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BALANÇO PATRIMONIAL ORCAMENTOS E FINANCEIROS

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GESTÃO 
PATRIMONIAL E 
LOGÍSTICA NO 
SETOR PÚBLICO 
Reynaldo Bueno Prianti Neto
Balanço patrimonial, 
orçamentário e financeiro
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identi� car os tipos de lançamentos contábeis voltados ao setor público.
 Diferenciar as demonstrações de resultado das entidades voltadas
ao setor público.
 Elaborar as demonstrações contábeis das entidades públicas de forma 
técnica.
Introdução
Neste texto, você vai aprender como organizar os lançamentos contábeis 
de uma forma mais compacta, por meio dos balanços patrimoniais, 
orçamentários e financeiros. Esses documentos permitem interpretar 
os resultados apurados e são emitidos ao final de cada exercício.
Por meio dos balanços, a fiscalização dos tribunais de contas pode 
identificar a situação patrimonial, orçamentária e financeira de qualquer 
ente público. Também pode identificar superávit ou déficit ocorrido 
nas contas públicas. Além disso, tem a possibilidade de analisar se o 
patrimônio público está crescendo e verificar se há saldo em moeda 
corrente para saldar as dívidas.
Conceito
No balanço orçamentário, você deve atentar para as demonstrações. Deve 
considerar tanto as da receita prevista quanto as da despesa fi xada nas leis 
orçamentárias e descréditos adicionais. Além disso, precisa verifi car a exe-
cução, comparando os valores previstos com os realizados.
No balanço patrimonial, de uma forma estática, é apresentada a situação 
dos bens, direitos e obrigações, gerando o saldo patrimonial do ente público.
O balanço financeiro traz análise de valores ingressos e outros dispêndios. 
Ele também verifica os haveres de restos a pagar. Além disso, demonstra as 
receitas e as despesas orçamentárias e as de natureza extraorçamentária, 
constando os valores restantes provenientes do exercício anterior e os que se 
transferem para o exercício seguinte.
Balanço orçamentário
As Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público são descritas pelo 
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, aprovado pela Portaria 
STN nº 437, de 12 de julho de 2012, e pelo Anexo 12 da Lei nº 4.320, de 17 
de março de 1964. Esses documentos apresentam com fi rmeza e segurança a 
elaboração do balanço orçamentário. O manual, na 6º edição, determina que o 
balanço orçamentário “deve evidenciar as receitas e as despesas orçamentárias 
por categoria econômica, confrontando o orçamento inicial e as suas alterações 
com a execução, demonstrando o resultado orçamentário e descriminando as 
receitas por fonte (espécie) e as despesas por grupo de natureza”.
Conforme consta nas orientações da 6º edição publicada com a Portaria Conjunta STN/
SOF nº 1, de 10 de dezembro de 2014, e na Portaria STN nº 700, de 10 de dezembro 
(Partes I, II, II e IV), o balanço também atende aos ditames da Lei de Responsabilidade 
Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000).
A previsão inicial contempla os valores pertinentes à previsão das receitas 
na Lei Orçamentária Anual (LOA), refletindo a posição inicial do orçamento. 
Por essa razão, eles não se alteram no decorrer do exercício. Se, durante o pro-
cedimento de análise, aprovação e publicação da LOA, ocorrerem atualizações 
monetárias autorizadas por lei, os valores pertinentes a elas também figurarão 
nessa coluna. Nesse caso, se recomenda a utilização de nota explicativa. 
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro156
Esta serve para elucidar a diferenciação entre os valores inseridos na LOA e 
aqueles destacados no balanço orçamentário.
Na coluna previsão atualizada, se deve registrar os valores da previsão 
atualizada, incluindo os valores pertinentes à parcela de reestimativa da re-
ceita utilizada para abertura de créditos adicionais. Esses créditos podem ser 
provenientes de excesso de arrecadação ou de operações de créditos e/ou dos 
eventuais remanejamentos entre as naturezas de receita. A receita realizada 
consagra os valores efetivamente arrecadados das receitas no período de 
apuração do balanço orçamentário.
