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Restauração Ecológica Restaurar: manter as características originais do espaço e do bioma; Recuperar: manter os serviços ecossistêmicos do bioma, porém, em condição diferente da original. Breve histórico: Em 1862 ocorreu o Reflorestamento da Floresta da Tijuca com o plantio inicial de 10 mil mudas realizados por escravos; Pós-revolução verde – houve desmatamento acelerado e necessidade de intervenção com a utilização de modelos que visavam a recuperação do solo e principalmente a contenção da erosão; Até o final da década de 70 surgiram os primeiros modelos florestais com a utilização de espécies de rápido crescimento - tanto nativas como exóticas; Na década de 80 surgiu a Ecologia Florestal e os modelos sucessionais de restauração; E, atualmente nos deparamos com a visão holística da restauração. Metodologias em Recuperação de Áreas Degradadas – RAD Plantio de mudas – Necessidade de intervenção devido o grau de degradação da área e a falta de áreas naturais próximas, usadas em locais ausentes de resiliência. Deve-se utilizar de espécies nativas, promover a variabilidade genética, rustificação das mudas, seguir um padrão de densidade de plantio (3x2, 3x3), deve-se levantar a disponibilidade de viveiros e das espécies presentes nos viveiros, deve-se respeitar os tratos culturais e realizar o controle de pragas e de espécies exóticas invasoras. Condução da regeneração natural – Aplicada em espaços com baixo grau de degradação (perturbação ou alteração) que possui resiliência para que o processo se dê pelos mecanismos naturais da sucessão ecológica, com o monitoramento ou estratégias que visam apenas acelerar o processo, como a nucleação. Essa metodologia depende do processo natural de dispersão de sementes, da proximidade de fragmentos de vegetação nativa próximo da área que se deseja recuperar, corre grande risco a invasão biológica, requer conhecimento adequado das espécies para o acompanhamento da área, demanda maior tempo. É utilizada da nucleação como instrumento para acelerar o processo e facilitar o controle de espécies exóticas invasoras (como as técnicas de transposição do solo e transposição da chuva de sementes). Outra forma de auxiliar o processo, é a implantação de poleiros artificiais. A metodologia de restauração ecológica deve ser compatível com o diagnóstico ambiental da área e respeitando as restrições legais incidentes sobre o espaço. Controle de espécies exóticas invasoras O controle de espécies exóticas possui um maior custo e causa mortalidade das mudas nativas; tendem a ser espécies de rápido crescimento, formando densas touceiras que sufocam as plantas em desenvolvimento e inibem a germinação de novas sementes, além de não possuírem predadores, pragas ou doenças, são resistentes, apresentam grande amplitude ambiental e são de fácil adaptação. Temos como exemplo as Brachiaria, gramíneas que foram trazidas para o Brasil para o uso em pastagem. Novas tendências – Visão holística da restauração ecológica Projeto de adequação ambiental e produtiva da paisagem (PAAP): São um conjunto de ações intencionais para mudar a configuração de uma paisagem, introduzindo e retirando usos da terra, alterando suas dimensões, arranjos espaciais, dinâmicas e interações. Em síntese, uma PAAP seria um conjunto de ações desenvolvidas para transformar paisagens inadequadas em adequadas. Os princípios do PAAP são: Converter usos da terra insustentáveis em usos sustentáveis; Quando não é possível converter um tipo de uso da terra atual insustentável em outro mais sustentável, mitigar os impactos ambientais decorrentes do uso atual; Evitar e deter a degradação em todos os tipos de uso da terra; Restaurar, reabilitar ou redefinir o uso das terras já degradadas. Entre os objetivos a serem alcançados com o PAAP, podemos citar: o aumento da biodiversidade e dos benefícios ecossistêmicos; introdução ou expansão dos usos sustentáveis da terra, favorecendo o aumento da segurança alimentar e hídrica, a qualidade de vida e estabilidade