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GESTÃO PATRIMONIAL E LOGÍSTICA NO SETOR PÚBLICO Reynaldo Bueno Prianti Neto Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car os tipos de lançamentos contábeis voltados ao setor público. Diferenciar as demonstrações de resultado das entidades voltadas ao setor público. Elaborar as demonstrações contábeis das entidades públicas de forma técnica. Introdução Neste texto, você vai aprender como organizar os lançamentos contábeis de uma forma mais compacta, por meio dos balanços patrimoniais, orçamentários e financeiros. Esses documentos permitem interpretar os resultados apurados e são emitidos ao final de cada exercício. Por meio dos balanços, a fiscalização dos tribunais de contas pode identificar a situação patrimonial, orçamentária e financeira de qualquer ente público. Também pode identificar superávit ou déficit ocorrido nas contas públicas. Além disso, tem a possibilidade de analisar se o patrimônio público está crescendo e verificar se há saldo em moeda corrente para saldar as dívidas. Conceito No balanço orçamentário, você deve atentar para as demonstrações. Deve considerar tanto as da receita prevista quanto as da despesa fi xada nas leis orçamentárias e descréditos adicionais. Além disso, precisa verifi car a exe- cução, comparando os valores previstos com os realizados. No balanço patrimonial, de uma forma estática, é apresentada a situação dos bens, direitos e obrigações, gerando o saldo patrimonial do ente público. O balanço financeiro traz análise de valores ingressos e outros dispêndios. Ele também verifica os haveres de restos a pagar. Além disso, demonstra as receitas e as despesas orçamentárias e as de natureza extraorçamentária, constando os valores restantes provenientes do exercício anterior e os que se transferem para o exercício seguinte. Balanço orçamentário As Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público são descritas pelo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, aprovado pela Portaria STN nº 437, de 12 de julho de 2012, e pelo Anexo 12 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Esses documentos apresentam com fi rmeza e segurança a elaboração do balanço orçamentário. O manual, na 6º edição, determina que o balanço orçamentário “deve evidenciar as receitas e as despesas orçamentárias por categoria econômica, confrontando o orçamento inicial e as suas alterações com a execução, demonstrando o resultado orçamentário e descriminando as receitas por fonte (espécie) e as despesas por grupo de natureza”. Conforme consta nas orientações da 6º edição publicada com a Portaria Conjunta STN/ SOF nº 1, de 10 de dezembro de 2014, e na Portaria STN nº 700, de 10 de dezembro (Partes I, II, II e IV), o balanço também atende aos ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000). A previsão inicial contempla os valores pertinentes à previsão das receitas na Lei Orçamentária Anual (LOA), refletindo a posição inicial do orçamento. Por essa razão, eles não se alteram no decorrer do exercício. Se, durante o pro- cedimento de análise, aprovação e publicação da LOA, ocorrerem atualizações monetárias autorizadas por lei, os valores pertinentes a elas também figurarão nessa coluna. Nesse caso, se recomenda a utilização de nota explicativa. Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro156 Esta serve para elucidar a diferenciação entre os valores inseridos na LOA e aqueles destacados no balanço orçamentário. Na coluna previsão atualizada, se deve registrar os valores da previsão atualizada, incluindo os valores pertinentes à parcela de reestimativa da re- ceita utilizada para abertura de créditos adicionais. Esses créditos podem ser provenientes de excesso de arrecadação ou de operações de créditos e/ou dos eventuais remanejamentos entre as naturezas de receita. A receita realizada consagra os valores efetivamente arrecadados das receitas no período de apuração do balanço orçamentário. O saldo é obtido pela diferença apurada entre as receitas arrecadadas e a previsão atualizada. Ele consagra o montante da receita orçamentária que superou o somatório da previsão atualizada. É possível dizer que, caso o re- sultado seja positivo, representará o excesso de arrecadação. Sendo negativo, mostra a insuficiência de arrecadação. O subtotal representa o somatório das receitas antes do refinanciamento. O