthis ......................................................................................................... 44 
Brahma Granthi ................................................................................................. 45 
Vishnu Granthi .................................................................................................. 46 
Rudra Granthi .................................................................................................... 47 
Os Dez Sons ......................................................................................................... 48 
A Kundalini e os Três Primeiros Chakras ....................................................... 49 
Métodos Para Despertar a Kundalini e Energizar os Chakras ..................... 50 
Meditação nos Chakras ..................................................................................... 54 
Mudras para os Chakras .................................................................................... 56 
Os Chakras Superiores e Inferiores .................................................................. 59 
A Visão Tibetana dos Chakras .......................................................................... 62 
Os Canais .......................................................................................................... 62 
Khor-los ............................................................................................................. 63 
Ignição do Fogo Interior (Tummo) ................................................................... 67 
 
 
Os Centros de Energia na Visão Taoísta .......................................................... 70 
Os Vasos ou Meridianos ................................................................................... 76 
Órbita Microcósmica ......................................................................................... 78 
Abrindo Jen e Tu Mai, O Caminho do Dragão ................................................. 81 
Simbologia Relacionada aos Chakras ............................................................... 84 
A Glândula Pineal e o Terceiro Olho ................................................................ 84 
O Caduceu de Hermes ....................................................................................... 89 
Referências Bibliográficas ................................................................................. 91 
 1 
 
Introdução 
 Existem diversos estudos sobre o tema que conduzem a uma série de divergências 
representativas dos chakras, tais como as cores, as posições e o número de pétalas de cada 
um. O motivo mais provável é que tais representações sejam apenas metáforas criadas 
por diferentes culturas e mestres no intuito de representar esses centros sutis. Desse modo, 
assim como tudo na vida, a verdade só pode ser verificada por meio da experiência 
própria. Os chakras realmente existem? Onde estão localizados? De que cor são? 
Realmente possuem pétalas? Só a experiência própria poderá responder. 
 Durante a descrição dos chakras, procurei escrever em primeira pessoa, como se 
fosse um mestre a explicá-los ao seu pupilo. Nessas descrições, as cores utilizadas para 
descrever os chakras não são, necessariamente, as verdadeiras. Como dito, tais cores 
divergem muito. A concepção de cores do chakras na forma de arco-íris é muito comum 
atualmente e surgiu final da década 70 e início da década de 80 com o movimento New 
Age, que trouxe o campo da espiritualidade à tona no Ocidente. Ao verificar as escrituras 
tântricas do Yoga ou livros ocultistas, perceberá que as cores apresentadas são diferentes. 
 Também é importante ressaltar que imagens utilizadas para representar os chakras 
são muito simplificadas. Tradicionalmente são carregadas de desenhos e simbologia. 
Mais detalhes sobre essas representações podem ser encontrados no livro de Harish Johari 
no qual ele explica cada elemento simbólico. 
O intuito desse estudo foi de compilar várias informações, que considerei 
importante, em um só lugar, de maneira simples e concisa, mostrando a visãohinduísta, 
budista tibetana e taoísta sobre o assunto. Esse texto foi todo, com exceção da descrição 
dos chakras, praticamente, transcrito ou traduzido de parte dos livros indicados pelo 
número entre colchetes após cada trecho. Caso deseje aprofundar-se em tais temas, é 
recomendado a consultar a referência bibliográfica, com destaque ao livro de Harish 
Jorahi. 
 
 
 
 2 
 
Chakras 
O corpo físico necessita de três fontes de energia básica para o seu sustento: 
comida, ar e energia vital (chi, para os chineses; ki, para os japoneses; prana, para os 
indianos; ou lung, para os tibetanos). Na dimensão física existe uma extensão invisível 
do corpo físico, um corpo sutil ou etérico (chamado duplo etérico por Leadbeater). Esse 
é o veículo pelo o qual fluem as correntes vitais que mantêm o corpo vivo, servindo de 
intermédio na transferência de ondas do pensamento e a emoção do corpo astral ao corpo 
físico denso. [1] 
A palavra sânscrita chakra pode ser traduzida por círculo, roda ou padma (lótus). 
Essa palavra é utilizada para se referir a uma série de vórtices energéticos que existem na 
superfície do corpo etérico. Esses centros de força se projetam ligeiramente além do corpo 
denso e são pontos de conexão entre as dimensões física e astral. Dessa forma, os chakras 
não são entidades físicas no sentido comum. Pessoas com um ligeiro grau de clarividência 
são capazes de vê-los no corpo etérico. [1] [4] 
Todos esses centros giram incessantemente e, por cada um deles, flui 
continuamente a energia do mundo sutil. Sem esse influxo de energia não seria possível 
existir o corpo físico. Portanto, os chakras atuam em todo ser humano, ainda que nas 
pessoas pouco evoluídas é tardo o seu movimento, o estritamente necessário para formar 
o vórtice adequado ao influxo de energia. No homem evoluído, refulgem e palpitam com 
vívida luz, de maneira que por eles passa uma quantidade extremamente maior de energia, 
e o indivíduo obtém como resultado o acréscimo de suas potências e faculdades. Dessa 
forma, os centros diferem de tamanho e brilho conforme o grau evolutivo de uma pessoa. 
Podem, ainda, num mesmo indivíduo, ser uns mais vigorosos que outros. [1] 
Várias tradições orientais fazem referências a alguns centros energéticos. A 
tradição tibetana cita cinco (existem variações), a taoísta cita três e a tântrica hindu 
menciona sete (principais). [4] 
Os sete chakras são, comumente, divididos em três grupos. Os chakras da parte 
inferior do corpo estão associados à matéria, são o Muladhara, Svadhishthana e Manipura. 
O médio, ou intermediário é o Anahata, regente aos sentimentos mais profundos do amor 
e compaixão. Os superiores são Vishuddha, Ajna e Sahasrara, que estão associados ao 
mental e à iluminação. [4] No entanto, essa separação não é precisa, uma vez que alguns 
 3 
 
centros, que não os superiores, também estão relacionadas a faculdades além do mundo 
material. Essa é apenas uma interpretação ocidentalizada do assunto e pode não ser a 
melhor. Nenhum centro é mais importante que o outro, todos funcionam com um único 
propósito, num único conjunto. A separação não passa de ilusão e afasta o homem da 
integralidade. [10] 
Todos os chakras possuem qualidades energéticas próprias que, em desequilíbrio, 
produzem determinadas doenças ou, do contrário, em situação de equilíbrio, conferem ao 
organismo humano inúmeros benefícios. Por isso é importante mantê-los saudáveis por 
meio de técnicas corporais (yoga, tai-chi, dança), técnicas mentais (mantras, 
mentalizações), alimentação equilibrada e não violenta. Os chakras influenciam e são 
influenciados também pelo corpo físico, por isso a necessidade desses cuidados. [4] 
Segundo Tenzin Wangyal Rinpoche, os chakras não são como as fotos 
desenhadas, de lótus que abrem e fecham, que têm um certo número de pétalas e cor. 
Essas imagens são apenas suportes simbólicos para a mente – como mapas – que são 
utilizados para manter o foco da atenção em padrões energéticos que existem em 
determinadas partes do corpo. Os chakras foram, inicialmente, descobertos através da 
prática, das realizações de diferentes praticantes. Quando esses praticantes inicialmente 
desenvolveram experiências dos chakras, não havia linguagem que pudesse descrever 
suas descobertas para aqueles que não tiveram a mesma experiência. Assim, foram 
criadas imagens que poderiam ser usadas como metáforas visuais e com as quais outras 
pessoas poderiam se relacionar. As várias imagens do lótus, por exemplo, sugeriam que 
a energia ao redor de um chakra se expandia e contraía como a abertura e o fechamento 
de uma flor; um chakra parecia diferente do outro e essas diferenças eram representadas 
por cores diferentes; as experiências de concentrações variadas e as complexidades da 
energia nos diferentes chakras foram representadas por diferentes números de pétalas. 
Essas metáforas visuais tornaram-se a linguagem usada para articular as experiências dos 
centros de energia no corpo. Quando um novo praticante visualiza o número certo de 
pétalas e cor num determinado local do corpo, o poder da mente afeta esse ponto 
energético específico e é influenciada por ele. Quando isso ocorre, dizemos que a mente 
e o prana estão unificados no chakra. [16] 
Normalmente os chakras não apresentam mais do que cinco centímetros de 
diâmetros. Com a prática de mantras, yoga, meditação, eles aumentam e sua luz se 
expande. Cada um tem uma cor, mantras e elemento que o estimula. No corpo, eles estão 
 4 
 