O saldo é obtido pela diferença apurada entre as receitas arrecadadas e 
a previsão atualizada. Ele consagra o montante da receita orçamentária que 
superou o somatório da previsão atualizada. É possível dizer que, caso o re-
sultado seja positivo, representará o excesso de arrecadação. Sendo negativo, 
mostra a insuficiência de arrecadação. O subtotal representa o somatório das 
receitas antes do refinanciamento.
O refinanciamento, por sua vez, é o espaço destinado ao destaque dos 
valores das receitas pertinentes à disponibilização de títulos públicos e/ou de 
empréstimos, obtidos junto às entidades estatais ou particulares, internas ou 
externas, destinadas ao refinanciamento da dívida pública. O subtotal com 
refinanciamento representa a soma dos valores pertinentes ao subtotal das 
receitas (I) e daqueles pertinentes ao refinanciamento (II).
O déficit contempla a diferença, a menor, entre o somatório das receitas 
arrecadadas e das despesas executadas, ou seja, das despesas legalmente 
empenhadas, conforme determina o artigo 35 da Lei nº 4.320, de 17 de março 
de 1964. Em contrapartida, o superávit ocorre quando as receitas arrecadadas 
são maiores que as despesas executadas legalmente empenhadas. Assim, 
se o valor será destacado no campo IX, no balanço orçamentário, o campo 
pertinente ao déficit deverá ser preenchido com R$ 0,00.
O total é o valor total do campo V que consagra a soma entre os valores 
pertinentes ao subtotal das receitas com refinanciamento (campo III) e aquele 
pertinente ao déficit (campo IV).
Os saldos de exercícios anteriores correspondem a valores arrecadados 
nos exercícios anteriores. São provenientes de superávit financeiro, apurados 
no balanço patrimonial e utilizados para abertura de créditos adicionais. Por 
essa razão, devem contemplar também as parcelas pertinentes aos saldos de 
créditos adicionais autorizados nos últimos quatro meses do exercício anterior. 
Ou seja, os saldos não utilizados naquele exercício e que foram reabertos no 
exercício de apuração.
157Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro
Por conta dessa particularidade, se destacam os valores devidos apenas 
nas colunas pertinentes à previsão atualizada e às receitas arrecadadas cor-
respondentes exclusivamente aos valores dos respectivos créditos adicionais. 
Você deve considerar ainda que não pode registrar tais valores como receitas 
do exercício, pois pertencem ao exercício de arrecadação.
A dotação inicial deve contemplar exclusivamente os valores fixados na 
Lei Orçamentária Anual. Esses valores consagram os créditos disponíveis 
para a realização das despesas. A dotação atualizada contempla o somatório 
da dotação inicialmente aprovada na LOA, com os valores pertinentes aos 
créditos adicionais abertos e reabertos durante o exercício. Nessa atualiza-
ção, é necessário deduzir os valores relativos às anulações e cancelamentos 
correspondentes.
As despesas empenhadas legalmente devem ser registradas no exercício. 
Isso independentemente de serem ou não liquidadas e pagas. Afinal, de acordo 
com o artigo 35 da Lei nº 4.320/64, esse é o valor a ser considerado como 
despesas realizadas no exercício. 
As despesas liquidadas, para correta elaboração do balanço orçamentário 
e sua análise, devem ser registradas até o encerramento do exercício. Isso 
independentemente de terem sido pagas ou não.
O saldo da dotação corresponde à diferença entre o valor da dotação 
atualizada e as despesas legalmente empenhadas no exercício. Tal proce-
dimento visa, exclusivamente, ao cumprimento das determinações constantes 
no artigo 35 da Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964. Assegura que se deve 
considerar como do exercício as despesas nele legalmente empenhadas. Assim, 
se mantém a consagração do regime de competência para as despesas.
Considere os conceitos e definições anteriores e o balancete contábil 
elaborado a partir das contas razão (razonetes). Com base neles, o balançoorçamentário pertinente aos atos e fatos registrados nos livros diário e razão 
apresenta a composição demonstrada nos quadros a seguir.
