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Teorias Sobre a Origem da Alma Humana

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Teorias Sobre a Origem da Alma Humana 
Publicado por Reformados 21 em 27/10/2018 12:22 
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Três teorias disputaram a opinião da igreja desde os primeiros séculos do cristianismo, com 
respeito à origem da alma: 
1. PRE-EXISTENCIALISMO 
Orígenes (séc. III) foi seu principal expoente. Esta teoria ensina que as almas dos homens 
tiveram uma existência anterior à criação dos próprios homens. Alguns acontecimentos 
nesse período pré-temporal determinaram a condição em que atualmente se encontram 
essas almas. 
Houve uma espécie de queda pré-temporal. Orígenes considerou que a existência material 
presente no homem, com todas as suas desigualdades e irregularidades físicas e morais, é 
um castigo pelos pecados cometidos em uma existência anterior. O pecado, portanto, teve 
entrada no mundo dos homens num estado pré-temporal, e isso fez com que o homem já 
entrasse no mundo numa condição de pecado. 
Objeções: 
a) É uma teoria sem base escriturística. Algumas de suas formas refletem uma base filosófica 
pagã que aceita um dualismo, matéria-espírito, tornando um castigo para a alma o fato dela 
ser unida ao corpo. 
b) Faz com que o corpo seja meramente acidental. A princípio, a alma existia sem o corpo. O 
homem estava completo sem o corpo. Isto apaga a distinção entre o homem e os anjos. 
c) Destrói a unidade da raça humana, porque aceita que as almas individuais existiram muito 
tempo antes de entrarem na vida presente. Não constituem uma raça. 
d) Não tem apoio na consciência humana. O homem não tem uma consciência de uma 
existência prévia, ou que o corpo seja uma espécie de prisão para a alma. 
1. TRADUCIANISMO (ou PROPAGAÇÃO) 
Segundo o traducianismo, as almas dos homens se propagam juntamente com os corpos, 
mediante uma geração ordinária, transmitida dos pais aos filhos. 
Entre os Reformados, há alguns que defendem a ideia traducianista. W.G.T. Shedd é o 
principal expoente dessa corrente. 
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a) Argumentos a favor do Traducianismo 
Os traducianistas apresentam vários argumentos em favor de sua teoria: 
A Escritura parece favorecer a apresentação do traducianismo 
A Bíblia ensina que o homem é uma espécie, e a ideia de espécie implica numa propagação 
da totalidade do indivíduo, e não de uma parte apenas, ou seja, o corpo, como ensina o 
criacionismo. 
Gn 1.26, 27; 5.2 ensinam que o homem e mulher são denominados homem. A 
palavra Adão não denota simplesmente o nome de um homem, mas da espécie. Quando 
Deus criou Adão, ele não criou o indivíduo, mas a espécie. 
A criação da alma de Eva esteve incluída na de Adão, pois dele ela foi formada (2 Co 11.8; 
Gn 2.21-23). A mulher num todo, e não somente o seu corpo, foi derivada de Adão. Alma e 
corpo são propagados. Deus criou a natureza humana em Adão, e depois essa natureza 
humana foi transformada em milhões de indivíduos por propagação sexual. A criação do 
Adão (natureza humana) foi terminada e completada no sexto dia. Após isso, há somente a 
propagação da raça. 
Gn 2.2 diz que Deus cessou o trabalho da criação depois de haver feito o homem. Deus 
soprou somente uma vez nas narinas do homem, e depois o tornou fecundo para a 
propagação da espécie (Gn 1.28; 2.7). Observe o uso da palavra carne quando 
denota natureza humana (corpo e alma), e não apenas corpo (Jo 3.6; 1.14; Rm 1.3). 
Estes textos parecem favorecer a posição traducianista, isto é, eles ensinam que o indivíduo 
é propagado como um todo (consistindo de corpo e alma), e não somente em parte como 
ensina o criacionismo. 
Pelas leis naturais da vida vegetal e animal 
O crescimento nesses remos não é por um crescente de criação imediata, mas por meio de 
derivação natural de novos indivíduos procedentes de um tronco paterno (observe-se o Sl 
104.30). 