econômica e social além de reconhecer quais processos ecológicos naturais poderão favorecer (como possibilidades de sucessão ecológica) ou desfavorecer (como os distúrbios naturais) o PAAP. Reconhecendo categorias de uso da terra na paisagem São Áreas Naturais (NT) – grandes ou pequenas áreas de vegetação natural, com seus sistemas hidrológicos associados, ainda pouco alteradas e que devido ao crescimento populacional podem vir a ser rapidamente convertidas com o passar dos anos em usos de terra não sustentáveis. Estas devem ser mantidas como áreas de conservação e se convertidas, que seja em um uso mais favorável a biodiversidade (como os sistemas agroflorestais – SAFs). As Áreas de Preservação da Biodiversidade (P) – são áreas que mesmo tendo potencial produtivo não deveriam ser usadas para este fim, pois sua biodiversidade e os benefícios por elas produzidos são mais importantes para toda a sociedade do que a sua conversão, devendo ser mantidas para promover a manutenção da biodiversidade e de benefícios ecossistêmicos (como por exemplo as áreas que protegem recursos hídricos, áreas íngremes ou ocupada por espécies raras). Áreas de preservação de uso (PU) são áreas que têm como objetivo a conservação da biodiversidade, mas também a produção sustentável – como por exemplo florestas nativas onde se pratique o extrativismo sustentável de frutos e sementes. Áreas de infraestruturas humanas (i) são áreas antropizadas tipicamente estabelecidas, geridas e ou manejadas para garantir a permanência, subsistência, saúde e o transporte das populações humanas – podemos citar como exemplo as cidades, estradas, indústrias, áreas de mineração, entre outros. Áreas de uso da terra amigáveis à biodiversidade e aos benefícios ecossistêmicos (A) – são áreas que, ao contrário das áreas de Preservação e Uso (PU), destinam-se primariamente ao desenvolvimento de atividades de produção, mas que, no entanto, adotam práticas amigáveis à biodiversidade e aos benefícios ecossistêmicos. São usos da terra que geram renda e que, em geral, conservam níveis mais altos de biodiversidade e serviços ecossistêmicos, como por exemplo os sistemas agroflorestais. Áreas de uso da terra não amigáveis à biodiversidade e aos benefícios ecossistêmicos (NA) – áreas ocupadas e geridas segundo sistemas convencionais ou tradicionais de produção que pouco, ou não se preocupa com a degradação ambiental. São comumente a maior fonte de degradação ambiental. A conversão dessas áreas para uso amigável (A), proteção e uso (PU) ou apenas de preservação (P) seria a maior contribuição para a reversão da crise ambiental atual. Revertendo a degradação ... Primeiro – restaurar = (P); Segundo – reabilitar = (PU); Terceiro – redefinição de uso = (A); Quatro – Práticas de manejo sustentável (PMS) – este último é o termo utilizado para descrever qualquer ação voltada a evitar, parar, eliminar ou minimizar as causas dos processos de degradação. Essas PMS são provavelmente as mais importantes ações intencionais que devem ser promovidas por um PAAP, pois são ações que devem ser continuamente empregadas em todos os tipos de uso da terra, para se evitar permanentemente a degradação ambiental e o surgimento de novas áreas degradas. Restauração de florestas tropicais Estruturação, consolidação e maturação Fase inicial – estruturação Introdução ou favorecimento de espécies florestais; Criação de um dossel e habitat florestal; Eliminação de plantas competidores; Desenvolvimento da estrutura da floresta; Atração de dispersores e chegada de novas espécies (inicio do reestabelecimento de vários processos ecológicos básicos para a manutenção de comunidades florestais tropicais (polinização e dispersão de sementes); Fase intermediária – consolidação Morte gradual das espéciesdo dossel inicial (pioneiras); Criação de um novo dossel e manutenção do habitat florestal; Criação de micro habitats; Oferta de alimento para a fauna, atração de dispersores e chegada de novas espécies Regeneração natural autóctone
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