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Mecânica dos solos II 07/06/2016 1 1 Engenharia Civil - UFT Prof.º Marcus Vinicius R. e Souza Palmas - TO 2015 Mecânica dos solos II Aula 8 – Empuxos de Terra & Estruturas de contenção ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • TÓPICOS Introdução Tipos Conceitos de interação solo/estrutura Espraiamento de tensões – Efeito de arco. Coeficientes de empuxo em repouso, ativo e passivo. Métodos de cálculo de empuxos sobre estruturas de contenção Método de Rankine Método de Coulomb Considerações sobre os métodos Drenagem em Muros 2 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 3 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 2 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 4 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Muros de Gravidade (ou de Peso) As condições de estabilidade são garantidas pelo peso do muro. concreto ciclópico, concreto (armado ou não) ou alvenaria de pedras • TIPOS EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 5 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Muros Tipo Cantilever Peso do conjunto muro (pequeno)-solo confinado no “L” garantem a estabilidade do sistema. EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 6 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Muros de Gravidade com Contrafortes Mecânica dos solos II 07/06/2016 3 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 7 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Muros Tipo Crib-Wall O solo de enchimento garante o peso necessário para a estabilidade do conjunto. peças pré-moldadas (concreto ou madeira) solo de enchimento EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 8 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Cortinas (ou Paredes) Atirantadas cortina tirante bulbo de ancoragem Os tirantes fixam a parede ao solo e garantem a sua estabilidade. EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 9 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Solo Reforçado reforço (geossintético ou tira metálica) grampos Os reforços trabalham em conjunto com o solo para garantir a estabilidade do conjunto. Solo Reforçado (com Geossintéticos ou Terra Armada) Solo Grampeado (Soil Nailing) Mecânica dos solos II 07/06/2016 4 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 10 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Solo Grampeado (Soil Nailing) EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 11 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS tiras metálicas face (peças pré-moldadas) aterro (granular) Solo Reforçado (Terra Armada) EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 12 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Solo Reforçado (Terra Armada) • Tira Lisa • Tira com ressaltos (maior aderência com o solo) Mecânica dos solos II 07/06/2016 5 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 13 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Solo Reforçado (Com Geossintéticos) EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 14 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Solo Reforçado (Com Geossintéticos) – Processo Executivo solo de fundação geossintético forma aterro compactado manualmente (leve) geotêxtil dobrado sobre o aterro aterro compactado nova camada de geossintético nova posição da fôrma (1) (2) (3) (4) (5) EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 15 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Escoramento com estacas metálicas e pranchões de madeira Mecânica dos solos II 07/06/2016 6 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 16 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Escoramento com estacas metálicas e pranchões de madeira EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 17 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Parede Diafragma EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO 18 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II • TIPOS Parede Diafragma Mecânica dos solos II 07/06/2016 7 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • INTRODUÇÃO Em muitos casos, a impossibilidade de execução de taludes em uma inclinação tal que o faça estável, impõe o projeto de estruturas de contenção. O cálculo dos esforços desenvolvidos pelo solo sobre estas estruturas é de importância fundamental para um bom desempenho da obra. Além disto, tais estruturas frequentemente requerem verificações adicionais no seu dimensionamento, concernentes à sua estabilidade global e à segurança de seus elementos de construção. 