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro158
Balanço orçamentário
Exercício: Período mês: Data emissão: Página:
Receitas 
orçamentárias 
Previsão 
inicial
Previsão 
atualizada
Receitas 
realizadas Saldo
(a) (b) c = (b – a)
Receitas correntes 800.000,00 800.000,00 795.000,00 – 5.000,00
Receitas tributárias 650.000,00 650.000,00 670.000,00 20.000,00
Impostos (IPTU e INSS) 650.000,00 650.000,00 670.000,00 20.000,00
Receitas de 
contribuições
Receita patrimonial
Receita agropecuária
Receita industrial
Receita da indústria 
de transformação
Receitas de serviços 150.000,00 150.000,00 125.000,00 – 25.000,00
Receitas de serviços 
hospitalares 
150.000,00 150.000,00 125.000,00 – 25.000,00
Transferências 
correntes
Receita da dívida ativa
Receitas de capital 400.000,00 400.000,00 390.000,00 – 10.000,00
Operações 
de crédito 
400.000,00 400.000,00 390.000,00 – 10.000,00
Operações de 
crédito internas
400.000,00 400.000,00 390.000,00 – 10.000,00
Alienações de bens
Alienações de 
bens móveis
Amortização de 
empréstimos
 Quadro 1. Balanço orçamentário: receitas orçamentárias. 
(Continua)
159Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro
Balanço orçamentário
Exercício: Período mês: Data emissão: Página:
Receitas 
orçamentárias 
Previsão 
inicial
Previsão 
atualizada
Receitas 
realizadas Saldo
Transferência 
de capital
Subtotal de 
receitas (I) 
1.200.000,00 1.200.000,00 1.185.000,00 – 15.000,00
Refinanciamento (II)
Operações de 
crédito internas
Mobiliária
Contratual
Operações de 
crédito externas
Mobiliária
Contratual
Subtotal c/
refinanciamento 
(III) = I + I 
1.200.000,00 1.200.000,00 1.185.000,00 – 15.000,00
Déficit (IV)
Total (V) = (III + IV) 1.200.000,00 1.200.000,00 1.185.000,00 – 15.000,00
Saldos de exercícios 
anteriores 
(utilizados para 
créditos adicionais)
Superávit financeiro
Reabertura de 
créditos adicionais
Quadro 1. Balanço orçamentário: receitas orçamentárias.
(Continuação)
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro160
Balanço orçamentário
Despesas 
Orçamen-
tárias 
Dotação 
inicial
Dotação 
atualizada
Despesas 
empe-
nhadas
Despesas 
liquidadas
Despesas 
pagas
Saldo da 
dotação
(d) (e) (f) (g) (h) (i) = (e – f)
Despesas 
correntes 
800.000,00 800.000,00 796.000,00 780.000,00 780.000,00 4.000,00
Pessoal e 
encargos 
sociais 
480.000,00 480.000,00 480.000,00 480.000,00 480.000,00 0,00
Juros e 
encargos 
da dívida 
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Outras 
despesas 
correntes 
320.000,00 320.000,00 316.000,00 300.000,00 300.000,00 4.000,00
Despesas 
de capital 
400.000,00 400.000,00 0,00 0,00 0,00 400.000,00
Investimentos 400.000,00 400.000,00 0,00 0,00 0,00 400.000,00
Inversões 
financeiras
Amortização 
da dívida
Reserva de 
contingência
Reserva 
do RPPS
Subtotal das 
despesas (VI) 
1.200.000,00 1.200.000,00 796.000,00 780.000,00 780.000,00 404.000,00
Amortização 
da dívida/ 
Refinancia-
mento (VIII)
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Amortização 
da dívida 
interna
Quadro 2. Balanço orçamentário: despesas.