associados às glândulas e funcionam como centros de captação, contenção e distribuição 
de energia. [4] 
Existem milhares desses centros, entretanto, são sete os principais. Assim, 
imagine um riacho constituído de sete poças conectadas entre si por estreitos canais. Nele 
a água flui da mesma forma com que a energia vital flui no corpo humano. Antes que a 
água possa prosseguir, deve antes passar por cada uma das poças, que são como os 
chakras. Se nada deter a água, ela pode fluir pura e limpa. No entanto, nem sempre a vida 
é simples e algo pode cair no riacho, impedindo que a água flua livremente. Somente ao 
desobstruir a passagem entre as poças é que energia poderá fluir. [8] 
Cada poça de energia tem um propósito e pode ser bloqueada por uma marca 
emocional específica. Abrir os chakras é uma experiência intensa e uma vez iniciado o 
processo, pode ser que não seja possível o deter, até que os sete estejam abertos. [8] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 
Principais Elementos de Cada Chakra 
Na visão tântrica hindu, os chakras são centros sutis localizados na medula espinal 
e não nos densos plexos nervosos, que estão fora da coluna vertebral. Os cindo elementos 
(akasha, ar, fogo, água e terra) surgem a partir dos cinco tanmatras: som (shabda), olfato 
(gandha), paladar (rasa), forma (rupa) e tato (sparsha). Tanmatra, literalmente, significa 
“apenas isso” (tan: isso, matra: apenas), são puras frequências ou essências. Isto foi 
afirmado: “O som cria o vazio (akasha), como o olfato cria a terra, o paladar cria a água; 
a forma cria o fogo e o tato cria o ar” (gunankam akasham shabda). A partir dos tanmatras 
se desenvolvem os elementos (mahabhutas) e dos mahabhutas se desenvolvem os órgãos 
dos sentidos e os órgãos de ação (indriyas). Embora sejam sutis, eles têm uma relação 
precisa com o campo material concreto do corpo e suas funções. Cada um dos cinco 
primeiros chakras está associado com um elemento específico e cada um dos tanmatras 
está relacionado com um princípio dos sentidos, de modo que cada chakra também está 
conectado com um órgão especifico dos sentidos. [3] 
Nessa perspectiva, outros elementos dos chakras são: 
Bija mantra: Som semente que estimula o chakra. Esse som atua na raiz ou centro dos 
chakras, fazendo-os vibrar. O ocultismo ocidental utiliza muito dessa prática. [4] No áudio 
disponível no Youtube (link: https://www.youtube.com/watch?v=6Gau0ekStqU&t)Harish Johari explica cada um dos chakras e reproduz os seus respectivos Bija mantras, 
assim é possível ter uma ideia do som de cada um. 
Bijas menores: Correspondem a uma série de bijas mantra inscritos nas pétalas dos 
chakras. Cada fonema estimula uma pétala específica de um chakra. Devido a força dos 
mesmo em estimular poderosamente os chakras e elevar coluna vertebral (meru) acima a 
energia Kundalini, esses sons são considerados secretos por praticantes tântricos 
adiantados. Todos os estudos e práticas dos bijas vêm das escolas tântricas, e estão na 
língua sagrada sânscrita. No Tibet, por exemplo, utilizam de outros sons e mantras, além 
de trabalharem apenas com cinco chakras. [4] 
Os bija mantras são frequências de som usadas para invocar a energia divina dentro do 
corpo. Esse poder latente da divindade é despertado pela produção do som em uma 
maneira apropriada. Só se pode aprender o processo de produzir som de modo correto 
diretamente de um guru. Quando o discípulo aprende a produzir o som de modo correto, 
https://www.youtube.com/watch?v=6Gau0ekStqU&t
 6 
 
rapidamente produz o efeito desejado de invocar a energia divina. O aspecto sonoro do 
mantra assume a forma da divindade conectada com o mantra e conduz o discípulo ao 
estado de profunda e ininterrupta concentração. [3] 
Deidade: é uma Shakti (energia transpessoal e física) que é um poder específico de cada 
um, além de uma energia que pode ser chamada de divindade regente. São símbolos das 
propensões e latências samsaricas associadas a cada centro. Esses símbolos falam 
diretamente à mente subconsciente, não precisam ser interpretados. Apenas se deve 
observá-los e as emoções que despertam. [3] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
1° Chakra: Muladhara 
 
 
 
O primeiro chakra a ser energizado é o da terra, que representa a matéria e o 
mundo material. Possui quatro pétalas e cor vibracional vermelha. Situado na base da 
coluna (entre as genitais e o ânus), é por ele que a energia da Terra, sutilmente, penetra o 
sistema energético do corpo. Este chakra governa a dimensão física e todos os aspectos 
sólidos do corpo. Por isso, está relacionado ao instinto de sobrevivência, sendo bloqueado 
pelo medo. 
É o chakra responsável por energizar e fortalecer o corpo físico em prol do bem-
estar físico. Por ser o chakra mais básico e primitivo, é o mais fácil de ser estimulado e o 
único que está sempre ativo em todas as pessoas. Normalmente é o chakra mais forte nos 
homens. 
Aqueles que são dominados por este chakra, em geral, dormem entre dez a doze 
horas por noite, de barriga para baixo, comem mais, falam menos, são descuidados ou 
distraídos, não vivem de acordo com as leis naturais e não se alimentam de maneira 
saudável. Como crianças, precisam de orientação. [3] 
Ao energizar este chakra, sentirás uma profunda conexão com a Terra, a natureza 
e suas criaturas, uma força vital límpida, o corpo se encherá de vitalidade, saúde, 
 8 
 
desenvolvendo imunidade às doenças. Já um desequilíbrio poderá lhe tornar agressivo, 
instintivo, apegado aos bens materiais e as questões do corpo. Além disso, poderá 
conduzir a insegurança, dificuldades em desenvolver a sensibilidade e perceber as 
sutilizas da vida. 
“O que mais temes? Deixa que seus temores fiquem claros. Sua visão não é real, 
estás preocupado com a sobrevivência, mas deves entregar-se a esses medos. Deixa que 
que os temores fluam riacho abaixo...” 
“O primeiro chakra, chamado Muladhara é belo como um rubi; medita sobre ele, 
com o olhar fixo na ponta do nariz, e liberte-se de seus medos.” 
 
Significado do nome: suporte, fundação ou raiz dos chakras 
Outros nomes: Chakra Base, Chakra Raiz, Chakra Básico, Adhara 
Tattva (Elemento): Terra, o mais denso de todos os elementos. Esse elemento provê estabilidade, 
segurança e condições para a completude humana em todos os níveis. 
Forma do Yantra: Quadrado (símbolo da terra) 
Triângulo Invertido: também conhecido como tripura (tri: três, pura: mundos), ele representa os três 
aspectos da consciência: cognição, conação, volição; os três aspectos de experiência: conhecer, fazer e 
sentir; e as três divindades: Brahma, Vishnu e Shiva. 
Aspectos: segurança, instinto de sobrevivência, a autorrealização, autodeterminação, autoafirmação, medo. 
Funções: é o chakra onde nasce e reside a energia Kundalini que se movimenta em espiral, pelos Nadis Ida 
e Pingala, distribuindo, por todo o corpo, o impulso de vida. É também um dos centros eróticos do ser, 
principalmente do homem. 
Disfunções: doenças do sangue; anemia; distúrbios do reto, ânus e uretra; problemas de músculos, ossos e 
articulações. 
Cor Vibracional: Vermelho (256Hz/396 Hz) 
Nota Musical: Dó 
Pedras: rubi vermelho, ágata vermelha e granada vermelha 
Localização: Plexo pélvico, região entre o ânus e as genitais, base da espinha dorsal; as três primeiras 
vértebras. 
Glândulas correspondentes: Adrenais 
 9 
 
Plexo correspondente: Nervoso Autônomo Coccíneo 
Sentido predominante: olfato 
Órgão sensorial: nariz 
Órgão motor: ânus 
Número de pétalas: 4 (representam: o estado da máxima alegria; estado de prazer natural; o deleite no 
controle das paixões; e a felicidade suprema na concentração) 
Bloqueio: medo 
Som do Bija (Mantra): LAM. É produzida colocando os lábios em forma de um quadrado e empurrando 
a língua em formato quadrado contra o palato. O som faz vibrar o palato, o cérebro e o topo do crânio. A 
repetição desse bija mantra aprofunda a concentração, propiciando atenção plena e força interior. 
Plano (Loka): Plano Físico (Bhur Loka) 
Planeta regente: Marte (solar, masculino) 
Período da vida que costuma ser mais predominante: de 1 a 7 anos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
2° Chakra: Svadhishthana 
 
 
 
O próximo é chakra da água, que representa os sentimentos e a essência da vida. 
Possui seis pétalas e a cor vibratória alaranja. Situado dois dedos abaixo do umbigo, este 
é o centro das emoções e da energia criativa sexual. É responsável pela habilidade de 
sedução, magnetismo pessoal e o prazer. 
Como pode ser observado, a Lua influência nas marés do oceano, desse modo, tal 
vórtice está fortemente associado à Lua, a qual desempenha uma grande influência na 
vida das pessoas e as faz passarem por diversas flutuações emocionais durante as fases 
de mudança da Lua, principalmente as mulheres, que, normalmente, o tem como o chakra 
mais forte. Por isso, a menstruação e o ciclo lunar são extremamente importantes para o 
controle e domínio deste chakra nas mulheres. 
Aqueles que são dominados por este chakra, em geral, dormem de oito a dez horas 
por noite em uma posição fetal. Assumem um comportamento semelhante à uma 
borboleta: apreciando a beleza de cada flor, flertando, voando, esquecendo. Também são 
propícios a desenvolver o hábito de enxergar o mundo como um obstáculo, as leis sociais 
como restrições e a disciplina como um controle indesejado. Nada entusiasma, nada 
agrada, o pessimismo toma conta e tendências suicidas se desenvolvem. Inveja e ciúme 
 11 
 
surgem do desejo de possuir o tempo ou a qualidade de outras pessoas. Isso resulta num 
estado de inquietude, ansiedade e destrutividade. Dessa maneira, costumam inventar 
histórias e mentiras para chamar a atenção.[3] Sendo assim, este chakra é bloqueado pelo 
sentimento de culpa. 
Por meio da alimentação, do sono e do ato sexual bem regulados, pode-se obter o 
controle deste chakra, garantindo equilíbrio emocional, flexibilidade, criatividade, a boa 
circulação do sangue e equilíbrio de todos os outros fluidos corporais, melhorando a saúde 
do corpo e aumentando a longevidade. Já um desequilíbrio poderá o tornar 
emocionalmente instável, apático pela vida, e pouco criativo. Poderá também conduzir a 
um estado de vício por aquilo que te dá prazer, seja comida, sexo, ou a alguém (apego e 
ciúmes excessivo). 
“Observa todaa culpa que atormenta a alma. Pelo o que te culpas? Aceita a 
realidade e o que aconteceu, não deixa que o passado obscureça e envenene sua energia. 
Perdoe-se...” 
“O segundo chakra, chamado Svadhishthana, é como ouro polido; medita sobre 
ele e liberte-se da culpa. Permita à mente refletir o mundo, assim como a Lua reflete o 
Sol.” 
 