19 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II F = ? (Empuxo) EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Revisão ... Nos solos, ocorrem tensões devidas ao peso próprio e às cargas aplicadas. Na análise do comportamento dos solos, as tensões devidas ao peso têm valores consideráveis, e não podem ser desconsideradas. Quando a superfície do solo é horizontal, aceita-se que a tensão normal em uma determinada profundidade é proporcional ao peso de solo acima do ponto considerado. σv = γ x h 20 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • Revisão... Essa tensão devida apenas ao peso próprio, em que não há carregamento externo é denominada de tensão GEOSTÁTICA. Com a presença de água, o contato entre os grãos diminui e tem-se parte da carga indo para a água. Assim, surgem tensões aplicadas apenas nos grãos (efetivas) e no conjunto solo+água (totais). A pressão que vai para a água é denominada de POROPRESSÃO. 21 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II σ = σ’ + u σ’ = σ - u σv = γ h u = γw hw Mecânica dos solos II 07/06/2016 8 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • CONCEITOS DE INTERAÇÃO SOLO/ESTRUTURA Distribuição de tensões: O solo transmite carregamentos para as laterais e em profundidade! 22 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • CONCEITOS DE INTERAÇÃO SOLO/ESTRUTURA Efeito de arco sobre uma galeria de concreto rígida (arqueamento negativo) Túneis – arqueamento positivo (fechamento da cavidade) 23 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II 20 40 60 80 100 120 140 180 180 200 220 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • COEFICIENTES DE EMPUXO EM REPOUSO, ATIVO E PASSIVO Empuxo: Para um muro sem atrito, não havendo tensões de cisalhamento no elemento de solo, para o equilíbrio estático (δ = 0)tem-se: 24 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Jaky (1956) Solos grosseiros Mecânica dos solos II 07/06/2016 9 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • COEFICIENTES DE EMPUXO EM REPOUSO, ATIVO E PASSIVO Situação inicial do solo: repouso (K0) Inserção de um muro delgado semi-infinito no solo Deslocamento progressivo do muro para a direita 25 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • COEFICIENTES DE EMPUXO EM REPOUSO, ATIVO E PASSIVO Comportamento de tensões nos pontos A e B. Com o deslocamento do muro, as tensões nos elementos de solo A e B tendem a um valor constante. Aumento das tensões no ponto A e Diminuição no ponto B. 26 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • COEFICIENTES DE EMPUXO EM REPOUSO, ATIVO E PASSIVO Empuxo: Se o muro, sem atrito, girar em torno de sua base para a posição A’B, então uma massa de solo triangular ABC’ adjacente ao muro atingirá um estado de equilíbrio plástico e irá se romper para baixo ao longo do plano BC’. A tensão horizontal nesse trecho será ativa e será σh = σa 27 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 10 EMPUXOS DETERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • COEFICIENTES DE EMPUXO EM REPOUSO, ATIVO E PASSIVO Empuxo: Se o muro, sem atrito, girar em torno de sua base para a posição A”B, então uma massa de solo triangular ABC” adjacente ao muro atingirá um estado de equilíbrio plástico e irá se romper para cima ao longo do plano BC”. A tensão horizontal nesse trecho será passiva e será σh = σp 28 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • COEFICIENTES DE EMPUXO EM REPOUSO, ATIVO E PASSIVO 29 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Em termos de círculos de Mohr temos: t s f’ svKasv KpsvKosv c’ Em termos de círculos de Mohr temos: t s f’ svKasv KpsvKosv Em termos de círculos de Mohr temos: t s f’ svKasv KpsvKosv c’ Empuxo ativo Empuxo passivo EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • COEFICIENTES DE EMPUXO EM REPOUSO, ATIVO E PASSIVO Teoria de Rankine da pressão ativa 30 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Assumindo um solo granular: Mecânica dos solos II 07/06/2016 11 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • COEFICIENTES DE EMPUXO EM REPOUSO, ATIVO E PASSIVO Teoria de Rankine da pressão passiva 31 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Assumindo um solo granular: EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO MÉTODO DE RANKINE Determinação dos empuxos de terra → métodos de equilíbrio limite - Admite-se: cunha de solo situada em contato com a estrutura → estados de plastificação, ativo ou passivo. Equações de equilíbrio da mecânica do contínuo + critério de plastificação do solo Hipóteses: Todo solo está em processo de plastificação Consideração das condições de contorno -> resolução do sistema Massa semi-infinita de solo 32 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO MÉTODO DE RANKINE A estrutura de contenção se move lateralmente uma quantidade suficiente para o desenvolvimento de deformações no aterro grandes o bastante para simultaneamente mobilizar toda a resistência ao cisalhamento do solo em uma área suficientemente grande. O muro deve se deformar de forma semelhante ao solo, de modo que todo ponto ao longo da interface muro-solo está na iminência de ruptura. Não se admite a existência de atrito na interface muro-solo. 33 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 12 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO MÉTODO DE RANKINE: Vantagens e desvantagens do método de Rankine A não consideração do atrito lateral na interface solo muro leva a resultados bastante conservativos, onerando as obras calculadas pelo método de Rankine. A obtenção dos valores de Kp e Ka para geometrias complexas e/ou outras formas de carregamento que não carregamento extenso conduz a procedimentos de cálculo bastante árduos. 