As leis genéticas favorecem o Traducianismo 
A herança das peculiaridades mentais e tendências familiares são notáveis, traços físicos e 
mentais que não são explicáveis nem pela educação, nem pelo exemplo. 
O Traducianismo oferece mais base para explicar a depravação moral e espiritual porque este 
assunto é mais um assunto da alma do que do corpo. 
Para justificar seus argumentos, os traducianistas se juntam ao realismo para explicar o 
pecado original. 
b) Objeções ao Traducianismo 
Contra o traducianismo há varias objeções: 
Ele é contrario à doutrina filosófica da simplicidade da alma. 
A alma é uma substancia espiritual pura que não admite divisão. A propagação da alma 
implicaria na divisão da alma, já que a criança recebe a sua alma dos pais. O problema 
maior é: de quem procede a alma da criança? da mãe ou do pai? Ou ela vem de ambos? 
Se é assim, não seria uma alma composta? 
A fim de evitar essa dificuldade supramencionada, os traducianistas têm que recorrer a uma 
dessas três teorias a serem mencionadas: Primeiro, que a alma da criança tem uma 
existência prévia, uma espécie de pré-existencialismo. Segundo, que a alma está 
potencialmente presente no sêmen do homem ou da mulher, ou em ambos, e isso é 
materialismo. Terceiro, que a alma é produzida, isto é, ela é criada de algum modo, pelos 
pais, e isto os torna, de algum modo, criadores. 
Os traducianistas dizem que, após a criação original, Deus somente obra mediatamente. 
Após os seis dias da criação, Sua obra criadora cessou, por isso Deus não pode mais criar 
almas. Mas a pergunta a ser levantada é esta: Onde fica, então, a regeneração, que não é 
efetuada através de causas secundarias? Ela é uma nova criação! 
Geralmente o traducianismo se une ao realismo para explicar o pecado da raça, isto é, a 
culpa do homem. 
Fazendo isso, o traducianismo afirma a unidade numérica da substância de todas as almas 
humanas, o que é uma posição insustentável. Além disso, o traducianismo falha em explicar 
a culpa individual de cada homem nos outros pecados de Adão, e nos pecados dos outros 
antepassados. 
O traducianismo tem dificuldades insuperáveis na Cristologia. 
Se em Adão a natureza pecou como um todo, e que o pecado foi de cada parte da natureza, 
então, a conclusão é que a natureza humana de Cristo foi também pecaminosa e culpada, 
pois ela fazia parte da raça criada numericamente uma e a mesma em Adão. 
3) CRIACIONISMO 
Esta teoria considera que cada alma é uma criação imediata de Deus, possuindo sua origem 
num ato criativo direto de Deus, no qual o tempo não pode ser precisamente determinado. 
Supostamente, a alma é criada pura, pois Deus não poderia tê-la criado impura, e ela é 
unida a um corpo depravado. Não deve ser crido que a alma é criada separadamente do 
corpo e que ela se torna poluída em contato com o corpo, o que tornaria o pecado algo 
simplesmente físico. Deve ser crido que a alma é criada pura, mas que Deus imputa a culpa 
de Adão a ela e, então, se torna corrupta também. 
A alma, que é produto de um ato criador direto de Deus, já está pré-formada na vida psíquica 
do feto. 
a) Argumentos a favor do Criacionismo 
Ele é mais consistente com as apresentações dominantes da Escritura que o traducianismo. 
O relato original da criação assinala uma distinção clara entre a criação do corpo e da alma. 
O corpo foi tomado da terra e a alma vem diretamente de Deus. Em toda a Bíblia, esta 
distinção se conserva, onde a alma e o corpo não são somente substâncias diferentes,mas 
têm origens diferentes (veja Ec 12.7; Is 42.5; Zc 12.1; Hb 12.9; Nm 16.22). Sobre o texto de 
Hebreus, Delitzsch, um notável traducianista, disse: “Dificilmente pode se encontrar um texto 
que dê prova mais clássica a favor do criacionismo!” O criacionismo é muito mais consistente 
com a natureza da alma humana do que o traducianismo. A natureza individual da alma 
humana é perfeitamente reconhecida pelo criacionismo. A teoria traducianista, por sua vez, 
implica numa separação e divisão da essência da alma. 