Significado do nome: “fundamento de si próprio”, morada do ser, morada da vida, morada própria (indica 
que a morada original da Kundalini era neste chakra) 
Outros nomes: Chakra Sacral, Chakra Umbilical, Chakra Esplênico, Adhisththana, Shaddala. 
Tattva (Elemento): Água. Representa a vitalidade e essência da vida. O elemento água se desenvolve a 
partir de rasa tanmatra (princípio do paladar), motivo pelo qual a língua é o órgão sensorial. 
Forma do Yantra: Círculo com crescente (círculo representa o elemento água e a crescente dentro do 
círculo é associado com a Lua) 
Aspectos: sexualidade, sedução, sensualidade, atração, procriação, relacionamentos, família, vitalidade, 
criatividade inferior (fantasias e desejos sexuais), culpa. 
Funções: energia de criatividade, purificação e impulso emocional. É o centro de procriação, manifesta-se 
sexualmente, mas sob o aspecto de sensação e prazer; fantasias e desejos sexuais. Neste chakra inicia-se a 
expansão da personalidade (ego). 
Disfunções: problemas intestinais, colite, tumores na bexiga e disfunção sexual. 
 12 
 
Cor vibracional: Laranja (288Hz/417 Hz) 
Nota musical: Ré 
Pedras: quartzo laranja e calcita 
Localização: dois ou três dedos abaixo do umbigo 
Glândulas correspondentes: Ovários ou Testículos 
Plexo correspondente: Nervoso Sacro 
Sentido predominante: paladar 
Órgão sensorial: língua 
Órgão motor: genitais 
Número de pétalas: 6 [representam seis importantes modificações mentais: afeto (condescendência), 
desconfiança, desdém, ilusão, destrutividade e impiedade] 
Bloqueio: culpa 
Som do Bija (Mantra): VAM. Para produzir esse som, os lábios fazem a forma de um círculo e o ar é 
empurrado através dos lábios com o som ressoando como se estivessem vindo de um tubo. Sons de água 
intensificam o poder dessa sílaba seminal: quando o bija mantra é repetido na presença do elemento água, 
ele intensifica a produção de fluidos no corpo. 
Plano (Loka): Plano Astral (Bhuvar Loka, espaço entre o céu e a terra) 
Planeta Regente: Mercúrio (lunar, feminino) 
Período da vida que costuma ser mais predominante: de 8 a 14 anos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
 
3° Chakra: Manipura 
 
 
 
O terceiro é o chakra do fogo, que representa o fogo interior do corpo. Possui dez 
pétalas e cor vibracional amarela. Localizado no centro do abdômen (na altura do 
estômago), é o responsável pela força de vontade, auto controle e liberdade. É bloqueado 
pela vergonha e pela angústia. 
Este chakra é o centro de compensação dos outros chakras. É regido pelo Sol e 
funciona como um receptor e emissor de energias, por isso plexo solar. Desse modo, é a 
chave para se proteger de espíritos, pessoas e ambientes carregados com energias densas, 
bem como influenciar energeticamente espíritos, pessoas e ambientes. 
Aqueles que são dominados por este chakra, em geral, dormem entre seis a oito 
horas por noite, de costas. O ego é o principal problema relacionado a este chakra. Desse 
modo, essas pessoas são motivadas pelos desejos de identificação, reconhecimento, poder 
e melhores condições de vida. A ambição e o orgulho nas realizações ocupam uma grande 
parte da consciência das pessoas do terceiro chakra. 
 14 
 
O equilíbrio desse chakra pode ser conseguido pelo serviço abnegado, ou seja, 
servir sem o desejo de recompensa. Assim, obtêm-se uma excelente defesa psíquica, 
impedindo o esgotamento energético. Um desequilíbrio, no entanto, o tornará susceptível 
a influências externas que podem o conduzir, constantemente, ao cansaço e esgotamento 
energético. 
 “De que mais tens vergonha? Qual é o maior desapontamento que carregas? 
Nunca encontrarás o equilíbrio se negar alguma parte de sua vida...” 
“O terceiro chakra, chamado Manipura, é como o sol nascente; medita sobre ele 
e liberte-se da vergonha e da angústia.” 
 
Significado do nome: Joia Brilhante, Cidade das Joias, Repleto de Joias 
Outros nomes: Plexo Solar, Manipuraka, Nabhi 
Tattva (Elemento): Fogo, é tanto calor como energia luminosa, mas o calor é dominante. Está relacionado 
ao Sol, o planeta regente desse chakra. O Sol é a fonte de vida no sistema solar e o umbigo representa a 
fonte da vida no corpo. Uma criança no útero está conectada com sua mãe através do cordão umbilical que, 
quando cortado, torna-se o umbigo. A mãe é a fonte de nutrição e energia para o feto em desenvolvimento. 
O fogo na região do umbigo ajuda na digestão e absorção do alimento, o que supre o corpo todo com a 
energia vital necessária para a sobrevivência. 
Forma do Yantra: Triângulo invertido (símbolo do elemento fogo e sugere o movimento da energia 
descendente. Ele obstrui o movimento ascendente da Kundalini até ser penetrado, Brahma Granthi) 
Aspectos: poder pessoal, emotividade, afetividade pessoal, estímulo intelectual, raiva, impulsividade, 
vergonha e angústia. 
Funções: desenvolvimento do ego e da identidade individual, impulso de liderança, praticidade, trabalho. 
Disfunções: doenças do estômago, pâncreas, fígado, vesícula e baço. 
Cor vibracional: amarelo (528Hz) 
Nota musical: Mi 
Pedra: topázio 
Localização: centro do abdômen, na altura do estômago. 
Glândula correspondente: pâncreas 
Plexo correspondente: solar 
Sentido predominante: visão 
 15 
 
Órgão sensorial: olhos 
Órgão motor: pés e pernas 
Número de pétalas: 10 (representam a localização das dez modificações mentais: ignorância espiritual, 
sede, ciúme, traição, vergonha, medo, desgosto, ilusão, insensatez, tristeza. Também representam os dez 
pranas: prana, apana, samana, vyana, udana, naga, dhananjaya, devadatta, kurma e krikilla) 
Bloqueio: vergonha e angústia 
Som do Bija (Mantra): RAM. Esse som é produzido fazendo-se uma forma triangular com os lábios e 
empurrando a língua contra o palato. O som se origina a partir do umbigo quando repetido de maneira 
adequada. 
Plano (Loka): Plano Celestial (Svah ou Svarga Loka) 
Planeta regente: Sol (solar, masculino) 
Período da vida que costuma ser mais predominante: de 14 a 21 anos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
4° Chakra: Anahata 
 
 
 
O quarto chakra a ser aberto é o chakra do elemento ar. Possui doze pétalas e a 
cor vibracional verde. Localizado no coração, este é o chakra que estabelece a conexão 
entre o corpo físico e cósmico. 
Este chakra é relacionado ao sentimento de amor e, por isso, está bloqueado pela 
mágoa, rancor e ódio. Para energizá-lo, deves desenvolver a compaixão, a aceitação e o 
desapego. Dessa maneira, serás capaz de se harmonizar e encontrar Atman (o verdadeiro 
eu), o mais elevado princípio humano, a essência divina, sem forma e indivisível. 
Aqueles que são centrados no quarto chakra já superaram as preocupações dos 
chakras inferiores: segurança (primeiro chakra), sensualidade e sexualidade (segundo 
chakra), nome, dama, autoridade, status social, poder e imortalidade física (terceiro 
chakra). Por isso, evoluíram para além das limitações ambientais e circunstanciais e se 
tornarão independente e autoemeanante. O amor e compaixão das pessoas do quarto 
chakra as tornam uma fonte de inspiração para outras pessoas, que encontram paz e calma 
em sua presença. Se movem naturalmente de forma rítmica e graciosa, e o amor pode ser 
 17 
 
visto fluindo constantemente de seus olhos, contato, gestos e mãos, ou seja, da pessoa 
inteira. Dormem de quatro a seis horas por noite, em seu lado esquerdo. 
O controle deste chakra traz o equilíbrio entre as energias masculina e feminina, 
sensação de plenitude e sincera compaixão. Por outro lado, um desequilíbrio poderá lhe 
conduzir a uma sensação devazio interior, angústia, rancor, ódio. 
“Derrame toda a sua amargura diante de ti, mesmo que tenhas sofrido uma 
grande perda. O amor, por ser uma forma de energia, está em todo nosso redor. Aquele 
amor que lhe deixaram ainda permanece neste mundo. Encontre-o dentro do seu coração 
e permita que ele renasça na forma de um novo amor. Deixe a mágoa fluir para longe...” 
“O quarto chakra, chamado Anahata, o lótus do coração, resplandecente como 
um relâmpago; medita sobre a luz clara e brilhante que dele emana e torne-se unificado 
com o Todo.” 
 