34 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Caso generalizado de aterro granular – Caso ativo de Rankine (1857) Pressão lateral de terra (σ’a) a uma profundidade z: Onde: Empuxo ativo por unidade de comprimento: 35 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Caso generalizado de aterro granular – Caso ativo de Rankine (1857) Ângulo da Cunha de Ruptura ABC Para o caso especial do muro com face posterior vertical (θ = 0): Em que: 36 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 13 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Caso generalizado de aterro granular – Caso passivo de Rankine (1857) Onde: 37 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Diagramas para distribuição de pressão lateral sobre muros de arrimo Caso Ativo (não coesivo) Caso Passivo (não coesivo) 38 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Diagramas para distribuição de pressão lateral sobre muros de arrimo (Aterro – Parcialmente Submerso Não-Coesivo: Solo Suportando uma Sobrecarga / Caso ativo) Z = 0: σ0 = σ’0 = q σ’a = Kaq Caso ativo: Z = H1: σ’0 = (q+ γ H1) σ’a = Ka (q+ γ H1) Z = H: σ’0 = (q+ γ H1+ γ’H2) σ’a = Ka(q+ γ H1+ γ’H2) u = γwH2 39 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Idem: Caso passivo Mecânica dos solos II 07/06/2016 14 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Aterro – Solo Coesivo com Aterro Horizontal Caso ativo: ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II 40 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Aterro – Solo Coesivo com Aterro Horizontal Caso ativo: Para condição não-drenada: Ø = 0, Ka = tg 2 45° =1 e c= cu (ou Su ) Possibilidade de trincas até z0! Considerando as fendas de tração, só haverá empuxo para profundidades maiores que z0 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II 41 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Aterro – Solo Coesivo com Aterro Horizontal Caso Passivo: Empuxo por unidade de comprimento: ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II 42 Mecânica dos solos II 07/06/2016 15 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Pressão de solo para Solo c – Ø - Aterro Inclinado – Mazindrani e Ganjali (1997): Caso ativo: Caso passivo: ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II 43 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Pressão de solo para Solo c – Ø - Aterro Inclinado – Mazindrani e Ganjali (1997): ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II 44 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Exercício 01: Um muro de arrimo sem atrito é mostrado na figura abaixo. Determine: (a) o empuxo ativo Pa após ocorrer a fenda de tração e (b) o empuxo passivo Pp . ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II 45 Mecânica dos solos II 07/06/2016 16 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Exercício 01: Um muro de arrimo sem atrito é mostrado na figura abaixo. Determine: (a) o empuxo ativo Pa após ocorrer a fenda de tração e (b) o empuxo passivo Pp . Em z = 0 Em z = 4m Após ocorrer a fenda de tração: ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II 46 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Exercício 01: Um muro de arrimo sem atrito é mostrado na figura abaixo. Determine: (a) o empuxo ativo Pa após ocorrer a fenda de tração e (b) o empuxo passivo Pp . Em z = 0 Em z = 4m ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II 47 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO MÉTODO DE COULOMB Hipóteses básicas: É atendida a condição de deformação plana ao longo do eixo do muro (o problema é bi- dimensional) Ao longo da superfície de deslizamento AB o material está em estado de equilíbrio limite (O critério de Mohr-Coulomb é atendido). A superfície de ruptura é normalmente admitida como planar 48 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 17 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO MÉTODO DE COULOMB O cálculo do empuxo é efetuado estabelecendo-se as equações de equilíbrio das forças atuantes sobre uma cunha de deslizamento hipotética. Uma das forçasatuantes é o empuxo, que no estado ativo corresponde à reação da estrutura de suporte sobre a cunha e, no passivo, à força que a estrutura de arrimo exerce sobre ela. O empuxo ativo será o máximo valor dos empuxos determinados sobre as cunhas analisadas; o passivo, o mínimo. Na mobilização do empuxo ativo, o muro se movimenta de modo que o solo é forçado a mobilizar a sua resistência ao cisalhamento, até a ruptura iminente. 