(Continua)
161Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro
Balanço orçamentário
Despesas 
Orçamen-
tárias 
Dotação 
inicial
Dotação 
atualizada
Despesas 
empe-
nhadas
Despesas 
liquidadas
Despesas 
pagas
Saldo da 
dotação
Dívida 
mobiliária
Outras dívidas
Amortização 
da dívida 
externa
Dívida 
mobiliária
Outras dívidas
Subtotal 
com refinan-
ciamento 
(VIII) = (VI 
+ VII)
1.200.000,00 1.200.000,00 796.000,00 780.000,00 780.000,00 404.000,00
Superávit (IX) 
= V(b) – VIII(f) 
389.000,00
Total (X) = 
(VIII + XI) 
1.200.000,00 1.200.000,00 796.000,00 780.000,00 780.000,00 15.000,00
Quadro 2. Balanço orçamentário: despesas.
(Continuação)
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro162
Anexo I – Demonstrativo de execução dos 
restos a pagar não processados
Restos a pagar 
não processados 
Inscritos
Em 
exercícios 
Anteriores Em 31 de 
dezembro 
do 
exercício 
anterior
Liquidados Pagos Cancelados Saldo
(a) (b) (c) (d) (e) (f) = (a + 
b – c – e)
Despesas 
correntes 
0,00 16.000,00 0,00 0,00 0,00 16.000,00
Pessoal e 
encargos sociais
Juros e encargos 
da dívida
Outras despesas 
correntes 
0,00 16.000,00 0,00 0,00 0,00 16.000,00
Despesas de 
capital
Investimentos
Inversões 
financeiras
Amortização 
da dívida
TOTAL 0,00 16.000,00 0,00 0,00 0,00 16.000,00
 Quadro 3. Balanço orçamentário: anexo I. 
163Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro
Balanço financeiro
O balanço fi nanceiro tem por fi nalidade demonstrar as movimentações de 
ingresso e saída de recursos. Esses recursos podem ser orçamentários ou 
extraorçamentários. O artigo 103 da Lei nº 4.320/1964 estabelece que:
(...) O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias, 
bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamen-
tária, conjugados com os saldos em espécies provenientes do exercício 
anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.
O parágrafo único do mesmo artigo estabelece que: “(...) os Restos a Pagar 
do exercício serão computados na receita extraorçamentária para compensar 
sua inclusão na despesa orçamentária”.
Além dessas informações, é possível assegurar que o balanço financeiro 
é apresentado em duas seções. Uma contempla os ingressos (receitas orça-
mentárias e recebimento extraorçamentário). A outra contém os dispêndios 
(despesas orçamentárias e pagamentos extraorçamentários).
Destinação ordinária
De acordo com a parte I (Procedimentos Contábeis Orçamentários) do Manual 
de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, em sua 6º edição, publicada com a 
Portaria Conjunta STN/SOF nº 1, de 10 de dezembro de 2014 e a Portaria STN 
nº 700, de 10 de dezembro (Partes I, II, II e IV), por destinação ordinária se 
entende “o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, 
para atender a qualquer fi nalidade”.
Destinação vinculada
Também defi nida pelo mesmo ato regulatório destacado no item anterior, a 
destinação vinculada consagra “o processo de vinculação entre a origem e a 
aplicação de recursos, em entendimento às fi nalidades específi cas estabelecidas 
pela norma”.
Como norma, se entende a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 
(Lei de Responsabilidade Fiscal). No parágrafo único do artigo 8º e no artigo 
50, Inciso I, essa lei assim determina:
Artigo 8º (...)
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro164
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade espe-
cífica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vincu-
lação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
(...)
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, 
a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo 
que os recursos vinculados ao órgão, fundo ou despesa obrigatória, 
fiquem identificados e escriturados de forma individualizada.
Transferências financeiras
As transferências ocorrem por recebimento e concessão. Uma representa a 
contrapartida da outra. De acordo com a Portaria STN nº 437, de 12 de julho 
de 2012, as transferências representam as movimentações de recursos entre 
os órgãos e entidades vinculados à administração direta e indireta do mesmo 
ente da Federação. Elas podem ser orçamentárias e extraorçamentárias.
Recebimentos extraorçamentários
Consagram os ingressos de recursos que não necessitam de previsão na Lei 
Orçamentária Anual. Ou seja, são recursos que o Estado apenas administra, 
pois serão devolvidos em épocas oportunas, seja por decisão administrativa 
ou sentença judicial. Isso signifi ca que também não necessitam de autorização 
de lei para serem restituídos. Conforme determinações da Lei nº 4.320/64 
e da Portaria STN nº 437, de 12 de julho de 2012, constituem exemplos de 
recebimentosextraorçamentários:
 Ingressos de recursos constando as consignações em folha de pessoal,
fianças, cauções, etc.