Significado do Nome: Intocado, Invicto, Inviolado, “som não produzido” (batidas do coração) 
Outros Nomes: Chakra Cardíaco, Hritpankaja, Dvadashadala 
Tattva (Elemento): Ar, elemento que não possui forma, cheiro e gosto. 
Forma do Yantra: Hexagrama, ou estrela de seis pontas (símbolo do elemento Ar). A estrela é composta 
por dois triângulos que se cruzam e se sobrepõem. Um aponta para cima e simboliza Shiva, o princípio 
masculino. O outro triângulo aponta para baixo e simboliza Shakti, o princípio feminino. Assim, a estrela 
representa o equilíbrio que é atingido quando esses dois princípios se unem em harmonia. Também 
simboliza o equilíbrio da energia no chakra do coração, entre os três chakras acima e os três chakras abaixo 
dele. 
Aspectos: amor, compaixão, perdão, fé, devoção, equilíbrio, harmonia interior, verdade, gratidão, 
ressentimento e mágoa. 
Funções: intermedia os chakras superiores e inferiores, impulso de se ligar à verdade, ao amor, reequilíbrio, 
altruísmo, compaixão. Este chakra se expande em todas as direções e dimensões, como uma estrela de seis 
pontas. 
Disfunções: doenças cardíacas, hipertensão, depressão, desgosto e problemas respiratórios. 
Cor vibracional: verde (639 Hz) 
Nota musical: Fá 
Pedras: esmeralda e quartzo rosa 
 18 
 
Localização: No centro do tórax, entre os pulmões e na linha do coração 
Glândula correspondente: Timo 
Plexo correspondente: nervoso cardíaco e pulmonar 
Sentido predominante: tato 
Órgão sensorial: pele 
Órgão motor: mãos 
Número de pétalas: 12 (representam as dozes modificações mentais: esperanaça, ansiedade, empenho, 
possessividade, arrogância, incompetência, discriminação, egoísmo, lascívia, fraudulência, indecisão e 
arrependimento. 
Bloqueio: mágoa, ressentimento, rancor e ódio 
Som do Bija (Mantra): YAM. A sílaba seminal do elemnto ar é produzida com a língua imóvel no ar, 
dentro da boca, depois de tocar o palato. Quando esse som é produzido de modo adeuqado, o corção 
espiritual vibra e quaisquer bloqueios na região cardíaca são abertos. O verdadeiro conhecimento se 
manifesta na consciência e o segundo nó, o Vishnu Granthi, é defeito, permitindo qua a energia comece a 
fluir para cima, desobstruída no caminho Sushumna. Esse bija mantra propicia o controle sobre o ar, o prana 
e a respiração. Ele ajuda na suspensão automática da respiração por períodos maiores de tempo. 
Plano (Loka): Plano da Harmonia (Mahar Loka) 
Planeta regente: Vênus (lunar, feminino) 
Período da vida que costuma ser mais predominante: de 21 a 28 anos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
5° Chakra: Vishuddha 
 
 
 
O quinto da sequência é o chakra do som. Possui dezesseis pétalas e cor 
vibracional azul. Localizado na garganta, este chakra é a porta de conexão com o plano 
astral. 
Este chakra é relacionado à habilidade com as palavras e à expressão verbal em 
geral. É energizado pelo exercício da verdade, sendo assim, é bloqueado por mentiras, 
tanto a terceiros quanto àquelas que contamos a nós mesmos. 
Aqueles que são dominados por este chakra, em geral, dormem entre quatro a seis 
horas por noite, trocando de lado. O principal obstáculo relacionado a esse centro é a 
dúvida ou o intelecto negativo (falsas verdades). Desse modo, o buscador do quinto 
chakra deve procurar o conhecimento verdadeiro, além das limitações do tempo e do 
condicionamento cultural. 
O controle desse chakra advém do viver de maneira simples e do cultivo de 
pensamentos elevados. Assim, obténs facilidade de comunicação, expressão verbal, 
clariaudiência e clariolfatismo. Entretanto, um desequilíbrio poderá lhe conduzir à 
 20 
 
dificuldade de comunicação e expressão, à gagueira, à laringite, à dor de garganta e a 
tosses. 
“Não deves mentir sobre tua própria natureza, mas sim, aceita-la...” 
“O quinto chakra, chamado Vishuddha, a fonte do néctar e do renascimento 
espiritual; medita sobre o vazio (shunya) e ouça o Todo.” 
 
Significado do nome: Centro de Pureza, Puro (purifica o próprio veneno) 
Outros nomes: Chakra Laríngeo, Kantha Padma, Shodasha Dla 
Tattva (Elemento): Akasha ou éter (o vazio ou espaço). É o elemento sustentador de toda a existência. 
Assim como todos os elementos se dissolvem no akasha puro e de luz própria, toda a condição mundana se 
dissolve na presença de uma pessoa dominada pelo quinto chakra, porque as distrações criadas pelos 
sentidos e pela mente deixam de ser um problema. Há cinco tipos de akasha: abhrakasha, o vazio 
atmosférico; jalakasha, o vazio na água; ghatakasha, o vazio em um vaso; patakasha, o vazio em relação a 
uma superfície; mahakasha, o supremo vazio no qual apenas o nada (shunya) existe. Segundo Buddha, esse 
vazio (shunya) é a realidade última. 
Forma do Yantra: Círculo (representa o mais puro de todos os elementos: akasha, o vazio) 
Aspectos: criatividade superior, autoexpresão, timidez, vergonha, comunicação interna e externa – 
esclarecimento que conduz ao estado divido, consciência e crenças. 
Funções: autoconhecimento, felicidade. Segundo Satchackra Virupana: “(...) quem alcança o 
conhecimento mediante a concentração constante da consciência neste lotus, converte-se num grande sábio 
e encontra a paz. O indivíduo se eleva e se purifica de todos os karmas; morre para o passado e renasce 
para a realização da unidade.” 
Disfunções: laringite, tireoidite, tumores e câncer da laringe. 
Cor vibracional: azul claro (384Hz/741Hz) 
Nota musical: Sol 
Pedras: safira azul, ágata marinha 
Localização: garganta 
Glândula correspondente: Tireoide 
Plexo correspondente: Nervoso Laríngeo 
Sentido predominante: audição 
Órgão sensorial: ouvidos 
 21 
 
Órgão motor: boca 
Número de pétalas: 16 (representam dezesseis qualidades específicas. A maior parte relacionada ao som 
musical, frequências em uma escala harmônica e mantras usados para a invocação de divindades dentro do 
corpo.) 
Bloqueio: mentiras 
Som do Bija (Mantra): HAM. É produzido fazendo-se com os lábios uma forma oval e empurrando o ar 
para fora a partir da garganta. A concentração é centrada na curva oca da parte inferior do pescoço. Quando 
esse som é produzido de maneira adequada, ele faz com que o cérebro vibre e com que o fluido 
cerebrospinal circule mais livremente na região da garganta, trazendo qualidades doces e melodiosas à voz. 
Plano (Loka): Plano Humano (Jana Loka) onde a grande escuridão espiritual termina. 
Planeta regente: Júpiter 
Período da vida que costuma ser mais predominante: de 28 a 35 anos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 
6° Chakra: Ajna 
 
 
 
O sexto centro de energia é o chakra da luz. Possui duas pétalas e cor vibracional 
índigo. Localizado no centro da testa (praticamente entre as sobrancelhas), onde os três 
nadis principais (Ida, Pingala e Sushumna) se fundem para formar uma única passagem 
de energia vital, que continua a subir até o chakra Sahasrara. Este é o chakra diretamente 
relacionado a terceira visão, pela qual é possível enxergar além do mundo material. É 
considerado a porta da alma, responsável pelo discernimento, pela intuição e percepção. 
Está bloqueado pela ilusão. 
Ao entrar num estado de concentração profunda, a autopercepção e a consciência 
do ego desaparecem temporariamente; assim, poderás ouvir a voz do seu verdadeiro Eu 
(Atman) ou do seu mestre espiritual. Por esta razão, o chakra Ajna é conhecido como 
“centro de comando”.Aquele que estabelece a si mesmo no local entre as sobrancelhas percebe que é o 
espírito imortal num corpo temporal e vai além de todos os tipos de desejos que motivam 
a vida e impelem o movimento em muitas direções. Se torna concentrado e, por ter trazido 
a respiração e a mente sob controle, conseguem manter um estado contínuo de samādhi 
 23 
 
(não dualidade realizada) durante todas as ações. Tudo o que deseja se concretiza. Além 
disso, o controle desse chakra permitirá estabelecer comunicações telepáticas, podendo, 
então, enxergar o plano espiritual e as nuanças da vida. Por outro lado, o desequilíbrio 
poderá acarretar em constante confusão mental e dores de cabeça. 
“A grande ilusão desse mundo é a ilusão da separação. Nada está separado. 
Tudo, na verdade, é um só. No entanto, vivemos como se estivéssemos separados. Todos 
estão conectados, tudo está conectado. Mesmo a separação dos quatro elementos é uma 
ilusão. Se abrires a mente, verás que todos os elementos são um só, quatro partes de um 
todo...” 
 “O sexto chakra, chamado Ajna, é como uma pérola que habita o ponto entre as 
sobrancelhas; medita sobre ele e enxergue além da ilusão. Observador e observado são, 
de fato, um só.” 
 
Significado do nome: Autoridade, Centro de Comando, Poder Ilimitado 
Outros nomes: Chakra Frontal, Terceiro Olho, Bhru Madhya, Dvidala Padma 
Tattva (Elemento): Mahat ou mahatattva (supremo ou grande elemento), no qual todos os os cinco 
elementos (akasha, ar, fogo, água e terra) estão presentes em sua pura essência. 
Forma do Yantra: Círculo com duas pétalas, que representam o pedúnculo da glândula pineal. 
Aspectos: a intuição, forças espirituais superiores, conhecimento, falta de discernimento, visão interior, 
consciência; capacidade de observar sem julgar. 
Funções: austeridade, intuição, serenidade. É o chakra da faculdade do conhecimento: buddhi (estar 
desperto), ahankara (o ser/self), indriyas (sentidos) e manas (mente). 
Disfunções: doenças oculares e sinusites. 
Cor vibracional: índigo (432Hz/852Hz) 
Nota musical: Lá 
Pedras: cristais brancos, ametistas e lazúli 
Localização: centro da testa, praticamente entre as sobrancelhas 
Glândula correspondente: Pituitária 
Plexo correspondente: Nervoso Cavernoso 
Sentido predominante: 
 24 
 
Órgão sensorial: 
Órgão motor: 
Número de pétalas: 2 
Bloqueio: ilusão 
Som do Bija (Mantra): AUM. Fonte de todos os sons, está conectado como o anahata; nada, o som 
cósmico primordial. Dessa maneira, ele cria a unidade e a consciência não dual. É a união de todos os 
elementos. 
Plano (Loka): Plano da Austeridade (Tapo Loka) 
Planeta regente: Saturno 
Período da vida que costuma ser mais predominante: 
 
 
 
Figura 1 – Significado do Mantra AUM 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
7° Chakra: Sahasrara 
 