49 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Coulomb (1776): Muro com atrito, Superfície de ruptura planar, solo não coesivo 50 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Coulomb (1776): Muro com atrito, Superfície de ruptura planar, solo não coesivo 51 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 18 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Coulomb (1776): Muro com atrito, Superfície de ruptura planar, solo não coesivo 52 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Coulomb (1776): Muro com atrito, Superfície de ruptura planar, solo não coesivo 53 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • MÉTODOS DE CÁLCULO DE EMPUXO Coulomb (1776): Muro com atrito, Superfície de ruptura planar, solo não coesivo 54 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 19 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MÉTODOS Influência da Pressão Neutra Influência de Sobrecargas Aplicadas à Superfície do Terreno Influência do Atrito entre o Solo e o Muro Ponto de Aplicação do Empuxo 55 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MÉTODOS Influência da Pressão Neutra - O empuxo devido à água deve ser considerado separadamente. Não é possível incluir esforços devidos à percolação de água nas teorias de Rankine e Coulomb. Ao assumir o nível de água estático, lembrar que os coeficientes de empuxo referem-se a tensões efetivas, e que a água exerce igual pressão em todas as direções, sendo o empuxo da água sempre perpendicular à face da contenção. Observação: Utilizar materiais granulares no aterro anterior ao muro → maiores valores de ângulo de atrito → não apresentam grandes variações volumétricas em processos de secagem/umedecimento. → bom sistema de drenagem → evitar empuxos na estrutura de contenção provocados pela água. 56 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MÉTODOS Influência de Sobrecargas Aplicadas à Superfície do Terreno: Esforços laterais devidos a sobrecargas aplicadas na superfície do terreno nem sempre são de fácil avaliação. Alguns tipos de sobrecargas (uniformemente distribuídas, lineares, etc) podem ser consideradas, bastando incluí-las nos polígonos de forças das construções gráficas. No caso da cargas uniformemente distribuídas, pode-se também utilizar o artifício representado na equação baixo: No cálculo dos acréscimos dos empuxos devidos à carregamentos em superfície - aplicabilidade das fórmulas da Teoria de Elasticidade. 57 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 20 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MÉTODOS Influência do Atrito entre o Solo e o Muro: O método de Rankine, que desconsidera o atrito entre o solo e o muro, fornece soluções do lado da segurança. O método de Coulomb considera o atrito e fornece soluções mais realistas. O emprego de uma ou de outra teoria está associado, inclusive, como já foi referido, à geometria do problema. As obras dimensionadas pelo método de Rankine serão mais caras pois, como se sabe, este método fornece valores mais conservativos em face de não considerar o atrito entre o solo e o muro. Por outro lado, esta teoria é de extrema simplicidade e portanto menos trabalhosa do que a solução de Coulomb. 58 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MÉTODOS Ponto de Aplicação do Empuxo: A teoria de Rankine, admitindo uma distribuição hidrostática de tensões, fixa o ponto de aplicação do empuxo a 1/3 da altura, medida a partir da base. A teoria de Coulomb nada estabelece a respeito. 59 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II h h/3 E = Kah2/2 h Solo não coesivo h h/3 E = Kah2/2 h Solo não coesivo h h/3 E = Kah2/2 h Solo coesivo z c o = × - æ è ç ö ø ÷ 2 45 2 f tan h h/3 E = Kah2/2 h Solo coesivo z c o = × - æ è ç ö ø ÷ 2 45 2 f tan E a centro de gravidade da cunha crítica crit 60 Engenharia Civil - UFT Prof.º Marcus Vinicius R. e Souza Palmas - TO 2015 Mecânica dos solos II Aula 8.1 – Verificação da estabilidade da estrutura de contenção ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 21 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • TÓPICOS Verificação da estabilidade de estruturas de contenção 1) Segurança ao tombamento 2) Segurança ao deslizamento 3) Segurança à ruptura do terreno de fundação 4) Segurança global 61 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • 1ª CONDIÇÃO: SEGURANÇA AO TOMBAMENTO O fator de segurança contra o tombamento é definido em função do somatório de momentos em relação ao pé do muro: É comum se desprezar a contribuição de Ep (vala ou erosão no pé do muro e diferença entre deslocamentos necessários para mobilização de empuxos ativo e passivo) FS > 1,5 (solos granulares) FS > 2,0 (solos coesivos) 62 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • 2ª CONDIÇÃO: SEGURANÇA QUANTO AO ESCORREGAMENTO O fator de segurança contra o escorregamento é dado por: FS > 1,5 (solos granulares) FS > 2,0 (solos