refinanciamento, por sua vez, é o espaço destinado ao destaque dos valores das receitas pertinentes à disponibilização de títulos públicos e/ou de empréstimos, obtidos junto às entidades estatais ou particulares, internas ou externas, destinadas ao refinanciamento da dívida pública. O subtotal com refinanciamento representa a soma dos valores pertinentes ao subtotal das receitas (I) e daqueles pertinentes ao refinanciamento (II). O déficit contempla a diferença, a menor, entre o somatório das receitas arrecadadas e das despesas executadas, ou seja, das despesas legalmente empenhadas, conforme determina o artigo 35 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Em contrapartida, o superávit ocorre quando as receitas arrecadadas são maiores que as despesas executadas legalmente empenhadas. Assim, se o valor será destacado no campo IX, no balanço orçamentário, o campo pertinente ao déficit deverá ser preenchido com R$ 0,00. O total é o valor total do campo V que consagra a soma entre os valores pertinentes ao subtotal das receitas com refinanciamento (campo III) e aquele pertinente ao déficit (campo IV). Os saldos de exercícios anteriores correspondem a valores arrecadados nos exercícios anteriores. São provenientes de superávit financeiro, apurados no balanço patrimonial e utilizados para abertura de créditos adicionais. Por essa razão, devem contemplar também as parcelas pertinentes aos saldos de créditos adicionais autorizados nos últimos quatro meses do exercício anterior. Ou seja, os saldos não utilizados naquele exercício e que foram reabertos no exercício de apuração. 157Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro Por conta dessa particularidade, se destacam os valores devidos apenas nas colunas pertinentes à previsão atualizada e às receitas arrecadadas cor- respondentes exclusivamente aos valores dos respectivos créditos adicionais. Você deve considerar ainda que não pode registrar tais valores como receitas do exercício, pois pertencem ao exercício de arrecadação. A dotação inicial deve contemplar exclusivamente os valores fixados na Lei Orçamentária Anual. Esses valores consagram os créditos disponíveis para a realização das despesas. A dotação atualizada contempla o somatório da dotação inicialmente aprovada na LOA, com os valores pertinentes aos créditos adicionais abertos e reabertos durante o exercício. Nessa atualiza- ção, é necessário deduzir os valores relativos às anulações e cancelamentos correspondentes. As despesas empenhadas legalmente devem ser registradas no exercício. Isso independentemente de serem ou não liquidadas e pagas. Afinal, de acordo com o artigo 35 da Lei nº 4.320/64, esse é o valor a ser considerado como despesas realizadas no exercício. As despesas liquidadas, para correta elaboração do balanço orçamentário e sua análise, devem ser registradas até o encerramento do exercício. Isso independentemente de terem sido pagas ou não. O saldo da dotação corresponde à diferença entre o valor da dotação atualizada e as despesas legalmente empenhadas no exercício. Tal proce- dimento visa, exclusivamente, ao cumprimento das determinações constantes no artigo 35 da Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964. Assegura que se deve considerar como do exercício as despesas nele legalmente empenhadas. Assim, se mantém a consagração do regime de competência para as despesas. Considere os conceitos e definições anteriores e o balancete contábil elaborado a partir das contas razão (razonetes). Com base neles, o balançoorçamentário pertinente aos atos e fatos registrados nos livros diário e razão apresenta a composição demonstrada nos quadros a seguir. Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro158 Balanço orçamentário Exercício: Período mês: Data emissão: Página: Receitas orçamentárias Previsão inicial Previsão atualizada Receitas realizadas Saldo (a) (b) c = (b – a) Receitas correntes 800.000,00 800.000,00 795.000,00 – 5.000,00 Receitas tributárias 650.000,00 650.000,00 670.000,00 20.000,00 Impostos (IPTU e INSS) 650.000,00 650.000,00 670.000,00 20.000,00 Receitas de contribuições Receita patrimonial Receita agropecuária Receita industrial Receita da indústria de transformação Receitas de serviços 150.000,00 150.000,00 125.000,00 – 25.000,00 Receitas de serviços hospitalares 150.000,00 150.000,00 125.000,00 – 25.000,00 Transferências