 
 
O último chakra é o do pensamento. Possui mil pétalas e cor vibracional violeta. 
Localizado na coroa da cabeça, este chakra é responsável por lidar com energia cósmica 
que flui para o corpo. É a conexão com o universo espiritual, o portal para a super 
consciência, estando bloqueado pelos apegos mundanos. 
No princípio é, como todos os demais chakras, um vórtice pelo qual penetra a 
divina energia procedente do universo. No entanto, ao conceber da iluminação, esse 
chakra se reverte, de dentro para fora, deixando de ser um canal receptor e passando a ser 
uma radiante fonte de energia, uma proeminência ereta sobre a cabeça, uma verdadeira 
coroa de glória. 
A energização de centro revela as experiências mais profundas e transformadoras, 
conduzindo assim a verdadeira sabedoria e à iluminação. Então, todas as sensações, 
emoções e desejos, que são as atividades da mente, são dissolvidos em sua causa primária. 
Nesse estado não existe atividade mental, nenhum conhecedor, nenhum conhecimento, 
 26 
 
nada a ser conhecido, tudo se torna unificado e liberado. Este é o mais elevado estado da 
existência. 
 Nele, permanecerás até que todos os seus karmas anteriores estejam 
completamente exauridos. Só então, poderás deixar o corpo à sua vontade e seguir o 
caminho de não-retorno, fundindo-se na suprema consciência. 
“Medite sobre o que te prende a este mundo. Deixe que todos esses apegos se 
esvaem, deixe que fluam abaixo no rio, esqueça-os... Aprenda a deixá-los ir, ou a energia 
cósmica não poderá fluir do universo. Para controlar atingir o estado de iluminado, 
deves energizar todos os chakras. Renda-se a si mesmo. Pense nos seus apegos e os 
deixem ir. Permita que a energia cósmica possa fluir.” 
“O sétimo chakra, chamado Sahasrara, o lótus de mil pétalas, coroa 
resplandecente; medita sobre ele e liberte-se do sofrimento. Torne-se brilhante como o 
Sol.” 
 
Significado do nome: Com Mil Pétalas, Vazio, Morada Sem Suporte (niramlamba – sem suporte, puri – 
morada) 
Outros nomes: Chakra Coronário, Chakra Shunya (vazio, vácuo), Chakra Niralambapuri (moradia sem 
apoio), A Flor de Mil Pétalas 
Tattva (Elemento): transcende toda a influência material. 
Aspectos: forças espirituais superiores, vontade espiritual, o reconhecimento da Iluminação, Atman, 
Purusha, Imortalidade, falta de percepção espiritual. 
Funções: iluminação, espiritualidade plena, manifestação do divino. 
Disfunções: distúrbios mentais e nervosos, psicoses. 
Cor vibracional: violeta (432Hz/852Hz) 
Nota musical: Si 
Pedras: magenta, quartzo Branco e Pirita 
Localização: topo ou coroa da cabeça 
Glândula correspondente: Pineal 
Plexo correspondente: Esse chakra não está relacionado com nenhum plexo simpático do corpo físico, 
mas o está com a glândula pineal e o corpo pituitário. 
 27 
 
Sentido predominante: 
Órgão sensorial: 
Órgão motor: 
Número de pétalas: 1000 
Bloqueio: apego 
Som do Bija (Mantra): SHAM (várias referências não atribuem um Bija para esse chakra) 
Plano (Loka): verdade, realidade (Satyam Loka) 
Planeta regente: Ketu 
Período da vida que costuma ser mais predominante: 
 
 
 
 
Figura 2 – Disposição do Chakra Sahasrara e Ajna 
 
 
 
 
 28 
 
 
Figura 3 – Os Sete Chakras no Corpo Humano 
 
 
 
O Ego e os Três Primeiros Chakras 
O ego existe em todos os chakras. No primeiro chakra, ele é guiado pelo 
empregador, que provê segurança material. No segundo chakra, é controlado pelo sexo 
oposto, ao passo que no terceiro chakra, ele se torna autocentrado e luta por poder pessoal, 
identificação e reconhecimento, mesmo em detrimento da família e dos amigos. No 
primeiro chakra, o ego se sente orgulhoso do poder muscular; no segundo, sente orgulho 
da beleza física, da juventude e do magnetismo pessoal; no terceiro, sente orgulho com a 
habilidade de controlar. 
 
 29 
 
Bindu Visargha 
 
Figura 4 – Bindu Visargha 
 
 Bindu significa “gota” ou “marca”, e Bindu Visargha quer dizer, literalmente, 
“queda da gota”. Visto que “gota” se refere ao néctar, esta frase ficaria mais significativa 
como sendo “a sede do néctar”. [2] 
 Segundo a tradição, o Bindu localiza-se perto do topo do cérebro, na direção da 
parte posterior da cabeça. Nesse local, existe uma ligeira depressão, onde se concentra 
uma pequena quantidade de secreção líquida. Dentro dessa depressão, existe uma 
elevação mínima, localização exata do Bindu na estrutura fisiológica. [2] 
 O Bindu é o centro do nada, ou do som psíquico. Segundo Satyananda, esse ponto 
controla a percepção visual. Inclusive, os nervos cranianos ligam-no sistema óptico. Por 
esse motivo, qualquer irregularidade no Bindu pode causar distúrbios visuais. [2] 
 Por não ser exatamente um chakra, o Bindu não é representado por um lótus ou 
por divindades residentes. Seu símbolo é uma lua cheia – representa o pondo onde começa 
a individualização – e também uma lua crescente, indicando o fato de que apenas uma 
parte da totalidade infinita existente no Sahasrara se manifesta. [2] 
 
 
 
 30 
 
Os Nadis 
 Satyananda afirma que embora a palavra “nadi” seja frequentemente traduzidapor 
“nervo”, ela deriva da raiz nad, que significa movimento, fluxo, corrente. Portanto, 
deveria ser interpretada como o fluxo de consciência psíquica e não simplesmente como 
um conduto físico para esse fluxo. [2] Assim, nadis são canais de energia que percorrem o 
corpo sutil (ou etérico) distribuindo prana (energia vital, ou, literalmente, “aquilo que 
flui”) por todo o corpo e vivificando o invólucro físico. [5] Por enquanto, não há consenso 
sobre o verdadeiro número de nadis existentes. Alguns ensinamentos falam num total de 
72 mil, enquanto outros dizem que existem por volta de 34 mil. Contudo, todos os 
ensinamentos viáveis citam 10 ou 14 nadis como os mais importantes. [2] 
No corpo etérico existem três canais principais pelos quais fluem o prana, são 
chamados de Ida, Pingala e Sushumna. Deles, se origina uma circulação que do canal 
central se distribui por todo o corpo. Essas três nadis originam-se no Muladhara, na base 
da espinha. O Ida sai à esquerda do Sushumna, e o Pingala à direita (bem entendia, à 
esquerda e à direita do homem e não no espectador; mas na mulher estão invertidas estas 
posições). [1] Subindo pela espinha, num movimento espiral, Ida e Pingala entrecruzam-
se na altura de cada chakra. [2] Essas duas nadis simbolizam a polaridade do homem, e é 
no Ajna Chakra onde Ida e Pingala (o primeiro chega pela esquerda e o segundo pela 
direita) concluem a sua jornada, que a visão da Unidade inicia sua manifestação. [5] 
Sushumna sobe reto pela espinha, do chakra Muladhara até o chakra Sahasrara. 
Ida: é a nadi da polaridade lunar. [...] Sua energia é passiva, mental, feminina, 
negativa, fria, lua, interna, intuitiva, subjetiva, mente subconsciente e ativa o sistema 
nervoso parassimpático e o hemisfério direito do cérebro. [5] Assim, nutre e purifica o 
corpo e mente. Possui cor branca e fica mais energizada durante o ciclo lunar ascendente 
(da lua nova até a lua cheia), assim, Ida é dominante por nove dias em uma quinzena, na 
hora do nascer do sol e do pôr do sol. [3] 
Pingala: é a nadi da polaridade solar. [...] Sua energia é ativa, vital, masculina, 
positiva, quente, sol, externa, lógica, objetiva, mente consciente e ativa o sistema nervoso 
simpático e o hemisfério esquerdo do cérebro. Essa nadi é mais ativa durante o ciclo lunar 
descendente (da lua cheia para a lua nova) e opera por nove dias em uma quinzena, na 
hora do nascer do sol e do pôr do sol. [5] 
 31 
 
Sushumna: é o canal central que emerge desde a base da coluna vertebral (meru) 
até o topo da cabeça e desemboca no Sahasrara. É considerado o canal que corresponde 
ao sistema nervoso central. Na maioria dos seres humanos, este canal central se encontra 
adormecido. É por ele que flui a essência espiritual do ser, a Kundalini. Quando a 
Kundalini desperta, ascende pelo Sushumna, que se eleva até o Brahma-randhra (o 
décimo portal através do qual a Kundalini ascende à sua morada final no chakra Soma, 
dentro do chakra Sahasrara), despertando, assim, a consciência suprafísica. A estrutura 
interna desta nadi comporta mais três nadis muito sutis, que são: Nadi Vajrini, Nadi Chitra 
e, o mais sutil delas, Nadi Brahma. Este último é a nadi por onde, realmente, a Kundalini 
ascende, e, então, experiências transcendentais podem ocorrer. [5] Sushumna é vermelho 
cor de fogo e fica mais energizado ao amanhecer e no pôr do sol. [3] 
 
Figura 5 – Corte em secção das três nadis principais: Ida, Pingala e Sushumna. 
 