coesivos) 63 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II phah EET -= pvav EEWN -= aa ppb ' b d cosE cosEtanNA FS = Onde: Ab = força de adesão = a.B, onde a é a adesão entre solo e base do muro b = ângulo de atrito entre a base do muro e o solo subjacente *A expressão acima despreza as contribuições das componentes verticais dos empuxos. Mecânica dos solos II 07/06/2016 22 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • 3ª CONDIÇÃO: SEGURANÇA QUANTO À RUPTURA DO TERRENO DE FUNDAÇÃO Para evitar a ruptura do solo de fundação do muro, o critério usualmente adotado recomenda-se que Deve-se garantir, que a base esteja submetida a tensões de compressão (σmin≥0) a resultante deve estar localizada no terço central; ou seja, e ≤ b/6, para evitar pressões de tração na base do muro. O fator de segurança contra à ruptura do terreno de fundação: 64 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II ÷ ø ö ç è æ ×= b e b V 6 11s ÷ ø ö ç è æ -×= b e b V 6 12s Onde: smáx 1,3 sadm, onde sadm é a tensão admissível do solo de fundação; smáx 3 smín; Obs.: Método clássico de Terzaghi-Prandtl considerando a base do muro como sendo uma sapata. EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • 3ª CONDIÇÃO: SEGURANÇA QUANTO À RUPTURA DO TERRENO DE FUNDAÇÃO Método clássico de Terzaghi-Prandtl 65 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • 4ª CONDIÇÃO: SEGURANÇA GLOBAL Métodos de análise de estabilidade de taludes 66 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II superfície crítica de deslizamento Mecânicados solos II 07/06/2016 23 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • CRITÉRIOS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO As dimensões do muro de arrimo são definidas por tentativas de modo a atender as condições apresentados acima, isto é, segurança quanto ao deslizamento, tombamento, capacidade de carga da fundação. Como pré-dimensionamento pode-se adotar as dimensões: 67 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • DRENAGEM EM MUROS Chama-se a atenção para os benefícios que um sistema de drenagem interna propicia: a saturação do maciço, com elevação das pressões neutras, aumentará consideravelmente os esforços sobre o muro. Talbot apresenta uma regra prática para a drenagem de muros de arrimo, que consiste na relação: onde: Ad: área da seção transversal dos drenos. Am: área do muro a ser drenado Os drenos devem ter inclinação mínima de 2% para assegurar o fácil escoamento das águas, bem como dispor de pingaduras de 5cm para evitar o efeito antiestético deixado pelo corrimento da água sobre o muro. De maneira geral utiliza-se uma camada drenante constituída por material de alta permeabilidade (brita, cascalho) com cerca de 40cm de espessura. Na parte interna do muro deve ser colocado um dreno (por exemplo manilhas perfuradas, tubos de PVC). Externamente ao muro, deve existir um coletor para a água proveniente das pingaduras e do dreno interno. Este coletor evita o solapamento da base do muro e conduz a água para um local adequado. 68 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • DRENAGEM EM MUROS - Barbacãs 69 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II barbacãs trecho perfurado envolto em tela tubo PVC (5 a 15 cm dia.) material filtrante granular trecho perfurado envolto por geotêxtil tubo PVC (5 a 15 cm dia.) filtro geotêxtil 0,2 a 0,3m 0,2 a 0,3mbarbacãs trecho perfurado envolto em tela tubo PVC (5 a 15 cm dia.) material filtrante granular trecho perfurado envolto por geotêxtil tubo PVC (5 a 15 cm dia.) filtro geotêxtil 0,2 a 0,3m 0,2 a 0,3m Mecânica dos solos II 07/06/2016 24 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • DRENAGEM EM MUROS - Colchões Drenantes 70 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II colchão drenante granular ou sintético tubo perfurado colchão drenante selo solo expansivo superfície do terreno EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • DRENAGEM EM MUROS - Drenos Sub-Horizontais (Drenos Profundos) 71 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II dreno sub-horizontal 72 Estabilidade de Taludes Mecânica dos Solos II Próxima aula... ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Mecânica dos solos II 07/06/2016 25 EMPUXOS DE TERRA & ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO • EXERCÍCIO DE ESTABILIDADE EM MUROS: Verifique a estabilidade do muro de arrimo figura abaixo, sabendo-se que a tensão de ruptura do solo é de 885 kN/m² e o coeficiente de atrito μ = 0,60. Considere o efeito do empuxo passivo. (verificações: deslizamento, tombamento, ruptura da fundação ) 73 ENGENHARIA CIVIL Mecânica dos solos II Areia ɸ = 30° γT = 17kN/m³ γsat = 20kN/m³ Solo 1 Solo 2 γ = 2 5 k N /m ³ N.A. 3m 1m 5m 1m q = 68kN/m² γT = 17kN/m³ 1 2 3 4 5 1 – Sobrecarga (K solo1) 2 – Solo 1 (K solo1) 3 – Sobrecarga + solo 1 (K solo2) 4 – Solo 2 (K solo2) 5 - Água
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