correntes Receita da dívida ativa Receitas de capital 400.000,00 400.000,00 390.000,00 – 10.000,00 Operações de crédito 400.000,00 400.000,00 390.000,00 – 10.000,00 Operações de crédito internas 400.000,00 400.000,00 390.000,00 – 10.000,00 Alienações de bens Alienações de bens móveis Amortização de empréstimos Quadro 1. Balanço orçamentário: receitas orçamentárias. (Continua) 159Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro Balanço orçamentário Exercício: Período mês: Data emissão: Página: Receitas orçamentárias Previsão inicial Previsão atualizada Receitas realizadas Saldo Transferência de capital Subtotal de receitas (I) 1.200.000,00 1.200.000,00 1.185.000,00 – 15.000,00 Refinanciamento (II) Operações de crédito internas Mobiliária Contratual Operações de crédito externas Mobiliária Contratual Subtotal c/ refinanciamento (III) = I + I 1.200.000,00 1.200.000,00 1.185.000,00 – 15.000,00 Déficit (IV) Total (V) = (III + IV) 1.200.000,00 1.200.000,00 1.185.000,00 – 15.000,00 Saldos de exercícios anteriores (utilizados para créditos adicionais) Superávit financeiro Reabertura de créditos adicionais Quadro 1. Balanço orçamentário: receitas orçamentárias. (Continuação) Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro160 Balanço orçamentário Despesas Orçamen- tárias Dotação inicial Dotação atualizada Despesas empe- nhadas Despesas liquidadas Despesas pagas Saldo da dotação (d) (e) (f) (g) (h) (i) = (e – f) Despesas correntes 800.000,00 800.000,00 796.000,00 780.000,00 780.000,00 4.000,00 Pessoal e encargos sociais 480.000,00 480.000,00 480.000,00 480.000,00 480.000,00 0,00 Juros e encargos da dívida 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Outras despesas correntes 320.000,00 320.000,00 316.000,00 300.000,00 300.000,00 4.000,00 Despesas de capital 400.000,00 400.000,00 0,00 0,00 0,00 400.000,00 Investimentos 400.000,00 400.000,00 0,00 0,00 0,00 400.000,00 Inversões financeiras Amortização da dívida Reserva de contingência Reserva do RPPS Subtotal das despesas (VI) 1.200.000,00 1.200.000,00 796.000,00 780.000,00 780.000,00 404.000,00 Amortização da dívida/ Refinancia- mento (VIII) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Amortização da dívida interna Quadro 2. Balanço orçamentário: despesas. (Continua) 161Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro Balanço orçamentário Despesas Orçamen- tárias Dotação inicial Dotação atualizada Despesas empe- nhadas Despesas liquidadas Despesas pagas Saldo da dotação Dívida mobiliária Outras dívidas Amortização da dívida externa Dívida mobiliária Outras dívidas Subtotal com refinan- ciamento (VIII) = (VI + VII) 1.200.000,00 1.200.000,00 796.000,00 780.000,00 780.000,00 404.000,00 Superávit (IX) = V(b) – VIII(f) 389.000,00 Total (X) = (VIII + XI) 1.200.000,00 1.200.000,00 796.000,00 780.000,00 780.000,00 15.000,00 Quadro 2. Balanço orçamentário: despesas. (Continuação) Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro162 Anexo I – Demonstrativo de execução dos restos a pagar não processados Restos a pagar não processados Inscritos Em exercícios Anteriores Em 31 de dezembro do exercício anterior Liquidados Pagos Cancelados Saldo (a) (b) (c) (d) (e) (f) = (a + b – c – e) Despesas correntes 0,00 16.000,00 0,00 0,00 0,00 16.000,00 Pessoal e encargos sociais Juros e encargos da dívida Outras despesas correntes 0,00 16.000,00 0,00 0,00 0,00 16.000,00 Despesas de capital Investimentos Inversões financeiras Amortização da dívida TOTAL 0,00 16.000,00 0,00 0,00 0,00 16.000,00 Quadro 3. Balanço orçamentário: anexo I. 163Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro Balanço financeiro O balanço fi nanceiro tem por fi nalidade demonstrar as movimentações de ingresso e saída de recursos. Esses recursos podem ser orçamentários ou extraorçamentários. O artigo 103 da Lei nº 4.320/1964 estabelece que: (...) O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamen- tária, conjugados com os saldos em espécies provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. O parágrafo único do mesmo artigo estabelece que: “(...) os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária”. Além dessas informações, é possível assegurar que o balanço financeiro é apresentado em duas seções. Uma contempla os ingressos (receitas orça- mentárias e recebimento extraorçamentário). A outra contém os dispêndios (despesas