Desse modo, acredita-se que o Ida controla as atividades mental e psíquica, 
enquanto o Pingala controla o prana e as diversas atividades físicas. O fato de alternarem 
suas posições ao atingir cada chakra, ajuda a manter a harmonia entre as atividades do 
corpo e da mente. Satyananda afirma que se houver um desequilíbrio no fluxo de energia 
nas nadis Ida e Pingala, o shakti não poderá fluir, muito menos subir pelo Sushumna. [2] 
 “Ida e Pingala funcionam ao longo da encurvada parede do cordão em que está 
Sushumna. São semimateriais, um positivo e outro negativo, sol e lua, e põem em ação a 
livre e espiritual corrente de Sushumna. Têm distintos e peculiares condutos, pois do 
contrário irradiariam por todo o corpo.” – Helena P. Blavatsky (Doutrina Secreta) 
 32 
 
Na experiência da vida comum, Ida e Pingala se encontram ativos e o prana flui 
alternando-se por eles ao longo das 24 horas. Está escrito no Hatha Yoga Pradipika, II. 4: 
“O prana não pode passar pelo canal central porque as nadis estão cheios de impurezas. 
Como pode o estado de unanime florescer e o praticante atingir a perfeição ou o 
siddhis?” [5] 
No intuito de fazer fluir o prana pelo canal central, o Tantra Yoga trabalha com a 
energia dinâmica do prana que o organismo recebe por meio da respiração nasal. De 
acordo com os ensinamentos tântricos, as nadis partem do chakra fundamental. Ida e 
Pingala terminam nas narinas esquerda e direita respectivamente, e a Sushumna continua 
para cima até o chakra Sahasrara. Desse modo a nadi Ida é ativa pela respiração por meio 
da narina esquerda, enquanto a Pingala é ativada pela respiração da narina direita. Quando 
ambas as narinas operam ao mesmo tempo, a nadi principal, Sushumna é energizada, 
criando coordenação entre os lados direito e esquerdo do corpo. [3] 
Em geral, um ser humano respira, aproximadamente 900 vezes por hora. Destas, 
apenas dez respirações por hora são feitas com ambas as narinas, ativando a nadi 
Sushumna. Entretanto, o uso de técnicas respiratórias alternativas ensinadas pelo Yoga 
possibilita que um aspirante ative a nadi principal à vontade. Os centros sutis de energia 
dos chakras estão situados na nadi Sushumna, e operam com a energia dinâmica de prana 
que está em constante movimento na esfera de ação das nadis. [3] 
Quando o fogo serpentino surge de seu foco e, entrando pelo chakra fundamental, 
flui para cima pelos três canais principais mencionados, observa-se que a energia 
ascendente por Pingala é quase toda masculina, enquanto que a que sobe por Ida é quase 
inteiramente feminina. A corrente caudalosa que passa por Sushumna acima, parece 
conservar suas proporções originárias. [1] 
Como dito acima, dentro da nadi Sushumna há uma nadi mais delicada chamada 
Brahma, que é a portadora de energia espiritual. A operação conjunta das narinas direita 
e esquerda que ocorre naturalmente a cada hora, estimula a nadi Sushumna, mas não 
estimula a nadi Brahma. Essa nadi é influenciada apenas quando são realizados exercícios 
de pranayama (controle consciente da respiração). Então, a energia espiritual que está 
dormente na Kundalini adormecida é despertada para mover-se de modo ascendente por 
intermédio da nadi Brahma. Quando a energia espiritual dormente é ativada, o 
funcionamento da energia fisioquímica para e o corpo fica calmo e imóvel. O prana 
 33 
 
dinâmico é absorvido pela energia Kundalini desperta. O metabolismo diminui e as 
funções vitais no corpo param. No final, o sistema sensorial para de funcionar. A 
Kundalini se move pela via oca dentro da coluna vertebral, passando pelos chakras, os 
centros de transformação. Penetrando todos os chakras inferiores, ela finalmente alcança 
o chakra Sahasrara, onde se une com o seu amado Shiva. [3] 
Depois dessa união, a Kundalini volta para seu lugar no chakra Muladhara, na 
base da coluna. Durante a sua descida, os poderes e operações dos chakras são 
restaurados. [3] 
Além dessas três nadis já explicados, o tratado tântrico Shiva Samhita identifica 
outros onze nadis principais: Gandhari, Hastajihva, Yashasvini, Pusha, Alambusha, 
Kuhu, Shankhini, Sarasvati, Payasvini, Varuni e Vishvodara. [3] 
Os Upanishads afirmam que o prana, a força vital, é absorvido através do processo 
respiratório e digestivo, e distribuído por todo o corpo através das nadis. Os chakras 
ajudam a distribuir e a canalizar o prana ao longo do sistema de nadis. [2] 
Segundo Leadbeater, o prana ou a energia vital origina-seno sol e irradia-se em 
todas as direções, impregnando-se em todas as coisas. Nos humanos, ele é absorvido 
através do chakra Svadhishthana, onde subdivide em raios de sete cores diferentes: lilás, 
azul, verde, amarelo, laranja, vermelho escuro e rosa. Esses raios de cores variadas fluem 
para um ou mais chakras, de onde vivificam os órgãos e outros sistemas do corpo. [2] 
Por fim, embora as nadis descritos 
nos tratados tântricos não correspondam 
aos meridianos da acupuntura descritos 
pela medicina tradicional chinesa, ainda 
sim, em geral, esses dois podem ser 
equiparados. Essa analise pode ser 
encontrada no livro de Hiroshi 
Motoyama. 
 
 
 
Figura 6 – O Corpo Humano e as Três Nadis Principais 
 34 
 
Os Dez Portões 
 Segundo a tradição hindu, o corpo é um templo com dez portões e, na morte, a 
força vital de um indivíduo sai por uma dessas aberturas. O Shiva Svarodaya relaciona 
dez das quatorze nadis principais com os dez portões do seguinte modo: 
1 – Shankhini: o ânus, relacionado ao primeiro portão. 
2 – Kuhu: os genitais, relacionados ao segundo portão. 
3 – Alambusha: a boca, relacionado ao terceiro portão. 
4 – Pusha: o ouvido direito, relacionado com o quarto portão. 
5 – Yashasvini: o ouvido esquerdo, relacionado com o quinto portão. 
6 – Hastajihva: o olho direito, relacionado com o sexto portão. 
7 – Gandhari: o olho esquerda, relacionado com o sétimo portão. 
8 – Pingala: a narina direita, relacionada com o oitavo portão. 
9 – Ida: a narina esquerda, relacionada com o nono portão. 
10 – Sushumna: relacionado com Brahma Randhra, o décimo portão. 
 A maioria dos animais deixa o corpo através do primeiro e do segundo portões: 
eles defecam e urinam na hora da morte. Já os seres humanos, costuma deixar o corpo 
através de um dos portões entre o terceiro e o nono, morrendo de boca aberta, sangrando 
pelas narinas, olhos abertos ou gotas de sangue saindo das orelhas. Apenas aqueles que 
alcançaram o sublime é que deixam o corpo pelo décimo portão, o portão da libertação 
(moksha). Esse portão é aberto na hora do nascimento e é sentido como um “ponto mole” 
na cabeça de um recém-nascido. Depois de seis meses, ele começa a se endurecer, então 
só pode ser reaberto por intermédio de práticas yogues especiais. Aquele que deixa o 
corpo por esse portão não volta à viva física na Terra e fica livre do ciclo da vida e da 
morte. 
 
 
 
 
 
 35 
 
Kundalini, O Fogo Serpentino 
 A Kundalini, ígnea energia, é, em verdade, semelhante a um fogo líquido que se 
difunde por todo o corpo quando a vontade o atualizou e circula em espiral qual uma 
serpente. Em plena atividade se lhe pode denominar a Mãe do Mundo, porque vivifica os 
diversos veículos humanos, de modo que o ego seja consciente em todos os mundos. [2] 
 A palavra Kundalini vem da palavra sânscrita kundala, que significa espiral ou 
enrolada. No Yoga, Kundalini Shakti significa “potência em forma de espiral”. [3] Os 
yogues hindus, descrevem esta energia como uma devi ou deusa, refulgente como raio, 
que dorme no chakra Muladhara, enroscada como uma serpente em três voltas e meia. 
Mesmo enquanto dorme, mantém todo ser vivente. [1] 
A principal função da Kundalini quanto ao desenvolvimento oculto do homem, é 
que ao passar pelos chakras, ela os aviva e os converte em pontos de conexão mais 
eficazes entre os corpos físico e astral. [2] A libertação e ascensão da energia espiritual 
dormente possibilitam ao aspirante transcender os efeitos dos elementos e atingir a 
consciência não dual, que traz a libertação da inconstância do mundo da ilusão (maya),[3] 
que conduz à iluminação. [4] 
“A grande Deusa Kundalini, a força espiritual, dorme na base (Muladhara) na forma de 
uma serpente enroscada três vezes e meia. Enquanto ela está dormindo no corpo, o 
homem permanece ignorante como um animal; apesar de fazer inúmeros exercícios de 
Yoga, o conhecimento não ocorre.” – Gheranda Samhita 
A Kundalini ascende lentamente à medida que o yogue emprega a sua vontade na 
meditação. No primeiro esforço não atingirá um ponto muito alto, mas no segundo subirá 
um pouco mais, e assim sucessivamente. Ao chegar a um chakra, atravessa-o e a corola 
do lótus que estava para baixo se volta para cima. [2] 
 Terminada a meditação, retorna o Kundalini pelo mesmo caminho ao seu assento 
no chakra fundamental. No entanto, algumas vezes, não desce além do chakra cardíaco, 
onde se instala como em sua própria câmara. [2] 
 Seu objetivo é alcançar o ápice, ascendendo chakra por chakra, até chegar ao 
chakra coronário, ou lótus Sahasrara, onde goza da beatífica união com seu senhor 
 36 
 