 Inscrições de restos a pagar, tendo as despesas orçamentárias introdu-
zidas como realizadas com a função de compensa, porém não pagas no 
exercício da emissão do empenho, em atendimento ao parágrafo único
do artigo 103 da Lei nº 4.320/1964.
Pagamentos extraorçamentários
Os pagamentos extraorçamentários se referem àqueles dispêndios que não 
necessitam estar vinculados ou submetidos ao processo de execução orça-
165Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro
mentária. Portanto, não necessitam de autorização legislativa para serem 
realizados.
De acordo com a Lei nº 4.320/64 e a Portaria STN nº 437, de 12 de julho 
de 2012, se inserem nessa definição:
 Os relativos a obrigações que representaram ingresso extraorçamentário
(por exemplo, devolução de depósitos judiciais);
 Os restos a pagar inscritos em exercícios anteriores e pagos no exercício.
Saldos em espécie
Representam o somatório dos saldos das contas dos subgrupos caixa e equi-
valente de caixa. Incluem também o valor das entradas compensatórias no 
ativo e no passivo fi nanceiro, nos termos do parágrafo único do artigo 3º da 
Lei nº 4.320/64.
Quando se tratam de entradas compensatórias, é possível inserir aquelas 
pertinentes aos restos a pagar inscritos no exercício que deverão ser consi-
derados como receitas extraorçamentárias no balanço financeiro. Isso serve 
para compensar os valores das despesas legalmente empenhadas e não pagas 
no exercício.
Como você já viu anteriormente, na elaboração do balanço financeiro, 
deve levar em consideração as receitas arrecadadas, as despesas executadas, 
os recebimentos e pagamentos de natureza extraorçamentária, bem como os 
saldos do início e do final do período.
No Quadro 4, você pode ver um exemplo de elaboração do balanço finan-
ceiro, tomando como base os atos e fatos registrados nos livros diário e razão.
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro166
Balanço financeiro
Exercício Período (mês)
Data de 
emissão Página
Ingressos Despendidos
Especificação Exercício 
atual 
Exercício 
anterior
Especificação Exercício 
atual
Exercício 
anterior
Receita 
orçamentária (I) 
1.185.000,00 Despesa 
orçamentária 
(VI) 
796.000,00
Ordinária Ordinária
Receitas correntes 795.000,00 Despesas 
correntes 
796.000,00
Receitas tributárias 
(IPTU e ISS)
670.000,00 Pessoal e 
encargos 
sociais 
480.000,00
Receitas industriais 
– impressões 
em geral
Outras despesas 
correntes – 
material de 
consumo
Receitas de serviços 
– hospitalares
125.000,00 Material de 
consumo – 
medicamentos
76.000,00
Outras receitas 
correntes – 
dívida ativa
Serviços de 
terceiros – 
pessoa jurídica
240.000,00
Receitas de 
capital 
390.000,00 Juros e 
encargos 
da dívida
Receita de 
alienação de 
bens móveis
Despesas 
de capital 
0,00
Receita 
operação crédito 
– financiamento
390.000,00 Investimentos 
– obras e 
instalações 
0,00
Quadro 4. Elaboração do balanço financeiro.
(Continua)
167Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro
Balanço financeiro
Exercício Período (mês)
Data de 
emissão Página
Vinculada Equipamentos 
material perma-
nente – veículo
0,00
Previdência social Vinculada
Transferências 
obrigatórias de 
outros entes 
do convênio
Previdência 
social
(–) Deduções 
da receita 
orçamentária
Transferências 
obrigatórias de 
outros entes
Transferências 
financeiras 
recebidas (II)
Recebimentos 
extraorça-
mentários (III)
16.000,00 Transferências 
financeiras 
concedidas 
(VII)
Inscrição de 
restos a pagar 
não processados
16.000,00 Pagamentos 
extraorça-
mentários (VIII)
Inscrição de 
restos a pagar 
processados 
Saldo em 
espécie para 
o exercício 
seguinte (IX)
405.000,00
Saldo em espécie 
do exercício 
anterior (IV)
Caixa 
equivalente 
de caixa
405.000,00
Banco conta 
movimento
Total (V) = (I + 
II + III + IV) 
1.201.000,00 TOTAL (X) = (VI 
+ VII + VIII + IX) 
1.201.000,00
Quadro 4. Elaboração do balanço financeiro.