orçamentárias e pagamentos extraorçamentários). Destinação ordinária De acordo com a parte I (Procedimentos Contábeis Orçamentários) do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, em sua 6º edição, publicada com a Portaria Conjunta STN/SOF nº 1, de 10 de dezembro de 2014 e a Portaria STN nº 700, de 10 de dezembro (Partes I, II, II e IV), por destinação ordinária se entende “o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a qualquer fi nalidade”. Destinação vinculada Também defi nida pelo mesmo ato regulatório destacado no item anterior, a destinação vinculada consagra “o processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em entendimento às fi nalidades específi cas estabelecidas pela norma”. Como norma, se entende a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). No parágrafo único do artigo 8º e no artigo 50, Inciso I, essa lei assim determina: Artigo 8º (...) Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro164 Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade espe- cífica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vincu- lação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. (...) Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados ao órgão, fundo ou despesa obrigatória, fiquem identificados e escriturados de forma individualizada. Transferências financeiras As transferências ocorrem por recebimento e concessão. Uma representa a contrapartida da outra. De acordo com a Portaria STN nº 437, de 12 de julho de 2012, as transferências representam as movimentações de recursos entre os órgãos e entidades vinculados à administração direta e indireta do mesmo ente da Federação. Elas podem ser orçamentárias e extraorçamentárias. Recebimentos extraorçamentários Consagram os ingressos de recursos que não necessitam de previsão na Lei Orçamentária Anual. Ou seja, são recursos que o Estado apenas administra, pois serão devolvidos em épocas oportunas, seja por decisão administrativa ou sentença judicial. Isso signifi ca que também não necessitam de autorização de lei para serem restituídos. Conforme determinações da Lei nº 4.320/64 e da Portaria STN nº 437, de 12 de julho de 2012, constituem exemplos de recebimentosextraorçamentários: Ingressos de recursos constando as consignações em folha de pessoal, fianças, cauções, etc. Inscrições de restos a pagar, tendo as despesas orçamentárias introdu- zidas como realizadas com a função de compensa, porém não pagas no exercício da emissão do empenho, em atendimento ao parágrafo único do artigo 103 da Lei nº 4.320/1964. Pagamentos extraorçamentários Os pagamentos extraorçamentários se referem àqueles dispêndios que não necessitam estar vinculados ou submetidos ao processo de execução orça- 165Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro mentária. Portanto, não necessitam de autorização legislativa para serem realizados. De acordo com a Lei nº 4.320/64 e a Portaria STN nº 437, de 12 de julho de 2012, se inserem nessa definição: Os relativos a obrigações que representaram ingresso extraorçamentário (por exemplo, devolução de depósitos judiciais); Os restos a pagar inscritos em exercícios anteriores e pagos no exercício. Saldos em espécie Representam o somatório dos saldos das contas dos subgrupos caixa e equi- valente de caixa. Incluem também o valor das entradas compensatórias no ativo e no passivo fi nanceiro, nos termos do parágrafo único do artigo 3º da Lei nº 4.320/64. Quando se tratam de entradas compensatórias, é possível inserir aquelas pertinentes aos restos a pagar inscritos no exercício que deverão ser consi- derados como receitas extraorçamentárias no balanço financeiro. Isso serve para compensar os valores das despesas legalmente empenhadas e não pagas no exercício. Como você já viu anteriormente, na elaboração do balanço financeiro, deve levar em consideração as receitas arrecadadas, as despesas executadas, os recebimentos e pagamentos de natureza extraorçamentária, bem como os saldos do início e do final do período. No Quadro 4, você pode ver um exemplo de elaboração do balanço finan- ceiro, tomando como base os atos e fatos registrados nos livros diário e razão. Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro166 Balanço financeiro Exercício Período (mês) Data de emissão Página Ingressos Despendidos Especificação Exercício atual Exercício anterior Especificação Exercício atual Exercício anterior Receita orçamentária (I) 1.185.000,00 Despesa orçamentária (VI) 796.000,00 Ordinária Ordinária Receitas correntes 795.000,00 Despesas correntes 796.000,00 Receitas tributárias (IPTU e ISS) 670.000,00 Pessoal e encargos sociais 480.000,00 Receitas industriais – impressões em geral Outras despesas correntes – material de consumo Receitas de serviços – hospitalares 125.000,00 Material de consumo – medicamentos 76.000,00 Outras receitas correntes – dívida ativa Serviços de terceiros – pessoa jurídica 240.000,00 Receitas de capital 390.000,00 Juros e encargos da dívida Receita de alienação de bens móveis Despesas de capital 0,00 Receita operação crédito – financiamento 390.000,00 Investimentos – obras e instalações 0,00 Quadro 4. Elaboração do balanço financeiro. (Continua) 167Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro Balanço financeiro Exercício Período (mês) Data de emissão Página Vinculada Equipamentos material perma- nente – veículo 0,00 Previdência social Vinculada Transferências obrigatórias de outros entes do convênio Previdência social (–) Deduções da receita orçamentária Transferências obrigatórias de outros entes Transferências financeiras recebidas (II) Recebimentos extraorça- mentários (III) 16.000,00 Transferências financeiras concedidas (VII) Inscrição de restos a pagar não processados 16.000,00 Pagamentos extraorça- mentários (VIII) Inscrição de restos a pagar processados Saldo em espécie para o exercício seguinte (IX) 405.000,00 Saldo em espécie do exercício anterior (IV) Caixa equivalente de caixa 405.000,00 Banco conta movimento Total (V) = (I + II + III + IV) 1.201.000,00 TOTAL (X) = (VI + VII + VIII + IX) 1.201.000,00 Quadro 4. Elaboração do balanço financeiro. (Continuação) Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro168 Balanço patrimonial De acordo com a Parte V das Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público, integrante do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa e quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pública, por meio de contas representativas do patrimônio público, além das contas de compensação, conforme as seguintes defi nições: a) Ativo: são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados. Espera-se que esses eventos resultem para a entidade em benefícios futuros ou potenciais de serviços. b) Passivo: são as obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos passados. Espera-se que os pagamentos dessas obrigações resultem para a entidade em saídas de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços. c) Patrimônio líquido: são os valores residuais dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. d) Contas de compensação: compreendem os atos que possam ou não afetar o patrimônio. O patrimônio líquido deve evidenciar separadamente o resultado do período de apuração e aqueles acumulados de exercícios anteriores, além de outros itens que lhe são pertinentes. Com o alinhamento das Normas Brasileiras de Contabilidade Pública às Normas Internacionais do mesmo setor, as estrutu- ras das demonstrações contábeis vêm se assemelhando, em elevado grau, às estruturas das demonstrações contábeis aplicadas na contabilidade da esfera mercantil, especialmente da estruturação definida pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09. Seguindo a mesma metodologia da contabilidade mercantil, os técnicos da Secretaria do Tesouro Nacional, na Parte V do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, estabeleceram que “a classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em “circulante” e “não circulante”, com base nos atributos de conversibilidade e exigibilidade”. Veja como fica elaborado o balanço patrimonial, tendo por base os atos e fatos registrados nos livros diário e razão. 169Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro Balanço patrimonial Ativo Passivo Especificação Exercício Exercício Especificação Exercício Exercício X1 X0 X1 X0 Ativo circulante 465.000,00 Passivo circulante 57.440,50 Disponível 405.000,00 Obrigações trabalhistas e previdenciárias Caixa Obrigações assistenciais a pagar em curto prazo Bancos 405.000,00 Empréstimos e financiamentos em curto prazo (P) 52.000,00 Créditos de curto prazo Juros e encargos da dívida a pagar (P) 5.440,50 Demais créditos e valores (curto prazo) Fornecedores e contas a pagar em curto prazo Valores restituíveis Fornecedores Investimentos temporários Obrigações fiscais em curto prazo Estoques 60.000,00 VPD pagas antecipadamente Demais obrigações em curto prazo Valores restituíveis Quadro 5. Balanço patrimonial. (Continua) Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro170 Balanço patrimonial Ativo não circulante Ativo realizável em longo prazo Provisões em curto prazo Créditos de longo prazo Dívida ativa Passivo não circulante 338.000,00 Tributária Obrigações trabalhistas e previdenciárias Não tributária Obrigações assistenciais em pagar em longo prazo Demais créditos e valores (longo prazo) Empréstimos e financiamentos em longo prazo 338.000,00 Fornecedores e contas a pagar em longo prazo Investimentos permanentes Obrigações fiscais em longo prazo Demais obrigações em longo prazo Imobilizado Provisões em longo prazo Bens móveis – veículo resultado diferido (–) Depreciação acumulada Quadro 5. Balanço patrimonial. (Continuação) 171Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro Balanço patrimonial Bens imóveis – edifícios Terreno Total do passivo 395.440,50 (–) Redução a calor recuperável Patrimônio líquidoIntangível Softwares Especificação Marcas, direitos e patentes industriais Patrimônio social/ capital social (–) Amortização acumulada Adiantamento para o futuro aumento de capital (–) Redução a valor recuperável Reservas de capital Ajuste de avaliação patrimonial Reservas de lucros Demais reservas Resultados acumulados 69.559,50 Ações/cotas em tesouraria Total do patrimônio líquido 69.559,50 Quadro 5. Balanço patrimonial. (Continuação) Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro172 Balanço patrimonial Total 465.000,00 Total 465.000,00 Ativo financeiro 405.000,00 Passivo financeiro 57.440,50 Ativo permanente 60.000,00 Passivo permanente 338.000,00 Saldo patrimonial 69.559,50 Compensações Especificação Exercício x1 Exercício x2 Especificação Exercício x1 Exercício x2 Saldo dos atos potenciais ativos 1.425.000,00 Saldo dos atos potenciais passivos 1.425.000,00 Quadro 5. Balanço patrimonial. Demonstração de superávit e déficit financeiros apurados no balanço patrimonial Exercício Período (mês) Data de emissão Página Destinação de recursos Superávit/déficit financeiro Destinação ordinária (receitas tributárias – despesas ordinárias – balanço financeiro) Recursos próprios diretamente arrecadados (de serviços – balanço financeiro) Operações de créditos (balanço financeiro) Alienação de bens (balanço financeiro) – 126.000,00 125.000,00 390.000,00 0,00 Total 389.000,00 Quadro 6. Demonstração de superávit e déficit financeiros apurados no balanço patri- monial. (Continuação) 173Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro Balanço patrimonial, orçamentário e financeiro174 ALBUQUERQUE, C. M.; MEDEIROS, M. B.; SILVA, P. H. F. Administração Financeira e Or- çamentária AFO. v.I. 3. ed. Brasília: Gestão Pública- 2013. ANDRADE, N. de A. Contabilidade Pública na Gestão Municipal. 4. ed. São Paulo: Atlas 2012. BRASIL. Lei n.º 4.320, de 17 de março de 1964. Institui Normas Gerais de Direito Financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/ legin/fed/lei/1960- 1969/lei-4320-17-marco-1964-376590-norma-pl.html>. Acesso em: dezembro. 2015. BRASIL. Portaria Conjunta STN/SOF nº 1, de 10/12/2014 e Portaria STN nº 700. Aprova a 6º edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Partes I, II, II e IV. Disponível em: <http://www.stn.fazenda.gov.br/legislacao/download/contabilidade/ Port_4372012_MCASP.pdf>. Acesso em: dezembro de 2015. BRASIL. Portaria n.º 828, de 14/12/2011. Disponível em: <www.stn.fazenda.gov.br. Links: Contabilidade Governamental/ Legislação>. Acesso em: dezembro de 2015. BRASIL. Portaria n.º 753, de 21 de dezembro de 2012. Altera a Portaria n.º 828, 14/12/ 2011. Disponível em: <www.stn.fazenda.gov.br/legislação>. Acesso em: dezembro de 2015. BRASIL. Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm >. Acesso em dezembro de 2015. BRASIL. Lei nº11941 de 27/05/2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em dezembro de 2015. BRASIL. Lei Complementar n.º 101, de 04 de maio de 2000. – Lei de Responsabilidade Fiscal. Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/legin/fed/leicom/2000/leicom- plementar-101-4-maio-2000-351480-norma-pl.html>. Acesso em: dezembro. 2015.
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