Paramabhiva; e, ao retornar pelo seu caminho, devolve a cada chakra, muito 
intensificadas, as suas faculdades específicas. [2] 
 A devi Shudha atravessa os três lingas (nadis) e depois de passar por todos os 
lótus, brilha neles na plenitude de seu fulgor. Por fim, volta ao seu estado sutil, brilhante 
como relâmpago e delicado como a fibra de lótus. Ascende a suprema bem-aventurança, 
e de súbito determina a felicidade da libertação. [2] 
 Com a ativação e o despertar dos chakras pelos meios corretos, uma pessoa pode 
evoluir e desfrutar das esferas superiores do ser. A tantra yoga oferece métodos 
sistemáticos para despertar adequadamente esses chakras, sem qualquer perigo. [2] 
 A ativação dos chakras é um modo indispensável de realizar esse objetivo. As 
técnicas que partem da tantra yoga, para ativar os chakras intensificam as funções do 
corpo e da mente, são o caminho mais eficiente de desenvolver os “siddhis”. Embora 
definidos comumente como “poderes milagrosos”, os siddhis são melhor compreendido 
como faculdades conferidas ao aspirante quando este experimenta o reino divino da 
existência. A mera crença intelectual no mundo das divindades é fútil especulação; é 
necessário experimentar efetivamente a realidade deste mundo para estabelecer a união 
com o Absoluto e atingir a libertação final, o Nirvana. O despertar dos chakras transporta 
a pessoa para o mundo divino, o mundo da verdadeira Essência Divina. [2] 
“Uma pedra preciosa, quando polida, reflete com muito brilho sua verdadeira cor. Assim 
é a alma que se liberta, pois o despertar da Kundalini está para ser exaltado, livre de 
todos os complementos.” – Gorokshashatakam 
 A história registra muitas ativações espontâneas da Kundalini; porém acredita-se 
que, de forma geral, esse seja um processo gradual, e muitas pessoas que estão tentando 
despertar a Kundalini pela primeira vez acharão difícil fazê-lo nesta encarnação. A 
possibilidade de sucesso desse despertar superior é grande para aqueles indivíduos que 
estiveram praticando as disciplinas yogues durante suas vidas anteriores. [2] 
 No despertar espontâneo do poder serpentino, nota-se um ligeiro brilho no cóccix, 
no abdômen, ou na espinha. Segue-se uma dor cruciante na medula espinhal, o canal por 
onde se eleva a Kundalini. O sedimento etérico queima-se durante esse doloroso processo 
de purificação. Apesar da forte resistência, a Kundalini continua a elevar-se até brilhar na 
 37 
 
atmosfera, circundando a cabeça. Nessa etapa, não há nenhum efeito físico danoso, exceto 
uma pequena perda de consciência temporário e um leve cansaço. [2] 
A primeira coisa que muito praticantes experimentam é a levitação do corpo astral. 
Algumas pessoas têm a sensação de estarem flutuando no espaço, deixando o corpo físico 
para trás. Isso ocorre devido à energia da Kundalini, cujo impulso de ascensão faz com 
que o corpo astral se desprenda do físico, deslocando-se um pouco para cima. Esse 
fenômeno limita-se à dimensão astral e possivelmente à mental, e é diferente da levitação 
conhecida normalmente – a deslocação real do corpo físico. [2] 
Além da levitação astral, às vezes, alguns experimentam um fenômeno psíquico 
tal como a clarividência ou a clariaudiência. Outras manifestações comuns são os 
movimentos ou o aumento de temperaturana região acima do cóccix, e a sensação de 
algo se movendo vagarosamente para cima na coluna vertebral. Tais sensações resultam 
na ascensão do shakti, a energia da Kundalini ativa. [2] 
“Então se torna fortíssimo o calor do corpo, e ao nota-lo, a Kundalini desperta 
de seu sono, como serpente que silva e se ergue ao sentir a pancada de um bastão. Depois 
entra em Sushumna.” – Arthur Avalon (O Poder da Serpente) 
“Ela (Kundalini), a encantadora do mundo, brilha como um relâmpago; seu doce 
murmúrio se parece com o zumbido indistinto de um enxame de abelhas loucamente 
enamoradas.” – Satchackra Nirupa 
 No decorrer da prática da yoga, é fundamental que se tenha completa consciente 
do valor da orientação do Mestre pessoal (mesmo que espiritual), e que ela seja seguida 
rigorosamente. Apesar de a idade não ser nenhuma barreira para se obter sucesso na 
prática yogue, a boa saúde é um pré-requisito básico. O despertar da Kundalini é um 
processo muito árduo, portanto, apenas as pessoas em ótimas condições físicas podem 
suportá-lo. [2] 
Uma vez ativado, o fogo serpentino deve ser controlado cuidadosamente. Este 
poder precisa ser dirigido de forma eficaz, em direção aos diversos chakras e dentro de 
um padrão adequado. Normalmente, o adepto concentra-se num determinando chakra, 
ativando-o através da infusão de prana; então, a Kundalini se eleva e é dirigida para lá. 
Como os métodos melhores diferem de pessoa para pessoa – pois existem diferenças na 
 38 
 
constituição, personalidade e fatores kármicos – novamente, é indispensável a supervisão 
rigorosa de um mestre. [2] 
 Como dito, a da Deusa Kundalini Shakti dorme, enrolada três voltas e meia ao 
redor do chakra básico. Quando despertada, sobe pela coluna e atravessa e energizando 
cada um dos chakras, um de cada vez. Procurando seu divino companheiro: Shiva, o qual 
a espera em estado de consciência plena. [9] 
Em seguida, o fogo serpentino atinge o segundo centro, Svadhishthana; dá-se a 
preparação para as jornadas astrais conscientes, as quais podem ser repetidas 
posteriormente. [2] [nota 1] 
 Quando o fogo serpentino chega ao terceiro chakra, Manipura, o praticante 
experimenta vários tipos de influências astrais na dimensão física. Ele pode achar algumas 
experiências agradáveis e outras um tanto hostis – com relação a certos lugares, por 
exemplo – porém, sem qualquer explicação lógica. [2] 
 Com a energização do quarto centro, Anahata, o indivíduo passa a sentir as 
alegrias e as tristezas dos outros, como se fossem dele próprio. Em uma etapa posterior, 
essa experiência pode chegar até às dores físicas. [2] 
 Ao atingir o quinto centro, Vishuddha, o praticante torna-se clariaudiente nos 
planos etérico e astral, adquirindo a capacidade de ouvir diversas sugestões astrais. [2] 
 A vivificação do sexto centro, Ajna, concede à pessoa o desenvolvimento de uma 
faculdade extraordinária – um estreio tubo etérico, com uma espécie de olho na ponta, 
posicionado entre as sobrancelhas. Esse tubo pode dilatar-se ou contrai-se, conforme a 
necessidade da pessoa. Leadbeater observa que o tubo corresponde à pequena cobra 
pintada na frente do turbante cerimonial dos faraós egípcios. [2] 
 
[nota 1] Um yogue experiente é capaz de, conscientemente, deixar seu corpo físico e transportar-se para locais 
distantes através da dimensão astral. Esse fenômeno denomina-se projeção ou desdobramento astral. 
Contudo, em pessoas cuja Kundalini ainda está dormente, os sonhos podem agir como um veículo para a 
viagem astral. Por exemplo, uma pessoa que sonha muitas vezes que está voando, pode realmente estar 
viajando através da dimensão astral; porém, como seus chakras ainda não estão completamente 
energizados, esta experiência acontece apenas em sonhos. 
 
 39 
 
 Finalmente, a energização do sétimo centro, Sahasrara, revitaliza a Kundalini, 
facilitando sua passagem por todos os centros anteriores. Totalmente completo da base à 
cabeça, o sétimo chakra pode agora florescer como o lótus de mil pétalas da consciência 
infinita que emana sem dimensões da consciência interior. Essa é a consciência, desperta, 
consciente, inteligente, divina. Sempre se desdobrando na consciência infinita, a natureza 
da consciência não tem limites. Aqui, a mente do praticante aquieta-se, nas pétalas 
interiores que se desdobram. Testemunha as faíscas de iluminação que se desdobram, à 
medida que a Kundalini se encontra com seu companheiro divino Shiva, aquele que dá 
vida às estrelas e eleva o praticante para além do plano inferior, numa viajem no coração 
do cosmos, para a própria inteligência da criação, o reino da mente divina. A consciência 
universal que é a fonte de tudo. [9] 
 
Figura 7 – Esboço da Kundalini Ascendente 
 40 
 
 Resumindo, quando a Kundalini se desenrola de sua morada e chega ao segundo 
chakra (Svadhishthana), a pessoa é capaz de viajar no mundo astral num ligeiro estado de 
consciência. Ao atingir o terceiro chakra (Manipura), desperta-se gradativamente a 
percepção no corpo astral. Atingindo o nível do chakra Anahata, o despertar da Kundalini 
capacita o indivíduo a compreender e a se corresponder com outras entidades astrais. 
Quando essa energia chega ao quinto chakra (Vishuddha), a pessoa desenvolve o poder 
de ouvir no plano astral. Com o despertar do sexto chakra, Ajna, surge o poder de nítida 
visão astral. Ao chegar da Kundalini no Sahasrara, o sétimo chakra, o praticante adquire 
completo conhecimento da vida astral, dotando-se com a perfeição de todas faculdades 
astrais. [2] 
O despertar de Shakti é retardado pela constante atividade mental, atrai o aspirante 
ao mundo das percepções sensoriais, na busca da satisfação dos seus desejos. Na vida 
cotidiana, a mente costuma estar envolvida com a existência material, sem ir além da 
fronteira sensorial. A mente percebe o mundo, pensa, decide, deseja, sente prazeres e 
dores. Ela serve ao fator do ego.[3] 
Além disso, Leadbeater cita um interessante fenômeno que ele denomina de 
“clarividência casual”. Nesse estado, a pessoa pode ver de relance o mundo astral, apesar 
de não ter ativado a Kundalini. Ele explica esse fato como sendo o resultado de fortes 
infusões de prana que reanimam os chakras, ativando-os em níveis superiores. A intensa 
concentração interior, resultante das condições de yoga dharana ou dhyana, produz, às 
vezes, essas clarividências espasmódicas, as quais se relacionam com o despertar do fogo 
serpentino. Outras vezes, o despertar parcial da Kundalini pode ser responsável pelo 
aparecimento de poderes psíquicos extraordinários. Quando uma pessoa experimenta 
esses estados de clarividência casual, ela deve praticar perseverantemente para completar 
a ativação da força Kundalini. [2] 
Segundo Hiroshi Motoyana, as qualificações necessárias para o completo 
despertar da Kundalini são: 
1 – Um padrão de vida virtuoso, dentro da ética e da integridade moral. 
2 – Muita disposição apara controlar e canalizar adequadamente a Kundalini 
3 – Um estado de resignação muito bem desenvolvido para executar o processo, 
sem sucumbir às dores. 
 41 
 