(Continuação)
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro168
Balanço patrimonial
De acordo com a Parte V das Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor 
Público, integrante do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, 
o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa
e quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pública, por meio de
contas representativas do patrimônio público, além das contas de compensação,
conforme as seguintes defi nições:
a) Ativo: são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos
passados. Espera-se que esses eventos resultem para a entidade em
benefícios futuros ou potenciais de serviços.
b) Passivo: são as obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos 
passados. Espera-se que os pagamentos dessas obrigações resultem
para a entidade em saídas de recursos capazes de gerar benefícios
econômicos ou potencial de serviços.
c) Patrimônio líquido: são os valores residuais dos ativos da entidade
depois de deduzidos todos os seus passivos.
d) Contas de compensação: compreendem os atos que possam ou não
afetar o patrimônio.
O patrimônio líquido deve evidenciar separadamente o resultado do período 
de apuração e aqueles acumulados de exercícios anteriores, além de outros 
itens que lhe são pertinentes. Com o alinhamento das Normas Brasileiras de 
Contabilidade Pública às Normas Internacionais do mesmo setor, as estrutu-
ras das demonstrações contábeis vêm se assemelhando, em elevado grau, às 
estruturas das demonstrações contábeis aplicadas na contabilidade da esfera 
mercantil, especialmente da estruturação definida pelas Leis nº 11.638/07 e 
nº 11.941/09.
Seguindo a mesma metodologia da contabilidade mercantil, os técnicos 
da Secretaria do Tesouro Nacional, na Parte V do Manual de Contabilidade 
Aplicada ao Setor Público, estabeleceram que “a classificação dos elementos 
patrimoniais considera a segregação em “circulante” e “não circulante”, com 
base nos atributos de conversibilidade e exigibilidade”.
Veja como fica elaborado o balanço patrimonial, tendo por base os atos e 
fatos registrados nos livros diário e razão.
169Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Especificação Exercício Exercício Especificação Exercício Exercício
X1 X0 X1 X0
Ativo circulante 465.000,00 Passivo 
circulante 
57.440,50
Disponível 405.000,00 Obrigações 
trabalhistas e 
previdenciárias
Caixa Obrigações 
assistenciais 
a pagar em 
curto prazo
Bancos 405.000,00
Empréstimos e 
financiamentos 
em curto 
prazo (P)
52.000,00
Créditos de 
curto prazo 
Juros e encargos 
da dívida a 
pagar (P) 
5.440,50
Demais créditos 
e valores 
(curto prazo)
Fornecedores e 
contas a pagar 
em curto prazo
Valores 
restituíveis
Fornecedores
Investimentos 
temporários 
Obrigações 
fiscais em 
curto prazo
Estoques 60.000,00
VPD pagas 
antecipadamente 
Demais 
obrigações em 
curto prazo
Valores 
restituíveis
Quadro 5. Balanço patrimonial.
(Continua)
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro170
Balanço patrimonial
Ativo não 
circulante
Ativo realizável 
em longo prazo 
Provisões em 
curto prazo
Créditos de 
longo prazo
Dívida ativa Passivo não 
circulante 
338.000,00
Tributária Obrigações 
trabalhistas e 
previdenciárias
Não tributária Obrigações 
assistenciais 
em pagar em 
longo prazo
Demais créditos 
e valores 
(longo prazo) 
Empréstimos e 
financiamentos 
em longo prazo
338.000,00
Fornecedores e 
contas a pagar 
em longo prazo
Investimentos 
permanentes
Obrigações 
fiscais em 
longo prazo
Demais 
obrigações em 
longo prazo
Imobilizado Provisões em 
longo prazo
Bens móveis – 
veículo resultado 
diferido
(–) Depreciação 
acumulada
Quadro 5. Balanço patrimonial.