Evita os tropeços do traducianismo na Cristologia, e faz mais justiça à pessoa de Cristo na 
Escritura. 
Cristo foi verdadeiramente homem, com verdadeira natureza humana, um corpo verdadeiro 
e uma alma racional. Nasceu da mulher, foi feito semelhante a nós e, não obstante, sem 
pecado. Diferentemente dos outros homens, não participou da culpa e corrupção da 
transgressão de Adão, pois Deus não lhe imputou culpa. Isso foi possível porque Ele não 
participou da mesma essência numérica dos que pecaram em Adão. 
b) Objeções ao Criacionismo 
A objeção mais séria é a seguinte: a alma sendo depravada, ou possuindo tendências depravadas, 
torna Deus o autor direto do mal. 
Se a alma foi criada pura, torna Deus o autor indireto do mal, pois Deus a coloca num corpo 
que fatalmente a corromperá. 
Este argumento é considerado pelos traducianistas como fatal para o criacionismo. Claro 
que este é um tropeço a ser evitado. Para o criacionismo, o pecado original não é um 
problema simplesmente de herança. Os descendentes de Adão são pecadores, não como 
resultado de haverem sido postos em contato com um corpo pecador, mas em virtude do 
fato de Deus imputar-lhes a desobediência original de Adão. Então, a justiça original é tirada, 
e a corrupção do pecado, naturalmente, se desenvolve. 
O criacionismo considera os pais terrenos como gerando somente o corpo de seus filhos, o que 
certamente não é a parte mais importante da criança, e, portanto, não explica os reaparecimentos 
de tendências mentais e morais dos pais nos filhos. 
Até onde tenha a ver com as semelhanças mentais e morais dos pais e filhos, não 
necessariamente precisam ser explicadas unicamente com base na herança. Nosso 
conhecimento da alma é tão imperfeito para falar com absoluta segurança sobre esse ponto. 
Mas esta semelhança, em parte, é explicada pelo exemplo dos pais, em parte pela influência 
do corpo sobre a alma e, em parte, pelo fato de que Deus não cria todas as almas iguais, 
mas que cria em cada caso particular uma alma adaptada ao corpo com o qual se unirá, e 
adaptada também às complexas relações nos quais terá que ser introduzida. 
O criacionismo não está em harmonia com a relação atual de Deus com o mundo e com sua maneira 
de trabalhar nele, visto que ensina uma atividade criadora de Deus e, deste modo, ignora que Deus 
não mais obra diretamente, mas somente por meio de agência secundária. 
4) PONDERAÇÕES FINAIS 
a) Deve-se ter prudência ao falar deste assunto 
Precisamos admitir que os argumentos de ambas as partes, traducianismo e criacionismo, 
são equilibrados. A Escritura não faz uma afirmação direta a respeito da origem da alma no 
homem em particular, exceto no caso de Adão. As poucas passagens da Bíblia que tratam 
do assunto, só podem ser consideradas conclusivas por cada parte, já que algumas delas 
são usadas pelas duas partes. Alguns teólogos são de opinião de que há verdades em 
ambas as teorias. 
b) Alguma forma de criacionismo merece preferência 
Pelas seguintes razões: 
Não encontra dificuldade filosófica insuperável com a qual o traducianismo sofre. 
Evita os erros cristológicos que envolve o traducianismo. 
Está mais em harmonia com a nossa ideia de pacto. 
Ao mesmo tempo, estamos convencidos que a atividade criadora de Deus, ao formar as almas 
humanas, deve ser concebida como muito estreitamente ligada ao processo natural de geração dos 
indivíduos. 
O criacionismo não evita todas as dificuldades, mas é uma garantia contra os seguintes 
erros: a) que a alma é divisível; b) que todos os homens são meramente a mesma 
substância; c) e que Cristo tomou aquela mesma natureza numérica que caiu em Adão. 
 
 
Autor: Heber Carlos de Campos 
Trecho extraído de Antropologia Bíblica: Estudo da Doutrina do Homem e do Pecado. 
 
Link: https://reformados21.com.br/2018/10/27/teorias-sobre-a-origem-da-alma-humana/

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