 Ainda segundo Motoyana, caso alguém tente despertar o fogo serpentino antes de 
atender a esses critérios, poderá depara-se com os seguintes perigos: 
1 – Uma vez ativado, o poder serpentino é incontrolável. Isso tende a causar uma 
dor torturante que afeta todo o sistema somático, podendo provocar a morte. Em 
alguns casos, é possível que ocorram danos irreversíveis em dimensões mais 
elevadas do que a física. 
2 – Apesar e move-se para cima, ao longo da medula espinhal, a Kundalini pode 
descer. Nesse caso, ela ativa os invisíveis centros animais, localizados nas regiões 
inferiores do corpo, que, em geral, não são usados pelas pessoa normal e virtuosas. 
[nota 2] Isto resulta no súbito aparecimento das mais indesejáveis paixões. 
3 – Na intensificação básica da Kundalinipodem surgir características da 
personalidade – traços de ambição, de ciúme, de egoísmo, etc – que são 
identificados até atingir um grau inacreditável, danificando os diversos núcleos do 
processo da vida. 
 
Por fim, em contrapartida, Harish Jorahi ressalta em seu livro que alguns 
professores e guias espirituais, agentes de cura e pensadores ocidentais dizem que lidar 
com “coisas de chakras” é perigoso e que o despertar súbito da Kundalini sem preparação 
adequada pode criar problemas. Eles assustam muitas pessoas sem necessidade. O 
despertar da Kundalini é a ativação de uma energia ascendente. É verdade que a ascensão 
da Kundalini está associada com a retirada do prana e a suspensão da respiração, que pode 
ser conseguida com a prática de pranayama. Entretanto, a menos que sejam empregadas 
outras práticas yogues, essa suspensão da respiração é temporária, terminando com a 
inalação seguinte. Aqueles que desejam trabalhar com meditação nos chakras não 
deveriam se preocupar; a energia da Kundalini não é despertada apenas pela meditação. 
Mesmo se for despertada, sua ascensão não porá em risco o organismo vivo. É importante 
notar também que uma intensa alegria ou pesar pode acontecer com qualquer pessoa a 
qualquer momento. [3] 
 
 
[nota 2] Verificar a seção adiante: Chakras Superiores e Inferiores 
 42 
 
 
Figura 8 – Desenho da Kundalini e os Sete Chakras 
 
 
 43 
 
Movimentos da Kundalini 
 Quando a energia da Kundalini surge, todas as nadis mentais (manovahi) se 
tornam ativas. Quando a combustão de prana acontece e a Kundalini Shakti se move para 
cima com grande força através da nadi Brahma, penetrando todos os chakras, ela pode se 
mover em diferentes estilos, dependendo de qual elemento é dominante na pessoa: 
Movimento da formiga: quando o elemento terra (prithvi) é dominante, ocorre uma 
sensação de prurido na base da coluna. 
Movimento do sapo: quando o elemento água (apah) é dominante, ocorre uma sensação 
de palpitação na coluna: ora forte, ora fraca. Parece também que salta e para, e salta 
novamente. 
Movimento da serpente: quando o elemento fogo (agni) é dominante, ocorre uma 
sensação de calor excessivo ou fogo na área do umbigo e a sensação da subida de uma 
corrente flamejante na coluna é experimentada. É sob a influência do elemento fogo que 
Kundalini é, às vezes, sentida como uma energia ígnea apavorante. 
Movimento do pássaro: quando o elemento ar (vayu) é dominante, ocorre uma sensação 
de levitação, leveza, ausência de peso, movimento amplo e livre, na coluna. O movimento 
é regular e a sensação é muitas vezes na região do coração. Uma visão de luz pode ser 
experimentada na região do coração ou uma sensação fria na coluna vertebral pode ser 
sentida. 
Movimento do macaco: quando akasha (espaço/éter) é dominante, há uma sensação de 
salto. Nesse estado, a Kundalini se move com tamanha força que muitos chakras são 
atravessados em um salto. Em akasha, o movimento não é tão uniforme quanto no 
elemento terra, não é tão fluido como no elemento água e não é tão ígneo como no 
elemento fogo. Ele vem como uma tempestade e ascende ao centro mais elevado num 
curto espaço de tempo. 
 
 
 
 
 44 
 
Os Granthis 
Dentro do Muladhara ou do Manipura (dependendo da linhagem do ensinamento) 
existe uma formação semelhante a um nó, conhecida como o Brahma Granthi (o nó de 
Brahma). Quando este nó é desfeito, shakti, o poder da Kundalini, começa a subir pela 
nadi Sushumna, no interior da espinha dorsal. Existem dois outros granthis ao longo do 
Sushumna: o Vishnu Granthi (o nó de Vishnu), no chakra Anahata; e o Rudra Granti (o 
nó de Rudra), no chakra Ajna. Esses nós psíquicos formam barreiras que impede a 
elevação da Kundalini, porém, uma vez desatados, o poder serpentino pode continuar sua 
subida, e o praticante recebe muita sabedoria e poder. [2] [3] 
Esses nós estão diretamente relacionados aos três estágios de desenvolvimento 
para a ascensão da energia Kundalini. O Brahma Granthi relaciona-se com o físico, os 
sentidos e a mente; o nó seguinte, Vishnu Granthi, com o emocional e as instabilidades 
dos laços afetivos; o último, Rudra Granti, com o jnana (verdadeiro conhecimento). 
Todos estão diretamente associados às tendências subconscientes latentes, denominadas 
vasanás. Ao elevar-se, essa energia aumenta a atividade vórtices cujas as raízes se 
encontram ao longo da coluna vertebral, produzindo atividade nesses centros, bom como 
levando a percepção a incursões em diversos planos de consciência. [3] [4] 
 
Figura 9 – O Corpo Humano e os Três Granthis 
 45 
 
Brahma Granthi 
Brahma Granthi é o primeiro nó. A Jabala Upanishad e a Yogashikha Upanishad 
afirmam que esse Granthi está localizado no chakra Muladharara, o primeiro chakra, 
porque Brahma é a divindade governante do Muladharara. Entrentanto, a maioria das 
escrituras tântricas o situa no chakra Manipura, o terceiro chakra, porque aí se localiza o 
elemento fogo, que é ligado ao princípio da forma (rupa). Brahma Granthi é o nó do 
mundo fenomênico (saṁsāra), o mundo de nomes e formas (nama-rupa), o primeiro 
obstáculo ao crescimento do aspecto espiritual do eu individual (jiva). [3] 
O mundo é criado por Brahma, mas o mundo conhecido pela consciência 
individual é criado pela mente. Por meio de seus apegos, a mente cria significados no 
mundo ilusório, e a relação entre o eu individual e o saṁsāra é criada. Assim, para o 
indivíduo, o mundo criado por Brahma é real desde que a mente esteja ativa. 
Shankaracharya, em seu Viveka Chudamani, diz com clareza que a mente é maya 
(existência ilusória inconsciente). No sono profundo, quando a mente não está ativa, o 
mundo fenomênico desaparece. No estado de sonhos, quando a mente começa a funcionar 
novamente, o mundo é recriado pela mente, e esse mundo é tão real para a pessoa que 
sonha como o mundo percebido pelo jiva no estado desperto, mas ambos são irreais 
(maya). Quando não há envolvimento, a relação entre a mente e o mundo fenomênico 
desaparece. [3] 
Enquanto os atributos do mundo fenomênico e suas relações fizerem sentido, a 
energia Kundalini não poderá se dissolver na verdade suprema. Ela permanece girando 
nos chakras inferiores e ocupa grande parte da consciência do aspirante. Desejos e 
ambições aprisionam a energia mental. O desatamento desse nó liberta a pessoa da 
servidão causada pelo apego. Até que se consiga desatar esse nó, não é possível meditar 
com eficácia porque ele cria inquietude e impede que a mente se torne focada numa 
direção (ekagra). [3] 
Para manter a imparcialidade em relação ao mundo fenomênico, temos que viver 
uma vida disciplinada. A química do corpo é purificada pela prática do Shat Karmas 
(dhauti, vasti, neti, trataka, nauli, e kapalabhati) e o uso de mudras, a natureza espiritual 
dormente se torna ativa. Mas viver uma vida disciplinada também significa seguir os 
passos do Ashtanga-Yoga (yama, niyama, asana, pranayama, pratyahra, dharana, dhyana 
 46 
 
e samprajnata samādhi), sem os quais a união com a verdade suprema (asamprajnata 
samādhi) não é possível. [3] 
 Mesmo depois de todos esses passos, pode não ser possível atingir o estado mais 
elevado sem um ambiente natural adequado e a presença de um guru gentil, amoroso e 
experiente. O guru deve ser alguém que tenha sido iniciado de maneira adequada no 
Kundalini-Yoga. Sua presença irá produzir calma e uma mente aquietada. A fé no guru e 
na graça da Kundalini Shakthi pode produzir efeitos milagrosos e o nó pode ser desatado. 
O aspirante se torna centrado e calmo e as imagens vindas do mundo dos nomes e das 
formas não interrompem a meditação. A diversidade se torna unidade e todos os objetos 
se tornam divinos. [3] 
 
Vishnu Granthi 
 O Vishnu Granthi está localizado na área do chakra Anahata (o centro do coração), 
que também é a sede do prana. Vishnu é o preservador

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