(Continuação)
171Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro
Balanço patrimonial
Bens imóveis 
– edifícios
Terreno Total do passivo 395.440,50
(–) Redução 
a calor 
recuperável 
Patrimônio 
líquidoIntangível
Softwares Especificação
Marcas, direitos 
e patentes 
industriais
Patrimônio 
social/ capital 
social
(–) Amortização 
acumulada 
Adiantamento 
para o futuro 
aumento 
de capital
(–) Redução 
a valor 
recuperável 
Reservas de 
capital
Ajuste de 
avaliação 
patrimonial
Reservas 
de lucros
Demais reservas
Resultados 
acumulados 
69.559,50
Ações/cotas 
em tesouraria
Total do 
patrimônio 
líquido
69.559,50
Quadro 5. Balanço patrimonial.
(Continuação)
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro172
Balanço patrimonial
Total 465.000,00 Total 465.000,00
Ativo financeiro 405.000,00 Passivo 
financeiro 
57.440,50
Ativo 
permanente 
60.000,00 Passivo 
permanente 
338.000,00
Saldo 
patrimonial 
69.559,50
Compensações
Especificação Exercício 
x1
Exercício x2 Especificação Exercício 
x1 
Exercício x2
Saldo dos atos 
potenciais ativos 
1.425.000,00 Saldo dos atos 
potenciais 
passivos 
1.425.000,00
Quadro 5. Balanço patrimonial.
Demonstração de superávit e déficit financeiros 
apurados no balanço patrimonial
Exercício Período (mês) Data de emissão Página
Destinação de recursos Superávit/déficit financeiro
Destinação ordinária (receitas tributárias – 
despesas ordinárias – balanço financeiro)
Recursos próprios diretamente arrecadados 
(de serviços – balanço financeiro)
Operações de créditos (balanço financeiro)
Alienação de bens (balanço financeiro)
– 126.000,00
125.000,00
390.000,00
0,00
Total 389.000,00
 Quadro 6. Demonstração de superávit e déficit financeiros apurados no balanço patri-
monial. 
(Continuação)
173Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro
Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro174
ALBUQUERQUE, C. M.; MEDEIROS, M. B.; SILVA, P. H. F. Administração Financeira e Or-
çamentária AFO. v.I. 3. ed. Brasília: Gestão Pública- 2013.
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2012.
BRASIL. Lei n.º 4.320, de 17 de março de 1964. Institui Normas Gerais de Direito Financeiro 
para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/
legin/fed/lei/1960- 1969/lei-4320-17-marco-1964-376590-norma-pl.html>. Acesso 
em: dezembro. 2015.
BRASIL. Portaria Conjunta STN/SOF nº 1, de 10/12/2014 e Portaria STN nº 700. Aprova a 
6º edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Partes I, II, II e IV. 
Disponível em: <http://www.stn.fazenda.gov.br/legislacao/download/contabilidade/
Port_4372012_MCASP.pdf>. Acesso em: dezembro de 2015.
BRASIL. Portaria n.º 828, de 14/12/2011. Disponível em: <www.stn.fazenda.gov.br. Links: 
Contabilidade Governamental/ Legislação>. Acesso em: dezembro de 2015.
BRASIL. Portaria n.º 753, de 21 de dezembro de 2012. Altera a Portaria n.º 828, 14/12/ 2011. 
Disponível em: <www.stn.fazenda.gov.br/legislação>. Acesso em: dezembro de 2015.
BRASIL. Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm >. Acesso em dezembro de 2015.
BRASIL. Lei nº11941 de 27/05/2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em dezembro de 2015.
BRASIL. Lei Complementar n.º 101, de 04 de maio de 2000. – Lei de Responsabilidade 
Fiscal. Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/legin/fed/leicom/2000/leicom-
plementar-101-4-maio-2000-351480-norma-pl.html>. Acesso em: dezembro. 2015.

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